quinta-feira, 28 de novembro de 2019

1º DOMINGO DO ADVENTO ANO A, homilias, subsídios homiléticos


1º DOMINGO DO ADVENTO ANO A 2019

Sinopse:
Tema:  VIGILANCIA “Na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá!” O cristão caminha, sempre atento, preparado para acolher o Senhor que vem.
Primeira leitura: Todos são convidados a dirigirem-se à montanha onde reside o Senhor… É do encontro com a sua Palavra que resultará um mundo de harmonia, de paz sem fim.
Evangelho: Apela à vigilância. O crente ideal vive atento e vigilante, acolhendo o Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel  na construção do “Reino”.
Segunda leitura: Recomenda aos crentes que despertem da letargia que os mantém presos ao mundo das trevas (o mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira, do pecado), que se vistam da luz (a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e que caminhem, com alegria e esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da salvação.

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Celebrações  com a Coroa de Advento

I Domingo do Advento - A vela do Profeta: a esperança. (vela roxa)

Segue-se tudo normal até a saudação inicial feita pelo presidente da
celebração: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo...... Antes do Ato penitencial segue-se o rito para acender a primeira vela:

Comentário: Hoje vamos acender a primeira vela da Coroa do Advento, a vela do Profeta, a vela da esperança, para recordar que Jesus Cristo é a nossa única esperança. Vamos agradecer a Deus pelas promessas que fez à humanidade e a esperança que despertou e continua a despertar em cada um de nós.

(Alguém entra com a vela roxa acesa e a coloca na Coroa do Advento. Nesse momento pode-se cantar um canto que fale de esperança ou apenas dedilhar o violão ou o teclado.

Oração
Pres. Ó Deus da esperança, quando os seres humanos se separaram da vossa
amizade, do vosso amor, nunca os abandonastes. Já aos primeiros pais Adão e Eva prometestes um salvador, um filho de sua descendência, que haveria de vencer o inimigo e restabelecer a comunhão de amor e de vida convosco.
Renovaste a promessa através de Abraão, do Rei Davi e do Profeta Isaías. Nós vos agradecemos porque finalmente nos enviastes o Salvador nascido da Virgem Maria. Assim como a humanidade soube esperar o Salvador, concede i também a nós, nos prepararmos para acolher o Salvador que vem novamente na comemoração do seu Natal. Aumentai nossa esperança. Nós vos pedimos que Cristo nasça em nossos corações neste Santo Natal. Isso vos pedimos, por Cristo, nosso Senhor.
T. Amém
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PRIMEIRA LEITURA (Is 2,1-5) Leitura do Livro do Profeta Isaías.
Visão de Isaías, filho de Amós, sobre Judá e Jerusalém. Acontecerá, nos últimos tempos, que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas e dominará as colinas. A ele acorrerão todas as nações, para lá irão numerosos povos e dirão: “Vamos subir ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que ele nos mostre seus caminhos e nos ensine a cumprir seus preceitos”; porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a palavra do Senhor. Ele há de julgar as nações e arguir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices: não pegarão em armas uns contra os outros e não mais travarão combate. Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor.

AMBIENTE - Na fantasia do poeta, ele vê, num futuro sem data definida, uma multidão de povos de todas as raças e nações que, atraídas por Jahwéh, se dirigem ao encontro da salvação de Deus. Estamos diante de um dos oráculos mais bonitos de todo o Antigo Testamento.

MENSAGEM - O nosso oráculo é o poema da paz universal e da convergência de todos os povos à volta de Deus. Na visão do profeta, o “monte do Senhor” transforma se no centro do mundo, por ser a morada de Jahwéh. Todos os povos avançam ao encontro do Senhor: eles vêm atraídos pela força da Palavra de Deus; querem ser instruídos nos caminhos de Jahwéh. Primeiro, eles aceitam a arbitragem justa e pacífica de Deus; depois, compreendem que não são necessárias armas: as máquinas de guerra transformam-se em instrumentos pacíficos de trabalho e de vida. Do encontro com Deus e com a sua Palavra, resulta a harmonia, o progresso, o entendimento entre os povos, a vida em abundância, a paz universal. Este quadro é o reverso de Babel… Na história da torre de Babel o orgulho e a autossuficiência conduziram à divisão, ao conflito, à confusão. Agora, os homens escolheram escutar Deus; o resultado é a reunião de todos os povos, o entendimento, a harmonia, o progresso, a paz universal. Quando se realizará esta profecia?

ATUALIZAÇÃO
O sonho do profeta começa a realizar-se em Jesus. Ele é a Palavra viva de Deus, que Se fez carne e que veio habitar no meio de nós, a fim de trazer a “paz aos homens” amados por Deus; da escuta dessa Palavra, nasce a comunidade universal da salvação, aberta a todos os povos da terra (cf. At 2,5- 11). Estamos começando o tempo de preparação para acolher Jesus (Advento) e a proposta de salvação que, através d’Ele, o Pai quer fazer aos homens.
Estamos muito longe dessa terra ideal de justiça e de paz, construída à volta de Deus e da sua Palavra. Que posso eu fazer para que o sonho de Isaías se concretize?

SALMO RESPONSORIAL 121 (122)
Que alegria, quando me disseram: “Vamos à casa do Senhor!”
• Que alegria, quando me disseram: / “Vamos à casa do Senhor!” /
E agora nossos pés já se detêm, / Jerusalém, em tuas portas.
• Para lá sobem as tribos de Israel, / as tribos do Senhor.
/ Para louvar, segundo a lei de Israel, / o nome do Senhor. /
A sede da justiça lá está / e o trono de Davi.
• Rogai que viva em paz Jerusalém, / e em segurança os que te amam! /
 Que a paz habite dentro de teus muros, / tranquilidade em teus palácios!
• Por amor a meus irmãos e meus amigos, / peço: “A paz esteja em ti!” /
 Pelo amor que tenho à casa do Senhor, / eu te desejo todo bem!

EVANGELHO (Mt 24,37-44)S. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: “A vinda do Filho do Homem será como nos tempos de Noé. Pois nos
dias antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem. Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada. Portanto, ficai atentos! Porque não sabeis em que dia virá o Senhor. Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”.

AMBIENTE - Os capítulos 24 e 25 do Evangelho de Mateus apresentam o último grande discurso de Jesus antes da sua paixão e morte. No discurso transmitido por Marcos a questão principal é a dos sinais que precederão a destruição de Jerusalém e do Templo. No discurso reelaborado por Mateus a questão central é a da vinda do Filho do homem e das atitudes com que os discípulos devem preparar esta vinda. Esta mudança de perspectiva pode explicar-se a partir da situação em que vivia a comunidade de Mateus e com as suas necessidades. Estamos na década de 80. Passaram dez anos a destruição de Jerusalém e ainda não aconteceu a segunda vinda de Jesus. Os crentes estão desanimados e desiludidos… O evangelista contempla com preocupação os sinais de abandono, de desleixo, de esfriamento que começam a aparecer na comunidade e sente que é preciso renovar a esperança e levar os crentes a comprometer-se na história, construindo o “Reino”. Nesta situação, Mateus descobre que as palavras de Jesus encerram um profundo ensinamento e compõe com elas uma exortação dirigida aos cristãos. Esta exortação fundamenta-se numa convicção: a vinda do “Filho do homem” é um fato certo, ainda que não aconteça em breve; enquanto não chega o momento, é preciso preparar este grande acontecimento, vivendo de acordo com os ensinamentos de Jesus. A linguagem destes capítulos é estranha e enigmática… Trata-se, no entanto, de um gênero usado com alguma frequência por alguns grupos judeus e cristãos da época de Jesus. É a linguagem “apocalíptica”, porque o seu objetivo é “revelar algo escondido” (“apocaliptô). Em muitas ocasiões, esta revelação é dirigida a comunidades que vivem numa situação de sofrimento, de perseguição; o objetivo é animá-las, dar-lhes esperança, mostrar-lhes que a vitória final será de Deus e dos que lhe forem fiéis.

MENSAGEM - Para Mateus, a vinda do Senhor é certa, embora ninguém saiba o dia nem a hora; resta estar vigilantes, preparados e ativos… Mateus usa três quadros:
O primeiro é o quadro da humanidade na época de Noé: os homens viviam preocupados apenas em gozar a sua “vidinha” descomprometida; quando o dilúvio chegou, apanhou-os de surpresa.
O segundo coloca-nos diante de duas situações da vida quotidiana: o trabalho agrícola e a moagem do trigo… Os compromissos e trabalhos necessários à subsistência do homem também não podem ocupá-lo de tal forma que o levem a negligenciar o essencial: a preparação da vinda do Senhor.
O terceiro coloca-nos frente ao exemplo do dono de uma casa que adormece e deixa que a sua casa seja saqueada pelo ladrão… Os crentes não podem, nunca, deixar-se adormecer, pois o seu adormecimento pode levá-los a perder a oportunidade de encontrar o Senhor que vem. A questão fundamental é: o crente ideal é aquele que está sempre vigilante, atento, preparado, para acolher o Senhor que vem. Não perde oportunidades, porque não se deixa distrair com os bens deste mundo, não vive obcecado com eles e não faz deles a sua prioridade fundamental… Mas, dia a dia, cumpre o papel que Deus lhe confiou, com empenho e com sentido de responsabilidade.

ATUALIZAÇÃO
O que é que significa para nós “estar vigilantes”, “estar atentos”, para acolher o Senhor? Significa acolher todas as oportunidades de salvação que Deus nos oferece continuamente… Se Ele vem ao meu encontro, me desafia a cumprir uma determinada missão e eu prefiro continuar a viver a minha “vidinha” fácil e sem compromisso, estou a perder uma oportunidade de dar sentido à minha vida; se Ele vem ao meu encontro, me convida a partilhar algo com os meus irmãos mais pobres e eu escolho a avareza e o egoísmo, estou a perder uma oportunidade de abrir o meu coração ao amor, à alegria, à felicidade…
O Evangelho apresenta alguns dos motivos que impedem o homem de “acolher o Senhor que vem”… Fala da opção por “gozar a vida”, sem ter tempo para compromissos sérios (quanta gente, ao domingo, tem todo o tempo do mundo para dormir até ao meio dia, mas não para celebrar a fé com a sua comunidade cristã); fala do viver obcecado com o trabalho, esquecendo tudo o mais (quanta gente trabalha quinze horas por dia e esquece que tem uma família e que os filhos precisam de amor); fala do adormecer, não prestando atenção às realidades essenciais (quanta gente encolhe os ombros diante do sofrimento dos irmãos e diz que não tem nada com isso: é o governo ou o Papa que têm que resolver a situação)… E eu: o que é que na minha vida me distrai do essencial e me impede, tantas vezes, de estar atento ao Senhor que vem?
Neste tempo de preparação para a celebração do nascimento de Jesus, sou convidado a centrar a minha vida no essencial, a redescobrir aquilo que é importante, a acordar para os compromissos que assumi para com Deus e para com os irmãos, a empenhar-me na construção do “Reino”. É essa a melhor forma – ou melhor, a única forma – de preparar a vinda do Senhor.

SEGUNDA LEITURA (Rm 13,11-14a) Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos: Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noite já vai adiantada, o dia vem chegando: despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz. Procedamos honestamente, como em pleno dia: nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.

AMBIENTE - Estamos no ano 57 ou 58. O perigo da divisão ameaça a Igreja: de um lado estão as comunidades de origem judeu-cristã e de outro as comunidades pagão-cristãs; uns e outros têm algumas dificuldades de entendimento e há um perigo real de cisão. Paulo escreve, então, sublinhando a unidade da fé e chamando a atenção para a igualdade fundamental de todos no processo da salvação. A primeira parte da Carta aos Romanos (cf. Rom 1,18-11,36) é de caráter dogmático e procura mostrar que o Evangelho é a força que congrega e que salva todo o crente; a segunda parte (cf. Rom 12,1-15,13) é de caráter prático e exorta a todos a viver no amor. O texto que hoje nos é proposto pertence à segunda parte da carta. Depois de exortar os cristãos que pertencem à comunidade de Roma ao amor mútuo, Paulo pede-lhes que estejam vigilantes e preparados, a fim de acolher o Senhor que vem.

MENSAGEM – Referindo-se à “hora” que os cristãos estão a viver, Paulo pede-lhes que se levantem “do sono, porque a salvação está mais perto”. Ao dizer que a salvação está perto, o que é que Paulo está a sugerir? Paulo pensava, certamente, na vinda mais ou menos iminente de Jesus Cristo, a fim de concluir a história da salvação; no entanto, a ausência de especulações apocalípticas mostra claramente que o interesse de Paulo não é no “quando” e no “como”, mas no significado e nas consequências dessa vinda. O fato que aqui interessa é, portanto, que os cristãos estão a viver os “últimos tempos” (que começaram quando Jesus deixou o mundo e encarregou os discípulos de serem testemunhas da salvação diante dos homens) antes da vinda de Jesus… Quais as consequências disso? Antes de serem batizados, os cristãos viviam nas trevas e a sua vida estava pontuada pelo egoísmo (excessos de comida e de bebida, devassidões, libertinagens, discórdias e ciúmes); mas, com o batismo, eles nasceram para uma nova realidade… É para essa realidade de uma vida nova, liberta do egoísmo e do pecado, que eles devem acordar definitivamente, enquanto esperam o Senhor que vem: quando o Senhor chegar, deve encontrá-los despidos do velho mundo das trevas; e deve encontrá-los atentos e preparados, revestidos dessa vida nova que Cristo lhes ofereceu, vivendo na fé, no amor, no serviço. Fundamentalmente, há aqui um convite a que os crentes vivam este “tempo” como um tempo último e definitivo, que tem de ser um tempo de caminhada ao encontro de Jesus Cristo e ao encontro da salvação.

ATUALIZAÇÃO
A questão é a da conversão: os crentes são convidados a deixar a vida das trevas e embarcar na vida da luz… As “trevas” caracterizam essa realidade negativa que produz mentira, injustiça, opressão, medo, materialismo; a “luz” é a transformação das estruturas e dos corações…
Quase todos nós somos pessoas razoáveis e sérias e não andamos todos os dias em libertinagens e discórdias; mas, apesar da nossa bondade e seriedade, é possível que o cansaço, a monotonia, a preguiça nos adormeçam, que caiamos na indiferença, na inércia, na passividade, no comodismo; é possível que deixemos correr as coisas e que esqueçamos os compromissos que um dia assumimos com Jesus e com o “Reino”… É para nós que Paulo grita: “acordai!; renovai o vosso entusiasmo pelos valores do Evangelho; é preciso estar preparado para acolher o Senhor que vem”.
Há também, neste texto, um convite à esperança: “o Senhor vem! A noite vai adiantada e o dia está próximo”. Deus não nos abandona; Ele continua a vir ao nosso encontro e a construir conosco esse mundo novo de justiça e de paz… Por muito que nos assustem as trevas que envolvem o mundo, a presença de Deus garante-nos que a injustiça, a exploração, a morte não são o final inevitável: a última palavra que a história vai ouvir é a Palavra libertadora e salvadora de Deus.

Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
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"Vigiai!"

Nesse domingo, inicia mais um Ano Litúrgico, no qual relembramos e revivemos os Mistérios da História da Salvação.

NATAL e PÁSCOA centralizam as celebrações, que são vividas em três momentos: antes, durante e depois...

Nesse Ano A, o Evangelho de Mateus terá uma atenção especial.
Com o Advento, entramos no tempo que nos prepara para o Natal do Senhor

A palavra ADVENTO significa "Vinda", chegada: nos faz relembrar e reviver as primeiras etapas da História da Salvação, quando os homens se prepararam para a vinda do Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda de Cristo por ocasião do Natal.

Nas duas primeiras semanas do Advento, vigilantes e alertas, esperamos a vinda definitiva e gloriosa do Cristo Salvador, e nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, preparamos mais especialmente o seu nascimento em Belém.

A Liturgia de hoje é um veemente apelo à VIGILÂNCIA, para acolher os Sinais de Deus.

Na 1a Leitura, ISAÍAS profetiza a vinda de um descendente de Davi, que trará justiça e paz para o seu povo. (Is 2,1-5) É um dos oráculos mais bonitos de todo do Antigo Testamento.


Encarna a espera do Antigo Testamento de um futuro maravilhoso: fala de uma era messiânica, na qual todos os povos acorrerão a Jerusalém para adorar o único Deus.
As armas se transformarão em instrumentos pacíficos de trabalho e de vida.

  * O sonho do profeta começa a realizar-se em Jesus, mas estamos ainda muito longe dessa terra de justiça e de paz...
- O que podemos fazer para que o sonho de Isaías se concretize?

Na 2a Leitura, Paulo nos convida a "acordar" para descobrir os sinais do novo dia que já raiou e caminhar ao encontro da Salvação, deixando as obras das trevas e vestindo as armas da LUZ. (Rm 13,11-14)

O Evangelho é um apelo a uma VIGILÂNCIA permanente, para reconhecer o Senhor na sua chegada.
Para transmitir essa mensagem, Jesus usa três quadros:

- O 1º Quadro é da humanidade na época de Noé: Os homens viviam, então, numa alegre inconsciência,   preocupados apenas em gozar a sua "vidinha" descomprometida.
  Quando o dilúvio chegou, os apanhou de surpresa e despreparados.
- O 2º Quadro fala dos trabalhos da vida cotidiana:   podem nos levar a negligenciar a preparação da Vinda do Senhor.
- O 3º Quadro coloca o exemplo do dono de uma casa, que adormece e deixa a sua casa ser roubada pelo ladrão.

+ O que significa "estar vigilante"?
- Será apenas estar sem pecado... para não ir para o inferno?
- Ou acolher as oportunidades de salvação, que Deus nos oferece?

Jesus continua vindo, para nos salvar e nos trazer a felicidade. E nós temos que estar sempre atentos para perceber cada vinda sua. Ele está presente nas palavras de quem nos orienta para o bem,  nos gestos de amor dos irmãos, no esforço de quem se sacrifica
para construir um mundo mais justo e fraterno.

Hoje, devido ao medo provocado pelo desemprego, fome e violência, assistimos ao fenômeno da busca de refúgio no sagrado. Mas o excesso de alegria de certas práticas religiosas sem compromisso pode nos tirar a possibilidade de perceber a chegada do Senhor.

- As celebrações festivas nos fazem mais vigilantes, mais acordados para a realidade que temos a obrigação de transformar ou funcionam como sonífero, que nos impedem de ver a chegada daquele que vem sem aviso prévio?
               
+ Motivos que impedem a acolhida do Senhor que vem:
- Prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica alienada...
  No domingo, dorme... passeia... pratica esportes... mas não sobra tempo para celebrar a sua fé na Comunidade...
- Trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde...
- Desatenção: o Distraído não vê o Cristo, presente na pessoa sofredora... 
  Acha que não é problema seu... é do governo... da Igreja...

+ Em minha vida, o que mais me distrai do essencial e me impede tantas vezes de estar atento ao Senhor que vem?

+ Como desejo me preparar para o Natal desse ano?
   - Apenas programando festas, presentes, enfeites, músicas?
   - Ou numa atitude humilde e vigilante, a esse Cristo que vem?  
   - Participo da Novena do Natal em Família?
   - Que PAZ desejo construir?
                                                    Pe. Antônio Geraldo

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Homilia do Pe. Pedrinho (Adaptada pelo Diácono Ismael)

Meus irmãos e irmãs, gostaria de perguntar às crianças que estão na catequese: Por que estou de casula roxa? (porque é o ano litúrgico). Ano litúrgico. Está certíssimo, mas eu quero uma explicação mais fácil. Está certo, não está errado. Por que estou de roxo? (porque é advento e no advento usamos o roxo). Olha aí. No advento usamos a cor roxa. Uma vez, eu perguntei por que estava de verde e me disseram que era porque o Palmeiras tinha ganhado. Fiquei muito chateado... (porque é penitência). Olha, agente associa o roxo com penitência. Não está errado, mas eu não quero que alguém pense que penitência é sacrifício. Não. Penitência é: eu sou convidado, neste tempo, para aprofundar o tema que estamos celebrando. O Tempo Comum, que é o verde, cada domingo é um tema diferente. No advento e também na quaresma o tema é sempre o mesmo. Agora, no advento, vamos ter quatro semanas onde vamos meditar o mesmo tema, que é a vinda de Jesus. É celebrar a vinda de Jesus; portanto, é celebrar o aniversário de Jesus e celebrar a segunda vinda. Os dois primeiros finais de semana, hoje e domingo que vem, nós vamos ver o Evangelho falando do fim dos tempos. É um assunto que parece estranho. Por que? Porque Celebramos a segunda vinda de Jesus. O terceiro e o quarto final de semana iremos refletir sobre a primeira vinda de Jesus. Vai contar o que aconteceu, conta  que o anjo anunciou, conta que foram para Belém e assim por diante.
É assim que a liturgia nos convida a pensar sobre o assunto. O que é que tem de bom do tempo do Advento, que vai nos ajudar e nos preparar para o nascimento de Jesus? A cada domingo vamos meditar algo que é importantíssimo, que conhecemos com a vinda de Jesus.  ... ... ... ... Para termos a Paz, somos convidados a não nos afastarmos de Deus. Por que só Deus é Justo e é a nossa Paz. Na medida em que eu estiver mais próximo de Deus, eu compreendê-lo melhor o que é a justiça, o que é a verdadeira Paz. Por isso, é bom participarmos da Celebração Eucarística (missa) pelo menos aos domingos, porque é aí que Deus fala e eu me aproximo de Deus, porque Ele me dá conselhos justos e então eu posso construir a paz.
Como vai a Paz em minha casa? Se não tivermos paz em casa, é porque não está havendo justiça. Como vai a paz no meu trabalho? Se não há paz no meu trabalho é porque não está havendo justiça. Como vai a paz no estádio de futebol? Se não tiver paz, é porque ali não está havendo justiça . nós poderíamos falar do ambiente do lazer, no ambiente de escola, em todos os ambientes. Então,  somos chamados a construir a paz e a justiça em todos os ambientes. Quando na comunidade não está havendo paz, é porque não está havendo justiça. É claro, que aí, um precisa estar ajudando o outro. Como nós não temos plena consciência da justiça, nem sempre somos justos. Não porque somos maus. É isto que as pessoas confundem. O ser humano não é mau, mas ignorante, em se tratando da justiça.   Às vezes tem a melhor das intenções, mas não é juto. Não por maldade, mas com limitação. É aí que é importante nós ouvirmos a Palavra de Deus.
Tem ainda outro aspecto. Por que quando agente ouve o Evangelho, ficamos em pé? Quem vai dar uma opinião? É só para não cansar de ficar sentado? Aliás, tem alguns que tem uma preguiça de se levantar na hora do Evangelho! Por que agente fica em pé? – (porque é a Palavra de Deus). E, que isto tem a ver com o ficar em pé? A Primeira Leitura, geralmente é do Antigo Testamento é Palavra de Deus também e nós ficamos sentados. A segunda Leitura, que é do Novo Testamento, também é Palavra de Deus e agente fica sentado. É só no Evangelho que agente fica em pé. Por que? (por causa do respeito). Respeito a que? (a Deus). Mas, a Primeira e a Segunda Leitura também é palavra de Deus e agente fica sentado. Eu estou aproveitando para explicar, porque tenho noção de que pouca gente sabe. “uma multidão está em pé diante do Cordeiro – do Filho do Homem”, diz São João. O que é que é isto? Nós cremos que quem faz a leitura somente empresta a voz. É Deus quem fala. Por isso, agente quando é convidado para ler, aceitar. Você só está sendo amplificador para a voz de Deus. Na hora do Evangelho é o Filho do Homem, o Cordeiro, é Jesus quem fala. Porque João fala que é para encontrar com o Filho do Homem em pé. É por isso.  O respeito vale para as três Leituras. Só que diante de Jesus que fala, ficamos em pé. por que? Porque, pelo Batismo cremos que morremos e ressuscitamos e como diante do Cordeiro imolado todos ficam em pé, eu me levanto porque o próprio Cordeiro que nos fala. Todo ressuscitado, diante de Jesus, fica em pé.
Agora está fácil a resposta da pergunta que eu vou fazer. Por que durante a consagração todos ficam em pé? Sei que alguns, por devoção ficam de joelhos e só ficam em pé quando o presidente da celebração diz “eis o mistério da fé” voltam a ficar em pé. É por devoção e isto nós respeitamos. Por que ficamos em pé quando o pão e o vinho são consagrados? Sabemos que Jesus se torna presente no Pão e no Vinho consagrados. Por que ficamos em pé? Porque na consagração é o mesmo Filho do Homem que nos está sendo apresentado. Se diante do Filho do Homem todos devem se apresentar em pé, então, se Ele se faz presente na forma de Pão e de Vinho, devemos estar em pé. Quem gosta de ficar ajoelhado por devoção, sem problema, mas o pedido do Evangelho é que diante do Filho do Homem, nós nos apresentemos de pé. Veja que, na nossa liturgia, tem gestos, todos eles, baseados na Palavra de Deus. Está bom por hoje. Vamos pedir a Deus que nos ajude a caminhar no advento. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO – Diocese de Santo André - SP


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Homilia do Padre Françoá Costa – I Domingo do Advento (Ano A)

Noé do século XXI

Não faz muito tempo, um amigo enviou-me uns conselhos interessantíssimos para recristianizar a sociedade. São verdadeiramente divertidos! Vamos aproveitá-los no dia de hoje de uma maneira bastante prática. Por outro lado, falando em recristianizar o nosso mundo, o nosso Brasil, vêm à mente as alegrias e as dificuldades que essa missão leva consigo.
Escutamos a comparação entre os tempos de Noé e os tempos da segunda vinda de Cristo: assim como, nos tempos de Noé, as pessoas, além de viver bem ordinariamente, estavam bastante distraídas, “assim será também na volta do Filho do homem” (Mt 24,39). Assim como os seres humanos que precederam o dilúvio universal, “comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento” (Mt 24,38), assim também estará a humanidade que precederá o juízo universal. Além da exortação que o Senhor faz para que estejamos vigilantes porque ele pode voltar a qualquer momento, não surpreende o fato de que nós frequentemente vivemos distraídos para essas coisas de dilúvios e de juízos. É normal, pois nos parece de grande proveito comer, beber e divertir-nos. E é verdade! Mas é preciso que unamos essas coisas ordinárias com as realidades sobrenaturais fazendo com que sejam uma só coisa na nossa vida: “quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Cor 10,31).
O critério está bem claro: se fizermos todas as coisas ordinárias tendo presente a glória de Deus não seremos surpreendidos no dia do juízo, estaremos sempre preparados para esse acontecimento. Mas, como ter sempre presente a glória de Deus? Como não andar frequentemente distraídos?
É nesse contexto que eu acho que se encaixa como uma luva à mão os conselhos do meu amigo para recristianizar a sociedade. São também bastante práticos para que tenhamos sempre presente a glória de Deus e não andarmos tão distraídos. Dos vinte e cinco conselhos formulados pelo meu amigo, vou mencionar somente alguns:
  1. Reze antes das refeições, também ao comer em restaurantes ou em qualquer outro lugar. Ser cristão não é ter AIDS!
  2. Escreva aquilo que você sabe, mas com sentido cristão. Não se preocupe! Aqueles que escrevem sem sentido cristão tampouco são escritores.
  3. Se for comer num restaurante numa sexta-feira, pregunte ao garçom pelos menus de abstinência. Caso ele fique um pouco admirado, é simples, explique o porquê.
  4. Se você é religioso, lembre-se que o hábito é um grande testemunho e é fera demais! Retire a poeira dele e use-o desde a manhã até a noite. Não se preocupe: os jovens também chamam a atenção com as roupas que eles utilizam.
  5. Não tenha vergonha de apresentar aos amigos os seus oito filhos.
  6. Se você é sacerdote passe cinco horas diárias no confessionário. Se não é, passe cinco minutos semanais pelo confessionário.
  7. Seja pós-moderno e atreva-se a elogiar diante dos seus amigos a santa pureza, a mortificação corporal, a virgindade e a obediência ao Papa; não se preocupe: aqueles que têm complexos irão ao psiquiatra.
  8. No tempo de calor, não se comporte como índio antes da colonização. Um pouco de decência, né!?
  9. Pela rua, vá de mãos dadas com a sua namorada; e se ela tiver frio, é só dar-lhe de presente um cachecol.
  10. Com idêntica soltura com que você cita a Maomé, Gandhi o Martin Luther King, faça o mesmo com a Epístola aos Filipenses, o Evangelho segundo São Mateus ou São Cirilo de Jerusalém. Experimente!
  11. Sorria. Um Brasil mais cristão é um Brasil mais alegre.
  12. Não se queixe. Faça alguma coisa.
Sem dúvida, o meu amigo tem razão! Dizia um santo que nós temos que passar despercebidos quando está de moda chamar-se católico e ser valentes e aparecer quando os católicos desaparecem. Não precisamos vestir-nos como Noé, nem usar barba como ele, mas podemos despertar a sociedade: Jesus voltará!
Já que com esse primeiro domingo do Advento a Igreja inicia mais um Ano Novo Litúrgico, aproveito para felicita-lo também: felicidades neste Ano Novo e que seja de abundantes graças do Senhor.
Pe. Françoá Costa
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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa – I Domingo do Advento (Ano A)

Com esta santa Eucaristia, estamos iniciando o novo ano litúrgico. É este o primeiro Domingo do Advento, o tempo de quatro semanas que nos prepara para o Natal do Senhor. Tudo, na Liturgia nos ajudará nessa santa preparação, na santa espera, cheia de esperança: o roxo significa a vigilância de quem aguarda, a moderação das flores ajuda-nos a concentrar nossa atenção naquele que vem, o “Glória” não cantado prepara-nos para cantá-lo como novidade na Noite Santa do Natal. Os sentimentos do nosso coração devem ser a vigilância, a piedade humilde de Maria Virgem, de José, dos pastores, de Simeão, Zacarias e Isabel, o espírito de conversão anunciado por João Batista, o sonho de um mundo “cheio da sabedoria do Senhor como as águas enchem o mar” (Is 11,9), como Isaías profetizou… Aproveitemos essas quatro semanas tão doces, que recordam a espera de Israel e da humanidade pelo Messias!
Nos textos bíblicos que a Igreja hoje nos propõe, o Senhor sonda as angústias e saudades do coração humano e nos fala precisamente da esperança: ele é o Deus que vem ao encontro dos nossos anseios mais profundos… Mas também nos exorta a vigiar, a nos preparar para acolher o Dom esperado. Aliás, é esta a miséria do mundo atual: busca a paz, procura a vida, mas não busca naquele que é a saciedade do nosso coração e a salvação da nossa existência. O homem tem sede e Deus, misericordiosamente envia-lhe a água, que é o Messias… e o nosso mundo não o reconhece; antes, renega-o! Vejamos se não é assim; recordemos a palavra do Profeta: “Acontecerá nos últimos tempos que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas. A ele acorrerão todas as nações, para lá irão povos numerosos.. porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a Palavra do Senhor”. Vejamos bem: de Israel, Deus prepara uma salvação, uma luz, uma direção para toda a humanidade. O homem sozinho não encontra o caminho, por mais que teime em se julgar grande e autossuficiente. À nossa pobreza, o Senhor vem com uma promessa tão grande. E, se o coração da humanidade acolher a salvação que vem, a luz que brilha, então, encontrará a paz: “Ele há de julgar as nações e argüir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices: não pegaram em armas uns contra os outros em não mais travarão combate”. Eis a promessa de Deus: dá-nos a salvação; eis o sonho do Senhor: encontrar uma humanidade que acolha o Salvador, dele bebendo a paz!
No nosso mundo, ferido, cansado, incerto… mundo que já não mais crê de verdade em nada, a promessa do Senhor é como um alento. Acreditemos, irmãos! Quão triste o mundo se os cristãos viverem sem esperança, sem certeza, sem ânimo, como os pagãos… Este Tempo do sagrado Advento quer levantar nosso ânimo: o Senhor, cujo Natal celebraremos dentro de quatro semanas, é o mesmo que virá um dia, na sua manifestação gloriosa! Nossa vida tem rumo e sentido. Vigiemos: “Vós sabeis em que tempo estamos! Já é hora de despertas. Agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noitedeste mundo já vai adiantada, o Dia vem chegando” – o Dia é Cristo, Salvação que Deus nos prometeu e nos preparou! Então: “Despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz. Procedamos honestamente, como em pleno dia” – como quem vive já agora, durante a noite deste mundo, no Dia, que é Cristo-Deus: “nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário: revesti-vos do Senhor Jesus”. Eis o modo de vigiar na noite deste mundo, eis o modo de testemunhar que esperamos, na vigilância, o Salvador que nos foi prometido e virá. É oportuno recordar que este texto da Carta aos Romanos, foi o que provocou a conversão de Santo Agostinho, lá no distante século V. A Palavra de Deus é sempre um apelo gritante e forte para nós! Que ela nos converta também agora!
A grande tentação para os discípulos de Cristo, hoje, é conformar-se com o marasmo do pecado do mundo, é viver burguesamente, uma vida cômoda e sem uma fé verdadeira e operante, sem aquela atitude de alegre expectativa por aquilo que o Senhor nos prometeu. Vamos nos ocupando e distraindo com uma vida fútil, dispersa em mil bobagens, esquecendo daquilo que realmente importa! Vale para nós a advertência seríssima do Senhor Jesus: “A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé”: Naquele então, todos vivam tranquilamente: “comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até que Noé entrou na arca e eles nada perceberam…” Como agora: vive-se na farra do paganismo, do consumismo, do relaxamento moral, de tantos absurdos contrários ao Evangelho… e não percebemos que haverá um juízo decisivo de Deus para nós e para o mundo, um juízo no qual o bem e o mal, o santo e o pecador, serão separados: “um será levado e o outro será deixado”… Triste de quem for deixado, triste de quem perder a companhia do Senhor, nossa paz! Pois bem: logo neste iniciozinho de Advento, a advertência do Senhor é dramática: “Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor! Na hora em que menos pensais, o Filho do homem virá!”
Então, enquanto o mundo dorme no seu pecado, na sua auto-satisfação, elevemos, humildemente nosso olhar e nosso coração para Aquele que vem: “A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meu inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera!” – Marana thá! Vem, Senhor Jesus!
Dom Henrique Soares da Costa

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Por: Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ
Neste tempo santo do Advento a Igreja reza: “Revestido da nossa fragilidade, Ele veio a primeira vez para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação. Revestido de sua glória, Ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos” (Prefácio Advento I). Nestas palavras, encontramos a síntese completa da teologia e espiritualidade do Advento; é tempo de preparação para fazer memória da primeira vinda de Cristo (advento natalino), mas também é celebração vigilante e jubilosa que proclama a sua vinda definitiva na glória (advento escatológico). Porém, não há um hiato entre a primeira e a segunda vindas de Jesus, pois Ele não é um simples personagem da nossa lembrança, nem muito menos um ausente aguardado com ansiedade. Por isso, também rezamos: “Agora e em todos os tempos, Ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana, para que o acolhamos na fé e o testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização do seu Reino” (Prefácio Advento I/A).

Neste I Domingo do Advento, a liturgia nos indica qual deve ser a atitude mais coerente e profícua para vivenciarmos bem este tempo de preparação: “Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o Senhor”. A vigilância na Sagrada Escritura é a atitude de quem está atento aos acontecimentos da vida, sabe ler neles os apelos de Deus e está em permanente estado de espera, por isso, é capaz de reconhecer que o Senhor vem constantemente, independe das diversas maneiras de Ele se fazer presente. Por conseguinte, esperar não significa acomodar-se; esperar pelo Senhor não deve ser um pretexto para cruzar os braços. Destarte, o sinal seguro de vigilância é uma atitude operante: “Dois homens estarão trabalhando no campo… Duas mulheres estarão moendo no moinho”. Contudo, não há um lugar especial e exclusivo, nem uma atividade particular e específica que garantem a autêntica vigilância ou a adequada preparação para o encontro com o Senhor. A diferença está na atitude interior de atenção que leva a discernir a sua presença.
Jesus ilustra o seu ensinamento sobre a vigilância evocando a figura de Noé, o último patriarca antes do dilúvio, símbolo do homem justo porque está atento à voz de Deus, diferente da sociedade do seu tempo desatenta, dissoluta e alienada diante de suas opções. Noé é visto também na Sagrada Escritura como instrumento de Deus para salvar a humanidade e, ao mesmo, é figura do novo começo, da criação restabelecida. O seu próprio nome (hebraico Noah: tem conotação de descanso, consolação e salvação, de nuah, nâham: Gn 5,29), por isso ele está entre os vários tipos transitórios do Antigo Testamento que anunciam o definitivo, isto é, o Messias.
Assim como Noé passou 40 dias dentro da arca a fim de que a criação fosse salva e renovada, Jesus fez o seu tempo de preparação durante os 40 dias no deserto, precedido pelo seu batismo, símbolo do novo dilúvio e realização do novo êxodo, a partir do qual Deus refaz toda a sua criação no seu Filho amado (cf. 1Pd 3,20). Assim como Noé foi chamado para estabelecer com Javé uma aliança, garantia de que Deus não destruiria mais a terra, com Jesus, Deus estabeleceu a nova e eterna aliança, através da sua cruz, constituída a nova e definitiva arca da salvação (cf. Ef 2,16).  Assim como Noé, depois da purificação da humanidade com o dilúvio, plantou a vinha a fim de alegrar, com os seus frutos, o coração humano (Gn 9,20), o novo Noé declara-se a videira verdadeira, que dá frutos não apenas para a alegria passageira do ser humano, mas dá a verdadeira vida aos que nela forem enxertados (cf. Jo 15,1s).
A cegueira do ser humano dos tempos de Noé, de Jesus e de hoje continua a mesma: enxerga muito pouco da vida, pois limita-se apenas, na maioria dos casos, ao que come ou bebe (vida puramente animal), ou mesmo aos seus projetos temporais (casar-se e dar-se em casamento). Vigiar significa reconhecer que a vida é chamada à plenitude que ultrapassa os limites da existência terrena; vigiar é reconhecer que palmilhar essa estrada rumo à plenitude é deixar-se guiar por Aquele que, sendo Deus, se fez homem e, por isso, se faz caminho seguro, pois é presença constante, é o Emanuel, o Deus conosco cuja primeira vinda celebramos com gratidão e cuja vinda definitiva aguardamos com esperança e alegria. Porém, Ele espera de nós que estejamos sempre vigilantes para o acolhermos a cada momento, em cada semelhante. Advento é tempo pedagógico para fazer esse caminho!!!

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Para a Celebração da Palavra: (Diáconos ou Ministros extraordinários da Palavra):
Louvor: (Quando o Pão consagrado estiver sobre o altar)                   : I dom. advento
- O Senhor esteja com todos vocês... demos graças ao Senhor, nosso Deus...
- Com Jesus, por Jesus e em Jesus, na força do Espírito Santo, louvemos ao Pai:
T: Louvor e glória a vós, ó Pai de bondade.
- Bendito sejais, Deus nosso Pai! Vós, instruindo o vosso povo, revelastes o caminho da Paz através de vosso Filho. Que todas as Igrejas do universo irradiem vossa luz indicando o caminho do Reino.
T: Louvor e glória a vós, ó Pai de bondade.
- Nós vos bendizemos pelo anúncio de um novo dia, pois a cada ano vosso filho renasce em nossos corações, nos trazendo a esperança de salvação. Atentos e vigilantes aguardamos o nosso Salvador.
T: Louvor e glória a vós, ó Pai de bondade.
- Pai, nós vos damos graças porque sempre estais conosco. Sempre nos acompanhais nas alegrias e dificuldades. Ajudai-nos a estarmos atentos ao serviço do reino, construindo a paz, a justiça e  a solidariedade.
T: Louvor e glória a vós, ó Pai de bondade.
PAI NOSSO... A PAZ... EIS O CORDEIRO...
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