24º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO B 2015 (Adaptado pelo Diácono Ismael)
SINOPSE:
Tema: “Tome a sua cruz e me siga.”
Tema: “Tome a sua cruz e me siga.”
Primeira
leitura: um profeta que confia no Senhor mesmo na perseguição
e morte. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.
No Evangelho, Jesus é apresentado como o Messias libertador. Jesus mostra que o caminho da vida verdadeira não passa pelos triunfos, mas pelo amor e pelo dom da vida (até à morte); quem quiser ser seu discípulo, tem de aceitar percorrer um caminho semelhante.
A segunda leitura lembra que seguir de Jesus é com gestos concretos de amor, partilha, serviço e solidariedade para com os irmãos.
No Evangelho, Jesus é apresentado como o Messias libertador. Jesus mostra que o caminho da vida verdadeira não passa pelos triunfos, mas pelo amor e pelo dom da vida (até à morte); quem quiser ser seu discípulo, tem de aceitar percorrer um caminho semelhante.
A segunda leitura lembra que seguir de Jesus é com gestos concretos de amor, partilha, serviço e solidariedade para com os irmãos.
PRIMEIRA
LEITURA (Is 50,5-9a) Leitura do livro do profeta Isaías.
O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem
voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a
barba: não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. Mas o Senhor Deus é meu
auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível
como pedra, porque sei que não sairei humilhado. A meu lado está quem me
justifica; alguém me fará objeções? Vejamos. Quem é meu adversário? Aproxime-se.
Sim, o Senhor Deus é meu auxiliador; quem é que me vai condenar?
AMBIENTE - Deutero-Isaías
(cf. Is 40-55). Babilônia. Entre 550 e 539 A.C. Livro da Consolação. O texto é
parte do terceiro cântico do “servo de Jahwéh”.
MENSAGEM - O profeta numa entrega
total aos desígnios de Deus. Por ser fiel, conheceu a prisão e a tortura.
Confia no Senhor e sabe que não ficará desiludido.
ATUALIZAÇÃO •
Para os primeiros cristãos Jesus foi esse “Servo de Deus” que entrou em choque
com as forças da opressão e da injustiça, que foi torturado e maltratado porque
incomodava os poderosos, … mas Deus ressuscitou e glorificou –O exemplo de
Jesus mostra que uma vida colocada ao serviço dos projetos de Deus não termina
no fracasso, mas na ressurreição que gera vida nova.
• Para
o “Servo de Jahwéh”, Deus é a “rocha segura” que o crente se pode agarrar
quando tudo cai. • O “Servo” sofredor mostra-nos o caminho: a vida posta
ao serviço da libertação dos pobres não é perdida.
SALMO
RESPONSORIAL / 114 (116A)
Andarei na
presença de Deus, / junto a ele na terra dos vivos.
• Eu amo o Senhor, / porque ouve o grito da minha
oração. / Inclinou para mim seu ouvido / no dia em que eu o invoquei.
• Prendiam-me as cordas da morte, / apertavam me os
laços do abismo; / invadiam-me angústia e tristeza; / eu então invoquei o
Senhor: / “Salvai, ó Senhor, minha vida!”
• O Senhor é justiça e bondade, / nosso Deus é amor
compaixão. / É o Senhor quem defende os humildes: / eu estava oprimido e
salvou-me.
• Libertou minha vida da morte, / enxugou de meus
olhos o pranto / e livrou os meus pés do tropeço. / Andarei na presença de
Deus, / junto a Ele na terra dos vivos.
EVANGELHO
(Mc 8,27-35) Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, Jesus partiu com seus discípulos para
os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: “Quem
dizem os homens que eu sou?” Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João
Batista; outros, que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. Então
ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o
Messias.”Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito. Em
seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito,
ser rejeitado pelos anciãos, pelos Sumos Sacerdotes e doutores da lei; devia
ser morto e ressuscitar depois de três dias. Ele dizia isso abertamente. Então
Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. Jesus voltou-se, olhou para
os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai pra longe de mim, satanás! Tu
não pensas como Deus, e sim como os homens”. Então chamou a multidão com seus
discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua
cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder
a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”.
AMBIENTE - “Tu és o Messias”. No
entanto, Jesus não veio ao mundo para cumprir um destino de triunfos e de
glórias humanas, mas para oferecer a sua vida em dom de amor aos homens. Ponto
alto desta “catequese” é a afirmação do centurião romano junto da cruz: “Este
homem era o Filho de Deus” (Mc 15,39).
MENSAGEM Pedro
dá voz à comunidade: Jesus é o Messias libertador que Israel esperava; Jesus
explica que a sua missão passa pela cruz (como dom da vida, por amor). (“João
Baptista”, “Elias”, ou “algum dos profetas”). Na perspectiva dos “homens”,
Jesus é apenas um homem bom, justo, generoso, que Se esforçou por ser um sinal
vivo de Deus, como tantos outros homens antes d’Ele. A opinião dos discípulos vai muito além.
Pedro resume na expressão: “Tu és o Messias”. Ele é esse libertador que Israel
esperava, enviado por Deus para libertar o Povo oferecer a salvação definitiva.
No entanto, o título de Messias estava conotado com esperanças político-nacionalistas.
Por isso, os discípulos recebem ordens para não falarem disso a ninguém. Era
preciso completar a catequese sobre o Messias e a sua missão, para evitar
perigosos equívocos.
Na
segunda parte, há duas questões. A primeira que o seu messianismo passa pela
cruz; a segunda é uma instrução
sobre as exigências de ser discípulo de Jesus. A oposição de Pedro
significa que a sua compreensão do mistério de Jesus ainda é imperfeita. Para
ele, a missão do “messias, Filho de Deus” é uma missão gloriosa e vencedora; a
vitória não pode estar na cruz e no dom da vida. Jesus dirige-se a Pedro com
dureza, pois é preciso que os discípulos corrijam a sua perspectiva de Jesus e
do plano do Pai que Ele vem realizar. O plano de Deus não passa por triunfos
humanos, nem por esquemas de poder e de domínio; mas o plano do Pai passa pelo
dom da vida e pelo amor até às últimas consequências. Pedro está repetindo as
tentações no início do seu ministério; por isso, Jesus responde a Pedro:
“Vai-te, Satanás”.
Depois
de anunciar o seu caminho, Jesus convida os seus discípulos a seguir o mesmo
caminho. Quem quiser ser discípulo, tem de “renunciar a si mesmo”, “tomar a
cruz” e seguir Jesus no caminho do amor, da entrega e do dom da vida.
É
renunciar ao egoísmo e autossuficiência, para fazer da vida um dom a Deus e aos
outros. O cristão não pode viver preocupado apenas nos seus sonhos pessoais, de
riqueza, de segurança, de bem estar, de domínio, de êxito, de triunfo… O
cristão deve fazer da sua vida um dom a Deus e aos irmãos. Só assim ele poderá
ser discípulo de Jesus e integrar a comunidade do Reino.
O
“tomar a cruz” e segui-lo é a expressão
de um amor total, que se dá até à morte. Significa a entrega da própria vida
por amor. É ser capaz de gastar a vida por amor a Deus e para que os irmãos
sejam felizes. Oferecer a vida por amor não é perdê-la, mas ganhá-la. A vida
verdadeira Deus oferece a quem vive de acordo com as suas propostas.
ATUALIZAÇÃO
• Quem é Jesus? Muitos vêem em Jesus um homem bom,
um “mestre” de moral, um revolucionário
preocupado em construir uma sociedade mais justa e mais livre, que procurou
promover os pobres e os marginais e que foi eliminado pelos poderosos.
•
A lógica dos homens aposta no poder, no domínio, no triunfo, no êxito;
.
A lógica de Deus aposta na entrega da vida a Deus e aos irmãos; garante-nos que
a vida só faz sentido se assumirmos os valores do Reino e vivermos no amor, na
partilha, no serviço, na solidariedade, na humildade, na simplicidade.
• Ser
cristão é bem mais do que ser batizado, ter casado na igreja … Ser cristão é
seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida; é aquele que renuncia a si mesmo e que toma a
mesma cruz de Jesus.
• O
que é “renunciar a si mesmo”? É não deixar que o egoísmo, o orgulho, o
comodismo, a autossuficiência dominem a vida. O seguidor de Jesus vive para
Deus e na solidariedade, na partilha e no serviço aos irmãos.
• O
que é “tomar a cruz”? É amar até às últimas consequências (gastando o seu
dia-a-dia na construção do Reino) para que os seus irmãos sejam mais livres e
mais felizes. Por isso, o cristão luta contra a injustiça, a exploração, a
miséria, mesmo que isso signifique
represálias dos poderosos.
SEGUNDA
LEITURA (Tg 2,14-18) Leitura da Carta de Tiago.
Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé,
quando não a põe em prática? A fé seria então capaz de salvá-lo? Imaginai que
um irmão ou uma irmã não tem o que vestir e que lhes falta a comida de cada
dia; se então alguém de vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos”, e: “Comei à
vontade”, sem lhes dar o necessário para o corpo, que adiantará isto? Assim
também a fé, se não se traduz em obras, por si só está morta. Em compensação,
alguém poderá dizer: “Tu tens a fé e eu tenho a prática! Tu, mostra-me a tua fé
sem as obras, que eu te mostrarei a minha fé pelas obras!”
AMBIENTE - A
fé concretiza-se no amor ao próximo; a fé expressa-se, não através de ritos,
mas através de ações concretas em favor do homem.
MENSAGEM - A
tese do autor é que a fé sem obras não serve para nada.
Paulo, na Carta aos Romanos, considera que “é pela fé que o homem é justificado, independentemente das obras da Lei” (Rom 3,28); (Lutero: salvação pela fé). No texto da Carta de Tiago ele quer dizer é que a fé tem de traduzir-se em ações concretas de compromisso com o mundo e com os homens. Se isso não acontecer, essa fé é apenas uma declaração de boas intenções, mas que não passa de uma farsa sem valor e sem conteúdo. Essa vida, interiorizada e assumida, tem de transparecer em gestos de amor, de solidariedade, de fraternidade, de serviço, de partilha, de perdão. Se isso não acontece, quer dizer que a fé é uma mentira.
Os bonitos discursos que fazemos não passam de belas palavras que podem não significar nada. Quando um irmão tem fome, ou não tem que vestir, ou está a sofrer, é preciso ir ao seu encontro e manifestar-lhe, com gestos concretos, o nosso amor, a nossa solidariedade, a nossa fraternidade. A nossa religião tem de manifestar-se na vida e tem de transparecer nos nossos gestos.
Paulo, na Carta aos Romanos, considera que “é pela fé que o homem é justificado, independentemente das obras da Lei” (Rom 3,28); (Lutero: salvação pela fé). No texto da Carta de Tiago ele quer dizer é que a fé tem de traduzir-se em ações concretas de compromisso com o mundo e com os homens. Se isso não acontecer, essa fé é apenas uma declaração de boas intenções, mas que não passa de uma farsa sem valor e sem conteúdo. Essa vida, interiorizada e assumida, tem de transparecer em gestos de amor, de solidariedade, de fraternidade, de serviço, de partilha, de perdão. Se isso não acontece, quer dizer que a fé é uma mentira.
Os bonitos discursos que fazemos não passam de belas palavras que podem não significar nada. Quando um irmão tem fome, ou não tem que vestir, ou está a sofrer, é preciso ir ao seu encontro e manifestar-lhe, com gestos concretos, o nosso amor, a nossa solidariedade, a nossa fraternidade. A nossa religião tem de manifestar-se na vida e tem de transparecer nos nossos gestos.
ATUALIZAÇÃO
• O que caracteriza um cristão não é o conhecimento de
belas fórmulas que expressam uma determinada ideologia, nem o cumprimento de
ritos vazios, nem uma assinatura feita no livro de batismo da paróquia, mas é a
adesão a Cristo. Ora, aderir a Cristo (fé), significa seguir Cristo no caminho
do amor a Deus e da entrega total aos irmãos. A nossa caminhada cristã não é um
processo teórico de belas palavras; mas é um compromisso efetivo com Cristo que
tem de se traduzir em gestos concretos em favor dos irmãos.
• Que gestos são esses? São os
mesmos gestos que Cristo realizou e que o tornaram um sinal de Deus. Cristo
lutou pela justiça e pela verdade, denunciou tudo aquilo que escravizava o
homem e o impedia de ser feliz, foi ao encontro dos marginalizados e
manifestou-lhes o amor de Deus, realizou gestos de serviço e de partilha,
distribuiu o perdão e a paz, ofereceu a sua própria vida para salvar os seus
irmãos. Assim, quem segue a Cristo tem de lutar contra as estruturas que geram
injustiça e opressão; tem de acolher e amar aqueles que a sociedade marginaliza
e rejeita; tem de denunciar uma sociedade construída sobre esquemas de egoísmo
e de mostrar, com o seu testemunho, que só a partilha e o amor tornam o homem
feliz; tem de quebrar a espiral da violência e do ódio e propor a tolerância e
o amor…
• Por vezes há uma profunda
dicotomia, nas nossas comunidades cristãs, entre a fé e a vida. Na vida da
comunidade, há desunião, há conflito, há falta de solidariedade, há indiferença
para com as necessidades do irmão, há críticas destrutivas, há palavras que
ferem e afastam os outros, há gestos de arrogância, há falta de amor… De acordo
com os ensinamentos da Carta de Tiago, a nossa religião será verdadeira se não
se traduzir em gestos concretos de amor e de fraternidade?
Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
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Primeiro. A pergunta de Jesus:
“Quem dizem os homens que eu sou?” Notem que as respostas são muitas: umas
erradas, outras imprecisas, nenhuma satisfatória.
Segundo: “E vós, quem dizeis que
eu sou?”: quem é Jesus para mim? Que papel desempenha na minha vida? nossa
sociedade ocidental vira as costas para o Cristo, julgando-o anacrônico e
ultrapassado.
Terceiro. Pedro respondeu: “Tu és
o Messias!”, “Tu és o Cristo, o Esperado de Israel, aquele que Deus prometera
aos nossos Pais!” em São Mateus, Jesus declara: “Não foi carne nem sangue que
te revelaram isto, mas o meu Pai que está nos céus” (Mt 16,15). Aqui é muito
importante compreender que a nossa fé é pessoal, mas nunca individual: cremos
na fé da Igreja, cremos no Cristo da Igreja, cremos como Igreja e com a Igreja.
Uma outra fé, um outro Cristo seriam triste ilusão!
Quarto. “Jesus proibiu-lhes de
falar a seu respeito”. havia o perigo de pensar o messias do sucesso, das
curas, dos shows da fé, dos palanques políticos, etc. Jesus somente afirmará de
modo público que é o Messias quando estiver preso, amarrado, diante do Sumo
Sacerdote. Aí já não haverá ocasião para engano. Também nós, muitas vezes, não
temos a tentação de querer um Cristo do nosso modo, sob a nossa medida, para
nosso consumo? Amamos o Cristo como ele é ou como gostaríamos? Estamos
realmente dispostos a ir com ele até o fim, crendo nele e nele nos abandonando?
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Tome a sua Cruz
Nesse mês dedicado à
Bíblia, somos convidados a valorizar ainda mais a Palavra de Deus em nossa
vida.
O tema central das
leituras bíblicas de hoje é:
- O Caminho escolhido por
Cristo e
- O Caminho apontado por
Cristo a seus seguidores...
A 1a leitura
fala do "Servo de Javé" (Is 50,5-9)
- Os judeus tinham uma
idéia triunfalista do Messias… esperavam um grande rei, que iria devolver ao
povo glórias perdidas... um personagem
importante, que iria resolver todos
os problemas…
Nunca imaginaram um
messias humilde e sofredor…
- Isaías apresenta
um profeta anônimo, chamado por Deus a testemunhar a Palavra da salvação e que,
para cumprir essa missão, enfrenta a perseguição, a tortura, a morte. Mas Ele
confia no Senhor.
Por isso, mesmo quando
acusado, tem certeza da vitória.
* Os primeiros cristãos
viram neste "Servo Sofredor" a figura de Jesus.
No Evangelho, Jesus
faz o 1º Anúncio da Paixão. (Mc
8,27-35)
O texto reflete a mentalidade triunfalista dos judeus e dos
apóstolos.
Tem três partes: A
Confissão de Pedro, o Anúncio da Paixão e o Convite de Jesus para seu
Seguimento e as Condições…
Jesus está a CAMINHO de Jerusalém:
1) Uma pergunta: Quem
é Jesus?
- Para o Povo: É apenas um HOMEM,
convocado por Deus e enviado ao mundo com uma missão,
como os PROFETAS do Antigo Testamento.
- Para o Grupo: É o MESSIAS
libertador que Israel esperava... Pedro
acerta na resposta... mas erra logo em seguida na prática...
2) O CAMINHO de Jesus:
- Jesus explica aos discípulos que a sua
Missão messiânica passa pela CRUZ.
- Pedro reage e tenta afastar Jesus do Plano
do Pai.
- Jesus lhe responde: "Vai para trás de mim, Satanás..."
3) O CAMINHO dos discípulos:
é semelhante...
- Deve RENUNCIAR a
si mesmo, tomar a CRUZ e SEGUIR Jesus, no caminho do Amor, da entrega e do dom da
Vida. Quem é capaz de dar a vida a Deus
e aos irmãos, ganha a vida eterna...
* O texto nos ilustra a
lógica dos homens (Pedro) e a lógica de Deus (Jesus).
- A lógica dos homens
aposta no poder, no domínio, no êxito, dinheiro, fama...
- A lógica de Deus
aposta na entrega da vida a Deus e aos irmãos, assumindo os valores do Reino e
vivendo no amor, na partilha, no
serviço, na solidariedade, na humildade, na simplicidade.
QUEM É JESUS?
+ O que "os
homens" dizem de Jesus?
- Muitos vêem em Jesus um
HOMEM bom, um MESTRE admirável,
um grande LIDER REVOLUCIONÁRIO,
preocupado em construir uma sociedade mais
justa e fraterna. "Um homem"
extraordinário... mas um HOMEM apenas.
+ Quem é Cristo para
nós?
Aproxima-se a abertura do
"Ano
da Fé", anunciado por bento XVI e a pergunta de Cristo aos
discípulos no evangelho, é muito atual: "Mas
vós, quem dizeis que eu sou?"
Jesus não deseja que
paremos naquilo que se diz dele, mas que tenhamos um encontro pessoal com ele e
o sigamos.
+ Cristo continua a convidar
discípulos para segui-lo...
E as condições são ainda
hoje as mesmas: Renúncia e Cruz...
Sem a Cruz, é impossível
entender quem é Jesus e o que significa segui-lo.
Na 2ª Leitura Tiago
lembra que o seguimento de Jesus se realiza com gestos concretos de amor, de
partilha, de serviço e de solidariedade. (Tg
2.14-18)
O que significa a Cruz em
nossa vida?
Uma desgraça… Ou uma
oportunidade de libertação e de salvação?
- Renunciamos a nós mesmo
em favor dos outros?
Ou talvez somos nós uma CRUZ para os outros ?
Nós carregamos a cruz
toda vez que sacrificamos a nós mesmos para praticar o bem e fazer alguém
feliz.
- Sinto-me de fato um
"Seguidor de Cristo?"
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia
de D. Henrique Soares
O Evangelho que acabamos de ouvir
apresenta-nos, caríssimos, alguns dos aspectos mais essenciais da nossa fé
cristã, aspectos que jamais poderemos esquecer se quisermos ser realmente fiéis
a Nosso Senhor. Vejamo-los um a um:
Primeiro. A pergunta de Jesus: “Quem
dizem os homens que eu sou?” Notem que as respostas são muitas: umas erradas,
outras imprecisas, nenhuma satisfatória. Estejamos atentos a este fato: somente
a razão humana, entregue às suas próprias forças, jamais alcançará
verdadeiramente o mistério de Cristo. A verdade sobre o Senhor, sua realidade
mais profunda, sua obra salvífica, o mistério de sua pessoa e de sua missão,
sua absoluta necessidade para que o mundo encontre salvação, vida e paz somente
podem ser compreendidos à luz da fé, isto é, daquela humilde atitude de
abertura para o Senhor que nos vem ao encontro e nos fala. O homem fechado em
si mesmo, preso no estreito orgulho da sua razão, jamais poderá de verdade
penetrar no mistério de Cristo e experimentar a doçura de sua salvação. Quanto
já se disse de Jesus; quanto se diz hoje ainda: já tentaram descrevê-lo como um
simples sábio, como um homem bom e justo, como uma espécie de pacifista, como
um pregador de uma moral humanista, como um revolucionário, o primeiro
comunista, como um hippie, etc. Nós, cristãos, não devemos nos iludir nem nos
deixar levar por tais visões do nosso Divino Salvador. Jesus é e será sempre
aquilo que a Igreja sempre experimentou, testemunhou e ensinou sobre ele: o
Filho eterno do Pai, Deus com o Pai e como o Pai, o Messias, o único Salvador
da humanidade, através de quem e para quem tudo foi criado no céu e na terra.
Qualquer afirmação sobre Jesus que seja menos que isso, não é cristã e deve ser
rejeitada claramente pelos cristãos!
Segundo. Ante as opiniões do mundo,
o Senhor dirige a pergunta a nós, seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu
sou?” Em cada geração, todos nós e cada um de nós devemos responder quem é
Jesus. Não se trata de uma resposta somente teórica, teológica, digamos assim.
Trata-se de uma resposta que deve ter sérias repercussões na nossa vida. Então:
quem é Jesus para mim? Que papel desempenha na minha vida? Como me relaciono
com ele? Amo-o? Procuro-o na oração, procuro de todo o meu coração viver na sua
palavra? Estou disposto a construir minha existência de acordo com a sua
verdade? Deixo-me julgar por ele ou eu mesmo, discretamente, procuro julgá-lo?
São perguntas muito atuais, caríssimos, sobretudo hoje, quando nossa sociedade
ocidental vira as costas para o Cristo, julgando-o anacrônico e ultrapassado.
Agora que a nossa cultura já não considera mais Jesus como aquele que é o
Caminho, a Verdade e a Vida, mas julga que a própria razão humana, com seus
humores e pretensões, é que é a Verdade e a Luz, é, mais que nunca, essencial
que nós proclamemos com a vida, com a palavra e com os costumes que Jesus é
realmente o nosso Senhor, o nosso critério, a nossa única Verdade!
Terceiro. Pedro respondeu quem é
Jesus: “Tu és o Messias!”, isto é, “Tu és o Cristo, o Esperado de Israel,
aquele que Deus prometera aos nossos Pais!” Recordai, meus caros, que na mesma
passagem, em São Mateus, Jesus declara claramente: “Não foi carne nem sangue
que te revelaram isto, mas o meu Pai que está nos céus” (Mt 16,15). Insisto:
somente o Pai, na potência do Santo Espírito que habita em nós e na Igreja como
um todo, é que pode revelar-nos quem é Jesus. A fé não é uma experiência
acadêmica, não é fruto de estudos, não se resume a uma especulação teológica.
Para um cristão, crer é entrar na experiência que há dois mil anos a Igreja vem
fazendo na Palavra, nos sacramentos, na vida de cada dia: a experiência do
Cristo Senhor, que foi morto pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa vida
e justificação. Quem se coloca fora dessa fé, da fé da Igreja, já não é
realmente cristão! Aqui é muito importante compreender que a nossa fé é
pessoal, mas nunca individual: cremos na fé da Igreja, cremos no Cristo da
Igreja, cremos como Igreja e com a Igreja. Uma outra fé, um outro Cristo seriam
triste ilusão!
Quarto. O Evangelho nos surpreende
com uma afirmação: “Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu
respeito”. Por quê? Porque havia o perigo de pensar nele como um messias
glorioso, um messias como os sonhos dos judeus haviam fabricado: o messias do
sucesso, das curas, dos shows da fé, dos palanques políticos, etc. Jesus
somente afirmará de modo público que é o Messias quando estiver preso,
amarrado, diante do Sumo Sacerdote. Aí já não haverá ocasião para engano. Mas,
aqui a pergunta? Também nós, muitas vezes, não temos a tentação de querer um
Cristo do nosso modo, sob a nossa medida, para nosso consumo? Amamos o Cristo
como ele é ou o renegamos quando não faz como gostaríamos? Estamos realmente
dispostos a ir com ele até o fim, crendo nele e nele nos abandonando?
Quinto. Exatamente para deixar
claro que tipo de Messias ele é, Jesus começa a dizer “que o filho do Homem
devia sofrer muito, ser rejeitado; devia ser morto e ressuscitar depois de três
dias. Ele dizia isso abertamente”. Eis, caríssimos, o tipo de Messias, o tipo
de Salvador, o tipo de Deus que Jesus é! Será que nos interessa? Estamos nós
dispostos a seguir um Mestre assim?
Sexto. Não será a nossa a mesma
atitude de Pedro, que repreende Jesus, que desejaria um mestre mais racional,
mais palatável, menos radical? Não é essa a maior tentação nossa: um Cristo sem
cruz, um cristianismo sem renúncia, uma vida cristã que não nos custe nada?
Sétimo. A resposta de Jesus é
clara, curta e dirigida perenemente a todos nós: “Se alguém me quer seguir,
renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua
vida, vai perdê-la; mas quem quiser perder a sua vida por causa de mim e do
Evangelho, vai salva-la!” O caminho é este, sem máscara, sem acordos, sem
jeitinhos! Nosso Senhor nunca nos enganou; sempre disse claramente quais as
condições para segui-lo…
Caríssimos, saiamos hoje daqui
com estas palavras que nos incomodam, nos provocam e nos desafiam. Que ele nos
conceda a graça de reconhecê-lo como nosso único Salvador, de segui-lo como
nossa única Verdade e de nele viver como nossa única Vida, ele que é bendito
pelos séculos dos séculos. Amém.
D. Henrique Soares da Costa
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Carregar
a Cruz
Jesus está a caminho de
Jerusalém. E enquanto caminhava perguntou, em tom familiar, aos discípulos que
O acompanhavam: “Quem dizem os homens que eu sou?” (Mc 8,27-35). E eles, com
simplicidade, contaram-lhe o que lhes chegava aos ouvidos: “Alguns dizem que tu
és João Batista; outros que és Elias… Então Ele voltou a interrogá-los: “E vós,
quem dizeis que eu sou?”
Jesus explicava aos discípulos
que a sua Missão messiânica passa pela Cruz.
Pedro reage e tenta afastar Jesus
do Plano do Pai.
Jesus lhe responde: “Vai para
longe de mim, satanás!
Porém, antes Pedro dissera: “Tu
és o Messias.”
Os Apóstolos, pela boca de Pedro,
deram a Jesus a resposta certa depois de dois anos de convivência e trato. Nós,
como eles, “temos de percorrer um caminho de escuta atenta, diligente. Temos de
ir à escola dos primeiros discípulos, que são as suas testemunhas e os nossos
mestres, e ao mesmo tempo temos de receber a experiência e o testemunho nada
menos que de vinte séculos de história sulcados pela pergunta do Mestre e
enriquecidos pelo imenso coro das respostas dos fiéis de todos os tempos e
lugares” (Beato João Paulo II).
Também nós que estamos seguindo o
Mestre devemos examinar hoje, na intimidade do nosso coração, o que Cristo
significa para nós. Digamos como São Paulo: “As coisas que eram lucros para
mim, considerei-as prejuízo por causa de Cristo. Mais que isso, julgo que tudo
é prejuízo diante deste bem supremo que é o conhecimento do Cristo Jesus, meu
Senhor. Por causa dele, perdi tudo e considero tudo como lixo, a fim de ganhar
Cristo e ser encontrado unido a Ele.” (Fl 3,7-9).
A primeira preocupação do cristão
deve, pois, consistir em viver a vida de Cristo, em incorporar-se a Ele, como
os ramos à videira. O ramo depende da união com a videira, que lhe envia a
seiva vivificante; separado dela, seca e é lançado ao fogo.
Diz Jesus: “Se alguém me quer
seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga.”
Quando Jesus disse “se alguém
quer vir após Mim…”, tinha presente que o cumprimento da Sua missão O levaria à
morte de cruz; por isso fala claramente da Sua Paixão. Mas também a vida
cristã, vivida como se deve viver, com todas as suas exigências, é uma cruz que
se deve levar em seguimento de Cristo.
As palavras de Jesus, que devem
ter parecido assustadoras àqueles que as escutavam, dão a medida do que Cristo
exige para O seguir. Jesus não pede um entusiasmo passageiro, nem uma dedicação
momentânea; o que pede é a renúncia de si mesmo, o carregar cada um a sua cruz
e o segui-Lo. Porque a meta que o Senhor quer para os homens é a vida eterna. O
texto do Evangelho de hoje mostra o destino eterno do homem. À luz dessa vida
eterna é que deve ser avaliada a vida presente! A vida terrena não tem um
caráter definitivo, nem absoluto, mas é transitória, relativa; é um meio para
conseguir aquela vida definitiva do Céu. “Tudo isso, que te preocupa de
momento, é mais ou menos importante.- o que importa acima de tudo é que sejas
feliz, que te salves” (Caminho, 297).
“Há no ambiente uma espécie de
medo da Cruz, da Cruz do Senhor. Tudo porque começaram a chamar cruzes a todas
as coisas desagradáveis que acontecem na vida, e não sabem aceitá-las com
sentido de filhos de Deus, com visão sobrenatural!”
A exigência do Senhor inclui
renunciar à própria vontade para identificá-la com a de Deus, não aconteça que,
como comenta São João da Cruz, tenhamos a sorte de muitos “que queriam que Deus
quisesse o que eles querem, e entristecem-se de querer o que Deus quer, e têm
repugnância em acomodar a sua vontade à de Deus. Disto vem que muitas vezes, no
que não acham a sua vontade e gosto, pensam não ser da vontade de Deus e, pelo
contrário, quando se satisfazem, creem que Deus Se satisfaz, medindo também a
Deus por si, e não a si mesmos por Deus” (Noite Escura, liv. I, Cap. 7, nº. 3).
O fim do homem não é ganhar os
bens temporais deste mundo, que são apenas meios ou instrumentos; o fim último
do homem é o próprio Deus, que é possuído como antecipação aqui na terra pela
Graça, e plenamente e para sempre na Glória. Jesus indica qual é o caminho para
conseguir esse fim: negar-se a si mesmo (isto é, tudo o que é comodidade,
egoísmo, apego aos bens temporais) e levar a cruz. Porque nenhum bem terreno,
que é caduco, é comparável à salvação eterna da alma. Diz São Tomás: “O menor
bem da Graça é superior a todo o bem do universo” (Suma Teológica, I-II, q.113,
a. 9).
“Cristo repete-o a cada um de
nós, ao ouvido, intimamente: a Cruz de cada dia. Não só, escreve São Jerônimo,
em tempo de perseguição ou quando se apresente a possibilidade do martírio, mas
em todas as situações, em todas as atividades, em todos os pensamentos, em
todas as palavras, neguemos aquilo que antes éramos e confessemos o que agora
somos, visto que renascemos em Cristo. Vedes? A cruz de cada dia. Nenhum dia
sem Cruz: nenhum dia que não carreguemos com a Cruz do Senhor, em que não
aceitemos o Seu jugo. E muito certo que aquele que ama os prazeres, que busca
as suas comodidades, que foge das ocasiões de sofrer, que se inquieta, que
murmura, que repreende e se impacienta porque a coisa mais insignificante não
corre segundo a sua vontade e o seu desejo, tal pessoa, de cristão só tem o
nome; somente serve para desonrar a sua religião, pois Jesus Cristo disse:
aquele que queira vir após Mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os
dias da vida, e siga-Me.”
A Cruz não só deve estar presente
na vida da cada cristão. Mas também em todas as encruzilhadas do mundo. Diz São
Josemaria Escrivá: “Que formosas essas cruzes no cimo dos montes, no alto dos
grandes monumentos, no pináculo das catedrais!…Mas também é preciso inserir a
Cruz nas entranhas do mundo.
Jesus quer ser levantado ao alto,
aí: no ruído das fábricas e das oficinas, no silêncio das bibliotecas, no
fragor das ruas, na quietude dos campos, na intimidade das famílias, nas
assembleias, nos estádios… Onde quer que um cristão gaste a sua vida
honradamente, aí deve colocar, com o seu amor, a Cruz de Cristo, que atrai a Si
todas as coisas” (Via Sacra, XI).
A Cruz é sinal do cristão. Está
presente em toda parte, com muitos nomes…
Que o Senhor nos conceda a graça
de também segui-Lo na Cruz; de perder a vida por causa de Cristo para salvá-la.
Mons. José Maria Pereira
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Por: Pe. André
Vital Félix da Silva, SCJ
O evangelho deste XXIV Domingo do
Tempo Comum, geralmente chamado de “Confissão de Pedro”, representa no
esquema teológico de Marcos um momento decisivo, pois estamos no coração deste
escrito. O questionamento de Jesus em relação à percepção que o povo tem Dele
e, em seguida, a resposta dos discípulos cujo porta-voz é Pedro encerram a
primeira parte do livro (Mc 1,14-8,29). Sem dúvida, Jesus é o Messias, o Ungido
de Deus, aquele que fora anunciado pelos profetas e esperado pelo povo.
Contudo, não basta afirmar a sua messianidade, pois esta ainda não é a grande
novidade da Sua Pessoa. É preciso, porém, deixar claro em que sentido Jesus é o
Messias. Marcos já havia antecipado a resposta: “Princípio do evangelho
de Jesus, o Messias, o FILHO DE DEUS”.
Eis a grande novidade que representou
para muitos um verdadeiro escândalo e causa de acusações para condená-lo à
morte: “O Sumo Sacerdote o interrogou de novo: ‘És tu o Messias,
o Filho do Deus Bendito?’, Jesus respondeu: ‘Eu Sou...’ O
Sumo Sacerdote, rasgando as vestes, disse: ‘Ouvistes a blasfêmia?’ E todos
julgaram-no réu de morte” (Mc 14,61s). Jesus não foi condenado à morte
por ter sido identificado como um messias, pois no seu tempo havia alguns
outros que se tinham proclamado assim e nem por isso sofreram a pena capital.
Para nós, Messias e Filho de Deus têm o mesmo significado. Mas para os
primeiros ouvintes deste anúncio isto criava no mínimo uma confusão e um choque
com a mentalidade monoteísta veterotestamentária. Pois nunca se tinha dito algo
assim tão ousado.
Por conseguinte, o Messias Jesus
provocou os seus discípulos a fim de que dessem um passo qualitativo na sua
decisão de segui-lo. Não bastava apenas seguir um messias, pois poderia
acontecer mais uma vez um engano, até porque cada grupo religioso tinha a sua
concepção de messias (Guerreiro para os zelotas; Legislador para os fariseus;
Profeta ascético para os seguidores do Batista, etc.). Jesus, por sua vez, não
se identifica com nenhum desses e, pelo contrário, rompe com todas essas
expectativas. Esta verdade é comprovada pelo fato de ter Ele morrido abandonado
por quase todos, sobretudo por aqueles que, aos poucos, foram se decepcionando
diante de suas palavras e ações, pois contradiziam as várias expectativas
messiânicas do tempo.
Por isso, identificá-lo com “João
Batista, Elias ou ainda, um dos profetas”
não era nenhuma novidade em relação a Jesus. Até o próprio Herodes apostava em
uma dessas alternativas: “O rei Herodes ouviu falar de Jesus... e dizia-se que João
Batista fora ressuscitado... Já outros diziam que era Elias...
Outros que era um dos profetas. Herodes, ouvindo estas coisas,
disse: ‘João, que eu mandei decapitar, foi ressuscitado” (Mc 6,14s).
Até então, nenhuma novidade. Tudo o que se dizia estava dentro das
possibilidades. Pedro ao responder que Jesus é o Messias também corrobora com
essas expectativas. Diríamos: resposta insuficiente!!! Então, Jesus inicia
uma nova etapa no processo de revelação de quem Ele é verdadeiramente,
pois afirmar que é messias não basta. A primeira providência é proibir que
digam isso por aí: “Proibiu-lhe severamente de falar a seu respeito”.
Os discípulos ainda não estavam em condições de fazer esse anúncio, pois o
distintivo essencial de Jesus, em relação aos outros messias e suas
respectivas expectativas, iria ser consolidado pelo seu testemunho extremo
morrendo na cruz, consequência de ter afirmado, Ele mesmo, ser Filho de Deus.
Sem a cruz, é impossível dizer que Messias é Jesus. Portanto, é o próprio Jesus
que antecipa essa confirmação através de três anúncios daquilo que está para
acontecer em Jerusalém: Paixão, Morte e Ressurreição (Mc 8,31-32;
9,30-31;10,32-34).
A reação de Pedro confirma que, de fato,
a sua resposta era insuficiente. Ouvir que Jesus iria sofrer, morrer e
ressuscitar era algo totalmente inaceitável para o tal messias esperado, pois
este deveria ser vitorioso e instaurar o seu reino com força e poder. Marcos
diz que Pedro, ao ouvir esse anúncio, repreendeu Jesus empurrando-o para fora
do caminho. Aparente solicitude de ardente zelo pelo seu Mestre-Senhor-Cristo,
mas na verdade, uma astúcia perigosa e ameaçadora que punha em risco tudo
aquilo que, em Jesus, era o distintivo dos outros pretensos messias, cuja
mentalidade era mundana e aproveitadora diante da ignorância e ansiedade do
povo (“Pensas como os homens”).
Dramaticamente, agora revela-se a
identidade daquele que foi chamado para ser discípulo: “Satanás!”.
Chamando-o assim, Jesus não está realizando uma sessão de exorcismo em Pedro,
como se ele tivesse sido tomado por um espírito imundo que lhe fazia dizer
coisas de modo inconsciente. Não foi exorcismo, mas brado de conversão: “Vai
para trás de mim!!!”. É comum entendermos essas palavras de Jesus como se
fossem uma ordem para Pedro ir para longe Dele, mas a construção sintática
grega permite uma outra possibilidade de tradução, que no contexto
literário imediato se justifica. Literalmente a ordem de Jesus é: “Vai para
trás de mim” (grego: opiso mou), pois logo em seguida no
versículo 34 encontramos a mesma expressão no convite dirigido a todos que
desejarem ser discípulos: “Se alguém quiser vir após mim” (opiso
mou).
No caminho do discípulo, responder: “Quem
é Jesus?” é algo imprescindível para prosseguir, e só daremos a resposta
completa, suficiente, se tivermos a convicção e clareza daquilo que nós somos
Dele. Seremos um Satanás, um adversário, se nos colocarmos na
frente Dele, impondo-lhe o que gostaríamos que Ele fosse segundo as nossas
comodidades, evitando a cruz. Assim se fez Pedro, quando quis tirar Jesus do
caminho do Messias sofredor, tentando afastá-lo da cruz, verdadeira prova de
que Ele era o Filho de Deus (Mc 15,39). Mas Jesus não desistiu do seu
discípulo, renovou-lhe o convite original: “Segue-me” (1,17); pois é a
condição era ir para trás Dele, isto é, converte-se em discípulo, seguidor.
Cabe-nos verificar onde estamos no caminho: à frente ou atrás!!! Pe.
André Vital Félix da Silva.
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Para a celebração da Palavra:
(Diáconos e Ministros da Palavra):
Louvor (quando o pão
consagrado estiver sobre o altar)
-
Por Jesus, Com Jesus e Em Jesus, na força do Espírito Santo, louvemos ao Pai:
T: Pai, nós cremos que
Jesus é o nosso salvador.
-
Senhor, nós vos louvamos e agradecemos por nos enviar vosso Filho. Ajudai-nos a
entender os vossos projetos de amor que nos conduzem a felicidade.
T:
Pai, nós cremos que Jesus é o nosso salvador.
-
Senhor, sois bondade e amor nos enviando vosso Filho para nos ensinar o bom
caminho. Dai-nos coragem para que sigamos os passos de vosso Filho na prática
do amor para com todos.
T:
Pai, nós cremos que Jesus é o nosso salvador.
-
Senhor, sabemos que pelo nosso batismo fomos chamados a ser profetas no anúncio
da Boa nova, através da prática do amor. Pai, fortalecei-nos com vossa graça.
T:
Pai, nós cremos que Jesus é o nosso salvador.
-
Senhor, Enviai-nos a fortaleza do Espírito Santo para que saiamos de nosso
egoísmo e sejamos força ao injustiçado e instrumentos da paz e do perdão.
T:
Pai, nós cremos que Jesus é o nosso salvador.
RITO DA COMUNHÃO (Diáconos
e Ministros da Palavra)
Pres.: Rezemos, com amor e
confiança, a oração que o Senhor Jesus nos ensinou: T.: Pai nosso...
Pres.: Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo Salvador.
T.: Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!
Pres.: Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo Salvador.
T.: Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!
Pres.: Senhor Jesus Cristo, dissestes aos
vossos Apóstolos: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”. Não olheis os
nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso
desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo.
Amém.
Pres.: A paz do Senhor esteja sempre com todos
vocês!
T.: O amor de Cristo nos uniu.
Pres.: Meus irmãos, saudai-vos uns aos outros em Cristo.
T.: O amor de Cristo nos uniu.
Pres.: Meus irmãos, saudai-vos uns aos outros em Cristo.
Pres.: (mostrando a hóstia consagrada) Eu sou o Pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão, viverá
eternamente. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Eu sou a videira e vós sois
os ramos. Quem permanecer unido a mim, este dará muito fruto. Eu sou o bom
Pastor. O Bom Pastor dá a vida pela sua ovelha. Vós que estais cansados e
fatigados, vinde a mim e Eu os aliviarei de vossos fardos. ... Felizes os convidados para a ceia do Senhor! Eis o
Cordeiro de Deus, Eis aquele que tira o pecado do mundo.
T.: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.
T.: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.
Pres.: (Que o Corpo de Cristo nos guarde para a
vida eterna). T: Amém.
- Comunhão
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