II Dom. da
Quaresma 2019 ano C (Adaptado pelo Diácono Ismael)
Sinopse:
TEMA: “Este
é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!” Somos
convidados a refletir sobre a nossa conversão a Deus.
Iª leitura: Como Abraão, somos
convidados a “acreditar” que Deus é fiel.
Evangelho: O projeto de Jesus se
realiza através da entrega da vida e do amor que se dá até a morte.
IIª leitura: A nossa transfiguração se dá no amor,
sob o sinal da cruz de Jesus.
Iª LEITURA– Gen 15,5-12.17-18
Deus levou Abrão para fora de casa e disse-lhe: «Olha
para o céu e conta as estrelas, se as puderes contar»: «Assim será a tua
descendência». Abrão acreditou [ ]. Disse-lhe Deus: «Eu sou o Senhor que te
mandou sair de Ur [ ], para te dar a posse desta terra». «Toma uma vitela, uma
cabra e um carneiro, uma rola e um pombinho». Abrão cortou-os ao meio [ ].
Quando o sol desapareceu e caíram as trevas, um braseiro fumegante e um archote
de fogo passaram entre os animais cortados. Nesse dia, o Senhor estabeleceu com
Abrão uma aliança, dizendo: «Aos teus descendentes darei esta terra, desde o
rio do Egito até ao grande rio Eufrates».
AMBIENTE - As
tradições patriarcais são reflexões teológicas destinadas a
apresentar modelos de vida e de fé.
Os clãs de Abraão, Isaac e Jacob tinham os seus sonhos e esperanças. O
denominador comum desses sonhos era a esperança de encontrar uma terra fértil e
bem irrigada, bem como possuir uma família forte e numerosa que perpetuasse a
“memória” da tribo. Abraão lamenta porque a sua vida está no fim e o seu
herdeiro será um servo Eliezer. Qual será a resposta de Deus ao lamento de
Abraão?
MENSAGEM - Deus lhe garante uma
descendência numerosa “como as estrelas do céu”. Abraão acredita em
Jahwéh e, por isso, o Senhor considerou-o como justo. A fé é uma confiança total aos desígnios de
Deus. O misterioso cerimonial é um rito
de conclusão de uma aliança de povos antigos: cortavam-se os animais em dois e
pronunciava contra si próprio uma espécie de maldição, para o caso de ser
responsável pela quebra do pacto. O catequista bíblico acentua a ideia de um
compromisso solene e irrevogável que Deus assume com Abraão. Repare: Deus não
exigiu nada de Abraão. A promessa de Deus a Abraão é totalmente gratuita.
ATUALIZAÇÃO ♦ Abraão está velho, sem filhos, sem a
terra sonhada. A resposta de Abraão é confiar totalmente em Deus, aceitar os
seus projetos e pôr-se ao serviço dos desígnios de Jahwéh.
♦
O Deus que se revela a Abraão é um Deus que se compromete
com o homem e cujas promessas são gratuitas. Somos convidados a confiar, mesmo
em meio a uma tempestade. Ele acompanha-nos, ama-nos e é a rocha segura a que
nós podemos agarrar.
SALMO RESPONSORIAL /
26 (27)
O Senhor é minha luz e salvação.
• O Senhor é minha luz e
salvação; / de quem eu terei medo?/
O Senhor é a proteção da minha vida;/
perante quem eu tremerei?
• Ó Senhor, ouvi a voz do
meu apelo, / atendei por compaixão! /
Meu coração fala convosco confiante,/ é
vossa face que eu procuro.
• Não afasteis em vossa ira
o vosso servo, / sois vós o meu auxílio! /
Não me esqueçais nem me deixeis
abandonado, / meu Deus e Salvador!
• Sei que a bondade do
Senhor eu hei de ver / na terra dos viventes. /
Espera no Senhor e tem coragem,/ espera no
Senhor!
EVANGELHO
– Lc 9,28b-36
Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao
monte, para orar. Enquanto orava, alterou-se o aspecto do seu rosto e as suas
vestes [ ]. Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias, [ ]. Pedro e os
companheiros caiam de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois
homens que estavam com Ele. [ ], Pedro disse a Jesus: «Mestre, como é bom
estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para
Elias». [ ]. Enquanto falava, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e
eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem. Da nuvem saiu uma voz, que
dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O». Quando a voz se fez
ouvir, Jesus ficou sozinho. Os discípulos guardaram segredo do que tinham
visto.
AMBIENTE - Jesus anunciou a salvação
aos pobres, proclamou a libertação aos cativos, fez os cegos recobrar a vista,
libertou os oprimidos, proclamou o tempo da graça do Senhor. À volta de Jesus
já se formou esse grupo dos que acolheram a oferta da salvação (os discípulos).
Eles já descobriram que Jesus é o Messias de Deus e que o messianismo de Jesus
passa pela cruz e que devem seguir o mesmo caminho de amor e de entrega da
vida; mas, antes de subirem a Jerusalém, recebem a revelação do Pai que atesta
que Jesus é o Filho bem amado.
MENSAGEM - O relato é uma catequese
sobre Jesus, o Filho de Deus, que através da cruz se dá ao projeto de vida. O
“monte” situa-nos num contexto de revelação (é “no monte” que Deus Se revela e
que faz aliança com o seu Povo); a “mudança” do rosto e as vestes
resplandecentes recordam Moisés, ao descer do Sinai; a nuvem indica a
presença de Deus conduzindo o seu Povo através do deserto. Moisés e Elias
representam a Lei e os Profetas (que anunciam Jesus); além disso, pela
catequese judaica, deviam aparecer no “dia do Senhor”, quando se manifestasse a
salvação definitiva. Eles falam com Jesus sobre a sua “morte” (“exodon” –
“partida”). A morte de Jesus é uma morte libertadora, que trará o Povo da
escravidão para a terra da liberdade.
:::
Jesus é o Filho amado de Deus, através de quem o Pai oferece aos homens uma
proposta de aliança e de libertação. As figuras de Moisés e Elias (Lei e
Profetas) apontam para Jesus e anunciam a salvação definitiva que, n’Ele, irá
acontecer. Essa libertação dar se- á na cruz de amor total. É esse o “novo
êxodo”, o dia da libertação definitiva do Povo de Deus. O “sono” é simbólico: os
discípulos “dormem” porque não querem entender que a “glória” do Messias
tenha de passar pela experiência da cruz e da entrega da vida; a construção das
“tendas” parece significar que os discípulos queriam deter-se nesse momento de
revelação gloriosa, ignorando o destino de sofrimento de Jesus.
ATUALIZAÇÃO ♦ O Filho de Deus, vai concretizar o
plano libertador através da entrega total de Si por amor. A “transfiguração”
anuncia a vida nova que daí nasce; a ressurreição.
♦ Os
discípulos que partilham da transfiguração não aceitam que o projeto libertador
passe pela cruz. Eles não entendem um Deus que Se manifesta no serviço e no
amor (dormem).
♦ Os
discípulos não têm muita vontade de “descer à terra” e enfrentar o mundo e os
problemas dos homens. São os que vivem de olhos postos no céu, sem vontade de
intervir para transformar. A religião é um compromisso com Deus que Se faz
compromisso de amor com o mundo e com os homens.
LEITURA
II – Filip 3,17-4,1
Sede meus imitadores [ ]. Porque há muitos, [ ] que procedem como inimigos da cruz de
Cristo. O fim deles é a perdição: têm por deus o ventre, [ ] e só apreciam as coisas terrenas. Mas a nossa pátria está nos Céus, [ ] Jesus Cristo transformará o nosso corpo,
para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso,[ ]. Portanto, meus amados [ ] ,
permanecei firmes no Senhor.
AMBIENTE - Na prisão (em Éfeso?),
Paulo agradece aos Filipenses, exorta-os à fidelidade e os põe de sobreaviso em
relação aos falsos pregadores que confundiam os cristãos e punham em causa o
essencial da fé (o Evangelho não é o cumprimento de ritos externos, mas a
adesão à proposta de salvação que Deus nos faz em Jesus).
MENSAGEM - Os Filipenses têm dois
exemplos a seguir. Um é o de Paulo, outro os pregadores “judaizantes” que dizem
participar já, no triunfo de Cristo. Paulo recusa este triunfalismo e pede que
não imitem esses pregadores, mas o exemplo do próprio Paulo. Paulo avisa que A salvação não está
consumada; encontra-se ainda em processo de gestação. Vamos amadurecendo
progressivamente, sob o signo da cruz de Cristo. Quanto a esses, “cujo deus é o ventre e
colocam o seu coração nas coisas terrenas”, esses esqueceram o essencial e
estão condenados à perdição. O nosso destino é um corpo transfigurado pela
ressurreição. Como garantia de que será assim, temos Jesus Cristo, Senhor e
Salvador.
ATUALIZAÇÃO ♦ somos convidados a ter consciência de
que a nossa caminhada em direção ao Homem Novo não está concluída; trata-se de
um processo construído dia a dia sob o signo da cruz, isto é, numa entrega
total por amor que subverte os nossos esquemas egoístas e comodistas.
♦ Considerar-se
como alguém que já atingiu a meta da perfeição pela prática de alguns ritos
externos é orgulho e autossuficiência: significa que ainda não percebemos onde
está o essencial – na mudança do coração. Só a transformação radical do coração
nos conduzirá a essa vida nova, transfigurada pela ressurreição.
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No monte Tabor
Estamos no 2º domingo da
Quaresma.
A Liturgia nos convida a
subir o Monte Tabor para fortalecer a nossa fé em nossa caminhada quaresmal.
A Quaresma é o caminho de
nossa transfiguração em Cristo.
O Tabor é uma parada que
Jesus faz em sua caminhada para o Calvário.
É o lugar onde Deus reanima
seus amigos e lhes dá as forças necessárias para chegar também eles à cruz.
As leituras apresentam pistas
para a nossa "TRANSFIGURAÇÃO".
A 1ª Leitura nos
fala da FÉ DE ABRAÃO. (Gn 15,5-12.17-18)
Abraão já está velho, sem
filhos, sem a terra sonhada e sua vida parece condenada ao fracasso.
Deus lhe garante a Posse de
uma Terra e uma descendência numerosa...
Ele confia totalmente em Deus
e se põe a serviço dos desígnios do Senhor.
* Abraão é um modelo de fé:
confia totalmente em Deus, aceita os planos de Deus e se põe a serviço deles.
Na 2a leitura,
PAULO mostra sua FÉ na transfiguração, apesar do que via e condenava na
comunidade:
"Ele
transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo
glorificado". (Fl 3,17-4,1)
* A nossa transfiguração e a
transformação do mundo atual exigem um processo contínuo de conversão.
O Evangelho apresenta
a FÉ DOS APÓSTOLOS, fortalecida na MONTANHA pela Transfiguração de
Jesus. (Lc 9,28b-36)
Jesus está a caminho de
Jerusalém com os Apóstolos.
O 1o anúncio da
PAIXÃO provoca neles uma crise profunda...
Desmoronam as esperanças
messiânicas, impregnadas de triunfalismo...
Os Apóstolos, decepcionados,
entram numa profunda crise.
Para reanimar a fé abalada
deles, Jesus...
- recorre à oração, na
MONTANHA, lugar sagrado por excelência, onde Deus se revela ao homem e lhe
apresenta seus projetos.
- se transfigura: Todo
encontro autêntico com Deus deixa marcas visíveis no rosto das pessoas, como em
Moisés ao descer do Sinai;
- Uma Voz confirma: "Este é o meu filho amado,
escutai-o".
Ao descer do monte, uma nova energia
inundaria a sua pessoa e o coração dos apóstolos, para continuar a marcha para
Jerusalém, onde seria crucificado...
+ PORMENORES significativos do evangelho de Lucas:
- O Motivo da ida à Montanha:
"Ele vai lá para orar..."
- O rosto deixa transparecer
a presença de Deus durante a Oração.
- Aparecem Moisés e Elias que falam sobre o que encontrará em
Jerusalém.
Representam a Lei e os Profetas: o Antigo
Testamento...
- Os três discípulos dormem,
quando Jesus fala de doação da própria vida...
- As três Tendas: Pedro deseja permanecer contemplando o
transfigurado.
Jesus convida a descer o monte e prosseguir
a caminhada...
Não podemos nos acomodar em nossa tenda;
precisamos SAIR, agir e enfrentar os conflitos da caminhada.
- Da nuvem sai uma VOZ: "Este é meu Filho, ESCUTAI-O".
- No fim, "Jesus ficou
sozinho": Moisés e Elias desaparecem...
O Antigo Testamento já cumpriu sua tarefa.
OS TRÊS DISCÍPULOS:
- partilham a experiência da
transfiguração, mas recusam-se a aceitar que o triunfo de Cristo passe pelo
sofrimento e pela cruz;
- testemunham a
transfiguração, mas parecem não ter muita vontade de descer à terra e enfrentar
o mundo e os problemas dos homens;
- representam os que vivem de
olhos postos no céu, mas alheados na realidade do mundo, sem vontade de
intervir para o renovar e transformar.
Agentes da transfiguração:
- Nós, como os apóstolos,
deparamos com a cruz... E a primeira reação costuma ser a mesma: fugir dela.
Aceitamos com alegria o Tabor... mas temos
dificuldade em aceitar o Calvário.
- Nesses momentos, para
reanimar a nossa fé, Deus continua "inventando" também para nós um
Tabor, dando-nos uma pequena amostra de
sua beleza e de sua glória.
- Contudo é bom lembrar que,
o Tabor foi apenas uma parada que Jesus fez em seu caminho para o Calvário.
Também para nós, o Tabor continua sendo uma
situação transitória, para que sejamos testemunhas vivas do que nos espera...
+ O Nosso Tabor...
A transfiguração aconteceu
oito dias após o anúncio da Paixão...
Para os cristãos, o 8º Dia é
o "Dia do Senhor", no qual a comunidade se reúne para escutar a
Palavra e para partir o Pão.
Todos os domingos, devemos SUBIR
a Montanha para CONTEMPLAR o Cristo transfigurado (ressuscitado) e ESCUTAR a
sua voz.
E depois, transfigurados, DESCER
a Montanha (sair da igreja) para prosseguir a nossa caminhada como agentes da
transfiguração, dispostos a enfrentar o mundo e os seus problemas...
* O que fazemos no DOMINGO?
SUBIMOS a Montanha... para
contemplar esse Rosto... para escutar essa Voz?
e depois DESCEMOS reanimados
para prosseguir a nossa caminhada?
A nossa fé na transfiguração
nos deve levar a transfigurar todo o nosso ser e transformar o mundo que nos
rodeia. A humanidade se transforma e renasce quando escuta a Palavra do Pai em
seu Filho e a põe em prática.
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia do Pe. Pedrinho
Meus
irmãos e irmãs, entramos no segundo domingo da quaresma, buscamos, a partir
da Palavra de Deus e da Celebração, confirmar nossa caminhada. Sem a Bíblia
não temos força para caminhar. Sem a Eucaristia não temos força para caminhar.
O Concílio Vaticano segundo, no documento chamado Dei Verbum, vai dizer, que a
Eucaristia e a Palavra de Deus tem o mesmo valor e o mesmo
significado, porque ambas tratam da encarnação de Deus. A Palavra de Deus,
quando é lida e proclamada, ela tem a encarnação; o Verbo se faz carne. Por que?
A Palavra é transmitida através de uma pessoa e quando Celebramos a Eucaristia,
o pão e o vinho se faz carne; são estas duas grandezas que compõem a missa
(Celebração Eucarística). A Celebração Eucarística, portanto, é o ápice, o mais
importante da nossa caminhada de fé, porque é o momento em nós nos encontramos
com Deus. Agora, somos pessoas sensíveis. O que significa isto? Nós
conseguimos nos comunicar através do ouvido, a audição. Através do
olhos, a visão. Através do olfato, o cheiro. Através do paladar, o gosto.
Através da voz, do tato, o que significa, que somos necessitados de sinais
concretos, não só de idéias para celebrar a nossa fé. A nossa fé não é uma
idéia, um pensamento. A nossa fé, diz o papa Bento XVI, é na pessoa concreta; é
Jesus. Portanto, a nossa fé não é uma aventura, mas algo verdadeiro, que eu
posso, inclusive, identificar na história. Por que eu estou dizendo tudo isto?
Porque é a liturgia que vai nos ajudar a celebrar, é a liturgia que vai
criar o ambiente, clima necessário para encontrar-me com Deus. Muitas pessoas
dizem: “a Celebração Eucarística (missa) é a mesma coisa”. Na realidade, esta pessoa não entendeu bem. É
a mesma coisa, porque ela, talvez, tenha a mesma postura em cada missa, mas cada
Celebração é um encontro com Jesus. Cada Celebração é um encontro com Deus.
Como eu preciso ver, ouvir, sentir o sabor, tocar, então, a liturgia cria
este recurso, para que este encontro com Jesus seja festivo, seja solene.
Daí, os cânticos, por exemplo, daí o porque temos a leitura da Palavra de Deus
com toda solenidade. Daí o porque temos o momento da consagração, onde, para
chamar mais a nossa atenção, embora NÃO SEJA NECESSÁRIO. É evidente, que quem
participa realmente da Celebração, deve fazer a sua parte. Veja, que também Abraão
está num ambiente litúrgico. Naquele tempo, ofereciam animais. Quem aboliu
isto foi Jesus, quando ofereceu a si mesmo como cordeiro. Eles abriram o animal
no meio, um novilho e fez toda uma Celebração. A noite, passou como um braseiro
na carne, confirmando a aliança entre Deus e Abraão. O sinal desse braseiro nós
temos até hoje; é a vela acesa. É para nos lembrar desse braseiro, desse
fogo que vem de Deus, exatamente, para confirmar a nossa Celebração, o nosso
culto. Claro, que é um braseiro simbólico, porque o grande sinal é o Círio
Pascal, o grande fogo que veio do céu, que celebraremos no Sábado santo de
maneira solene, esta luz que é Cristo.
Agora,
temos também, no Evangelho de hoje a Palavra de Deus dizendo: “Este é o meu
Filho amado, em quem deposito minha confiança. Ouvi-o”
Temos,
então, o sinal sensível, que é o fogo, que eu vejo e se puser a mão ele queima,
como eu tenho o sinal sensível que é a Palavra de Deus, que eu ouço e acabamos
de ouvir a pouco. Tanto a primeira leitura, a segunda, o Evangelho, como o
salmo também.
Agora,
é partindo disto, que somos chamados a por em prática, aquilo que nos é falado por
Deus. Já fomos purificados e confirmados, através do fogo do Espírito Santo;
através do Batismo e, poderíamos dizer, seria também através da Crisma. Ora,
estamos purificados. Agora resta ouvir os conselhos de Deus e por em
prática. É aqui que começa a dificuldade, porque o momento litúrgico nos
ajuda a nos preparar para a missão, mas a missão não deve acontecer aqui
dentro. Aqui dentro acontecem serviços. Por que? Assim como uma festa,
um jantar em casa, você precisa que pessoas ajudem para que tudo corra bem,
também na Celebração; temos pessoas que nos acolhem, pessoas que nos ajudam na
comunhão, pessoas que cuidaram da limpeza, ornamentação, pessoas que fazem as
leituras para nós, temos pessoas que ensaiaram e nos ajudam a cantar na
Celebração, temos pessoas que procuram manter todo o ambiente adequado: isto é
um serviço. A nossa missão é fora daqui. A nossa missão é com aqueles que são
contrários a cruz de Cristo, a compreender, que é através da Cruz, que Ele nos
trouxe a salvação. Aqui, não estou me referindo a religiões, que não aceitam a
cruz. Estamos falando de pessoas que não aceitam Jesus Cristo. Dificilmente,
você encontrará alguém que diz que não aceita Jesus. A pergunta será; por que?
E a pessoa não saberá responder. A maioria irá dizer que aceita Jesus, mas na
hora de por em prática o que Ele ensina, aí damos um jeitinho. Isto é o que o
Papa Bento XVI chamou de hipocrisia. Se eu aceito Jesus, eu aceito o que Ele
fala e acabou. Não há porque ter medo em dizer: Eu creio em Jesus Cristo.
Não há que ter medo de anunciar a cruz de Cristo. Alguns vão argumentar: Mas eu
vou anunciar o objeto de suplício de Jesus? Ora, este objeto também é um sinal
sensível, porque Jesus nos apresenta um programa de vida e por conta desse
programa, acabou assumindo a Cruz. Mas, Ele não apresentou somente a cruz; a
cruz faz parte, mas não é a única revelação que Jesus nos oferece. Eu sempre
falei e é bom lembrar, que esta cruz que colocamos no altar, deve ser menor do
que o corpo, de propósito, para as pessoas não pensarem que Jesus é só cruz. Ao
contrário, Jesus é aquele que abraçou a cruz. A cruz é muito menor do que Ele.
Jesus é maior do que qualquer idéia que podemos fazer. Ele é o Filho amado de
Deus. Ele é aquele que dá sentido às palavras de Moisés e de Elias. Ele
é aquele que garante vida eterna as pessoas. O mundo precisa saber disto,
porque muitas pessoas não tem mais esperança. Como oferecer esperança sem
iludi-las? É através de Jesus. Porque Jesus nos apresenta o amor de Deus, mas
também nos chama ao compromisso. Por isso, temos este salmo belíssimo; “o
Senhor é minha luz e salvação”. Por quê? Porque sem Ele, não temos esperança.
A
proposta para esta semana, nesta segunda semana da quaresma, é ajudar as
pessoas a se transfigurar; ir além da imagem, não parar nesta imagem, mas
perceber o que está por detrás dessa imagem. Jesus, aparentemente, é só homem,
mas atrás dessa imagem, tem um Deus vivo e verdadeiro. Quais são as imagens que
somos chamados a transfigurar? Talvez, começando por cada um de nós,
diante do Senhor, ganhar um sentido novo na vida. Transfigurar, talvez,
a juventude. A tantos que estão buscando a felicidade e a esperança e procuram
em lugares equivocados. Jesus é a pessoa que pode dar esperança, segurança.
Transfigurar as famílias. Muitos já não vêem valores na família e não aguentam
viver em família. Talvez, não conseguem ver que são esta luz de Cristo no
mundo. Há tantos que não conseguem se transfigurar, que já desanimaram da vida.
É aí que entra o nosso trabalho. Para que tenhamos força e coragem de enfrentar
isto, é que os reunimos na liturgia, na Celebração Eucarística, para ouvirmos a
Palavra e nos alimentar do Corpo e do Sangue do Senhor. Não desanimemos, mas
nos renovemos nossa disposição de sermos anunciadores da Ressurreição do
Senhor.
Louvado
seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pe. Pedrinho
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Homilia
de D. Henrique Soares
A
Palavra de Deus apresenta-nos um contraste entre escuridão e luz: escuridão da
noite do Pai Abraão e luz do Cristo transfigurado; (2) chama atenção com um
evangelho tão estrondoso como o da Transfiguração.
Na
primeira leitura, Abraão nos é apresentado numa profunda crise; Deus tinha lhe
prometido descendência e uma terra e, quase vinte e cinco anos após sua saída
de sua pátria e de sua família, o Senhor ainda não lhe dera nada! Numa noite
escura, noite da alma, Abraão, não mais se conteve e perguntou: “Meu
Senhor Deus, que me darás?” (Gn 15,2) Deus, então, “conduziu
Abrão para fora e disse-lhe: ‘Olha para o céu e conta as estrelas, se fores
capaz! Assim será a tua descendência!” Deus tira Abraão do seu mundozinho, de seu modo de ver
estreito, da sua angústia, e convida-o a ver e sentir com os olhos e o coração
do próprio Deus. “Abrão teve fé no Senhor”. Abraão esperou contra
toda esperança, apostando tudo no Senhor, apoiando nele todo seu futuro, toda
de sua existência! Abraão creu! Por
isso Deus o considerou seu amigo, “considerou isso como justiça!” E,
como recompensa Deus selou uma aliança com nosso Pai na fé: “’Traze-me
uma novilha, uma cabra, um carneiro, além de uma rola e uma pombinha’. Abrão
trouxe tudo e dividiu os animais ao meio. Aves de rapina se precipitaram sobre
os cadáveres, mas Abrão as enxotou. Quando o sol ia se pondo, caiu um sono
profundo sobre Abrão e ele foi tomado de grande e misterioso terror”. Abrão
entra em crise: no meio da noite – noite cronológica, atmosférica; noite no
coração de Abrão – no meio da noite, as aves de rapina ameaçam, e o sono
provocado pelo desânimo e a tristeza, rondam nosso Pai na fé... Deus demora, Deus parece ausente, Deus
parece brincar com Abraão! Tudo é noite, como muitas vezes na nossa vida e
na vida do mundo! Mas, ele persevera, vigia, luta contra as aves rapineiras e o
torpor... E, no meio da noite Deus passa,
como uma tocha luminosa: “quando o sol se pôs e escureceu, apareceu um
braseiro fumegante e uma tocha de fogo... Naquele dia, o Senhor fez aliança com
Abrão”. Observemos o mistério: Deus passou, iluminou a noite; a noite fez-se dia: “Naquele
dia, Deus fez aliança com Abrão!” Abraão, nosso Pai, esperou, creu,
combateu, vigiou e a escuridão fez-se luz, profecia
da luz que é Cristo, cumprimento da aliança prometido pelo Senhor! “O
Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da
minha vida; perante quem tremerei?” Eis o cumprimento da Aliança com
Abraão: Cristo, que é luz, Cristo que hoje aparece transfigurado sobre o Tabor!
No
evangelho, Jesus estava rezando – “subiu à montanha para rezar” -
e, portanto, aberto para o Pai, disponível, todo orientado para o Senhor Deus:
Cristo subiu para encontrar seu Deus e Pai! E o Pai o transfigura. Sim, o Pai!
é a voz do Pai que sai da nuvem e apresenta Aquele que brilha em luz puríssima:
“Este é o meu Filho, o Escolhido!” E a Nuvem que o envolve é sinal
do Espírito de Deus, aquela mesma glória de Deus que desceu sobre a Montanha do
Sinai (cf. Ex Ex 19,16), sobre a Tenda de Reunião no deserto (cf. Ex 40,34-38),
sobre o Templo, quando foi consagrado (cf. 1Rs 8,10-13) e sobre Maria, a Virgem
(cf. Lc 1,35). É no Espírito Santo que o Pai transfigura o Filho! Na voz, temos
o Pai; no Transfigurado, o Filho; na Nuvem luminosa, o Espírito! E aparecem
Moisés e Elias, simbolizando a Lei e os Profetas. Aqui, não nos percamos em
loucas divagações e ignóbeis (sem no nobreza, fútil) conclusões, como os
espíritas, que de modo louco, querem provar com este texto que os mortos se
comunicam com os vivos! Trata-se, aqui, de uma visão sobrenatural, não de uma
aparição fantasmagórica e natural! Moisés e Elias, que “estavam conversando
com Jesus... sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém”. Aqui é
preciso compreender! Um pouco antes – Lucas diz que oito dias antes (cf. 9,28)
– Jesus tinha avisado que iria sofrer muito e morrer; os discípulos não
compreendiam tal linguagem! Agora, sobre o monte, eles vêem que a Lei (Moisés)
e os Profetas (Elias) davam testemunho da morte de Jesus, de sua Páscoa! Sua
paixão e morte vão conduzi-lo à glória da Ressurreição, glória que Jesus revela
agora, de modo maravilhoso! Assim, a fé dos discípulos, que dormiam como
Abraão, é fortalecida, como o foi a de Abraão, ao passar a glória do Senhor na
tocha de fogo! A verdadeira tocha, a verdadeira luz que ilumina nossas noites
sombrias e nossas dúvidas tão persistentes é Jesus!
Este
evangelho logo no início da Quaresma, Precisamente porque estamos caminhando
para a Páscoa: a de 2013 e a da Eternidade. Atravessando a noite desta vida e
tempo quaresmal, estamos em tempo de oração, vigilância e penitência! A Igreja,
como Mãe, carinhosa e sábia, nos anima, revelando-nos qual o nosso objetivo,
qual a nossa meta, o nosso destino: trazer em nós a imagem viva do Cristo
ressuscitado, transfigurado pelo Espírito Santo do Pai. Escutemos São Paulo: “Nós somos cidadãos do céu. Esperamos o
nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará o nosso corpo humilhado
e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso. Assim, meus irmãos, continuai
firmes no Senhor!” Compreendem? Se mantivermos o olhar firme naquilo
que nos aguarda – a glória de Cristo –, teremos força para atravessar a noite
desta vida e o tempo da Quaresma. Somos convidados à perseverança de Abraão, ao
seu combate na noite, à vigilância e à esperança, somos convidados a não
sermos “inimigos da cruz de Cristo, que só pensam nas coisas terrenas”,
somos convidados a viver de fé, a combater na fé! Este é o combate da Quaresma,
este é o combate da vida: passar da imagem do homem velho, com seus velhos
raciocínios e sentimentos, ao homem novo, imagem do Cristo glorioso! Se formos
fiéis, poderemos celebrar a Páscoa deste ano mais assemelhados ao Cristo
transfigurado pela glória da Ressurreição e, um dia, seremos totalmente
transfigurados à imagem bendita do Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito
Santo vive e reina na glória imperecível. Amém!
D. Henrique Soares.
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Para a Celebração da Palavra (Diáconos e ministros extraordinários da
Palavra):
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O
ALTAR):
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR NOSSO...
- Por Jesus, COM JESUS e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS
AO PAI:
T: Pai, abri
nossos corações para acolher os vossos ensinamentos.
- Ó Deus de Abraão, Deus de nossos pais na fé, nós Vos bendizemos e Vos
reconhecemos como o Pai de incontáveis crentes que Vós multiplicastes como as
estrelas do céu e a areia do deserto. Nós vos pedimos por todos os crentes que
se reconhecem filhos de Abraão em diferentes confissões; Que o vosso Espírito
nos guie para a unidade.
T: Pai, abri
nossos corações para acolher os vossos ensinamentos.
- Pai, nós vos damos graças porque nos destes a dignidade de sermos
cidadãos do Céu e nos destes Jesus como modelo para nos guiar. Que o Vosso
Espírito nos transforme à imagem do corpo glorioso de vosso Filho.
T: Pai, abri
nossos corações para acolher os vossos ensinamentos.
- Ó Deus de luz, bendito sejais por estes momentos de oração em cada
domingo. Vós nos elevais sobre a montanha com Jesus e os discípulos. Como é bom
estarmos aqui, na vossa presença. Nós vos pedimos: abri os nossos corações à
Palavra viva do Vosso Filho bem-amado, para que sempre o escutemos e sigamos os
seus passos.
T: Pai, abri
nossos corações para acolher os vossos ensinamentos.
- PAI NOSSO... A PAZ...
EIS O CORDEIRO DE DEUS...
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Há
alguns anos um grande amigo meu, que trabalhava na Congregação para o Culto
Divino e Disciplina dos Sacramentos, comentou que havia uma tendência, dentre
alguns colegas padres, de chamar inadequadamente o II Domingo da Quaresma
de Domingo da Transfiguração, quase que equiparando-o à
Festa da Transfiguração do Senhor que se celebra no dia 06 de agosto. Desta
forma, estaríamos diante de uma espécie de duplicata desnecessária de
celebrações. Contudo, a narração da Transfiguração do Senhor no II Domingo da
Quaresma não é para fazer um parêntese festivo no percurso quaresmal, mas antes
de tudo, está muito bem inserida no caminho de preparação da Páscoa de toda a
Igreja e, especialmente dos catecúmenos, que se deixam iluminar e purificar.
Por isso, não podemos isolar a experiência da Transfiguração do Senhor do seu
horizonte mais concreto, isto é, a paixão, morte e ressurreição do Filho eleito
do Pai.
Na Quaresma não se abre espaço para “se festejar” a
Transfiguração, mas somos convidados a fazer a experiência da subida do Tabor para lá realizarmos uma parada
estratégica a fim de continuar a estrada que nos leva ao Calvário. E assim,
vencendo toda a tentação de fuga e acomodação, mergulhar no mistério da
ressurreição, que dá início à plenitude da vida. A experiência da manifestação
da glória de Jesus não nos aliena do horizonte da vida, muitas vezes marcado
por obstáculos, sofrimentos, lutas, dor e cruz. Mas reforça as nossas
disposições para o combate na luta contra o mal e contra tudo aquilo que
desfigura a vida humana e a criação, pois estas precisam ser transfiguradas
pela força da cruz e pela luz da ressurreição.
Só
entenderemos o profundo significado da Transfiguração se considerarmos com
atenção o que nos é dito, de forma muito precisa, no início da narração: “E aconteceu que cerca de oito dias depois destas palavras…”.
Infelizmente, por questões de adaptação das perícopes à leitura litúrgica, no
lecionário, esta introdução chave foi substituída por “Naquele tempo”. Contudo, retomemos a leitura como
está no seu contexto evangélico original.
Numa
leitura atenta da narração da Transfiguração certamente far-se-ia uma pergunta:
que “palavras são estas ditas há cerca de oito dias”? Em síntese, aqui se faz
uma referência à profissão de fé de Pedro, ao primeiro anúncio da paixão e às
exigências do seguimento de Jesus. Tudo isso coroado com a promessa de Jesus: “Eu vos digo, em verdade, alguns dos presentes não provarão a morte
até que vejam o Reino de Deus”.
“Tomando consigo Pedro, Tiago e João”, Jesus realiza
a sua promessa de proporcionar a alguns dos presentes a confirmação de que o
Reino já chegou. A escolha dos três não representa privilégio exclusivista, mas
uma metodologia eficiente que corrige generalidades estéreis e imprime força e
autoridade ao testemunho que deve ser dado a todos por pessoas concretas que
compartilham experiências e não apenas ideias.
Se
na Transfiguração faz-se a experiência de que o Reino chegou, a primeira
exigência para constatar isto é a experiência de oração: “Subiu a montanha para orar. Enquanto orava…”.
Oração que alimentava toda a vida terrena de Jesus e que, por sua vez, era
ocasião de revelar aos discípulos quem Ele era. Para reconhecer os sinais da
chegada do Reino é preciso sair do nível rasteiro da vida, da superficialidade
irresponsável e galgar alturas que ajudem a enxergar com profundidade e
amplitude. Por isso, Jesus conduz três dos seus discípulos à montanha para
orar.
Não
se diz explicitamente que era noite, mas o fato de “subir à montanha para orar”, em comparação com
outras passagens do evangelho, faz-nos pensar que era noite, e confirma-o o
fato: “Pedro e os companheiros estavam pesados de sono (grego:bebareménoi hipnô: sobrecarregados
no sono). O sono na Tradição bíblica indica, muitas vezes, a realidade da morte
espiritual, resultado de um estado de alienação e fuga, sobretudo diante do
sofrimento e obstáculos. Tanto que os mesmos discípulos, mais tarde no horto,
adormecidos, serão despertados pelo próprio Senhor, que se prepara para o
grande momento do seu sofrimento e morte (Lc 22,45). Portanto, para perceber a
chegada do Reino é preciso despertar, e permanecer vigilantes. Os discípulos em
plena escuridão: “Ao despertarem viram a sua glória”. Para
além de toda aparente vitória do mal (a noite, o peso do sono), o discípulo
orante vislumbra a radiosa e brilhante vitória do seu Mestre.
Contudo,
mesmo fazendo a experiência da luz não estão isentos da tentação do comodismo e
da fuga, sobretudo quando se apegam à aparência do belo (bom): “É bom estarmos aqui”, numa tentativa (tentação) de
impedir que se realize aquilo que, na conversa de Jesus com Moisés e Elias, foi
anunciado: “Falavam de sua partida (grego: exodos)”. Sem o êxodo de Jesus (sua morte e
ressurreição), o Reino não se realiza plenamente. A tentação das tendas
pretende interromper o caminho, talvez possibilite comodidade, mas com certeza
trai o projeto do Pai, que intervém substituindo as tendas que aprisionam, pela
nuvem itinerante, sinal da sua presença na caminhada do povo que se tivesse se
instalado no deserto, não teria chegado à terra prometida (Ex 13,21). Contudo,
o novo povo não precisa mais da coluna de fogo, pois é o Filho Eleito, cujo “rosto se alterou e as vestes tornaram-se de fulgurante brancura”,
a luz vinda do alto para iluminar os nossos passos (Lc 1,78). Ouvir sempre a
sua voz nos ajudará a discernir os sinais da presença do seu Reino e a
encontrar forças para vencer as tentações da alienação e do comodismo, que
impedem a expansão do Reino. Eis, portanto, o grande desafio do nosso percurso
quaresmal: na contemplação do Filho transfigurado, sermos configurados a Ele,
vencendo a tentação da acomodação que desfigura aquilo que somos, isto é, a
imagem e semelhança de Deus.
Pe.
André Vital Félix da Silva, SCJ. Mestre em Teologia Bíblica pela Pontifícia
Universidade Gregoriana. Professor nos Seminários de Campina Grande-PB,
Caruaru-PE e João Pessoa-PB. Membro da Comissão Teológica Dehoniana Continental
– América Latina
Sinopse:
Segundo domingo, a partir da Palavra de Deus e da
Celebração, confirmar nossa caminhada.
O documento Dei Verbum, Eucaristia e Palavra mesmo
valor
Somos pessoas sensíveis. comunicar sentidos.
Audição, visão, paladar, tato, paladar. Ouvido,
A liturgia que vai nos ajudar a celebrar, a
liturgia cria este recurso.
Cada Celebração é um encontro com Jesus.
Abraão está num ambiente litúrgico.
Círio Pascal, o grade fogo que veio do céu
“Este é o
meu Filho amado, em quem deposito minha confiança. Ouvi-o”
Ouvir os conselhos de Deus e por em prática.
Aqui dentro acontecem serviços.
Se eu aceito Jesus, eu aceito o que Ele fala e
acabou.
Ele é aquele que dá sentido às palavras de Moisés e
de Elias.
Chamados a transfigurar. Ganhar um sentido novo na
vida.
Renovemos nossa disposição de sermos anunciadores
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