quinta-feira, 27 de setembro de 2018

26º Domingo T. Comum, homilias, subsídios homiléticos


26º  Domingo T. Comum.

SINOPSE:
TEMA: “Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta!” Reconhecer a ação do Espírito através de pessoas que não pertencem à Igreja, mas que são sinais vivos do amor de Deus.
Primeira leitura: O crente, como Moisés, reconhece a presença de Deus nos gestos proféticos que vê acontecer à sua volta.
Evangelho: Jesus convida-nos a viver sem arrogância da verdade e convida-nos a não excluir os outros.
Segunda leitura: Não colocar a esperança nos bens materiais, pois eles são perecíveis.

LEITURA I – Nm 11,25-29 Leitura do Livro dos Números.
Naqueles dias, o Senhor desceu na nuvem e falou a Moisés. Retirou um pouco do espírito que Moisés possuía e o deu aos setenta anciãos. Assim que repousou sobre eles o espírito, puseram-se a profetizar, mas não continuaram. Dois homens, porém, tinham ficado no acampamento. Um chamava-se Eldad e o outro Medad. O espírito repousou igualmente sobre os dois, que estavam na lista, mas não tinham ido à Tenda, e eles profetizavam no acampamento. Um jovem correu a avisar Moisés que Eldad e Medad estavam profetizando no acampamento. Josué, filho de Nun, ajudante de Moisés desde a juventude, disse: “Moisés, meu Senhor, manda que eles se calem!” Moisés respondeu: “Tens ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!”.

AMBIENTE
O Livro dos Números É um livro de catequese. Pretende mostrar que a essência de Israel é ser um Povo reunido à volta de Jahwéh e da Aliança. Os autores vão descrevendo como, Jahwéh, esse grupo de nômades libertado do Egito foi ganhando uma consciência nacional e religiosa, até formar a “assembleia de Deus”. Ao longo do deserto, Israel vai fazendo uma caminhada espiritual, vai libertando da mentalidade de escravo, para adquirir liberdade e maturidade. Israel vai amadurecendo, tornando-se um Povo mais responsável e mais santo. Moisés queixou-se de não aguentar o fardo da condução deste Povo; então, Jahwéh propôs a Moisés escolher setenta anciãos que ungidos pelo Espírito de Deus, ajudariam Moisés .

MENSAGEM
Os “anciãos” são o “conselho” da comunidade. Eles recebem o Espírito de Deus para colaborar no governo do Povo. Moisés dirigiu sozinho o Povo de Deus; porém, quando a responsabilidade de governo foi dividida com os setenta anciãos, também o Espírito foi repartido por todos. A presença do Espírito de Deus nos anciãos manifesta-se na capacidade de profetizar; criar um clima de fervor e de exaltação religiosa. Dois anciãos da lista não estavam presentes no momento da recepção do Espírito, começaram também a profetizar. Josué crê que se trata de um abuso e propõe a Moisés que tome uma atitude… Moisés não está preocupado com poder, mas com a vida e a felicidade do seu Povo: “Estás com ciúmes por causa de mim? Quem me dera que todo o Povo fosse profeta e que o Senhor infundisse o seu Espírito sobre eles”. A resposta de Moisés será um anúncio profético do dia do Pentecostes, quando o Espírito de Deus se derramou sobre a totalidade do Povo da Nova Aliança.

ATUALIZAÇÃO
O Espírito não é privilégio da hierarquia; está em todos aqueles que abrem o coração aos dons de Deus.
O Espírito de Deus é livre e atua onde quer e como quer. Nenhuma Igreja tem o monopólio do Espírito. Temos é de reconhecer a presença de Deus nos gestos de amor, de paz, de justiça, de solidariedade, de partilha que todos os dias testemunhamos (mesmo naqueles que se dizem ateus).
Moisés foi capaz de reconhecer a sua incapacidade de “fazer tudo” e aceitou a ajuda da comunidade. Não teve ciúmes, nem inveja, nem medo de perder o controle do processo, nem dificuldade em aceitar a partilha das tarefas que o Senhor lhe confiou. Por vezes, sentimos que a intervenção de outras pessoas é uma ameaça ao nosso poder, porque não estamos dispostos a renunciar aos nossos projetos pessoais…

SALMO RESPONSORIAL (Sl 18[19])
A lei do Senhor Deus é perfeita, / alegria ao coração.
• A lei do Senhor Deus é perfeita, / conforto para a alma! / O testemunho do Senhor é fiel, / sabedoria dos humildes.
• É puro o temor do Senhor, / imutável para sempre. / Os julgamentos do Senhor são corretos / e justos igualmente.
• E vosso servo, instruído por eles, / se empenha em guardá-los. / Mas quem pode perceber suas faltas? / Perdoai as que não vejo!
• E preservai o vosso servo do orgulho: / não domine sobre mim! / E assim puro, eu serei preservado / dos delitos mais perversos.

EVANGELHO – Mc 9,38-43.45-47-48
João disse a Jesus: «Mestre, nós vimos um homem expulsar os demônios em teu nome e procuramos impedir-lhe, porque ele não anda conosco». Jesus respondeu: «Não o proibais; porque ninguém pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de Mim”. Quem não é contra nós é por nós. Quem vos der a beber um copo de água, por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa. Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que crêem em Mim, melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem ao mar. Se a tua mão é para ti ocasião de escândalo, corta-a; porque é melhor entrar mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse fogo que não se apaga. E se o teu pé é para ti ocasião de escândalo, corta-o; porque é melhor entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena. E se um dos teus olhos é para ti ocasião de escândalo, deita-o fora; porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e ser lançado na Geena, onde o verme não morre e o fogo não se apaga».

AMBIENTE - A ida para Jerusalém está próxima e os discípulos continuam a não absorver os valores do Reino. Para eles, Jesus é uma opção que trará poder, grandeza e prestígio… Por isso, sentem ciúmes quando encontram algo que possa colocar em causa os seus interesses, a sua autoridade, os seus “privilégios”.

MENSAGEM - A comunidade deve ser aberta, tolerante, capaz de aceitar como sinais de Deus os gestos libertadores que acontecem no mundo. João queixa-se de encontrar alguém “expulsando demônios” em nome de Jesus, embora não fosse do grupo. A atitude mostra, arrogância, intolerância, ciúmes de monopolizar Jesus, presunção de serem os donos exclusivos da verdade… Mas, por detrás está a preocupação com os projetos pessoais de prestígio e grandeza que eles alimentavam. Pouco antes, discutiam quem seria o maior no Reino; agora  estão preocupados, porque alguém de fora do grupo atua em nome de Jesus e que pode, disputar os lugares na política do Reino. Jesus procura ultrapassar esta visão egoísta da missão. Quem luta pela justiça e faz obras em favor do homem, está do lado de Jesus, mesmo que não esteja dentro da estrutura eclesial. A comunidade de Jesus não pode sentir ciúmes quando alguém de fora faz o bem; nem pode sentir-se atingida nos direitos  pelo fato do Espírito atuar fora das fronteiras da Igreja… A comunidade de Jesus sabe acolher, apoiar e estimular todos aqueles que atuam em favor dos irmãos. 
Na segunda parte desses “ditos” é um aviso àqueles que “escandalizam” os “pequeninos”. Na nossa cultura, “escandalizar” é dar mau exemplo. Na linguagem de Marcos, “escandalizar” é não fazer nada, é a ação de desistir de seguir Jesus, de não ter coragem para assumir a proposta de Jesus.
Os “pequeninos” são os que estão numa situação de dependência, de necessidade… Fazer algo que afaste as pessoas de Cristo é inadmissível e impensável.
 O outro “dito” de Jesus em cortar a mão ou de cortar o pé ou de arrancar o olho que é ocasião de pecado, está falando da necessidade de atuar na fonte do mal.
Há ainda, mais outro “dito”, referências um castigo na “Geena. “Geena” refere-se a um vale onde eram enterrados os mortos e onde, dia e noite, era queimado o lixo produzido na cidade. Era, um lugar maldito, impuro, que convinha evitar. Quem não for capaz de cortar o egoísmo, o orgulho, a autossuficiência, é como se estivesse condenado a viver num lugar horrível.

A Igreja pertence a Cristo, mas Cristo não é propriedade da Igreja! Ele manifesta sua ação também fora da estrutura visível da Igreja católica. Pensemos nos nossos irmãos protestantes. Eles têm elementos da Igreja de Cristo: a Palavra de Deus, a confissão de Jesus como Senhor e Salvador, o amor a Jesus, a caridade fraterna. Tudo isso é causa de alegria. Ainda que falte-lhes elementos essenciais da Igreja de Cristo, eles não estão fora da salvação! Hoje, Jesus nos convida à tolerância e ao amor a esses irmãos.
Isto não significa que está tudo bem, que tanto faz ser católico como não ser, que o importante é a fé em Jesus e pronto. Não! É preciso recordar que a divisão na Igreja é um pecado grave e contraria o desejo de unidade que o Senhor deixou como testamento: “Pai, não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim: a fim de que sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,20s). É também falso afirmar que as questões de doutrina não são importantes. O Novo Testamento está repleto de advertências contra os que ensinam doutrinas erradas e contrárias à fé dos apóstolos e são Paulo mesmo exorta a separar da Comunidade quem pregar um evangelho diferente do dele (cf. Gl 1,6-9). A busca de recompor a unidade visível da Igreja em torno de Cristo, com os mesmos sacramentos e a mesma doutrina é dever de todos os cristãos! Mas, também é necessário deixar claro o dever que todos nós temos da tolerância respeitosa e amorosa para com os irmãos separados. Se nos entristece ouvi-los falar mal da Igreja –caluniando-a e mentindo contra ela -, deve alegrar-nos ouvi-los falar bem de Cristo e pregar o Evangelho. Ainda mais: até para com os não cristãos, como os espíritas, muçulmanos, budistas, adeptos da seicho-no-iê… temos o dever do respeito e da tolerância. Deles, o Senhor afirma no evangelho de hoje: “Quem vos der a beber um copo da água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa”. Então, que fique bem claro o dever da tolerância que nós, discípulos de Cristo, temos para com os demais.
Mas, a Palavra de Deus também fala hoje de Tolerância para com os outros; radicalidade para conosco! Vejamos: (1) Radicalidade no respeito pelos pequeninos e fracos na fé: “Se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço”. (2) Radicalidade para cortar o que em nós o que em nós leva ao pecado e ao afastamento de Cristo: “Se tua mão te leva a pecar, corta-a… Se teu olho te leva a pecar, arranca-o!” Hoje, a tendência é arrancar o Evangelho para não termos que arrancar nada em nós, para não mudar de vida! Jesus é claro: não entrará na vida quem não combater aquilo que o faz tropeçar no caminho cristão. (3) Finalmente, a radicalidade de apoiar-se somente não nas nossas posses materiais: nunca pensar que somos proprietários do Senhor e da salvação São Tiago nos adverte: triste de quem é rico para si, desprezando os outros! Que o Senhor nos dê tolerância com os irmãos e toda intolerância com nossas manhas!

ATUALIZAÇÃO Os discípulos ainda raciocinam com a lógica do mundo e têm dificuldade em libertar-se dos seus interesses egoístas, de grandeza e poder…
a comunidade do Reino não pode ser arrogante, intolerante, fanática, que se arroga a posse exclusiva de Deus e das suas propostas. O verdadeiro discípulo não tem inveja do bem que outros fazem, não sente ciúmes se Deus atua através de outras pessoas, não pretende ter o monopólio da verdade nem ter o exclusivo de Jesus. O verdadeiro discípulo testemunha os valores do Reino e alegra-se com os sinais da presença de Deus em tantos irmãos com outros percursos religiosos, que lutam por um mundo mais justo.
Os discípulos estão preocupados com alguém que não é do grupo, pois temem pelos seus sonhos pessoais de poder e de grandeza.
O discípulo renuncia ao egoísmo, ao comodismo, ao orgulho, aos esquemas pessoais de poder e de domínio, ao êxito, ao aplauso das multidões.
O apelo de Jesus de não “escandalizar” (afastar da comunidade do Reino) os pequenos, faz-nos pensar na forma como lidamos com os pobres, os que falharam, os que têm atitudes moralmente reprováveis, aqueles que têm uma fé pouco consistente, aqueles que a vida marcou negativamente, aqueles que a sociedade marginaliza e rejeita… Quem vê o nosso testemunho tem razões para aderir a Cristo?

LEITURA II – Tg 5,1-6 Leitura da Carta de São Tiago
E agora, ricos, chorai e gemei, por causa das desgraças que estão para cair sobre vós. Vossa riqueza está apodrecendo, e vossas roupas estão carcomidas pelas traças. Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, e a ferrugem deles vai servir de testemunho contra vós e devorar vossas carnes, como fogo! Amontoastes tesouros nos últimos dias. Vede: o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso. Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança. Condenastes o justo e o assassinastes; ele não resiste a vós.

AMBIENTE
Para o autor, o acesso à vida plena depende das opções que o homem faz. Os crentes devem evitar: viver para os bens materiais e praticar injustiças. Os crentes devem: ter paciência, perseverança, oração e auxiliar o irmão que anda afastado.

MENSAGEM
Aqueles cujo objetivo na vida foi o acumular bens, no final toda a sua segurança e esperança perderão todo o valor; ou, pior ainda, serão uma testemunha de acusação, que denunciará o amor descontrolado dos bens materiais, o orgulho e a autossuficiência, as injustiças praticadas contra os pobres. O destino final dos bens perecíveis é a destruição; e quem tiver os bens materiais como o seu deus, não terá vida plena.
Para o autor, a riqueza provém da exploração dos pobres. Trata-se de um pecado que Deus castigará duramente. Deus não pode pactuar com a injustiça. O clamor dos injustiçados faz com que Deus atue. Os ricos, vivendo no luxo e nos prazeres à custa do sangue dos pobres, estão preparando seu próprio castigo: quem vive para os bens materiais, dificilmente acolherá os dons de Deus e  a vida plena que Deus oferece. Deus não tolera a exploração; quem conduzir a sua vida na injustiça, não fará parte da família de Deus.

ATUALIZAÇÃO O autor critica os ricos porque eles vivem apenas para acumular bens materiais, esquecendo os verdadeiros valores. Fazem do ouro e da prata os seus deuses. No final vão perceber que gastaram a vida a correr atrás de algo que não dá felicidade nem conduz o homem à vida plena. O ouro, a conta bancária,  dão-nos satisfações imediatas e talvez,  certo status; mas não saciam a nossa sede de vida eterna.
frequentemente a riqueza é resultado da exploração e da injustiça. Acumular bens à custa da miséria e da exploração dos irmãos é um crime que Deus não deixará impune. Não é cristão quem não paga o salário justo, mesmo que ofereça depois somas polpudas para a construção de uma igreja; não é cristão quem se aproveita da ignorância e da miséria para realizar negócios rentáveis, mesmo que pense repartir com Deus os frutos das suas rapinas…
O crime cometido contra os pobres é um crime contra Deus.
 Pecado não é ser rico, mas ser sovina, não querer repartir o que tem.
Temos o direito de viver bem, mas temos que nos preocupar com o outro.
Quanto mais se tem, maior a responsabilidade.

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Palavra sem "Dono"

Celebramos hoje o DIA DA BÍBLIA. 
A Palavra de Deus sempre nos oferece uma luz para as mais diversas situações de nossa vida. Ela pode ser proclamada por quem Deus quer, não é propriedade exclusiva de ninguém...

Na 1ª Leitura, vemos que a Palavra não é Monopólio de ninguém. (Nm 11,25-29)

- Moisés já idoso sente-se incapaz de continuar dirigindo o povo: "Sozinho não posso mais carregar esse povo".
- O Senhor lhe propõe a escolher 70 anciãos que, depois de ungidos pelo Espírito, o ajudariam nessa tarefa.
- Deus derramou o seu espírito sobre 70 anciãos, que se puseram logo a profetizar, mas não continuaram.
  E dois, que não estavam no grupo, começaram a profetizar…
- Josué vê nisso um abuso intolerável e propõe a Moisés: "Manda que eles se calem".
- Moisés, pelo contrário, alegra-se com o fato e afirma: "Oxalá todos recebessem o Espírito e profetizassem!"
  Moisés, longe de ter ciúmes, sente-se feliz em compartilhar com outros sua responsabilidade…
  O perigo é querer fazer tudo sozinho, ou pior não dar vez a ninguém…

* Em nossas comunidades, podemos também nos deixar levar
- pela tentação de Moisés de querer fazer tudo sozinho,
- ou pelo ciúme de Josué, de impedir o trabalho de quem não for do "grupo".

Pelo Batismo, todos recebemos a missão de ser profetas, sacerdotes e reis.
Todos somos chamados a falar em nome de Deus, anunciar o seu Reino.
Todos os batizados receberam a missão de santificar os ambientes onde vivem e trabalham. Todos somos reis e devemos usar o poder para cuidar com retidão de tudo e de todos como criaturas de Deus.

Na 2ª Leitura, Tiago denuncia o acúmulo de riquezas de alguns, a custa da miséria de muitos. (Tg 5,1-6)

O Evangelho mostra que ninguém tem o Monopólio de Cristo. (Mc 9,38-43.47-48)

- Os apóstolos não conseguem expulsar o espírito mudo de uma pessoa...
- Pelo contrário, uma pessoa "fora" ao grupo consegue, em nome de Jesus...
- Os Discípulos, aborrecidos, manifestam sua insatisfação.
- JESUS rejeita o exclusivismo: "Não lhe proíbam... Quem não está contra, está a nosso favor".

As Leituras lembram DUAS VERDADES:

1) A PALAVRA de Deus não é monopólio de ninguém:
    deve ser anunciada por todos: "Oxalá todo o povo profetizasse"
2) O NOME de Jesus não é monopólio de ninguém: Mais do que pertencer ao grupo de Cristo,
     o importante é estar "em sintonia" com Jesus…
     No dizer do Papa: "Devemos ser amigos de Jesus, não donos".
     - As Igrejas separadas, que também falam em nome de Jesus, devemos combatê-las como inimigas,
        ou enxergá-las como possíveis parceiras no trabalho do Reino?

O REINO não pode ser um grupo fechado e fanático, que se arroga a posse exclusiva de Deus e de suas propostas. Deve ser uma comunidade que reconhece não ter o exclusivo do bem e da verdade e se alegra com tantas pessoas, que buscam a Deus com sinceridade, praticam com lealdade o Bem, a Verdade e a Justiça, mesmo sem pertencer ao "nosso" grupo.
- Por que ter inveja daqueles que cumprem gestos generosos que talvez nós não tivemos a coragem para fazer?

Jesus não quer que sua IGREJA seja um gueto fechado, mas um rebanho aberto a outras ovelhas, que ainda não são do seu rebanho. Deve estar sempre atenta aos sinais dos tempos, para uma perene renovação, guiada pelo Espírito do Senhor...

- O apelo de Jesus no sentido de não "escandalizar" os pequenos lembra a atitude que as pessoas e as comunidades devem ter para com os "pequenos", os pobres, os que falharam, os que se afastaram, os que têm fé sem profundidade, os marginalizados pela sociedade...
Eles olham para seus líderes, esperando verdadeiro testemunho de fé e amor.

Os Donos da Igreja, o que fazer deles?
Em nossas comunidades cristãs, há pessoas capazes de gestos incríveis de doação, de entrega, de serviço;
mas há, também, pessoas, preocupadas em proteger o espaço de poder e de prestígio, que conquistaram.
São verdadeiros donos do santo e das coisas da comunidade. Essas pessoas são responsáveis de muita gente se afastar da comunidade. Só elas sabem, só elas são capazes, só elas dão o palpite certo. Essa gente não está servindo à comunidade, mas sim a si mesmo, a seu orgulho, a sua vaidade.
- Em nosso serviço na Comunidade, estamos protegendo   os interesses de Deus, ou os nossos projetos e interesses?

Deus sempre se serviu de pessoas para anunciar a sua Palavra e assim realizar os seus Planos de Salvação...  - Sentimo-nos "donos" ou instrumentos da Palavra de Deus?

                                          Pe. Antônio Geraldo

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HOMILIA DO PE. PEDRINHO

A Igreja comemora neste ano 54 anos do Concílio Vaticano II, momento importante para nossa Igreja, porque, como o próprio Papa João XXIII disse: Foi um momento de “abrir as portas e janelas do Vaticano, para que o Espírito de Deus pudesse arejar nossa Igreja”. É muito interessante, pois até hoje o Concílio Vaticano II é pouco conhecido. Precisamos fazer o Concílio ser mais conhecido. Um exemplo, um exemplo só, que falo com caridade e não com deboche: volta e meia chega alguém dizendo: sou católico, mas sou do tempo antigo. Gostaria que o “padre” fizesse o batizado e não o diácono. Eu digo: mas, se você é antigo, se há de convir comigo, que você é o primeiro a aceitar e a querer o diácono, porque está lá na bíblia os diáconos, porque a Igreja só retomou o serviço dos diáconos depois do Concílio Vaticano II. Ainda 53 anos  depois do concílio, tem gente que acha que diácono não vale para nada. Quer dizer; é negar toda a Bíblia e negar toda a Palavra. Por que é que estou dizendo isso? O que tem a ver com as leituras de hoje? Tem muito a ver. Porque, de fato, até o Concílio, quem mandava era o Papa e todo mundo devia obedecer. A partir do Concílio Vaticano II, os padres conciliares foram reler o livro dos Números e aí se deram conta de que era a vontade de Deus, que as decisões não ficassem na mão de somente uma pessoa, mas na mão de um colegiado; Deus vai dizer a Moisés: “escolha setenta homens para que eu possa iluminá-los e eles possam também a ajuda-lo a governar o povo de Deus. Assim então, que o Concílio nos ajudou a entender que  a Igreja não é somente o Papa, os bispos, os padres e os diáconos, mas a Igreja de Deus é o povo reunido, onde cada um tem a sua responsabilidade. Cada um tem seu papel diferenciado, mas todos a mesma missão. Há um tempo atrás, a gente ouvia dizer que a igreja é do padre. Eu digo Não. A igreja era do padre até o concílio. Depois do Concílio, a Igreja é do povo de Deus. Assim como o padre deve cuidar da igreja, todo cristão pertencente a comunidade deve cuidar. Que bom se cada um assumisse para si a responsabilidade da Evangelização. É aquilo que fala Moisés na primeira leitura e o que fala Jesus hoje. Veja que São João é santo, mas também com as suas dificuldades. Isto nos anima, pois também temos nossas dificuldades, mas poderemos ser santos também. São João disse a Jesus: tem um fulano aí pregando e curando, mas não acompanha a gente. Quer que vamos lá e mande ele calar a boca? Jesus diz: Não!. Quem está a nosso favor e prega, por que impedi-lo? Assim, ninguém precisa ser mandado, ter uma autorização por escrito para pregar a Palavra e pregando a Palavra realiza as obras que ajudam as pessoas a conhecer a Deus. Conhecer a Deus, deve ser para nós, o objetivo de cada dia. Como posso conhecer a Deus? A partir de sua Palavra. O salmo de hoje diz que a lei do Senhor é perfeita e alegria ao coração. Ora, que alegria a Palavra de Deus pode nos trazer? Primeiro, a certeza de que somos orientados todos os dias. Basta que queiramos ouvir a Palavra. Basta que estejamos dispostos a seguir os preceitos do Senhor. Segundo, que estamos caminhando com segurança, porque Deus já provou, mais de uma vez, que, de fato, Ele pode e conhece todas as coisas e não vai nos deixar distanciar dos bons caminhos. Terceiro ponto, que de verdade, a Palavra de Deus nos garante felicidade, não somente neste mundo, mas também para a vida eterna. Então, contrapondo a Palavra de Deus, é ver a vida só com a possibilidade de ganhar dinheiro. O dinheiro, diz a segunda leitura, a traça corrói, a ferrugem acaba destruindo. O dinheiro ninguém leva consigo após a morte. Agente chora pelo morto, mas não coloca o seu dinheiro no caixão. Agente sabe a diferença entre o dinheiro e o amor. Nem sempre onde há dinheiro há amor. Aonde há amor, o dinheiro nem sempre é importante. Claro que ele ajuda. Aqui, São Tiago não é contra o dinheiro não. Ele é contra quem faz fortuna a custa dos outros. Está muito claro: o dinheiro que você deixou de pagar os seus empregados, clamam por justiça. Cada um que sabe: o pouco ou muito que tenho é fruto da justiça? Louvado seja Deus. É fruto da corrupção, do pecado, da injustiça? Senhor, misericórdia e aí fazer como o Zaqueu: vou devolver quatro vezes mais. Olha lá. Ele devolveu com juros. Vamos ver se o congresso devolve com juros também. Então, a Palavra de Deus nos ajuda em nosso caminho na vida. Que possamos assumir o conhecer a Deus como missão e fazer a partilha com todos.
Resta uma pequena Palavra, não podemos entender ao pé da letra. Me preocupa muito isso; quando diz: se sua mão te faz pecar, corte-a. Calma, por favor. Se teu pé te faz pecar, corte-o. Se teu olho te faz pecar, tire-o fora. Vamos com calma. É muito importante entender que para São Marcos a mão simboliza o “instrumento de trabalho”. Ora, se teu trabalho te faz pecar, mude de emprego. Corta. Não é cortar a mão física. A mão é o instrumento de trabalho. Se o teu pé te impede de caminhar, busque outro caminho, porque somos chamados a caminhar. Se teu olho não o deixa enxergar como Deus enxerga o mundo, tem que trocar de olho. Então, seria muito simples conseguir a vida eterna cortando um pé, uma mão ou arrancando um olho. Seria muito simples, mas não é assim. Aquilo que nós realizamos te ajuda ou te atrapalha? Se atrapalha, precisa ser mudado.
Esta é uma Palavra de ânimo a conversão do que outro tipo de mensagem.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO – PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO, SANTO ANDRÉ, SP.

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Homilia de D. Henrique Soares

Hoje, a Palavra de Deus apresenta alguns elementos importantes que nos precisam ser continuamente recordados. Tanto a primeira leitura quanto o Evangelho, recordam-nos que Deus não é propriedade de ninguém. Ante o zelo mesquinho de João, Jesus afirma:
“Quem não é contra nós é a nosso favor”. É preciso compreender bem a afirmação do Senhor. Certamente, ele é o Caminho e a Verdade da humanidade; certamente ele fundou a Igreja, comunidade de seus discípulos; dotou essa Igreja do seu Espírito, de pastores e de toda uma estrutura visível. Esta Igreja de Cristo, nós cremos que permanece de modo pleno na Igreja católica. Isto significa que os elementos essenciais da Igreja de Cristo permanecem, por graça e fidelidade do Senhor, naquela Comunidade que ele fundou desde o início, a Igreja una, santa, católica e apostólica. Quais são esses elementos essenciais? A Palavra de Deus, pregada e interpretada segundo a Tradição apostólica, a Eucaristia como banquete e sacrifício, os sete sacramentos, o ministério de Pedro, presente nos seus sucessores, os Papas de Roma, o ministério episcopal, no qual se concretiza a sucessão apostólica, a caridade fraterna, os vários dons e carismas da comunidade, o sentido da missão de anunciar Jesus ao mundo como Senhor e Salvador, o martírio como testemunho máximo de Cristo, a presença materna da Virgem Maria e dos Santos, amigos de Cristo. A Igreja católica é, portanto, Igreja de Cristo, pertence a Cristo e, por graça de Cristo, conserva e conservará sempre, sem poder perder, estes elementos. Mas, isso não significa que a Igreja seja proprietária de Cristo. Aqui é preciso dizer claramente: a Igreja pertence a Cristo, mas Cristo não é propriedade da Igreja! De fato, na força do seu Espírito Santo, ele manifesta sua ação também fora da estrutura visível da Igreja católica. Pensemos nos nossos irmãos separados, de tradição protestante. Eles têm tantos elementos da Igreja de Cristo: a Palavra de Deus, a confissão de Jesus como Senhor e Salvador, tantos dons e carismas, o amor sincero a Jesus, a caridade fraterna, o ela missionário. Tudo isso deve ser, para nós, católicos, causa de alegria. Ainda que não estejam em comunhão plena com a Igreja de Cristo e falte-lhe elementos essenciais da Igreja de Cristo, eles não estão fora do caminho da salvação! Hoje, Jesus nos convida à tolerância e ao amor a esses irmãos.
Isto não significa de modo algum dizer que está tudo bem, que tanto faz ser católico como não ser, que o importante é a fé em Jesus e pronto. Não! É preciso recordar que a divisão na Igreja é um pecado grave e contraria o desejo de unidade que o Senhor deixou como testamento: “Pai, não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim: a fim de que sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,20s). É também absolutamente falso afirmar que as questões de doutrina não são importantes. O Novo Testamento está repleto de advertências contra os que ensinam doutrinas erradas e contrárias à fé dos apóstolos e são Paulo mesmo exorta a separar da Comunidade quem pregar um evangelho diferente do dele (cf. Gl 1,6-9). A busca de recompor a unidade visível da Igreja em torno de Cristo, com os mesmos pastores, os mesmos sacramentos e a mesma doutrina é dever de todos os cristãos! Mas, também é necessário deixar claro o dever que todos nós temos da tolerância respeitosa e amorosa para com os irmãos separados. Se nos entristece ouvi-los falar mal da Igreja – às vezes até caluniando-a e mentindo contra ela -, deve alegrar-nos ouvi-los falar bem de Cristo e pregar o Evangelho. Ainda mais: até para com os não-cristãos, como os espíritas, muçulmanos, budistas, adeptos da seicho-no-iê… temos o dever do respeito e da tolerância. Deles, o Senhor afirma no evangelho de hoje: “Quem vos der a beber um copo da água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa”. Então, que fique bem claro o dever da tolerância que nós, discípulos de Cristo, temos para com os demais.
Mas, a Palavra de Deus também fala hoje de radicalidade. Tolerância para com os outros; radicalidade para conosco, no nosso ser cristãos! Vejamos: (1) Radicalidade no respeito pela debilidade dos pequeninos e fracos na fé: “Se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço”. Deus nos livre de escandalizar, Deus nos livre de, por nossas atitudes, ser causa de tropeço para os irmãos mais fracos na fé! (2) Radicalidade para cortar o que em nós é escândalo, isto é, o que em nós leva ao pecado e ao afastamento de Cristo: “Se tua mão te leva a pecar, corta-a… Se teu pé te leva a pecar, corta-o… Se teu olho te leva a pecar, arranca-o!” Hoje, a tendência é arrancar o Evangelho para não termos que arrancar nada em nós, para não termos que nos incomodar nem mudar de vida! Jesus é claro: não entrará na vida quem sinceramente não combater aquilo que o faz tropeçar no caminho cristão. (3) Finalmente, a radicalidade de apoiar-se somente no Senhor e não nas nossas posses espirituais e materiais: espiritualmente, nunca pensar que somos proprietários do Senhor e da salvação e, materialmente, recordar que nossas riquezas apodrecem e nosso outro enferruja. São Tiago nos adverte duramente na segunda leitura de hoje: triste de quem é rico para si, desprezando os outros, mas não é rico para Deus!
Que o Senhor, pela sua graça, nos dê toda tolerância e toda intolerância. Toda tolerância com os irmãos e toda intolerância com o nosso pecado e as nossas manhas,! Que o Senhor nos converta, ele que é bendito para sempre. Amém.
 D. Henrique Soares da Costa
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PARA O MOMENTO DE LOUVOR (Diáconos e Ministros da Palavra):

LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.
1- Senhor, nosso Deus, imensa é vossa sabedoria. Sabemos que soprais o vosso Espírito onde e quando queres. Muitas vezes vemos bons exemplos naqueles que não estão em nossa igreja, mas que sabem praticar a justiça e o amor, sendo exemplos para nós.
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.
2- Senhor, muitas vezes pensamos que só nós temos a verdade e com isso desprezamos os pequeninos em nossa comunidade. Pai, dai-nos mais humildade e sabedoria.
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.
3- Senhor, muitas vezes colocamos nossos interesses, acima dos vossos; nos apegamos com o ter, com a quantia de nossos bens, nos orgulhamos do nosso saber e o reconhecimento dos outros. Pai, fazei-nos conscientes de que tudo o que temos sois vós que nos concedeis. Vós sois a nossa força e nosso amparo.
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.
4- Senhor, nosso Deus e Pai, muitas vezes não reconhecemos o valor do trabalho de nossos irmãos e só vemos o nosso esforço e queremos o nosso mérito. Pai, ajudai-nos a ver os valores no trabalho de nossos irmãos e irmãs e tornai-nos filhos agradecidos pelos dons que nos concedeis.
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.

- PAI NOSSO...   A Paz... CORDEIRO DE DEUS...

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

25º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO B, Homilias, Subsídios homiléticos


25º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO B 2018

SINOPSE:
Tema: “Se alguém quiser ser o primeiro que seja aquele que serve a todos! :A “sabedoria do mundo” e a “sabedoria de Deus” Só a “sabedoria de Deus” possibilitará o acesso à vida plena.
Primeira leitura: A “sabedoria de Deus” provocará o ódio e a perseguição do mundo: é a consequência.
Evangelho: Jesus, cheio da lógica de Deus, aceita o projeto do Pai e a faz da sua vida um dom de amor aos homens; ser cristão é escutar o ensinamento de Deus e fazer da vida um serviço aos irmãos.
Segunda leitura: só a “sabedoria de Deus” conduz o homem ao encontro da vida plena. A “sabedoria do mundo” irá gerar violência, divisões, conflitos, infelicidade, morte.

PRIMEIRA LEITURA (Sb 2,12.17-20) Os ímpios dizem: “Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as faltas contra a nossa disciplina. Vejamos, pois, se é verdade o que ele diz, e comprovemos o que vai acontecer com ele. Se, de fato, o justo é ‘filho de Deus’, Deus o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos. Vamos pô-lo à prova com ofensas e torturas, para ver a sua serenidade e provar a sua paciência; vamos condená-lo à morte vergonhosa, porque, de acordo com suas palavras, virá alguém em seu socorro”.

AMBIENTE - “Livro da Sabedoria” (séc. I a.C.). O autor residente na Alexandria e defende os valores da fé e da cultura do seu Povo: só Jahwéh garante a verdadeira felicidade.
MENSAGEM - A vida dos “justos” magoa os “ímpios” e não os deixa em paz com a sua consciência. A reação é a perseguição. O autor dirá que a fidelidade do justo será recompensada com vida plena.
♦ A “sabedoria do mundo” prescinde de Deus e vive para o “ter”, o poder, o êxito, a fama, mas o torna vazio, frustrado, deprimido, escravo.
♦ A “sabedoria de Deus”, tendo como modelo de vida Jesus Cristo, vivem no amor e no serviço aos irmãos; lutam pela justiça, pela paz e mundo mais fraterno, que leva o homem ao encontro da verdadeira felicidade, da verdadeira realização, da vida plena.
♦ Quem escolhe a “sabedoria de Deus”, não tem uma vida fácil. Será incompreendido, caluniado, perseguido, torturado: a perseguição é a consequência da sua coerência de vida.

EVANGELHO (Mc 9,30-37) Naquele tempo, Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”. Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar. Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “O que discutíeis pelo caminho?” Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou”.

AMBIENTE - Marcos apresenta Jesus como “o Filho de Deus, que Jesus não veio ao mundo para cumprir um destino de triunfos e de glórias humanas, mas para cumprir a vontade do Pai e oferecer a sua vida em dom de amor aos homens”. Todos ainda acreditam que Jesus vá entrar na cidade como um Messias político, poderoso e invencível, capaz de libertar Israel, pela força das armas, do domínio romano. Jesus vai catequizando, ensinando os valores do Reino e mostrando-lhes, com gestos concretos, que o projeto do Pai não passa por poder e domínio, mas pelo amor.

MENSAGEM - Jesus recebeu a missão de propor um caminho de realização plena; e Ele vai fazê-lo, mesmo que isso passe pela cruz. A morte, na perspectiva dos discípulos, não pode ser caminho para a vitória. Eles não entendem Jesus, pois acham que o caminho da cruz é um caminho de fracasso, mas não se atrevem a criticá-Lo. Eles se recordam a dura reação de Jesus com Pedro (Mc 8,32-33).
Na comunidade de Jesus, só é grande aquele que é capaz de servir e de oferecer a vida aos seus irmãos. Dessa forma, Jesus deita por terra qualquer pretensão de poder, de grandeza, na comunidade do Reino. Jesus completa a instrução com um gesto… Toma uma criança, coloca-a no meio do grupo, abraça-a e convida os discípulos a acolherem as “crianças”, pois quem acolhe uma criança acolhe o próprio Jesus e acolhe o Pai. As crianças eram sem valor, um símbolo dos pequenos, dos sem direitos, dos pobres, dos indefesos, dos marginalizados. O discípulo é grande, não quando tem poder ou autoridade sobre os outros, mas quando abraça, ama, serve os pequenos, aqueles que o mundo rejeita e abandona. No pequeno e no pobre que a comunidade acolhe, é o próprio Jesus que se torna presente.
ATUALIZAÇÃO ♦ Jesus teve consciência de que a missão passaria por muitas dificuldades e sofrimentos. Jesus vive segundo a “sabedoria de Deus”… Ele nunca conduziu a vida ao sabor dos interesses pessoais, esquemas de egoísmo, sonhos humanos de poder ou de riqueza… Para Ele a meta sempre foi a salvação que o Pai tinha para os homens.
♦ Os discípulos raciocinam segundo a “sabedoria do mundo”. Aquilo que os preocupa não é o cumprimento da vontade de Deus, mas a satisfação dos seus interesses pessoais. A atitude dos discípulos mostra a dificuldade que os homens têm em entender a lógica de Deus. Jesus declara: quem quer me seguir tem de mudar a mentalidade e abrir o coração à vontade de Deus.
♦ Na comunidade cristã, a única grandeza é a grandeza de quem faz da própria vida um serviço aos irmãos. Na comunidade não há donos, grupos privilegiados, nem pessoas mais importantes … Na comunidade cristã há irmãos iguais, a quem a comunidade confia serviços diversos em vista do bem de todos. Aquilo que nos deve mover é a vontade de servir, de partilhar os dons que Deus nos concedeu.

 SEGUNDA LEITURA (Tg 3,16–4,3) Leitura da Carta de São Tiago:
Caríssimos, onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. Por outra parte, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento. O fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que promovem a paz. De onde vêm as guerras? De onde vêm as brigas entre vós? Não vêm, justamente, das paixões que estão em conflito dentro de vós? Cobiçais, mas não conseguis ter. Matais e cultivais inveja, mas não conseguis êxito. Brigais e fazeis guerra, mas não conseguis possuir. E a razão está em que não pedis. Pedis, sim, mas não recebeis, porque pedis mal. Pois só quereis esbanjar o pedido nos vossos prazeres.

AMBIENTE - Tiago elenca, na terceira parte desta carta (cf. Tg 3,1-4,10), uma série questões e situações. O primeiro é o cuidado a ter com a língua (cf. Tg 3,1-12); o segundo é rejeitarem a “sabedoria do mundo” e de acolherem a “sabedoria que vem do alto” (cf. Tg 3,13-18); o terceiro é uma análise sobre a origem das discórdias que envenenam a vida das comunidades cristãs (cf. Tg 4,1-10).
MENSAGEM - A “sabedoria do mundo” gera inveja, brigas, falsidade, desordem e más ações; destrói a vida da própria pessoa e impede a comunhão dos irmãos. A “sabedoria de Deus” é “pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e boas obras e sem hipocrisia”. Se o cristão quer viver em paz com Deus, deve acolher a “sabedoria de Deus” e atuar de acordo com ela. Os conflitos e discórdias resulta do fato de os crentes não terem ainda interiorizado a proposta de Cristo… Em lugar de fazerem da sua vida, como Cristo, um dom de amor aos irmãos, com gestos concretos de partilha, de serviço, de solidariedade, de fraternidade, estes vivem fechados no seu egoísmo e no seu orgulho. O seu coração está dominado pela cobiça, pela inveja, E essas “paixões” más traduzem-se em atitudes de luta, de inveja, de rivalidade, de ciúme, de arrogância, de ira. Vivem de acordo com a “sabedoria do mundo” e não de acordo com a “sabedoria de Deus”. Naturalmente, a sua oração não é escutada por Deus… O que eles pedem a Deus não é para satisfazer as suas necessidades materiais, mas para satisfazer as suas “paixões”, o seu orgulho, a sua cobiça, a sua vontade de se sobrepor aos outros irmãos. Uma oração que assenta em bases egoístas, não pode ser escutada por Deus.
ATUALIZAÇÃO ♦ O batismo é a opção por Cristo e pela proposta de vida nova que Ele veio apresentar; é escolher a “sabedoria de Deus” e passam a conduzir a sua vida pelos critérios de Deus. Num mundo que se constrói, tantas vezes, à margem de Deus, os cristãos devem ser os rostos dessa vida nova que Deus quer oferecer ao mundo.
♦ Tiago avisa: a opção pela “sabedoria do mundo” não é um caminho para a realização plena do homem; só gera infelicidade, desordem, guerras, rivalidades, conflitos, morte. Nós temos de estar permanentemente num processo de conversão para que a “sabedoria do mundo” não ocupe todo o nosso coração e não nos impeça de atingir a vida plena.
♦ A ambição, a inveja, o orgulho, a competição, o egoísmo, criam divisões e destroem a comunidade.
♦ Quando o coração está cheio da “sabedoria do mundo”, a nossa oração torna-se egoísta, nossos pedidos se destinam a satisfazer as nossas ambições, os nossos interesses pessoais. Antes de falar com Deus, precisamos aprender a ver o mundo com os olhos de Deus. Só então a nossa oração fará sentido: será um diálogo de amor e de comunhão, através do qual escutamos Deus, percebemos os seus planos, acolhemos essa vida que Ele nos quer oferecer.

Pe. Joaquim, Barbosa, Pe. Carvalho

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O Maior

Com freqüência, as pessoas se deixam levar pela "sabedoria do mundo" e lutam com todas as forças para conseguir prestígio e poder...
Essa busca provoca muitos conflitos...
- O que nos diz a "Sabedoria de Deus"?

A 1a Leitura apresenta a atitude permanente do "ímpio" contra o "justo".
Sua presença, suas repreensões e sua conduta são incômodas...
Por isso, o condenarão com uma morte ignominiosa... (Sb 2,12.17-20)

Acena para a "morte vergonhosa" do Messias.
No século 1º aC, os judeus praticantes de Alexandrina são hostilizados pelos pagãos e desprezados pelos judeus não praticantes.
Isso provocou muitos conflitos entre eles.
O autor sagrado reflete sobre o destino dos "justos" e dos "ímpios".

No Evangelho Jesus anuncia sua paixão e morte e dá a seus discípulos uma lição de humildade e serviço.
Servir os pobres e as CRIANÇAS é servir o Senhor. (Mc 9,30-37)

- Ao longo da "Caminhada para Jerusalém",  Jesus vai catequizando os discípulos, ensinando-lhes que o projeto do Pai não passa por esquemas de poder e de domínio:
  Jesus faz o 2 º Anúncio da Paixão.
- Os Apóstolos não concordam e fecham-se num estranho silêncio: "Tinham medo de interrogá-lo..."
  Logo a seguir, surge uma animada discussão, um forte conflito, que revela a ambição de poder nos discípulos de Jesus…
- Chegando a Cafarnaum, Jesus questiona o assunto da conversa: "O que vocês estavam discutindo no caminho?"
- E eles: "Ficaram calados, porque no caminho  tinham discutido quem seria o maior".

Jesus aponta o CAMINHO para ser o maior... :

1) Em primeiro lugar, o espírito de SERVIÇO... "Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e o servo de todos".

* A Comunidade cristã não o lugar apropriado para alcançar um posto de honra ou um lugar de prestígio e poder.
É o lugar onde cada um deve celebrar a própria grandeza, servindo os irmãos.
Só é grande quem é capaz de servir e de oferecer a vida aos seus irmãos.
- O que isso significa em nossa comunidade?

2) Em seguida, aponta o Modelo da CRIANÇA:        "Pegou uma criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a, disse:  Quem acolher em meu nome uma dessas crianças,  é a mim que estará acolhendo..."
* Ser grande no Reino é ser pequeno e servir os pequenos.
   O discípulo é grande, não quando tem poder ou autoridade sobre os outros,  mas quando abraça os pequenos, quando acolhe os carentes,  os marginalizados, oprimidos, injustiçados e por eles se interessa.
    - Quais são as crianças (ou "como crianças") que devemos abraçar?

+ Os conflitos continuam...
    E Cristo nos questiona: "Por que estais discutindo?"

Na Sociedade competitiva, em que vivemos, desde pequenos nos passam a idéia de que, se não tivermos beleza, inteligência, riqueza, simpatia, nunca conseguiremos sucesso na vida.
- O que admiramos numa criança: o poder, a riqueza, a sabedoria humana, ou a simplicidade, a transparência?

Na família?
- Há divisões, conflitos… ciúmes… separações… Por que?
  Quando um ganha, os dois perdem!... Não há vencedores...

Na Comunidade?
- Também há discussões, críticas, ambições, rivalidades?
- Por que? Onde está a raiz de tudo?
- Desejo consciente ou inconsciente de ser o MAIOR?
- Busca de cargos, títulos, honrarias ou elogios?

Tiago, na 2a leitura, denuncia a desunião na sua comunidade e aponta a raiz de tudo isso: 
"Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e  toda a espécie de obras más…"  (Tg 3,16-4,3)
Uma oração realizada nesse clima não pode ser escutada por Deus...

+ Na comunidade cristã, quem são os primeiros?

As palavras de Jesus são claras: "Quem quiser ser o primeiro, seja o último e o servo de todos".

- Na comunidade cristã, a única grandeza é a grandeza de quem,  com humildade e simplicidade, faz da própria vida um serviço aos irmãos.

- Na comunidade cristã não há donos, nem grupos privilegiados,  nem pessoas mais importantes do que as outras,
  nem distinções baseadas no dinheiro, na beleza, na cultura, na posição social...

- Na comunidade cristã há irmãos iguais,  a quem a comunidade confia serviços diversos em vista do bem de todos.
  Aquilo que nos deve mover é a vontade de servir e de partilhar com os irmãos os dons que Deus nos concedeu.

* Qual é o tipo de grandeza que estamos procurando?
* Aos olhos de Deus, ou apenas aos olhos dos homens?

                                             Pe. Antônio Geraldo

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HOMILIA DO PE. PEDRINHO:

O livro da Sabedoria nos mostra o que é ser sábio; o sábio distingue o que é ímpio e o que é justo. Hoje, o que mais se ouve é: “eu quero justiça”. Isto se ouve na tv, nos jornais. O que será que a pessoa entende quando diz que quer justiça? Aqui, no Livro da Sabedoria, nos diz algo que é muito importante; “vamos pô-lo a prova, com ofensas e torturas para ver se a sua serenidade e provar a sua paciência”.  Talvez, o que tenha faltado para nós é exatamente a paciência. Veja no trânsito, se alguém não percebeu que o farol abriu, leva muitas buzinadas... alguém que está na fila e o caixa se enrola um pouco, já é o suficiente para irritar a muitos... é evidente que vivemos num mundo meio louco, mas se de fato professamos a nossa fé, a nossa conduta precisa ser pautada pela fé e precisa ser pautada pela Palavra de Deus. Caso contrário, não seremos diferentes dos outros. Claro, de verdade, precisamos refletir com profundidade.
Agora, São Tiago vai além; ele diz assim: “onde houver inveja e rivalidade, aí está a desordem e toda espécie de obras más. É muito interessante observar e aqui é apenas uma reflexão. Não cabe a mim julgar as condutas das pessoas, mas cada vez é mais difícil encontrar uma casa onde existe apenas uma conta bancária; cada um tem a sua conta. E cada um vai precisar partilhar as despesas da casa. Aí, neste gesto simples, começa a rivalidade; “porque você gasta menos do que eu e eu tenho que pagar a conta de luz do meu bolço? A família, a razão primeira da família, a palavra família significa FAMINTOS, são aqueles que se reúnem para defender-se da fome. Portanto, família é um grupo de pessoas que se unem, para se ajudarem a viver melhor. Se ninguém ajuda ninguém, não há razão de ter família. Por isso, a família hoje passa por uma profunda crise, porque os filhos não foram educados para a colaboração com os pais. Depois que se casam, não têm sequer o hábito de visita-los. Se não há uma sensibilidade de encontrar o outro, quanto mais ser solidário nas dificuldades. Tudo aquilo que coopera para uma competição, acaba virando rivalidade. Aí, diz São Tiago: “A sabedoria que vem do alto é pura, o discernimento entre o que é justo e o que é ímpio, vem de uma pureza. Mesmo que você estiver julgando errado, mas seu coração está puro, não é julgamento maldoso. Não é parcial nem tendencioso. Ele vai mais além: “pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e fingimento. O fruto da justiça é semeado NA PAZ”. Ora, então, onde não há paz, não há justiça. E onde não há justiça também não há paz. Qualquer proposta que a Igreja Católica Apostólica apresenta para o mundo, ela é bombardeada de todos os lados. Basta que alguém ponha uma estampa de Maomé e todo o lugar é jogado fogo e jogado bombas. Não vou julgar os mulçumanos, mas nós aprendemos com a história que não se resolve as coisas a partir da violência. Nós mesmos, em nome de Jesus Cristo, já geramos muita violência. Nós, vamos seguindo adiante com resignação buscando o diálogo e a paz. Percebemos no passado, um pouco distante, mas percebemos que o caminho da violência não leva à justiça. Isto, então, também na família, também na relação social que nós temos. Como então, sobreviver e vencer esta tentação? Porque é algo quase instintivo, você me ofender, eu devolvo. Agente nem faz por mal, é um habito.  É uma reação que acontece mesmo sem agente perceber.
É aí que entra a figura de Jesus. É evidente que Jesus é o modelo para qualquer situação, mas hoje Ele chama a atenção para um ponto específico: “Nós estamos indo para Jerusalém. Lá, o Filho do Homem será entregue nas mãos dos pecadores”.  Qual é a reação de quem ama uma pessoa? Não mede esforços para defender esta pessoa. Jesus começa a chamar a atenção dizendo: “vocês não se preocupem, que a última palavra é sobre a vida. Mas, Ele ressuscitará. Talvez esteja preparando os discípulos para não reagirem, como Pedro reagiu puxando uma espada e cortando a orelha do servo do sumo sacerdote. Jesus vai dizer: “coloque a espada na bainha”. “Será que se Ele não quisesse, teria todos os anjos para me defender”? Então, talvez Jesus estivesse preparando os discípulos, para diante de sua morte, não reagir de forma violenta. Mas, o texto diz que eles não compreenderam isto. Eles estavam debatendo quem seria o maior, chegando em Jerusalém.  Eles tinham a plena esperança, de que, Jesus ia chegar em Jerusalém, colocar os romanos para fora e instalar o novo reino, aonde cada um dos doze teria um ministério. Eles já estavam discutindo entre si, quem é que iria ocupar tal lugar. Aí, Jesus coloca um critério: quem quer ser o mais importante, o maior, é o que servir mais. Aqui é um desafio para todos nós. Porque, muitas vezes, aceitamos racionalmente isto, mas, depois, na prática, não somos assim não. Eu já vi muita gente dizer: “é assim que você reconhece tudo aquilo que eu fiz por você”? – “nem um muito obrigado me deu”? ora, o serviço é disponibilidade.
Mas, Jesus vai mais fundo: “Quem não for igual a uma criança, e aqui é ótimo, porque amamos tanto as crianças, mas elas não têm poder nenhum! Nós amamos do nosso jeito. Elas não decidem para onde iremos viajar, elas não decidem em que banco abriremos a conta, elas não decidem o que iremos comprar ou alugar, elas não decidem se vamos trocar o carro ou não, elas não decidem, sequer, o almoço do domingo. Eu, pessoalmente, acho que é assim mesmo, porque é com a maturidade que você vai aprendendo a decidir as coisas.
Então, a criança se torna um modelo, um sinal, um símbolo, para cada um de nós. Quando tomar alguma decisão, que seja aquela que beneficie a todos, ou ao menos a maioria. Porque é assim que nós nos preocupamos, em ter a nossa decisão que não prejudique o outro.
Então, meus irmãos e irmãs, a liturgia de hoje nos chama a atenção para muitos aspectos da nossa caminhada de vida. Mas, tudo isso, para que? O justo ressuscitará. Isto está no livro dos Macabeus. Hoje temos muitos sétimo dia. Que bom crermos na ressurreição. Isto nos dá esperança de que a vida não foi em vão e nos ajuda a compreender qual é a nossa missão no mundo: ser este sinal de justiça para semear a esperança de que a justiça prevalecerá sempre. Mas quando? Aí depende de nossa atitude e de nosso testemunho, convencendo as pessoas a trabalhar em prol desta justiça, a partir de nossa conduta.
Que a Eucaristia e a Palavra de Deus nos dê força e coragem, para vivermos o que refletimos.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO.
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Homilia de D. Henrique Soares
O caminho do Reino passa pela cruz, passa pela morte e chega à plenitude da vida na ressurreição. Um messias na linha da teologia da prosperidade do Edir Macedo e do RR Soares. Nada mais distante de Cristo que esse tipo de coisa! os discípulos, seguindo-o com os pés, próximos fisicamente, estão com o coração muito longe do Senhor. Que perigo, pensarmos que somos cristãos, que seguimos Jesus, e estarmos com o coração bem longe do Mestre! 
A linguagem da cruz continua difícil, dura, inaceitável para nós. O caminho da cruz se faz na aceitação dos caminhos de Deus, na doença e na morte, nas perdas que a vida nos apresenta, nos momentos de escuridão, de silêncio do coração e de aparente ausência de Deus... Todas essas coisas nos põem à prova, como o justo provado da primeira leitura deste hoje. É a vida, são os acontecimentos, são os outros que nos provam: “Armemos ciladas aos justos... Jesus passou por esse caminho, fez essa experiência em total obediência à vontade do Pai. E nos convida a segui-lo no hoje, no aqui da nossa vida. Nossa tentação é a dos primeiros discípulos: um cristianismo fácil, que não custe o preço da cruz! Se assim for, como estaremos longe de Jesus, como não o conheceremos! Ele nos dirá: “Apartai-vos de mim!” (Mt 7,23). 
Caros irmãos, como suportar a dureza da cruz? Como amá-la? Ninguém pode amar a cruz pela própria cruz. Cristo amou sua cruz e a abraçou por amor total ao Pai, por fidelidade. Nós somente poderemos compreender a linguagem da cruz por um amor apaixonado pelo Senhor Jesus. É o amor ao Senhor que torna a cruz aceitável! Sem o amor ao Senhor, a cruz é louca e desumana! Com Jesus e por causa de Jesus, a cruz é a libertação da vida. É o amor a Jesus que torna doce o que é amargo neste vida! 
Não se pode ser cristão sem paixão pelo Senhor! Como se consegue isso? Estando com ele na oração, aprendendo a contemplá-lo no Evangelho, alimentando sua lembrança, procurando a graça nos sacramentos, na Eucaristia, lutando vencer os sentimentos, os instintos e no esforço de fazer a vontade do Senhor... Sem esses exercícios não há amor, sem amor não há como compreender a cruz e sem tomar a cruz com e por Jesus não há cristão! Quando vier a crise, trairemos o Senhor e faremos do nosso jeito... 
            Então - por que o Senhor quer nos fazer passar pela cruz? porque somos egoístas, imaturos! Tiago traça um perfil da nossa realidade: guerras, paixões, disputas, autoafirmação, desordens e toda espécie de obras más... Ora, isso tudo nos fecha para Deus, nos joga na idolatria do ter, do poder, do prazer, da autossuficiência de pensar que somos deuses... É a cruz do Senhor quem nos purifica, nos corrige e nos liberta de verdade. Não há outro caminho... “Quem quiser seu meu discípulo tome a sua cruz e siga-me” ! 
Caríssimos, tenhamos coragem! Na docilidade ao Espírito Santo que o Senhor nos concedeu, teremos tal união com o Senhor Jesus, que tudo poderemos e suportaremos. Foi esse o caminho dos santos de Deus de todos os tempos; é esse o caminho... Que o Senhor nos conceda por sua graça.

SALMO  53 (54) É o Senhor quem sustenta minha vida! • Pois contra mim orgulhosos se insurgem, / e violentos perseguem-me a vida: / Quem me protege e me ampara é meu Deus;
Que Maria nos ajude e nos ensine o caminho da humildade e da obediência a Deus.

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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (diáconos e ministros da Palavra):






 LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA CONVOSCO... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR NOSSO DEUS...
- Por Jesus, COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Deus de amor, dai-nos da vossa Sabedoria.
- Deus nosso Pai, Nós Vos  louvamos porque vos deixais encontrar por aqueles que Vos procuram. Ajudai-nos para que vivamos segundo a vossa vontade. Nós Vos pedimos: que o Vosso Espírito nos guie e nos livre dos caminhos do mal.
T: Deus de amor, dai-nos da vossa Sabedoria.
- Senhor, nós Vos bendizemos pelos ensinamentos de Vosso Filho: a nossa vida, a nossa alegria e a nossa felicidade, sois Vós. - Pai, ajudai-nos a ver os valores de vosso Reino e a felicidade de vos servir.
T: Deus de amor, dai-nos da vossa Sabedoria.
- Pai, Jesus recorda-nos  que sois Deus de bondade e misericórdia. Abri os nossos olhos e os nossos corações para que saibamos contribuir na construção do Reino. Ajudai-nos a sermos mais justos e fraternos. Dái-nos coragem para que cumpramos nossa tarefa na construção do Reino.
T: Deus de amor, dai-nos da vossa Sabedoria.
-: PAI NOSSO... A Paz de Cristo... Cordeiro de Deus...