quinta-feira, 27 de setembro de 2018

26º Domingo T. Comum, homilias, subsídios homiléticos


26º  Domingo T. Comum.

SINOPSE:
TEMA: “Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta!” Reconhecer a ação do Espírito através de pessoas que não pertencem à Igreja, mas que são sinais vivos do amor de Deus.
Primeira leitura: O crente, como Moisés, reconhece a presença de Deus nos gestos proféticos que vê acontecer à sua volta.
Evangelho: Jesus convida-nos a viver sem arrogância da verdade e convida-nos a não excluir os outros.
Segunda leitura: Não colocar a esperança nos bens materiais, pois eles são perecíveis.

LEITURA I – Nm 11,25-29 Leitura do Livro dos Números.
Naqueles dias, o Senhor desceu na nuvem e falou a Moisés. Retirou um pouco do espírito que Moisés possuía e o deu aos setenta anciãos. Assim que repousou sobre eles o espírito, puseram-se a profetizar, mas não continuaram. Dois homens, porém, tinham ficado no acampamento. Um chamava-se Eldad e o outro Medad. O espírito repousou igualmente sobre os dois, que estavam na lista, mas não tinham ido à Tenda, e eles profetizavam no acampamento. Um jovem correu a avisar Moisés que Eldad e Medad estavam profetizando no acampamento. Josué, filho de Nun, ajudante de Moisés desde a juventude, disse: “Moisés, meu Senhor, manda que eles se calem!” Moisés respondeu: “Tens ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!”.

AMBIENTE
O Livro dos Números É um livro de catequese. Pretende mostrar que a essência de Israel é ser um Povo reunido à volta de Jahwéh e da Aliança. Os autores vão descrevendo como, Jahwéh, esse grupo de nômades libertado do Egito foi ganhando uma consciência nacional e religiosa, até formar a “assembleia de Deus”. Ao longo do deserto, Israel vai fazendo uma caminhada espiritual, vai libertando da mentalidade de escravo, para adquirir liberdade e maturidade. Israel vai amadurecendo, tornando-se um Povo mais responsável e mais santo. Moisés queixou-se de não aguentar o fardo da condução deste Povo; então, Jahwéh propôs a Moisés escolher setenta anciãos que ungidos pelo Espírito de Deus, ajudariam Moisés .

MENSAGEM
Os “anciãos” são o “conselho” da comunidade. Eles recebem o Espírito de Deus para colaborar no governo do Povo. Moisés dirigiu sozinho o Povo de Deus; porém, quando a responsabilidade de governo foi dividida com os setenta anciãos, também o Espírito foi repartido por todos. A presença do Espírito de Deus nos anciãos manifesta-se na capacidade de profetizar; criar um clima de fervor e de exaltação religiosa. Dois anciãos da lista não estavam presentes no momento da recepção do Espírito, começaram também a profetizar. Josué crê que se trata de um abuso e propõe a Moisés que tome uma atitude… Moisés não está preocupado com poder, mas com a vida e a felicidade do seu Povo: “Estás com ciúmes por causa de mim? Quem me dera que todo o Povo fosse profeta e que o Senhor infundisse o seu Espírito sobre eles”. A resposta de Moisés será um anúncio profético do dia do Pentecostes, quando o Espírito de Deus se derramou sobre a totalidade do Povo da Nova Aliança.

ATUALIZAÇÃO
O Espírito não é privilégio da hierarquia; está em todos aqueles que abrem o coração aos dons de Deus.
O Espírito de Deus é livre e atua onde quer e como quer. Nenhuma Igreja tem o monopólio do Espírito. Temos é de reconhecer a presença de Deus nos gestos de amor, de paz, de justiça, de solidariedade, de partilha que todos os dias testemunhamos (mesmo naqueles que se dizem ateus).
Moisés foi capaz de reconhecer a sua incapacidade de “fazer tudo” e aceitou a ajuda da comunidade. Não teve ciúmes, nem inveja, nem medo de perder o controle do processo, nem dificuldade em aceitar a partilha das tarefas que o Senhor lhe confiou. Por vezes, sentimos que a intervenção de outras pessoas é uma ameaça ao nosso poder, porque não estamos dispostos a renunciar aos nossos projetos pessoais…

SALMO RESPONSORIAL (Sl 18[19])
A lei do Senhor Deus é perfeita, / alegria ao coração.
• A lei do Senhor Deus é perfeita, / conforto para a alma! / O testemunho do Senhor é fiel, / sabedoria dos humildes.
• É puro o temor do Senhor, / imutável para sempre. / Os julgamentos do Senhor são corretos / e justos igualmente.
• E vosso servo, instruído por eles, / se empenha em guardá-los. / Mas quem pode perceber suas faltas? / Perdoai as que não vejo!
• E preservai o vosso servo do orgulho: / não domine sobre mim! / E assim puro, eu serei preservado / dos delitos mais perversos.

EVANGELHO – Mc 9,38-43.45-47-48
João disse a Jesus: «Mestre, nós vimos um homem expulsar os demônios em teu nome e procuramos impedir-lhe, porque ele não anda conosco». Jesus respondeu: «Não o proibais; porque ninguém pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de Mim”. Quem não é contra nós é por nós. Quem vos der a beber um copo de água, por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa. Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que crêem em Mim, melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem ao mar. Se a tua mão é para ti ocasião de escândalo, corta-a; porque é melhor entrar mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse fogo que não se apaga. E se o teu pé é para ti ocasião de escândalo, corta-o; porque é melhor entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena. E se um dos teus olhos é para ti ocasião de escândalo, deita-o fora; porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e ser lançado na Geena, onde o verme não morre e o fogo não se apaga».

AMBIENTE - A ida para Jerusalém está próxima e os discípulos continuam a não absorver os valores do Reino. Para eles, Jesus é uma opção que trará poder, grandeza e prestígio… Por isso, sentem ciúmes quando encontram algo que possa colocar em causa os seus interesses, a sua autoridade, os seus “privilégios”.

MENSAGEM - A comunidade deve ser aberta, tolerante, capaz de aceitar como sinais de Deus os gestos libertadores que acontecem no mundo. João queixa-se de encontrar alguém “expulsando demônios” em nome de Jesus, embora não fosse do grupo. A atitude mostra, arrogância, intolerância, ciúmes de monopolizar Jesus, presunção de serem os donos exclusivos da verdade… Mas, por detrás está a preocupação com os projetos pessoais de prestígio e grandeza que eles alimentavam. Pouco antes, discutiam quem seria o maior no Reino; agora  estão preocupados, porque alguém de fora do grupo atua em nome de Jesus e que pode, disputar os lugares na política do Reino. Jesus procura ultrapassar esta visão egoísta da missão. Quem luta pela justiça e faz obras em favor do homem, está do lado de Jesus, mesmo que não esteja dentro da estrutura eclesial. A comunidade de Jesus não pode sentir ciúmes quando alguém de fora faz o bem; nem pode sentir-se atingida nos direitos  pelo fato do Espírito atuar fora das fronteiras da Igreja… A comunidade de Jesus sabe acolher, apoiar e estimular todos aqueles que atuam em favor dos irmãos. 
Na segunda parte desses “ditos” é um aviso àqueles que “escandalizam” os “pequeninos”. Na nossa cultura, “escandalizar” é dar mau exemplo. Na linguagem de Marcos, “escandalizar” é não fazer nada, é a ação de desistir de seguir Jesus, de não ter coragem para assumir a proposta de Jesus.
Os “pequeninos” são os que estão numa situação de dependência, de necessidade… Fazer algo que afaste as pessoas de Cristo é inadmissível e impensável.
 O outro “dito” de Jesus em cortar a mão ou de cortar o pé ou de arrancar o olho que é ocasião de pecado, está falando da necessidade de atuar na fonte do mal.
Há ainda, mais outro “dito”, referências um castigo na “Geena. “Geena” refere-se a um vale onde eram enterrados os mortos e onde, dia e noite, era queimado o lixo produzido na cidade. Era, um lugar maldito, impuro, que convinha evitar. Quem não for capaz de cortar o egoísmo, o orgulho, a autossuficiência, é como se estivesse condenado a viver num lugar horrível.

A Igreja pertence a Cristo, mas Cristo não é propriedade da Igreja! Ele manifesta sua ação também fora da estrutura visível da Igreja católica. Pensemos nos nossos irmãos protestantes. Eles têm elementos da Igreja de Cristo: a Palavra de Deus, a confissão de Jesus como Senhor e Salvador, o amor a Jesus, a caridade fraterna. Tudo isso é causa de alegria. Ainda que falte-lhes elementos essenciais da Igreja de Cristo, eles não estão fora da salvação! Hoje, Jesus nos convida à tolerância e ao amor a esses irmãos.
Isto não significa que está tudo bem, que tanto faz ser católico como não ser, que o importante é a fé em Jesus e pronto. Não! É preciso recordar que a divisão na Igreja é um pecado grave e contraria o desejo de unidade que o Senhor deixou como testamento: “Pai, não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim: a fim de que sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,20s). É também falso afirmar que as questões de doutrina não são importantes. O Novo Testamento está repleto de advertências contra os que ensinam doutrinas erradas e contrárias à fé dos apóstolos e são Paulo mesmo exorta a separar da Comunidade quem pregar um evangelho diferente do dele (cf. Gl 1,6-9). A busca de recompor a unidade visível da Igreja em torno de Cristo, com os mesmos sacramentos e a mesma doutrina é dever de todos os cristãos! Mas, também é necessário deixar claro o dever que todos nós temos da tolerância respeitosa e amorosa para com os irmãos separados. Se nos entristece ouvi-los falar mal da Igreja –caluniando-a e mentindo contra ela -, deve alegrar-nos ouvi-los falar bem de Cristo e pregar o Evangelho. Ainda mais: até para com os não cristãos, como os espíritas, muçulmanos, budistas, adeptos da seicho-no-iê… temos o dever do respeito e da tolerância. Deles, o Senhor afirma no evangelho de hoje: “Quem vos der a beber um copo da água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa”. Então, que fique bem claro o dever da tolerância que nós, discípulos de Cristo, temos para com os demais.
Mas, a Palavra de Deus também fala hoje de Tolerância para com os outros; radicalidade para conosco! Vejamos: (1) Radicalidade no respeito pelos pequeninos e fracos na fé: “Se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço”. (2) Radicalidade para cortar o que em nós o que em nós leva ao pecado e ao afastamento de Cristo: “Se tua mão te leva a pecar, corta-a… Se teu olho te leva a pecar, arranca-o!” Hoje, a tendência é arrancar o Evangelho para não termos que arrancar nada em nós, para não mudar de vida! Jesus é claro: não entrará na vida quem não combater aquilo que o faz tropeçar no caminho cristão. (3) Finalmente, a radicalidade de apoiar-se somente não nas nossas posses materiais: nunca pensar que somos proprietários do Senhor e da salvação São Tiago nos adverte: triste de quem é rico para si, desprezando os outros! Que o Senhor nos dê tolerância com os irmãos e toda intolerância com nossas manhas!

ATUALIZAÇÃO Os discípulos ainda raciocinam com a lógica do mundo e têm dificuldade em libertar-se dos seus interesses egoístas, de grandeza e poder…
a comunidade do Reino não pode ser arrogante, intolerante, fanática, que se arroga a posse exclusiva de Deus e das suas propostas. O verdadeiro discípulo não tem inveja do bem que outros fazem, não sente ciúmes se Deus atua através de outras pessoas, não pretende ter o monopólio da verdade nem ter o exclusivo de Jesus. O verdadeiro discípulo testemunha os valores do Reino e alegra-se com os sinais da presença de Deus em tantos irmãos com outros percursos religiosos, que lutam por um mundo mais justo.
Os discípulos estão preocupados com alguém que não é do grupo, pois temem pelos seus sonhos pessoais de poder e de grandeza.
O discípulo renuncia ao egoísmo, ao comodismo, ao orgulho, aos esquemas pessoais de poder e de domínio, ao êxito, ao aplauso das multidões.
O apelo de Jesus de não “escandalizar” (afastar da comunidade do Reino) os pequenos, faz-nos pensar na forma como lidamos com os pobres, os que falharam, os que têm atitudes moralmente reprováveis, aqueles que têm uma fé pouco consistente, aqueles que a vida marcou negativamente, aqueles que a sociedade marginaliza e rejeita… Quem vê o nosso testemunho tem razões para aderir a Cristo?

LEITURA II – Tg 5,1-6 Leitura da Carta de São Tiago
E agora, ricos, chorai e gemei, por causa das desgraças que estão para cair sobre vós. Vossa riqueza está apodrecendo, e vossas roupas estão carcomidas pelas traças. Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, e a ferrugem deles vai servir de testemunho contra vós e devorar vossas carnes, como fogo! Amontoastes tesouros nos últimos dias. Vede: o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso. Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança. Condenastes o justo e o assassinastes; ele não resiste a vós.

AMBIENTE
Para o autor, o acesso à vida plena depende das opções que o homem faz. Os crentes devem evitar: viver para os bens materiais e praticar injustiças. Os crentes devem: ter paciência, perseverança, oração e auxiliar o irmão que anda afastado.

MENSAGEM
Aqueles cujo objetivo na vida foi o acumular bens, no final toda a sua segurança e esperança perderão todo o valor; ou, pior ainda, serão uma testemunha de acusação, que denunciará o amor descontrolado dos bens materiais, o orgulho e a autossuficiência, as injustiças praticadas contra os pobres. O destino final dos bens perecíveis é a destruição; e quem tiver os bens materiais como o seu deus, não terá vida plena.
Para o autor, a riqueza provém da exploração dos pobres. Trata-se de um pecado que Deus castigará duramente. Deus não pode pactuar com a injustiça. O clamor dos injustiçados faz com que Deus atue. Os ricos, vivendo no luxo e nos prazeres à custa do sangue dos pobres, estão preparando seu próprio castigo: quem vive para os bens materiais, dificilmente acolherá os dons de Deus e  a vida plena que Deus oferece. Deus não tolera a exploração; quem conduzir a sua vida na injustiça, não fará parte da família de Deus.

ATUALIZAÇÃO O autor critica os ricos porque eles vivem apenas para acumular bens materiais, esquecendo os verdadeiros valores. Fazem do ouro e da prata os seus deuses. No final vão perceber que gastaram a vida a correr atrás de algo que não dá felicidade nem conduz o homem à vida plena. O ouro, a conta bancária,  dão-nos satisfações imediatas e talvez,  certo status; mas não saciam a nossa sede de vida eterna.
frequentemente a riqueza é resultado da exploração e da injustiça. Acumular bens à custa da miséria e da exploração dos irmãos é um crime que Deus não deixará impune. Não é cristão quem não paga o salário justo, mesmo que ofereça depois somas polpudas para a construção de uma igreja; não é cristão quem se aproveita da ignorância e da miséria para realizar negócios rentáveis, mesmo que pense repartir com Deus os frutos das suas rapinas…
O crime cometido contra os pobres é um crime contra Deus.
 Pecado não é ser rico, mas ser sovina, não querer repartir o que tem.
Temos o direito de viver bem, mas temos que nos preocupar com o outro.
Quanto mais se tem, maior a responsabilidade.

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Palavra sem "Dono"

Celebramos hoje o DIA DA BÍBLIA. 
A Palavra de Deus sempre nos oferece uma luz para as mais diversas situações de nossa vida. Ela pode ser proclamada por quem Deus quer, não é propriedade exclusiva de ninguém...

Na 1ª Leitura, vemos que a Palavra não é Monopólio de ninguém. (Nm 11,25-29)

- Moisés já idoso sente-se incapaz de continuar dirigindo o povo: "Sozinho não posso mais carregar esse povo".
- O Senhor lhe propõe a escolher 70 anciãos que, depois de ungidos pelo Espírito, o ajudariam nessa tarefa.
- Deus derramou o seu espírito sobre 70 anciãos, que se puseram logo a profetizar, mas não continuaram.
  E dois, que não estavam no grupo, começaram a profetizar…
- Josué vê nisso um abuso intolerável e propõe a Moisés: "Manda que eles se calem".
- Moisés, pelo contrário, alegra-se com o fato e afirma: "Oxalá todos recebessem o Espírito e profetizassem!"
  Moisés, longe de ter ciúmes, sente-se feliz em compartilhar com outros sua responsabilidade…
  O perigo é querer fazer tudo sozinho, ou pior não dar vez a ninguém…

* Em nossas comunidades, podemos também nos deixar levar
- pela tentação de Moisés de querer fazer tudo sozinho,
- ou pelo ciúme de Josué, de impedir o trabalho de quem não for do "grupo".

Pelo Batismo, todos recebemos a missão de ser profetas, sacerdotes e reis.
Todos somos chamados a falar em nome de Deus, anunciar o seu Reino.
Todos os batizados receberam a missão de santificar os ambientes onde vivem e trabalham. Todos somos reis e devemos usar o poder para cuidar com retidão de tudo e de todos como criaturas de Deus.

Na 2ª Leitura, Tiago denuncia o acúmulo de riquezas de alguns, a custa da miséria de muitos. (Tg 5,1-6)

O Evangelho mostra que ninguém tem o Monopólio de Cristo. (Mc 9,38-43.47-48)

- Os apóstolos não conseguem expulsar o espírito mudo de uma pessoa...
- Pelo contrário, uma pessoa "fora" ao grupo consegue, em nome de Jesus...
- Os Discípulos, aborrecidos, manifestam sua insatisfação.
- JESUS rejeita o exclusivismo: "Não lhe proíbam... Quem não está contra, está a nosso favor".

As Leituras lembram DUAS VERDADES:

1) A PALAVRA de Deus não é monopólio de ninguém:
    deve ser anunciada por todos: "Oxalá todo o povo profetizasse"
2) O NOME de Jesus não é monopólio de ninguém: Mais do que pertencer ao grupo de Cristo,
     o importante é estar "em sintonia" com Jesus…
     No dizer do Papa: "Devemos ser amigos de Jesus, não donos".
     - As Igrejas separadas, que também falam em nome de Jesus, devemos combatê-las como inimigas,
        ou enxergá-las como possíveis parceiras no trabalho do Reino?

O REINO não pode ser um grupo fechado e fanático, que se arroga a posse exclusiva de Deus e de suas propostas. Deve ser uma comunidade que reconhece não ter o exclusivo do bem e da verdade e se alegra com tantas pessoas, que buscam a Deus com sinceridade, praticam com lealdade o Bem, a Verdade e a Justiça, mesmo sem pertencer ao "nosso" grupo.
- Por que ter inveja daqueles que cumprem gestos generosos que talvez nós não tivemos a coragem para fazer?

Jesus não quer que sua IGREJA seja um gueto fechado, mas um rebanho aberto a outras ovelhas, que ainda não são do seu rebanho. Deve estar sempre atenta aos sinais dos tempos, para uma perene renovação, guiada pelo Espírito do Senhor...

- O apelo de Jesus no sentido de não "escandalizar" os pequenos lembra a atitude que as pessoas e as comunidades devem ter para com os "pequenos", os pobres, os que falharam, os que se afastaram, os que têm fé sem profundidade, os marginalizados pela sociedade...
Eles olham para seus líderes, esperando verdadeiro testemunho de fé e amor.

Os Donos da Igreja, o que fazer deles?
Em nossas comunidades cristãs, há pessoas capazes de gestos incríveis de doação, de entrega, de serviço;
mas há, também, pessoas, preocupadas em proteger o espaço de poder e de prestígio, que conquistaram.
São verdadeiros donos do santo e das coisas da comunidade. Essas pessoas são responsáveis de muita gente se afastar da comunidade. Só elas sabem, só elas são capazes, só elas dão o palpite certo. Essa gente não está servindo à comunidade, mas sim a si mesmo, a seu orgulho, a sua vaidade.
- Em nosso serviço na Comunidade, estamos protegendo   os interesses de Deus, ou os nossos projetos e interesses?

Deus sempre se serviu de pessoas para anunciar a sua Palavra e assim realizar os seus Planos de Salvação...  - Sentimo-nos "donos" ou instrumentos da Palavra de Deus?

                                          Pe. Antônio Geraldo

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HOMILIA DO PE. PEDRINHO

A Igreja comemora neste ano 54 anos do Concílio Vaticano II, momento importante para nossa Igreja, porque, como o próprio Papa João XXIII disse: Foi um momento de “abrir as portas e janelas do Vaticano, para que o Espírito de Deus pudesse arejar nossa Igreja”. É muito interessante, pois até hoje o Concílio Vaticano II é pouco conhecido. Precisamos fazer o Concílio ser mais conhecido. Um exemplo, um exemplo só, que falo com caridade e não com deboche: volta e meia chega alguém dizendo: sou católico, mas sou do tempo antigo. Gostaria que o “padre” fizesse o batizado e não o diácono. Eu digo: mas, se você é antigo, se há de convir comigo, que você é o primeiro a aceitar e a querer o diácono, porque está lá na bíblia os diáconos, porque a Igreja só retomou o serviço dos diáconos depois do Concílio Vaticano II. Ainda 53 anos  depois do concílio, tem gente que acha que diácono não vale para nada. Quer dizer; é negar toda a Bíblia e negar toda a Palavra. Por que é que estou dizendo isso? O que tem a ver com as leituras de hoje? Tem muito a ver. Porque, de fato, até o Concílio, quem mandava era o Papa e todo mundo devia obedecer. A partir do Concílio Vaticano II, os padres conciliares foram reler o livro dos Números e aí se deram conta de que era a vontade de Deus, que as decisões não ficassem na mão de somente uma pessoa, mas na mão de um colegiado; Deus vai dizer a Moisés: “escolha setenta homens para que eu possa iluminá-los e eles possam também a ajuda-lo a governar o povo de Deus. Assim então, que o Concílio nos ajudou a entender que  a Igreja não é somente o Papa, os bispos, os padres e os diáconos, mas a Igreja de Deus é o povo reunido, onde cada um tem a sua responsabilidade. Cada um tem seu papel diferenciado, mas todos a mesma missão. Há um tempo atrás, a gente ouvia dizer que a igreja é do padre. Eu digo Não. A igreja era do padre até o concílio. Depois do Concílio, a Igreja é do povo de Deus. Assim como o padre deve cuidar da igreja, todo cristão pertencente a comunidade deve cuidar. Que bom se cada um assumisse para si a responsabilidade da Evangelização. É aquilo que fala Moisés na primeira leitura e o que fala Jesus hoje. Veja que São João é santo, mas também com as suas dificuldades. Isto nos anima, pois também temos nossas dificuldades, mas poderemos ser santos também. São João disse a Jesus: tem um fulano aí pregando e curando, mas não acompanha a gente. Quer que vamos lá e mande ele calar a boca? Jesus diz: Não!. Quem está a nosso favor e prega, por que impedi-lo? Assim, ninguém precisa ser mandado, ter uma autorização por escrito para pregar a Palavra e pregando a Palavra realiza as obras que ajudam as pessoas a conhecer a Deus. Conhecer a Deus, deve ser para nós, o objetivo de cada dia. Como posso conhecer a Deus? A partir de sua Palavra. O salmo de hoje diz que a lei do Senhor é perfeita e alegria ao coração. Ora, que alegria a Palavra de Deus pode nos trazer? Primeiro, a certeza de que somos orientados todos os dias. Basta que queiramos ouvir a Palavra. Basta que estejamos dispostos a seguir os preceitos do Senhor. Segundo, que estamos caminhando com segurança, porque Deus já provou, mais de uma vez, que, de fato, Ele pode e conhece todas as coisas e não vai nos deixar distanciar dos bons caminhos. Terceiro ponto, que de verdade, a Palavra de Deus nos garante felicidade, não somente neste mundo, mas também para a vida eterna. Então, contrapondo a Palavra de Deus, é ver a vida só com a possibilidade de ganhar dinheiro. O dinheiro, diz a segunda leitura, a traça corrói, a ferrugem acaba destruindo. O dinheiro ninguém leva consigo após a morte. Agente chora pelo morto, mas não coloca o seu dinheiro no caixão. Agente sabe a diferença entre o dinheiro e o amor. Nem sempre onde há dinheiro há amor. Aonde há amor, o dinheiro nem sempre é importante. Claro que ele ajuda. Aqui, São Tiago não é contra o dinheiro não. Ele é contra quem faz fortuna a custa dos outros. Está muito claro: o dinheiro que você deixou de pagar os seus empregados, clamam por justiça. Cada um que sabe: o pouco ou muito que tenho é fruto da justiça? Louvado seja Deus. É fruto da corrupção, do pecado, da injustiça? Senhor, misericórdia e aí fazer como o Zaqueu: vou devolver quatro vezes mais. Olha lá. Ele devolveu com juros. Vamos ver se o congresso devolve com juros também. Então, a Palavra de Deus nos ajuda em nosso caminho na vida. Que possamos assumir o conhecer a Deus como missão e fazer a partilha com todos.
Resta uma pequena Palavra, não podemos entender ao pé da letra. Me preocupa muito isso; quando diz: se sua mão te faz pecar, corte-a. Calma, por favor. Se teu pé te faz pecar, corte-o. Se teu olho te faz pecar, tire-o fora. Vamos com calma. É muito importante entender que para São Marcos a mão simboliza o “instrumento de trabalho”. Ora, se teu trabalho te faz pecar, mude de emprego. Corta. Não é cortar a mão física. A mão é o instrumento de trabalho. Se o teu pé te impede de caminhar, busque outro caminho, porque somos chamados a caminhar. Se teu olho não o deixa enxergar como Deus enxerga o mundo, tem que trocar de olho. Então, seria muito simples conseguir a vida eterna cortando um pé, uma mão ou arrancando um olho. Seria muito simples, mas não é assim. Aquilo que nós realizamos te ajuda ou te atrapalha? Se atrapalha, precisa ser mudado.
Esta é uma Palavra de ânimo a conversão do que outro tipo de mensagem.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO – PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO, SANTO ANDRÉ, SP.

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Homilia de D. Henrique Soares

Hoje, a Palavra de Deus apresenta alguns elementos importantes que nos precisam ser continuamente recordados. Tanto a primeira leitura quanto o Evangelho, recordam-nos que Deus não é propriedade de ninguém. Ante o zelo mesquinho de João, Jesus afirma:
“Quem não é contra nós é a nosso favor”. É preciso compreender bem a afirmação do Senhor. Certamente, ele é o Caminho e a Verdade da humanidade; certamente ele fundou a Igreja, comunidade de seus discípulos; dotou essa Igreja do seu Espírito, de pastores e de toda uma estrutura visível. Esta Igreja de Cristo, nós cremos que permanece de modo pleno na Igreja católica. Isto significa que os elementos essenciais da Igreja de Cristo permanecem, por graça e fidelidade do Senhor, naquela Comunidade que ele fundou desde o início, a Igreja una, santa, católica e apostólica. Quais são esses elementos essenciais? A Palavra de Deus, pregada e interpretada segundo a Tradição apostólica, a Eucaristia como banquete e sacrifício, os sete sacramentos, o ministério de Pedro, presente nos seus sucessores, os Papas de Roma, o ministério episcopal, no qual se concretiza a sucessão apostólica, a caridade fraterna, os vários dons e carismas da comunidade, o sentido da missão de anunciar Jesus ao mundo como Senhor e Salvador, o martírio como testemunho máximo de Cristo, a presença materna da Virgem Maria e dos Santos, amigos de Cristo. A Igreja católica é, portanto, Igreja de Cristo, pertence a Cristo e, por graça de Cristo, conserva e conservará sempre, sem poder perder, estes elementos. Mas, isso não significa que a Igreja seja proprietária de Cristo. Aqui é preciso dizer claramente: a Igreja pertence a Cristo, mas Cristo não é propriedade da Igreja! De fato, na força do seu Espírito Santo, ele manifesta sua ação também fora da estrutura visível da Igreja católica. Pensemos nos nossos irmãos separados, de tradição protestante. Eles têm tantos elementos da Igreja de Cristo: a Palavra de Deus, a confissão de Jesus como Senhor e Salvador, tantos dons e carismas, o amor sincero a Jesus, a caridade fraterna, o ela missionário. Tudo isso deve ser, para nós, católicos, causa de alegria. Ainda que não estejam em comunhão plena com a Igreja de Cristo e falte-lhe elementos essenciais da Igreja de Cristo, eles não estão fora do caminho da salvação! Hoje, Jesus nos convida à tolerância e ao amor a esses irmãos.
Isto não significa de modo algum dizer que está tudo bem, que tanto faz ser católico como não ser, que o importante é a fé em Jesus e pronto. Não! É preciso recordar que a divisão na Igreja é um pecado grave e contraria o desejo de unidade que o Senhor deixou como testamento: “Pai, não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim: a fim de que sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,20s). É também absolutamente falso afirmar que as questões de doutrina não são importantes. O Novo Testamento está repleto de advertências contra os que ensinam doutrinas erradas e contrárias à fé dos apóstolos e são Paulo mesmo exorta a separar da Comunidade quem pregar um evangelho diferente do dele (cf. Gl 1,6-9). A busca de recompor a unidade visível da Igreja em torno de Cristo, com os mesmos pastores, os mesmos sacramentos e a mesma doutrina é dever de todos os cristãos! Mas, também é necessário deixar claro o dever que todos nós temos da tolerância respeitosa e amorosa para com os irmãos separados. Se nos entristece ouvi-los falar mal da Igreja – às vezes até caluniando-a e mentindo contra ela -, deve alegrar-nos ouvi-los falar bem de Cristo e pregar o Evangelho. Ainda mais: até para com os não-cristãos, como os espíritas, muçulmanos, budistas, adeptos da seicho-no-iê… temos o dever do respeito e da tolerância. Deles, o Senhor afirma no evangelho de hoje: “Quem vos der a beber um copo da água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa”. Então, que fique bem claro o dever da tolerância que nós, discípulos de Cristo, temos para com os demais.
Mas, a Palavra de Deus também fala hoje de radicalidade. Tolerância para com os outros; radicalidade para conosco, no nosso ser cristãos! Vejamos: (1) Radicalidade no respeito pela debilidade dos pequeninos e fracos na fé: “Se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço”. Deus nos livre de escandalizar, Deus nos livre de, por nossas atitudes, ser causa de tropeço para os irmãos mais fracos na fé! (2) Radicalidade para cortar o que em nós é escândalo, isto é, o que em nós leva ao pecado e ao afastamento de Cristo: “Se tua mão te leva a pecar, corta-a… Se teu pé te leva a pecar, corta-o… Se teu olho te leva a pecar, arranca-o!” Hoje, a tendência é arrancar o Evangelho para não termos que arrancar nada em nós, para não termos que nos incomodar nem mudar de vida! Jesus é claro: não entrará na vida quem sinceramente não combater aquilo que o faz tropeçar no caminho cristão. (3) Finalmente, a radicalidade de apoiar-se somente no Senhor e não nas nossas posses espirituais e materiais: espiritualmente, nunca pensar que somos proprietários do Senhor e da salvação e, materialmente, recordar que nossas riquezas apodrecem e nosso outro enferruja. São Tiago nos adverte duramente na segunda leitura de hoje: triste de quem é rico para si, desprezando os outros, mas não é rico para Deus!
Que o Senhor, pela sua graça, nos dê toda tolerância e toda intolerância. Toda tolerância com os irmãos e toda intolerância com o nosso pecado e as nossas manhas,! Que o Senhor nos converta, ele que é bendito para sempre. Amém.
 D. Henrique Soares da Costa
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PARA O MOMENTO DE LOUVOR (Diáconos e Ministros da Palavra):

LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.
1- Senhor, nosso Deus, imensa é vossa sabedoria. Sabemos que soprais o vosso Espírito onde e quando queres. Muitas vezes vemos bons exemplos naqueles que não estão em nossa igreja, mas que sabem praticar a justiça e o amor, sendo exemplos para nós.
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.
2- Senhor, muitas vezes pensamos que só nós temos a verdade e com isso desprezamos os pequeninos em nossa comunidade. Pai, dai-nos mais humildade e sabedoria.
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.
3- Senhor, muitas vezes colocamos nossos interesses, acima dos vossos; nos apegamos com o ter, com a quantia de nossos bens, nos orgulhamos do nosso saber e o reconhecimento dos outros. Pai, fazei-nos conscientes de que tudo o que temos sois vós que nos concedeis. Vós sois a nossa força e nosso amparo.
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.
4- Senhor, nosso Deus e Pai, muitas vezes não reconhecemos o valor do trabalho de nossos irmãos e só vemos o nosso esforço e queremos o nosso mérito. Pai, ajudai-nos a ver os valores no trabalho de nossos irmãos e irmãs e tornai-nos filhos agradecidos pelos dons que nos concedeis.
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.

- PAI NOSSO...   A Paz... CORDEIRO DE DEUS...

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