quinta-feira, 13 de setembro de 2018

24º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO B, homilias, subsídios homiléticos


24º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO B 2015 (Adaptado pelo Diácono Ismael)
SINOPSE:
Tema: “Tome a sua cruz e me siga.”
Primeira leitura: um profeta que confia no Senhor mesmo na perseguição e morte. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.
No Evangelho, Jesus é apresentado como o Messias libertador. Jesus mostra que o caminho da vida verdadeira não passa pelos triunfos, mas pelo amor e pelo dom da vida (até à morte); quem quiser ser seu discípulo, tem de aceitar percorrer um caminho semelhante.
A segunda leitura lembra que seguir de Jesus  é com gestos concretos de amor, partilha, serviço  e solidariedade para com os irmãos.
PRIMEIRA LEITURA (Is 50,5-9a) Leitura do livro do profeta Isaías.
O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba: não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. Mas o Senhor Deus é meu auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado. A meu lado está quem me justifica; alguém me fará objeções? Vejamos. Quem é meu adversário? Aproxime-se. Sim, o Senhor Deus é meu auxiliador; quem é que me vai condenar?

AMBIENTE - Deutero-Isaías (cf. Is 40-55). Babilônia. Entre 550 e 539 A.C. Livro da Consolação. O texto é parte do terceiro cântico do “servo de Jahwéh”.
MENSAGEM - O profeta numa entrega total aos desígnios de Deus. Por ser fiel, conheceu a prisão e a tortura. Confia no Senhor e sabe que não ficará desiludido.
ATUALIZAÇÃO •  Para os primeiros cristãos Jesus foi esse “Servo de Deus” que entrou em choque com as forças da opressão e da injustiça, que foi torturado e maltratado porque incomodava os poderosos, … mas Deus ressuscitou e glorificou –O exemplo de Jesus mostra que uma vida colocada ao serviço dos projetos de Deus não termina no fracasso, mas na ressurreição que gera vida nova.
• Para o “Servo de Jahwéh”, Deus é a “rocha segura” que o crente se pode agarrar quando tudo cai. • O “Servo” sofredor mostra-nos o caminho: a vida posta ao serviço da libertação dos pobres não é perdida.

SALMO RESPONSORIAL / 114 (116A)
Andarei na presença de Deus, / junto a ele na terra dos vivos.
• Eu amo o Senhor, / porque ouve o grito da minha oração. / Inclinou para mim seu ouvido / no dia em que eu o invoquei.
• Prendiam-me as cordas da morte, / apertavam me os laços do abismo; / invadiam-me angústia e tristeza; / eu então invoquei o Senhor: / “Salvai, ó Senhor, minha vida!”
• O Senhor é justiça e bondade, / nosso Deus é amor compaixão. / É o Senhor quem defende os humildes: / eu estava oprimido e salvou-me.
• Libertou minha vida da morte, / enxugou de meus olhos o pranto / e livrou os meus pés do tropeço. / Andarei na presença de Deus, / junto a Ele na terra dos vivos.

EVANGELHO (Mc 8,27-35) Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias.”Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito. Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos Sumos Sacerdotes e doutores da lei; devia ser morto e ressuscitar depois de três dias. Ele dizia isso abertamente. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai pra longe de mim, satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”. Então chamou a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”.
AMBIENTE - “Tu és o Messias”. No entanto, Jesus não veio ao mundo para cumprir um destino de triunfos e de glórias humanas, mas para oferecer a sua vida em dom de amor aos homens. Ponto alto desta “catequese” é a afirmação do centurião romano junto da cruz: “Este homem era o Filho de Deus” (Mc 15,39). 
MENSAGEM Pedro dá voz à comunidade: Jesus é o Messias libertador que Israel esperava; Jesus explica que a sua missão passa pela cruz (como dom da vida, por amor). (“João Baptista”, “Elias”, ou “algum dos profetas”). Na perspectiva dos “homens”, Jesus é apenas um homem bom, justo, generoso, que Se esforçou por ser um sinal vivo de Deus, como tantos outros homens antes d’Ele.  A opinião dos discípulos vai muito além. Pedro resume na expressão: “Tu és o Messias”. Ele é esse libertador que Israel esperava, enviado por Deus para libertar o Povo oferecer a salvação definitiva. No entanto, o título de Messias estava conotado com esperanças político-nacionalistas. Por isso, os discípulos recebem ordens para não falarem disso a ninguém. Era preciso completar a catequese sobre o Messias e a sua missão, para evitar perigosos equívocos.
Na segunda parte, há duas questões. A primeira que o seu messianismo passa pela cruz; a segunda  é uma instrução sobre as exigências de ser discípulo de Jesus. A oposição de Pedro significa que a sua compreensão do mistério de Jesus ainda é imperfeita. Para ele, a missão do “messias, Filho de Deus” é uma missão gloriosa e vencedora; a vitória não pode estar na cruz e no dom da vida. Jesus dirige-se a Pedro com dureza, pois é preciso que os discípulos corrijam a sua perspectiva de Jesus e do plano do Pai que Ele vem realizar. O plano de Deus não passa por triunfos humanos, nem por esquemas de poder e de domínio; mas o plano do Pai passa pelo dom da vida e pelo amor até às últimas consequências. Pedro está repetindo as tentações no início do seu ministério; por isso, Jesus responde a Pedro: “Vai-te, Satanás”.
Depois de anunciar o seu caminho, Jesus convida os seus discípulos a seguir o mesmo caminho. Quem quiser ser discípulo, tem de “renunciar a si mesmo”, “tomar a cruz” e seguir Jesus no caminho do amor, da entrega e do dom da vida.
É renunciar ao egoísmo e autossuficiência, para fazer da vida um dom a Deus e aos outros. O cristão não pode viver preocupado apenas nos seus sonhos pessoais, de riqueza, de segurança, de bem estar, de domínio, de êxito, de triunfo… O cristão deve fazer da sua vida um dom a Deus e aos irmãos. Só assim ele poderá ser discípulo de Jesus e integrar a comunidade do Reino.
O “tomar a cruz”  e segui-lo é a expressão de um amor total, que se dá até à morte. Significa a entrega da própria vida por amor. É ser capaz de gastar a vida por amor a Deus e para que os irmãos sejam felizes. Oferecer a vida por amor não é perdê-la, mas ganhá-la. A vida verdadeira Deus oferece a quem vive de acordo com as suas propostas.
ATUALIZAÇÃO • Quem é Jesus? Muitos vêem em Jesus um homem bom, um  “mestre” de moral, um revolucionário preocupado em construir uma sociedade mais justa e mais livre, que procurou promover os pobres e os marginais e que foi eliminado pelos poderosos.
•  A lógica dos homens aposta no poder, no domínio, no triunfo, no êxito;
. A lógica de Deus aposta na entrega da vida a Deus e aos irmãos; garante-nos que a vida só faz sentido se assumirmos os valores do Reino e vivermos no amor, na partilha, no serviço, na solidariedade, na humildade, na simplicidade.
• Ser cristão é bem mais do que ser batizado, ter casado na igreja … Ser cristão é seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida;  é aquele que renuncia a si mesmo e que toma a mesma cruz de Jesus.
• O que é “renunciar a si mesmo”? É não deixar que o egoísmo, o orgulho, o comodismo, a autossuficiência dominem a vida. O seguidor de Jesus vive para Deus e na solidariedade, na partilha e no serviço aos irmãos.
• O que é “tomar a cruz”? É amar até às últimas consequências (gastando o seu dia-a-dia na construção do Reino) para que os seus irmãos sejam mais livres e mais felizes. Por isso, o cristão luta contra a injustiça, a exploração, a miséria,  mesmo que isso signifique represálias dos poderosos.

SEGUNDA LEITURA (Tg 2,14-18) Leitura da Carta de Tiago.
Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé seria então capaz de salvá-lo? Imaginai que um irmão ou uma irmã não tem o que vestir e que lhes falta a comida de cada dia; se então alguém de vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos”, e: “Comei à vontade”, sem lhes dar o necessário para o corpo, que adiantará isto? Assim também a fé, se não se traduz em obras, por si só está morta. Em compensação, alguém poderá dizer: “Tu tens a fé e eu tenho a prática! Tu, mostra-me a tua fé sem as obras, que eu te mostrarei a minha fé pelas obras!”

AMBIENTE - A fé concretiza-se no amor ao próximo; a fé expressa-se, não através de ritos, mas através de ações concretas em favor do homem.
MENSAGEM - A tese do autor é que a fé sem obras não serve para nada.
Paulo, na Carta aos Romanos, considera que “é pela fé que o homem é justificado, independentemente das obras da Lei” (Rom 3,28); (Lutero: salvação pela fé). No texto da Carta de Tiago ele quer dizer é que a fé tem de traduzir-se em ações concretas de compromisso com o mundo e com os homens. Se isso não acontecer, essa fé é apenas uma declaração de boas intenções, mas que não passa de uma farsa sem valor e sem conteúdo. Essa vida, interiorizada e assumida, tem de transparecer em gestos de amor, de solidariedade, de fraternidade, de serviço, de partilha, de perdão. Se isso não acontece, quer dizer que a fé é uma mentira.
Os bonitos discursos que fazemos não passam de belas palavras que podem não significar nada. Quando um irmão tem fome, ou não tem que vestir, ou está a sofrer, é preciso ir ao seu encontro e manifestar-lhe, com gestos concretos, o nosso amor, a nossa solidariedade, a nossa fraternidade. A nossa religião tem de manifestar-se na vida e tem de transparecer nos nossos gestos.
ATUALIZAÇÃO •  O que caracteriza um cristão não é o conhecimento de belas fórmulas que expressam uma determinada ideologia, nem o cumprimento de ritos vazios, nem uma assinatura feita no livro de batismo da paróquia, mas é a adesão a Cristo. Ora, aderir a Cristo (fé), significa seguir Cristo no caminho do amor a Deus e da entrega total aos irmãos. A nossa caminhada cristã não é um processo teórico de belas palavras; mas é um compromisso efetivo com Cristo que tem de se traduzir em gestos concretos em favor dos irmãos.
• Que gestos são esses? São os mesmos gestos que Cristo realizou e que o tornaram um sinal de Deus. Cristo lutou pela justiça e pela verdade, denunciou tudo aquilo que escravizava o homem e o impedia de ser feliz, foi ao encontro dos marginalizados e manifestou-lhes o amor de Deus, realizou gestos de serviço e de partilha, distribuiu o perdão e a paz, ofereceu a sua própria vida para salvar os seus irmãos. Assim, quem segue a Cristo tem de lutar contra as estruturas que geram injustiça e opressão; tem de acolher e amar aqueles que a sociedade marginaliza e rejeita; tem de denunciar uma sociedade construída sobre esquemas de egoísmo e de mostrar, com o seu testemunho, que só a partilha e o amor tornam o homem feliz; tem de quebrar a espiral da violência e do ódio e propor a tolerância e o amor…
• Por vezes há uma profunda dicotomia, nas nossas comunidades cristãs, entre a fé e a vida. Na vida da comunidade, há desunião, há conflito, há falta de solidariedade, há indiferença para com as necessidades do irmão, há críticas destrutivas, há palavras que ferem e afastam os outros, há gestos de arrogância, há falta de amor… De acordo com os ensinamentos da Carta de Tiago, a nossa religião será verdadeira se não se traduzir em gestos concretos de amor e de fraternidade?
Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
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Primeiro. A pergunta de Jesus: “Quem dizem os homens que eu sou?” Notem que as respostas são muitas: umas erradas, outras imprecisas, nenhuma satisfatória.
Segundo: “E vós, quem dizeis que eu sou?”: quem é Jesus para mim? Que papel desempenha na minha vida? nossa sociedade ocidental vira as costas para o Cristo, julgando-o anacrônico e ultrapassado.
Terceiro. Pedro respondeu: “Tu és o Messias!”, “Tu és o Cristo, o Esperado de Israel, aquele que Deus prometera aos nossos Pais!” em São Mateus, Jesus declara: “Não foi carne nem sangue que te revelaram isto, mas o meu Pai que está nos céus” (Mt 16,15). Aqui é muito importante compreender que a nossa fé é pessoal, mas nunca individual: cremos na fé da Igreja, cremos no Cristo da Igreja, cremos como Igreja e com a Igreja. Uma outra fé, um outro Cristo seriam triste ilusão!
Quarto. “Jesus proibiu-lhes de falar a seu respeito”. havia o perigo de pensar o messias do sucesso, das curas, dos shows da fé, dos palanques políticos, etc. Jesus somente afirmará de modo público que é o Messias quando estiver preso, amarrado, diante do Sumo Sacerdote. Aí já não haverá ocasião para engano. Também nós, muitas vezes, não temos a tentação de querer um Cristo do nosso modo, sob a nossa medida, para nosso consumo? Amamos o Cristo como ele é ou como gostaríamos? Estamos realmente dispostos a ir com ele até o fim, crendo nele e nele nos abandonando?
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Tome a sua Cruz
Nesse mês dedicado à Bíblia, somos convidados a valorizar ainda mais a Palavra de Deus em nossa vida.

O tema central das leituras bíblicas de hoje é:
- O Caminho escolhido por Cristo e
- O Caminho apontado por Cristo a seus seguidores...

A 1a leitura fala do "Servo de Javé" (Is 50,5-9)

- Os judeus tinham uma idéia triunfalista do Messias… esperavam um grande rei, que iria devolver ao povo glórias perdidas...  um personagem importante, que iria resolver todos os problemas…
Nunca imaginaram um messias humilde e sofredor…
- Isaías apresenta um profeta anônimo, chamado por Deus a testemunhar a Palavra da salvação e que, para cumprir essa missão, enfrenta a perseguição, a tortura, a morte. Mas Ele confia no Senhor.
Por isso, mesmo quando acusado, tem certeza da vitória.

* Os primeiros cristãos viram neste "Servo Sofredor" a figura de Jesus.

No Evangelho, Jesus faz o 1º Anúncio da Paixão. (Mc 8,27-35)

O texto reflete a  mentalidade triunfalista dos judeus e dos apóstolos.
Tem três partes: A Confissão de Pedro, o Anúncio da Paixão e o Convite de Jesus para seu Seguimento e as Condições…

Jesus está a CAMINHO de Jerusalém:

1) Uma pergunta: Quem é Jesus?
    - Para o Povo: É apenas um HOMEM, convocado por Deus e enviado ao mundo com uma missão,
      como os PROFETAS do Antigo Testamento.
    - Para o Grupo: É o MESSIAS libertador que Israel esperava...  Pedro acerta na resposta... mas erra logo em seguida na prática...

2) O CAMINHO de Jesus:
  - Jesus explica aos discípulos que a sua Missão messiânica passa pela CRUZ.
  - Pedro reage e tenta afastar Jesus do Plano do Pai.
  - Jesus lhe responde: "Vai para trás de mim, Satanás..."

3) O CAMINHO dos discípulos: é semelhante...
- Deve RENUNCIAR a si mesmo, tomar a CRUZ e SEGUIR Jesus,  no caminho do Amor, da entrega e do dom da Vida.  Quem é capaz de dar a vida a Deus e aos irmãos, ganha a vida eterna...

* O texto nos ilustra a lógica dos homens (Pedro) e a lógica de Deus (Jesus).
- A lógica dos homens aposta no poder, no domínio, no êxito, dinheiro, fama...
- A lógica de Deus aposta na entrega da vida a Deus e aos irmãos, assumindo os valores do Reino e vivendo no amor, na partilha,  no serviço, na solidariedade, na humildade, na simplicidade.

QUEM É JESUS?

+ O que "os homens" dizem de Jesus?

- Muitos vêem em Jesus um HOMEM bom, um MESTRE admirável,  um grande LIDER REVOLUCIONÁRIO,
  preocupado em construir uma sociedade mais justa e fraterna.   "Um homem" extraordinário... mas um HOMEM apenas.

+ Quem é Cristo para nós?

Aproxima-se a abertura do "Ano da Fé", anunciado por bento XVI e a pergunta de Cristo aos discípulos no evangelho, é muito atual: "Mas vós, quem dizeis que eu sou?"
Jesus não deseja que paremos naquilo que se diz dele, mas que tenhamos um encontro pessoal com ele e o sigamos.

+ Cristo continua a convidar discípulos para segui-lo...
E as condições são ainda hoje as mesmas: Renúncia e Cruz...
Sem a Cruz, é impossível entender quem é Jesus e o que significa segui-lo.

Na 2ª Leitura Tiago lembra que o seguimento de Jesus se realiza com gestos concretos de amor, de partilha, de serviço e de solidariedade. (Tg 2.14-18)


O que significa a Cruz em nossa vida?
Uma desgraça… Ou uma oportunidade de libertação e de salvação?
- Renunciamos a nós mesmo em favor dos outros?
  Ou talvez somos nós uma CRUZ  para os outros ?

Nós carregamos a cruz toda vez que sacrificamos a nós mesmos para praticar o bem e fazer alguém feliz.

- Sinto-me de fato um "Seguidor de Cristo?"
                                             Pe. Antônio Geraldo

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Homilia de D. Henrique Soares
O Evangelho que acabamos de ouvir apresenta-nos, caríssimos, alguns dos aspectos mais essenciais da nossa fé cristã, aspectos que jamais poderemos esquecer se quisermos ser realmente fiéis a Nosso Senhor. Vejamo-los um a um:
Primeiro. A pergunta de Jesus: “Quem dizem os homens que eu sou?” Notem que as respostas são muitas: umas erradas, outras imprecisas, nenhuma satisfatória. Estejamos atentos a este fato: somente a razão humana, entregue às suas próprias forças, jamais alcançará verdadeiramente o mistério de Cristo. A verdade sobre o Senhor, sua realidade mais profunda, sua obra salvífica, o mistério de sua pessoa e de sua missão, sua absoluta necessidade para que o mundo encontre salvação, vida e paz somente podem ser compreendidos à luz da fé, isto é, daquela humilde atitude de abertura para o Senhor que nos vem ao encontro e nos fala. O homem fechado em si mesmo, preso no estreito orgulho da sua razão, jamais poderá de verdade penetrar no mistério de Cristo e experimentar a doçura de sua salvação. Quanto já se disse de Jesus; quanto se diz hoje ainda: já tentaram descrevê-lo como um simples sábio, como um homem bom e justo, como uma espécie de pacifista, como um pregador de uma moral humanista, como um revolucionário, o primeiro comunista, como um hippie, etc. Nós, cristãos, não devemos nos iludir nem nos deixar levar por tais visões do nosso Divino Salvador. Jesus é e será sempre aquilo que a Igreja sempre experimentou, testemunhou e ensinou sobre ele: o Filho eterno do Pai, Deus com o Pai e como o Pai, o Messias, o único Salvador da humanidade, através de quem e para quem tudo foi criado no céu e na terra. Qualquer afirmação sobre Jesus que seja menos que isso, não é cristã e deve ser rejeitada claramente pelos cristãos!
Segundo. Ante as opiniões do mundo, o Senhor dirige a pergunta a nós, seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Em cada geração, todos nós e cada um de nós devemos responder quem é Jesus. Não se trata de uma resposta somente teórica, teológica, digamos assim. Trata-se de uma resposta que deve ter sérias repercussões na nossa vida. Então: quem é Jesus para mim? Que papel desempenha na minha vida? Como me relaciono com ele? Amo-o? Procuro-o na oração, procuro de todo o meu coração viver na sua palavra? Estou disposto a construir minha existência de acordo com a sua verdade? Deixo-me julgar por ele ou eu mesmo, discretamente, procuro julgá-lo? São perguntas muito atuais, caríssimos, sobretudo hoje, quando nossa sociedade ocidental vira as costas para o Cristo, julgando-o anacrônico e ultrapassado. Agora que a nossa cultura já não considera mais Jesus como aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, mas julga que a própria razão humana, com seus humores e pretensões, é que é a Verdade e a Luz, é, mais que nunca, essencial que nós proclamemos com a vida, com a palavra e com os costumes que Jesus é realmente o nosso Senhor, o nosso critério, a nossa única Verdade!
Terceiro. Pedro respondeu quem é Jesus: “Tu és o Messias!”, isto é, “Tu és o Cristo, o Esperado de Israel, aquele que Deus prometera aos nossos Pais!” Recordai, meus caros, que na mesma passagem, em São Mateus, Jesus declara claramente: “Não foi carne nem sangue que te revelaram isto, mas o meu Pai que está nos céus” (Mt 16,15). Insisto: somente o Pai, na potência do Santo Espírito que habita em nós e na Igreja como um todo, é que pode revelar-nos quem é Jesus. A fé não é uma experiência acadêmica, não é fruto de estudos, não se resume a uma especulação teológica. Para um cristão, crer é entrar na experiência que há dois mil anos a Igreja vem fazendo na Palavra, nos sacramentos, na vida de cada dia: a experiência do Cristo Senhor, que foi morto pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa vida e justificação. Quem se coloca fora dessa fé, da fé da Igreja, já não é realmente cristão! Aqui é muito importante compreender que a nossa fé é pessoal, mas nunca individual: cremos na fé da Igreja, cremos no Cristo da Igreja, cremos como Igreja e com a Igreja. Uma outra fé, um outro Cristo seriam triste ilusão!
Quarto. O Evangelho nos surpreende com uma afirmação: “Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito”. Por quê? Porque havia o perigo de pensar nele como um messias glorioso, um messias como os sonhos dos judeus haviam fabricado: o messias do sucesso, das curas, dos shows da fé, dos palanques políticos, etc. Jesus somente afirmará de modo público que é o Messias quando estiver preso, amarrado, diante do Sumo Sacerdote. Aí já não haverá ocasião para engano. Mas, aqui a pergunta? Também nós, muitas vezes, não temos a tentação de querer um Cristo do nosso modo, sob a nossa medida, para nosso consumo? Amamos o Cristo como ele é ou o renegamos quando não faz como gostaríamos? Estamos realmente dispostos a ir com ele até o fim, crendo nele e nele nos abandonando?
Quinto. Exatamente para deixar claro que tipo de Messias ele é, Jesus começa a dizer “que o filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado; devia ser morto e ressuscitar depois de três dias. Ele dizia isso abertamente”. Eis, caríssimos, o tipo de Messias, o tipo de Salvador, o tipo de Deus que Jesus é! Será que nos interessa? Estamos nós dispostos a seguir um Mestre assim?
Sexto. Não será a nossa a mesma atitude de Pedro, que repreende Jesus, que desejaria um mestre mais racional, mais palatável, menos radical? Não é essa a maior tentação nossa: um Cristo sem cruz, um cristianismo sem renúncia, uma vida cristã que não nos custe nada?
Sétimo. A resposta de Jesus é clara, curta e dirigida perenemente a todos nós: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem quiser perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salva-la!” O caminho é este, sem máscara, sem acordos, sem jeitinhos! Nosso Senhor nunca nos enganou; sempre disse claramente quais as condições para segui-lo…
Caríssimos, saiamos hoje daqui com estas palavras que nos incomodam, nos provocam e nos desafiam. Que ele nos conceda a graça de reconhecê-lo como nosso único Salvador, de segui-lo como nossa única Verdade e de nele viver como nossa única Vida, ele que é bendito pelos séculos dos séculos. Amém.
D. Henrique Soares da Costa 

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Carregar a Cruz
Jesus está a caminho de Jerusalém. E enquanto caminhava perguntou, em tom familiar, aos discípulos que O acompanhavam: “Quem dizem os homens que eu sou?” (Mc 8,27-35). E eles, com simplicidade, contaram-lhe o que lhes chegava aos ouvidos: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias… Então Ele voltou a interrogá-los: “E vós, quem dizeis que eu sou?”
Jesus explicava aos discípulos que a sua Missão messiânica passa pela Cruz.
Pedro reage e tenta afastar Jesus do Plano do Pai.
Jesus lhe responde: “Vai para longe de mim, satanás!
Porém, antes Pedro dissera: “Tu és o Messias.”
Os Apóstolos, pela boca de Pedro, deram a Jesus a resposta certa depois de dois anos de convivência e trato. Nós, como eles, “temos de percorrer um caminho de escuta atenta, diligente. Temos de ir à escola dos primeiros discípulos, que são as suas testemunhas e os nossos mestres, e ao mesmo tempo temos de receber a experiência e o testemunho nada menos que de vinte séculos de história sulcados pela pergunta do Mestre e enriquecidos pelo imenso coro das respostas dos fiéis de todos os tempos e lugares” (Beato João Paulo II).
Também nós que estamos seguindo o Mestre devemos examinar hoje, na intimidade do nosso coração, o que Cristo significa para nós. Digamos como São Paulo: “As coisas que eram lucros para mim, considerei-as prejuízo por causa de Cristo. Mais que isso, julgo que tudo é prejuízo diante deste bem supremo que é o conhecimento do Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele, perdi tudo e considero tudo como lixo, a fim de ganhar Cristo e ser encontrado unido a Ele.” (Fl 3,7-9).
A primeira preocupação do cristão deve, pois, consistir em viver a vida de Cristo, em incorporar-se a Ele, como os ramos à videira. O ramo depende da união com a videira, que lhe envia a seiva vivificante; separado dela, seca e é lançado ao fogo.
Diz Jesus: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga.”
Quando Jesus disse “se alguém quer vir após Mim…”, tinha presente que o cumprimento da Sua missão O levaria à morte de cruz; por isso fala claramente da Sua Paixão. Mas também a vida cristã, vivida como se deve viver, com todas as suas exigências, é uma cruz que se deve levar em seguimento de Cristo.
As palavras de Jesus, que devem ter parecido assustadoras àqueles que as escutavam, dão a medida do que Cristo exige para O seguir. Jesus não pede um entusiasmo passageiro, nem uma dedicação momentânea; o que pede é a renúncia de si mesmo, o carregar cada um a sua cruz e o segui-Lo. Porque a meta que o Senhor quer para os homens é a vida eterna. O texto do Evangelho de hoje mostra o destino eterno do homem. À luz dessa vida eterna é que deve ser avaliada a vida presente! A vida terrena não tem um caráter definitivo, nem absoluto, mas é transitória, relativa; é um meio para conseguir aquela vida definitiva do Céu. “Tudo isso, que te preocupa de momento, é mais ou menos importante.- o que importa acima de tudo é que sejas feliz, que te salves” (Caminho, 297).
“Há no ambiente uma espécie de medo da Cruz, da Cruz do Senhor. Tudo porque começaram a chamar cruzes a todas as coisas desagradáveis que acontecem na vida, e não sabem aceitá-las com sentido de filhos de Deus, com visão sobrenatural!”
A exigência do Senhor inclui renunciar à própria vontade para identificá-la com a de Deus, não aconteça que, como comenta São João da Cruz, tenhamos a sorte de muitos “que queriam que Deus quisesse o que eles querem, e entristecem-se de querer o que Deus quer, e têm repugnância em acomodar a sua vontade à de Deus. Disto vem que muitas vezes, no que não acham a sua vontade e gosto, pensam não ser da vontade de Deus e, pelo contrário, quando se satisfazem, creem que Deus Se satisfaz, medindo também a Deus por si, e não a si mesmos por Deus” (Noite Escura, liv. I, Cap. 7, nº. 3).
O fim do homem não é ganhar os bens temporais deste mundo, que são apenas meios ou instrumentos; o fim último do homem é o próprio Deus, que é possuído como antecipação aqui na terra pela Graça, e plenamente e para sempre na Glória. Jesus indica qual é o caminho para conseguir esse fim: negar-se a si mesmo (isto é, tudo o que é comodidade, egoísmo, apego aos bens temporais) e levar a cruz. Porque nenhum bem terreno, que é caduco, é comparável à salvação eterna da alma. Diz São Tomás: “O menor bem da Graça é superior a todo o bem do universo” (Suma Teológica, I-II, q.113, a. 9).
“Cristo repete-o a cada um de nós, ao ouvido, intimamente: a Cruz de cada dia. Não só, escreve São Jerônimo, em tempo de perseguição ou quando se apresente a possibilidade do martírio, mas em todas as situações, em todas as atividades, em todos os pensamentos, em todas as palavras, neguemos aquilo que antes éramos e confessemos o que agora somos, visto que renascemos em Cristo. Vedes? A cruz de cada dia. Nenhum dia sem Cruz: nenhum dia que não carreguemos com a Cruz do Senhor, em que não aceitemos o Seu jugo. E muito certo que aquele que ama os prazeres, que busca as suas comodidades, que foge das ocasiões de sofrer, que se inquieta, que murmura, que repreende e se impacienta porque a coisa mais insignificante não corre segundo a sua vontade e o seu desejo, tal pessoa, de cristão só tem o nome; somente serve para desonrar a sua religião, pois Jesus Cristo disse: aquele que queira vir após Mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias da vida, e siga-Me.”
A Cruz não só deve estar presente na vida da cada cristão. Mas também em todas as encruzilhadas do mundo. Diz São Josemaria Escrivá: “Que formosas essas cruzes no cimo dos montes, no alto dos grandes monumentos, no pináculo das catedrais!…Mas também é preciso inserir a Cruz nas entranhas do mundo.
Jesus quer ser levantado ao alto, aí: no ruído das fábricas e das oficinas, no silêncio das bibliotecas, no fragor das ruas, na quietude dos campos, na intimidade das famílias, nas assembleias, nos estádios… Onde quer que um cristão gaste a sua vida honradamente, aí deve colocar, com o seu amor, a Cruz de Cristo, que atrai a Si todas as coisas” (Via Sacra, XI).
A Cruz é sinal do cristão. Está presente em toda parte, com muitos nomes…
Que o Senhor nos conceda a graça de também segui-Lo na Cruz; de perder a vida por causa de Cristo para salvá-la.
Mons. José Maria Pereira


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Por: Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ
O evangelho deste XXIV Domingo do Tempo Comum, geralmente chamado de “Confissão de Pedro”, representa no esquema teológico de Marcos um momento decisivo, pois estamos no coração deste escrito. O questionamento de Jesus em relação à percepção que o povo tem Dele e, em seguida, a resposta dos discípulos cujo porta-voz é Pedro encerram a primeira parte do livro (Mc 1,14-8,29). Sem dúvida, Jesus é o Messias, o Ungido de Deus, aquele que fora anunciado pelos profetas e esperado pelo povo. Contudo, não basta afirmar a sua messianidade, pois esta ainda não é a grande novidade da Sua Pessoa. É preciso, porém, deixar claro em que sentido Jesus é o Messias. Marcos já havia antecipado a resposta: “Princípio do evangelho de Jesus, o Messias, o FILHO DE DEUS”.
Eis a grande novidade que representou para muitos um verdadeiro escândalo e causa de acusações para condená-lo à morte: “O Sumo Sacerdote o interrogou de novo: ‘És tu o Messias, o Filho do Deus Bendito?’, Jesus respondeu: ‘Eu Sou...’ O Sumo Sacerdote, rasgando as vestes, disse: ‘Ouvistes a blasfêmia?’ E todos julgaram-no réu de morte” (Mc 14,61s). Jesus não foi condenado à morte por ter sido identificado como um messias, pois no seu tempo havia alguns outros que se tinham proclamado assim e nem por isso sofreram a pena capital. Para nós, Messias e Filho de Deus têm o mesmo significado. Mas para os primeiros ouvintes deste anúncio isto criava no mínimo uma confusão e um choque com a mentalidade monoteísta veterotestamentária. Pois nunca se tinha dito algo assim tão ousado. 
Por conseguinte, o Messias Jesus provocou os seus discípulos a fim de que dessem um passo qualitativo na sua decisão de segui-lo. Não bastava apenas seguir um messias, pois poderia acontecer mais uma vez um engano, até porque cada grupo religioso tinha a sua concepção de messias (Guerreiro para os zelotas; Legislador para os fariseus; Profeta ascético para os seguidores do Batista, etc.). Jesus, por sua vez, não se identifica com nenhum desses e, pelo contrário, rompe com todas essas expectativas. Esta verdade é comprovada pelo fato de ter Ele morrido abandonado por quase todos, sobretudo por aqueles que, aos poucos, foram se decepcionando diante de suas palavras e ações, pois contradiziam as várias expectativas messiânicas do tempo.
Por isso, identificá-lo com “João BatistaElias ou ainda, um dos profetas” não era nenhuma novidade em relação a Jesus. Até o próprio Herodes apostava em uma dessas alternativas: “O rei Herodes ouviu falar de Jesus... e dizia-se que João Batista fora ressuscitado... Já outros diziam que era Elias... Outros que era um dos profetas. Herodes, ouvindo estas coisas, disse: ‘João, que eu mandei decapitar, foi ressuscitado” (Mc 6,14s). Até então, nenhuma novidade. Tudo o que se dizia estava dentro das possibilidades. Pedro ao responder que Jesus é o Messias também corrobora com essas expectativas. Diríamos: resposta insuficiente!!! Então, Jesus inicia uma nova etapa no processo de revelação de quem Ele é verdadeiramente, pois afirmar que é messias não basta. A primeira providência é proibir que digam isso por aí: “Proibiu-lhe severamente de falar a seu respeito”. Os discípulos ainda não estavam em condições de fazer esse anúncio, pois o distintivo essencial de Jesus, em relação aos outros messias e suas respectivas expectativas, iria ser consolidado pelo seu testemunho extremo morrendo na cruz, consequência de ter afirmado, Ele mesmo, ser Filho de Deus. Sem a cruz, é impossível dizer que Messias é Jesus. Portanto, é o próprio Jesus que antecipa essa confirmação através de três anúncios daquilo que está para acontecer em Jerusalém: Paixão, Morte e Ressurreição (Mc 8,31-32; 9,30-31;10,32-34).
A reação de Pedro confirma que, de fato, a sua resposta era insuficiente. Ouvir que Jesus iria sofrer, morrer e ressuscitar era algo totalmente inaceitável para o tal messias esperado, pois este deveria ser vitorioso e instaurar o seu reino com força e poder. Marcos diz que Pedro, ao ouvir esse anúncio, repreendeu Jesus empurrando-o para fora do caminho. Aparente solicitude de ardente zelo pelo seu Mestre-Senhor-Cristo, mas na verdade, uma astúcia perigosa e ameaçadora que punha em risco tudo aquilo que, em Jesus, era o distintivo dos outros pretensos messias, cuja mentalidade era mundana e aproveitadora diante da ignorância e ansiedade do povo (“Pensas como os homens”).
Dramaticamente, agora revela-se a identidade daquele que foi chamado para ser discípulo: “Satanás!”. Chamando-o assim, Jesus não está realizando uma sessão de exorcismo em Pedro, como se ele tivesse sido tomado por um espírito imundo que lhe fazia dizer coisas de modo inconsciente. Não foi exorcismo, mas brado de conversão: “Vai para trás de mim!!!”. É comum entendermos essas palavras de Jesus como se fossem uma ordem para Pedro ir para longe Dele, mas a construção sintática grega permite uma outra possibilidade de tradução, que no contexto literário imediato se justifica. Literalmente a ordem de Jesus é: “Vai para trás de mim” (grego: opiso mou), pois logo em seguida no versículo 34 encontramos a mesma expressão no convite dirigido a todos que desejarem ser discípulos: “Se alguém quiser vir após mim” (opiso mou).
No caminho do discípulo, responder: “Quem é Jesus?” é algo imprescindível para prosseguir, e só daremos a resposta completa, suficiente, se tivermos a convicção e clareza daquilo que nós somos Dele. Seremos um Satanás, um adversário, se nos colocarmos na frente Dele, impondo-lhe o que gostaríamos que Ele fosse segundo as nossas comodidades, evitando a cruz. Assim se fez Pedro, quando quis tirar Jesus do caminho do Messias sofredor, tentando afastá-lo da cruz, verdadeira prova de que Ele era o Filho de Deus (Mc 15,39). Mas Jesus não desistiu do seu discípulo, renovou-lhe o convite original: “Segue-me” (1,17); pois é a condição era ir para trás Dele, isto é, converte-se em discípulo, seguidor. Cabe-nos verificar onde estamos no caminho: à frente ou atrás!!!  Pe. André Vital Félix da Silva.
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Para a celebração da Palavra: (Diáconos e Ministros da Palavra):

Louvor (quando o pão consagrado estiver sobre o altar)
- Por Jesus, Com Jesus e Em Jesus, na força do Espírito Santo, louvemos ao Pai:
T: Pai, nós cremos que Jesus é o nosso salvador.
- Senhor, nós vos louvamos e agradecemos por nos enviar vosso Filho. Ajudai-nos a entender os vossos projetos de amor que nos conduzem a felicidade.
T: Pai, nós cremos que Jesus é o nosso salvador.
- Senhor, sois bondade e amor nos enviando vosso Filho para nos ensinar o bom caminho. Dai-nos coragem para que sigamos os passos de vosso Filho na prática do amor para com todos.
T: Pai, nós cremos que Jesus é o nosso salvador.
- Senhor, sabemos que pelo nosso batismo fomos chamados a ser profetas no anúncio da Boa nova, através da prática do amor. Pai, fortalecei-nos com vossa graça.
T: Pai, nós cremos que Jesus é o nosso salvador.
- Senhor, Enviai-nos a fortaleza do Espírito Santo para que saiamos de nosso egoísmo e sejamos força ao injustiçado e instrumentos da paz e do perdão.
T: Pai, nós cremos que Jesus é o nosso salvador.

 RITO DA COMUNHÃO (Diáconos e Ministros da Palavra)
Pres.: Rezemos, com amor e confiança, a oração que o Senhor Jesus nos ensinou: T.: Pai nosso...
Pres.: Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo Salvador.
T.: Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!
Pres.: Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo. Amém.
Pres.: A paz do Senhor esteja sempre com todos vocês!
T.: O amor de Cristo nos uniu.
Pres.: Meus irmãos, saudai-vos uns aos outros em Cristo.
Pres.: (mostrando a hóstia consagrada) Eu sou o Pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão, viverá eternamente. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Eu sou a videira e vós sois os ramos. Quem permanecer unido a mim, este dará muito fruto. Eu sou o bom Pastor. O Bom Pastor dá a vida pela sua ovelha. Vós que estais cansados e fatigados, vinde a mim e Eu os aliviarei de vossos fardos. ... Felizes os convidados para a ceia do Senhor! Eis o Cordeiro de Deus, Eis aquele que tira o pecado do mundo.
T.: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo. 
Pres.: (Que o Corpo de Cristo nos guarde para a vida eterna). T: Amém.  
- Comunhão

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