31º DOMINGO do TC SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS
ano 2019
SINOPSE: (Diácono Ismael)
TEMA: Todos
os Santos; Dia
de contemplar os nossos heróis na fé. “Lavaram e alvejaram as suas roupas no
sangue do Cordeiro.” Todos os Santos é a festa de todos aqueles que procuram, em cada
dia, amar a Deus e os seus irmãos.
Primeira leitura: João recorre a uma visão para
descrever nossos heróis na fé.
Evangelho: Jesus nos fala das
bem-aventuranças no Reino.
Segunda leitura: João nos diz que pelo
batismo somos filhos de Deus e nós nem podemos imaginar a felicidade que nos
aguarda.
PRIMEIRA LEITURA (Ap
7,2-4.9-14) Leitura do Livro do Apocalipse de São João.
Eu,
João, vi um outro anjo, que subia do lado onde nasce o sol. Ele trazia a marca
do Deus vivo e gritava, em alta voz, aos quatro anjos que tinham recebido o
poder de danificar a terra e o mar, dizendo-lhes: “Não façais mal à terra, nem
ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos do nosso
Deus”. Ouvi então o número dos que tinham sido marcados: eram cento e quarenta
e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. Depois disso, vi uma
multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que
ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam
vestes brancas e traziam palmas na mão. Todos proclamavam com voz forte: “A
salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro”.
Todos os anjos estavam de pé, em volta do trono e dos Anciãos e dos quatro
seres vivos e prostravam- se, com o rosto por terra, diante do trono. E
adoravam a Deus, dizendo: “Amém. O louvor, a glória e a sabedoria,
a
ação de graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus para sempre.
Amém!” E um dos Anciãos falou comigo e perguntou: “Quem são esses vestidos com
roupas brancas? De onde vieram?” Eu respondi: “Tu é que sabes, meu senhor”. E
então ele me disse: “Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e
alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro”.
Breve comentário – Em meio às perseguições o profeta traz esperança. É uma linguagem
codificada, que evoca Roma (Babilônia). Proclama a vitória do Cordeiro que
transformou o caminho de morte em caminho de vida para todos aqueles que O
seguem, e eles são numerosos; participam do seu triunfo, numa festa eterna.
1- «O
selo (o sinete de marcar); nesta marca, em forma de cruz, o caráter batismal.
2-
«Cento e quarenta e quatro mil» é simbólico; 12 x 12 x 1000 e são a mesma
«multidão imensa que ninguém podia contar» (v. 9).
3 «Os
(24) Anciãos».12 as tribos de Israel e 12 todas as tribos do mundo.
4- «Os
4 Viventes», os quatro pontos cardeais, ou os quatro elementos do mundo (terra,
fogo, água e ar), isto é, a totalidade do Universo; única adoração e louvor a
Deus.
6- «A
grande tribulação»; perseguição violenta no curso da história da Igreja.
7-
«Lavaram as suas túnicas no sangue do Cordeiro». Todos alcançaram a purificação
através do sangue do crucificado, pois aceitaram Jesus e sua vida foi um
esforço contínuo de conversão na imitação do Mestre Divino.
As primeiras perseguições tinham
feito destruições cruéis nas comunidades cristãs, ainda tão jovens. Iriam estas
comunidades, acabadas de fundar, desaparecer? As visões do profeta cristão
trazem uma mensagem de esperança nesta provação. É uma linguagem codificada,
que evoca Roma, perseguidora dos cristãos, sem a nomear diretamente, aplicando-lhe
o qualificativo de Babilônia.
A revelação proclamada é a da vitória
do Cordeiro. Que paradoxo! O próprio Cordeiro foi imolado. Mas é o Cordeiro da
Páscoa definitiva, o Ressuscitado. Ele transformou o caminho de morte em
caminho de vida para todos aqueles que o seguem, em particular pelo martírio, e
eles são numerosos; participam doravante ao seu triunfo, numa festa eterna.
SALMO RESPONSORIAL / 23 (24)
É assim a geração dos que procuram o Senhor.
• Ao Senhor pertence a terra e o
que ela encerra, / o
mundo inteiro com os seres que o
povoam, / porque
ele a tornou firme sobre os
mares; / sobre as águas a
mantém inabalável.
• “Quem subirá até o monte do
Senhor, / quem ficará
em sua santa habitação?” / “Quem
tem mãos puras e
inocente coração, / quem não
dirige sua mente para
o crime.
• Sobre este desce a bênção do
Senhor / e a recompensa
de seu Deus e Salvador”. / “É
assim a geração dos que
o procuram / e do Deus de Israel
buscam a face”.
EVANGELHO (Mt 5,1-12a)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele
tempo, vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos
aproximaram-se, e Jesus começou a ensiná-los: “Bem-aventurados os pobres em
espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Bem- aventurados os aflitos, porque
serão consolados. Bem- aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem-
aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os
que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os
que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo,
disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai,
porque será grande a vossa recompensa nos céus”.
AMBIENTE - Mateus nos lembra a montanha da Lei (Sinai), onde Deus Se revelou
e deu ao seu Povo a antiga Lei. Agora é Jesus, que, numa montanha, oferece ao
novo Povo a nova Lei que deve guiar a todos.
MENSAGEM
Jesus
proclama “bem-aventurados” os que
estão de espírito aberto para acolher a proposta que Deus lhes oferece em
Jesus; não colocam sua confiança na riqueza, no poder, no êxitos, mas sua
esperança em Deus.
1- «Os pobres em espírito». Quem se
apresenta diante de Deus com uma atitude humilde, sem méritos pessoais,
pecador, necessitado do perdão divino, da misericórdia de Deus. Daí que: pobre
não é o sem bens, mas o que não se apega a ele; tudo é de Deus. Se colocou nas
mãos de Deus, para servir os irmãos e partilhar tudo com eles; partilha; não explora, não mente e sente compaixão dos necessitados.
***• Jesus
diz: “felizes os pobres em espírito”; o mundo diz: “felizes os que tem
dinheiro, comodidade, poder, segurança, bem-estar, pois é o dinheiro que faz
andar o mundo e nos torna mais poderosos, mais livres e mais felizes”.
2 «Os humildes». Os “mansos” não
são os fracos, os que suportam passivamente as injustiças, mas os que não
aceitam as injustiças dos poderosos, mas agem com amor, sem violência, para a
construção da paz; Sabe compreender, perdoar.
***•
Jesus diz: “felizes os mansos”; o mundo diz: “felizes os que sabem responder
com força ainda maior a uma violência e a injustiça.
3 «Os que choram», os que têm o coração
cheio de mágoa por terem ofendido a Deus e que vivem na aflição, no sofrimento
provocados pela injustiça, pela miséria, pelo egoísmo; O
cristão não se conforma diante do sofrimento dos outros. Ele se aflige, mas nem
por isso perde a alegria, a esperança e a felicidade. O egoísta fala: “Senhor,
obrigado por eu ter comida na mesa, quando há tantos que não tem”. O cristão
fala o contrário: “Senhor, eu lhe agradeço este alimento, mas me preocupo com
os que não tem. Senhor, Abra o nosso
coração à partilha!”
***• Jesus diz: “felizes os que choram”; o mundo diz: Feliz quem faz da vida uma festa chic, alta sociedade, amigos poderosos, uma boa conta bancária e um bom emprego arranjado pelo amigo político”.
***• Jesus diz: “felizes os que choram”; o mundo diz: Feliz quem faz da vida uma festa chic, alta sociedade, amigos poderosos, uma boa conta bancária e um bom emprego arranjado pelo amigo político”.
4 «Fome e sede de justiça». Os que anseiam
o projeto de Deus. A idéia de justiça é uma idéia de natureza religiosa: justo
é aquele que cumpre a vontade de Deus. Ele anseia por
uma sociedade nova e luta por ela, para que todos tenham o que lhe é
necessário.
***•
Jesus diz: “felizes os que têm sede de justiça”; o mundo diz: feliz quem não
está bitolado por uma religião. Religião já era. Felizes os que não dependem de
preconceitos ultrapassados e não acreditam num deus que diz o que deveis e não
deveis fazer; Sois livres.
5
Os “misericordiosos” são aqueles que
têm um coração capaz de compadecer-se, que se deixam tocar pelos sofrimentos e
alegrias dos outros; sentem como suas as alegrias e as tristezas dos irmãos e
Deus também terá misericórdia dele.
***•
Jesus diz: “felizes os que têm misericórdia”; o mundo diz: “felizes os que ficam
longe dos miseráveis e sofredores, pois quem se comove e tem misericórdia dos
outros nesse mundo competitivo nunca será grande”.
6 «Os puros de coração» são aqueles que
agem com honestidade e não enganando. Não é falso nem engana
ninguém, mas é verdadeiro e transparente. Estes verão a Deus porque Deus é
assim.
***•
Jesus diz: “felizes os sinceros de coração”; o mundo diz: A lei é dos espertos.
“A verdade e a sinceridade destroem muitas carreiras e esperanças de
sucesso”.
7 «Os que promovem a paz» (pacíficos): Os
que procuram ser instrumentos de reconciliação. Se recusam a aceitar que a
violência e a lei do mais forte rejam as relações humanas; Na família, nos vizinhos, na Comunidade, no País, no mundo.
Ele une os separados e integra os excluídos.
***•
Jesus diz: “felizes os que constroem a paz”; o mundo diz: o que vale é a força
e o poder. Cada um por si. “Quem pode mais chora menos, pois só assim podereis
ser homens e mulheres de sucesso”.
8- Os
“que são perseguidos por causa da
justiça” são os que sofrem a injustiça dos homens. São os que lutam pela
instauração do “Reino” e são desautorizados, humilhados, agredidos, por aqueles
que praticam a injustiça.
***•
Jesus diz: “felizes os que são perseguidos por cumprirem a vontade de Deus”; o
mundo diz: Feliz é quem faz o jogo dos poderosos, pois sobe na carreira e tem
êxito na vida.
As “bem-aventuranças” deixam uma
mensagem de esperança para os pobres e débeis. Anunciam que Deus os ama e que
está do lado deles; a libertação está
chegando.
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“Bem-aventurados
vós, os pobres de coração, porque vosso é o Reino de Deus!”.
Jesus Fala da pobreza
que permite crer, esperar e amar (fé,
esperança e caridade).
O pobre é aquele
que “tem fé” em Deus.
Pobre é o que reconhece
a sua limitação, faz a leitura de toda realidade criada e de sua própria
existência, e vê a sua limitação, pois tudo foi criado e ele próprio é um ser
criado, não por sua vontade, mas por outro projeto que não foi o seu. Ele vê que
existe alguém mais poderoso, mais capaz e deparando com sua fragilidade de
criatura, acredita na bondade desse Criador. Acreditando, parte e grita em
direção a este Deus no meio de seu sofrimento ou da sua confusão. É aquele que
confia sempre em Deus, pois se sente pequeno.
O pobre é também
aquele que espera.
O rico não pode esperar,
está plenamente satisfeito. O pobre, esse, está sempre virado para um futuro
que espera que seja melhor; depois, ele procura, porque pensa nunca ter
totalmente encontrado. A sua vida é uma procura e todos os sinais que ele
encontra enchem-no de alegria e fazem-no avançar. O pobre é aquele que aceita
ser criticado pela Palavra de Deus, sabe de sua pequenez e espera pela
misericórdia desse Deus que o criou, pois só nele e com ele terá a plenitude da
felicidade.
O pobre é aquele
que ama.
Por não estar plenamente
satisfeito consigo mesmo, crendo no Deus Criador de tudo e de todos, vê no
próximo o irmão. Sabendo de sua limitação, pois tudo que tem lhe foi dado,
imita o criador na bondade e serve ao irmão com o que lhe foi dado. Não centra
em si o interesse, mas abre os olhos e vê aqueles que esperam os seus gestos de
amor; ouve os gritos dos seus irmãos e abre as suas mãos do pouco que tem para
àquele que tem necessidade. Quem é pobre Crê, confia, espera e ama seu Criador
e seu irmão.
As bem-aventuranças nos
diz que: “Sois do mundo, e ao mesmo tempo não sois do mundo… Vós não sois do
mundo do cada um para si, do consumo, da violência, da vingança, do
comprometimento… E face a este mundo deveis dizer: não estou de acordo! É
certo que sereis perseguidos ou, pelo menos, rir-se-ão de vós, ou procurarão
fazer-vos calar. Sereis felizes, porque fareis ver onde está a verdadeira
felicidade. Chamar-vos-ão santos”. Queremos experimentar ser já felizes?
Basta-nos ter um coração de pobre.
SEGUNDA LEITURA (1Jo 3,1-3) Leitura da
Primeira Carta de São João.
Caríssimos,
vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de
Deus! E nós o somos! Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai.
Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que
seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele,
porque o veremos tal como ele é. Todo o que espera nele, purifica-se a si
mesmo, como também ele é puro.
Breve comentário - Deus, no seu imenso amor, faz de nós seus filhos.
1 «E o somos de fato».
S. João não se contenta com dizer que somos chamados filhos de Deus, pois para
ele ser chamado (por Deus) equivalia a ser.
3 «Purifica-se a si
mesmo». A certeza da filiação divina conduz-nos à purificação e à imitação
de Cristo, o Filho de Deus por natureza: «como Ele é puro»; efetivamente, os
puros de coração hão-de ver a Deus (cf. Evangelho de hoje: Mt 5, 8).
Pelo batismo fomos identificados com Cristo, filho de Deus. Logo também,
nós o somos de direito e de fato. A nossa preocupação na terra há-de ser a de
imitarmos Jesus Cristo. É uma luta todos os dias porque ainda se não nos
manifestou o que havemos de ser pois que só no céu o conseguiremos. A multidão
incontável de que nos fala S. João, são os nossos irmãos que venceram o que
temos a vencer, lutaram como temos que lutar. Em Jesus Cristo fomos
chamados por Deus à filiação divina, chamados a ser herdeiros no Céu. O
mistério da nossa salvação é uma realidade a construir. É um trabalho árduo
que, depende da nossa fé, do nosso querer. Deus quer contar com a nossa
colaboração, com o nosso querer. A única dificuldade está na nossa liberdade
que Deus respeita. Deus não nos falta com a Sua ajuda e por isso teremos o
prêmio, seremos bem-aventurados.
“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram nem o homem pode imaginar o
que Deus preparou para aqueles que o ama" (1 Cor2,9). "Agora vemos como num espelho, mas depois veremos face a
face" (13,12).
A santidade tem duas dimensões:
A Santidade não é fruto do
esforço humano. É ação de Deus
Espírito Santo e resposta do cristão.
A nossa fé
nos ensina que somente Deus é Santo. Na Bíblia, “santo” significa, “separado”.
São João: “Quando Cristo se manifestar, seremos semelhantes a ele,
porque o veremos tal como ele é”.
Nesta perspectiva Eis quem são os santos: aqueles
que atravessaram as lutas desta vida, unidos a Cristo; são os que venceram em
Cristo –;se caíram, se erraram, foram lavando e alvejando suas vestes no sangue
de Cristo: só em Cristo somos santificados, pois somente Cristo derrama sobre
nós o Espírito de santidade. O nosso único trabalho é lutar para acolher esse
Espírito, deixando-nos guiar por ele e por ele sermos transfigurados em Cristo!
Realmente, o que faz feliz o coração humano não
são as coisas desse mundo, mas o sentido na vivencia e na utilização dessas
coisas. A mulher que vai ao salão de beleza e espera durante algumas horas para
que a deixem bem bonita, é feliz; ela se submete a esse pequeno sacrifício por
um bem maior.
Há coisas que levam à autêntica felicidade e
outras que levam a uma aparente felicidade
Existe também uma “educação para a felicidade”.
Há fases árduas, “chatas” que nos fazem felizes, como tomar um remédio amargo
ou ir à escola. No momento não se percebe que é assim, mas com o passar do
tempo estamos felizes e agradecidos por estar sadios e por não sermos burros.
Nossos heróis e modelos venceram e correram para
o Cristo! Que eles roguem por nós, pois o que eles foram, nós somos e o que
eles são, todos nós somos chamados a ser. Todos os Santos e Santas de Deus,
rogai por nós!
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Todos os Santos
A Solenidade de TODOS OS SANTOS é a festa da Vida e
celebra a plenitude da Vida cristã e a Santidade de Deus manifestada em seus
filhos, os santos da Igreja.
Celebramos, como uma
antecipação e em comunhão com a liturgia celeste,
a vitória daqueles irmãos
nossos que superaram "a grande tribulação",
e estão marcados com o selo
do Deus vivo.
Recordamos aqueles que vivem
para sempre diante de Deus,
entre os quais, se encontram
nossos entes queridos que já faleceram.
Nossa fé é culto à Vida,
porque o nosso Deus é um Deus dos vivos e
pelo Espírito nos dá a Vida
em Cristo Jesus ressuscitado dentre os mortos.
Por isso a festa de hoje é um
convite total à alegria esperançosa,
que nasce das profundezas da
Vida, da aspiração da felicidade sem ocaso.
A Fonte da santidade cristã é Deus:
A santidade tem seu início,
seu crescimento e consumação
na graça de Deus, no amor
gratuito do Senhor, que derrama seu Espírito
em nossos corações para que
possamos chamá-lo "Pai",
pois nos faz seus filhos em
seu Filho Jesus Cristo (LG 14,2).
Portanto, a santidade não é
mero produto de nosso esforço somente,
nem tão pouco resultado
automático da graça, mas efeito da ação de Deus.
A santidade tem duas dimensões:
A Santidade não é fruto do
esforço humano,
que procura alcançar Deus com
suas forças.
É ação de Deus em nós
pelo dom do Espírito Santo e
resposta do cristão a esse dom e presença de Deus.
A Santidade cristã
manifesta-se como uma participação na vida de Deus,
que se realiza com os meios
que a Igreja nos oferece,
especialmente com os
Sacramentos.
A Morada dos Santos será o CÉU, que não é um lugar, mas um estado de felicidade
na presença e companhia de
Deus, dos anjos e dos santos.
Em que consiste, supera a
nossa imaginação e entendimento:
"Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram nem o homem
pode imaginar
o que Deus preparou para aqueles que o ama" (1 Cor2,9).
"Agora vemos como num espelho, mas depois veremos
face a face" (13,12).
E a ETERNIDADE não um
"eterno descanso", mas vida ativa e intensa com Deus.
Quem é santo?
SANTO significa
que não tem nada de imperfeito, de fraco, de precário.
Neste sentido, só Deus é
santo. No entanto, por graça de Deus,
participamos da sua Santidade
e nos unimos a todos os irmãos.
Essa doutrina era tão viva
nos primeiros séculos,
que os membros da Igreja não
hesitavam em chamar-se: "Santos"
e a própria Igreja era
chamada de "Comunhão dos
Santos".
O que é a Comunhão dos Santos?
- "Essa expressão indica em primeiro lugar a comum participação
de todos os
membros da Igreja nas COISAS SANTAS: a fé, os Sacramentos, os Carismas e outros
dons espirituais". (CCIC 194)
- "Designa também a comunhão entre as PESSOAS SANTAS,
ou seja, entre as que pela graça estão unidas a Cristo morto e
ressuscitado.
Alguns são peregrinos na terra; outros, tendo deixado essa vida,
estão se purificando ajudados também pelas nossas orações;
outros enfim já gozam da glória de Deus e intercedem por nós.
Todos juntos formamos em Cristo uma só família, a Igreja,
para a glória da Trindade." (CCIC 195)
Quem são os santos?
- Não são apenas aqueles que
estão nos altares, declarados santos pela Igreja.
Não são apenas pessoas privilegiadas do
passado, que já nasceram santas...
- São todas aquelas pessoas
que vivem unidas a Deus, construindo o bem.
São pessoas normais, que no passado e no
presente dão testemunho de fidelidade a Cristo.
As Leituras de hoje revelam o
projeto de Deus a respeito do homem: quer torná-lo participante da sua
Santidade.
A 1ª Leitura afirma
que uma grande multidão de pessoas, de todos os povos,
são os santos que participam
da glória celeste, junto de Deus. (Ap
7,2-4.9-14)
O texto fala de 144 mil
eleitos. O Número é simbólico e indica a totalidade da comunidade cristã.
(12x12x mil:12 tribos do AT + 12 apóstolos do NT + mil)
A 2ª leitura recorda
que a Vida divina, que se manifestará no final da vida,
já está presente em nós desde
agora. (1Jo 3,1-3)
No Evangelho, Jesus
apresenta uma proposta de Santidade,
resumida nas BEM-AVENTURANÇAS: (Mt 5,1-12)
* O melhor CAMINHO para a
Santidade é a vivência das Bem aventuranças.
+ A Festa de hoje pretende
homenagear todos os santos, conhecidos ou não,
e apresentar o ideal da
santidade como possível hoje e desejado por Deus.
"Todos os fiéis são chamados à Santidade cristã.
Ela é a plenitude da vida cristã e perfeição da
caridade, realiza-se na união íntima ao Cristo e, nele, com a Santíssima
Trindade". (CCIC 428)
Portanto, SANTOS podemos e
devemos ser também nós...
Acolhamos o apelo de Deus à Santidade...
e que os Santos sejam modelos
e intercessores nossos, nessa caminhada...
Pe. Antônio
Geraldo
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HOMILIA DO
PE. PEDRINHO
O dia de todos os santos é um
dia importante, uma solenidade importante, porque nos ajuda a cada um de nós a
lembrarmos, que nós somos santos.
Segunda leitura chama a
atenção para uma questão muito simples: “Vede que grande presente de amor o Pai
nos deu: de sermos chamados Filhos de Deus”. Deus acolhe toda a humanidade como
sendo seus filhos e filhas. Na medida em que eu respondo, aceito, esta adoção
por parte de Deus, eu me torno santo. Por quê? Porque procuro viver o batismo.
É o primeiro gesto, no rito do Batismo, que nos marca. Aqui é interessante a
primeira leitura: o ancião, que é João, pergunta: “quem são estes que trazem as
vestes brancas”? O Senhor lhe diz: Estes são os que foram marcados com o selo; cento e quarenta e quatro mil e além
deste, uma multidão que não se pode contar, de todas as raças, línguas e povos.
Ora, que sinal é este? É o
sinal da cruz que fazemos, quando vamos batizar alguém. Fazemos este sinal na
testa do batizando, dizendo: receba a cruz de Cristo, o Cristo salvador. Este
sinal é para que nos lembremos de que Jesus nos salvou pela cruz e pela
ressurreição.
Filhos de Deus são todos. Os
marcados com o selo, são os que foram Batizados. Aí, então, vamos nos
perguntar: quando é que vai chegar o fim dos tempos? Quando tiver sido marcada
a última pessoa. O que significa, que se não pudermos contar quantos são os
marcados, muito menos quando será o último a ser Batizado. Até lá, somos
chamados a anunciar Jesus Cristo e a convidar as pessoas para o Batismo.
Iniciamos a nossa reflexão
dizendo que somos santos. Por quê? Porque fomos batizados. O que acontece, é
que às vezes não honramos o Batismo que recebemos e acabamos cometendo pecado.
Na medida em que eu me dou conta da santidade, eu percebo que no Batismo tenho
o início de uma caminhada que vai me levar até Deus. O último passo dessa
caminhada é quando eu encontro Deus face a face; é quando eu morro, é no
momento de minha morte. Por isso, celebramos os fiéis defuntos e celebramos
também todos os santos. Os que buscaram caminhar, procuraram a Deus e agora
vivem junto de Deus eternamente glorificando-o junto com todos os anjos. Um dia
louvaremos a Deus face a face com hinos de alegria e agradecimento.
Aqui é o ponto: como fazer
para me tornar cada vez mais santo? Jesus apresenta as Bem-aventuranças. As
bem-aventuranças nos lembra Moisés, que subiu a montanha e trouxe as tábuas da
Lei para o povo. Agora é Jesus, que não recebe as Tábuas da Lei, porque Ele é
Deus, mas Ele nos dá o ensinamento, transmite a nova Lei para que o povo possa
conhecer a Deus com mais facilidade. Ao transmitir, elimina qualquer
intermediário. Se no Antigo Testamento Moises foi o intermediário entre Deus e
o povo, Jesus, que é Deus, é a grande ponte para o Reino e não existe outro
intermediário.
Se é assim, qual é a função
dos Santos? Porque aprendemos que devemos pedir aos santos e anjos que
intercedam por nós junto a Deus. Os Santos são INTERCESSORES e não
intermediários. Qual é a diferença? Eu me relaciono diretamente com Deus e os
Santos intercedem por isso, torcem, tentam facilitar para que também eu chegue
até onde eles estão. Se quiser imitar um santo, serei eternamente frustrado,
porque ninguém consegue imitar outra pessoa. Cada um de nós Deus criou como
único. Cada um de nós vai descobrir o caminho da santidade a partir de nós
mesmos. O que os santos nos fazem é ajudar a perceber que é possível, mesmo
sendo limitado, tendo fraquezas, cometendo pecado, é possível atingir a
santidade. Cada um descobre o seu modo. Se eu for imitar São Francisco, Santa
Terezinha, Santa Rita, eu vou ficar a vida inteira me lamentando, porque quando
eu estava para ser igual a ele, eu não consegui mais. Não. O caminho é próprio
de cada um. Agora, Deus nos ajuda, porque Jesus, quando apresenta as
Bem-aventuranças, Ele nos traz como ponto central a MISERICÓRDIA. O que é a
misericórdia? A misericórdia é a prática do amor. Deus é misericordioso. Na
medida em que eu procuro semear, difundir o amor, por meio de gestos concretos,
eu apresento a misericórdia de Deus. É por misericórdia de Deus que somos quem
somos. Veja que a primeira leitura nos lembra que tudo é de Deus e no entanto,
Ele entregou tudo para o ser humano. Também somos lembrados em cada Celebração
Eucarística, que Deus entregou o seu Filho e por meio do seu sangue, o sangue
derramado na Cruz, que todos nós fomos resgatados da morte. É a partir daí, que
o Batismo se torna o segundo nascimento. Por isso, somos convidados a comemorar
duas datas; aquela que nascemos, de registro, de certidão de nascimento e
aquela que fomos Batizados. No Batismo nós morremos para o mundo e começamos
uma nova caminhada em direção a Deus. Quanto mais eu me aproximo de Deus, mais
santo eu me torno. Por isso, alguém só é declarado santo, depois da sua morte,
porque é o momento em que a pessoa se encontra com Deus. Não precisamos ter
medo da morte. A morte é tão somente este passo para aquilo que almejamos
tanto.
Outra ajuda de Deus é a sua
Palavra. A Palavra de Deus nos orienta e nos ajuda a não desviar do caminho.
A terceira é a Eucaristia,
porque na medida em que comungo o Pão consagrado, eu estabeleço a comunhão com
Deus. Para que esta experiência seja viva, sou chamado à oração. A oração onde
eu apresento a Deus as minhas dificuldades e ao mesmo tempo agradeço,
celebrando com Ele as minhas vitórias.
Que Deus nos ajude a viver
cada dia em busca da santidade e que esta caminhada nos leve a encontra-lo,
porque a segunda leitura nos diz, que quando encontrarmos o Cristo, seremos
como Ele. Porque o veremos face-a-face no Céu.
Louvado seja Nosso Senhor
Jesus Cristo.
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Homilia do D. Henrique
Soares da Costa
Hoje, a Igreja volta seu olhar e seu
coração para o céu e enche-se de alegria ao contemplar uma multidão que
participa da glória e da plenitude do Deus Santo.
A nossa fé nos ensina que somente
Deus é Santo. Na Bíblia, “santo” significa, literalmente, “separado”. Deus é
aquele que é separado, absolutamente diferente de tudo quanto exista no céu e
na terra: Ele é único, Ele é absoluto, Ele sozinho se basta, sozinho é pleno,
sozinho é infinitamente feliz. Ele é Deus! Por isso, Santo, em sentido
absoluto, é somente o Deus uno e trino, Pai, Filho e Espírito Santo. A Jesus, o
Filho eterno feito homem, nós proclamamos em cada missa: “Só vós sois o Santo”;
ao Pai nós dizemos: “Na verdade, ó Pai, vós sois Santo e fonte de toda
santidade”; ao Espírito nós chamamos de Santo.
Mas, a nossa fé também nos ensina que este Deus
santo e pleno, dobra-se carinhosamente sobre a humanidade – sobre cada um de
nós – para nos dar a sua própria vida, para nos fazer participantes de sua
própria plenitude, sua própria santidade. Foi assim que o Pai, cheio de imenso
amor, enviou-nos seu Filho único até nós, e este, morto e ressuscitado,
infundiu no mais íntimo de nós e de toda a Igreja o seu Espírito de santidade.
Eis, quanta misericórdia: Deus, o único Santo, nos santifica pelo Filho no
Espírito: “Vede que grande presente de amor o Pai nos
deu: sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos!” É isto a
santidade para nós: participar da vida do próprio Deus, sermos separados,
consagrados por ele e para ele desde o nosso Batismo, para vivermos sua própria
vida, vida de filhos no Filho Jesus! É assim que todo cristão é um santificado,
um separado para Deus. Mas, esta santidade que já possuímos deve, contudo,
aparecer no nosso modo de viver, nas nossas ações e atitudes. E o modelo de
toda santidade é Jesus, o Bem-aventurado. Ele, o Filho, foi totalmente aberto
para o Pai no Espírito Santo e, por isso, foi totalmente pobre, totalmente
manso, totalmente puro e abandonado a Deus no pranto, na fome de justiça e na
misericórdia. Então, ser santo, é ser como Jesus, deixando-se guiar e
transformar pelo seu Espírito em direção ao Pai. Esta santidade é um processo
que dura a vida toda e somente será pleno na glória. São João nos fala disso na
segunda leitura de hoje: “Quando Cristo se manifestar,
seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é”.
Nesta perspectiva, podemos contemplar a estupenda
leitura do Apocalipse que escutamos como primeira leitura. O que se vê aí? Uma
multidão. Primeiro, cento e quarenta e quatro mil de todas as tribos de Israel.
Isto simboliza todo o Israel. Recordemos: 12 é o número do Povo do Antigo
Testamento. Pois bem, cento e quarenta e quatro mil equivale a 12 x 12 x 1000,
isto é, à totalidade de Israel. Deus não se cansou de chamar o povo da antiga
aliança: Israel haverá de ser salvo pelo sangue de Cristo. Mas, há ainda
mais: “Depois disso, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações,
tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do
trono e do Cordeiro”. Essa multidão são todos os povos da
terra, chamados por Cristo, na Igreja, para a salvação, para a santificação que
Deus nos oferece. Notemos bem: “uma multidão que ninguém podia
contar”.A salvação é para todos, a santidade não é para um grupinho
de eleitos, para uma elite espiritual. Todos são chamados a essa vida divina
que Deus quer partilhar conosco, todos são chamados à santidade! “Trajavam vestes brancas e traziam palmas nas mãos. São os que
vieram da grande tribulação e lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do
Cordeiro”. Eis quem são os santos: aqueles que atravessaram as
lutas desta vida, as tribulações desta nossa pobre existência, unidos a Cristo;
são os que venceram em Cristo – por isso trazem a palma da vitória; são os que
não tiveram medo de viver e, se caíram, se erraram, foram, humildemente,
lavando e alvejando suas vestes no sangue precioso de Cristo: são santos não
com sua própria santidade, mas com a santidade do Cristo-Deus. Nunca
esqueçamos: ninguém é santo com suas forças, ninguém é santo por sua própria
santidade: só em Cristo somos santificados, pois somente Cristo derrama sobre
nós o Espírito de santidade. O nosso único trabalho é lutar para acolher esse
Espírito, deixando-nos guiar por ele e por ele sermos transfigurados em Cristo!
Olhemos para o céu: lá estão Pedro e
Paulo, lá estão os Doze, lá estão os mártires de Cristo, os santos pastores e
doutores, lá estão as santas virgens e os santos homens, lá estão tantos e
tantos – uns, conhecidos e reconhecidos pela Igreja publicamente, outros, cujo
nome somente Deus conhece; lá está a Santíssima e Bem-aventurada sempre Virgem
Maria, Mãe e discípula perfeita do Cristo, toda plena do Espírito, toda
obediente ao Pai. Eles chegaram lá, eles intercedem por nós, eles são nossos
modelos, eles nos esperam.
Num mundo que vive estressado, que
corre sem saber para onde… num mundo que já não crê nos verdadeiros valores,
porque já não crê em Deus, contemplar hoje todos os santos é recordar para onde
vamos e qual é o sentido da nossa vida! Não tenhamos medo de ser de Deus, não
tenhamos medo de testemunhar o Evangelho, não tenhamos medo de alimentar nossa
visa com o Cristo, na sua Palavra e na sua Eucaristia para sermos inebriados da
vida do próprio Deus.
Infelizmente, muitos hoje têm como
heróis os atletas, os atores, os cantores e tantos outros que não têm muito e
até nada para ensinar. Quanto a nós, que nossos heróis e modelos sejam os
santos e santas de Cristo, que foram heróis porque se venceram e correram para
o Cristo! Que eles roguem por nós, pois o que eles foram, nós somos e o que
eles são, todos nós somos chamados a ser.
Todos os Santos e Santas de Deus, rogai por nós!
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Por: Pe. André Vital Félix
da Silva, SCJ
Celebrando
hoje a Solenidade de todos os Santos e Santas de Deus, a Igreja faz duas
grandes proclamações: Deus é verdadeiramente santo e todo ser humano é chamado
à santidade. Afirmar a santidade de Deus é denunciar toda forma de ateísmo e,
ao mesmo tempo, todo tipo de idolatria. Santidade significa separação que
garante identidade, condição fundamental para estabelecer relacionamentos. Deus
é o santo por excelência, porque é totalmente Outro, tem uma identidade, é o
Criador, aquele que separa a luz das trevas, a terra das águas, e todos os
seres que existem, e estes não se confundem nem se fundem uns nos outros. A sua
obra criadora (hebraico kadash: separar, santificar) chega
ao ápice na separação do Adão primordial em homem e mulher (Gn 1). O ateísmo é
a negação de que a criação é obra de Deus e, por conseguinte, do próprio Deus
que a criou. Sem referência a Deus, a criação perde sua identidade e sua razão
de ser, torna-se caos.
Afirmar a santidade de Deus
é, também, desmascarar todo tipo de idolatria. Os ídolos representam a não
criação, eles indicam que os seres perderam a sua identidade e, portanto,
tomaram o lugar do seu Criador. As religiões pagãs primitivas, encantadas com a
beleza de alguns seres criados e amedrontadas pela sua grandeza, praticavam a
idolatria confundindo o sol, a lua, as estrelas e as forças da natureza com a
divindade; inclusive alguns homens, declarando-se deuses para os seus
semelhantes, confundiram a sua identidade e condição de criatura, tornaram-se
ídolos de si mesmos.
Reconhecer a vocação
universal à santidade do ser humano é, ao mesmo tempo, recuperar a sua
identidade e reafirmar a identidade de Deus. Os santos e santas são testemunhos
vivos e convincentes de que é possível encontrar esse caminho. As
bem-aventuranças vividas e propostas por Jesus indicam as atitudes fundamentais
de quem reconhece a sua vocação à santidade.
As nove bem-aventuranças de
Mateus não devem ser compreendidas como virtudes individuais aplicadas a nove
categorias de pessoas diferentes, mas todas elas fazem parte de um mesmo
perfil, são as diversas exigências de santidade para todo cristão.
Bem-aventurado é quem faz esse percurso: partindo do despojamento dos seus bens
(1ª. Bem-aventurança) chega até o desprendimento da própria vida (última
Bem-aventurança). Portanto, o pobre só é bem-aventurado se tiver fome e sede de
justiça; não é feliz quem, sendo manso, não assume a tarefa corajosa de construir
a paz. Infeliz é o aflito que não tem sede e fome de justiça, mas só sabe
lamentar, e, por isso, não tem forças para lutar. Os puros de coração só
encontram a felicidade verdadeira quando praticam a misericórdia, pois é esta
que purifica o nosso olhar fazendo-nos enxergar Deus no semelhante. Não pode
ser bem-aventurado só quem deseja o Reino de Deus, mas não se dispõe a sofrer
por ele, mas foge das perseguições por causa da justiça e tem medo das
difamações e injúrias para garantir o seu prestígio neste mundo e a sua vida
tão efêmera nessa curta peregrinação rumo à pátria definitiva.
As Bem-aventuranças servem
de porta de entrada do ensinamento e da vida de Jesus, resumem o estilo de vida
do Mestre e de quem deseja ser seu discípulo, pois indicam um caminho de
absoluta mudança de mentalidade e de atitudes (conversão). De caráter
profético, as Bem-aventuranças desqualificam a concepção farisaica da religião
que defendia a prosperidade material como bênção e recompensa de Deus
(“Bem-aventurados os pobres…os aflitos, os mansos…”). Contrapondo-se à
mentalidade do mundo, as Bem-aventuranças anunciam uma nova maneira de buscar a
felicidade. Ser bem-aventurado não é viver numa redoma de proteção, isento de
dificuldades ou problemas, mas bem-aventurado é quem se dispõe a seguir o
caminho que leva à verdadeira vida, ainda que tenha de carregar a sua cruz, mas
sabe que o seu destino não é o vazio. Bem-aventurado é aquele que sabe a quem
dirigir o seu grito, na certeza de que será ouvido; infeliz é aquele que grita
sem saber a quem.
A Santidade como vocação
fundamental do ser humano é o caminho que o seu Criador escolheu para ele.
Optar por outra estrada é recusar a verdadeira bem-aventurança, é preferir o
caos à beleza da criação, é negar a sua condição de separado por Deus e para
Ele, e voltar-se para si mesmo, fazendo de si o seu próprio ídolo, mergulhando
na confusão de uma criatura que rejeita seu criador e, portanto, perde sua
identidade e rumo. Porque Deus nos criou, separou-nos para Ele, nascemos
santos. Porém, a vida é a hora de acolhermos ou não esse dom: sermos ou não
Dele, abraçarmos ou não a santidade.
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos e Ministros extraordinários da
Palavra):
LOUVOR:
Quando o Pão consagrado estiver sobre o altar:
- O senhor esteja com todos
vocês... demos graças ao senhor, nosso Deus: ...
- Com Jesus, por jesus e
em Jesus, na força do Espírito Santo, louvemos ao Pai:
T:
Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
-
Ó Pai, nós Vos bendizemos pela Vossa
paciência e pela Vossa bondade. Quando nos afastamos do caminho da justiça, Vós
nos recordais de vossos preceitos.
Senhor, purificai-nos da mentira, do egoísmo e fazei-nos mais justos e
humildes.
T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
-
Deus de infinita sabedoria, nós Vos damos graças, porque nos chamastes;
escolheis aqueles que se reconhecem pobres, para lhes dar a Vossa sabedoria.
Senhor, Pomos em Vós a nossa confiança, a nossa esperança e estendemos as mãos
para o Vosso Filho: Ele é a nossa justiça, a nossa santificação e a nossa
redenção. Só em Cristo somos fortes.
T: Louvor e
glória a Vós, ó Pai de Bondade!
-
Bendito sejais, Vós que abris ao Vosso povo o Reino dos céus, Vós que o saciais
com a Vossa justiça, Vós que nos chamais Vossos filhos. Fazei-nos corações
puros, amáveis com os irmãos e testemunhas do Vosso Reino.
T: Louvor e
glória a Vós, ó Pai de Bondade!
-
PAI NOSSO... A Paz de Cristo... Eis o
Cordeiro de Deus...
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