27º
DOMINGO DO T. COMUM ANO B 2018 (Adaptado pelo
Diácono Ismael)
SINOPSE:
Tema: “Teu amor faz
maravilhas!” Deus sonha com uma comunidade de amor indissolúvel a começar pela
família.
Primeira leitura:
Deus criou o homem e a mulher para se completarem, se ajudarem e se amarem.
No Evangelho,
Jesus reafirma o projeto ideal de Deus; o homem e a mulher unidos pelo amor se
tornam inseparáveis. O que Deus une, Ele não separa.
Segunda leitura:
O Filho de Deus dá a sua vida por nós. Ele nos mostra que a verdadeira
felicidade só se dá nos projetos de Deus.
PRIMEIRA LEITURA
(Gn 2,18-24)
O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só.
Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele”. Então o Senhor Deus formou da terra
todos os animais selvagens e todas as aves do céu e trouxe-os a Adão para ver
como os chamaria; todo ser vivo teria o nome que Adão lhe desse. E Adão deu
nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais
selvagens; mas Adão não encontrou uma auxiliar semelhante a ele. Então o Senhor
Deus fez cair um sono profundo sobre Adão. Quando este adormeceu, tirou-lhe uma
das costelas e fechou o lugar com carne. Depois, da costela tirada de Adão, o
Senhor Deus formou a mulher e conduziu-a a Adão. E Adão exclamou: “Desta vez,
sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’,
porque foi tirada do homem”. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se
unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne.
AMBIENTE - Texto do séc. X a.C., época de Salomão. A finalidade do autor não é científica ou histórica, mas teológica: quer ensinar que na origem da vida está Jahwéh. O homem não estava realizado, pois faltava-lhe alguém com quem compartilhar a vida e a felicidade. O homem não foi criado para viver sozinho, mas para viver em relação.
MENSAGEM - No
“jardim” da felicidade, Deus fez desfilar “todos os animais”, a fim de que o
homem os chamasse “pelos seus nomes”. O fato de “dar um nome” era um ato de
domínio e de posse. Era a autonomia do homem à obra criadora. O homem não
encontrou aí o complemento que esperava. A nova ação de Deus começa com um
“sono profundo” do homem. Tirou parte do corpo do homem e com ela fez a mulher.
“Sono profundo” porque criar é segredo de Deus. Depois de ter “construído” a
mulher, Jahwéh acompanha-a à presença do homem. A mulher é aqui apresentada
como uma noiva conduzida à presença do noivo e Deus como o “padrinho” desse
noivado. O homem, despertado do “sono”, acolhe a mulher com um grito de
alegria: na Bíblia a primeira fala do homem é um poema de amor; “Esta é
realmente osso dos meus ossos e carne da minha carne”. O homem dá à sua
companheira o nome de “mulher”. O catequista termina afirmando: “por isso, o
homem deixará pai e mãe para se unir à
sua esposa, e os dois serão uma só carne” . Para o catequista jahwista, o amor
vem de Deus, que fez o homem e a mulher de uma só carne; por isso, homem e
mulher buscam essa unidade e estão destinados a viver em comunhão um com o
outro.
ATUALIZAÇÃO
- ♦“Não é bom que o homem esteja
só”; realização plena do homem acontece na relação e não na solidão. O homem
que vive fechado em si próprio é um homem infeliz; a vocação do homem é o amor;
a solidão, mesmo na abundância de bens, é um caminho de infelicidade.
♦ Deus criou o homem e a
mulher para se ajudarem mutuamente e para partilharem, no amor, as suas vidas.
É no amor e não na solidão que o homem encontra a sua realização plena e o
sentido para a sua existência.
♦Homem e mulher são
iguais em dignidade, completam se e ajudam-se na realização.
SALMO RESPONSORIAL (SI 127[128])
O Senhor te
abençoe de Sião, cada dia de tua vida.
• Feliz és tu, se temes o Senhor / e trilhas seus
caminhos! / Do trabalho de tuas mãos hás de viver, / serás feliz, tudo irá bem!
• A tua esposa é uma videira bem fecunda / no coração
da tua casa; / os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa.
• Será assim abençoado todo homem / que teme o Senhor.
/ O Senhor te abençoe de Sião, / cada dia de tua vida.
• Para que vejas prosperar Jerusalém / e os filhos dos
teus filhos. / Ó Senhor, que venha a paz a Israel, / que venha a paz ao vosso
povo!
EVANGELHO
(Mc10, 2-16)
Naquele tempo, alguns fariseus se aproximaram de
Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se
de sua mulher. Jesus perguntou: “O que Moisés vos ordenou?” Os fariseus
responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la”.
Jesus então disse: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos
escreveu este mandamento. No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez
homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma
só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu,
o homem não separe!” Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre
o mesmo assunto. Jesus respondeu: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com
outra, cometerá adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar de seu
marido e casar com outro, cometerá adultério”. Depois disso, traziam crianças
para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. Vendo isso, Jesus
se aborreceu e disse: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o
Reino de Deus é dos que são como elas. Em verdade vos digo: quem não receber o
Reino de Deus como uma criança, não entrará nele”. Ele abraçava as crianças e
as abençoava, impondo-lhes as mãos.
AMBIENTE - A
Lei de Israel permitia o divórcio, mas as razões não eram claras. Uma resposta
negativa de Jesus seria interpretada como condenação do matrimônio de Herodes
Antipas com Herodíades, a sua cunhada.
MENSAGEM - Diante
da questão, Jesus recordar-lhes que a Lei permite o divórcio; contudo, essa Lei
não resulta do projeto de Deus, mas é o resultado da “dureza do coração”
dos homens. Em contraste com a permissividade da Lei, Jesus vai apresentar o
projeto primordial de Deus para o amor do homem e da mulher. Citando Gn 1,27 e
Gn 2,24, Jesus explica que, no projeto original de Deus, o homem e a mulher
foram criados um para o outro, para se completarem, para se ajudarem, para se
amarem. Unidos pelo amor, o homem e a mulher formarão “uma só carne”.
Ser “uma só carne” implica viverem em comunhão total um com o outro, dando-se
um ao outro, partilhando a vida um com o outro. A separação será sempre o
fracasso do amor; pois Deus não considera um amor que não seja total e
duradouro. Para Jesus, chegou o
momento de abandonar a facilidade, a mesquinhez. Ora, o patamar mais alto é
o projeto inicial de Deus, que previa um compromisso de amor estável,
duradouro, indissolúvel.
Jesus reitera que a
relação entre o homem e a mulher se deve enquadrar no projeto inicial de Deus e
não nas facilidades concedidas pela Lei de Moisés. A perspectiva de Deus é que
marido e mulher, unidos pelo amor, formem uma comunidade de vida estável e
indissolúvel. O divórcio não entra nesse projeto.
O texto termina com uma
cena em que Jesus acolhe as crianças, defende-as e abençoa-as. As crianças são
simples, transparentes; não têm prestígio ou privilégios a defender;
entregam-se nos braços do pai e dele esperam tudo, com amor. Por isso são o
modelo do discípulo. O Reino de Deus é daqueles que vivem com sinceridade e
verdade, sem se preocuparem com a defesa dos seus interesses egoístas,
acolhendo as propostas de Deus com simplicidade e amor. Quem não é “criança”,
quem não renuncia ao orgulho e autossuficiência, quem despreza a lógica de Deus
e só conta com a lógica do mundo (também na questão do divórcio), quem conduz a
vida nos interesses efêmeros, não pode integrar comunidade do Reino.
ATUALIZAÇÃO
♦ Deus apresenta-nos o
projeto ideal: o casal é convidado a viver em comunhão total, partilhando a
vida um com o outro. O amor do homem e da mulher deve ser reflexo do amor de
Deus pelos homens.
♦Para os cristãos, o
fracasso do amor não é uma normalidade. Marido e esposa têm que esforçar-se por
realizar a sua vocação de amor, apesar das dificuldades.
♦ A vida está cheia de
fracassos. A comunidade cristã deve usar de compreensão para aqueles que
falharam no seu projeto de amor. A comunidade deve acolher, integrar, ajudar
aqueles a quem as circunstâncias da vida impediram de viver o tal projeto ideal
de Deus. Não se trata de renunciar ao “ideal” que Deus propõe; trata-se de testemunhar
a bondade e a misericórdia de Deus.
♦As crianças convidam-nos
à simplicidade, à humildade, à sinceridade, ao acolhimento humilde dos
dons de Deus. A dinâmica do Reino exige pessoas dispostas a acolher, escutar e
a servir os irmãos com humildade e simplicidade.
SEGUNDA LEITURA (Hb 2,9-11)
Leitura da Carta aos Hebreus.
Irmãos:
Jesus, a quem Deus fez pouco menor do que os anjos, nós o vemos coroado de
glória e honra, por ter sofrido a morte. Sim, pela graça de Deus em favor de
todos, ele provou a morte. Convinha de fato que aquele, por quem e para quem
todas as coisas existem, e que desejou conduzir muitos filhos à glória, levasse
o iniciador da salvação deles à consumação, por meio de sofrimentos. Pois tanto
Jesus, o Santificador, quanto os santificados, são descendentes do mesmo
ancestral; por esta razão, ele não se envergonha de os chamar irmãos.
AMBIENTE - A Carta aos Hebreus apresenta o mistério de Cristo, o sacerdote por excelência.
O objetivo do autor é estimular a vivência do compromisso cristão e levar os
crentes a crescer na fé. Ao longo destes dois capítulos, vai afirmando a
superioridade de Jesus em relação a todas as criaturas, nomeadamente em relação
aos anjos.
MENSAGEM - Jesus aceitou despojar-se das suas
prerrogativas divinas e fazer-se “por um pouco, inferior aos anjos” a fim de
que, pelo dom da sua vida até à morte, se cumprisse o projeto salvador do Pai
para os homens. A questão da paixão e morte de Cristo era uma “conveniência” do
projeto de salvação que Deus tinha para o homem. O objetivo de Deus é que o
homem cresça até chegar à vida plena. Ora, para fazer com que a humanidade
atinja esse fim, Deus deu-lhe um guia – Jesus Cristo. Ele devia mostrar, com
a sua vida e o seu exemplo, que se chega à plenitude da vida cumprindo
integralmente a vontade do Pai e fazendo da existência um dom de amor aos
irmãos. A cruz foi a expressão máxima e total dessa vida de entrega aos
desígnios de Deus e de doação aos irmãos. Morrendo por amor, Jesus ensinou
aos homens como é que eles devem viver, qual caminho devem percorrer, a fim de
chegarem à plenitude da vida; morrendo por amor e ressuscitando para a vida
plena, Jesus libertou os homens do medo da morte e mostrou-lhes que a morte não
é o fim da linha para quem vive na entrega a Deus e na doação aos irmãos. Ao
fazer-Se irmão dos homens, Cristo inseriu os homens na órbita de Deus e
mostrou-lhes o caminho para integrar a família de Deus.
ATUALIZAÇÃO ♦A incarnação, paixão e
morte de Jesus atestam o amor de Deus pelos homens. Deus enviou o próprio Filho a fim de mostrar
aos homens o caminho da vida plena e definitiva.
♦A aceitação do projeto do Pai assumido
por Cristo contrasta com o egoísmo e a autossuficiência de Adão face
às propostas de Deus. A obediência de Cristo trouxe vida plena ao homem; a
desobediência de Adão trouxe sofrimento e morte à humanidade. Quando o homem
prescinde de Deus e das suas propostas e decide que é ele quem define o caminho
a seguir, fatalmente resvala para projetos de ambição, de orgulho, de
injustiça, de morte; quando o homem escuta e acolhe os desafios de Deus,
aprende a amar, a partilhar, a servir, a perdoar e torna-se uma fonte de
bênção para todos que caminham ao seu lado.
♦Jesus mostrou que a morte não é o
final do caminho para quem faz da vida uma escuta atenta dos planos de Deus e
uma doação de amor aos irmãos. Dessa forma, Ele libertou os homens do medo da
morte.
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À ESCUTA DA PALAVRA.
Jesus
Vai ao “princípio da criação”, à vontade primeira de Deus. Ora, esta vontade é
que os seres humanos se tornem “imagens de Deus”, no amor recíproco. O amor
humano É dom de Deus.
1) A Origem da vida e
do homem está em Deus...
2) A solidão - ADÃO, apesar de possuir o domínio sobre
todas as criaturas, não está realizado. Sente SOLIDÃO.
É na partilha de suas
vidas no amor, que o homem encontra a
realização plena de sua existência.
A 2ª Leitura lembra a
"qualidade" do amor de Deus pelos homens. (Hb 2,9-11)
O Filho solidarizou-se com os homens,
partilhou a debilidade deles e aceitou morrer na cruz para dizer aos homens que
a verdadeira vida está no amor, e na
obediência aos projetos de Deus.
O divórcio e a poligamia
não fazem parte do projeto de Deus. O Matrimônio Não é uma norma da Igreja, é
Plano de Deus, reafirmado por Cristo.
+ O texto finaliza com
As mães levam seus filhos
até Jesus para que os abençoe.
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Homilia
de d. Henrique (sinopse)
Deus,
à medida que vai criando, vê que tudo é bom… Ao criar o ser humano, vê que “era
muito bom” (Gn 1,31). Mas, há algo na criação que o Senhor Deus viu que não era
bom: “Não é bom que o homem esteja só”. a primeira vez que o homem
falou, na Bíblia! E sua palavra foi uma declaração de amor… não a Deus, mas à
mulher que o Senhor Deus lhe dera de presente: osso de meus ossos, carne de
minha carne…
Já aqui há três observações a
serem feitas: (a) o laço de amor entre o homem e a mulher é superior a qualquer
outro laço, inclusive aquele que liga pais e filhos: o homem e a mulher
deixarão pai e mãe para ir ao encontro de sua esposa, de seu esposo.
(b) Esta união, no sonho original de Deus,
envolve a pessoa toda, corpo e alma: “serão uma só carne
(c) A relação matrimonial, no sonho de Deus, é
uma relação entre um homem e uma mulher. Por isso mesmo, jamais os cristãos
poderão equiparar a união entre homossexuais ao matrimônio! O respeito às
pessoas homossexuais é dever de todos nós; Eles têm o direito de dar o rumo que
acharem justo às suas vidas. Mas, equiparar a relação matrimonial a qualquer
outra relação afetiva, sobretudo homossexual, nunca! Por fidelidade a Cristo,
nunca!
A família, para nós, não é uma
realidade simplesmente natural, mas tem sua raiz no próprio plano de Deus.
O problema é que nossa sociedade
já não é cristã; é pagã e pensa e age como pagã; age como se Deus não
existisse… Nossa sociedade acha que o homem é a medida de todas as coisas, o
senhor do bem e do mal, do certo e do errado.
Já não são dois, mas uma só
carne. Portanto, “o que Deus uniu, o homem não separe!” É uma palavra que
parece dura, e os próprios discípulos tiveram dificuldades em compreender… como
muitíssimos a têm hoje em dia. Jesus veio para reconduzir este mundo ferido
pelo pecado ao plano original de Deus. Na perspectiva de Jesus, o divórcio é
contrário ao plano de Deus para o amor humano! Aqui é preciso deixar claro que
a Igreja não tem autoridade para ensinar ou fazer diferente! Seria trair o
Senhor!
Amor não é só sentimento que
nasce e morre de repente: O amor pode e deve ser cultivado, cuidado. Como dizia
São João da Cruz: “Onde não há amor, semeia amor e colherás amor”. A grande
ilusão do mundo atual é pensar que o amor se reduz a sentimento, que não
precisa ser cuidado nem cultivado! Confunde-se amor com paixão!
As dificuldades conjugais, para o
cristão, têm o nome de cruz, cruz que, assumida com amor e por amor, é
transformada em alegria e plenitude de ressurreição. A presença de Cristo na
união conjugal não exclui as crises, as dificuldades, a incompatibilidade de
temperamentos e até mesmo os erros na escolha do cônjuge! Mas tudo isso pode se
tornar, em Cristo caminho de felicidade!
(3) E os nossos irmãos e irmãs
que fracassaram na aliança conjugal! Compete-nos respeitá-los e acolhê-los com
espírito fraterno. Isto, no entanto, não significa aprovação da separação. Mas,
simplesmente, respeito pela consciência e pelo mistério da vida e das opções de
cada irmão e de cada irmã.
Não esqueçamos que a primeira coisa que o Messias quis
santificar foi um lar. O primeiro milagre que Jesus fez foi ...
A Missão dos pais é repetir o gesto das mães
israelitas: levar seus filhos a Jesus, para que, abençoados por Ele e crescendo
na sua escola, conservem a inocência e sejam um dia recebidos no reino dos
Céus, preparado para eles.
O Documento de Aparecida diz: “Cremos que a família é
imagem de Deus que em seu mistério mais íntimo não é uma solidão, mas uma
família. Na comunhão de amor das Três Pessoas Divinas, nossas famílias têm sua
origem, seu modelo perfeito, sua motivação mais bela e seu último destino”
(434).
A família é um dos tesouros mais importantes dos
povos. “O futuro da humanidade passa pela família” (São João Paulo II).
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A Família que Deus quer
Vivemos num tempo em que
os Valores da família são por muitos ignorados ou esquecidos.
As leituras falam da
dignidade do Matrimônio cristão, dentro do maravilhoso PLANO DE DEUS...
A 1a leitura
apresenta Deus criando o Homem e a Mulher, para se completarem, para se
ajudarem, para se amarem. (Gn 2,18-24)
uma CATEQUESE:
1) A Origem da vida e
do homem está em Deus...
2) A solidão é uma
experiência terrível para a pessoa humana.
- ADÃO, apesar de possuir
o domínio sobre todas as criaturas, não está plenamente realizado. Sente
profunda SOLIDÃO. Falta-lhe alguém com quem compartilhar a vida e a felicidade.
- DEUS preenche sua
solidão, criando então a mulher, dotada
da mesma natureza e da mesma dignidade.
É na partilha de suas
vidas no amor, que o homem encontra a
realização plena de sua existência.
3) Homem e mulher são iguais em
dignidade.
Eles são "da mesma carne", partícipes
do mesmo destino. Completam-se um ao outro e juntos complementam a obra do
Criador. Esta realidade exige que homem e mulher se respeitem e exclui qualquer
atitude egoísta de dominação.
4) Unidade: "Se
tornarão uma só carne" = uma só pessoa...
Uma fusão não apenas dos
corpos, mas na sua totalidade: corpo e alma: com seus projetos, seus
sentimentos, seus ideais, suas tendências, suas esperanças, suas amizades...
SUA FÉ...
A 2ª Leitura lembra a
"qualidade" do amor de Deus pelos homens. (Hb 2,9-11)
Deus amou tanto os
homens, que enviou ao mundo o seu Filho único. O Filho solidarizou-se com os
homens, partilhou a debilidade deles e aceitou morrer na cruz para dizer aos
homens que a verdadeira vida está no amor, que se dá até às últimas
conseqüências.
* O casal cristão deve
também testemunhar, com a sua doação sem limites e com a sua entrega total, o
amor de Deus pela humanidade.
No Evangelho, Jesus é
perguntado sobre o DIVÓRCIO permitido pela lei de Moisés em certos casos, para
proteger a mulher das arbitrariedades do marido. (Mc 10,2-6)
- Cristo responde: Moisés permitiu por causa da dureza do vosso
coração…
Mas desde o começo
da Criação, Deus os fez homem e mulher.
Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois serão uma só
carne... Portanto, o que Deus uniu o
homem não separe”.
- Diante da posição do Mestre,
os discípulos ficam perplexos... - E Jesus conclui:
"Quem despede
sua mulher e se casa com outra, comete adultério"
* O Evangelho nos
apresenta o projeto ideal de Deus para o homem e para a mulher que se
amam: eles são convidados a viverem em comunhão
total um com o outro, dando-se um ao outro, partilhando a vida um com o outro,
unidos por um amor que é mais forte do que qualquer outro vínculo.
O amor de um homem e de
uma mulher que se comprometem diante de Deus e da sociedade deve ser um amor
eterno e indestrutível, que é reflexo desse amor que Deus tem pelos homens.
O divórcio e a poligamia
não fazem parte do projeto de Deus.
Jesus reafirma a unidade
e indissolubilidade do matrimônio e condena o divórcio e a poligamia.
- Numa época, em que
muitos procuram destruir ou desfigurar a família, é urgente proclamar o Plano
de Deus sobre o Matrimônio e a Família.
Não é uma norma da
Igreja, é Plano de Deus, reafirmado por Cristo.
+ O texto finaliza com
uma referência às CRIANÇAS, as maiores vítimas de
uma família fragmentada:
- As mães levam seus
filhos até Jesus para que os abençoe.
- Os apóstolos
impacientes tentam impedir…
- JESUS: "Deixai vir a mim as crianças. Não as
proibais, porque o Reino de Deus é dos
que são como elas…
Ele abraçava as
crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos".
* Os esposos não podem
pensar só em si mesmos, esquecendo os filhos…
A Missão dos pais é
repetir o gesto das mães israelitas: levar seus filhos a Jesus, para que,
abençoadas por ele e
crescendo na sua escola,
conservem a inocência e sejam um dia recebidas no reino dos céus, preparado
para elas.
+ Nossa atitude para
com os divorciados:
- Acolher, integrar,
compreender e ajudar aqueles a quem as
circunstâncias da vida impediram de viver o projeto ideal de Deus.
- Sem renunciar ao
"ideal", que Deus propõe e Jesus reafirma no Evangelho.
A felicidade de uma
família só existe quando há COMUNHÃO: - entre os esposos - com os filhos e - também com Deus…
P.
Antônio Geraldo
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO
Meus irmãos e irmãs, somos convidados
neste final de semana a contemplar as nossas famílias. A importância dos pais,
das mães, dos filhos. A importância do esposo, da esposa. Exatamente porque o
primeiro capítulo do livro do Gênesis e depois o segundo, parte dele também,
onde nós temos aí o desejo de Deus. Deus convoca, na sua obra criadora, a
humanidade para que seja sua imagem e semelhança. Esta é a nossa grande
vocação; sermos a imagem e semelhança de Deus. Para sermos imagem e semelhança
de Deus, nós somos convocados a promover o amor no mundo. Promover a justiça no
mundo e promover a paz no mundo. Ora, depois de uma longa caminhada no Antigo
Testamento, nós, a partir de Jesus, aprendemos que Deus se apresenta como Três
Pessoas distintas; o Pai, o Filho e o Espírito Santo. De tal maneira, que
contemplando cada uma destas Pessoas, eu tenho opção, de a partir de minha
vida, responder a vocação de Deus. Alguns contemplam o Deus Pai e diz: esta é a
imagem que eu quero promover no mundo. Bom, lá está mundo claro; a imagem de
Deus Ele fez homem e mulher e nos criou. Então, a imagem do Deus Criador deve
ser o homem e a mulher. Portanto, é o matrimônio. Através do casamento, eu vou
transmitir ao mundo o amor de Deus. É muito interessante, porque a união do
homem e da mulher sempre está em crise. Sempre. Por que? Porque a convivência
das pessoas no trabalho, na escola, na comunidade já é tensa e imagina uma
convivência diária! E, uma convivência que se propõe a ir até o final da vida.
Muito mais complicado ainda. Entretanto, é um desafio a ser superado. O homem e
a mulher devem, de fato, entrar numa profunda comunhão, como Deus Pai
estabelece uma comunhão com o Deus Filho e o Deus Espírito Santo. Agora, a competição
às vezes acontece; lá, no segundo capítulo do livro do Gênesis vai dizer:
ninguém vai se dar ao luxo de falar eu sou melhor do que você; porque um é o
osso do osso do outro. Carne da carne do outro. “Agora sim, eis aqui alguém que
é osso dos meus ossos e carne da minha carne”. Portanto, a natureza humana nos
apresente gêneros diferentes; homem e mulher, mas na mesma dignidade. Isto
precisamos nos lembrar todos os dias. Por que? Porque a tendência é um querer
se impor sobre o outro. Não, porque é marido e mulher. É porque o ser humano é
assim. O ser humano é desse jeito. Em determinada época os homens vão se
prevalecer, em determinada época as mulheres vão se prevalecer. É o ciclo.
Vamos sempre nos lembrar: “osso dos meus ossos, carne da minha carne”. De tal maneira, que tirando uma costela, nos
diz Carlos Mesters: “ a mulher não é mais inteligente que o homem, porque não
saiu o osso do cérebro. A mulher não é mais trabalhadora do que o homem, porque
não saiu dos pés, nem das pernas; é das costelas para serem parceiros”. Quando agente abraça uma pessoa, agente une a
costela de um com o outro; parceiros. Só, que nem sempre foi assim. Teve uma
época que os homens acharam o seguinte: e se eu me enjoar da mulher? Então,
puseram, lá, como sendo Moisés o autor da lei: enjoou pode mandar embora.
Faz-se uma carta de divórcio e pode mandar embora. Mas, se a mulher enjoar do
homem? Ah, não! A mulher não pode fazer carta de divórcio e mandar o homem
embora não! Ora, nem preciso dizer que é injusto; duas medidas. Então, quiseram
pegar Jesus no “pulo”. Porque Jesus
pregava o respeito e a dignidade de todos igualmente. Porque eles diziam: se
pegarmos Jesus contra a lei de Moisés, temos motivo para prendê-lo. E, aí
perguntam a Jesus: podemos ou não, dar carta de divórcio para nossas esposas?
Jesus diz: O que está desde o início? Jesus recupera o primeiro e o segundo
capítulo do livro do Gênesis: “O homem deixará pai e mãe, se unirá a sua mulher
e já não serão dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não
separe”. Jesus não estava debatendo o
divórcio de hoje. Hoje são outras questões e que precisam serem tratadas,
também, com calma para podermos entender bem. Mas, Jesus está dizendo: Todo
homem que se divorciar de sua mulher e se unir a outra, comete adultério. E,
olha a novidade: toda mulher que se unir a outro homem, comete adultério. O que
que Ele fez? Resgatou a igualdade dos dois. Quer dizer: se vocês querem
igualdade, se a mulher não pode se divorciar, também o marido não pode se
divorciar. Vocês escolham: ou as mulheres têm liberdade, para também dispensar
o marido, ou vamos parar com esta conversa. Aí é que está. Então, veja; para
nós, que seguimos Jesus Cristo, o matrimônio é uma vocação. É assim que precisa
ser tratado. Nem todo ser humano nasceu para a vida matrimonial. Nem homens,
nem mulheres. Primeira prova disso é quando o casal não quer filhos. Porque a
imagem do Deus Criador necessariamente inclui os filhos, senão não é criação,
não é imagem de Deus Criador. Ah! Mas, nós não podemos ter filhos. Bom, aí é
outra história. Aí tem muitos filhos para adotar, como Deus Pai adotou a todos
nós como filhos. Sem problema nenhum. Agora, dizer: nós queremos casar, mas não
queremos filhos, então, a vocação para o matrimônio não está clara aí. Porque o
matrimônio é, exatamente, você se abrir para ter filhos. Ah! Mas eu quero viver
sem nenhum compromisso com família. Então, você procura ser a imagem do Deus
Espírito Santo. Ué, como assim? Eu não quero um compromisso com uma família,
mas eu não vivo isolado no mundo. Eu sou chamado a promover o amor, mesmo não
casando. – então, é a imagem do Espírito Santo. O Espírito Santo é o amor que
impulsiona a Igreja, para ela promover a paz e a justiça. E são tantos os
trabalhos que necessitam de pessoas que não tenham uma única família como
compromisso, para se doar para o mundo. Ah! Mas eu quero ser a imagem de Jesus.
Então, você vai procurar ser padre ou freira. É difícil? Esta é a proposta. De
qualquer maneira, tem espaço para todos. Todos que aderem, abraçam a fé em
Jesus Cristo podem se encontrarem aí. É evidente, que cada um veja como se
realizar melhor como ser humano e aí escolher a Pessoa do nosso Deus; Pai,
Filho ou Espírito que vai transmitir para o mundo. De qualquer maneira, aquele
que se propõe a ser a imagem do Deus Pai, o salmo já diz com clareza: é do
trabalho de tuas mãos que viverás. Portanto, quer gostar de ser a imagem do
Deus Pai, tem que gostar de trabalhar, porque o Deus Pai é o Criador. É através
do trabalho que eu crio as coisas. Eu crio uma música, eu crio um banco, eu
crio uma árvore artificial, eu crio uma toalha; tudo isso é trabalho. – eu não
tenho vontade de trabalhar. – então, você não pode ser a imagem do Deus
Criador. Quem não gosta de trabalhar, não tem esta vocação. Em segundo lugar,
diz o salmo, tua videira é uma videira bem fecunda. Videira da onde se retira o
fruto para fazer vinho. Videira não é parreira. Videira é para fazer vinho. A
Bíblia diz que o vinho alegra o coração. A esposa deve ser a alegria do coração
do marido. Se está sendo tristeza, tem que parar para conversar. Porque não é
esta a vocação da esposa. A vocação do marido é ser imagem do Deus Criador, a
esposa é ser sinal da alegria. Tentas vezes, as pessoas relutam em voltar para
casa, porque sabem que está um inferno lá. Ai é que está. Alegria. Por fim, os
filhos são rebentos da oliveira ao redor de tua mesa. (oliveira produz
azeitonas, que produzem azeite). Os filhos que vão ungir este matrimônio. A
unção significa a confirmação de Deus. Veja que a Bíblia nos trás uma imagem
positiva do matrimônio. Muito positiva. O que que falta às pessoas? Bom, talvez
eu não seja a pessoa indicada para falar, pelo fato de não ser casado. Mas
tenho clareza sobre o que significa matrimônio. Se eu tenho esta clareza, eu
simplesmente vou parar para pensar, se eu quero isto para a minha vida. É que
agente não ensina assim às crianças e aos jovens. Agente ensina: você gosta
dele, você gosta dela, então, se casem. Isto não é suficiente. Nem sempre a
gente gosta da pessoa e todos os dias. Tem dia que agente não está gostando da
pessoa. E no entanto, não é por isso que vai desistir de tudo. Aqui não vai
nenhum julgamento àqueles que não conseguiram manter o seu casamento. Vai
simplesmente uma reflexão, no sentido de recuperar o sentido do matrimônio e
ajuda-las a viverem bem. Só tem mais um critério e aí eu concluo a nossa
reflexão. Não é suficiente o marido respeitar a esposa e a esposa respeitar o
marido. É preciso respeitar as crianças. É muito interessante: as crianças se
aproximaram de Jesus, mas os discípulos as repreendiam. Nisso, Jesus se
aborreceu e disse: “Deixai vir a mim as crianças, não as aborreçais, porque o
Reino de Deus são como elas. Então, veja, que o respeito não é só do marido
pela esposa e da esposa pelo marido, e, de ambos pelos filhos. O grande segredo
é que o respeito deve se dar porque são pessoas humanas. Independente de ser
marido, esposa filho, idoso, jovem, criança, ... não, é respeito ao ser humano.
É isto que faz prosperar Jerusalém, é isto que traz a paz a Israel, diz o salmo
de hoje. Como recomeçar, como retomar toda esta reflexão? Lembrando que Jesus
nos chama de irmãos. O que significa que Ele intervém em nossa vida e nos
orienta como irmão. Nem como maior, nem como menor; como irmão. E, de fato,
pode ser chamado de irmão, porque experimentou toda realidade humana. Que
possamos pedir a Deus que nos ajude a ajudar as pessoas a compreender o sentido
do matrimônio, para que, de verdade, elas sejam felizes. E, a felicidade
consiste em descobrir a vocação certa.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO – Paróquia São José
Operário – Santo André.
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Homilia
de D. Henrique Soares
Neste domingo, a Palavra de Deus
trata do matrimônio e de sua indissolubilidade. Eis aqui um tema que se tornou
tabu nos tempos atuais e, por isso mesmo, precisa ser tratado com toda clareza
pelos cristãos… Afinal, se o Evangelho não for sal e luz, para que serve?
Comecemos com o plano de Deus,
descrito no Gênesis de modo figurado, como as parábolas que Jesus contava. São
textos que não devem ser tomados ao pé da letra! Se lermos com atenção,
perceberemos algo muito belo: Deus, à medida que vai criando, vê que tudo é
bom… Ao criar o ser humano, vê que “era muito bom” (Gn 1,31). Mas, há algo na
criação que o Senhor Deus viu que não era bom: “Não é bom que o homem esteja
só”. Se o ser humano é imagem do Deus-Trindade, ele não foi criado para a
solidão, mas deve viver em relação com outros: “Vou dar-lhe uma auxiliar que
lhe seja semelhante”. Notemos os detalhes tão belos da criação da mulher: (1)
“O Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão”. Por quê? Para ficar claro
que o homem não participou da criação da mulher; esta é tão obra de Deus quanto
aquele. (2) “Tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Da costela
tirada de Adão, o Senhor Deus formou a mulher”. A imagem é bela: tirada do lado
do homem, como companheira e igual! (3) “E Adão exclamou: ‘Desta vez sim, é
osso de meus ossos e carne da minha carne!’” É a primeira vez que o homem
falou, na Bíblia! E sua palavra foi uma declaração de amor… não a Deus, mas à
mulher que o Senhor Deus lhe dera de presente: osso de meus ossos, carne de
minha carne… parte de mim, cara metade, outro lado do meu coração! E,
finalmente, o preceito de Deus, inscrito no íntimo do coração humano pelo
próprio Criador: “O homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e
eles serão uma só carne”. Pronto! Esta é o sonho de Deus para o amor humano!
Já aqui há três observações a
serem feitas: (a) o laço de amor entre o homem e a mulher é superior a qualquer
outro laço, inclusive aquele que liga pais e filhos: o homem e a mulher
deixarão pai e mãe para ir ao encontro de sua esposa, de seu esposo. (b) Esta
união, no sonho original de Deus, envolve a pessoa toda, corpo e alma: “serão
uma só carne”! É uma união completa, abrangente, total: serão um só coração, um
só sonho, uma só conta bancária, uma só casa, um só futuro, um só destino! (c)
A relação matrimonial, no sonho de Deus, é uma relação entre um homem e uma
mulher. Por isso mesmo, jamais os cristãos poderão equiparar a união entre
homossexuais ao matrimônio! O respeito às pessoas homossexuais é dever de todos
nós; o respeito pela consciência dessas pessoas, que têm o direito de dar o
rumo que acharem justo às suas vidas, é obrigação nossa, é gesto de amor que
Jesus espera de seus discípulos. Mas, equiparar a relação matrimonial a
qualquer outra relação afetiva, sobretudo homossexual, nunca! Por fidelidade a
Cristo, nunca! Por respeito ao plano de Deus, jamais! Hoje, no Direito, há uma
forte corrente aqui no Brasil, que considera como sendo família qualquer união
simplesmente afetiva: não importa se a união é entre marido e mulher, entre
amigos ou entre duas pessoas do mesmo sexo. Para nós cristãos, tal concepção é
inaceitável! A família, para nós, não é uma realidade simplesmente natural, mas
tem sua raiz no próprio plano de Deus. A família é uma realidade também
teológica! É preciso escutar o que Deus tem a dizer sobre a família! O problema
é que nossa sociedade já não é cristã; é pagã e pensa e age como pagã; é atéia
e age como se Deus não existisse… Nossa sociedade acha que o homem é a medida
de todas as coisas, o senhor do bem e do mal, do certo e do errado. Isso é
absolutamente inaceitável para o cristão!
Agora podemos compreender a
palavra de Jesus no Evangelho! Naquele tempo havia o divórcio… E Jesus, que é
tão misericordioso, condena sua prática: “Foi por causa da dureza do vosso
coração que Moisés” permitiu o divórcio! “No entanto, no princípio da criação
Deus os fez homem e mulher… Já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que
Deus uniu, o homem não separe!” É uma palavra que parece dura, e os próprios
discípulos tiveram dificuldades em compreender… como muitíssimos a têm hoje em
dia. Compreendamos! Jesus veio para reconduzir este mundo ferido pelo pecado ao
plano original de Deus. Ora, o sonho de Deus para o amor conjugal é que ele
seja uma entrega total e plena, no amor indissolúvel, fiel e fecundo. Este é o
ideal que Jesus aponta aos seus discípulos! Na perspectiva de Jesus, o divórcio
é contrário ao plano de Deus para o amor humano! Por isso mesmo, o matrimônio
abraçado por um cristão e uma cristã, no Senhor Jesus, é indissolúvel! Aqui é
preciso deixar claro que a Igreja não tem autoridade para ensinar ou fazer
diferente! Seria trair o Senhor! Surgem, no entanto, algumas questões sérias e
graves:
(1) Como prometer amor por toda a
vida, se nosso coração é inconstante? Primeiramente é necessário recordar que o
matrimônio cristão somente pode ser abraçado na fé, sabendo os esposos que
jamais a graça de Cristo lhes faltará. Com toda certeza, o Senhor haverá de
conduzir os esposos no caminho do amor. Isto, no entanto, de modo algum,
dispensa os esposos de cultivarem esse amor, com o diálogo, os gestos de
carinho e de perdão, de compreensão e de atenção. Amor não é só sentimento: o
amor não nasce de repente, não é fatal, não é cego, nem morre de repente. O
amor pode e deve ser cultivado, cuidado. Como dizia São João da Cruz: “Onde não
há amor, semeia amor e colherás amor”. A grande ilusão do mundo atual é pensar
que o amor se reduz a sentimento, que não precisa ser cuidado nem cultivado!
Confunde-se amor com paixão!
(2) Como fazer uma aliança para
sempre, se esta depende não só de mim, mas também da outra pessoa? A questão é
séria e, para nós, cristãos, deve ser pensada na fé. O matrimônio entre
cristãos é sinal, é sacramento, do amor entre Cristo e a Igreja. São Paulo
explica este mistério de modo belíssimo no capítulo quinto da Carta aos Efésios:
marido e mulher devem se amar como Cristo e a Igreja (cf. Ef 5,21-32). Ora,
este amor foi selado na cruz e na ressurreição; é amor pascal, amor que envolve
morte e vida! A indissolubilidade não deveria ser vista como um fardo, mas como
uma proposta de um Deus que crê no homem que criou; um Deus que nunca brinca
com o amor, um Deus que aposta na nossa capacidade, quando aberta à sua graça!
Ora, este amor-doação matrimonial, imagem daquele outro, entre Cristo e a
Igreja, certamente terá a marca da cruz. As dificuldades conjugais, para o
cristão, têm o nome de cruz, cruz que, assumida com amor e por amor, é
transformada em alegria e plenitude de ressurreição. Aqui não se trata somente
de palavras bonitas, mas de uma realidade impressionante: quem capitula, quem
desiste ante as dificuldades, nunca plantará um amor no sentido cristão! A
presença de Cristo na união conjugal não exclui as crises, as dificuldades, a
incompatibilidade de temperamentos e até mesmo os erros na escolha do cônjuge!
Mas tudo isso, por quanto doloroso possa ser, pode se tornar, em Cristo, um
modo libertador e eficaz de participar com generosidade e desapego da cruz do
Senhor e caminho de felicidade! “Loucura! Insanidade! Demência!” – dirá o
mundo! Mas, a linguagem da cruz é loucura para o mundo! A sabedoria da cruz é
tolice para o mundo! Nunca esqueçamos isso! Mas, para quem crê, é poder de Deus
e sabedoria de Deus! (cf. 1Cor 1,18; 3,18-20). O problema é que as pessoas
casam como os cristãos, mas não crêem nem vivem como os cristãos! Que fique bem
assentado: o sonho de Deus em Cristo para o matrimônio é a indissolubilidade!
(3) E os nossos irmãos e irmãs
que fracassaram na aliança conjugal e estão numa nova união? É uma situação
dolorosa. Se são cristãos de verdade, a coisa é primeiramente difícil para
eles. Não nos compete julgar suas intenções e sua história! Compete-nos
respeitá-los e acolhê-los com espírito fraterno, ajudando-os a viver esta nova
união do melhor modo possível. Isto, no entanto, não significa aprovação da
separação nem da nova união. Mas, simplesmente, respeito pela história, pela
consciência e pelo mistério da vida e das opções de cada irmão e de cada irmã.
Mesmo porque, quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra. Cuidado,
irmãos: não coloquemos fardos na vida dos outros!
Que o Senhor socorra as famílias
e fortaleça no amor os esposos cristãos, fazendo-os simples como as crianças,
capazes de acolher a proposta do Cristo para o matrimônio e que, nas
dificuldades, recordem-se que Cristo, autor da nossa salvação, também foi
levado à consumação passando pelos sofrimentos. Que nossos sofrimentos, unidos
aos dele, sejam semente e penhor de vida eterna. Amém.
D.
Henrique Soares da Costa
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (diáconos
e ministros da Palavra)
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE
O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA CONVOSCO...
DEMOS GRAÇAS AO SENHOR NOSSO DEUS...
- COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS, NA
FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Bendito e louvado seja o Senhor nosso Deus.
- 1. Senhor, imenso é o vosso amor e a
vossa bondade para com a humanidade. Criando o homem lhe deste uma companheira
para juntos partilhar as alegrias da terra.
T: Bendito e louvado seja o Senhor nosso Deus.
- 2. Senhor, como vossa imagem e
semelhança, quando sabemos partilhar com os irmãos, sentimos uma alegria
divina. Pai, aumentai a nossa Sabedoria para que saibamos espelhar a vossa
bondade.
T: Bendito e louvado seja o Senhor nosso Deus.
- 3. Senhor, que nosso amor seja um
pequeno reflexo de vosso amor na construção de um mundo melhor. Pai, somos
fracos, mas com a vossa graça queremos nos redimir e ser luz de bondade para o
mundo que não vos conhece.
T: Bendito e louvado seja o Senhor nosso Deus.
- 4 Senhor, abri e transformai o nosso
coração para que tenhamos a inocência das crianças, nos despojando de nosso
egoísmo e tenhamos a simplicidade, a sinceridade e o acolhimento humilde aos
dons que nos destes.
T: Bendito
e louvado seja o Senhor nosso Deus.
- 5. Senhor, pelos exemplos de Jesus
Cristo, que optou por fazer a vossa vontade, que saibamos amar, partilhar,
servir e perdoar, pois também somos filhos vossos.
T: Bendito e louvado seja o Senhor nosso Deus.
- Pai
nosso... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro de Deus...
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