quarta-feira, 10 de outubro de 2018

28º DOMINGO DO TEMPO COMUM 2018 ANO B, homilias, subsídios homiléticos


28º DOMINGO DO TEMPO COMUM 2018 ANO B (Adaptado pelo Diácono Ismael)

SINOPSE:
Tema: A liturgia convida-nos a refletir sobre as escolhas que fazemos, a fim de adquirir os valores da vida eterna.
Primeira leitura: convida-nos a adquirir a verdadeira “sabedoria” (que é um dom de Deus).
Evangelho: Jesus convida renunciar às riquezas e a escolher “caminho do Reino” – partilha, solidariedade, doação, amor. É nesse caminho que se encontra a vida eterna.
Segunda leitura: A Palavra de Deus é viva e atuante. Uma vez acolhida, transforma e ajuda a discernir o bem e o mal para chegar à vida plena e definitiva.

PRIMEIRA LEITURA (Sb 7,7-11) Leitura do Livro da Sabedoria.
Orei, e foi-me dada a prudência; supliquei, e veio a mim  o espírito da sabedoria. Preferi a Sabedoria aos cetros e tronos e, em comparação com ela, julguei sem valor a riqueza; a ela não igualei nenhuma pedra preciosa, pois, a seu lado, todo o ouro do mundo é um punhado de areia e, diante dela, a prata será como a lama. Amei-a mais que a saúde e a beleza e quis possuí-la mais que a luz, pois o esplendor que dela irradia não se apaga. Todos os bens me vieram com ela, pois uma riqueza incalculável está em suas mãos.

AMBIENTE- O “Livro da Sabedoria” séc. I a.C. por um judeu de Alexandria; elogio da “sabedoria” israelita. O que é esta “sabedoria”? É a capacidade de fazer as escolhas corretas que conduzem à felicidade. Esta “sabedoria” é um dom que Deus oferece a todos os homens. É preciso ter os ouvidos atentos para acolher a “sabedoria” de Deus.

MENSAGEM- Salomão pediu a Deus a “sabedoria”. Há aqui uma alusão ao 1 Re 3,5-15, onde Salomão pediu a Deus “um coração cheio de entendimento para governar o povo, para discernir entre o bem e o mal” (1 Re 3,9); Ela é a “luz” que indica caminhos e que permite discernir as opções corretas a tomar. Ao contrário dos bens terrenos, ela não se extingue nem perde o brilho: é um valor duradouro, que vem de Deus e que conduz o homem ao encontro da felicidade perene. Contudo, a “sabedoria” não afastou este rei dos outros bens… É ela que lhe permite gozar os bens terrenos com maturidade e equilíbrio, sem obsessão e sem cobiça.

ATUALIZAÇÃO
♦ A “sabedoria” é um dom de Deus que o homem deve acolher com humildade. O “sábio”, reconhecendo a sua finitude, se coloca nas mãos de Deus, escuta as suas propostas e aceita os seus desafios.
♦ Há valores passageiros (o dinheiro, o poder, o êxito, a moda, o reconhecimento social…) que não podem ser absolutizados. Eles não são maus, por si próprios; não podemos é deixar que eles nos escravizem.
♦ O autor garante-nos que escolher a “sabedoria” não significa prescindir de valores materiais; trata-se de darmos prioridade àquilo que é realmente importante e que nos assegura a felicidade e de vida plena.

EVANGELHO (Mc 10,17-30)
Naquele tempo, quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!” Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!” Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!” Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”. Pedro então começou a dizer-lhe: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, mães, filhos e campos, com perseguições – e, no mundo futuro, a vida eterna.”

AMBIENTE- Na perspectiva dos teólogos de Israel, as riquezas são uma bênção de Deus (Dt 28,3-8); mas colocar a confiança e a esperança nos bens materiais envenena o coração do homem, torna-o orgulhoso e autossuficiente e afasta-o de Deus e das suas propostas (Sal 49,7-8; 62,11). Jesus vai retomar a catequese na perspectiva do Reino.

MENSAGEM - O que é necessário fazer para ter a vida imortal? “não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe”. Jesus reconhece a sinceridade; por isso, olha para ele “com simpatia” e convida-o a integrar a comunidade do Reino. Jesus aponta três requisitos:
a) Não centrar a própria vida nos bens deste mundo,
b) Assumir a partilha e a solidariedade,
c) Seguir o próprio Jesus.
O Reino é incompatível com o egoísmo, com a lógica do “ter”, com a obsessão pelos bens deste mundo.
O homem rico que não está preparado para viver no amor, na partilha, na entrega da própria vida aos irmãos. Os bens do mundo impõem ao homem uma lógica de egoísmo, de fechamento, de escravidão que são incompatíveis com a adesão plena ao Reino e aos seus valores. Os discípulos questionam: “quem pode, então, salvar-se?” Jesus apresenta o poder de Deus como maior do que a debilidade humana (“aos homens é impossível, mas não a Deus”. A ação de Deus pode mudar o coração do homem e fazê-lo acolher as exigências do Reino. É preciso, no entanto, que o homem esteja disponível para escutar Deus e para se deixar desafiar por Ele.
Na segunda parte, Pedro recorda que deixaram tudo para o seguir. Jesus confirma a validade desta opção e assegura que o caminho não é de perda, mas é de ganho, mas será sempre incompreendida pelo mundo. Por isso, conhecerão também a perseguição e o sofrimento.

ATUALIZAÇÃO • O que fazer para alcançar a vida eterna? - viver os mandamentos; e assumir os valores do Reino e seguir Jesus no caminho do amor a Deus e da entrega aos irmãos. Isto não é conquista, ou mérito. A vida eterna é sempre um dom gratuito de Deus, fruto da bondade, da misericórdia, do amor pelo homem. Quando o homem vive de acordo com os mandamentos e segue Jesus, está respondendo positivamente à oferta de vida que Deus lhe faz.
• Vida eterna; Deus oferece-nos essa vida já neste mundo; a plenitude só quando nos libertarmos das limitações humanas. A vida eterna atingirá a plenitude na outra vida, no céu.
• Na perspectiva de Jesus, a vida eterna passa pela adesão a esse Reino que Ele veio anunciar. Jesus, com as suas propostas e valores, veio propor aos homens o caminho da vida eterna. Quem quiser “alcançar a vida eterna” tem de olhar para Jesus, aprender com Ele, segui-lo, fazer da própria vida uma escuta atenta das propostas de Deus e um dom de amor aos irmãos. Muitas vezes, a lógica do mundo sugere que a vida do “ter” mais coisas, poder, no reconhecimento social … Nós sabemos que os bens deste mundo, embora nos proporcionem bem estar e segurança, não nos oferecem a vida eterna; essa vida eterna está nesse caminho de amor, de serviço, de dom da vida que Cristo nos ensinou a percorrer.
• A riqueza escraviza o coração do homem, desenvolve o egoísmo e a cobiça, leva o homem à injustiça, à exploração, à desonestidade, ao abuso dos irmãos… se o nosso coração vive obcecado com os bens deste mundo e fechado ao amor, à partilha, à solidariedade, não podemos fazer parte da comunidade do Reino.
• Jesus confirma a validade desse caminho de renúncia: não se trata de um caminho de fracasso, mas de um caminho que realiza as necessidades dos homens que O escolheram. Seguir o “caminho do Reino” é escolher um caminho de vida plena, de realização, de alegria, de felicidade.
• Jesus avisa que o “caminho do Reino” é um caminho que gera o ódio do mundo, perseguições e incompreensões.

SEGUNDA LEITURA (Hb 2,9-11) Carta aos Hebreus.
A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Ela julga os pensamentos e as intenções do coração. E não há criatura que possa ocultar se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos, e é a ela que devemos prestar contas.

AMBIENTE - a Carta aos Hebreus é destinada a comunidades desanimadas na prática da fé… O objetivo é estimular a vivência do compromisso. O autor apresenta o mistério de Cristo, o sacerdote por excelência, fiel e misericordioso que o Pai enviou para aproximar os homens de Deus. O objetivo é levar os crentes a escutar e a Palavra de Jesus.

MENSAGEM- A Palavra de Deus é viva, transformadora e eficaz, que uma vez escutada, entra como uma espada afiada e transforma os seus sentimentos, pensamentos, valores, opções e atitudes.
A Palavra de Deus confronta-se com os desejos, intenções, valores a que o homem dá prioridade na sua relação com Deus, com o mundo e com os outros homens… A Palavra de Deus, mesmo que pareça frágil, é uma força que traz ao homem a vida e a salvação.

ATUALIZAÇÃO •  Valorizar a Palavra de Deus que chega através de Jesus, pois  ela salva e liberta.
• A Palavra de Deus é viva, atuante, eficaz e renovadora. Ela deveria ter um impacto positivo nas nossas vidas, nas nossas famílias, nas nossas comunidades, … No entanto continuamos a escolher valores errados pela inveja, pelo ciúme, pela discórdia, injustiça, violência, exploração, e ódio… É preciso deixarmos que ela nos transforme e se expresse em gestos concretos de vida nova. Sem o nosso “sim”, a Palavra de Deus não nos transforma.
• A Palavra de Deus ajuda-nos a discernir o bem e o mal e a fazer as opções corretas. Que não nos fechemos na autossuficiência; mas é preciso que, com humildade, aceitemos transformarmo-nos, convertermo-nos.
•  É preciso que a Palavra de Deus esteja no centro da nossa experiência de fé. É ela que nos questiona, nos transforma, nos indica caminhos, que nos permite discernir a vontade de Deus a nosso respeito.

  - Jesus aponta o caminho:
      . Desfazer-se dos bens terrenos;
      . Partilhar com os irmãos mais pobres.
      . Seguir Jesus no seu caminho de amor e entrega.
   A riqueza pode ser um obstáculo no caminho do Reino,  quando ela se torna a nossa segurança e não partilhamos com os necessitados.
O "caminho do Reino dever ser um caminho na solidariedade, no serviço, na partilha, na verdade, no amor e  no dom da vida aos irmãos...

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Saber Escolher

Durante a nossa vida, temos que fazer escolhas.
Há muitas coisas que nos atraem, mas não conseguimos conquistar todas.
Escolher uma significa renunciar às outras.

As leituras desde dia tratam fundamentalmente deste tema sobre a ESCOLHA.

A 1a Leitura fala da escolha feita por SALOMÃO:
Ele preferiu a Sabedoria de Deus a qualquer outro bem. (Sb 7,7-11)

- Recém coroado, o jovem Rei vai ao templo oferecer um sacrifício a Deus.
- Deus, satisfeito, lhe diz: "Pede-me o que queres... e eu te darei..."
- Salomão: "Sou um adolescente... dai-me um coração sábio, capaz de julgar o vosso povo e discernir entre o Bem e o Mal..."
- O pedido agradou a Deus:
   "Já que não pediste nem vida longa, nem riquezas, nem a morte  de teus inimigos, mas sim inteligência para governar meu povo...   vou te dar o que pedes... e também o que não pediste..."

* Salomão escolheu a SABEDORIA como Bem maior, preferível ao poder e às riquezas...

A 2ª Leitura convida-nos a acolher a PALAVRA DE DEUS. (Hb 4,12-13)
"Ela é viva, eficaz e mais penetrante de qualquer espada de dois gumes".
Ela ajuda a discernir o bem e o mal e a fazer a ESCOLHA certa.

No Evangelho, Jesus propõe uma escolha do JOVEM RICO:  (Mc 10,17-30)

- Jesus está a caminho, ensinando aos discípulos as exigências do Reino e as condições para integrar a comunidade messiânica.
- Um jovem ajoelha-se diante de Jesus e pergunta: "Que devo fazer para conseguir a vida eterna?"

- Inicialmente, Jesus lhe propõe os Mandamentos.

  O Jovem responde que já observa tudo isso... Ele quer algo mais...

 

- Então Jesus o olha com amor, porque de fato praticava... e "queria mais"...
  "Convida-o" a integrar a comunidade do Reino, apontando o caminho:
      . Desfazer-se dos bens terrenos;
      . Partilhar com os irmãos mais pobres.
      . Seguir Jesus no seu caminho de amor e entrega.

A escolha era muito comprometedora: ou segui-lo, "renunciando" a todos os bens, ou ficar com tudo, mas deixando-o.

- Era o "algo mais" que lhe faltava para passar da vivência tradicional da religião, para uma vivência mais generosa. Mas o Jovem prefere a segurança da riqueza e recusa o "convite" de Jesus. Não tem coragem de dar um passo a mais... e RETIRA-SE TRISTE...

- Jesus comenta: "Como é difícil a um rico entrar no Reino de Deus!"

* A reação do Jovem rico evidencia um fato:
   Quanto mais riquezas alguém possui, mais forte se faz sentir a tentação de amarrar o próprio coração aos próprios tesouros, a ponto de se tornarem um obstáculo no caminho do Reino.  O "caminho do Reino" deve ser um caminho a ser percorrido no amor, na solidariedade, no serviço, na partilha, na verdade, no dom da vida aos irmãos...

- E os apóstolos não perderam a oportunidade: 
  "E nós que deixamos tudo?"
- Jesus garante:
  "Vocês terão recompensa em bens e...  perseguições... e a vida eterna..."

Quem é esse Jovem do Evangelho?
Posso ser eu. Pode ser você... São muitas pessoas que observam os Mandamentos e até "desejariam fazer mais"...
Mas quando Deus pede algo mais... elas se retiram tristes, porque estão apegadas a muitas coisas, que amarram o seu coração e impedem de dar esse passo a mais.
Estão satisfeitas apenas com o "mínimo" necessário...
* E nós nos satisfazemos como o mínimo...   ou procuramos oferecer "algo mais"?

Cristo nos dirige ainda hoje o mesmo convite:
"Vai e vende TUDO... dá aos pobres... e depois me segue".

* Todos nós temos alguma coisa para vender... Quais são as "riquezas", de que devemos nos desfazer para esse algo mais e que tornam o nosso coração materializado e insensível às coisas de Deus.

- Será que Cristo nos olha "com amor" porque vê a nossa generosidade?
  ou  nós "nos afastamos tristes" porque não damos esse algo mais?

- Quantos pobres estão à espera de nossa oferta!...
  Pobres da palavra de Deus, de conforto, de entusiasmo, de orientação,  educação... instrução religiosa...

E nesse mês de outubro, dedicado às missões, a Igreja nos lembra que todos devemos nos sentir responsáveis pelas missões.
Devemos distribuir as riquezas espirituais e materiais que possuímos, também aos que ainda vivem na miséria religiosa e social.

Cristo ainda HOJE continua a convidar: "Vai e vende tudo o que tens... e dá aos pobres... e depois vem e segue-me..."
Ele continua nos "olhando com amor"...Ele conta com cada um de nós!...

                                         Pe. Antônio Geraldo
                                        
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO

Em outubro de 1962 estávamos fazendo a abertura do Concílio Vaticano II. Em 1992 nos era apresentado o Catecismo da Igreja Católica. Uma pessoa me veio perguntar: “então, depois do Concílio, mudou o catecismo da Igreja?”
Não. Não mudou o catecismo, mas a Igreja quis incorporar no catecismo o que o Concílio nos apresentou. Então, houve uma atualização. Então, é por isso que levou trinta anos para se fazer esta atualização, com a colaboração e participação de gente do mundo inteiro. No catecismo, temos aí, uma síntese de tudo aquilo, enquanto católico apostólico romano, professamos. O papa Bento XVI dizia: “é com grande alegria, cinquenta anos, depois da abertura do Concílio Vaticano II, damos início ao ano da fé (que foi celebrado no ano 2012). Tenho o prazer de saudar a todos vós, especialmente sua santidade Bartolomeu I, patriarca de Constantinopla”.  Este é um ponto que gostaria de chamar a atenção. Normalmente chamamos o Papa de Santidade. Agora, o Papa está chamando Bartolomeu I de Santidade. Como é que é isto? A meu ver, bastante significativo, porque Bento XVI é sucessor de Pedro e Bartolomeu I é sucessor de Paulo. Portanto, os dois são sucessores dos Apóstolos. É por isso que dizemos que somos Católicos apostólicos romanos. Porque seguimos a sucessão Petrina. Enquanto que, o católico apostólico ortodoxo segue a sucessão Paulina e nós formamos uma única Igreja, como dizia o Papa João Paulo II: “assim como o corpo humano tem dois pulmões, a Igreja também respira por dois pulmões. Um, sucessão Petrina, outro, sucessão Paulina. É muito interessante, porque a sucessão Petrina é do Ocidente para o Oriente. Por isso, o sinal da Cruz, que nós fazemos, é da esquerda para a direita. Enquanto a sucessão Paulina é do Oriente para o Ocidente. Portanto, o sinal da Cruz é da direita para a esquerda. É muito interessante, que vivemos em comunhão. Diz o Apocalipse: “as minhas duas testemunhas estarão presentes e expostas até o fim dos tempos”. 
Quando se chega à Basílica de São Pedro, de um lado você tem  de um lado a estátua de Pedro e do outro lado a de Paulo. Então, os dois juntos vão nos ajudar a compreender as questões de fé. O concílio quando se abriu, não quis tratar as questões de fé, porque a nossa fé é a mesma desde os Apóstolos, mas quis tratar de maneira eficaz a fé que nós temos. É isso, que o Papa Bento XVI nos pediu, para vermos de que maneira nós vamos aplicar, de maneira eficaz, a fé que nós temos. Meus irmãos e irmãs, isso é muito urgente, porque se você perguntar às pessoas, dificilmente, elas vão dizer; não tenho fé. Todos dizem; creio em Deus, mas ao meu modo. Ora, não existe um modo para cada pessoa crer em Deus. Nós cremos em Deus a partir daquilo que é revelado. Nós podemos crer em Deus a partir da criação, podemos crer em Deus a partir da Palavra de Deus. Entretanto, uma coisa é crer, outra coisa é compreender. Muitas vezes, vamos ver no Evangelho, escrito assim: “e eles não compreendiam o que Jesus falava”.  Eles acreditavam em Jesus. Nós acreditamos em Jesus, mas nem sempre compreendemos aquela Palavra. Quem é que vai nos ajudar a compreender a Palavra? É a Igreja, é a comunidade. Portanto, não é suficiente crer, porque eu crendo, mas não compreendendo, eu não vou praticar. Porque crendo, como vou traduzir isto para o meu dia a dia de minha vida? Ora, é a comunidade que vai me ajudar a confrontar o que a Palavra de Deus diz com aquilo que eu vivo. É na comunidade que eu vou crescendo na fé, porque eu vou compreendendo aquilo que me é falado. O nosso Bispo D. Nelson Westrup utilizou uma frase que é muito significativa, que nós vamos daqui a pouco recitá-la. “Gerado, não criado, consubstancial ao Pai”. Quem compreende o que é consubstancial ao Pai? Então, eu digo que eu creio, mas não compreendo. Então, aí, a fé se torna um tanto frágil. Por isso, a Igreja tem que fazer um grande esforço para compreendermos o significado do Pai Nosso, o símbolo Niceno Constantinopolitano, que é o Credo, uma série de coisas que nós cremos, mas nem sempre compreendemos.
O Evangelho de hoje é bastante pertinente, nesta reflexão de nossa fé. Primeiro, diz que Jesus saiu a caminhar. Jesus está sempre caminhando no Evangelho. O que significa para quem quer ser cristão, discípulo de Jesus Cristo, tem que estar disposto a caminhar. Nesta caminhada Jesus se encontra com alguém, que eu chamo de fulano, porque nos outros Evangelhos; Lucas, Mateus, vão dizer que ele é um jovem, mas no Evangelho de Marcos, não. O Evangelho de Marcos vai dizer que desde toda juventude ele já observava as leis de Deus. Portanto, supõe-se que não seja mais jovem. Ele começa o encontro com Jesus, elogiando Jesus. E, é característica, quando eu te faço um elogio, a educação me convida a retribuir o elogio. Isto é uma questão de educação. Ele começa dizendo: “Bom mestre, que devo fazer par ter a vida eterna?”.  Jesus corta logo de cara, como se diz no popular: “vamos parar com rasgação de seda. O único bom é Deus. Não vem me bajulando”. Bom, é o primeiro ponto; que devo fazer para ganhar a vida eterna? É muito interessante, que ele vivia os mandamentos de Deus, desde a juventude, mas ainda não estava feliz. Ainda não tinha encontrado a convicção sobre a vida eterna. Ainda está em busca. Diante da Palavra de Deus, diz a  segunda leitura de hoje, ninguém fica sem estar exposto. A Palavra de Deus é tão penetrante, que ela revela tudo que tem no coração de cada pessoa. Portanto, como Jesus é a Palavra de Deus, Ele acaba se expondo. É tão interessante observar; ele esperava de Jesus um elogio, imagina, não se preocupe com isto, siga a bíblia, a lei de Deus. Está tudo maravilhoso, está tudo perfeito. Só que, quando estivermos “tudo perfeito”, não temos mais que caminhar. Então, Jesus diz: Olha, eu te peço somente uma coisa. Vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres e depois vem e me segue. E, ele saiu muito triste. Por que? Porque ele não conseguiu se desvencilhar das coisas que o impediam de acompanhar Jesus. Veja que Jesus não humilhou o rapaz, não humilhou aquele fulano. Não! Ele olha com amor. Só que ele não foi capaz de seguir Jesus. Aqui há algo importante para observar: “quem não deixar pai, mãe, campo, irmão, irmã, não é digno de mim”. Falta alguém aí. Ele não diz; quem não deixar esposa, marido, para me seguir não é digno de mim. Por que? Bom, Evangelho do domingo passado: o que Deus uniu, o homem não separe. Porque o casal já tem um propósito na vida: construir o Reino na família. Enquanto, quem não constituiu família pode, quem sabe, construir o Reino de outra forma. Então, isto pode ser um grande chamado a pensarmos a vocação, sobretudo os solteiros e solteiras, porque é possível construir o reino de Deus como marido e mulher, mas também é possível você deixar tudo para construir o Reino de Deus não constituindo família. De qualquer maneira, Pedro, que sempre representa a comunidade, vai dizer: nós deixamos tudo, e aí? Jesus vai dizer: quem deixou pai, mãe, casa, vai receber cem vezes mais, com perseguição. Jesus não quer ninguém acomodado.  Quem está atrás de Jesus para encontrar conforto, está no endereço errado. Ele sempre avisa isto. Portanto, quem prega outra coisa, não prega o Evangelho de Jesus Cristo. Ele sempre avisa: você vai ter tudo, com perseguição. Porque, de fato, a fé exige de nós um testemunho. O testemunho é muito importante. É muito interessante o que disse o Papa Bento XVI: “Quem tem fé, tem que ter caridade. A fé sem caridade não dá fruto e a caridade sem fé estaria a mercê da dúvida. A medida em que eu pratico a caridade é na medida que eu começo a encontrar os obstáculos”. Experimente fazer o bem e você vai ver sempre alguém falando mal de você. Sempre. Por que? Porque a caridade incomoda as pessoas. Valeria, aqui, retomar uma frase que D. Nelson disse: “Quando é que nós recebemos a fé? No dia de nosso Batismo. O representante da Igreja; o presbítero, o diácono, o ministro extraordinário do Batismo, pergunta: o que você deseja? A gente não diz o Batismo. Agente diz: A FÉ. O Batismo nos trás a fé. Batismo não é meramente um rito, mas é uma porta de entrada para a fé. Depois, na caminhada vai-se compreendendo esta fé. Precisamos sempre retomar a nossa fé e sempre ir aprofundando cada vez mais, para ir compreendendo cada vez mais e sempre poder celebrá-la. Que Deus nos ajude a viver o convite que nos foi feito. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO – Diocese de Santo André – SP.


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Homilia de D. Henrique Soares

Caríssimos, antes de mais nada, fixemos nosso olhar em Jesus nosso Senhor: ele é a Sabedoria de Deus, como diz São Paulo (cf. 1Cor 1,24.30). Ele é aquela de que fala a primeira leitura de hoje. Sim, caríssimos no Senhor: encontrar Jesus vale mais que os cetros e tronos; em comparação com essa bendita Sabedoria, saída do Pai no ventre da Virgem, as riquezas são sem valor porque ela é a grande riqueza de nossa existência.
Por isso, vale a pena amar nosso Jesus, Sabedoria de Deus, mais que a saúde e a beleza; vale a pena possuí-lo mais que a luz, pois o esplendor que ele irradia não se apaga. – Sim, Senhor bendito, os que te amam brilham como o sol, como o sol ao amanhecer! Tu és a luz do mundo, o esplendor do Pai, a luz de nossos olhos, a Sabedoria que dá sentido à nossa vida! Contigo todos os bens desta vida nos são dados; sem ti nada é verdadeiramente bom, nada durável, nada encherá verdadeiramente o nosso coração! Bendito seja tu, Senhor Jesus, Sabedoria eterna, saída da boca do Pai para dar luz e sentido ao universo!
Jesus é também a Palavra do Pai, Palavra viva, definitiva, eterna. A Palavra de Deus, caríssimos, não é primeiramente a Bíblia. A Palavra de Deus por excelência é Jesus: “No princípio era a Palavra e a Palavra estava com Deus e a Palavra era Deus. Tudo foi feito por ela e sem ela nada foi feito de tudo quanto existe. E a Palavra se fez carne e habitou entre nós!” (Jo 1,1-2.14) Eis, portanto: a Bíblia somente é a Palavra de Deus porque dá testemunho de Jesus – e não de qualquer Jesus, mas do Jesus crido, adorado, testemunhado e enunciado pela Igreja católica, fundada pelo próprio Cristo e por ele sustentada na sua Palavra pela força do Espírito Santo da Verdade, que conduz sempre a Igreja à verdade plena! Fora disso, a Bíblia já não é Palavra de Deus, mas confusão e caminho para o erro! Eis! Voltemos o olhar para Cristo: Ele é “a Palavra de Deus, viva e eficaz e mais cortante que qualquer espada de dois gumes. Ela julga os pensamentos e as intenções do coração”. Isso nós sabemos, irmãos; isso experimentamos, quando tantas vezes somos questionados pelo Senhor Jesus, que penetra até o íntimo de nós, com sua verdade, com sua exigência, com os projetos que tem a nosso respeito. Cristo é esta Palavra viva e definitiva de Deus: “E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos, e é a ela que devemos prestar contas”. Por isso mesmo, o Senhor é o critério de nossa existência: quem nele crê tem a vida; quem não crê não conhecerá nunca o verdadeiro e pleno sentido da vida! – Bendito sejas tu, Senhor Jesus, Palavra e Verdade do Pai! Dá-nos a graça de vivermos em ti, de compreendermos que tu és a nossa vida e que somente em ti nossa existência será realmente plena de sentido e atingirá o fim para que fomos criados. A ti a glória, ó Cristo, Sabedoria e Palavra do Pai! A ti nosso amor, nossa adoração, nossa ilimitada entrega e confiança, a ti a nossa vida toda inteira, ó Cristo nosso Deus!
Agora, amados em Cristo, podemos compreender o Evangelho deste hoje. Pensemos bem: A pergunta que este alguém faz a Jesus, não é aquela mesma que nós tantas vezes fazemos? Não é a pergunta definitiva da nossa existência? “Bom Mestre, que devo fazer de bom para ganhar a vida eterna?” – Eis Senhor, qual dos caminhos da vida seguir? Qual me levará para mais longe ou para mais perto de ti? Dize-me, Mestre Bom!
A resposta de Jesus surpreende: “Por que me chamas de bom? Só Deus é o Bom!” É verdade: só o Pai é o Bom, é a fonte eterna de toda bondade, como só o Pai é o Santo, e a fonte de toda Santidade. E, no entanto, o próprio Senhor afirma: “Tudo que o Pai tem é meu. Eu e o Pai somos um. Quem me vê, vê o Pai!” Por isso mesmo, sem medo, podemos dizer todos os domingos: “Só vós sois o Santo, só vós o Senhor, só vós o Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo na glória de Deus Pai!” Sim, meus caros, Jesus é Bom porque vem do Pai, porque tudo recebeu do Pai e participa plenamente da plenitude de plena bondade que é o Pai! Mas, “tu conheces os mandamentos!” – Jesus é prático, meus caros: indica ao alguém que vem a ele os mandamentos; e notem bem: os mandamentos da segunda tábua, aqueles que falam do amor e do respeito pelo próximo! Vede, amados no Senhor, como o seguimento a Jesus exige atitudes muito concretas na nossa vida! Aquele lá, que buscava a vida respondeu feliz: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude!” Meus irmãos, nessa resposta há uma coisa boa e outra ruim. A coisa boa é que este homem é realmente observante da Lei de Deus; a coisa ruim é que ele parece satisfeito consigo mesmo; prece que, para ele, a religião consiste em fazer, em observar normas. Pronto. Fazendo isso, tudo bem! Notai, caríssimos, que também aquele fariseu que rezava no Templo estava satisfeito porque cumpria todos os preceitos; e os cumpria mais da conta! Ah, meus irmãos, que para o Senhor isso não basta! O Senhor é exigente, o Senhor olha o coração, o Senhor, Palavra “tão penetrante como espada de dois gumes”, quer saber de nossas intenções e não se contenta com nada menos que nosso coração e nossa vida! “Jesus olhou para ele com amor, e disse: ‘Só uma coisa te falta: vai, vende tudo que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” Meus irmãos, como Jesus é bonito, como é sábio, como é exigente, como vai direto ao ponto! Primeiro, vede como olha aquele lá: com amor, com aquele amor eterno com que nos amou e reservou para nós o seu amor! Nunca esqueçamos: suas exigências são exigências de amor! Na verdade, o Senhor deseja fazer aquele homem passar de uma religião de simples fazer coisas e cumprir preceitos para uma religião de amar de verdade: “Vai, vende tudo que és, moço! Vai, deixa-te a ti mesmo; larga essa preocupação contigo! Deixa-te vendendo tudo; abre-te para os outros, repartindo teus bens e teu amor e, depois, estarás pronto de verdade para experimentar o quanto eu sou o Bom: “Vem e segue-me!” Tu me chamaste de Bom sem saber o que isso queria dizer… Vem comigo, deixa tudo por mim e verás de verdade que eu sou o Bom, o teu Bem, todo Bem, o sumo Bem! Será livre, mocinho; encontrarás a vida em abundância! Deixa-te por mim e tu me encontrarás e, encontrando-me, encontrarás a própria vida!
Mas, não! Esse risco aquele lá não queria correr. Queria uma religião arrumadinha, que lhe oferecesse garantias; uma religiãozinha burguesa, na qual se sirva a Deus para servir-se de Deus… Arriscar tudo por esse Mestre de Nazaré? Deixar e deixar-se? Era demais! “Quando ele ouviu isso, ficou abatido, foi embora cheio de tristeza porque era muito rico”. Vede, meus irmãos, como nós somos! Vede qual a nossa tentação! Esse homem era rico de bens materiais, rico de apego a si próprio, rico de se buscar a si mesmo, mas pobre de amor a Deus e pobre de generosidade para com os outros; pobre de sonhos, pobre de ideal, pobre de generosidade, pobre de grandeza interior… Ele queria ser aquilo que Cristo abomina: um cristão burguês, acomodado na vidinha medíocre, de fácil moral e fáceis compromissos… cristãos que rastejam como vermes quando deveriam voar alto como as águias…
Daí a dura constatação de Jesus: “Como é difícil para os riscos entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!’ A palavra é clara: é mais fácil um camelo passar pela agulha fininha, que um rico entrar no Reino. E por quê? Porque a riqueza – seja qual for ela – tende a nos apegar, a nos fechar, a nos fazer pensar que nos bastamos! Somente quem for pobre de coração pode entrar no Reino, pois só quem é pobre deixa que Deus reine de verdade na sua vida! E como é difícil para nós, tão fáceis de sermos iludidos, compreender isso! Desapeguemo-nos, caríssimos, de nós mesmos; deixemo-nos para poder encontrar a vida verdadeira. Nunca será digno de Jesus quem não tiver a coragem de tudo deixar por Jesus: “Quem tiver deixado tudo por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida, com perseguições e, no futuro, a vida eterna”. = se deixar para receber, não deixou nada; se deixar para receber nunca amou, não compreendeu a Palavra!
Os apóstolos não compreenderam isso – como também muitas vezes nós não compreendemos e não compreendem de modo algum aqueles que falam em seguir Jesus só para ter lucro. Basta ver na televisão, os falsos pregadores, de falsos evangelhos, que não passam da velhice pecaminosa disfarçada. Basta pensar na maldita teologia da prosperidade: “serve a Deus e ficarás rico!” Caros, quem deixa para receber, nada deixou; quem deixa esperando recompensas, nunca amou; quem segue o Senhor pensando em pagamentos, nunca compreendeu a Palavra! – Senhor, Sabedoria e Palavra do Pai, nosso tudo e nossa vida, só tu és nosso caminho, só tu, nosso destino, só tu nossa eterna recompensa. Nada nos falta se temos a ti! A ti a glória. Amém.
 D. Henrique Soares da Costa
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA: (Diáconos e ministros extraordinários da Palavra)

Louvor: (quando o Pão consagrado estiver sobre o altar)    -     Mc 10, 17-30
O Senhor esteja com todos vocês... Demos graças ao Senhor nosso Deus:
- Com Jesus, por Jesus e em Jesus, na força do Espírito Santo, louvemos ao Pai:
T: Bendito sejais, ó Deus de bondade.
-Senhor, sois nosso Deus e somos vosso povo. Nós vos agradecemos por tudo que nos destes. Agradecemos pela vida, pelo batismo, pela família, parentes e amigos. Agradecemos pela saúde, pelos nossos alimentos, pela fé, pelos ensinamentos e pelos bens que nos destes.
T: Bendito sejais, ó Deus de bondade.
- Ó Pai, ajudai-nos a valorizar a vossa Sabedoria, a vossa Palavra que nos edifica e fortalece. Em nosso mundo ouvimos propostas de poder, glória e riqueza... Que nossos ouvidos se abram para que a vossa Palavra penetre em nossos corações e sejamos transformados.
T: Bendito sejais, ó Deus de bondade.
- Ó Deus, obrigado por nos enviar vosso Filho Jesus Cristo, para nos instruir com a Palavra que nos conduz ao Vosso Reino. Pai, ajudai-nos a sermos menos egoístas, termos menos apego aos bens terrenos e valorizarmos mais a Sabedoria que nos dá um tesouro no céu.
T: Bendito sejais, ó Deus de bondade.
-Senhor, que a Sabedoria ensinada por vosso Filho nos transforme e nos edifique. Ajudai-nos a seguir os passos de Jesus na doação e carinho para com todos.
T: Bendito sejais, ó Deus de bondade.
- PAI NOSSO...Oração da Paz... Eis o Cordeiro...
 

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