quinta-feira, 31 de outubro de 2019

TODOS OS SANTOS, homilias, subsídios homiléticos


31º  DOMINGO do TC SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS ano 2019
SINOPSE: (Diácono Ismael)

TEMA: Todos os Santos; Dia de contemplar os nossos heróis na fé. “Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro.” Todos os Santos é a festa de todos aqueles que procuram, em cada dia, amar a Deus e os seus irmãos.
Primeira leitura: João recorre a uma visão para descrever nossos heróis na fé.
Evangelho: Jesus nos fala das bem-aventuranças no Reino.
Segunda leitura: João nos diz que pelo batismo somos filhos de Deus e nós nem podemos imaginar a felicidade que nos aguarda.

PRIMEIRA LEITURA (Ap 7,2-4.9-14) Leitura do Livro do Apocalipse de São João.
Eu, João, vi um outro anjo, que subia do lado onde nasce o sol. Ele trazia a marca do Deus vivo e gritava, em alta voz, aos quatro anjos que tinham recebido o poder de danificar a terra e o mar, dizendo-lhes: “Não façais mal à terra, nem ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos do nosso Deus”. Ouvi então o número dos que tinham sido marcados: eram cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. Depois disso, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão. Todos proclamavam com voz forte: “A salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro”. Todos os anjos estavam de pé, em volta do trono e dos Anciãos e dos quatro seres vivos e prostravam- se, com o rosto por terra, diante do trono. E adoravam a Deus, dizendo: “Amém. O louvor, a glória e a sabedoria,
a ação de graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus para sempre. Amém!” E um dos Anciãos falou comigo e perguntou: “Quem são esses vestidos com roupas brancas? De onde vieram?” Eu respondi: “Tu é que sabes, meu senhor”. E então ele me disse: “Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro”.

Breve comentário – Em meio às perseguições o profeta traz esperança. É uma linguagem codificada, que evoca Roma (Babilônia). Proclama a vitória do Cordeiro que transformou o caminho de morte em caminho de vida para todos aqueles que O seguem, e eles são numerosos; participam do seu triunfo, numa festa eterna.
1- «O selo (o sinete de marcar); nesta marca, em forma de cruz, o caráter batismal.
2- «Cento e quarenta e quatro mil» é simbólico; 12 x 12 x 1000 e são a mesma «multidão imensa que ninguém podia contar» (v. 9).
3 «Os (24) Anciãos».12 as tribos de Israel e 12 todas as tribos do mundo.
4- «Os 4 Viventes», os quatro pontos cardeais, ou os quatro elementos do mundo (terra, fogo, água e ar), isto é, a totalidade do Universo; única adoração e louvor a Deus.
6- «A grande tribulação»; perseguição violenta no curso da história da Igreja.
7- «Lavaram as suas túnicas no sangue do Cordeiro». Todos alcançaram a purificação através do sangue do crucificado, pois aceitaram Jesus e sua vida foi um esforço contínuo de conversão na imitação do Mestre Divino.

As primeiras perseguições tinham feito destruições cruéis nas comunidades cristãs, ainda tão jovens. Iriam estas comunidades, acabadas de fundar, desaparecer? As visões do profeta cristão trazem uma mensagem de esperança nesta provação. É uma linguagem codificada, que evoca Roma, perseguidora dos cristãos, sem a nomear diretamente, aplicando-lhe o qualificativo de Babilônia.
A revelação proclamada é a da vitória do Cordeiro. Que paradoxo! O próprio Cordeiro foi imolado. Mas é o Cordeiro da Páscoa definitiva, o Ressuscitado. Ele transformou o caminho de morte em caminho de vida para todos aqueles que o seguem, em particular pelo martírio, e eles são numerosos; participam doravante ao seu triunfo, numa festa eterna.

SALMO RESPONSORIAL / 23 (24)
É assim a geração dos que procuram o Senhor.
• Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, / o
mundo inteiro com os seres que o povoam, / porque
ele a tornou firme sobre os mares; / sobre as águas a
mantém inabalável.
• “Quem subirá até o monte do Senhor, / quem ficará
em sua santa habitação?” / “Quem tem mãos puras e
inocente coração, / quem não dirige sua mente para
o crime.
• Sobre este desce a bênção do Senhor / e a recompensa
de seu Deus e Salvador”. / “É assim a geração dos que
o procuram / e do Deus de Israel buscam a face”.

EVANGELHO (Mt 5,1-12a) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e Jesus começou a ensiná-los: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Bem- aventurados os aflitos, porque serão consolados. Bem- aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem- aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.

AMBIENTE - Mateus nos lembra a montanha da Lei (Sinai), onde Deus Se revelou e deu ao seu Povo a antiga Lei. Agora é Jesus, que, numa montanha, oferece ao novo Povo a nova Lei que deve guiar a todos.
MENSAGEM
Jesus proclama “bem-aventurados” os que estão de espírito aberto para acolher a proposta que Deus lhes oferece em Jesus; não colocam sua confiança na riqueza, no poder, no êxitos, mas sua esperança em Deus.
1- «Os pobres em espírito». Quem se apresenta diante de Deus com uma atitude humilde, sem méritos pessoais, pecador, necessitado do perdão divino, da misericórdia de Deus. Daí que: pobre não é o sem bens, mas o que não se apega a ele; tudo é de Deus. Se colocou nas mãos de Deus, para servir os irmãos e partilhar tudo com eles; partilha; não explora, não mente e sente compaixão dos necessitados.
***• Jesus diz: “felizes os pobres em espírito”; o mundo diz: “felizes os que tem dinheiro, comodidade, poder, segurança, bem-estar, pois é o dinheiro que faz andar o mundo e nos torna mais poderosos, mais livres e mais felizes”.
2 «Os humildes». Os “mansos” não são os fracos, os que suportam passivamente as injustiças, mas os que não aceitam as injustiças dos poderosos, mas agem com amor, sem violência, para a construção da paz; Sabe compreender, perdoar.
***• Jesus diz: “felizes os mansos”; o mundo diz: “felizes os que sabem responder com força ainda maior a uma violência e a injustiça. 
3 «Os que choram», os que têm o coração cheio de mágoa por terem ofendido a Deus e que vivem na aflição, no sofrimento provocados pela injustiça, pela miséria, pelo egoísmo; O cristão não se conforma diante do sofrimento dos outros. Ele se aflige, mas nem por isso perde a alegria, a esperança e a felicidade. O egoísta fala: “Senhor, obrigado por eu ter comida na mesa, quando há tantos que não tem”. O cristão fala o contrário: “Senhor, eu lhe agradeço este alimento, mas me preocupo com os que não tem.  Senhor, Abra o nosso coração à partilha!”
***• Jesus diz: “felizes os que choram”; o mundo diz: Feliz quem  faz da vida uma festa chic,  alta sociedade, amigos poderosos, uma boa conta bancária e um bom emprego arranjado pelo amigo político”.
4 «Fome e sede de justiça». Os que anseiam o projeto de Deus. A idéia de justiça é uma idéia de natureza religiosa: justo é aquele que cumpre a vontade de Deus. Ele anseia por uma sociedade nova e luta por ela, para que todos tenham o que lhe é necessário.
***• Jesus diz: “felizes os que têm sede de justiça”; o mundo diz: feliz quem não está bitolado por uma religião. Religião já era. Felizes os que não dependem de preconceitos ultrapassados e não acreditam num deus que diz o que deveis e não deveis fazer; Sois livres.
 5 Os “misericordiosos” são aqueles que têm um coração capaz de compadecer-se, que se deixam tocar pelos sofrimentos e alegrias dos outros; sentem como suas as alegrias e as tristezas dos irmãos e Deus também terá misericórdia dele.
***• Jesus diz: “felizes os que têm misericórdia”; o mundo diz: “felizes os que ficam longe dos miseráveis e sofredores, pois quem se comove e tem misericórdia dos outros nesse mundo competitivo nunca será grande”. 
6 «Os puros de coração» são aqueles que agem com honestidade e não enganando.   Não é falso nem engana ninguém, mas é verdadeiro e transparente. Estes verão a Deus porque Deus é assim.
***• Jesus diz: “felizes os sinceros de coração”; o mundo diz: A lei é dos espertos. “A verdade e a sinceridade destroem muitas carreiras e esperanças de sucesso”. 
7 «Os que promovem a paz» (pacíficos): Os que procuram ser instrumentos de reconciliação. Se recusam a aceitar que a violência e a lei do mais forte rejam as relações humanas; Na família, nos vizinhos, na Comunidade, no País, no mundo. Ele une os separados e integra os excluídos.
***• Jesus diz: “felizes os que constroem a paz”; o mundo diz: o que vale é a força e o poder. Cada um por si. “Quem pode mais chora menos, pois só assim podereis ser homens e mulheres de sucesso”.
8- Os “que são perseguidos por causa da justiça” são os que sofrem a injustiça dos homens. São os que lutam pela instauração do “Reino” e são desautorizados, humilhados, agredidos, por aqueles que praticam a injustiça.
***• Jesus diz: “felizes os que são perseguidos por cumprirem a vontade de Deus”; o mundo diz: Feliz é quem faz o jogo dos poderosos, pois sobe na carreira e tem êxito na vida.
As “bem-aventuranças” deixam uma mensagem de esperança para os pobres e débeis. Anunciam que Deus os ama e que está do lado deles; a libertação está  chegando.

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Bem-aventurados vós, os pobres de coração, porque vosso é o Reino de Deus!”.
Jesus Fala da pobreza que permite crer, esperar e amar (fé, esperança e caridade).
 O pobre é aquele que “tem fé” em Deus.
Pobre é o que reconhece a sua limitação, faz a leitura de toda realidade criada e de sua própria existência, e vê a sua limitação, pois tudo foi criado e ele próprio é um ser criado, não por sua vontade, mas por outro projeto que não foi o seu. Ele vê que existe alguém mais poderoso, mais capaz e deparando com sua fragilidade de criatura, acredita na bondade desse Criador. Acreditando, parte e grita em direção a este Deus no meio de seu sofrimento ou da sua confusão. É aquele que confia sempre em Deus, pois se sente pequeno.
 O pobre é também aquele que espera.
O rico não pode esperar, está plenamente satisfeito. O pobre, esse, está sempre virado para um futuro que espera que seja melhor; depois, ele procura, porque pensa nunca ter totalmente encontrado. A sua vida é uma procura e todos os sinais que ele encontra enchem-no de alegria e fazem-no avançar. O pobre é aquele que aceita ser criticado pela Palavra de Deus, sabe de sua pequenez e espera pela misericórdia desse Deus que o criou, pois só nele e com ele terá a plenitude da felicidade.
 O pobre é aquele que ama.
Por não estar plenamente satisfeito consigo mesmo, crendo no Deus Criador de tudo e de todos, vê no próximo o irmão. Sabendo de sua limitação, pois tudo que tem lhe foi dado, imita o criador na bondade e serve ao irmão com o que lhe foi dado. Não centra em si o interesse, mas abre os olhos e vê aqueles que esperam os seus gestos de amor; ouve os gritos dos seus irmãos e abre as suas mãos do pouco que tem para àquele que tem necessidade. Quem é pobre Crê, confia, espera e ama seu Criador e seu irmão.

As bem-aventuranças nos diz que: “Sois do mundo, e ao mesmo tempo não sois do mundo… Vós não sois do mundo do cada um para si, do consumo, da violência, da vingança, do comprometimento… E face a este mundo deveis dizer: não estou de acordo! É certo que sereis perseguidos ou, pelo menos, rir-se-ão de vós, ou procurarão fazer-vos calar. Sereis felizes, porque fareis ver onde está a verdadeira felicidade. Chamar-vos-ão santos”. Queremos experimentar ser já felizes? Basta-nos ter um coração de pobre.

SEGUNDA LEITURA (1Jo 3,1-3) Leitura da Primeira Carta de São João.
Caríssimos, vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos! Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai. Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é. Todo o que espera nele, purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.

Breve comentário - Deus, no seu imenso amor, faz de nós seus filhos.
1 «E o somos de fato». S. João não se contenta com dizer que somos chamados filhos de Deus, pois para ele ser chamado (por Deus) equivalia a ser. 
2 A filiação divina capacita-nos para a glória do Céu, pois não é uma mera adoção legal e extrínseca, como a adoção humana de um filho. A adoção divina implica uma participação da natureza divina (cf. 2 Pe 1, 4) pela graça. «Semelhantes a Deus», mas só na glória celeste se tornará patente o que já «agora somos».
3 «Purifica-se a si mesmo». A certeza da filiação divina conduz-nos à purificação e à imitação de Cristo, o Filho de Deus por natureza: «como Ele é puro»; efetivamente, os puros de coração hão-de ver a Deus (cf. Evangelho de hoje: Mt 5, 8).
Pelo batismo fomos identificados com Cristo, filho de Deus. Logo também, nós o somos de direito e de fato. A nossa preocupação na terra há-de ser a de imitarmos Jesus Cristo. É uma luta todos os dias porque ainda se não nos manifestou o que havemos de ser pois que só no céu o conseguiremos. A multidão incontável de que nos fala S. João, são os nossos irmãos que venceram o que temos a vencer, lutaram como temos que lutar. Em Jesus Cristo fomos chamados por Deus à filiação divina, chamados a ser herdeiros no Céu. O mistério da nossa salvação é uma realidade a construir. É um trabalho árduo que, depende da nossa fé, do nosso querer. Deus quer contar com a nossa colaboração, com o nosso querer. A única dificuldade está na nossa liberdade que Deus respeita. Deus não nos falta com a Sua ajuda e por isso teremos o prêmio, seremos bem-aventurados.
“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram nem o homem pode imaginar o que Deus preparou para aqueles que o ama" (1 Cor2,9). "Agora vemos como num espelho, mas depois veremos face a face" (13,12).

A santidade tem duas dimensões:
A Santidade não é fruto do esforço humano. É ação de Deus Espírito Santo e resposta do cristão.
A nossa fé nos ensina que somente Deus é Santo. Na Bíblia, “santo” significa, “separado”. São João: “Quando Cristo se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é”.
Nesta perspectiva Eis quem são os santos: aqueles que atravessaram as lutas desta vida, unidos a Cristo; são os que venceram em Cristo –;se caíram, se erraram, foram lavando e alvejando suas vestes no sangue de Cristo: só em Cristo somos santificados, pois somente Cristo derrama sobre nós o Espírito de santidade. O nosso único trabalho é lutar para acolher esse Espírito, deixando-nos guiar por ele e por ele sermos transfigurados em Cristo!
Realmente, o que faz feliz o coração humano não são as coisas desse mundo, mas o sentido na vivencia e na utilização dessas coisas. A mulher que vai ao salão de beleza e espera durante algumas horas para que a deixem bem bonita, é feliz; ela se submete a esse pequeno sacrifício por um bem maior.
Há coisas que levam à autêntica felicidade e outras que levam a uma aparente felicidade
Existe também uma “educação para a felicidade”. Há fases árduas, “chatas” que nos fazem felizes, como tomar um remédio amargo ou ir à escola. No momento não se percebe que é assim, mas com o passar do tempo estamos felizes e agradecidos por estar sadios e por não sermos burros.
Nossos heróis e modelos venceram e correram para o Cristo! Que eles roguem por nós, pois o que eles foram, nós somos e o que eles são, todos nós somos chamados a ser. Todos os Santos e Santas de Deus, rogai por nós!
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Todos os Santos

A Solenidade de TODOS OS SANTOS é a festa da Vida e celebra a plenitude da Vida cristã e a Santidade de Deus manifestada em seus filhos, os santos da Igreja.

Celebramos, como uma antecipação e em comunhão com a liturgia celeste,
a vitória daqueles irmãos nossos que superaram "a grande tribulação",
e estão marcados com o selo do Deus vivo.
Recordamos aqueles que vivem para sempre diante de Deus,
entre os quais, se encontram nossos entes queridos que já faleceram.
Nossa fé é culto à Vida, porque o nosso Deus é um Deus dos vivos e
pelo Espírito nos dá a Vida em Cristo Jesus ressuscitado dentre os mortos.
Por isso a festa de hoje é um convite total à alegria esperançosa,
que nasce das profundezas da Vida, da aspiração da felicidade sem ocaso.

A Fonte da santidade cristã é Deus:  
A santidade tem seu início, seu crescimento e consumação
na graça de Deus, no amor gratuito do Senhor, que derrama seu Espírito
em nossos corações para que possamos chamá-lo "Pai",
pois nos faz seus filhos em seu Filho Jesus Cristo (LG 14,2).
Portanto, a santidade não é mero produto de nosso esforço somente,
nem tão pouco resultado automático da graça, mas efeito da ação de Deus.

A santidade tem duas dimensões:
A Santidade não é fruto do esforço humano,
que procura alcançar Deus com suas forças.
É ação de Deus em nós pelo dom do Espírito Santo e
resposta do cristão a esse dom e presença de Deus.
A Santidade cristã manifesta-se como uma participação na vida de Deus,
que se realiza com os meios que a Igreja nos oferece,
especialmente com os Sacramentos.

A Morada dos Santos será o CÉU, que não é um lugar, mas um estado de felicidade
na presença e companhia de Deus, dos anjos e dos santos.
Em que consiste, supera a nossa imaginação e entendimento:
"Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram nem o homem pode imaginar
o que Deus preparou para aqueles que o ama" (1 Cor2,9).
"Agora vemos como num espelho, mas depois veremos face a face" (13,12).
E a ETERNIDADE não um "eterno descanso", mas vida ativa e intensa com Deus.

Quem é santo?
SANTO significa que não tem nada de imperfeito, de fraco, de precário.
Neste sentido, só Deus é santo. No entanto, por graça de Deus,
participamos da sua Santidade e nos unimos a todos os irmãos.
Essa doutrina era tão viva nos primeiros séculos,
que os membros da Igreja não hesitavam em chamar-se: "Santos"
e a própria Igreja era chamada de "Comunhão dos Santos".

O que é a Comunhão dos Santos?
- "Essa expressão indica em primeiro lugar a comum participação
  de todos os membros da Igreja nas COISAS SANTAS:  a fé, os Sacramentos, os Carismas e outros dons espirituais". (CCIC 194)
- "Designa também a comunhão entre as PESSOAS SANTAS,
  ou seja, entre as que pela graça estão unidas a Cristo morto e ressuscitado. 
  Alguns são peregrinos na terra; outros, tendo deixado essa vida,
  estão se purificando ajudados também pelas nossas orações;
  outros enfim já gozam da glória de Deus e intercedem por nós.
  Todos juntos formamos em Cristo uma só família, a Igreja,
  para a glória da Trindade." (CCIC 195)

Quem são os santos?
- Não são apenas aqueles que estão nos altares, declarados santos pela Igreja.
  Não são apenas pessoas privilegiadas do passado, que já nasceram santas...
- São todas aquelas pessoas que vivem unidas a Deus, construindo o bem.
  São pessoas normais, que no passado e no presente dão testemunho de fidelidade a Cristo.

As Leituras de hoje revelam o projeto de Deus a respeito do homem: quer torná-lo participante da sua Santidade.

A 1ª Leitura afirma que uma grande multidão de pessoas, de todos os povos,
são os santos que participam da glória celeste, junto de Deus. (Ap 7,2-4.9-14)

O texto fala de 144 mil eleitos. O Número é simbólico e indica a totalidade da comunidade cristã. (12x12x mil:12 tribos do AT + 12 apóstolos do NT + mil)

A 2ª leitura recorda que a Vida divina, que se manifestará no final da vida,
já está presente em nós desde agora. (1Jo 3,1-3)

No Evangelho, Jesus apresenta uma proposta de Santidade,
resumida nas BEM-AVENTURANÇAS: (Mt 5,1-12)

* O melhor CAMINHO para a Santidade é a vivência das Bem aventuranças.

+ A Festa de hoje pretende homenagear todos os santos, conhecidos ou não,
e apresentar o ideal da santidade como possível hoje e desejado por Deus.
"Todos os fiéis são chamados à Santidade cristã.
Ela é a plenitude da vida cristã e perfeição da caridade, realiza-se na união íntima ao Cristo e, nele, com a Santíssima Trindade". (CCIC 428)
Portanto, SANTOS podemos e devemos ser também nós...

Acolhamos o apelo de Deus à Santidade...
e que os Santos sejam modelos e intercessores nossos, nessa caminhada...
                                 
                                Pe. Antônio Geraldo
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO
O dia de todos os santos é um dia importante, uma solenidade importante, porque nos ajuda a cada um de nós a lembrarmos, que nós somos santos.
Segunda leitura chama a atenção para uma questão muito simples: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados Filhos de Deus”. Deus acolhe toda a humanidade como sendo seus filhos e filhas. Na medida em que eu respondo, aceito, esta adoção por parte de Deus, eu me torno santo. Por quê? Porque procuro viver o batismo. É o primeiro gesto, no rito do Batismo, que nos marca. Aqui é interessante a primeira leitura: o ancião, que é João, pergunta: “quem são estes que trazem as vestes brancas”? O Senhor lhe diz: Estes são os que foram marcados com o selo; cento e quarenta e quatro mil e além deste, uma multidão que não se pode contar, de todas as raças, línguas e povos.
Ora, que sinal é este? É o sinal da cruz que fazemos, quando vamos batizar alguém. Fazemos este sinal na testa do batizando, dizendo: receba a cruz de Cristo, o Cristo salvador. Este sinal é para que nos lembremos de que Jesus nos salvou pela cruz e pela ressurreição.
Filhos de Deus são todos. Os marcados com o selo, são os que foram Batizados. Aí, então, vamos nos perguntar: quando é que vai chegar o fim dos tempos? Quando tiver sido marcada a última pessoa. O que significa, que se não pudermos contar quantos são os marcados, muito menos quando será o último a ser Batizado. Até lá, somos chamados a anunciar Jesus Cristo e a convidar as pessoas para o Batismo.
Iniciamos a nossa reflexão dizendo que somos santos. Por quê? Porque fomos batizados. O que acontece, é que às vezes não honramos o Batismo que recebemos e acabamos cometendo pecado. Na medida em que eu me dou conta da santidade, eu percebo que no Batismo tenho o início de uma caminhada que vai me levar até Deus. O último passo dessa caminhada é quando eu encontro Deus face a face; é quando eu morro, é no momento de minha morte. Por isso, celebramos os fiéis defuntos e celebramos também todos os santos. Os que buscaram caminhar, procuraram a Deus e agora vivem junto de Deus eternamente glorificando-o junto com todos os anjos. Um dia louvaremos a Deus face a face com hinos de alegria e agradecimento.
Aqui é o ponto: como fazer para me tornar cada vez mais santo? Jesus apresenta as Bem-aventuranças. As bem-aventuranças nos lembra Moisés, que subiu a montanha e trouxe as tábuas da Lei para o povo. Agora é Jesus, que não recebe as Tábuas da Lei, porque Ele é Deus, mas Ele nos dá o ensinamento, transmite a nova Lei para que o povo possa conhecer a Deus com mais facilidade. Ao transmitir, elimina qualquer intermediário. Se no Antigo Testamento Moises foi o intermediário entre Deus e o povo, Jesus, que é Deus, é a grande ponte para o Reino e não existe outro intermediário.
Se é assim, qual é a função dos Santos? Porque aprendemos que devemos pedir aos santos e anjos que intercedam por nós junto a Deus. Os Santos são INTERCESSORES e não intermediários. Qual é a diferença? Eu me relaciono diretamente com Deus e os Santos intercedem por isso, torcem, tentam facilitar para que também eu chegue até onde eles estão. Se quiser imitar um santo, serei eternamente frustrado, porque ninguém consegue imitar outra pessoa. Cada um de nós Deus criou como único. Cada um de nós vai descobrir o caminho da santidade a partir de nós mesmos. O que os santos nos fazem é ajudar a perceber que é possível, mesmo sendo limitado, tendo fraquezas, cometendo pecado, é possível atingir a santidade. Cada um descobre o seu modo. Se eu for imitar São Francisco, Santa Terezinha, Santa Rita, eu vou ficar a vida inteira me lamentando, porque quando eu estava para ser igual a ele, eu não consegui mais. Não. O caminho é próprio de cada um. Agora, Deus nos ajuda, porque Jesus, quando apresenta as Bem-aventuranças, Ele nos traz como ponto central a MISERICÓRDIA. O que é a misericórdia? A misericórdia é a prática do amor. Deus é misericordioso. Na medida em que eu procuro semear, difundir o amor, por meio de gestos concretos, eu apresento a misericórdia de Deus. É por misericórdia de Deus que somos quem somos. Veja que a primeira leitura nos lembra que tudo é de Deus e no entanto, Ele entregou tudo para o ser humano. Também somos lembrados em cada Celebração Eucarística, que Deus entregou o seu Filho e por meio do seu sangue, o sangue derramado na Cruz, que todos nós fomos resgatados da morte. É a partir daí, que o Batismo se torna o segundo nascimento. Por isso, somos convidados a comemorar duas datas; aquela que nascemos, de registro, de certidão de nascimento e aquela que fomos Batizados. No Batismo nós morremos para o mundo e começamos uma nova caminhada em direção a Deus. Quanto mais eu me aproximo de Deus, mais santo eu me torno. Por isso, alguém só é declarado santo, depois da sua morte, porque é o momento em que a pessoa se encontra com Deus. Não precisamos ter medo da morte. A morte é tão somente este passo para aquilo que almejamos tanto.
Outra ajuda de Deus é a sua Palavra. A Palavra de Deus nos orienta e nos ajuda a não desviar do caminho.
A terceira é a Eucaristia, porque na medida em que comungo o Pão consagrado, eu estabeleço a comunhão com Deus. Para que esta experiência seja viva, sou chamado à oração. A oração onde eu apresento a Deus as minhas dificuldades e ao mesmo tempo agradeço, celebrando com Ele as minhas vitórias.
Que Deus nos ajude a viver cada dia em busca da santidade e que esta caminhada nos leve a encontra-lo, porque a segunda leitura nos diz, que quando encontrarmos o Cristo, seremos como Ele. Porque o veremos face-a-face no Céu.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
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Homilia do D. Henrique Soares da Costa

Hoje, a Igreja volta seu olhar e seu coração para o céu e enche-se de alegria ao contemplar uma multidão que participa da glória e da plenitude do Deus Santo.
A nossa fé nos ensina que somente Deus é Santo. Na Bíblia, “santo” significa, literalmente, “separado”. Deus é aquele que é separado, absolutamente diferente de tudo quanto exista no céu e na terra: Ele é único, Ele é absoluto, Ele sozinho se basta, sozinho é pleno, sozinho é infinitamente feliz. Ele é Deus! Por isso, Santo, em sentido absoluto, é somente o Deus uno e trino, Pai, Filho e Espírito Santo. A Jesus, o Filho eterno feito homem, nós proclamamos em cada missa: “Só vós sois o Santo”; ao Pai nós dizemos: “Na verdade, ó Pai, vós sois Santo e fonte de toda santidade”; ao Espírito nós chamamos de Santo.
Mas, a nossa fé também nos ensina que este Deus santo e pleno, dobra-se carinhosamente sobre a humanidade – sobre cada um de nós – para nos dar a sua própria vida, para nos fazer participantes de sua própria plenitude, sua própria santidade. Foi assim que o Pai, cheio de imenso amor, enviou-nos seu Filho único até nós, e este, morto e ressuscitado, infundiu no mais íntimo de nós e de toda a Igreja o seu Espírito de santidade. Eis, quanta misericórdia: Deus, o único Santo, nos santifica pelo Filho no Espírito: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos!” É isto a santidade para nós: participar da vida do próprio Deus, sermos separados, consagrados por ele e para ele desde o nosso Batismo, para vivermos sua própria vida, vida de filhos no Filho Jesus! É assim que todo cristão é um santificado, um separado para Deus. Mas, esta santidade que já possuímos deve, contudo, aparecer no nosso modo de viver, nas nossas ações e atitudes. E o modelo de toda santidade é Jesus, o Bem-aventurado. Ele, o Filho, foi totalmente aberto para o Pai no Espírito Santo e, por isso, foi totalmente pobre, totalmente manso, totalmente puro e abandonado a Deus no pranto, na fome de justiça e na misericórdia. Então, ser santo, é ser como Jesus, deixando-se guiar e transformar pelo seu Espírito em direção ao Pai. Esta santidade é um processo que dura a vida toda e somente será pleno na glória. São João nos fala disso na segunda leitura de hoje: “Quando Cristo se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é”.
Nesta perspectiva, podemos contemplar a estupenda leitura do Apocalipse que escutamos como primeira leitura. O que se vê aí? Uma multidão. Primeiro, cento e quarenta e quatro mil de todas as tribos de Israel. Isto simboliza todo o Israel. Recordemos: 12 é o número do Povo do Antigo Testamento. Pois bem, cento e quarenta e quatro mil equivale a 12 x 12 x 1000, isto é, à totalidade de Israel. Deus não se cansou de chamar o povo da antiga aliança: Israel haverá de ser salvo pelo sangue de Cristo. Mas, há ainda mais: “Depois disso, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro”. Essa multidão são todos os povos da terra, chamados por Cristo, na Igreja, para a salvação, para a santificação que Deus nos oferece. Notemos bem: “uma multidão que ninguém podia contar”.A salvação é para todos, a santidade não é para um grupinho de eleitos, para uma elite espiritual. Todos são chamados a essa vida divina que Deus quer partilhar conosco, todos são chamados à santidade! “Trajavam vestes brancas e traziam palmas nas mãos. São os que vieram da grande tribulação e lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do Cordeiro”. Eis quem são os santos: aqueles que atravessaram as lutas desta vida, as tribulações desta nossa pobre existência, unidos a Cristo; são os que venceram em Cristo – por isso trazem a palma da vitória; são os que não tiveram medo de viver e, se caíram, se erraram, foram, humildemente, lavando e alvejando suas vestes no sangue precioso de Cristo: são santos não com sua própria santidade, mas com a santidade do Cristo-Deus. Nunca esqueçamos: ninguém é santo com suas forças, ninguém é santo por sua própria santidade: só em Cristo somos santificados, pois somente Cristo derrama sobre nós o Espírito de santidade. O nosso único trabalho é lutar para acolher esse Espírito, deixando-nos guiar por ele e por ele sermos transfigurados em Cristo!
Olhemos para o céu: lá estão Pedro e Paulo, lá estão os Doze, lá estão os mártires de Cristo, os santos pastores e doutores, lá estão as santas virgens e os santos homens, lá estão tantos e tantos – uns, conhecidos e reconhecidos pela Igreja publicamente, outros, cujo nome somente Deus conhece; lá está a Santíssima e Bem-aventurada sempre Virgem Maria, Mãe e discípula perfeita do Cristo, toda plena do Espírito, toda obediente ao Pai. Eles chegaram lá, eles intercedem por nós, eles são nossos modelos, eles nos esperam.
Num mundo que vive estressado, que corre sem saber para onde… num mundo que já não crê nos verdadeiros valores, porque já não crê em Deus, contemplar hoje todos os santos é recordar para onde vamos e qual é o sentido da nossa vida! Não tenhamos medo de ser de Deus, não tenhamos medo de testemunhar o Evangelho, não tenhamos medo de alimentar nossa visa com o Cristo, na sua Palavra e na sua Eucaristia para sermos inebriados da vida do próprio Deus.
Infelizmente, muitos hoje têm como heróis os atletas, os atores, os cantores e tantos outros que não têm muito e até nada para ensinar. Quanto a nós, que nossos heróis e modelos sejam os santos e santas de Cristo, que foram heróis porque se venceram e correram para o Cristo! Que eles roguem por nós, pois o que eles foram, nós somos e o que eles são, todos nós somos chamados a ser.
Todos os Santos e Santas de Deus, rogai por nós!
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Por: Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ
Celebrando hoje a Solenidade de todos os Santos e Santas de Deus, a Igreja faz duas grandes proclamações: Deus é verdadeiramente santo e todo ser humano é chamado à santidade. Afirmar a santidade de Deus é denunciar toda forma de ateísmo e, ao mesmo tempo, todo tipo de idolatria. Santidade significa separação que garante identidade, condição fundamental para estabelecer relacionamentos. Deus é o santo por excelência, porque é totalmente Outro, tem uma identidade, é o Criador, aquele que separa a luz das trevas, a terra das águas, e todos os seres que existem, e estes não se confundem nem se fundem uns nos outros. A sua obra criadora (hebraico kadash: separar, santificar) chega ao ápice na separação do Adão primordial em homem e mulher (Gn 1). O ateísmo é a negação de que a criação é obra de Deus e, por conseguinte, do próprio Deus que a criou. Sem referência a Deus, a criação perde sua identidade e sua razão de ser, torna-se caos.
Afirmar a santidade de Deus é, também, desmascarar todo tipo de idolatria. Os ídolos representam a não criação, eles indicam que os seres perderam a sua identidade e, portanto, tomaram o lugar do seu Criador. As religiões pagãs primitivas, encantadas com a beleza de alguns seres criados e amedrontadas pela sua grandeza, praticavam a idolatria confundindo o sol, a lua, as estrelas e as forças da natureza com a divindade; inclusive alguns homens, declarando-se deuses para os seus semelhantes, confundiram a sua identidade e condição de criatura, tornaram-se ídolos de si mesmos.
Reconhecer a vocação universal à santidade do ser humano é, ao mesmo tempo, recuperar a sua identidade e reafirmar a identidade de Deus. Os santos e santas são testemunhos vivos e convincentes de que é possível encontrar esse caminho. As bem-aventuranças vividas e propostas por Jesus indicam as atitudes fundamentais de quem reconhece a sua vocação à santidade.
As nove bem-aventuranças de Mateus não devem ser compreendidas como virtudes individuais aplicadas a nove categorias de pessoas diferentes, mas todas elas fazem parte de um mesmo perfil, são as diversas exigências de santidade para todo cristão. Bem-aventurado é quem faz esse percurso: partindo do despojamento dos seus bens (1ª. Bem-aventurança) chega até o desprendimento da própria vida (última Bem-aventurança). Portanto, o pobre só é bem-aventurado se tiver fome e sede de justiça; não é feliz quem, sendo manso, não assume a tarefa corajosa de construir a paz. Infeliz é o aflito que não tem sede e fome de justiça, mas só sabe lamentar, e, por isso, não tem forças para lutar. Os puros de coração só encontram a felicidade verdadeira quando praticam a misericórdia, pois é esta que purifica o nosso olhar fazendo-nos enxergar Deus no semelhante. Não pode ser bem-aventurado só quem deseja o Reino de Deus, mas não se dispõe a sofrer por ele, mas foge das perseguições por causa da justiça e tem medo das difamações e injúrias para garantir o seu prestígio neste mundo e a sua vida tão efêmera nessa curta peregrinação rumo à pátria definitiva.
As Bem-aventuranças servem de porta de entrada do ensinamento e da vida de Jesus, resumem o estilo de vida do Mestre e de quem deseja ser seu discípulo, pois indicam um caminho de absoluta mudança de mentalidade e de atitudes (conversão). De caráter profético, as Bem-aventuranças desqualificam a concepção farisaica da religião que defendia a prosperidade material como bênção e recompensa de Deus (“Bem-aventurados os pobres…os aflitos, os mansos…”). Contrapondo-se à mentalidade do mundo, as Bem-aventuranças anunciam uma nova maneira de buscar a felicidade. Ser bem-aventurado não é viver numa redoma de proteção, isento de dificuldades ou problemas, mas bem-aventurado é quem se dispõe a seguir o caminho que leva à verdadeira vida, ainda que tenha de carregar a sua cruz, mas sabe que o seu destino não é o vazio. Bem-aventurado é aquele que sabe a quem dirigir o seu grito, na certeza de que será ouvido; infeliz é aquele que grita sem saber a quem.
A Santidade como vocação fundamental do ser humano é o caminho que o seu Criador escolheu para ele. Optar por outra estrada é recusar a verdadeira bem-aventurança, é preferir o caos à beleza da criação, é negar a sua condição de separado por Deus e para Ele, e voltar-se para si mesmo, fazendo de si o seu próprio ídolo, mergulhando na confusão de uma criatura que rejeita seu criador e, portanto, perde sua identidade e rumo. Porque Deus nos criou, separou-nos para Ele, nascemos santos. Porém, a vida é a hora de acolhermos ou não esse dom: sermos ou não Dele, abraçarmos ou não a santidade.
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos e Ministros extraordinários da Palavra):

LOUVOR: Quando o Pão consagrado estiver sobre o altar:                             
- O senhor esteja com todos vocês... demos graças ao senhor, nosso Deus: ...
- Com Jesus, por jesus e em Jesus, na força do Espírito Santo, louvemos ao Pai:
T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
- Ó Pai, nós Vos bendizemos pela Vossa paciência e pela Vossa bondade. Quando nos afastamos do caminho da justiça, Vós nos recordais de vossos preceitos.  Senhor, purificai-nos da mentira, do egoísmo e fazei-nos mais justos e humildes.
 T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
- Deus de infinita sabedoria, nós Vos damos graças, porque nos chamastes; escolheis aqueles que se reconhecem pobres, para lhes dar a Vossa sabedoria. Senhor, Pomos em Vós a nossa confiança, a nossa esperança e estendemos as mãos para o Vosso Filho: Ele é a nossa justiça, a nossa santificação e a nossa redenção. Só em Cristo somos fortes.
T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
- Bendito sejais, Vós que abris ao Vosso povo o Reino dos céus, Vós que o saciais com a Vossa justiça, Vós que nos chamais Vossos filhos. Fazei-nos corações puros, amáveis com os irmãos e testemunhas do Vosso Reino.
T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!

- PAI NOSSO... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro de Deus...



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