terça-feira, 18 de dezembro de 2018

4º DOMINGO DO TEMPO DO ADVENTO ANO C, homilias, subsídios homiléticos


4º DOMINGO DO TEMPO DO ADVENTO ANO C 2018

IV Domingo do Advento - A vela dos anjos: o amor. (vela branca)

As três primeiras velas já devem estar acesas na Coroa.
Segue-se tudo normal até a saudação inicial feita pelo presidente da
celebração: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo...... Antes do Ato
penitencial segue-se o rito para acender a quarta vela

Animador: Hoje celebramos o quarto Domingo do Advento, preparação próxima para o Santo Natal. Maria é figura central nesta preparação. Ela, grávida de Deus, está para dar à luz o Amor que ela havia acolhido no seu seio por obra do Espírito Santo no anúncio do anjo. Ela representa toda a humanidade chamada a conceber e dar à luz Jesus Cristo, o Filho de Deus. Vamos acender a Quarta vela, a vela dos anjos, que trouxeram a notícia de que Deus quer bem a todos os seres humanos e vem a eles no seu imenso amor.

(Alguém entra com uma vela acesa e acende a vela branca da Coroa do Advento. Nesse momento pode-se cantar um canto que fale de esperança ou apenas dedilhar o violão ou o teclado).
Oração
Pres. Ó Deus, vós sois o amor, fonte de vida e da felicidade.
Por amor enviastes o vosso Filho Jesus Cristo ao mundo.
Enviai a vossa luz aos nossos corações.
Fazei que preparemos os nossos corações para acolher o Menino Deus que nasce, para que assim possamos estar preparados no grande dia da vossa vinda. Nós vos pedimos que na caminhada de nossa vida possamos estar sempre atentos para acolher as mensagens dos vossos anjos e tornar-nos mensageiros do vosso amor. Ajudai-nos a transformar toda a nossa vida em amor a vós e a nossos irmãos e irmãs. Também vos pedimos por todos os homens e mulheres que vivem longe do vosso amor, pelas crianças, pelos enfermos, pelos infelizes, para que no vosso amor encontrem força e conforto. Nós vo-lo pedimos pelo vosso Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Amor manifestado ao mundo, na força do Espírito Santo.
T. Amém.
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SINOPSE:
Tema: “Vem, Jesus, filho de Maria!” – Jesus vem propor um projeto de salvação para a verdadeira felicidade.
Primeira leitura: este mundo novo é um dom do amor de Deus. Jesus veio apresentar uma proposta de um “reino” de paz e de amor, não construído com a força, mas acolhido nos corações.
Evangelho: Neste mundo novo, os marginalizados e oprimidos e os que sofrem encontram a dignidade e a felicidade.
Segunda leitura: a missão de Jesus visa a proximidade entre Deus e os homens. É necessário acolher esta proposta de Deus.
PRIMEIRA LEITURA (Mq 5,1-4a) Leitura da Profecia de Miqueias.
Tu, Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá, de ti há de sair aquele que dominará em Israel... Deus deixará seu povo ao abandono, até ao tempo em que uma mãe der à luz; e o resto de seus irmãos se voltará para os filhos de Israel. Ele não recuará, apascentará com a força do Senhor e com a majestade do nome do Senhor seu Deus; os homens viverão em paz, pois ele agora estenderá o poder até aos confins da terra e ele mesmo será a Paz.

AMBIENTE - Miqueias exerceu o seu ministério em Judá, nos sécs. VIII/VII a.C.. Conhece os problemas dos pequenos agricultores, vítimas de latifundiários. Por outro lado, um quadro de violência, de roubos, de impostos excessivos, de trabalhos forçados… O mais grave é que os opressores consideram que Deus está do seu lado e invocam as grandes tradições religiosas de Israel para justificar a opressão. O texto que nos é hoje proposto apresenta oráculos de salvação, destinados a animar a esperança do Povo.

MENSAGEM - O texto retoma as promessas messiânicas. Num quadro de injustiça e de sofrimento, o profeta anuncia a chegada de um personagem, no futuro, que reinará sobre o Povo de Deus. Esse personagem, enviado por Deus, será da descendência de Davi,  que poderá restaurar esse tempo de paz, de justiça e de abundância que o Povo conheceu na época do rei David. (“Ele será a Paz”) define a tranquilidade, ausência de violência e de conflito, Numa palavra, felicidade plena.

ATUALIZAÇÃO ♦ A missão de Jesus não passa pela instauração do trono político de David, mas sim pela proposta de um reino de paz e de amor no coração dos homens.
♦ Os cristãos são a comunidade que aceitou integrar esse “reino” de paz e de amor que Jesus veio propor. Devemos ser os continuadores na construção deste “Reino”.
♦ Apesar do egoísmo e do pecado, Deus continua a preocupar-se conosco para que encontremos a felicidade. A vinda de Cristo, Aquele que é “a Paz”, insere-se nesta dinâmica.

SALMO RESPONSORIAL / SI 79 (80).
Iluminai a vossa face sobre nós, Convertei-nos para que sejamos salvos!
• Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos. / Vós que sobre os querubins vos assentais, /
 aparecei cheio de glória e esplendor! / Despertai vosso poder, ó nosso Deus, /
e vinde logo nos trazer a salvação!
• Voltai-vos para nós, Deus do universo! / Olhai dos altos céus e observai. /
Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; /
protegei-a e ao rebento que firmastes!
• Pousai a mão por sobre o vosso Protegido, / o filho do homem que escolhestes para vós! /
 E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! / Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!

EVANGELHO (Lc 1,39-45)  Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.

AMBIENTE -  O texto faz parte do chamado “Evangelho da Infância”. Os estudos atuais falam do “Evangelho da Infância” como um gênero literário, que se pode chamar “homologese”: é um género que não pretende ser um relato fidedigno sobre acontecimentos, mas antes uma catequese destinada a proclamar as realidades salvíficas que a fé prega sobre Jesus (que Ele é o Messias, o Filho de Deus, o Deus conosco). Desenvolve-se em forma de narração e recorre às técnicas do midrash haggádico (uma técnica de leitura e de interpretação do Antigo Testamento usada pelos rabbis judeus na época em que foi escrito o Novo Testamento). A “homologese” utiliza, de preferência, tipologias: fatos e pessoas do Antigo Testamento encontram a sua correspondência em fatos e pessoas do Novo Testamento. Pelo meio, misturam-se elementos apocalípticos (aparições, anjos, sonhos), destinados a fazer avançar a narração e a explicitar as ideias teológicas e a catequese sobre Jesus. É esta mistura de elementos que podemos encontrar no Evangelho de hoje: mais do que uma informação “jornalística” sobre fatos concretos, trata-se de uma catequese sobre Jesus, feita a partir de um conjunto de referências tiradas das promessas do Antigo Testamento.

MENSAGEM - à saudação de Maria, o menino (João Batista) saltou de alegria no seio da mãe. Trata-se de uma indicação teológica: para Lucas, Jesus é o Deus que vem ao encontro dos homens, e a sua presença provoca alegria, pois vêem na chegada de Jesus a realização das promessas de um mundo de justiça, de amor, de paz e de felicidade para todos. Através de Jesus, Deus vai oferecer a salvação a todos; e isso provoca incontrolável alegria.
Temos, depois, a resposta de Isabel à saudação de Maria: “Bendita és tu entre as mulheres”. Trata-se de palavras que aparecem no “cântico de Débora” (cf. Jz 5,24) para celebrar Jael, a mulher que, apesar da sua fragilidade, foi o instrumento de Deus para libertar o Povo das mãos de Sísera, o opressor. Maria é, assim, apresentada – apesar da sua fragilidade – como o instrumento de Deus para concretizar a salvação/libertação dos homens.
Finalmente, temos a resposta de Maria: “a minha alma enaltece o Senhor…”. A resposta de Maria retoma um salmo de ação de graças (cf. Sl 34,4), destinado a dar graças a Jahwéh porque protege os humildes e os salva, apesar da prepotência dos opressores. É um salmo de esperança e de confiança, que exalta a preocupação de Deus para com os pobres que são vítimas da injustiça e da opressão. Sugere-se, claramente, que a presença de Jesus, através dessa mulher simples e frágil que é Maria, é um sinal do amor de Deus, preocupado em trazer a libertação a todos os que são vítimas da prepotência e da injustiça dos homens. Com Jesus, chegou esse tempo novo de libertação, de paz e de felicidade anunciado pelos profetas.

ATUALIZAÇÃO • A presença de Jesus é a concretização das promessas de salvação feitas por Deus ao seu Povo. Com Jesus, anuncia-se o fim  da opressão, da injustiça, de tudo aquilo que rouba e que limita a vida e a felicidade dos homens. Jesus tem por missão propor um mundo onde a justiça, os direitos humanos, a dignidade, a vida e a felicidade das pessoas são respeitados. Dizer que Jesus, hoje, nasce no nosso mundo significa propor esta mensagem libertadora e salvadora.
• O “estremecimento” de alegria de João Batista no seio de Isabel é o sinal de que o mundo espera com ânsia uma proposta libertadora.
• A proposta libertadora de Deus para os homens alcança o mundo através da fragilidade de uma mulher que aceita dizer “sim” a Deus. É através dos nossos limites e da nossa fragilidade que Deus alcança os homens e propõe o seu projeto ao mundo.
• Maria, após ter conhecimento de que vai acolher Jesus no seu seio, parte ao encontro de Isabel e fica com ela, solidária com ela, até ao nascimento de João. Acolher Jesus é estar atento às necessidades dos irmãos, partir ao seu encontro, partilhar com eles a nossa amizade e ser solidário com as suas necessidades.
** As palavras de bênção, inspiradas pelo Espírito, dirigidas por Isabel a Maria, são prova do especial agrado de Deus pela Virgem. A salvação é fruto da fé na palavra de Deus: «Feliz aquela que acreditou no cumprimento das palavras do Senhor» (v.45; Lc 8, 19-21). É sempre Maria que precede e que, solicitamente se dá a todos, em tudo: a maior faz-se dom para a mais pequena
♦ A presença de Jesus neste mundo é a concretização das promessas de salvação e de libertação feitas por Deus ao seu Povo. Jesus tem por missão propor um mundo onde a justiça, a dignidade, a vida e a felicidade das pessoas são respeitadas. Dizer que Jesus, hoje, nasce no nosso mundo significa propor esta mensagem libertadora e salvadora.
♦ A proposta libertadora de Deus alcança o mundo através da fragilidade de uma mulher que aceita dizer “sim” a Deus. É através dos nossos limites e da nossa fragilidade que Deus alcança os homens e propõe o seu projeto ao mundo. 
♦ Maria, após acolher Jesus no seu seio, parte ao encontro de Isabel e fica com ela, solidária com ela, até ao nascimento de João; acolher Jesus é ir ao encontro dos irmãos, partilhar a nossa amizade e ser solidário com as suas necessidades.

SEGUNDA LEITURA (Hb 10,5-10) Leitura da Carta aos Hebreus.
Irmãos: Ao entrar no mundo, Cristo afirma: “Tu não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste-me um corpo. Não foram do teu agrado holocaustos nem sacrifícios pelo pecado. Por isso eu disse: ‘Eis que eu venho. No livro está escrito a meu respeito: Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade’”. Depois de dizer: “Tu não quiseste nem te agradaram vítimas, oferendas, holocaustos, sacrifícios pelo pecado” – coisas oferecidas segundo a Lei – ele acrescenta: “Eu vim para fazer a tua vontade”. Com isso, suprime o primeiro sacrifício, para estabelecer o segundo. É graças a esta vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.

AMBIENTE - A “Carta aos Hebreus” é um texto anônimo, escrito pouco antes do ano 70 e destinado a uma comunidade cristã vindos do judaísmo. É uma comunidade onde o entusiasmo inicial parece ter esfriado e começa um real perigo de desvios doutrinais.
A “carta” é uma apresentação do mistério de Cristo, sublinhando a dimensão sacerdotal da sua missão. Recorrendo à linguagem litúrgica judaica, o autor apresenta Jesus como o “sumo sacerdote” da nova “aliança”, que faz a mediação entre Deus e os homens. Os crentes, por Cristo sacerdote, são inseridos nesse Povo sacerdotal e devem fazer da sua vida um contínuo sacrifício de louvor, de ação de graças e de amor.

MENSAGEM- No mundo vétero-testamentário, quem queria obter o perdão dos seus pecados, oferecia em sacrifício um animal. No entanto, a inutilidade destes sacrifícios tinha sido já afirmada pelos profetas (cf. Is 1,11-13; Jr 6,20; 7,22; Os 6,6; Am 5,21-25; Miq 6,6-8), porque se tratava de ritos externos, que nem sempre correspondiam a uma atitude sincera do coração do oferente.
Pondo na boca de Jesus as palavras de um salmista (cf. Sl 40,7-9), o autor da “Carta aos Hebreus” afirma que, no mundo da nova “aliança”, não é o sacrifício de animais que realiza a comunhão com Deus, o perdão dos pecados; é a encarnação de Jesus, a entrega total da vida do próprio Cristo, o seu respeito pelo projeto e pela vontade do Pai que permitem a aproximação e a relação do homem com Deus. Quem quiser descobrir o Pai e aproximar-se d’Ele, olhe para Jesus; porque Jesus ensinou-nos, com a sua obediência ao projeto do Pai, como deve ser essa relação de filiação com Deus.

ATUALIZAÇÃO • A encarnação de Jesus e o seu “eis-Me aqui, Pai” correspondem ao projeto de Deus de aproximar os homens de Si, de estabelecer com eles uma relação de filiação e de amor. No Natal, somos convidados a contemplar a ação de um Deus que ama de tal forma os homens que envia ao nosso encontro o Filho, a fim de nos conduzir à comunhão com Ele.
• O encontro com Deus não é feito a partir de rituais externos (as prendas, a comida, os cânticos, as procissões, as orações, as liturgias solenes, o incenso, os paramentos sumptuosos), mas é feito a partir de Cristo, o Filho que entrega a vida, a fim de que o projeto do Pai se torne presente na vida dos homens e de que os homens, aprendendo o amor e a entrega total, aceitem tornar-se “filhos de Deus”.
• O encontro com Cristo significa aprender com Ele a obediência e a disponibilidade ao projeto de Deus. Fonte: Dehonianos
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A Liturgia do advento nos apresenta várias pessoas que prepararam o povo para a vinda do Messias:
Jeremias, Baruc, Sofonias, Miquéias, João Batista...
Hoje aparece a figura privilegiada de uma MULHER que trouxe ao mundo o próprio Salvador.
Quem aguarda o Salvador não esquece sua mãe. Deus escolhe instrumentos humildes para realizar suas obras.

- O Deus grande e poderoso torna-se presente na pequena Belém, na pequena Maria, porque Deus escolhe o caminho da pequenez, da humildade, do serviço. É o estilo de Deus.

A 2ª Leitura Cristo se ofereceu ao Pai para cumprir a sua vontade: o valor da nossa existência, das nossas orações, dos nossos trabalhos se encontra no cumprir esta vontade. (Hb 10,5-10)

O Evangelho narra o encontro de duas Mães, que vibram de alegria com a realização das Promessas. (Lc 1,39-45)

- Após a Anunciação, em que deu o seu "SIM" a Deus, "Maria se põe a caminho... e vai às pressas à casa de Isabel".
  Maria nos ensina o melhor jeito de acolher: estar atento às necessidades dos irmãos, partir ao seu encontro,
  partilhar com eles a nossa amizade e ser solidário com as suas necessidades.

- "Logo que entrou, saudou Isabel" : "Shallon".
   Shallon sintetizava o conjunto dos bens prometidos por Deus ao Povo...  Maria era mensageira dessa "PAZ".
   * Em nossas VISITAS, procuramos levar a Paz?

- Isabel, iluminada pelo Espírito Santo, compreendeu os acontecimentos  e exclamou com toda alegria: "Bendita és tu entre as mulheres..."
  Lembra as Palavras dirigidas a duas mulheres fracas e desconhecidas,
  Judite e Jael, de quem Deus se serviu para libertar seu povo. (Jt 13,18; Jz 5,24)
  * Maria é o instrumento de Deus para concretizar a salvação dos homens...

- "Donde me vem a honra de que a mãe do meu Senhor me visite?"
   Lembra palavras de Davi ao receber a Arca da Aliança em Jerusalém...
   Maria é a nova Arca da aliança, que traz a presença salvadora do Senhor no meio do povo.
   Davi exultou com a presença da arca da aliança...  Isabel exultou de alegria pela visita recebida...

    * Valorizamos as VISITAS recebidas? (ou toleramos?)
   O menino saltou de ALEGRIA no seio da mãe.  A presença de Jesus provoca a alegria nos que esperam a concretização das promessas de Deus e que vêem na chegada de Jesus a realização das promessas de um mundo
de justiça, de amor, de paz e de felicidade para todos os homens.

- "Bem aventurada és tu porque acreditaste..."
  É a primeira bem-aventurança que se encontra no Evangelho...
  Maria é bem aventurada porque confiou na Palavra de Deus. Aceitou também as conseqüências de seu consentimento: aparecer grávida perante José e o público, sem poder explicar o fato e provavelmente sem ser acreditada...
  Daí a sua alegria em casa de Isabel, ao ver-se compreendida por alguém...
 * Nem sempre é fácil acreditar nas promessas do Senhor...  Maria nos ensina que vale a pena confiar...

- Então Maria responde: "A minha alma enaltece o Senhor..."
É um Salmo de Ação de graças, porque Deus protege os humildes e os salva.
É um Salmo de Esperança e de Confiança, porque Deus se preocupa dos pobres.
Maria é um sinal do amor de Deus, preocupado em trazer a libertação a todos...
* Sabemos louvar e agradecer a Deus pelas maravilhas que Deus continua fazendo em nós?

- "Maria permaneceu... três meses... e voltou..."
  * Permanecemos o tempo apenas necessário com os amigos,  sem perder tempo e sem fazer perder tempo?

+ MARIA NOS ENSINA TRÊS COISAS:

1. Levar JESUS no coração:
   Maria levou a Isabel o que tinha de mais precioso: JESUS. Tinha-o em seu seio e o sentia crescer cada dia.
   * Preparar-se para o Natal significa fazer nascer Jesus em nosso coração e manifestá-lo com o nosso amor, com o nosso sorriso, com a nossa alegria.

2. A ALEGRIA de encontrar os amigos:
    Quando Maria e Isabel se encontraram, sentiram uma grande alegria.
   * Quando Jesus vive em nós, também nós podemos sentir mesma alegria ao nos encontrar com os amigos.

3. A CARIDADE em primeiro lugar:
   Maria "foi às pressas" a Isabel para se colocar a seu serviço.
   * Nesses dias que nos separam do Natal, também nós podemos fazer com alegria pequenos serviços para as pessoas que convivem conosco.

Com Maria, chegaremos até Belém...

Maria nos ensina o melhor jeito de acolher: estar atento às necessidades dos irmãos, partir ao seu encontro, partilhar com eles a nossa amizade e ser solidário com as suas necessidades.
 “Nesta noite de Natal, Estar diante Dele; não há nada mais do que Ele na branca imensidão. Ele é o Deus amando-me. E se Deus se faz homem e me ama, como não procurá-Lo? Como perder a esperança de encontrá-Lo, se é Ele que me procura? Afastemos todo o possível desalento; as dificuldades exteriores e a nossa miséria pessoal não podem nada diante da alegria do Natal que se aproxima.

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Uma Mulher
A Liturgia do advento nos apresenta várias pessoas que prepararam o povo para a vinda do Messias:
Jeremias, Baruc, Sofonias, Miquéias, João Batista...
Hoje aparece a figura privilegiada de uma MULHER que trouxe ao mundo o próprio Salvador.
Quem aguarda o Salvador não pode esquecer a sua mãe.

As Leituras bíblicas nos fazem sentir o clima do Natal. Deus escolhe instrumentos humildes para realizar suas obras.

Na 1a leitura, o profeta Miquéias fala do ambiente humilde onde irá nascer o Messias. (Mq 5,1-4a)

Israel, que vivia em guerras e exílio, tem esperança de que um dia um Messias congregará todos os povos na paz.
Ele não nascerá num cidade grande e importante com Jerusalém, mas num pequeno povoado desconhecido, Belém. Ele não sairá de uma família rica e poderosa, mas de uma família pobre e humilde, e agirá como um simples pastor.
O Deus grande e poderoso torna-se presente na pequena Belém, na pequena Maria, porque Deus escolhe o caminho da pequenez, da humildade, do serviço.

A 2ª Leitura afirma que Cristo se ofereceu ao Pai para cumprir a sua vontade: o valor da nossa existência, das nossas orações, dos nossos trabalhos se encontra no cumprir esta vontade. (Hb 10,5-10)

O Evangelho narra o encontro de duas Mães, que vibram de alegria com a realização das Promessas. (Lc 1,39-45)

- Após a Anunciação, em que deu o seu "SIM" a Deus, "Maria se põe a caminho... e vai às pressas à casa de Isabel".
  Maria nos ensina o melhor jeito de acolher:  estar atento às necessidades dos irmãos, partir ao seu encontro,
  partilhar com eles a nossa amizade e ser solidário com as suas necessidades.

- "Logo que entrou, saudou Isabel" : "Shallon".
   Shallon sintetizava o conjunto dos bens prometidos por Deus ao Povo...
   Maria era mensageira dessa "PAZ".
   * Em nossas VISITAS, procuramos levar a Paz?

- Isabel, iluminada pelo Espírito Santo, compreendeu os acontecimentos  e exclamou com toda alegria: "Bendita és tu entre as mulheres..."
  Lembra as Palavras dirigidas a duas mulheres fracas e desconhecidas, Judite e Jael, de quem Deus se serviu para libertar seu povo. (Jt 13,18; Jz 5,24)
  * Maria é o instrumento de Deus para concretizar a salvação dos homens...

- "Donde me vem a honra de que a mãe do meu Senhor me visite?"
   Lembra palavras de Davi ao receber a Arca da Aliança em Jerusalém...
   Maria é a nova Arca da aliança, que traz a presença salvadora do Senhor no meio do povo.
   Davi exultou com a presença da arca da aliança...  Isabel exultou de alegria pela visita recebida...

    * Valorizamos as VISITAS recebidas? (ou toleramos?)

   O menino saltou de ALEGRIA no seio da mãe.  A presença de Jesus provoca a alegria nos que esperam a concretização das promessas de Deus e que vêem na chegada de Jesus a realização das promessas de um mundo
   de justiça, de amor, de paz e de felicidade para todos os homens.

- "Bem aventurada és tu porque acreditaste..."
  É a primeira bem-aventurança que se encontra no Evangelho...
  Maria é bem aventurada porque confiou na Palavra de Deus.
  Aceitou também as conseqüências de seu consentimento: aparecer grávida perante José e o público, sem poder explicar o fato e provavelmente sem ser acreditada...
  Daí a sua alegria em casa de Isabel, ao ver-se compreendida por alguém...
 * Nem sempre é fácil acreditar nas promessas do Senhor...
    Maria nos ensina que vale a pena confiar...

- Então Maria responde: "A minha alma enaltece o Senhor..."
É um Salmo de Ação de graças, porque Deus protege os humildes e os salva.
É um Salmo de Esperança e de Confiança, porque Deus se preocupa dos pobres.
Maria é um sinal do amor de Deus, preocupado em trazer a libertação a todos...
* Sabemos louvar e agradecer a Deus pelas maravilhas que Deus continua fazendo em nós?

- "Maria permaneceu... três meses... e voltou..."
  * Permanecemos o tempo apenas necessário com os amigos, sem perder tempo e sem fazer perder tempo?

+ MARIA NOS ENSINA TRÊS COISAS:

1. Levar JESUS no coração:  Maria levou a Isabel o que tinha de mais precioso: JESUS.
   Tinha-o em seu seio e o sentia crescer cada dia.
   * Preparar-se para o Natal significa fazer nascer Jesus em nosso coração e manifestá-lo com o nosso amor, com o nosso sorriso, com a nossa alegria.

2. A ALEGRIA de encontrar os amigos:
    Quando Maria e Isabel se encontraram, sentiram uma grande alegria.
   * Quando Jesus vive em nós, também nós podemos sentir mesma alegria ao nos encontrar com os amigos.

3. A CARIDADE em primeiro lugar:
   Maria "foi às pressas" a Isabel para se colocar a seu serviço.
   * Nesses dias que nos separam do Natal, também nós podemos fazer com alegria pequenos serviços para as pessoas que convivem conosco.

Com Maria, chegaremos até Belém...

                                               Pe. Antônio Geraldo

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HOMILIA DO PE. PEDRINHO

Meus irmãos e irmãs, nós estamos nos aproximando do aniversário de Jesus, dia do Natal. É evidente, que não é um aniversário comum, como qualquer outro. Este aniversário, o Natal, ele é carregado de significados. Ao celebrar o Natal do Senhor, Celebramos a graça de Deus, que habita entre nós. Para compreendermos melhor, é bom lembrarmos daquilo que o Antigo Testamento nos apresenta: Ele diz que Deus está nas alturas. De fato, o próprio Pai Nosso vai nos falar isto: “Pai nosso, que estais no Céu”. No creio, que rezaremos daqui a pouco, nos diz: ...E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus, e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Então, na realidade, o ser humano, no Antigo Testamento, precisava se dirigir aos céus para entrar em comunicação com Deus. Deus é o inatingível. Aquele, por mais que eu queira, não consigo tocar. De tal maneira, que havia sempre um distanciamento entre o ser humano e Deus. O Salmista vai pedir a Deus que tome a iniciativa de vir ao encontro do ser humano. Voltai-vos para nós, Deus do universo! / Olhai dos altos céus e observai. / Visitai a vossa vinha e protegei-a!  É a graça. É Deus que volta o seu olhar para o ser humano. Aliás, por  várias vezes, este movimento de Deus será relatado: “Eu vi, eu ouvi e Eu desci para salvar o meu povo” livro do Êxodo. Então, o que é a graça de Deus? É Deus, que gratuitamente, volta o seu olhar para a humanidade. O profeta Miquéias vai dizer: virá o momento em que isto, de fato, vai acontecer e Ele governará todas as nações. Ele virá de Belém. Belém significa casa do pão. Ora, não é atoa, que Jesus vai tomar um pão, partir e dizer: Tomai e comei; isto é o Meu Corpo. Porque Jesus vai realizar esta profecia de Miquéias, trazendo para nós a Eucaristia. Veja como é interessante: na sua graça infinita, Ele vai se tornar um de nós; é o nascimento, é o Natal e vai permanecer conosco para sempre. Ao mesmo tempo, que vamos Celebrar sua volta para o Céu, a Ascensão do Senhor, Celebramos Jesus que permanece entre nós em cada Celebração Eucarística (Missa). A graça de Deus chega ao ápice com Deus se esvaziando de si mesmo e se tornando homem, já que o homem não consegue se tornar Deus. Esta é a graça de Deus.
Na carta aos hebreus nós vamos lembrar de algo que Jesus realizou e assim se tornou, para sempre, no meio de nós. É o Deus conosco. Do que estou falando? No Antigo Testamento era preciso oferecer um animal, que era queimado, para que a fumaça pudesse subir até Deus e junto com a fumaça, nós enviávamos nossas orações, já que Deus está nas alturas. Aí, Jesus diz: agora, não é mais necessário, porque eu vim fazer a vontade de Deus, que é permanecer no meio do povo. Alguém poderia dizer: por que então, utilizamos incenso na Celebração? É para indicar uma solenidade, mas não é a fumaça que leva a Deus as nossas orações, mas é o encontro com o irmão. É aí que vamos ver o encontro de Maria com Isabel: O Senhor vai ao encontro das pessoas. Olha que maravilha! Através de Maria. Isto o Evangelho deixa claro: “como é que a Mãe do meu Senhor venha me visitar? Quando chegou, o Menino estremeceu no meu ventre.” Deus, agora, como homem, passa a visitar os outros. É este o sentido maior do Natal, por causa de Jesus Cristo. É evidente, que a Igreja incentiva este encontro de família, incentiva uma comemoração, agora, sempre com simplicidade. Veja que o encontro entre Maria e Isabel é algo comum e corriqueiro. São duas comadres se encontrando, duas pessoas que se querem bem. Então, não é necessário, como dizia ontem um jornal, que esta festa custa onze mil reais. Não precisa disto. Isto é bobagem. Se pensar bem, não precisa nem mesmo de comida. O encontro é fundamental. Somos chamados ao exemplo de Maria: ter a iniciativa de ir ao encontro das pessoas. Isto é celebrar o Natal. Estou  falando isto, porque daqui a alguns dias iremos Celebrar o Natal, esta graça de Deus. Como seria bom, se pudéssemos ajudar as pessoas a reconhecer, pelo nosso encontro, a presença de Jesus. Nós levamos Jesus às pessoas. De que maneira? Na Eucaristia.  Por que celebramos todos os domingos? É a mesma e única Celebração. Ela se realiza uma única e eterna vez.
Que Deus nos ajude a Celebrar o Natal com todo o seu significado.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO – Diocese de Santo André – SP


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HOMILIA DE D. HERNRIQUE SOARES

Pai, “Tu não quiseste vítima nem oferenda”, aquelas do Templo, aquelas vítimas simplesmente rituais, “mas formaste-me um corpo”, tu me fizeste humano, deste-me uma natureza humana! Não foram do teu agrado os sacrifícios de animais irracionais, os ritos meramente formais, “por isso eu disse: ‘Eis que eu venho! Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade’”. Eis o primeiro aspecto que nos é dado hoje meditar! O Filho eterno, igual ao Pai, Deus igual a Deus, luz gerada pela luz, por puro amor, por pura obediência ao Pai que tanto nos amou, dignou-se fazer-se homem! Sem deixar de ser Deus verdadeiro, ele realmente se tornou homem verdadeiro, em tudo igual a nós, menos no pecado. Mas, como pode? Como é possível? Aquele que é a luz, assumiu a escuridão humilde do seio materno; Aquele que abarca o universo, foi abarcado pelo útero de uma Virgem; Aquele que é a Palavra eterna do Pai, passou nove meses no silêncio da gestação! Como pode ser? Num mundo que se contenta com mentirinhas, com fábulas, mitos e lendas, eis uma realidade que nos deixa maravilhados! E tudo isso por nós, para nossa salvação, para nos elevar! Ele veio viver em tudo nossa aventura humana, em tudo, nossas angústias, em tudo, nossas procuras, em tudo, nosso sonho de ser felizes! “É graças a esta vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas!”. O Filho eterno, fazendo-se um de nós, assumindo nosso corpo, isto é, nossa humanidade, nossa história, nossas limitações, foi homem perfeito, perfeitamente dedicado ao Pai, perfeitamente obediente, perfeitamente abandonado nas mãos do Pai, e, assim, nos salvou, mereceu-nos o perdão para a humanidade que Adão havia estragado!
 “Tu, Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá, de tu sairá aquele que dominará em Israel; sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da eternidade. Ele não recuará, apascentará com a força do Senhor e com a majestade do nome do Senhor seu Deus… ele estenderá o poder até aos confins da terra, e ele mesmo será a Paz!” Ó Santo Messias, nossa paz, rei eterno! Bendito sejas para sempre porque vieste!
Mas, há mais, no Mistério deste IV Domingo! Além do “sim” eterno e divino do Filho que disse “ó Pai, eis que eu venho para fazer tua vontade”, nas montanhas da Galiléia, em Nazaré, um outro “sim” ecoou: o sim de uma criaturazinha frágil, o sim apaixonado e total à proposta inaudita de Deus: “Gabriel, vai dizer Àquele que te enviou que eu sou a Serva, que se faça conforme a tua palavra!” Que mistério tão impenetrável, que inteligência alguma humana poderá compreender plenamente! O sim do Filho eterno somente realizou-se no nosso mundo graças ao sim de uma pobre Virgem de Nazaré! Como pode o Criador depender da criatura? Que mistério tão grande o plano eterno de Deus depender de nós! A Virgem disse sim: sim total, sim sem condições, sim absoluto, sim sem reservas, sim de corpo e alma! E, depois do sim, ela corre para a região montanhosa de Judá, para ver o sinal que o anjo havia dado: a parenta idosa e estéril havia concebido! Como a arca da aliança, contendo as tábuas da Lei, foi transportada para a região montanhosa de Judá (cf. 2Sm 6,1-8), também Maria, contendo em si Aquele que é a nova Lei, vai para a região de Judá, como Davi admira-se e exclama: “Donde me vem que a arca do meu Senhor fique em minha casa?” (2Sm 6,9) Isabel também derrama-se em júbilo admirado: “Donde me vem que a Mãe do meu Senhor venha visitar-me?” Como a arca ficou três meses na casa de Obed-Edom (cf. 2Sm 6,11), a Virgem ficou três meses na casa de Isabel! Que projeto admirável de Deus, que sim tão bonito da Virgem! Quanta generosidade, quanta fé, quanta entrega, quanto abandono!
Ó Virgem toda santa e toda pura! Obrigado pelo teu sim, obrigado pelo sim que é eco no tempo do sim que o Filho pronunciou na eternidade! Como poderíamos te saudar, ó Toda Santa? Saudamos-te como a Escritura nos ensina: saudamos-te Cheia de Graça, saudamos-te Bendita entre as mulheres, saudamos-te Arca da Aliança, saudamos-te Mãe do Senhor, saudamos-te portadora do Salvador, saudamos-te Causa da nossa alegria, saudamos-te Esposa do Espírito, saudamos-te Bendita por ter acreditado! Saudamos-te assim, Mãe de Jesus, e toda a saudação do mundo ainda seria pouca para exprimir a grandeza do teu sim e nossa gratidão pela tua disponibilidade! Ensina-nos, Virgem Maria, a dizer o sim como tu disseste; ensina-nos a tornar nossa vida disponível ao plano do Senhor; ensina-nos a viver em nós a obediência do Filho, como tu viveste!
Mas, há ainda um terceiro aspecto do Mistério que é necessário ponderar. É da Belém pequenina entre os mil povoados de Judá que sairá o Dominador de Israel; é de uma Virgem pobre, frágil e humilde que virá o Salvador, aquele que “estenderá o poder até aos confins da terra”. Deus é assim: onde não há vida, onde não há esperança, onde não há grandeza aos olhos do mundo, ele faz a vida brotar, a esperança surgir, a grandeza aparecer! Não é esta uma das maiores lições do Natal? Um Deus que escolhe o caminho da fraqueza, da pobreza, da humildade, da debilidade? Convertamo-nos ao modo de agir de Deus, tão distante dos nossos modos magalomaníacos, dos nossos projetos grandiloqüentes! Para nossa vergonha e confusão, para nossa conversão, é preciso dizer sem medo: Deus não está primeiro no que é forte, mas no que é fraco; Deus não está antes no que é potente, mas no que não pode nada; Deus não está na riqueza, mas na pobreza; Deus não está em cima, mas embaixo; Deus não está com os vencedores, mas com os vencidos; Deus não está com os que riem pelas glórias do mundo, mas com os que choram porque se sentem sós, pisados, humilhados e triturados pela vida!
Ó Santo Messias, converte-nos pela graça do teu bendito Advento! Converte-nos com as lições do teu Natal! Ajuda-nos a cantar, com a tua Mãe Santíssima, que enches os pobres de bens, que dispersas sem nada os ricos, que exaltas os humilhados e humilhas os soberbos! Ó Santo Messias, pelas preces da Toda Santa e de São José, seu castíssimo esposo, pelas preces de todos os santos pobres e humildes do mundo, dá-nos a graça do teu Natal, a certeza da tua presença e a vida eterna. Amém.
 D. Henrique Soares da Costa
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA: (Diáconos e Ministros extraordinários da Palavra):

LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Alegres aguardamos o renascer de Jesus em nossos corações.
- Senhor, nosso Deus e Pai, nós vos louvamos pela felicidade que nos dais com a vinda de vosso Filho.  Desde o começo do mundo vos revelastes como Deus de amor e por meio dos profetas alimentastes nossa esperança de nos enviar o Salvador. Pai, que o renascer de vosso Filho entre nós, nos transforme E que a tua paz se estenda até aos confins da terra.
T: Alegres aguardamos o renascer de Jesus em nossos corações.
-  Senhor, nosso Deus, bendito seja o Vosso nome sobre em todo o universo. Grande é vosso amor nos enviando vosso Filho para nos guiar ao Vosso Reino. Pai, agradecemos pela vida, pelo batismo e pela esperança da vida eterna.
T: Alegres aguardamos o renascer de Jesus em nossos corações.
-  Senhor, enviai o Espírito Santo sobre nós, para que nos transformemos e tenhamos coragem de levar vosso nome a todos que não vos conhecem ou que vos abandonaram. Que o Cristo que renasce seja luz de justiça, de paz, de amor  para todos os povos.
T: Alegres aguardamos o renascer de Jesus em nossos corações.
- PAI NOSSO... Paz... Cordeiro de Deus


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Por: Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ

Esta semana fiz uma visita a uma pessoa da comunidade onde trabalho, e que se encontra hospitalizada há algumas semanas. Entrando no quarto onde ela estava, encontrei-a dormindo. Por um momento hesitei se a acordava ou não. Mas considerando que não seria possível voltar lá noutro momento, arrisquei e decidi interromper o seu descanso. Toquei levemente na sua mão e, parecendo estar aguardando alguém, abriu os olhos imediatamente, e sem acreditar no que estava vendo foi tomada de uma grande surpresa. Entre sorrisos e lágrimas, beijou a minha mão e, com muita emoção, exclamou: “Meu padre, não mereço essa visita”. Não encontrei palavras para responder, pois a emoção também me fisgou, mas não posso negar que foi uma das melhores preparações para contemplar a cena do evangelho deste 4º Domingo do Advento: Maria, que com a sua presença, anuncia a chegada do tão grande esperado. 
Geralmente pensamos o advento como tempo de espera, de preparação, de aguardo. Mas a palavra pode ser também compreendida como chegada, visita. Muitas de nossas experiências são marcadas profundamente por este aparente paradoxo: esperar por aquilo que já está presente. Para uma mãe que aguarda o seu filho nascer, a expectativa é grande, ela deseja ansiosamente que este momento chegue. Mas o seu filho tão aguardado não virá de longe, não é um ausente, pois está já dentro dela. Um doente que em alguns momentos faz a experiência da angustiante solidão de um quarto de hospital ou mesmo em casa, não vê a hora de ser liberado o momento da visita para receber os seus parentes, amigos e conhecidos. Contudo, só será capaz de suportar a ausência se a esperança de ver alguém chegar for fortalecida pela certeza de ser amado; tal experiência deve ser sempre cultivada no presente, ainda que se viva em expectativa.
Como sabemos, Lucas com peculiar maestria escreveu o seu evangelho a partir do testemunho de pessoas que vivenciaram muitos dos acontecimentos que ele relata (“Conforme no-los transmitiram os que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da Palavra”, cf. Lc 1,2). Porém, o seu valioso trabalho não foi recolher fotografias para compor um álbum, pois ficaria apenas com a aparência dos fatos, nem muito menos memorizar informações para depois transcrevê-las de modo frio e mecânico. Mas cada cena apresentada pelo evangelista é verdadeiramente algo a ser contemplado, e não simplesmente uma ideia para ser assimilada. Portanto, a visita de Maria a Isabel nos coloca num horizonte vastíssimo, que transcende as regiões montanhosas da Judeia e alcança toda a história de Israel e todas as expectativas da humanidade. O tema da visita de Deus marca a grande expectativa do povo de Israel no Antigo Testamento. Porém, o Deus que vem visitar o seu povo está sempre presente cuidando do seu rebanho (Ex 3,16: “De fato, vos tenho visitado...”). No Novo Testamento, o tema retorna com mais força ainda, pois testemunha que a visita de Deus se dá com o Profeta Jesus: “Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo” (Lc 7,16). 
A cena da visitação nos apresenta as características dessa visita de Deus a seu povo. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, “visitar” é mais do que “ir ver”. Dentre as várias possibilidades de tradução (hebraico: paqad; grego episkeptomai), o verbo traduzido por visitar tem conotação de cuidar, intervir em benefício de alguém, verificar, escolher. Portanto, eis as características da visita (presença cuidadora) de Deus evidenciadas no encontro das duas mães:
“Maria pôs-se a caminho às pressas”: Deus vem ao nosso encontro constantemente. Ele mesmo toma a iniciativa e abre caminho, não espera que o acaso favoreça, mas decididamente (às pressas) não perde tempo, pois todo tempo é tempo de fazer-se presente. Ainda que nos tire do nosso comodismo, nos desperte do nosso sono para percebermos a sua presença.
“Maria saudou Isabel... e Isabel ficou repleta do Espírito Santo”: Não se diz o conteúdo da saudação de Maria, pois saudação (desejo de bens) não se reduz a palavras bonitas, mas exige atitudes de solidariedade, pois não só Isabel se alegra ao ouvir, mas a criança no seu ventre testemunha a presença Daquele cuja vinda ele mesmo anunciará. 
“Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite”: Se a visita não for expressão de gratuidade, tornar-se-á uma obrigação que esvazia e torna pesado o encontro. A visita de Deus é sempre surpreendente, apesar de desejada, contudo não pode ser exigida. Será sempre um grande bem oferecido, jamais um favor atendido. 
“Bendita és tu (mãe). Bendita a que acreditou (crente)”: As duas grandes bem-aventuranças de Maria, proclamadas por Isabel, sintetizam o que representa o seu ser “Serva do Senhor”. Como Mãe, prestou o grande serviço a Deus acolhendo-o no seu ventre e nos seus braços (viveu sob seus cuidados: visitar é “ter cuidado com”), como Crente presta o grande serviço à humanidade, que vive momentos de solidão por falta de fé. Pois só a fé testemunha a certeza de uma presença: “É uma posse antecipada do que se espera” (Hb 11,1).
“Maria exclamou: Minha alma engrandece... Meu espírito exulta...”: Visita é sempre motivo de alegria, pois a presença que nos preenche ajuda-nos a fazer a experiência da superação da solidão, o que nos leva naturalmente à gratidão. Contudo, a gratidão não pode ser apenas ao visitante pela sua gentileza e cordialidade. Se assim o fosse, tudo estaria terminado com uma despedida, retornando à situação anterior de vazio. Mas a vivência de uma verdadeira visita permite ao visitante e ao visitado unirem-se de tal forma que os bens ora compartilhados tornam-se motivos para a grande gratidão. Gratidão perene Àquele que quer ser o nosso permanente hóspede e, portanto, mesmo na ausência de todos, alegra-nos com a sua presença. Pois nos favorece sempre o seu advento.







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