Nossa Senhora Aparecida 12 de outubro de 2018
Pres. - Queridos
irmãos, sejamos bem-vindos! É com grande alegria que nos reunimos para celebrar
Jesus Cristo, fazendo memória de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. - Comemorando
hoje, o dia da criança, peçamos a intercessão de Maria para que não falte
alegria, amor e proteção a todos seus filhos e filhas amados.
- Com grande Alegria,
aclamemos a Trindade Santa, cantando: Em
Nome do Pai...
PRIMEIRA LEITURA (Est
5,1b-2; 7,2b-3) Leitura do Livro de Ester.
Ester revestiu-se com vestes de rainha e
foi colocar-se no vestíbulo interno do palácio real, frente à residência do
rei. O rei estava sentado no trono real, na sala do trono, frente à entrada. Ao
ver a rainha Ester parada no vestíbulo, olhou para ela com agrado e
estendeu-lhe o cetro de ouro que tinha na mão, e Ester aproximou-se para tocar
a ponta do cetro. Então, o rei disse: “O que pedes, Ester; o que queres que eu
faça? Ainda que me pedisses a metade do meu reino, ela te seria concedida”.
Ester respondeu-lhe: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for do teu
agrado, concede-me a vida - eis o meu pedido! - e a vida do meu povo - eis o
meu desejo!”.
Contexto: A história de Ester
atualiza a proposta do Êxodo. O povo oprimido pode mudar a história. Existem
caminhos de libertação que precisam ser abertos com inteligência e organização.
Deus age por meio das pessoas aparentemente fracas. Ester é uma das mulheres
que, ao longo da história de Israel, foram protagonistas de movimentos
populares capazes de transformação social: as parteiras do Egito, Míriam,
Débora, Judite… Leve-se em conta que, na época da redação do livro de Ester, as
mulheres eram oficialmente excluídas de qualquer estância decisória. Pertenciam
à categoria das pessoas impuras, conforme estabelecia o sistema sacerdotal de
pureza. No entanto, por essas pessoas, Deus suscita projetos de vida e salvação
para o povo.
Ester, fazendo uso de seus
atributos femininos, com sabedoria e coragem, toma a iniciativa de enfrentar o
poder que mata. O que a move não são interesses pessoais, mas a libertação do
povo. Sua estratégia demonstra maturidade e consciência. Mesmo após conquistar
a simpatia e a confiança do rei, a ponto de tornar-se rainha, não se deixa
arrastar pelas tentativas de cooptação da parte de quem domina. Não aceita a
oferta de riquezas; pelo contrário, usa agora de seu poder para garantir a vida
de seu povo. Ester encarna a liderança que não trai o seu povo. Doa-se por
inteiro e arrisca a vida para salvá-lo.
O livro de Ester, conta
como uma jovem judia que estava entre os deportados, tornou-se a imperatriz da
Pérsia, ao se casar com o imperador Assuero (geralmente identificado com
Xerxes), e como seu primo e tutor Mordekai (ou
Mardoqueu) que descobriu um complô contra a vida do rei; como o Grão-vizir
Haman (Amã) procurou liquidar os
judeus; como Ester interveio, arriscando a própria vida; como Haman foi
enforcado e os judeus autorizados a fazer uma contraofensiva destrutiva, cujo
aniversário celebram com a festa dos Purim.
Os acontecimentos descritos no livro
de Ester aconteceram quando o povo de Israel era cativo na Babilônia. O local
da história é Susã, a cidade onde o Rei da Pérsia e Média, o Rei Assuero,
vivia. Este Rei após mandar embora sua primeira esposa, a rainha Vasti, ele
estava buscando uma nova esposa para se tornar rainha. Nesse intuito
organizaram uma competição onde mulheres de todo o reino foram convidadas a vir
até Susã com o propósito de que uma delas preenchesse o lugar vazio da rainha.
No meio dessas mulheres estava também Ester, uma jovem hebreia que foi criada
por Mardoqueu, um dos cativos que foram trazidos de Jerusalém por
Nabucodonosor. Finalmente esta jovem após obter a graça, primeiro de “Hegai,
guarda das mulheres", segundo a graça mais importante do próprio Rei,
ganhou a competição. Então Ester se tornou a nova rainha. Contudo, ela não
revelou a ninguém que era judia, conforme a ordem dada por Mardoqueu. Então
ninguém, nem mesmo o Rei sabia qual a nacionalidade de Ester.
ATUALIZANDO:
A Rainha Ester, judia, que conseguiu
a proteção de seu povo dominado, graças às suas qualidades reais e à presença
de Deus na sua vida. Ester é um símbolo do amor que Deus dedica a qualquer
nação que expressa a sua confiança nele reconhecendo a sua obra em Maria, a
“rainha”, mas também acolhendo a sua vontade e justiça como rumo de seu
caminho.
Veneramos a Virgem Maria, que nos trouxe a salvação,
quando todos somos chamados a amar a Virgem com o coração de filhos, tendo em
vista que em Jesus, tornamo-nos todos irmãos pelo batismo.
A Virgem Aparecida nos traz recordações importantes na
vida cristã: como a ternura maternal da Virgem, sua dedicação a Jesus como
mulher de fé, seu serviço prestado a toda a humanidade. Em Maria temos o mais
perfeito exemplo do discípulo e da discípula de Jesus, que sabe cumprir os
mandamentos e fazer realizar a única vontade do Pai, que se concretiza na
salvação do povo de Deus.
Relembramos assim, a visita do Conde de Assumar, em 1717, em Guaratinguetá, quando os pescadores Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso foram escalados para pescar peixes para a refeição da visita ilustre, sendo este dia uma sexta-feira, dia de abstinência de carne. Os homens simples do Vale do Paraíba nada pescaram. Quando já estavam quase desanimando jogaram a rede e retiram uma imagem pequena de Nossa Senhora da Conceição, um pouco enegreada pela água, sem a cabeça. Outro arremesso. Veio a cabeça da imagem. Assim prosseguiu mais um arremesso e veio a pesca abundante. Deus abençoava, naquele momento, os três pescadores.
A imagem da Virgem da Conceição, feita de barro cozido, enegrecida pelas águas e pelo tempo, medindo 36 cm, foi levada para o culto divino. Em 1745 foi construída uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros. Nascia, assim, a devoção a Virgem Aparecida, Mãe do Povo Brasileiro. Em 1888 foi substituída a primitiva capela por uma Igreja.
Desde 1953, a festa de Nossa Senhora Aparecida, tem como dia de celebração o dia 12 de outubro. Desde 1930 Nossa Senhora Aparecida abençoa o povo brasileiro como sua Padroeira Nacional. Em 4 de Julho de 1980 o Sumo Pontífice João Paulo II, de venerável memória, consagrou o novo Santuário Nacional. Em 13 de maio de 2007, o Sumo Pontífice, Papa Bento XVI, abriu a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e caribenho nos fazendo o doce convite para “sermos discípulos e missionários de Jesus Cristo para que todos tenham vida e vida plenamente”.
Atualizando: Enquanto
os poderosos se embriagam e se alienam em banquetes para sustentar o próprio
poder, os oprimidos se conscientizam e se preparam para agir, através da oração
e do jejum. Noutras palavras, sua necessidade e clamor chegam ao limite e os
impelem a tomar posição. As situações estão prestes a se inverter: através da
fraqueza os oprimidos (Ester), Deus começa a agir para quebrar a força dos
poderosos e derrotar o poder do inimigo. Enquanto isso, os oprimidos, mesmo
ameaçados, não se dobram diante do opressor. É a resistência dos oprimidos
desmascarando a "verdade" do opressor e acelerando os acontecimentos.
O pedido e o desejo de Ester são os mesmos de todo o povo: a vida. No entanto,
para que todos tenham vida é preciso denunciar a perversidade do sistema
opressor, que vende o povo para ser exterminado, morto e aniquilado. Além do
mais, o que se ganha, destruindo o povo? A atitude de Ester é exemplo ousado
para qualquer autoridade: ela arrisca a própria vida para salvar a vida do povo
e a ele servir.
SALMO RESPONSORIAL / 44 (45)
Escutai,
minha filha, olhai, ouvi isto: Que o Rei se encante com a vossa beleza!
• Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: / “Esquecei
vosso povo e a casa paterna! / Que o Rei
se encante com a vossa beleza! /
Prestai-lhe homenagem: é o vosso Senhor!
• O povo de Tiro vos traz seus presentes, / os grandes
do povo vos pedem favores. / Majestosa,
a princesa real vem chegando, / vestida de ricos brocados de ouro.
• Em vestes vistosas ao Rei se dirige, / e as virgens
amigas lhe formam cortejo; / Entre cantos de Festa e com grande alegria, /
ingressam, então, no palácio real.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
Como é bela é graciosa / a esposa do Senhor! Aleluia!
Maria, tu foste preservada / da mancha do pecado
original,
/ por isso és Imaculada / e tens uma beleza divinal.
EVANGELHO (Jo 2,1-11) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, houve um casamento em
Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. Também Jesus e seus
discípulos tinham sido convidados para o casamento. Como o vinho veio a faltar,
a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Jesus respondeu-lhe:
“Mulher, porque dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse
aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. Estavam seis talhas de
pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma
delas cabiam mais ou menos cem litros. Jesus disse aos que estavam servindo:
“Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. Jesus disse: “Agora tirai
e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. O mestre-sala experimentou a água, que
se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam
servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. O mestre-sala chamou
então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando
os convidados estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o
vinho melhor até agora!” Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou
em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.
Atualização:
O evangelho de hoje, o das Bodas de
Caná, tem como ambiente uma família. Nossa Senhora deve ser lembrada como a
padroeira das famílias. Assim a nossa família, toda ela Mariana, deve buscar em
Maria a protetora para as suas necessidades e a sua intercessora privilegiada
junto de Deus, porque o que se pede a Mãe o Filho atende. Maria intercede junto
a Jesus. Da mesma maneira ela haverá de interceder pelo povo brasileiro em suas
múltiplas necessidades. Maria, nossa Mãe, mãe da misericórdia, cuja ternura
toca o nosso coração, recebe e atende nossos pedidos, dos mais simples aos mais
complexos e difíceis.
Maria deposita toda a sua confiança em Jesus, no seu
poder salvador, na sua misericórdia e na largueza de seu imenso coração misericordioso.
Faltava o vinho e Maria intercede pedindo aos funcionários que eles “fizessem tudo o que Ele
dissesse”. Houve
abundância do vinho que era água. A riqueza desta graça que Maria distribui,
também ela com abundância, aos filhos que a ela recorrem. Dela podemos dizer o
mesmo que a carta aos Hebreus aconselhava a respeito do Sumo Sacerdócio de
Jesus: “Aproximemo-nos
confiantemente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia” (cf. Hb 4,
16).
Maria e Jesus, com os seus discípulos, participam nestas
bodas, em Caná. E falta o vinho. O fato é verosímil, se tivermos em conta que a
festa de bodas, nesses tempos, durava oito dias. A família ficou naturalmente
embaraçada. É então que Maria intervém. A resposta de Jesus é desconcertante,
quase escandalosa. Esta resposta só se compreende se pensarmos que, ao iniciar
a vida pública, muda a relação Maria/Jesus. A partir daí, Jesus quer atuar
unicamente determinado pela vontade do Pai, não admitindo ingerências, nem
sequer da parte da Mãe. Maria/Mãe reaparecerá apenas junto da cruz. A nova
relação clarifica-se exatamente em Caná, no começo da missão de Jesus. Maria
pede ajuda a Jesus, com plena confiança e esperança. Por isso recomenda aos
servos que façam o que Jesus disser. E Jesus acaba por dar o primeiro sinal da
sua glória. O episódio de Caná é cristológico. Só em segundo lugar é Mariológico.
Se, quando ainda não chegara a sua hora, Jesus faz um milagre a pedido de
Maria, quanto mais eficaz será o seu poder de intervenção quando essa hora
chegar!
O concílio Vaticano II explicou amplamente o papel de
Maria no mistério de Cristo e da Igreja. Expôs também cuidadosamente o sentido
e a força da “mediação” da Bem-aventurada Virgem Maria: “A função materna de
Maria em relação aos homens em nada obscura ou diminui a única mediação de
Cristo, mas revela a sua eficácia. Porque toda a influência da Bem-aventurada
Virgem em favor dos homens não nasce de verdadeira necessidade, mas do
beneplácito de Deus, e brota da superabundância dos méritos de Cristo, fundamenta-se
sobre a sua mediação, depende absolutamente dela e nela atinge toda a sua
eficácia; não impede minimamente a união imediata dos crentes com Cristo, mas
facilita-a” (LG 60).
Em 1971, a Sagrada Congregação para o Culto divino
aprovou a missa com o título de “Bem-aventurada Virgem Maria Mãe e medianeira
de graça”. A Liturgia celebra, em primeiro lugar, a Cristo “verdadeiro Deus e
verdadeiro homem, único mediador… sempre vivo a interceder por nós”. Mas também
honra a Bem-aventurada Virgem Maria, mãe e mediadora de graça, porque o Pai,
“segundo o admirável desígnio do seu amor”, a constituiu mãe e colaboradora do
Redentor. A Virgem Maria é mãe de graça, porque trouxe no seu “seio puríssimo”
Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e nos deu o próprio “Autor da
graça”. A Virgem Maria é medianeira de graça, pois foi associada a Cristo para
nos dar a graça maior, a redenção, isto é, a salvação, a vida divina e a glória
eterna. A sua “mediação” é “providência de amor”, “de intercessão e de perdão,
de proteção e de graça, de reconciliação e de paz”. (cf. Missal Romano, Missas
da Bem-aventurada Virgem Maria).
“Maria, Mãe de Jesus, está intimamente associada à
vida e obra redentora de seu Filho. Mãe da Igreja, por sua intercessão
maternal, está presente junto daqueles que trabalham para a regeneração dos
homens” (cf. LG 65).
Foi o próprio Jesus quem nos deu Maria por Mãe. Ela
tem por missão conduzir-nos ao seu Coração, ao seu amor. A ternura que ela tem
por nós ultrapassa a das mães mais amorosas. Acolhe sempre com bondade aqueles
que vão ter com ela. Ela apresenta incessantemente ao seu Filho as almas e os
corações dos seus fiéis servidores. Jesus ama aqueles que ela ama. Como Ele é o
mediador entre o seu Pai e os homens, Maria é a mediadora entre os homens e Ele.
Para isso, deu-lhe todo o poder sobre o seu Coração. Dispõe dele como uma mãe
pode dispor do coração do melhor dos filhos. Dirijamo-nos, portanto, à Virgem
Imaculada, peçamos-lhe a devoção ao Sagrado Coração e havemos de obtê-la. Jesus
é a verdade e a vida, mas comunica-nos a vida espiritual pelo Espírito de
verdade e de amor. Maria é a esposa do Espírito Santo. Ela coopera a este duplo
título de Mãe do Sagrado Coração e de Esposa do Espírito Santo nas operações da
graça. Ela é a porta do céu, porque é a distribuidora das graças, que a Ele
conduzem.
A mulher da nova aliança
O relato das bodas de Caná
constitui uma releitura da aliança que Deus realizou com o povo de Israel. O
compromisso de amor mútuo foi rompido por sucessivas infidelidades por parte de
Israel, desde a opção pela monarquia até a organização do sistema sacerdotal de
pureza. Não é por acaso que, logo após as bodas de Caná, Jesus se dirige ao
Templo, onde, profeticamente, denuncia a exploração ali instalada e anuncia um
novo Templo, que é ele próprio.
Na festa de casamento, Jesus
é apresentado como o esposo da nova humanidade. O sistema judaico, organizado
segundo os interesses de uma elite religiosa, esvaziou o sentido da antiga
aliança; já não responde ao amor de Deus. A imposição de um legalismo
excludente criou imenso vazio no coração do povo. Os seis potes vazios
representam as festas judaicas (o Evangelho de João apresenta seis delas), que
deveriam ser expressão de plena alegria pela presença amorosa e salvadora de
Deus. No entanto, estão vazias, perderam o verdadeiro conteúdo que saciaria a
sede que o povo tem de Deus.
A comunidade de João
manifesta sua fé em Jesus como Deus-esposo que vem resgatar (Caná significa
“adquirir”) sua esposa e oferecer-lhe o vinho do amor e da alegria. Essa festa
de casamento, portanto, é a celebração da nova aliança. A esposa é o novo povo
de Deus, formado pelas comunidades cristãs. A esposa é representada pela mãe de
Jesus. Por isso Jesus se dirige a ela chamando-a de “mulher”. Ela executa um
papel muito especial: percebe que naquela festa falta o essencial. Dirige-se a
Jesus, pois sabe que dele vem a solução: “Eles não têm mais vinho”. Jesus lhe
responde que sua hora ainda não chegou. O texto supõe que aquela
mãe-mulher-comunidade entendeu perfeitamente e, por isso, confia em Jesus:
“Fazei tudo o que ele disser”. Na cena seguinte, vemos Jesus-esposo dizendo de
modo imperativo aos que serviam: “Enchei os potes de água”, e depois: “Tirai e
levai ao mestre-sala”. Este provou sem saber de onde viera o melhor vinho.
Porém, “os que serviam estavam sabendo”. O vinho em abundância simboliza o dom
do amor de Deus para a humanidade. É a volta da plena alegria oferecida por
Deus, que celebra com seu povo a aliança definitiva.
João faz questão de dizer que
“esse foi o princípio dos sinais… e os discípulos acreditaram nele”. Até a
“hora de Jesus” – o momento de sua morte e glorificação –, vários outros sinais
serão por ele realizados. O tema da aliança contemplado no primeiro sinal serve
como chave de interpretação para todos os demais. No final do evangelho, João
vai dizer: “Esses sinais foram escritos para que vocês acreditem que Jesus é o
Messias, o Filho de Deus. E para que, acreditando, vocês tenham a vida em seu
nome” (20,31). Nesse mesmo evangelho, Jesus declarou: “Eu vim para que todos
tenham vida e vida em abundância” (10,10).
A mãe de Jesus, que aparece
nas bodas de Caná como representante do novo povo de Deus, indica como podemos
ser fiéis à aliança com Deus: permanecendo atentos às necessidades do povo,
contando com a graça de Jesus presente no meio de nós e pondo-nos a serviço do
seu projeto de vida em abundância para todos.
3. II leitura (Ap
12,1.5.13a.15-16a): A mulher geradora de vida nova
Atualizando: Segundo
João, a primeira semana de Jesus termina com a festa de casamento em Cana. João
relata este episódio por causa do seu aspecto simbólico: o casamento é o
símbolo da união de Deus com a humanidade, realizada de maneira definitiva na
pessoa de Jesus, Deus-e-Homem. Sem Jesus, a humanidade vive uma festa de casamento
sem vinho. Maria, aliviando a situação constrangedora, simboliza a comunidade
que nasce da fé em Jesus, e as últimas palavras que ela diz neste evangelho são
um convite: “Façam o que Jesus mandar”. Jesus diz que a sua hora ainda não
chegou, pois só acontecerá na sua morte e ressurreição, quando ele nos
reconcilia com Deus. Jesus utilizou a água que os judeus usavam para as
purificações. Os judeus estavam cegos pela preocupação de não se mancharem, e
sua religião multiplicava os ritos de purificação. Mas Jesus transformou a água
em vinho! É que a religião verdadeira não se baseia no medo do pecado. O
importante é receber de Jesus o Espírito. Este, como vinho generoso, faz a
gente romper com as normas que aprisionam e com a mesquinhez da nossa própria sabedoria.
O episódio de Cana é uma espécie de resumo daquilo que vai acontecer através de
toda a atividade de Jesus: com sua palavra e ação, Jesus transforma as relações
dos homens com Deus e dos homens entre si. Maria, como mãe de Jesus, o Filho de
Deus, é revestida de imensa glória. Sua proximidade do Filho permite que seja
um apoio para nossa fé. Maria nos conduz a Jesus. Pois é a si próprio que Jesus
chama a todos para segui-lo como discípulos. O evangelista João fala sempre em
"a mãe de Jesus", sem dizer seu nome. "Mãe", com seu
sentido de origem do ser, representa a maternidade universal e divina de Maria,
gerando para a vida eterna. A nossa piedade vê, neste evangelho, o importante
papel de Nossa Senhora no projeto salvífico de Deus. Ela é sensível às nossas
necessidades, e intercede por nós junto a seu Filho. E Jesus atende aos apelos
de sua mãe.
Em Ester (primeira leitura) a
tradição encontrou uma similitude com Maria: ela intercede junto ao rei por seu
povo. No Apocalipse, a mulher celestial que dá à luz um filho homem (segunda
leitura), também encontramos uma alusão à Maria. Aqui podemos, ainda, ver uma
referência à Igreja, na terra, perseguida pela Serpente. No evangelho de João
temos uma simbologia abrangente. Jesus está inaugurando seu ministério. Nele
encontramos algo extraordinariamente novo, que extrapola as expectativas e
observâncias do judaísmo. Na tradição profética, a Aliança de Deus com seu povo
é apresentada como uma núpcias. Nesta narrativa de João, a festa de núpcias não
oferece vinho suficiente. Havia seis talhas de pedra, vazias, destinadas às
purificações rituais dos judeus, que foram preenchidas com água. A água de
purificação não é solução. É preciso transformá-la. A atual prática do judaísmo
deixa a desejar. A mãe de Jesus percebe o problema. Com seu simbolismo, João
não pretende realçar a relação amorosa, mãe-filho, mas sim a relação de
maternidade entre Maria e a humanidade. Jesus afirma que não é a "sua
hora", a hora de sua glorificação na cruz, que consagra uma vida toda
dedicada à renovação do mundo pelo amor, até o fim, sem temer a morte. Contudo
Jesus resolve sinalizar sua "hora", e associa a água, fonte da vida,
ao vinho, fonte de alegria! O amor de Jesus liberta da Lei e gera vida e
alegria.
SEGUNDA LEITURA (Ap 12,1.5.13a. 15-16a) Leitura do Apocalipse de São João.
Apareceu no céu um grande sinal: uma
mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa
de doze estrelas. E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas
as nações com cetro de ferro.
Mas o filho foi levado para junto de
Deus e do seu trono. Quando viu que tinha sido expulso para a terra, o dragão
começou a perseguir a mulher que tinha dado à luz o menino. A serpente, então,
vomitou, como um rio de água atrás da mulher, a fim de a submergir. A terra,
porém, veio em socorro da mulher.
Na leitura do Apocalipse, temos a descrição do povo de Deus,
por meio de uma simbologia bíblica tradicional: a mulher adornada com todo o
seu esplendor - o sol, a lua e as doze estrelas. O dragão, Satanás, é descrito
com os símbolos do domínio. O menino, Messias, é o início do novo povo de Deus.
Desde os primeiros tempos da Igreja, esse texto foi aplicado a Maria. Mais do
que ser fiel aos mandamentos de Deus para alcançar a salvação, ela gera para o
mundo a salvação, dizendo sim ao Senhor. De sua humanidade, podemos conhecer o
nosso Deus, que se revela mediante seu Filho, imagem visível do Deus invisível.
A
segunda Leitura nos remete a liturgia da Assunção. Maria que protege a
humanidade e a Igreja – exerce a missão de Mãe e Mestra. Maria gerou e levou o
Salvador ao mundo, e presenciou a sua vitória, eis o que une Maria e a Igreja,
que tem a missão de levar o Salvador ao Mundo e presenciar a Vitória de Cristo
sobre o mundo, como Rei da Humanidade. Que fazem de Maria e da Igreja uníssonas
na obra da salvação.
Assim
neste dia santo para nós católicos queremos reafirmar a nossa sã doutrina que o
aprovado culto Mariano está sempre em relação ao seu Filho Jesus. A salvação do
homem consiste na comunhão com o Deus trino, comunhão que lhe é concedida
através do encontro existencial com Jesus Cristo: quem o vê, vê também o
Pai(cf. Jo 14,9). Por isso, a salvação é sempre a salvação em Cristo: ela tem
um lugar quando alguém se insere nele, cabeça do corpo, videira para os
sacramentos. Nossa Senhora Aparecida constituiu importante ponto de referência neste
empreendimento. Esta Maria unida a Jesus de maneira única não só no plano
biológico, mas também – e sobretudo – no plano espiritual, religioso e
existencial. Aquele que em seu espírito, em sua espiritualidade e conduta
prática se aproxima o mais possível de Maria, também se encontra numa estreita
relação com Cristo e se coloca realmente na sua caminhada, que conduz ao Deus
uno e trino, nossa vida. Maria não é a meta da existência cristã, mas o seu
perfeito modelo e, neste sentido é insubstituível.
Como
bem asseverou o Servo de Deus João Paulo II: “Ajudem, pois, os fiéis a viverem
sua devoção mariana como um claro e corajoso testemunho de amor a Cristo, que
manifeste a identidade pessoal e comunitária dos católicos, contra o perigo do
secularismo e do consumismo, e ao mesmo tempo favoreça nas famílias a prática
das virtudes cristãs. De igual modo, esta devoção ajudará a consolidar os
vínculos de comunhão com os Pastores da Igreja de Cristo, enfrentando a
desagregação da fé, fomentada tantas vezes pelo proselitismo das seitas.
A
história ensina que Maria é a verdadeira salvaguarda da fé; em cada crise, a
Igreja reúne-se à volta d'Ela. Só assim os discípulos do Senhor poderão ser
para os outros sal da terra a luz do mundo (cf. Mt 5, 13.14). “Feliz do povo, cujo
Senhor é Deus, cuja Rainha é a Mãe de Deus!” Assim proclamava o Papa Pio XII. A
missão essencial da Igreja consiste precisamente em fazer nascer Cristo no
coração dos fiéis (cf.Lumen gentium, 65)
pela ação do mesmo Espírito Santo, através da evangelização.
Salvos
das águas pela fé e pelo Batismo, os cristãos podem atingir algo daquilo que
contemplam na Virgem Aparecida, a Imaculada, se seguirem o seu conselho: “Fazei tudo o
que Ele vos disser!”.
Amém!
O capítulo 12 do Apocalipse
apresenta a situação de sofrimento pela qual passam as comunidades cristãs no
final do século I, sob a opressão do imperador Domiciano. A mulher e o dragão
representam dois projetos antagônicos: o de Jesus com as comunidades cristãs e
o do império romano. Percebe-se aqui uma evocação do texto de Gênesis: “Porei
hostilidade entre ti e a mulher, entre tua descendência e a descendência dela.
Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (3,15).
A mulher é descrita como “um grandioso
sinal no céu, vestida com o sol, tendo a lua sob os seus pés e, sobre a cabeça,
uma coroa de doze estrelas”. São símbolos com profundo significado. A mulher
aparece no céu, irradiando a gloriosa luz divina, revestida de grande poder
cósmico. A coroa de doze estrelas tem relação com as tribos de Israel e o novo
povo de Deus nascido da fé em Jesus Cristo. A mulher também representa Maria, a
mãe de Jesus, o verdadeiro rei de toda a humanidade que subiu ao céu e está
junto do trono de Deus.
O dragão é a antiga serpente,
isto é, aquele que introduz o mal e a morte no mundo. Persegue a mulher e
procura matá-la. O vômito do dragão atrás da mulher, tentando afogá-la, é o
império romano, que, com força e poder, faz submergir todo o povo com sua
ideologia. Não admite outros projetos. Por isso persegue especialmente os
seguidores de Jesus. A terra, porém, engole o vômito do dragão, salvando a
mulher. É a própria história que “engole” os impérios. Eles não são eternos;
não são absolutos. Dentro de si carregam o germe da própria destruição.
A mulher, portanto,
representa os pequeninos e fracos pelos quais Deus se manifesta ao mundo,
oferecendo vida e salvação. Maria de Nazaré gerou o Filho de Deus, nosso
salvador. As comunidades cristãs, seguidoras de Jesus, têm a missão de gerar
vida e dignidade no mundo. Essa missão contrapõe-se aos projetos de morte
impostos pelos poderosos. A mulher que, na fé e confiança em Deus, vence o
dragão é símbolo de todas as pessoas empenhadas na defesa e promoção da vida
contra todo tipo de opressão e exclusão.
Atualizando: A
Mulher é um símbolo cheio de significados: é Eva, a mãe da humanidade (cf. Gn
3,15-20); também o povo de Israel (doze estrelas = doze tribos) assim como
Sião, o resto do povo de Deus que espera o Messias (Is 66,7). É também Maria
enquanto mãe de Jesus e mãe dos discípulos de Jesus (Jo 19,25-27), e o povo de
Deus da nova Aliança (doze estrelas = doze apóstolos). O dragão personifica o
mal, inimigo de Deus. Trata-se do egoísmo, orgulho e autossuficiência que deformam
os indivíduos e os grupos sociais. Ele é sanguinário (vermelho), tem pleno
poder sobre os impérios do mundo (sete cabeças e sete diademas), mas sua força
é relativa e imperfeita (dez chifres). Ele tem a pretensão de lutar contra Deus
(estrelas do céu). Quer devorar o Filho da Mulher, o Messias que veio para
destruí-lo. O Filho é Jesus, que nasce (ressurreição) para a glória e para
dominar as nações, destruindo o poder do dragão. O mal foi derrotado. Agora a
situação do povo de Deus é como a dos hebreus no deserto, libertados da
escravidão: viverá no deserto até o fim da história, em meio a perseguições e
na intimidade com Deus. O mal não conseguiu vencer Jesus; por isso agora
persegue os cristãos seguidores de Jesus. Mas estes são continuamente protegidos
por Deus, até o final da história. É tempo de perseguição (rio) mas, como no
Êxodo, o povo de Deus não sucumbe.
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PARA
A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA ( Diáconos ou Ministros extraordinários da
Palavra):
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O
ALTAR)
- COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO,
LOUVEMOS AO PAI:
T: Pai, que a Mãe de Vosso Filho interceda por nós.
- Senhor, nós vos louvamos,
pois sois bondoso e fiel. Desde o começo do mundo vos revelastes como Deus de
amor e por meio dos profetas alimentastes nossa esperança de nos enviar o
Salvador. Senhor, obrigado por nos dar Maria como nossa mãe e nossa
intercessora.
T: Pai, que a Mãe de Vosso Filho interceda por nós.
- Senhor, nosso Deus e Pai, bendito seja o
Vosso nome sobre em todo o universo. Grande é vosso amor nos enviando vosso
Filho para nos guiar ao Vosso Reino. Pai, agradecemos pela nossa vida, pelo
nosso batismo e pela esperança da vida eterna.
T: Pai, que a Mãe de Vosso Filho interceda por nós.
- Pai, enviai o Espírito Santo sobre nós, para
que nos transformemos e tenhamos coragem de levar vosso nome a todos os nossos
irmãos que não vos conhecem ou que vos abandonaram. Que a Virgem Maria, nossa
mãe, seja a nossa força na obediência aos vosso projetos e seja a nossa
defensora em nossas dificuldades.
T: Pai, que a Mãe de Vosso Filho interceda por nós.
- PAI NOSSO... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro...
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
S. Oremos: ...
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Avisos ...
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COM TODAS AS CRIANÇAS PERTO DA IMAGEM:
Coroação de Maria... (Canto: ... te coroamos, ó Mãe...)
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As crianças coroam Maria
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Canto: DAI-NOS
A BENÇÃO, Ó MÃE QUERIDA, NOSSA SENHORA APARECIDA. (bis)
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BÊNÇÃO DAS CRIANÇAS
Presid.:
Senhor,
nosso Deus, que da boca das crianças preparastes um louvor do vosso nome, olhai
para estas crianças que a fé da Igreja recomenda à vossa piedade; e, assim como
o vosso Filho, nascido da virgem, recebia com amor as crianças, abraçando-as e
abençoando-as e propôs o exemplo delas à imitação de todos, assim, Ó Pai,
derramai sobre elas a vossa bênção e dai a vossa proteção, a fim de que, quando
crescerem através de uma boa convivência com as pessoas e com a cooperação da
força do Espírito Santo, se tornem testemunhas de Cristo no mundo e saibam
espalhar e defender a fé. Por Cristo, Nosso Senhor.
Todos: Amém.
CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA
“Ó Maria Santíssima, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus
Cristo, em vossa querida imagem de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios
sobre todo o Brasil. Eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos
e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa
misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o meu entendimento, para que
sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a minha língua para que sempre
vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração, para que,
depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas.
Recebei-me, ó Rainha incomparável, vós que o Cristo
crucificado deu-nos por Mãe, no ditoso número de vossos filhos e filhas;
acolhei-me debaixo de vossa proteção; socorrei-me em todas as minhas
necessidades, espirituais e temporais, sobretudo na hora de minha morte.
Abençoai-me, ó celestial cooperadora, e com vossa
poderosa intercessão, fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que,
servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças
no céu, por toda eternidade. Assim seja!”
Amém.
- VIVA A SENHORA APARECIDA! (3x)-
23. BÊNÇÃO FINAL
Pres-
O Deus de bondade, que pelo Filho da
Virgem Maria quis salvar a todos, vos enriqueça com sua bênção. AMÉM.
-
Seja-vos dado sentir sempre e por toda parte a proteção da Virgem Maria, por
quem recebestes o autor da vida. AMÉM.
-
E vós, que vos reunistes hoje para celebrar sua solenidade, possais colher a
alegria espiritual e o prêmio eterno. AMÉM.
-
Abençoe-vos Deus todo-poderoso: PAI E FILHO E ESPÍRITO SANTO. AMÉM.
-
Ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
GRAÇAS A DEUS.
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