quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

3º DOMINGO DO ADVENTO ANO C, homilias, subsídios homiléticos


3º DOMINGO DO ADVENTO ANO C 2018 (Adaptado pelo Diácono Ismael)
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lII Domingo do Advento - A vela dos pastores: a alegria. (vela rosa)

As duas primeiras velas já devem estar acesas na Coroa
Segue-se tudo normal até a saudação inicial feita pelo presidente da
celebração: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo......
Antes do Ato penitencial segue-se o rito para acender a terceira vela
Animador: Hoje é o terceiro Domingo do Advento, o Domingo do "Alegrai-vos",
o domingo da alegria pela próxima vinda do Salvador, na celebração de sua primeira vinda ao nascer em Belém. Vamos acender a vela dos pastores. Foram eles os primeiros a receberem a notícia do nascimento de Deus entre os homens, notícia que os encheu de alegria.

(Alguém entra com uma vela acesa e acende a vela rosa da Coroa do Advento. Nesse
momento pode-se cantar um canto que fale de esperança ou apenas dedilhar o violão).
Oração
Pres. Ó Deus da alegria, quisestes ser o Emanuel, o Deus conosco em vosso
Filho Jesus Cristo. O vosso anjo anunciou aos pastores: "Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor". Vigiando no campo e cuidando das ovelhas os pastores estavam atentos aos vossos sinais de Salvação. Tendo encontrado o Menino voltaram glorificando a vós pelas maravilhas que realizastes, enviando-nos vosso Filho. Fazei que, a exemplo dos pastores, ouçamos a boa-nova da manifestação da alegria e da felicidade que Jesus, o vosso Filho amado, nos trouxe. Que possamos todos ser causa de alegria e de felicidade para os que procuram a paz e a felicidade, ser luz e aconchego para os pobres e sofredores. Por Cristo, nosso Senhor.
T. Amém.


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SINOPSE:
Tema: Preparar o “caminho”; significa transformar nossa vida segundo o projeto de Deus.
Primeira leitura: Deus está no meio de nós e quer a nossa transformação; Ele nos ama e perdoa.
Evangelho: Sugere três aspectos para a transformação: 1 sair do egoísmo e partilhar; 2 não explorar e proceder com justiça; 3 renunciar à prepotência e respeitar a dignidade dos irmãos.
Segunda leitura: a vida dos que acolhem o Senhor deve ser de alegria, bondade, oração.

PRIMEIRA LEITURA (Sf 3,14-18a) Leitura do Livro de Sofonias.
Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém! O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus inimigos; o rei de Israel é o Senhor, ele está no meio de ti, nunca mais temerás o mal. Naquele dia, se dirá a Jerusalém: “Não temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; ele exultará de alegria por ti, movido por amor; exultará por ti, entre louvores, como nos dias de festa”.

AMBIENTE - Sofonias prega em Jerusalém, durante a primeira fase do reinado de Josias (séc. VII a.C.), Sofonias ataca a idolatria, as injustiças e os abusos da autoridade. A sua mensagem é um apelo à conversão, primeiro passo para a salvação.

MENSAGEM - O texto que hoje é um convite à alegria. A partir de agora, Deus residirá no meio do seu Povo; e essa nova comunhão é uma garantia de segurança, de felicidade e de vida em plenitude. Mais: o amor de Deus vai renovar o coração do Povo e fazer com que nos voltemos para os caminhos da “aliança”; e o próprio Deus Se alegrará com essa transformação.

ATUALIZAÇÃO
• Deus é o amor e provoca a conversão do Povo. Deus nos ama, nos transforma, nos torna menos egoístas e mais humanos.
• O que renova o mundo é o amor. O medo provoca insegurança, pessimismo, angústia, sofrimento
• Deus tem uma proposta de salvação e quer apresentar-nos. A constatação de que Deus nos ama e reside no meio de nós com uma proposta de salvação e de felicidade para todos os que O acolhem não pode provocar senão uma imensa alegria

SALMO RESPONSORIAL / Is 12,2-3.4bcd.5-6.
Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, / porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!

• Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo;/ o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. / Com alegria bebereis no manancial da salvação / e direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor”.
• Invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, / entre os povos proclamai que seu nome é o mais
sublime.
• Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, / publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! / Exultai cantando alegres, habitantes de Sião,/ porque é grande em vosso meio o Deus Santo
de Israel!”

EVANGELHO (Lc 3,10-18) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, as multidões perguntavam a João: “Que devemos fazer?” João respondia: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!” Foram também para o batismo cobradores de impostos e perguntaram a João: “Mestre, que devemos fazer?” João respondeu: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”. Havia também soldados que perguntavam: “E nós, que devemos fazer?” João respondeu: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!” O povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. Por isso, João declarou a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga”. E ainda de muitos outros modos, João anunciava ao povo a Boa-Nova.

AMBIENTE - O profeta João Batista indica, com pormenores concretos e a grupos concretos, como proceder para percorrer esse caminho de “metanóia” e preparar a “vinda do Senhor”.

MENSAGEM - João Batista propõe três atitudes para com o Senhor que vem: 1 sair do egoísmo e partilhar;
2 não explorar e proceder com justiça;
3 renunciar à prepotência, seu posto de autoridade e respeitar a dignidade dos irmãos, não trapaceando nem sendo corrupto.
João Batista põe em relevo os “crimes contra o irmão”: tudo aquilo que atenta contra a vida é um crime contra Deus; quem o comete, está fechando o seu coração à proposta libertadora que Cristo veio trazer.
Na segunda parte João Batista anuncia o batismo no Espírito Santo. O batismo de João é, apenas, uma proposta de conversão; mas o batismo de Jesus consiste em receber essa vida de Deus que atua no coração do homem, transforma o homem velho em homem novo, faz do homem egoísta e fechado em si um homem novo, capaz de partilhar a vida e amar como Jesus.

ATUALIZAÇÃO • “E nós, que devemos fazer?” primeiro passo é tomar consciência do que é necessário transformar.
• Os bens que temos à nossa disposição são sempre um dom de Deus e, portanto, pertencem a todos:
• Os publicanos extorquiam os mais pobres; abuso de poder e corrupção.
• “E a exploração de quem trabalha, a recusa de um salário justo? E as prepotências nos tribunais, nas repartições públicas, na própria casa e igrejas? Neste quadro, é possível acolher Jesus?
• Ser cristão é ser batizado no Espírito, é ser portador da vida de Deus que nos permite testemunhar Jesus O que é que motiva as nossas opções – o Espírito, ou o nosso egoísmo e comodismo?

SEGUNDA LEITURA (Fl 4,4-7) Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses.
Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor... Que a vossa bondade seja conhecida de todos os homens! O Senhor está próximo! Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamentos em Cristo Jesus.

AMBIENTE - Paulo, na prisão, manifesta o seu afeto pela comunidade de Filipos. . – apresenta um conjunto de recomendações de carácter prático.

MENSAGEM - A mais importante recomendação de Paulo é um convite à alegria. "Domingo da ALEGRIA".
É uma alegria que resulta da presença do Senhor Jesus no meio dos homens. Depois, Paulo acrescenta outras recomendações: a bondade, a confiança, a oração (de súplica e de ação de graças): alegria, porque a sua libertação plena está chegando; tolerância e mansidão para com os irmãos; confiança em Deus; diálogo com Deus, agradecendo-Lhe os dons e apresentando-Lhe as suas dores e dificuldades.

ATUALIZAÇÃO • A alegria deve estar presente neste tempo de espera do Senhor, nosso libertador. É na alegria do senhor que vem, não mera festa, que é o nosso anúncio aos irmãos. 
• A bondade com que acolhemos os que nos rodeiam é a forma de externarmos a mensagem cristã.
• A espera do Senhor faz-se, também, num diálogo contínuo com Ele.

 A alegria cristã é sinal visível da presença do Ressuscitado na comunidade.
+ João aponta Três Caminhos para conseguir a alegria
    - O Caminho da Solidariedade (partilha); da Justiça;    da não-violência.

   E aponta 3 pragas:    a ganância, a injustiça e o abuso do poder,
  

 “Alegra-te, cheia de graça, porque o Senhor está contigo”, diz o Anjo a Maria.
E o Batista, ainda não nascido, saltará de alegria no seio de Isabel ante a proximidade do Messias.
E o Anjo dirá aos pastores: Não temais, trago-vos uma boa nova, uma grande alegria nasceu-vos  o salvador…”
 A alegria é ter Jesus, a tristeza é perdê-Lo.
Jesus, após a Ressurreição, aparecerá aos seus discípulos e os Apóstolos “se alegraram vendo o Senhor” (Jo 20,20
O cristão deve ser alegre. Mas a sua alegria não é uma alegria qualquer, é a alegria de Cristo, que traz a justiça e a paz, e que só Ele pode dar e conservar.
A alegria do mundo procede de coisas exteriores. O cristão leva a alegria dentro de si, porque encontra a Deus. Esta é a fonte da sua alegria!
Maria, radiante de alegria com o Filho de Deus no seu seio. A alegria do mundo é passageira. “Eu vos darei uma alegria que ninguém vos poderá tirar” (Jo 16,22), prometeu o Senhor

A tristeza nasce do egoísmo, de pensarmos em nós mesmos esquecendo os outros. Quem anda preocupado consigo próprio dificilmente encontrará a alegria da abertura para Deus e para os outros.
 “Alegrai-vos: o Senhor está perto”. Deus não nos abandonou, e no seu Filho Jesus, ele veio ao nosso encontro.
Israel nunca poderia imaginar que Deus poderia vir habitar pessoalmente no meio do seu povo: ele é o Deus-conosco, Deus entre nós, Deus para nós, Deus como nós: com nosso semblante e com nossos gestos! Ninguém poderia imaginar algo assim!
Por isso, Que devemos fazer? A resposta: convertei-vos, abri vosso coração para que o Rei da glória possa entrar! Entrar nas vossas opções, entrar no vosso coração.
João, o Batista, responde de modo concreto a quem perguntava: “Quem tiver duas túnicas, dê uma; quem tiver comida, faça o mesmo; não cobreis mais que o estabelecido; não tomeis à força dinheiro de ninguém; não façais falsa acusação”.
É isto que nos é pedido neste santo Advento! É esta a condição para um Natal verdadeiramente cristão, verdadeiramente no Senhor!

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E nós, o que fazer?

O terceiro domingo do Advento apresenta as exigências concretas para recebermos o Senhor que vem.
É conhecido como o "Domingo da ALEGRIA".
A expectativa da vinda do Senhor é motivo de alegria, pois ele já venceu e eliminou todo o mal.
Vivemos hoje na esperança da plena realização, na história, dessa sua obra.

A 1a Leitura é um Hino à ALEGRIA, anunciado por Sofonias, porque foi revogada a sentença que condenava Judá.
O próprio Deus estará no meio do povo, como Salvador.
"ALEGRA-TE de todo o coração, cidade de Jerusalém...não tenhas medo, Sião...O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, como poderoso Salvador..." (Sf 3,14-18)
(Palavras semelhantes são pronunciadas a Maria pelo anjo...)

* A fonte da alegria cristã é a certeza de que Deus nos ama e está no meio de nós com uma proposta de salvação e de felicidade.

O Salmo reforça o motivo da ALEGRIA:
  "Alegrai-vos, habitantes de Sião, porque é grande  em vosso meio o Deus Santo de Israel..." (Is 12,6)

Na 2a Leitura, Paulo recomenda aos filipenses ALEGRIA, num momento em que eram perseguidos e ele próprio estava na prisão. "Alegrai-vos sempre no Senhor, repito, alegrai-vos... (Fl 4,4-7)

* A alegria cristã é sinal visível da presença do Ressuscitado na comunidade.

No Evangelho, João Batista anuncia ALEGRIA pelo Salvador que vem, mas está preocupado com algo que pode estragar tudo: Os pecados... E faz um veemente apelo à CONVERSÃO...  (Lc 3,10-18)

- O Povo acolhe o apelo e pergunta: "E nós, o que devemos fazer?"
- João Batista apresenta o caminho da conversão, que garante a alegria:   aponta 3 atitudes bem concretas para quem quer fazer a experiência da conversão e de encontro com o Senhor que vem.

1. Ao povo: Solidariedade e partilha com os necessitados:  "Quem tem 2 túnicas... comida... reparta."

   * Os bens que temos são sempre um dom de Deus e pertencem a todos: Ninguém tem o direito de se apropriar deles em benefício exclusivo.
    - Muitas vezes nos desculpamos que não temos nada para dar...   Será que não podemos sempre dar um sorriso, um gesto de amizade, um momento de escuta?
        
2. Aos cobradores de impostos: Honestidade e justiça: "Não cobrar mais do que foi estabelecido..."

 * Quem seriam hoje esses publicanos, que usam o dinheiro com esperteza,  que sonegam os impostos e exploram os humildes?   - Para estes, será suficiente apenas recitar umas orações, neste Natal?

3. Aos Soldados: não exercer a violência e o abuso do poder...  "Quem tem poder...não tomar à força dinheiro de ninguém..."

   * Quem são as pessoas que hoje abusam da força, do cargo que ocupam...  para se impor... para oprimir os mais fracos?

+ João aponta Três Caminhos para conseguir a alegria   prometida para aqueles que acolhem o Cristo que vem:
    - O Caminho da Solidariedade (partilha);
    - O Caminho da Justiça;
    - O Caminho da não-violência.

   E aponta 3 pragas, das quais devemos nos libertar:  a ganância, a injustiça e o abuso do poder,
   realidades que estavam presentes no tempo de Jesus...  e que continuam presentes ainda hoje...

+ E nós, "o que devemos fazer"   para poder gozar a verdadeira alegria do Natal?

- Você Pai, você Mãe, o que deve fazer  para criar esse clima de alegria em sua casa? 
- Você Jovem, que encarna a força e a criatividade, já descobriu o que deve fazer para conquistar essa verdadeira alegria?
- Você, que está de mal... e não quer perdoar: o que deve fazer?
- Você, que fala demais da vida alheia: o que deve fazer?
- Você, que bebe demais e inferniza sua família: o que deve fazer?
- Você que não tem tempo para Deus, para a família, nem para a Novena...
            só para os negócios: o que deve fazer?
- Você, que com orgulho gosta de aparecer e discrimina os mais humildes:
             o que deve fazer?
- Você, que não é sincero... nem fiel... nem honesto: o que deve fazer?

 A ALEGRIA CRISTÃ sempre foi um sinal da libertação messiânica...
 Uma grande alegria anunciaram os anjos em Belém aos pastores...

* Damos sempre testemunho dessa alegria?
- Será que as nossas comunidades são espaços  onde se nota a alegria pelo amor e pela presença de Deus?
- Será que semeamos ao redor de nós mais alegria, ou tristeza?
- Semear mais alegria não poderia ser também para nós um gesto concreto de conversão em preparação desse Natal?

 E nós, o que devemos fazer, então?

                                             Pe. Antônio Geraldo
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO

Meus irmãos e irmãs, hoje, dentro da preparação para o Natal, que é o tempo do Advento, a liturgia nos lança um questionamento: o que devemos fazer, para estar preparado para a vinda do Senhor? Aí, São João Batista, é importante distinguir; São João Batista é o que prepara a vinda de Jesus. São João Evangelista já é outro. É o que vai registrar o que Jesus fez e falou e que nos ajuda hoje a conhecer Jesus Cristo. Os dois colaboraram a seu modo em épocas diferentes. João Batista responde o básico: você quer fazer alguma coisa para se preparar para a vinda do Senhor? Se você tiver duas túnicas, dê uma para quem não tem. Claro, que aqui, túnica diz respeito a roupa. Túnica na época. Hoje vestido, calça, camisa... dê a quem não tem. Se tiver comida, faça o mesmo. Claro, que isto é o básico. Se alguém quer ter uma mínima preparação para a vinda do Senhor, é preciso abrir o coração e ser solidário. O Evangelho nos fala da partilha. É evidente, que para ser solidário com alguém, não precisa ter fé. Basta ter boa vontade. De alguma maneira, a partilha vai lembrar-nos da Eucaristia. Porque Jesus parte o Pão e distribui. De alguma maneira você lembra um gesto cristão, quando partilha com outros alguma coisa.
Também chegam os cobradores de impostos. Também para eles João dá conselhos. Na época de João Batista, quem mandava era o Império romano e o Império fixava, vou dar um exemplo: este município deve arrecadar por ano, dez milhões. Então, alguém, na época isto era permitido, chegava lá, pagava os dez milhões e dizia: agora, eu posso cobrar o imposto que eu quiser. E, cobrava, às vezes, quarenta, cinquenta milhões. Então, João Batista vai dizer: não cobre muito além, do que foi fixado. Zaqueu é um exemplo desse tipo de ladrão: ele diz, quando encontra-se com Jesus: “da minha fortuna, metade vou dar para os pobres e de quem eu roubei, vou devolver quatro vezes”. Não é que ele era bonzinho. É que ele cobrava quatro vezes a mais do que era estabelecido pelo Império romano. Isto, para dizer que iria devolver tudo que tinha roubado. Então, a corrupção não é privilégio só do Brasil.
Chegaram os soldados e disseram: e nós? João vai dizer: se contentem com o salário que recebem. Aqui, precisamos comentar também. No tempo de João Batista, o salário mais alto era do exército romano. Não existia ninguém que recebia salário maior do que um soldado romano. O império sabia o porque pagava tão bem os soldados: eram eles que garantiam o domínio de todos os territórios ocupados. De tal maneira que não havia motivo para eles se corromperem e pegarem dinheiro por fora. O salário era muito bom. É evidente, que se João Batista estivesse aqui, hoje, ele não diria isto aos militares. Não é que os salários dos militares são tão bons assim. De qualquer maneira, vale a resposta: que devemos fazer para nos preparar para a vinda do Senhor? Sermos honestos. Aí é que está. Solidário e honesto.
Agora, nós que estamos ouvindo o Evangelho, poderíamos dizer: bom, eu sou solidário. Esta comunidade é bastante solidária, bastante generosa. Eu sou honesto. Então, o Evangelho não fala mais nada, daquilo que eu já faço. Só que, o Evangelho continua e vai nos atingir de maneira direta e clara: nós somos trigo, ou somos palha? Palha é aquela vida fútil, aquela vida, que você entra na vida e sai da vida e não alterou em nada. A palha serve só para manter o fogo aceso. O trigo, não. O trigo pode se tornar alimento. Molhando o trigo, ele se torna uma massa e pondo no forno, se torna alimento. Eu sou chamado a ser trigo para o mundo. Aí, São João nos ajuda a compreender: o Batismo na água é para que a pessoa se torne honesta e solidária. Mas, ele diz: virá outro, que vos batizará no Espírito e no fogo. É aqui que entra a questão do nosso Batismo. O nosso batismo não é o de João, mas o Batismo instituído por Jesus: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Este batismo nos transforma num trigo, que se transforma em massa. Massa de alimento. Nós somos trigo e a água do batismo nos torna alimento para alimentar o irmão, para alimentar o próximo. Nos tornamos muito parecidos com Jesus. Porque é Jesus que pegou o pão, feito de trigo, e disse: isto é o meu corpo. Tomai e comei. Ora, somos chamados a alimentar o irmão. Alimentar o irmão não só de pão, isto não exige fé. Mas, alimentar o irmão na sua caminhada, no seu desânimo ajuda-lo a se animar, no momento de dificuldade, ser solidário e animá-lo para vencer os obstáculos. Somos chamados a promover a paz; em fim, ser alimento para o mundo. Um alimento que nos torna um único corpo, porque formamos um único pão Eucarístico. Na comunhão isto acontece. Então, o que fazer para nos preparar para a vinda do Senhor? Buscarmos ser este trigo que possa ser reunido no celeiro, que possa ser alimento e esperança para o mundo. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO – Diocese de Santo André – SP


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Homilia de D. Henrique Soares

“Gaudete in Domino semper: iterum dico vobis, gaudete. Dominus enim prope est”. O tom da liturgia deste terceiro domingo do Advento é a alegria. A cor rosácea, usada como opção ao roxo, sinaliza para esta exultação que perpassa toda a liturgia hodierna. “Alegrai-vos!” – diz São Paulo na segunda leitura; “Canta de alegria, rejubila, alegra-te e exulta de todo o coração” – convida o Profeta Sofonias na primeira; “Exultai cantando alegres” – exorta o Salmo de meditação.
Mas, qual o motivo de tamanha alegria? Para um cristão, para alguém responsável, e realmente consciente, é possível alegrar-se, quando há tanta dor no mundo, tanto fracasso, tristeza, solidão e morte? Alegrar-se num mundo assim, não seria uma insuportável falta de solidariedade, uma falta de compaixão para com quem sofre e geme? E, no entanto, a Palavra santa insiste: Alegrai-vos! Mas, “alegrai-vos sempre no Senhor!” Eis o modo de alegrar-se, no Senhor, porque ele pode sustentar nossa existência, ele pode dar sentido às nossas dores e nos consolar depois da pena! E a Palavra santa prossegue: “Alegrai-vos: o Senhor está perto”. O motivo da nossa alegria é a certeza que Deus não nos abandonou, a convicção que ele é um Deus presente e que no seu Filho Jesus, ele veio pessoalmente ao nosso encontro. Então, irmãos, alegrai-vos, pois ainda que haja tantas realidades dolorosas e sombrias, o Senhor está perto com seu amor, sua misericórdia, sua salvação. E o nome dessa salvação é Jesus!
Já no Antigo Testamento, Deus consolava o seu povo, sustentava-lhe a esperança, prometia-lhe uma bênção no futuro. Ele mesmo haveria de ser essa bênção, um Deus no meio de sua gente, um Deus próximo: “O rei de Israel é o Senhor, ele está no meio de ti, nunca mais temerás o mal. O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva!” Israel nunca poderia imaginar que essas palavras haveriam de cumprir-se ao pé da letra. Como Deus poderia vir habitar pessoalmente no meio do seu povo, se ele é o Infinito, Santo e abarca tudo quanto existe no céu e na terra? Para nós, cristãos, no entanto, de modo maravilhoso, esta promessa cumpriu-se em Jesus: ele é o Deus-conosco, Deus entre nós, Deus para nós, Deus como nós: com nosso semblante e com nossos gestos! Ninguém poderia imaginar algo assim! A surpresa foi tanta, é tanta, que Santo Irineu exclamava, a respeito de Cristo: “Ele trouxe toda a novidade quando se trouxe a si mesmo!” Por isso São Paulo nos convida a que nos alegremos no Senhor; não em qualquer alegria! Somente no Senhor que se dá a nós, a nossa alegria pode ser autêntica, porque brota da certeza que não estamos sós, que o pecado e a morte foram vencidos!
Alegrai-vos, pois, mas na alegria de saber que, mesmo com tanta dor e sofrimento no mundo, o amor e a graça de Deus triunfam em Jesus Cristo. Alegremo-nos porque o Senhor está próximo: ele está próximo o seu Natal, ele está próximo no nosso cotidiano, ele está próximo na sua Vinda final… próximo, porque é urgente que nos decidamos por ele, que o acolhamos, que lhe abramos as portas do coração!
Por isso, ao lado da alegria, o evangelho de hoje, ao apresentar-nos o ministério de João Batista, coloca-nos uma questão fundamental: “Que devemos fazer?” – é a questão de levar a sério o Cristo que vem; a questão de abrir espaço para ele na nossa vida, a questão de decidir-se realmente por ele! Como devemos viver para acolher sua vinda no dia-a-dia, para bem celebrar o seu Natal, para estar diante dele quando vier na sua glória? Que devemos fazer? A resposta somente pode ser uma: convertei-vos, abri vosso coração para que o Rei da glória possa entrar! Entrar no vosso modo de viver, entrar nas vossas opções, entrar no vosso coração, entrar em todas as dimensões da vossa existência! Não recebais em vão a graça de Deus, o dom do Cristo que nos vem sempre! Não torneis inútil a salvação que Cristo vos concedeu.
É importante observar o apelo de João, o Batista, precursor do Messias. A cada grupo de pessoas que perguntavam o que fazer, o Batista responde de modo muito concreto, indicando uma direção a partir do modo de vida e da atividade de quem perguntava… e sempre relacionando com o respeito e o amor aos outros: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; quem tiver comida, faça o mesmo; não cobreis mais que o estabelecido; não tomeis à força dinheiro de ninguém; não façais falsa acusação”.
Ainda hoje este é o critério para acolher Jesus: um coração em disposto à conversão… e uma conversão que passe pelo relacionamento com os irmãos, sobretudo os mais necessitados.
Pois bem: “alegrai-vos no Senhor!” Que vossa alegria no Senhor que vem, vos faça bondosos para com todos, sem excluir ninguém, pois o Senhor a todos nos acolheu! Que vossa alegria no Senhor vos faça serenos ante os problemas e desafios do mundo e da vida! Que vossa alegria no Senhor guarde vossos corações e pensamentos em Cristo Jesus!
É isto que nos é pedido neste santo Advento! É esta a condição para um Natal verdadeiramente cristão, verdadeiramente no Senhor!
Ó Santo Emanuel, tu que assumiste nossa humana condição, tu que não te envergonhaste de ser um de nós, um como nós, um conosco, acolhe nossa súplica, alegra o nosso coração com a alegria da tua chegada… a mesma que alegrou a Virgem, a José, a João no ventre materno… a mesma que fez Isabel exultar e Zacarias cantar… a mesma que alegrou os pastores e o magos…
Santo Emanuel, que nossa alegria esteja numa vida vivida na tua presença, fazendo a tua vontade, cumprindo o teu mandamento!
Vem, Senhor Jesus, que precisamos de ti! Vem e renova o nosso coração e o coração do mundo… até a tua Vinda na glória. Amém.Sf 3,14-18a
 D. Henrique Soares da Costa

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Para a celebração da Palavra (diáconos ou ministros extraordinários da Palavra):

Louvor: O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR NOSSO DEUS... COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS, LOUVEMOS AO PAI:
T:  Alegres aguardamos a vinda de Jesus, o nosso Salvador!
- A nossa felicidade está em vós, Senhor nosso Deus. Nós Vos dirigimos as nossas orações e os nossos gritos de alegria, porque viestes habitar no meio de nós por Jesus Vosso Filho, o Ressuscitado. Nós Vos pedimos por todos os nossos irmãos e irmãs que a sombra do mal e do ódio mergulhou na tristeza: que a alegria e a salvação venha até eles.
T:  Alegres aguardamos a vinda de Jesus, o nosso Salvador!
- “Pai, nós Vos agradecemos pela alegria que nos dais através de vosso Filho Jesus Cristo, porque já está próximo mais um natal onde celebramos a vossa bondade nos enviando vosso Filho para partilhar sua vida conosco”. Ele é a luz que ilumina nosso caminho. Que o Espírito Santo guarde os nossos corações em Cristo.
T:  Alegres aguardamos a vinda de Jesus, o nosso Salvador!
-  “Deus fiel, bendito sois Vós pela Boa Nova anunciada por João Batista e pelo caminho de conversão que ele abria aos vossos fiéis. Bendito sois Vós pelo batismo no Espírito Santo que Jesus nos deu. Pai, que o Espírito Santo nos faça conhecer a vossa vontade”.
T:  Alegres aguardamos a vinda de Jesus, o nosso Salvador!
- Pai nosso... Oração da Paz... Eis o Cordeiro...


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