2º
DOMINGO DO TEMPO DO ADVENTO ANO C 2018 (Adaptado
pelo Diácono Ismael)
II Domingo do Advento –
A vela de Belém: a salvação para todos. (vela vermelha)
A
primeira vela já deve estar acesa na Coroa.
Segue-se
tudo normal até a saudação inicial feita pelo presidente da celebração:
A
graça de Nosso Senhor Jesus Cristo......
Antes
do Ato penitencial segue-se o rito para acender a segunda vela:
Animador: Estamos celebrando o segundo Domingo do Advento.
Todos somos
chamados a Belém como os pastores que receberam a boa notícia do
nascimento do Salvador e os magos do
Oriente guiados pela estrela. Acenderemos hoje a segunda vela da Coroa do Advento para lembrar
que Jesus chama a todos (crianças,
jovens, adultos e idosos), para encontrar-se com Ele. Agradeçamos a Deus a
esperança em sua vinda e a vocação de todos para a fé.
(Alguém entra com uma vela acesa e acende a
vela vermelha da Coroa do Advento.
Nesse momento pode-se cantar um canto que fale de esperança ou apenas dedilhar
o violão ou o teclado).
Oração
Pres. Deus, nosso Pai do céu, quisestes que vosso Filho nascesse
entre os homens como luz do mundo na pequenina cidade de Belém.
A luz que
brilhou primeiro em Belém ilumine também os nossos corações, os corações dos
nossos parentes e amigos, os corações que se encontram na escuridão do mal, da
violência e do pecado. Que todos se deixem iluminar pela luz de Belém.
Fazei que nos apressemos,
a exemplo dos pastores e dos magos, rumo a Belém para encontrar e adorar, na fé
e no amor, o vosso Filho Jesus, nosso Salvador e Senhor. Por Cristo nosso Senhor.
T. Amém
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SINOPSE:
Tema: “Eis que vem o Nosso Deus!”, Advento
é esse tempo de preparação e de conversão. Precisamos endireitar o que não está
alinhado com o projeto de Deus.
A primeira leitura
sugere que este “caminho” de conversão é um verdadeiro êxodo da terra da
escravidão para a terra da felicidade. Durante o percurso de nossa vida,
devemos deixar as nossas vontades pessoais e aderirmos às propostas que Deus
nos faz.
No Evangelho
João Batista nos convida a uma transformação no pensar e agir, quanto às
prioridades da vida.
A segunda leitura
chama a atenção para o anúncio profético que a comunidade deve dar na caridade,
banindo as divisões e os conflitos.
PRIMEIRA
LEITURA (Br
5,1-9) Leitura do Livro do Profeta Baruc.
Despe, ó Jerusalém, a veste de luto e de aflição e
reveste, para sempre, os adornos da glória vinda de Deus. Cobre-te com o manto
da justiça, que vem de Deus, e põe na cabeça o diadema da glória do Eterno.
Deus mostrará teu esplendor, ó Jerusalém, a todos os que estão debaixo do céu.
Receberás de Deus este nome para sempre: “Paz-da-justiça e glória-da-piedade”.
Levanta-te, Jerusalém, põe-te no alto e olha para o Oriente! Vê teus filhos
reunidos pela voz do Santo, desde o poente até o levante, jubilosos por Deus
ter-se lembrado deles. Saíram de ti, caminhando a pé, levados pelos inimigos.
Deus os devolve a ti, conduzidos com honras, como príncipes reais. Deus ordenou
que se abaixassem todos os altos montes e as colinas eternas e se enchessem os vales,
para aplainar a terra, a fim de que Israel caminhe com segurança, sob a glória
de Deus. As florestas e todas as árvores odoríferas darão sombra a Israel, por
ordem de Deus. Sim, Deus guiará Israel, com alegria, à luz de sua glória,
manifestando a misericórdia e a justiça que dele procedem.
AMBIENTE - O
“livro de Baruc” é um texto posterior à época do exílio. O autor convida os
habitantes de Jerusalém a celebrar uma liturgia penitencial e exorta-os à
reconciliação com Jahwéh.
MENSAGEM - O
profeta compara Jerusalém infiel a uma mulher de luto, sem razões para ter
esperança. No entanto, a mensagem é: “esse tempo de luto terminou; Deus
perdoou-te todas as tuas faltas e quer devolver-te a vida e a esperança”. Tal
ação resulta do amor de Deus, sempre disposto a perdoar o afastamento dos
filhos rebeldes e a reatar com eles uma história de libertação e de salvação.
ATUALIZAÇÃO
• O Advento é o êxodo da terra da
escravidão para a terra da liberdade. Neste tempo somos confrontados com as
cadeias que ainda nos prendem e convidados a percorrer esse caminho de regresso
que a bondade e a ternura de Deus vão aplanar, a fim de que possamos regressar
à cidade nova da alegria e da liberdade.
SALMO
RESPONSORIAL / SI 125
(126)
Maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!
• Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, /
parecíamos sonhar; / encheu-se de sorriso nossa boca; / nossos lábios, de
canções.
• Entre os gentios se dizia: “Maravilhas / fez com
eles o Senhor!” / Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, / exultemos de alegria!
• Mudai a nossa sorte, ó Senhor, / como torrentes no
deserto. / Os que lançam as sementes entre lágrimas / ceifarão com alegria.
• Chorando de tristeza sairão, / espalhando suas
sementes; / cantando de alegria voltarão, / carregando os seus feixes!
EVANGELHO (Lc 3,1-6) Lucas.
No décimo-quinto ano do império de Tibério César,
quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes administrava a
Galileia; seu irmão Filipe, as regiões da Itureia e Traconítide; e Lisânias, a
Abilene; quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes, foi então que a palavra de
Deus foi dirigida a João, o filho de Zacarias, no deserto. E ele percorreu toda
a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados,
como está escrito no Livro das palavras do profeta Isaías: “Esta é a voz
daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas
veredas. Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as
passagens tortuosas ficarão retas e os caminhos acidentados serão aplainados. E
todas as pessoas verão a salvação de Deus’”.
AMBIENTE - Lucas
apresenta João Batista, o profeta que veio preparar a chegada do Messias de
Deus.
MENSAGEM - Deus
que vem ao encontro dos homens para lhes apresentar um projeto de salvação, não
é uma lenda, mas é uma história concreta. João Baptista é “uma voz que grita no
deserto” e que convida a preparar os caminhos do coração para que Jesus, o
Messias de Deus, possa ir ao encontro de cada homem. João “proclama um batismo
de conversão (“metanóia”), para a
remissão dos pecados”. Uma transformação total da forma de pensar e de agir…
Para acolher o Messias que está para chegar, é necessário a conversão dos
valores; só nos corações transformados, o Messias encontrará lugar.
ATUALIZAÇÃO - •
João é o profeta, que prepara o coração para acolher o Messias. Todos nós, pelo
batismo, somos profetas e Deus chama a dar testemunho de que o Senhor veio, vem
e virá.
•
Preparar o caminho do Senhor é convidar a uma conversão, que elimine o egoísmo,
a injustiça e a opressão e reoriente a vida para Deus, de forma que Deus ocupe
o primeiro lugar na nossa vida.
•
Esse processo de conversão é um verdadeiro êxodo, que nos transportará da terra
da opressão para a terra nova da liberdade, da graça e da paz.
SEGUNDA LEITURA (Fil 1,4-6.8-11) São Paulo aos Filipenses.
Irmãos
rezo por vós, por causa da vossa comunhão conosco na divulgação do Evangelho.
Tenho a certeza de que aquele que começou em vós uma boa obra, há de levá-la à
perfeição até o dia de Cristo Jesus: que o vosso amor cresça sempre mais, em
todo o conhecimento e experiência, para discernirdes o que é o melhor. E assim
ficareis puros e sem defeito para o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça
que nos vem por Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus.
AMBIENTE - No momento em que escreve, Paulo está na prisão (em Éfeso?).
MENSAGEM - Paulo
pede a Deus que aumente a caridade dos Filipenses (Paulo tem que pedir a duas
senhoras para fazerem as pazes e não dividirem a comunidade – cf. Flp 4,2-3). A
vivência da caridade é fundamental para o dia da vinda de Cristo.
ATUALIZAÇÃO - •
A essência da Igreja de Jesus é ser missionária. “Ide e anunciai” – diz Jesus.
•
Só é possível acolher o Senhor que vem se a caridade for, entre nós, uma
realidade. Mas, a vida das nossas comunidades é marcada pelas divisões, pelas
murmurações, pelas lutas pelo poder, pelos interesses egoístas, pelas guerras
de sacristia…
•
Somos uma comunidade “a caminho”, em processo de construção. O que é importante
é que saibamos acolher o Senhor que vem e deixar que Ele nos conduza à
plenitude da vida e do amor.
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Uma Voz no Deserto
Nesse segundo domingo do
Advento, João Batista aparece como uma VOZ
NO DESERTO, fazendo um forte apelo à CONVERSÃO, para preparar o
"Caminho do Senhor".
É o grande pregador do
Advento, que ainda hoje nos ensina a preparar o Caminho de Jesus para o Natal.
A 1a leitura
anuncia o "Caminho" de um novo "Êxodo". (Br
5,1-9)
Ao povo sofrido no
exílio, o Profeta Baruc dirige uma profecia cheia de esperança e vibrante
alegria: o próprio Deus preparará o caminho do regresso: "Abaixará os
montes, encherá os vales, aplainará o chão, a fim de que Israel caminhe com
segurança."
* ADVENTO é um tempo
favorável para o nosso "êxodo":
Devemos nos desfazer das
cadeias que impedem a ação libertadora de Deus e o regresso à nova Jerusalém da
alegria e da liberdade.
- Quais os sinais de libertação que já
podemos ver e sentir em nossa caminhada?
O Salmista ora
confiante ao Pai, no desejo de ser instruído em seus caminhos.
O amor, a justiça e a
fidelidade levam a viver na intimidade com Deus que nos faz conhecer sua
aliança. (Sl 25)
A 2ª Leitura é um
apelo a progredir da vida cristã através do amor.
O amor comprometido para
com todos é o caminho da perfeição, é o jeito de se manter vigilante na espera
do Senhor. (Fl 1,4-6.8-11)
O Evangelho fala da
Missão de João Batista: "preparar o Caminho do Senhor". (Lc 3.1-6)
João Batista é "a Voz que clama no deserto",
preparando o coração dos homens para acolher o Messias.
Detalhes do texto:
- Lucas faz uma longa introdução HISTÓRICA:
Situa concretamente, no
espaço e no tempo, os fatos da Salvação:
A pregação de João e a
intervenção de Deus na história.
- "A PALAVRA DE DEUS desceu sobre João".
Deus rompeu um longo
silêncio de 300 anos sem profetas e enviou o último profeta do Antigo
Testamento: João Batista.
- Tudo começou no DESERTO...
O "Deserto", na
História de Israel, lembrava muitas coisas:
Libertação...
Purificação... Aliança... Esperança da Terra Prometida...
No tempo de Jesus, era
para o deserto que se dirigia quem queria repetir a experiência espiritual dos
antepassados.
- "Ele percorria toda a região do JORDÃO..."
Jordão era a fronteira...
por onde entraram na Terra Prometida...
No batismo de João, cada
um repetia o gesto de entrar, através do Jordão, na Terra da Liberdade...
na verdadeira Terra
Prometida.
+ O ANÚNCIO DE JOÃO BATISTA:
- Um apelo de conversão:
"Preparai o
caminho do Senhor, endireitai suas veredas...
todo vale será
aterrado, toda montanha e colina serão rebaixados..."
* Esse processo de conversão é um verdadeiro
êxodo da terra da opressão para a
terra nova da liberdade, da graça e da paz.
A VOZ do deserto grita e propõe a conversão
para desbloquear os caminhos, para ver a "salvação de Deus".
- Um anúncio de esperança:
"Todos verão a salvação de
Deus..."
* A salvação é oferecida para todos os
homens, também para nós...
+ O TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA:
- Preparou-se no
"deserto":
O barulho das festas não é ambiente propício
para anunciar nem para ouvir o convite à penitência.
Para escutar a voz de Deus, é necessário
criar um clima de silêncio, de escuta:
- Desprendimento:
manifestado na sobriedade do comer e do vestir:
vestindo pele de camelo e comendo gafanhotos e mel silvestre...
* Temos o mesmo espírito de João Batista?
+ O CAMINHO A SEGUIR:
- Endireitar as Estradas: Nem
sempre seguimos o caminho reto, indicado por Cristo: do amor, da doação, do
serviço...
* Quais as estradas tortuosas a
endireitar para chegar até Deus?
- Preencher os Vales: Quais
os vales a preencher na vida profissional, na vida espiritual, na vida
familiar, na vida da comunidade?
- Aplainar os Montes: Abaixar
nosso orgulho, nossa autossuficiência...
* Os mais simples e humildes encontraram
o Messias no seu caminho...
Os poderosos e orgulhosos não
chegaram até Belém.
+ Baruc e João Batista
foram mensageiros de Deus para
preparar os caminhos do Senhor aos homens do seu tempo...
- Deus não poderia se servir também de
nós para preparar os homens de hoje para a vinda de Cristo no Natal desse ano?
Pe. Antônio Geraldo
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO
Meus irmãos e irmãs, estamos no segundo domingo do Advento.
Segunda semana de preparação para Celebrarmos o Natal do Senhor. Como já foi
dito, semana passada, no advento somos convidados a contemplar o significado
prático e concreto, em nossas vidas, ao Celebrar o Natal do Senhor. No que o
Natal muda a nossa vida? Hoje, Baruc, que significa bendito, diz: com o
nascimento de Jesus, instalou-se em Jerusalém a Paz e a Justiça. Jerusalém se tornou uma grande luz para todas
as nações.
Não cabe a nós julgarmos Jerusalém e o povo judeu. O próprio
povo de Israel diz que a realidade, deles, é cinza. Não dá para separar o
branco do preto. Ali, as coisas são muito misturadas. De forma, que é difícil saber quem tem e quem
não tem razão. Mas, parece uma ironia, que onde Jesus nasceu, onde os profetas
falam de Paz e de Justiça, existe conflito e guerra. Poderíamos pensar, então,
o que serve todas as profecias, o que significa o que o anjo diz: glória Deus
nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade? É fácil falar de
Jerusalém, quando não se nasceu lá, nem vivemos lá. Julgar os outros é muito
fácil. Só que, na Bíblia, Jerusalém é um nome Santo. É um nome que corresponde
a qualquer cidade. A função da cidade sempre foi garantir a Paz e garantir a
Justiça. Por isso, que na Idade Média sempre tinha muralhas para que o inimigo
não pudesse ataca-los e todos que vivessem na cidade, naquela região murada,
pudessem se servir do direito de todos; portanto, da Justiça. Então, ao invés
de falarmos Jerusalém, falar “bassé”, que é uma cidade também, podemos ver que
a nossa cidade, também não tem a justiça e a paz como predominância. O que será
que falta? Ora, o Evangelho vai nos responder: o que falta ainda, é
continuarmos a missão iniciada por João Batista. João Batista diz: para que todos possam se servir da Paz e da
Justiça advinda de Jesus, é preciso preparar o caminho. E, o Advento é esse
tempo, onde ajudamos a preparar a vinda do Senhor. Então, se temos certeza, de
que a Justiça prevalecerá e que a Paz reinará, é preciso colaborar e preparar
esta Paz e esta Justiça em cada momento. Sozinhos não vamos muito longe.
Por isso, estou propondo, para reflexão desta semana, pensar o seguinte: eu vou
me aproximar do Presépio, que é simbólico, ao me aproximar do presépio eu estou
querendo me aproximar do Menino Deus, que nasceu e trouxe a Paz e a Justiça. O que é que eu vou pedir a Ele como
presente? São tantas as pessoas enfermas, que precisam ganhar um presente
de natal, superar a sua enfermidade, são tantos os que têm buscado a Paz de
espírito. Estão aí, sofrendo depressões. Precisam ganhar este presente de
natal. Muitas famílias vivem conflitos. Seria tão bom ganharem harmonia no
natal. Quantas pessoas estão em busca de alimentar com dignidade a sua família.
Quem sabe no natal pudessem conseguir um emprego que os ajudassem a viverem
esta dignidade. Em fim, temos inúmeros
pedidos para fazer diante da manjedoura.
Mas, o que é que eu
vou dar de presente para Jesus? Aí é mão dupla: se eu posso e devo pedir a
Jesus o que eu necessito, Ele também me pede. Não que Ele necessite de
alguma coisa. Ele quis e quer contar com os homens e mulheres de boa vontade. O
que é que eu vou oferecer para Jesus? Dinheiro é o menos importante. Compromisso
com o Evangelho é mais urgente, porque
pelo Evangelho a gente pode mudar a prática das pessoas e assim podemos fazer,
do nascimento do Senhor, um novo céu e uma nova terra. O nosso encontro aos domingos, deve ser um encontro de
bastante alegria e esperança. São Paulo,
aqui, diz algo que deve servir para todos nós: irmãos, em todas as minhas
orações, eu rezo por vós. Com alegria por causa de vossa comunhão conosco na
divulgação do Evangelho.
Portanto,
cada um que divulga o Evangelho, que procura ajudar o outro a viver o Evangelho, formam esta
comunhão, onde a oração de um ajuda a oração do outro. Quando rezamos o Ato
Penitencial, é muito interessante, quando ele diz: confesso a Deus todo
Poderoso e a vós meus irmãos, que pequei em pensamentos, atos e omissões, por
isso, peço por minha culpa, minha tão grande culpa. Peço a Deus e A VÓS,
IRMÃOS, que rogueis, por mim, a Deus. – É o outro que reza por mim e eu que
rezo por você. Nessa troca de presentes, de dons, é que acabamos experimentando
o que significa a vinda do Senhor. De tal maneira, que a nossa esperança está
sempre presente e cremos que, um dia, o salmo, que recitamos hoje, ele será
algo bem palpável, completo, em nossa vida: •
Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, / parecíamos sonhar; / encheu-se de
sorriso nossa boca; / nossos lábios, de canções.
• Entre os gentios se dizia: “Maravilhas / fez com
eles o Senhor!” / Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, / exultemos de alegria!
Quando Jerusalém cumprir a sua vocação; ser luz, ser sede de
Justiça, ser sede da paz.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO – Diocese de Santo André - SP
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Homilia de D. Henrique
Soares
Modelo I
Estamos no Domingo II do Advento. Este é um tempo de espera. Um tempo a nos
recordar que a humanidade toda espera, mesmo sem saber: neste mudo cansado e
ferido, o coração humano espera um sentido pra vida, espera a paz, espera o
amor, espera a plenitude... Para usar a linguagem da Bíblia: espera a salvação!
A humanidade esperou e espera... Também o povo de Israel esperou. Nos momentos
de escuridão da sua história, Israel levantou-se e continuou o caminho, porque
alicerçado na promessa do seu Deus. A primeira leitura da Missa de hoje
apresenta-nos esta realidade de modo comovente: quando o povo estava na maior escuridão
do exílio de Babilônia, Deus lhe falou de esperança. Estas palavras ainda hoje
nos tocam e comovem, ainda hoje são para nós: “Depõe a veste de luto, e
reveste, para sempre, os adornos da glória vinda de Deus! Cobre-te com o manto
da justiça que vem de Deus e põe na cabeça o diadema da glória do Eterno!” Deus
promete ao seu povo a felicidade, a bênção, a glória – não quaisquer umas, mas
aquelas que vêm de Deus! Nosso Deus foi e sempre será o Deus da promessa, o
Deus que nos aponta para um futuro de bênção, que nos enche de esperança, que
faz nosso coração palpitar, sonhando com a paz que ele dará!
Ora, esta esperança, esta bênção, esta paz, esta plenitude, este futuro, têm um
nome: Jesus Cristo! Tudo se cumpre nele, tudo se resume nele; nele, tudo é
pleno e duradouro: ele é o Sim de Deus para Israel e para toda a
humanidade!
A salvação que a humanidade esperou e os profetas prometeram a Israel, no
Evangelho deste Domingo aparece tão próxima: ela entra na história humana; não
fica lá em cima, no céu; entra nas coordenadas dos nossos pobres dias: “No
décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era
governador da Judéia, Herodes administrava a Galiléia, seu irmão Filipe, as
regiões da Ituréia e Traconítide, e Lisânias a Abilene; quando Anás e Caifás
eram sumos sacerdotes...” Nossa fé não é um mito, nossa esperança não
é uma quimera: ela veio, entrou no nosso mundo, no nosso tempo, no nosso
espaço, na nossa pobre vida, nos nossos dias tão pequenos: “... foi então
que a Palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias, no deserto”. Como
é belo o Advento! João anuncia que chegou o tempo, que com Aquele que vem, o
próprio Deus, em pessoa, faz-se presente: tempo de salvação, tempo de decisão,
tempo de acolher o convite para o Reino! Deus cumpriu sua promessa, ao enviar
Jesus; Deus satisfez o sonho que ele mesmo colocara no coração humano, no nosso
coração, ao nos dar Jesus. Deus é fiel!
Mas, este Jesus que veio – e estamos nos preparando para celebrar o seu santo
Natal -, é o mesmo que ainda esperamos para consumar a sua obra no Dia final.
Na Epístola aos Filipenses, segunda leitura da Missa de hoje, São Paulo nos
fala do Dia de Cristo – aquele dia que começou em Belém, brilhou na
Ressurreição e será pleno na Vinda do Senhor. Deus nos prometeu este Dia
bendito, no qual todas as esperanças humanas serão realizadas! O cristão vive
os dias deste mundo na esperança deste bendito e eterno Dia. Por isso, o
Apóstolo deseja que permaneçamos puros e sem defeito “para o Dia de
Cristo, cheios do fruto da justiça que nos vem por Jesus Cristo, para a glória
e louvor de Deus”. Ele confia que, no que depender do Pai do céu, nós
cresceremos na obra de Deus até “à perfeição até ao Dia do Cristo
Jesus”. O Advento, portanto, é tempo de esperança, de espera, de sonho...
mas é também tempo de compromisso em nos preparar para o Senhor que vem e vem
vindo sempre. É tempo de preparar os caminhos do Senhor, endireitar suas
veredas! Que todo vale de nossos pecados e baixezas seja aterrado; que as
colinas do nosso orgulho, da nossa autossuficiência e prepotência sejam
aplainadas. Que, numa vida de conversão, vejamos a salvação de Deus... E os
outros, os de fora, vejam em nós a obra desta salvação!
Não percamos tempo! A oração da Missa pediu a Deus que nenhuma atividade
terrena nos impeça de correr ao encontro do Filho que vem. Por favor, em nome
de Cristo: levantemos os olhos de nossa mediocridade, de nossas preocupações
pequenas e mesquinhas! Levantai a cabeça: a vossa Salvação se aproxima! Não
sejamos desatentos, a ponto de não perceber e não acolher Aquele que veio, vem
vindo e virá na Glória!
Terminemos
esta meditação com as palavras de um poeta pagão, mas que exprimem bem o que a
Palavra de Deus, que ouvimos hoje, nos quer dizer. É um poema de Tagore:
Não ouvistes os passos
silenciosos?
Ele vem vindo, vem vindo, vem
vindo sempre!
A cada momento e a cada estação,
a cada dia e a cada noite,
ele vem vindo, vem vindo, vem
vindo sempre!
Várias cantigas cantei,
em vários disposições de
espírito,
mas as suas notas sempre
proclamaram:
ele vem vindo, vem vindo, vem
vindo sempre!
Nos dias perfumados de abril
luminoso,
pelo caminho do bosque
ele vem vindo, vem vindo, vem
vindo sempre!
Na sombra chuvosa das noites de junho,
na carruagem trovejante das
nuvens,
ele vem vindo, vem vindo, vem
vindo sempre!
De tristeza em tristeza,
são os seus passos que pisam o
meu coração!
E é o contato de ouro de seus pés
que faz brilhar minha alegria!
Pois
bem!
Vem, Senhor Jesus, vem sempre! Vem nas alegrias, mas vem também nas tristezas
da vida! Que saibamos discernir as tuas vindas e os rastros de ouro que teus
pés benditos deixam na nossa vida!
Vem,
Senhor, porque somos frágeis! Vem, Senhor, porque somos pobres! Vem, Senhor,
porque muitas vezes o peso da vida é grande demais! Vem, Senhor, porque temos
medo da noite! Vem, Senhor Jesus!
Modelo II
Na segunda leitura da Liturgia da Palavra deste Domingo II do Advento, por duas
vezes São Paulo refere-se ao Dia de Cristo: “Aquele que começou em vós
uma boa obra, há de levá-la à perfeição até ao Dia de Cristo”; “que o vosso
amor cresça sempre mais, em todo o conhecimento e experiência, para
discernirdes o que é melhor. Assim ficareis puros e sem defeito para o Dia de
Cristo”. Para este Dia de Cristo, meus caros, estamos nos preparando
no santo Tempo do Advento. Dia de Cristo é o Natal; Dia de Cristo é o
“todo-dia”, quando sabemos reconhecer suas visitas; Dia de Cristo será a sua
Vinda gloriosa no final dos tempos. Quem celebra piedosamente o Dia de
Cristo no Natal e é atento pela vigilância ao Dia de Cristo de “todo-dia”,
estará pronto na perfeição do amor, estará puro e sem defeito para o Dia de
Cristo no final dos tempos!
É certo que não poderemos fugir do Cristo Jesus: diante dele todos nós
estaremos um dia porque através dele e para ele fomos criados e somente nele
nossa existência chegará à sua plenitude. A primeira leitura de hoje ilustra de
modo comovente a situação da humanidade e também a situação da Igreja, pequeno
resto peregrino e acabrunhado sobre esta terra: trata-se de uma humanidade
sofrida, de uma Igreja em exílio, mas que será consolada pelo Senhor.
Recordemos a palavra de Baruc profeta “Despe, ó Jerusalém, a veste de
luto e de aflição, e reveste, para sempre, os adornos da glória vinda de Deus!”
Que belo convite, que sonho, que felicidade, meus caros! Pensemos na nossa
vida, pensemos nas ânsias da Mãe Igreja, e alegremo-nos com o consolo que Deus
nos promete! “Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus e põe na
cabeça o diadema da glória do Eterno. Deus mostrará teu esplendor, ó Jerusalém,
a todos os que estão debaixo do céu!” Vede, caríssimos, o nosso Deus
como é: um Deus que promete, um Deus que abre a estrada da esperança, um Deus
que consola, um Deus que nos prepara um futuro de bênção, de paz e de vida!
Mas, quando será esta paz, de onde virá? Escutai, caríssimos: “Levanta-te,
Jerusalém – levanta-te, irmão; levanta-te, irmã! Levanta-te, Mãe
católica! – põe-te no alto e olha para o Oriente!” O Oriente, meus
caros é o lugar da luz, o lado no qual o sol nasce e o dia começa; o Oriente é
o próprio Cristo Jesus! Olhar para o Oriente é esperar o Dia de Cristo, o Dia
sem fim, a Luz que não tem ocaso! Quem caminha sem olhar o Oriente, caminha sem
saber para onde vai; quem avança noutra direção, não caminha para a luz, mas
vai ao encontro das trevas: "des-orienta-se"! “Levanta-te,
põe-te no alto e olha para o Oriente!” Olha para o Cristo, vai ao seu
encontro! Então, tu verás a salvação de Deus; tu experimentarás que o Senhor
não é Deus de longe, mas de perto; tu experimentarás o quanto o Senhor é capaz
de consolar o que chorava, de acalmar o que estava aflito, de reconduzir o
transviado: “Vê teus filhos reunidos pela voz do Santo, desde o poente
até o levante, jubilosos por Deus ter-se lembrado deles. Deus ordenou que se
abaixassem todos os altos montes e as colinas eternas, e se enchessem os vales,
para aplainar a terra, a fim de que Israel sua Igreja santa, seu povo
eleito, caminhe com segurança sob a glória de Deus!”
Vede, caríssimos, que é de paz que o Senhor nos fala, é a salvação que nos
promete! Se agora lançarmos as sementes da vida entre lágrimas, haveremos de
colher com alegria; se agora muitas vezes na tristeza formos espalhando as
sementes, um dia, no Dia de Cristo, nosso Oriente bendito, com alegria
voltaremos carregados com os frutos em feixes! As promessas do Senhor, meus
caros, fazem-nos compreender que nossa vida tem sentido, que tudo quanto nos
acontece pode e deve ser vivido à luz de Deus! Uma das grandes misérias do
nosso tempo é a solidão humana. Não se trata de uma solidão qualquer, mas de
uma sensação mortal de viver a vida diante de ninguém, de caminhar a lugar
nenhum, de gastar energia e sonho para produzir vazio... Mas, quando voltamos o
rosto para o Oriente, quando nos deixamos banhar por sua luz que, como uma
aurora bendita já começa a difundir seus raios, então tudo se enche de paz e de
alegria, porque tudo ganha um novo sentido!
Caríssimos no Senhor, pensai na vossa vida concreta, nas vossas semanas e dias
feitos de experiências bem reais e miúdas... Pois bem, Deus, em Cristo, visita
a nossa vida! No Evangelho de hoje, quando São Lucas narra o aparecimento de
João Batista, o precursor do Messias, ele começa mostrando como a palavra do Senhor,
como a sua salvação nos atinge e nos encontra bem no concreto de nossa vida, no
nosso aqui e no nosso agora. A salvação não é um mito, a vinda do Senhor até
nós não é uma estória de Trancoso... Escutai como é concreta a sua vinda, como
tem uma história e uma geografia: “No décimo quinto ano do império de
Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judéia, Herodes
administrava a Galiléia, seu irmão Filipe, as regiões da Ituréia e Traconítide,
e Lisânias, a Abilene; quando Anás e Caifás eram sumo sacerdotes, foi então que
a palavra de Deus foi dirigida a João, o filho de Zacarias, no deserto.” Vede,
irmãos, e compreendei: a Palavra de Deus vem nós num “quando” e num “onde”. O
“quando” é hoje, agora, neste período da nossa vida; o “onde” é aí onde você
vive: na sua casa, no seu trabalho, nas suas relações, nos seus conflitos! É
neste agora e neste aqui, neste “quando” e neste “onde” que Deus vem ao nosso
encontro em Cristo Jesus! E o que devemos fazer para acolhê-lo? Como devemos
proceder para que não venha na os em vão? Como agir para que a sua luz nos
possa iluminar? Escutai ainda o Evangelho: “Preparai o caminho do
Senhor, endireitai suas veredas. Todo vale será aterrado, toda montanha e
colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas ficarão retas e os caminhos
acidentados serão aplainados. E toda carne verá a salvação de Deus”. Vê,
meu irmão; presta atenção, minha irmã! É de ti que o Senhor fala; é à tua vida
que ele se refere: queres ver a luz do Oriente? Queres dirigir-te para o Dia
eterno? Queres realmente estar pronto para o Dia de Cristo no Natal, no
“todo-dia” e no Último Dia? Então, endireita agora teus caminhos, abaixa as
montanhas da soberba e do orgulho, aterra os vales do medo, da covardia e do
vão temor, e endireita as tortuosas estradas de teus vícios e de teus pecados!
Aí sim, tu e toda carne verão a salvação de Deus: na celebração do Natal vamos
vê-la reclinada num pobre presépio, no “todo-dia” vamos experimentá-la de
tantos modos e em tantos momentos e, no Último Dia, Dia de Cristo, iremos vê-la
face a face como eterna delícia, alegria sem fim e vida imperecível! Vamos,
irmãos, caminhemos com fé ao encontro do Senhor! E para que o nosso caminho não
seja sem rumo e em vão, endireitemos desde agora as estradas de nossa vida!
Levantemo-nos, ponhamo-nos no alto da virtude e vejamos: vem a nós a alegria do
nosso Deus! A ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
D. Henrique Soares
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA ( Diáconos e Ministros
extraordinários da Palavra):
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR
NOSSO DEUS...
- COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO
SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Senhor, vinde sempre em nosso auxílio.
- “Deus de alegria, de justiça e de paz, bendito sois Vós, porque
não esquecestes as vossas promessas, mas realizaste-as através de vosso Filho
Jesus Cristo, que nos reúne na nova Jerusalém. Nós Vos pedimos: conduzi as
vossas comunidades à luz da vossa glória e dai-nos como segurança a vossa
misericórdia e a vossa justiça”.
T: Senhor, vinde sempre em nosso auxílio.
- “Deus fiel, nós Vos damos graças pelo envio dos
profetas até João Batista. Nós vos agradecemos a vinda do vosso Filho à nossa
humanidade. Nós Vos pedimos por todas as nossas comunidades: aplanai os caminhos
que nos ligam uns aos outros e nos abrem o caminho para Vós”.
T: Senhor, vinde sempre em nosso auxílio.
- “Pai, nós Vos damos graças por tudo que por nós fizestes.
Agradecemos pela vida, pelo batismo e pelos bens que nos destes. Bendito e
louvado seja, ó Senhor nosso Deus! Nós Vos pedimos: que o vosso Espírito nos
guie, nos fortaleça e nos ensine os vossos caminhos até ao dia em que Cristo
vier sobre as nuvens em poder e glória.
T: Senhor, vinde sempre em nosso auxílio.
-- (Rito de Comunhão: Missal página 500; Pai nosso e Oração
da Paz)
Pai nosso... A
Paz... Cordeiro de Deus...
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