quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

2º DOMINGO DO Tempo comum, homilias, subsídios homiléticos


2º DOMINGO DO TC C 2016 (Adaptado pelo Diácono Ismael)

Sinopse:
Tema: “Fazei tudo o que Ele vos disser.” A liturgia de hoje apresenta O casamento como imagem de amor que Deus estabeleceu com o seu povo.  A relação de amor que Deus (o marido) estabeleceu com o seu Povo (a esposa).
A primeira leitura o amor de Deus continuamente renova a relação e transforma a esposa.
Evangelho: no contexto de um casamento Jesus apresenta aos homens o Pai que os ama, e que com o seu amor os convoca para a alegria e a felicidade.
A segunda leitura fala dos “carismas” – dons, através dos quais o amor de Deus continua a manifestar-se. É na comunidade que o amor de Deus se manifesta através da diversidade de dons e carismas. Amando, perdoando, auxiliando, você está sendo o instrumento de Deus agindo em seu povo.

LEITURA I – Is 62,1-5 Leitura do Livro do Profeta Isaías.
Por amor de Sião não me calarei, por amor de Jerusalém não descansarei, enquanto não surgir nela, como um luzeiro, a justiça e não se acender nela, como uma tocha, a salvação. As nações verão a tua justiça, todos os reis verão a tua glória; serás chamada com um nome novo, que a boca do Senhor há de designar. E serás uma coroa de glória na mão do Senhor, um diadema real nas mãos de teu Deus. Não mais te chamarão Abandonada, e tua terra não mais será chamada Deserta; teu nome será Minha Predileta e tua terra será a Bem-Casada, pois o Senhor agradou-se de ti e tua terra será desposada. Assim como o jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposam; e como a noiva é a alegria do noivo, assim também tu és a alegria de teu Deus.

AMBIENTE Trito Isaías: Jerusalém pós-exílica. Esperam a restauração do Templo com uma Jerusalém nova, outra vez bela e cheia de “filhos”, que viva, finalmente, em paz.
MENSAGEM - A imagem do amor do marido pela esposa é uma imagem feliz do imenso amor de Deus pelo seu Povo. Deus que não esquece o seu amor e que, apesar das falhas da esposa no passado, continua a amar. 
ATUALIZAÇÃO ♦O amor de Deus está sempre lá, à espera, de forma gratuita, convidando ao reencontro; e esse amor gera vida nova, alegria, festa, felicidade em todos.
Viver em relação com o Deus/amor implica também dar testemunho.

SALMO RESPONSORIAL (Sl 95[96])
 Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / manifestai os seus prodígios entre os povos!
• Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! / Cantai e bendizei seu santo nome!
• Dia após dia anunciai sua salvação, / manifestai a sua glória entre as nações / e entre os povos do universo, seus prodígios!
 • Ó família das nações, dai ao Senhor, / ó nações, dai ao Senhor poder e glória, / dai-lhe a glória que é devida ao seu nome! / Oferecei um sacrifício nos seus átrios.
• Adorai-o no esplendor da santidade, / terra inteira, estremecei diante dele! / Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!”, / pois os povos ele julga com justiça.

EVANGELHO – Jo 2,1-11 Naquele tempo, houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Jesus respondeu-lhe: “Mulher, porque dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. O mestre sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.

AMBIENTE o autor apresenta Jesus e o seu programa. O episódio pertence à categoria dos sinais. Apresentar o programa de Jesus: trazer à relação entre Deus e o homem o vinho da alegria, do amor e da festa.

MENSAGEM A antiga “aliança”: tornou-se uma relação seca, sem alegria, sem amor e sem festa, que já não potencia o encontro amoroso entre Israel e o seu Deus. Esta realidade de uma “aliança” estéril e falida é representada pelas “seis talhas de pedra destinadas à purificação dos judeus”.
O número seis evoca a imperfeição, o incompleto; a “pedra” evoca as tábuas de pedra da Lei do Sinai e os corações de pedra de que falava o profeta Ezequiel (cf. Ez 36,26); a referência à “purificação” evoca os ritos e exigências da antiga Lei que revelavam um Deus susceptível, zeloso, impositivo, que guarda distâncias: Deus terrível…
As talhas estão “vazias”, porque era inútil: não servia para aproximar o homem de Deus. 
A “mãe”: ela “estava lá”, pertence à boda; se apercebe da situação (“não têm vinho”): representa o Israel fiel e infeliz.
O “chefe de mesa”: os dirigentes judeus que não se apercebem que a antiga “aliança” caducou.
Os “serventes” são os que colaboram com o Messias.
Jesus: é a Ele que o Israel fiel (a “mulher”/mãe) se dirige no sentido de dar nova vida a essa “aliança” caduca; mas o Messias anuncia que é preciso deixar cair essa “aliança” onde falta o vinho do amor (“que temos nós com isso?”).
A obra de Jesus é apresentar a novidade quando chegar a “Hora” (a “Hora” é, em João, o momento da morte na cruz  lição do amor total de Deus).
O episódio das “bodas de Caná” anuncia o programa de Jesus: trazer à relação entre Deus e os homens o vinho da alegria, do amor e da festa. Este programa – que Jesus vai cumprir paulatinamente ao longo de toda a sua vida – realizar-se-á em plenitude no momento da “Hora” – da doação total por amor.

ATUALIZAÇÃO Quando a relação com Deus fica apenas em ritos externos, de regras e de obrigações, a religião torna-se insuportável. Ora, Jesus veio revelar-nos Deus como um Pai bondoso e terno, que fica feliz quando pode amar os seus filhos. É esse o “vinho” que Jesus veio trazer para alegrar a “aliança”: o “vinho” do amor de Deus, que produz alegria e que nos leva à festa do encontro com o Pai e com os irmãos.
O que é que mostramos aos outros: a alegria ou a tristeza de nossa religião?
Com qual dos personagens da “boda” nos identificamos: com o chefe, comodamente instalado numa religião estéril, vazia e hipócrita, com a “mulher”/mãe que pede a Jesus que resolva a situação, ou com os “serventes” que vão fazer “tudo o que Ele disser” e colaborar com Jesus no estabelecimento da nova realidade?

LEITURA II – 1 Cor 12,4-11 Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
Irmãos, há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum. A um é dada pelo Espírito a palavra da sabedoria. A outro, a palavra da ciência segundo o mesmo Espírito. A outro, a fé no mesmo Espírito. A outro, o dom de curas no mesmo Espírito. A outro, o poder de fazer milagres. A outro, profecia. A outro, discernimento de espíritos. A outro, falar línguas estranhas. A outro, interpretação de línguas. Todas estas coisas as realiza um único e mesmo Espírito, que distribui a cada um conforme quer.

AMBIENTE -  “Carisma” é certos “dons especiais” concedidos pelo Espírito a determinadas pessoas em benefício da comunidade. Criavam individualismo e divisão na comunidade. É a este problema que Paulo procura responder.

MENSAGEM - Paulo deixa claro que, apesar da diversidade, todos eles se reportam ao mesmo Deus. Mais: cada um dos crentes possui o Espírito e, portanto, de diversos modos e medidas, recebe “carismas”. Esses “carismas” não sejam usados de forma egoísta, mas ao serviço do bem comum. Não faz sentido discutir qual é o “carisma” mais importante. Também não faz sentido que os possuidores de “carismas” se considerem “iluminados” e se confrontem com o resto da comunidade. Faz ainda menos sentido considerar que há cristãos de primeira e cristãos de segunda… É o mesmo Deus uno e trino que a todos une; a comunidade tem de ser o espelho dessa comunidade divina, da comunidade trinitária.

ATUALIZAÇÃO - A comunidade cristã tem de ser o reflexo da comunidade trinitária.
somos todos membros de um único corpo, com diversidade de funções e de ministérios. A diversidade de “dons” não pode ser um fator de divisão ou de conflito, mas de riqueza para todos. Os “dons” que Deus nos concede são sempre postos ao serviço do bem comum e não servem para nos autopromover.
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Filosofando
À ESCUTA DA PALAVRA. - A água é um elemento vital. Mas é um elemento simples e comum. A água encontra-se na natureza, não precisa de ser fabricada. O vinho é fruto da vinha, mas também do trabalho do homem.
Jesus manda encher as talhas de água, a água que é símbolo da nossa vida ordinária, de todos os dias. Jesus toma esta água ordinária para a transformar com a força do Espírito Santo. Toma a nossa vida, com as nossas alegrias, amores, conquistas, nossos tédios, os nossos dias sem gosto e sem cor, os nossos fracassos e mesmo os nossos pecados, também eles ordinários. E aí, Ele “trabalha-nos” pelo seu amor para fazer brotar em nós a vida que tem o sabor do vinho do Reino.

 OUTRO ÂNGULO DAS bodas de Caná :
Caná à é verbo = ADQUIRIR.
Casamento = no antigo Testamento significa = Aliança de Deus com a humanidade.
Quem é o Noivo? = Deus (Jesus) - Quem é a Noiva? = o povo, (representada por Maria).
Quem são os convidados? – Jesus, discípulos ...
Qual casa que tem 6 talhas, cada uma de mais ou menos 100 litros? – só um lugar. É o templo.
Água = é o símbolo da vida biológica, o que sustenta a vida.
Vinho = vida plena. Vinho novo = plenitude, abundância (que só se dá após a morte) (e a plenitude de Jesus se dá no alto da cruz.)

 

                                                                         
 


               Vida    =   vida  plena    =   plenitude, abundância.
                                               
O batismo é para o cristão é a primeira morte. Adquire vida nova. Somos transformados de água em vinho; vida plena. E ao passarmos pela morte, nos tornamos vinho novo, plenitude, abundância.
- Não será o batismo a festa de casamento de Caná? Onde somos adquiridos por Deus?
- O Mestre sala = o batizando. É ele que experimenta o vinho novo. É o discípulo amado.
- Jo 19,28-30 - No primeiro milagre  Jesus pede água e transforma em vinho.
Na cruz, pede água. O que trazem? Vinagre. É Vinho estragado. Vinho estragado é morte, deterioração, vida “sem graça”. O que Jesus pode fazer? – nada. “Tudo está consumado”.
- No primeiro milagre, pede água, manifesta sua glória e seus discípulos; “creram nele”. Agora, diz tenho sede e lhe dão vinagre. Não tem jeito; tudo está consumado.
- No primeiro caso, Maria diz; “eles não têm MAIS vinho”. Se Maria é a noiva e representa o povo, o que Maria lhe diz na cruz? – Não tem Mais vinho. Deixaram estragar tudo. E  não tem mais as talhas de cem litros. Apenas um baldinho com vinho azedo, estragado; vinagre; molham uma esponja e  lhe dão; “tudo está consumado”!
-  Se não tiver a festa, estraga tudo e sobra vinagre. Aí danou tudo; tudo está consumado. Todo domingo celebramos, festejamos o Dia do Senhor. É na Eucaristia que se dá a grande festa, a grande transformação. (na apresentação dos dons, quando se coloca água no vinho, rezamos: “pelo mistério desta água e deste vinho, que a nossa humanidade possa participar da glória de vosso Filho e nos sirva de mérito para nossa salvação”. Aquela gotinha de água simboliza toda a humanidade, que é colocada no vinho que se torna o sangue de Jesus).
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O mestre sala somos nós que podemos experimentar o Vinho Novo, a Vida nova.
Antes, quando Maria lhe diz que não tem mais vinho, Jesus lhe diz: “o que queres que eu faça, não chegou a minha hora”. Agora, na hora certa, na cruz, Jesus lhe dá o discípulo amado.
Maria é a nova Eva, Maria é a noiva, Maria é o povo, Maria é a Igreja.

O casamento quem faz é o Pai. Casamento é o pacto entre Deus e a humanidade.
Jesus veio fazer a vontade do Pai. Ele é o convidado a executar a obra.
Sua primeira coisa a fazer, segundo Marcos, é ser batizado no Jordão;  Faz a conversão para Deus. É o grande convidado. O noivo é o batizando, o que experimenta o vinho novo. Quem cria o casamento e a festa é o Pai. O casamento se dá na cruz. Caná significa adquirir. Na cruz onde somos adquiridos.

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Em Caná

Após as festas natalinas, inicia o Tempo Comum, em que revivemos os principais Mistérios da Salvação.

Com a imagem do CASAMENTO, a liturgia apresenta a relação de amor, que Deus (o marido) estabeleceu com o seu Povo (a esposa).
Nossa alegria é saber que Deus garante a alegria dessa festa.

Na 1ª Leitura, a imagem do CASAMENTO revela a profunda união que existe entre Deus e a Humanidade. (Is 62,1-5)

Deus se casou com o seu Povo. Ele é o Esposo e Israel, a Esposa.
Deus é eternamente fiel, a esposa às vezes se afasta de Deus e vai atrás de outros amores, adora outros deuses.

A 2ª Leitura fala dos "carismas", dons, através dos quais o amor de Deus continua a se manifestar. (1Cor 12,4-11)

Como sinais do amor de Deus, eles destinam-se ao bem de todos.
É essencial que na comunidade cristã se manifeste, apesar da diversidade de membros e de carismas, o amor que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

O Evangelho fala das Bodas de Caná. (Jo 2,1-11) Aí Jesus realiza o primeiro milagre, "Sinal" de uma realidade mais profunda: mostrar aos homens o Pai, que os ama, e os convoca para a alegria e a felicidade plenas.
A festa do Reino já está acontecendo. Jesus é o Noivo, que já está no mundo, para celebrar o casamento de Deus com a humanidade.

O CENÁRIO DO CASAMENTO  reflete o contexto da "ALIANÇA" entre Israel e o seu Deus.
A essa "aliança", em certo momento, vem a faltar o vinho. O "vinho" é símbolo do amor entre o esposo e a esposa, da alegria e da festa.
Constata-se que a antiga "aliança" tornou-se uma relação seca, sem alegria, sem amor e sem festa, que já não
proporciona o encontro amoroso entre Israel e o seu Deus.

Esta realidade de uma "aliança" estéril e falida é representada pelas "seis talhas de pedra destinadas à purificação dos judeus". - O número seis evoca a imperfeição, o incompleto;
- a "pedra" evoca as tábuas de pedra da Lei do Sinai e os corações de pedra de que falava o profeta Ezequiel;
- a referência à "purificação" evoca os ritos e exigências da antiga Lei que revelavam um Deus impositivo, que guarda distâncias.
  Um Deus assim pode-se temer, mas não amar...
- As talhas estão "vazias" porque todo este aparato era inútil e ineficaz: não servia para aproximar o homem de Deus, mas sim para o afastar desse Deus difícil e distante.
- As "Bodas de Caná sem vinho" representam a situação do povo, desiludido e insatisfeito. O amor foi substituído pela observância da lei...
- "Façam tudo o Ele disser":
  Agora Jesus fará a passagem do Antigo para o Novo. E o novo é melhor...

OS PERSONAGENS apresentados:

- A "Mãe": é Previdente: nota primeiro o problema; "não têm mais vinho".
    É Providente: aponta um caminho: Cristo...
    É Perseverante: não desiste diante da aparente indiferença de Jesus:
- O "Chefe de mesa": representa os dirigentes judeus, que não percebem que a antiga "Aliança" já caducou.
- Os "Serventes" são os que colaboram com o Messias, que estão dispostos a fazer tudo "o que ele disser"   para que a "Aliança" seja revitalizada.
- JESUS: é a Ele que o Israel fiel (a "mulher"/mãe) se dirige no sentido de dar nova vida a essa "aliança" caduca.
  A obra de Jesus não será preservar as instituições antigas, mas realizar uma profunda "transformação"...
  Ele veio trazer à relação entre Deus e os homens o vinho da alegria, do amor e da festa...
  Isso acontecerá quando chegar a "Hora".
  Jesus acolheu o pedido da mãe... e a alegria continuou até o fim da festa...

+ As Bodas continuam... e somos também convidados...
Quando a relação com Deus se resume num jogo complicado de ritos externos, de regras e de obrigações que é preciso cumprir, a religião torna-se um pesadelo insuportável que tiraniza e oprime.

Jesus veio nos revelar Deus como um Pai bondoso e terno, que fica feliz quando pode amar os seus filhos.
É esse o "vinho" que Jesus veio trazer para alegrar a "aliança": o "vinho" do amor de Deus, que produz alegria e
que nos leva à festa do encontro com o Pai e com os irmãos.

- A nossa "religião" é um encontro com o Jesus, que nos dá o vinho do amor?
- O que os nossos olhos e os nossos lábios revelam aos outros:   a alegria que brota de um coração cheio de amor,   ou o medo e a tristeza que brotam de uma religião de leis e de medo?

+ Com que personagem das "Bodas" nos identificamos?
   - com o chefe de mesa, comodamente instalado numa religião estéril e vazia,
   - com a "mulher"/mãe que pede a Jesus que resolva a situação,
   - ou com os "serventes" que vão fazer "tudo o que ele disser" e colaborar com Jesus no estabelecimento da nova realidade?

                                   Pe. Antônio Geraldo
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Homilia do Pe. Pedrinho

Meus irmãos e irmãs, hoje temos dois casais celebrando vinte e cinco anos de vida matrimonial. Em momento oportuno, iremos dar a benção para todos os casais presentes, porque hoje celebramos, neste segundo domingo do tempo comum, a bodas de Caná. Se quisermos comtemplar a boda de Caná, nós vamos verificar que Jesus realiza o que foi prometido pelo profeta Isaías. Isaías diz com muito clareza: por amor de Sião, não me calarei. Por amor a Jerusalém não descansarei enquanto não surgir nela o luzeiro da justiça e não se acender nela uma tocha salvação. Então, Deus promete restaurar a Justiça e salvar a humanidade. Ele, Deus, na primeira leitura diz: Eu farei isto, porque amo a humanidade, como a donzela  é amada pelo seu noivo, assim Eu amo toda a humanidade. Então, veja, que a imagem do amor de Deus se traduz na imagem do amor de um casal. Amor, salvação,  justiça: eu afirmo que somente Deus ama plenamente, pratica a justiça plenamente e salva plenamente as pessoas. Por mais que eu queira ser justo, por mais que eu queira salvar o irmão, por mais que eu ame alguém, eu não farei isto com a mesma plenitude, perfeição de Deus. Por isso, sem Deus em nossa vida, não somos capazes de amar plenamente, praticar a justiça plenamente,  salvar plenamente as pessoas. Agora, como estar com Deus, se Deus é inatingível? É aí que nós dizemos: Deus amou tanto o mundo, que envia o seu Filho para que o mundo possa conhece-lo. Já que eu não consigo chegar até Deus, Deus veio ao nosso encontro. Isto acontece na pessoa de Jesus de Nazaré. Portanto, quando nós ouvimos a boda de Caná, é bom nós ampliarmos a nossa visão. Não se trata de um casamento qualquer, e nem um mágico, que transforma água em vinho. É algo muito mais profundo. Quem vai até Caná, na Galiléia, vai perceber que lá existem escavações, estudos arqueológicos, que comprovam, que naquele local, a cidade se reunia para celebrar as suas festas. Cidade, relativamente pequena, as casas sem acomodação, de forma então, era costume, um casamento, um aniversário, qualquer coisa, era costume celebrar naquele local. Se quiséssemos falar na linguagem de hoje, diríamos era um “Buffet”, onde as pessoas se encontram, porque não há espaço em casa, é muito mais prático organizar um local. Nós também sabemos, que organizando em casa ou em outro local, quem é que sabe a quantidade a ser servida na festa?  Só quem está muito por dentro desta festa. Um convidado não vai saber o quanto tem ainda para ser servido. Só quem ajudou a organizar a festa é que sabe isto. E, Nossa Senhora chega para Jesus e diz: eles não tem mais vinho. Então, ela é alguém que está muito a par da organização desta festa. O Evangelho nos dá outra informação importante: somente sabiam da procedência do vinho que foi servido, quem estava servindo os convidados. Tanto é que Nossa Senhora sabe, porque é ela quem manda: obedecer e fazer tudo o que Jesus falar. Aqueles que tiraram a água sabem, porque estavam servindo na festa. Primeira coisa, para eu saber de onde vem o vinho oferecido por Jesus, eu sou chamado a servir. Se eu não servir, eu não saberei a procedência deste vinho. Nem o mestre sala sabia. Nem os donos da festa, os noivos, mas só que estava servindo.
Ora, existe um segundo dado importante: Nossa Senhora disse: faça tudo o que Ele vos disser. Portanto, se eu quiser saber a procedência do vinho, eu sou convidado a me por em serviço e fazer tudo o que Jesus me pede. O que Ele me pede? Continuar aquilo que Ele iniciou. O que Ele iniciou? Ele inaugura o Reino de Deus, onde você tem o amor, a justiça e a salvação.
Ora, o vinho que Jesus oferece, ninguém pode fazer um igual. Não é apenas pegar as uvas, tratar, fermentar... não. Este é um vinho que só Ele tem a disposição. Tomou o cálice com vinho e disse: Tomai e bebei: isto é meu sangue. Não é qualquer vinho. É um vinho ofertado por Jesus. E, Ele disse: já não mais beberei do fruto da videira, até que vamos beber juntos no Reino dos Céus. Portanto, o vinho que Ele oferece é uma Celebração, um sinal, do Reino de Deus. Aliás, o próprio João Evangelista vai dizer: este foi o primeiro sinal, que Ele realizou em Caná da Galiléia. Sinal é uma palavra que também significa Milagre. Sinal vem da palavra semente. É uma semente que foi plantada, para que as pessoas possam cultivá-la. A semente plantada é a fé, que deve ser cultivada. O Batismo é uma semente. O matrimônio é uma semente. Os sacramentos são sementes para serem cultivados. Milagre vem da palavra Flesch, luz, para que você possa enxergar com mais nitidez, mais clareza. Por isso, o gesto de Jesus é para que seja plantada a fé nas pessoas. João Evangelista vai dizer: este milagre foi feito para que os discípulos pudessem acreditar. Por que ele tira Maria? Porque Nossa Senhora já acreditou, desde o momento da sudação do anjo. Este sinal é para que nós, seus discípulos, possam crer em Jesus. Ora, quem crê, fará o que Ele manda. O que Ele manda, é que possamos, de fato, junto com Ele, participar do seu Reino. Então, somos convidados, além do serviço, além de crer, colocar a disposição para o trabalho. Aí é que entra a segunda leitura, onde diz, que cada um tem o seu dom e cada um motivado pelo Espírito Santo, para realizar estes dons. Ora, então, sou chamado a realizar a Justiça, o amor e  a salvação. Não importa se vou ou não conseguir cem por cento. O importante é o tentar ser justo, tentar amar, tentar salvar o irmão de qualquer que seja a sua necessidade.
Então, cada vez que eu participo da Celebração Eucarística (missa), eu participo deste boda, onde Deus estabelece a sua aliança com o povo, onde sou alimentado por este vinho que não existe em lugar nenhum, porque Ele é oferecido por Jesus. É o vinho que me ajuda a Celebrar o Reino de Deus, é o vinho que me leva para a vida eterna. Jesus diz: quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia.
Celebrar este pão e este vinho, é celebrar o que nos leva à eternidade. Tanto o batismo, eucaristia ou qualquer outro sacramento, nos garante vida eterna, porque é a promessa de Deus, que é realizada na pessoa de Jesus.  Agradecer sempre a Deus e sempre participar desta boda é o mínimo que fazemos, diante da grandeza que Ele nos oferece.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

PADRE PEDRINHO – Diocese de Santo André – SP.

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Homilia de D. Henrique Soares da Costa

Em certo sentido, a liturgia da Palavra deste segundo Domingo comum, ainda está ligada ao Santo Natal, tempo da manifestação do Senhor. Na liturgia da Igreja antiga, a festa da Epifania, da Manifestação, celebrava, de uma só vez e num só dia, a visita dos Magos, o batismo de Jesus e as bodas da Caná. São três momentos da Manifestação do Senhor: aos Magos, ele se manifestou como Rei dos Judeus pelo brilho da Estrela; no batismo, o Pai o manifestou como Messias de Israel, ungindo-o com o Espírito Santo para a missão e, em Caná, Jesus manifestou a sua glória ao transformar a água em vinho, e os seus discípulos creram nele. Portanto, estamos ainda em clima de Manifestação, de Epifania daquele que veio do Pai para nossa salvação; e é neste contexto que as leituras da Missa de hoje devem ser interpretadas.
Comecemos por observar que o evangelho narra uma festa de casamento e não informa nada sobre o nome dos noivos… É de caso pensado! O Evangelista tomou um fato histórico e deu-lhe um sentido espiritual e teológico: o verdadeiro noivo é o Cristo, Deus em pessoa que vêm desposar sua esposa, o povo de Israel e, mais precisamente, o novo Israel, a Igreja, representada pela Mulher – a Virgem Maria! Tudo, na perícope do evangelho, fala disso: porque o Messias-Esposo chegou, a água da Antiga Aliança (água da purificação segundo os ritos judaicos da Lei de Moisés) é transformada no vinho da Nova Aliança (o vinho, símbolo da alegria e da exultação do Espírito Santo, que é fruto da morte e ressurreição do Senhor). É esta a glória que Jesus manifestou, é este o sinal! “Sinal” não é um simples milagre; “sinal” é um gesto do Senhor Jesus, carregado de sentido profundo, que revela sua pessoa, sua missão e sua obra de salvação. “Este foi o princípio dos sinais de Jesus… e seus discípulos creram nele”. Na verdade, o sinal de Caná, é uma preparação uma antecipação da Páscoa, quando o Cristo, Esposo ressuscitado, desposará para sempre a Igreja, dando-lhe como dote eterno, o dom do Espírito: “Alegremo-nos e exultemos, demos glória a Deus, porque estão para realizar-se as núpcias do Cordeiro, e sua Esposa já está pronta: concederam-lhe vestir-se com linho puro, resplandecente” (Ap 19,7s). Por isso, a exultação da primeira leitura de hoje. Saudando o povo de Deus, o novo Israel, a Igreja-Esposa, o profeta afirma: “As nações verão a tua justiça; serás chamada por um nome novo, que a boca do Senhor há de designar. E serás uma coroa de glória na mão do Senhor, um diadema real na mão de teu Deus. Não mais te chamarão abandonada, e tua terra não mais será chamada Deserta; teu nome será Minha Predileta e tua terra será Bem-Casada, pois o Senhor agradou-se de ti e tua terra será desposada. Assim como o jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposam; e como a noiva é a alegria do noivo, assim também tu és a alegria do teu Deus”. Maria, a Virgem-Mulher do evangelho de hoje é, pois, imagem viva da Igreja-Esposa, desposada na Nova e Eterna Aliança!
Esta Aliança não é mais aquela de Moisés. A Antiga Lei passou; passaram os antigos preceitos, as antigas observâncias, as coisas antigas! Não esqueçamos o Prólogo de João, tantas vezes ouvido no Natal: “A Lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade nos vieram por Jesus Cristo” (Jo 1,17). Esta Nova Aliança não se funda em uma lei de preceitos escritos, mas na Nova Lei, que é o Espírito de amor, derramado nos nossos corações. O Espírito que o Cristo derramou sobre nós com a sua morte e ressurreição é a alma, a lei, a vida da Igreja-Esposa, novo Israel, novo povo de Deus. Por isso, a segunda leitura da Missa de hoje nos apresenta toda a vida da Igreja, tão rica e dinâmica, como sendo fruto da ação animadora e sustentadora do Espírito Santo: “A cada um de nós é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum”, isto é, em vista da edificação da Igreja, Corpo e Esposa de Cristo!
O que nos fica da Liturgia da Palavra de hoje? A gratidão ao Cristo por ter vindo, por ter manifestado sua glória em nosso mundo tão pobre e na nossa vida tão ameaçada pelas trevas. Fica também essa consciência que somos o povo de Deus da Nova Aliança, povo nascido da encarnação, da morte e da ressurreição de Cristo; povo nascido na força do Espírito Santo que ele nos concedeu. Fica ainda a certeza que ele permanece conosco, alimentando e construindo sua Igreja-Esposa na força do Espírito Santo. Esta Igreja é a una e santa nossa mãe católica. Ela foi eternamente desejada, escolhida, amada pelo Esposo Jesus; ela foi desposada quando ele se fez homem e por ela morreu e ressuscitou! Lembremo-nos das palavras do Apóstolo: “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la, com o banho da água e santificá-la pela Palavra, para apresentar a si mesmo a Igreja, gloriosa, sem mancha nem ruga, ou coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5,25-27). Por isso a Igreja será sempre Esposa, será sempre bela, sem mancha nem ruga, será sempre santa, apesar dos pecados de seus membros! Ela é a Amada, a Escolhida… a ornada com o a jóia do Espírito Santo! Se formos fiéis a esse Espírito, vinho novo do Reino de Deus, seremos pessoas novas na nossa vida: novos sentimentos, novo modo de ver e de agir, de sentir e de enfrentar as situações da vida. Nem os fracassos, nem as tristezas, nem as lágrimas, nem mesmo a morte poderão nos tirar a alegria e a certeza de viver! Fica também a certeza certíssima, de que como Igreja, como Comunidade dos discípulos de Cristo, o Espírito nos vivifica, nos guia, nos une e nos conduz sempre. Não temamos, não sejamos frios, não sejamos frouxos! O Cristo que habitou entre nós, conosco continua na potência do seu Espírito Santo. Se formos fiéis à sua ação, nossa Comunidade será viva, os carismas e ministérios serão abundantes, a alegria de ser e viver como Comunidade não faltará, o nosso testemunho de Jesus Cristo será entusiasmado e convincente e a nossa esperança será inabalável, mesmo diante das dificuldades do mundo e da vida… mesmo diante da morte!
O Senhor manifestou a sua glória e seus discípulos creram nele! O Senhor se manifesta agora, pela sua Palavra e pela sua Eucaristia, e nos reúne na força amorosa do Espírito Santo! Creiamos! E que nossa Eucaristia seja toda ungida, toda doçura, toda renovação da nossa vida em Cristo: “Felizes aqueles que foram convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro” (Ap 19,9). Felizes somos nós, que vivemos em Cristo, ele que é bendito pelos séculos dos séculos. Amém.
 D. Henrique Soares da Costa


PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos ou ministros da Palavra):



Louvor: (quando o Pão consagrado estiver sobre o altar)
O Senhor esteja convosco... Demos graças ao Senhor, o nosso Deus...
- Com Jesus, por Jesus e em Jesus, na força do Espírito Santo, louvemos ao Pai:
- T: Senhor nosso Deus, nós vos bendizemos!
- Nós vos louvamos pelo vosso amor por nós e vos agradecemos por nos enviar vosso Filho para que um novo povo se formasse. Pai, pedimos por todos os casais para que sejam sinal de vosso amor. Que eles saibam se respeitar e saibam educar seus filhos no vosso amor.
T: Senhor nosso Deus, nós vos bendizemos!
- Senhor, nosso Deus! Sois bondade e amor. Deixai que Maria nos trate como tratou vosso Filho. Que ela possa nos socorrer em todas as nossas dificuldades e sofrimentos. Que ela possa nos proteger e nos guiar em vossos caminhos.
T: Senhor nosso Deus, nós vos bendizemos!
-Senhor, Vos louvamos e agradecemos pela nossa vida e pelo nosso batismo, pois foi Vós que nos acolhestes como filhos prediletos. Pai, quando vacilarmos, reconduzi-nos ao vosso caminho. Quando nos abatermos pelas dificuldades, sede a nossa força e nosso amparo,  para que possamos seguir os passos de vosso Filho Jesus Cristo na construção de vosso Reino.
T: Senhor nosso Deus, nós vos bendizemos!
-Elevemos ao Pai a oração que Jesus nos ensinou: Pai nosso...

A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro de Deus...




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