quinta-feira, 7 de março de 2019

1º Domingo da Quaresma 2019 ano C, homilias, subsídios homiléticos


1º Domingo da Quaresma 2019 ano C (Diácono Ismael)

SINOPSE:
TEMA:  AS TENTAÇÕES: Muitas tentações nos impedem de renascer para a vida nova.
Primeira leitura: O Centro da vida deve ser a Palavra e não o nosso ego, pois a nossa autossuficiência, orgulho e egoísmo nos leva a caminhos de desumanidade, de desgraça e de morte.
Evangelho: Jesus recusou o poder, o êxito fácil, que passa pelo egoísmo e optou pela partilha, pelo serviço; que não impressionam as massas, mas possui uma proposta de vida plena.
Segunda leitura: Não sejamos arrogantes e autossuficientes em relação à salvação, pois ela é um dom gratuito de Deus e não uma conquista. Da nossa parte cabe a conversão e o reconhecimento de Jesus como salvador e acolher o que  Ele nos propõe. 

LEITURA I – Deut 26,4-10
Moisés falou: «O sacerdote receberá da tua mão as primícias dos frutos da terra [ ]. E diante do Senhor, dirás: ‘Meu pai era um arameu errante, que desceu ao Egito  [ ] até se tornar uma nação grande [ ] os Egípcios  sujeitaram-nos a dura escravidão. Então invocamos o Senhor Deus dos nossos pais e o Senhor ouviu a nossa voz, [ ] O Senhor fez-nos sair do Egito com mão poderosa  [ ] Conduziu-nos a este lugar e deu-nos esta terra, onde corre leite e mel. E agora venho trazer-Vos as primícias dos frutos da terra que me destes, Senhor’.

AMBIENTE - O Deuteronômio é o “livro da Lei” descoberto no Templo no reinado de Josias (622 a.C.) Neste livro temos os dados fundamentais da teologia: há um só Deus, que deve ser adorado por todo o Povo; A confissão de fé centrava-se na ação de Deus em favor do seu Povo, sublinhando a libertação do Egito, a marcha pelo deserto e o dom da Terra. Uma dessas leis pedia que fossem oferecidos ao Senhor os primeiros frutos da terra e que o israelita fiel proclamasse, nesse contexto, a sua “confissão de fé” reconhecendo Jahwéh como o único Deus.

MENSAGEM - O gesto de oferecer os primeiros produtos da terra tem como objetivo afirmar que essa Terra é um dom de Deus. Era uma pedagogia divina contra a tentação da idolatria. Por um lado, Israel reconhece quem era o seu Senhor e que tudo era um dom do amor de Jahwéh – não de outros deuses; por outro lado, Israel era convidado a libertar-se do orgulho, do egoísmo, da autossuficiência e a reconhecer que tudo provinha de Deus. Só no amor e na ação de Deus encontrava a vida e a felicidade.

ATUALIZAÇÃO Uma das tentações é colocar a vida, a esperança e a segurança nas mãos dos falsos deuses: o dinheiro, o poder, o êxito social ou profissional no lugar de Deus.
O orgulho, o egoísmo, a autossuficiência também levam o homem dispensar Deus. Os êxitos são atribuídos ao esforço humano. Deus chega mesmo a ser visto como um estorvo que impede o homem de ser livre e feliz.
Tudo o que recebemos é de Deus e não nosso. Somos apenas administradores dos dons que Deus colocou à disposição de todos os homens. Os bens devem ser partilhados.

SALMO / 90 (91)
Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!
• Quem habita ao abrigo do Altíssimo / e vive à sombra do Senhor onipotente, / diz ao Senhor: “Sois meu refúgio e proteção, / sois o meu Deus, no qual confio inteiramente”.
• Nenhum mal há de chegar perto de ti, / nem a desgraça baterá à tua porta; / pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos / para em todos os caminhos te guardarem.
• Haverão de te levar em suas mãos, / para o teu pé não se ferir nalguma pedra. / Passarás por sobre cobras e serpentes, / pisarás sobre leões e outras feras.
• “Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo / e protegê-lo, pois meu nome ele conhece. / Ao invocar-me hei de ouvi-lo e atendê-lo / e a seu lado eu estarei em suas dores”.

EVANGELHO – Lc 4,1-13
Jesus, CHEIO DO ESPÍRITO SANTO, voltou do jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito, foi tentado pelo diabo. Nesses dias não comeu nada e sentiu fome. O diabo disse-lhe: «Se és Filho de Deus, manda a esta pedra que se transforme em pão». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem’». Num lugar alto mostrou-Lhe os reinos da terra e disse-Lhe: «Eu Te darei todo este poder e a glória destes reinos, Se Te prostrares diante de mim». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto’». Então colocou-O sobre o pináculo do Templo e disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo, porque Anjos te levarão». Jesus respondeu-lhe: «Está mandado: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’». Então o diabo retirou-se da presença de Jesus, para retornar no tempo oportuno.

AMBIENTE - Jesus acabou de ser batizado por João e confronta-Se com outras propostas que entram em choque com a proposta do Pai. É catequese a ensinar-nos que Jesus, como nós, sentiu tentações. Sentiu a tentação de êxitos, de aplausos, de poder e de riqueza; Ele soube dizer não a essas propostas que O afastavam do plano do Pai.

MENSAGEM - Lucas apresenta uma catequese sobre as opções de Jesus, em três “parábolas”.
A primeira “parábola” Jesus poderia optar pela riqueza, utilizando o poder para resolver qualquer necessidade material… Jesus sabia que “nem só de pão vive o homem” e que o caminho do Pai não passa pela acumulação egoísta de bens, sugerindo que o seu alimento é a Palavra do Pai.
A segunda “parábola” Jesus poderia escolher um caminho de poder, de domínio, de prepotência, ao jeito dos grandes da terra. Jesus sabe que isto não é do Pai: o poder corrompe e escraviza.
A terceira “parábola” Jesus poderia ter êxito fácil, mostrando o seu poder através de gestos espetaculares e sendo admirado pelas multidões. Dois caminhos: a proposta do Pai e a proposta do diabo. A salvação como um Messias triunfante, ao jeito dos homens ou o caminho de obediência ao Pai e de serviço aos homens, que elimina qualquer concepção do messianismo como poder.

ATUALIZAÇÃO
Temos a lógica de Deus e a lógica dos homens. Jesus pautou pela lógica de Deus.
Deixar-se conduzir pela tentação dos bens materiais é fechar-se à partilha e às necessidades dos outros, é pagar salários de miséria, é gastar fortunas em noitadas ou em coisas supérfluas (enquanto os irmãos gemem a sua miséria).
Existe o impulso de dominar, de ter autoridade, de prevalecer sobre os outros. Por isso os pobres, os humildes têm de suportar atitudes de prepotência, de autoritarismo, de intolerância, de abuso. Este “caminho” é diabólico e não é o caminho seguido por Jesus.
Podemos, também, ceder à tentação de usar os dons de Deus para dar espetáculo e levar os outros a admirar-nos. A isto Jesus responde: não utilizarás Deus em proveito da tua vaidade e do teu êxito pessoal.

LEITURA II – Rom 10,8-13 - [  ] Se confessares que Jesus é o Senhor e acreditares no teu coração que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo. Pois com o coração se acredita para obter a justiça e com a boca se professa a fé para alcançar a salvação. A Escritura diz: «Todo aquele que acreditar no Senhor não será confundido». Não importa a diferença entre judeu e grego: todos têm o mesmo Senhor, que é generoso para com todos os que O invocam. Portanto, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

AMBIENTE - Estamos nos anos 57/58; a convivência entre judeu-cristãos e pagão-cristãos apresenta dificuldades, dadas as diferenças sociais e culturais. A comunidade cristã corre o risco de se dividir… Paulo escreve o que une a todos: a mesma fé em Jesus Cristo e a proposta de salvação que Ele traz.

MENSAGEM - Paulo havia criticado o orgulho e a autossuficiência dos judeus, quanto a salvação: se cumprissem a Lei, Deus não teria outro remédio senão salvá-los. Ora, a salvação não é uma conquista humana, mas um dom gratuito de Deus. Essa autossuficiência dos judeus levou-os a desprezar a salvação de Deus, oferecida gratuitamente em Jesus Cristo. Os pagãos, ao contrário, com simplicidade e humildade, acolheram a proposta de salvação que Jesus trouxe. Aos judeus Basta-lhes acolher Jesus como “o Senhor” e aceitar a sua condição de ressuscitado: isso significa aceitar que Ele veio de Deus e que a proposta de salvação por Ele apresentada tem o selo de Deus. Dessa forma nascerá um povo único, sem distinções de raça, cor ou status social. O que é importante é acolher a proposta de salvação que Deus faz através de Jesus e aderir a essa comunidade de irmãos, “justificados” pela bondade e pelo amor de Deus.

ATUALIZAÇÃO
O orgulho e a autossuficiência fecham o caminho para Deus. Os orgulhosos e autossuficientes correspondem aos “ricos” das bem-aventuranças: são os que estão instalados nas suas certezas, no seu comodismo, no seu egoísmo e não estão disponíveis para acolher o amor de Deus. Por isso, são “malditos”: se não abrirem o seu coração a Deus, recusam a salvação que Deus tem para oferecer.
Quando nos reunimos em assembleia e proclamamos Jesus como o nosso “Senhor”, somos uma comunidade de irmãos, nem “judeu nem grego”, ou continuamos a ser uma comunidade dividida, com amigos e inimigos, ricos e pobres, negros e brancos, santos e pecadores, superiores e inferiores? Somos convidados a reler o Pai Nosso à luz do Evangelho deste domingo: dá-nos o teu pão para este dia, ajuda-nos a ultrapassar a tentação!

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Homilia de D. Henrique Soares
I
O tempo quaresmal é caminho de luta e combate espiritual para bem celebrarmos a Páscoa do Senhor, maior de todas as festas cristãs.
Na primeira leitura, o rito de oferta das primícias da colheita: ao apresentar ao Senhor Deus o fruto da terra, o israelita confessava que pertencia a um povo de estrangeiros e peregrinos, vindos do Pai Jacó, que não passava de um arameu errante. O israelita fiel recordava diante de Deus a história de Israel, história de escravidão e de libertação: “Por isso eu trago os primeiros frutos da terra que tu me deste, Senhor”. Éramos ninguém e o Senhor nos libertou, deu-nos uma vida nova – eis o resumo da história e da experiência de Israel! Esta também é a nossa experiência, como Igreja, Novo Israel: “Se com a tua boca confessares Jesus como Senhor e, no teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo”. Também a nossa história é de libertação: éramos escravos, o Pecado que nos destrói e destrói o mundo. Mas Deus enviou o seu Filho numa carne de pecado (numa natureza sujeita às conseqüências do pecado): ele desceu a este mundo e entrou na nossa miséria, até a morte, a nossa morte. Deus o arrancou da morte; ressuscitou-o e fez dele Senhor e Cristo e quem nele crer e confessá-lo como Senhor na sua vida, encontra a salvação; encontra um novo modo de viver, encontra a paz, encontra já agora a comunhão com Deus e, depois, a Vida eterna! Assim, Israel nasceu da Páscoa do deserto; a Igreja nasceu da Páscoa de Cristo. Israel era escravo, atravessou o mar e o deserto e tornou-se um povo livre para o Senhor. Nós éramos escravos, éramos ninguém, atravessamos as águas do Batismo com Cristo, e ainda que caminhemos neste deserto da vida, somos um povo livre para o Senhor nosso Deus.
O tempo da Quaresma prepara-nos para celebrar este mistério tão grande! Recordemos que a ressurreição de Cristo é causa da nossa ressurreição, é motivo da nossa comunhão com Deus é a razão da nossa fé cristã! A Igreja nos quer preparar para a santa Páscoa, para que revivamos a libertação que Cristo nos trouxe com a sua vitória. Por isso, a Quaresma é um tempo de combate espiritual e de luta contra o pecado. É um tempo de exame de consciência e de reorientação de nossa adesão ao Cristo Jesus. Só assim, atravessaremos o deserto dos quarenta dias rumo à Terra Prometida da Páscoa de Cristo, que se torna nossa Páscoa. Nosso caminho quaresmal recorda e celebra tantas quaresmas:
A do dilúvio, quando durante quarenta dias e quarenta noites o Senhor Deus purificou a terra e a humanidade;
A de Moisés, que durante quarenta dias e quarenta noites jejuou e orou sobre o Sinai para encontrar o Senhor que lhe daria a Lei;
A de Israel, que caminhou no deserto durante quarenta anos;
A de Elias profeta, que caminhou quarenta dias pelo deserto rumo ao Horeb, monte de Deus;
A quaresma de Jesus, que antes de iniciar publicamente seu ministério, jejuou e orou quarenta dias e quarenta noites. Eis o caminho de Deus, eis o nosso caminho: caminho de busca de Deus, de luta interior, de conversão! Sem Quaresma ninguém celebra verdadeiramente a Páscoa do Senhor!
O evangelho de hoje, apresentando-nos as tentações de Jesus, nos ensina a combater: ele venceu Satanás ali, onde Israel fora vencido:
Israel pecou contra Deus murmurando por pão; Jesus abandonou-se ao Pai e venceu;
Israel pecou adorando o bezerro de ouro; Jesus venceu recusando dobrar os joelhos diante da proposta de Satanás;
Israel pecou tentando a Deus em Massa e Meriba; Jesus rejeitou colocar Deus à prova.
Nas tentações de Cristo estão simbolizadas as nossas tentações: a concupiscência da carne (o prazer e a satisfação desregrada dos sentidos), a concupiscência dos olhos (a riqueza e o apego aos bens materiais) e a soberba da vida (o poder e o orgulho auto-suficiente e dominador).
Ora, Jesus foi tentado como nós, tentado por nossa causa, por amor de nós. Ele foi tentado como nós, para que nós vençamos como ele! Ele foi tentado não somente naqueles quarenta dias. O evangelho diz que “terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno”. A tentação de Jesus foi até a cruz, quando ele, no combate final, colocou toda a vida nas mãos do Pai e pelo Pai foi ressuscitado, tornando-se causa de vida e ressurreição para nós, que nele cremos, que o seguimos, com ele combatemos e o proclamamos Senhor ressuscitado.
Caminhemos neste santo tempo rumo à Páscoa; usemos como armas de combate no caminho quaresmal a oração, a penitência e a esmola do amor fraterno para que, ao final do caminho, sejamos mais conformes à imagem bendita do Cristo Jesus ressuscitado, nosso Senhor e Deus, vencedor do Maligno e da morte, a quem seja a glória pelos séculos. Amém.

Homilia II

Escutaste que o nosso Salvador lutou contra Satanás, e tu, queres seguir o Salvador sem lutar?
Escutaste que ele jejuou, e tu, desejas ser seu discípulo numa vida fácil e sem disciplina, espiritual e corporal?
Satanás propõe um caminho que não é o do Pai, mas sim o da lógica humana: a facilidade de transformar pedra em pão e, assim, saciar-se, escapando da disciplina e da obediência na busca da vontade de Deus;
Propõe o caminho da aliança com os grandes, com os poderes do mundo para ser aceito e triunfar, ao invés do caminho da fidelidade humilde e trabalhosa ao desígnio do Senhor Deus;
Propõe o sucesso fácil, a busca do aplauso, ao invés da humildade de deixar que Deus seja o centro da nossa  vida.
A grande tentação de Jesus era ser um Messias com a lógica humana e não do jeito de Deus! Mas, não é esta também a nossa tentação, não é este o nosso desafio: viver do nosso modo ao invés de viver do modo de Deus? Fazer do nosso jeito ao invés de convertermo-nos ao jeito do Senhor?
Eis o trabalho quaresmal: Isto é converter-se, mudar de vida, isto é ser cristão verdadeiramente!
Pensai no fiel israelita da primeira leitura, que humildemente, tudo coloca nas mãos do Senhor: “Por isso, agora eu trago as primícias da terra que tu me deste, Senhor!” – assim dizia o judeu em adoração ante o Senhor!
Assim também tu deves fazer, confessando que Jesus é o Senhor e crendo que ele ressuscitou dos mortos! Se tu verdadeiramente fizeres de Jesus o teu rochedo, se o invocares, se não teimares em caminhar do teu modo, tu encontrarás em Jesus a salvação e com ele vencerás toda a tentação e todo o mal. Cumprir-se-á em ti, então, a palavra do Salmista: “Nenhum mal há de chegar perto de ti, nem a desgraça baterá à tua porta!”
Mas, este caminho de conversão não é fácil! É necessária a coragem de combater, utilizando as preciosas armas espirituais que a Igreja nos oferece: a oração, a penitência e a esmola. Caríssimos, não recebamos em vão a graça de Deus! Não sabemos quantas quaresmas o Senhor ainda nos dará nesta vida... Assim, confessemos que Jesus é o Senhor; confessemo-lo com os lábios, confessemo-lo com o coração, mas confessemo-lo também com nossas observâncias quaresmais! E que o Senhor nos conduza a todos à Páscoa deste ano e àquela outra, definitiva, da glória eterna. Amém.

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Breve comentário
No evangelho de Lucas este texto prepara Jesus para a atividade que está para inaugurar, ou melhor, manifesta a sua serena superioridade sobre o adversário que encontrará no ministério. Jesus permanecerá permanentemente fiel à vontade de Deus; nenhuma ambição pessoal, sede de poder ou egocentrismo o afastará da sua missão; vive a sua realidade de Filho de Deus como homem autêntico, sem procurar fugir da condição humana comum a todos.
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Bodeler dizia que a maior tática de satanás é fazer com que se chegue à conclusão de que ele não existe e assim poder trabalhar com maior liberdade. Satanás não se importa com os grandes pecadores, este já estão do seu lado. Satanás não suporta a existência daqueles que levam a sério o evangelho. As tentações de Cristo são as nossas tentações. Cristo as venceu antecipadamente em nosso favor, e durante as nossas tentações podemos já chamar a vitória porque Cristo, o mais forte, está do nosso lado.
 Chave de leitura
Lucas Diz que Jesus “Cheio do Espírito Santo, retirou-se do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto, onde esteve durante quarenta dias” (Lc 4, 1-2). Mateus diz que Jesus “foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo” (Mt 4, 1). O relato de Lucas modifica o texto de Mateus de tal maneira que mostra “Jesus cheio do Espírito Santo” a afastar-se por sua iniciativa do Jordão e a ser conduzido pelo Espírito ao deserto durante quarenta dias, onde “é tentado pelo diabo” (Lc 4, 2). O sentido que Lucas quer dar às tentações de Jesus é que elas foram uma iniciativa do demônio e não uma experiência programada pelo Espírito Santo (S. Brown). É como se Lucas quisesse expor com clareza a distinção entre a personagem do diabo e a pessoa do Espírito Santo.
Outro elemento a ter em conta é a ordem pela qual Lucas dispõe as tentações: desertopanorâmica dos reinos do mundopináculo de Jerusalém. Em Mateus, pelo contrário, a ordem é diferente: desertopináculoalto monte. A diferença poderia ser explicada a partir da terceira tentação (a culminante): para Mateus o “monte” é o vértice das tentações, porque no seu evangelho coloca todo o interesse no tema do monte (basta recordar o Sermão da Montanha, a apresentação de Jesus como o “novo Moisés”); para Lucas, contudo, a última tentação acontece no pináculo do Templo de Jerusalém, porque um dos pontos de maior interesse para o evangelista é a cidade de Jerusalém (Jesus no relato lucano encontra-se a caminho de Jerusalém onde se cumpre de modo definitivo a salvação) (Fitzmyer).
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Quaresma

Com a quarta feira de cinzas, iniciamos um tempo sagrado na vida da Igreja e de todo cristão:  A QUARESMA.

Na Bíblia, o número 40 tem um sentido especial: Período de preparação em vista de um grande acontecimento:

- Assim o Dilúvio durou 40 dias e 40 noites...   foi a preparação para uma nova humanidade.
- Durante 40 anos passou Israel no deserto... a caminho da Terra Prometida.
- Durante 40 dias fizeram penitência os habitantes de Nínive... antes de receber o perdão de Deus.
- Durante 40 dias e 40 noites, caminhou Elias até chegar à Montanha de Deus.
- Durante 40 dias e 40 noites, Moisés e Jesus jejuaram no início da Missão.
- Assim os 40 dias da Quaresma, são também um tempo especial de conversão e renovação interior, em preparação da nossa Páscoa.

+ Ao receber as CINZAS, expressamos com humildade e sinceridade de coração, que desejamos nos CONVERTER e CRER de verdade no Evangelho.
As cinzas simbolizam o nosso NADA diante do Criador. Fomos criados do pó da terra e ao pó voltaremos...

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Para a Celebração da PALAVRA (diáconos e ministros extraordinários da Palavra):

Louvor: QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR:
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR, NOSSO DEUS...
- COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Senhor ajudai-nos a fazer a vossa vontade.
- Pai de bondade, nós vos damos graças pelo nosso batismo quando nos tornastes vossos filhos prediletos. Neste início da quaresma vos recomendamos todos os candidatos a receberem o batismo. Que eles sejam luz e exemplo para a nossa comunidade.
T: Senhor ajudai-nos a fazer a vossa vontade.
- Pai, nós vos damos graças pela fé que recebemos; confessamos que Jesus é o nosso Senhor e acreditamos que O ressuscitastes de entre os mortos e agora está a vossa direita.
T: Senhor ajudai-nos a fazer a vossa vontade.
- Pai, vos damos graças porque temos vosso filho como exemplo fiel á vossa vontade. Enviai-nos o Espírito Santo para que tenhamos força e coragem para progredirmos em vossos caminhos.
T: Senhor ajudai-nos a fazer a vossa vontade.
- Pai, a riqueza, os prazeres e o orgulho muito nos atraem. Ajudai-nos a vencer nossas tentações.
T: Senhor ajudai-nos a fazer a vossa vontade.    
- Pai nosso...   A Paz...    Eis o Cordeiro de Deus...



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