quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

2º DOMINGO DO ADVENTO ANO A IMACULADA CONCEIÇÃO, homilia, subsídios homiléticos


2º DOMINGO DO ADVENTO ANO A IMACULADA CONCEIÇÃO  dezembro 2019

Tema: IMACULADA CONCEIÇÃO.
A liturgia convida-nos a acolher, como Maria, os planos de Deus.
Primeira leitura: mostra (Adão e Eva) o que acontece quando rejeitamos as propostas de Deus e preferimos caminhos de egoísmo, de orgulho e de autossuficiência; sofrimento e morte.
Evangelho: Maria ao contrário de Adão e Eva, rejeitou o orgulho, o egoísmo e a autossuficiência e preferiu os planos de Deus; salvação para o mundo.
Segunda leitura: Deus tem um projeto de vida plena para cada pessoa. É Jesus que apresenta este projeto e exige uma resposta firme.

PRIMEIRA LEITURA (Gn 3,9-15.20) Leitura do Livro do Gênesis
Depois que Adão comeu do fruto da árvore, o Senhor Deus o chamou, dizendo: “Onde estás?” E ele respondeu: “Ouvi tua voz no jardim e fiquei com medo porque estava nu; e me escondi”. Disse-lhe o Senhor Deus: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer?” Adão disse: “A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi”. Disse o Senhor Deus à mulher: “Por que fizeste isso?” E a mulher respondeu: “A serpente enganou-me e eu comi”. Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias da tua vida! Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. E Adão chamou à sua mulher “Eva”, porque ela é a mãe de todos os viventes

AMBIENTE - O relato jahwista de Gn 2,4b-3,24 sobre as origens da vida e do pecado é um texto do séc. X a.C., na época do rei Salomão. Não é reportagem jornalística. Não é científica ou histórica, mas teológica: mais do que ensinar como o mundo e o homem apareceram, ele quer dizer-nos que na origem da vida e do homem está Jahwéh e que na origem do mal e do pecado estão as opções erradas do homem. É uma catequese.
Na primeira parte apresenta a criação como um espaço de felicidade, onde tudo é bom e o homem vive em comunhão total com o criador e com criaturas. Na segunda parte descreve o pecado do homem e da mulher; mostra como as opções erradas introduziram desequilíbrio e de morte. Na terceira parte (cf. Gn 3,8-24), as consequências para toda a criação; o homem livre e feliz fez escolhas erradas e introduziu sofrimento e de morte. O nosso texto pertence à terceira parte.

 MENSAGEM - Deus descobre todos os fatos. Deus pergunta ao homem: “onde estás?” A resposta já é uma confissão de culpa: “como estava nu, tive medo e escondi-me”. A vergonha e o medo são sinal de uma perturbação interior, uma ruptura com a harmonia, de serenidade e de paz. Como? Desobedecendo a Deus. A segunda pergunta feita por Deus é retórica: “terias tu comido dessa árvore, da qual te proibira de comer?”. A “árvore do conhecimento do bem e do mal” – significa o orgulho, a autossuficiência, o prescindir de Deus e das suas propostas, o querer decidir por si só o que é bem e o que é mal, o pôr-se a si próprio em lugar de Deus, o reivindicar autonomia total em relação ao criador. É evidente que o homem “comeu da árvore proibida” – isto é, escolheu um caminho de orgulho e de autossuficiência em relação a Deus. Daí a vergonha e o medo. Ao defender-se, acusa a mulher e, ao mesmo tempo, acusa o próprio Deus (“a mulher que me deste por companheira deu-me do fruto da árvore e eu comi”). Adão representa a humanidade no egoísmo e na autossuficiência, que esqueceu os dons de Deus e vê em Deus um adversário; se instalou na covardia, na falta de solidariedade, no ódio. Escolher caminhos contrários aos de Deus é uma ruptura com Deus e com os irmãos.
Vem, depois, a “defesa” da mulher: “a serpente enganou-me e eu comi”. Entre os povos cananeus, a serpente estava ligada aos rituais de fertilidade e de fecundidade. Os israelitas abandonavam Jahwéh para seguir os rituais dos cananeus e assegurar a fecundidade dos campos e dos rebanhos. a serpente era, pois, o “fruto proibido”, que seduzia os crentes e os levava a abandonar a Lei de Deus. A “serpente” é, neste contexto, um símbolo literário de tudo aquilo que afastava os israelitas de Jahwéh. A resposta da “mulher” confirma que a humanidade prescindiu de Deus, ignorou as suas propostas. Achou, no seu egoísmo e autossuficiência, que podia encontrar a verdadeira vida à margem de Deus. Aí está a culpa de uma humanidade que pensou poder ser feliz em caminhos de egoísmo e de autossuficiência, à margem de Deus. Deus condena como falsos e enganosos esses cultos e essas tentações que seduziam os israelitas e os colocavam fora da dinâmica da Aliança e dos mandamentos. O nosso catequista jahwista sabe que a serpente é um animal miserável, que passa sua existência mordendo o pó da terra. O autor vai servir-se deste dado para pintar a condenação de tudo aquilo que leva os homens a afastar-se dos caminhos de Deus e a enveredar por caminhos de egoísmo e de autossuficiência. O que é que significa a inimizade e a luta entre a “descendência” da mulher e a “descendência” da serpente? A interpretação judaica e cristã viu nestas palavras uma profecia messiânica: Deus anuncia que um “filho da mulher” (o Messias) acabará com as consequências do pecado e inserirá a humanidade numa dinâmica de graça.
Atenção: o autor sagrado não está falando de um pecado cometido nos primórdios da humanidade pelo primeiro homem e pela primeira mulher; mas está falando do pecado cometido por todos de todos os tempos… Ele está apenas ensinando que a raiz de todos os males está no fato de o homem prescindir de Deus e construir o mundo a partir de critérios de egoísmo e de autossuficiência.

ATUALIZAÇÃO
O MAL vem de Deus, ou vem do homem? O mal nunca vem de Deus… Deus criou-nos para a vida e para a felicidade e deu-nos todas as condições para a felicidade plena.
O mal resulta das nossas escolhas erradas, do nosso orgulho, do nosso egoísmo e autossuficiência. Quando o homem escolhe viver orgulhosamente só, ignorando as propostas de Deus e prescindindo do amor, constrói cidades de egoísmo, de injustiça, de prepotência, de sofrimento, de pecado…
O caminhar longe de Deus leva o homem ao confronto e à hostilidade. Nasce, então, a injustiça, a exploração, a violência. As pessoas deixam de ser irmãos para passarem a ser ameaças ao próprio bem-estar, aos próprios interesses.
Prescindir de Deus significa construir uma história de inimizade com o resto da criação. A natureza deixa de ser a casa comum a todos os homens como espaço de vida e de felicidade, para se tornar algo que eu uso e exploro em meu proveito próprio, sem considerar a sua dignidade, beleza e grandeza.  Jesus nos apresentou o plano do Pai. Aprendemos com Ele a amar sem exceção e com radicalidade?

SALMO RESPONSORIAL 97 (98)
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios!
• Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / porque ele
fez prodígios! / Sua mão e seu braço forte e santo / alcançaram-lhe a vitória.
• O Senhor fez conhecer a salvação, / e às nações, sua
justiça; / recordou o seu amor sempre fiel / pela casa de Israel
• Os confins do universo contemplaram / a salvação do
nosso Deus. / Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / alegrai-vos e exultai!

EVANGELHO (Lc 1,26-38) Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era da descendência de Davi e o nome da virgem era Maria. O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de seu pai Jacó, e o seu reino não terá fim”. Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque para Deus nada é impossível”. Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.

AMBIENTE - O texto pertence a um gênero literário chamado homologese. Este gênero não pretende ser um relato jornalístico e histórico de acontecimentos; mas é, sobretudo, uma catequese destinada a proclamar certas realidades salvíficas (que Jesus é o Messias, que Ele vem de Deus, que Ele é o “Deus conosco”). A homologese utiliza e mistura tipologias (fatos e pessoas do Antigo Testamento, encontram a sua correspondência em fatos e pessoas do Novo Testamento) e aparições apocalípticas (anjos, aparições, sonhos) para fazer avançar a narração e para explicitar determinada catequese sobre Jesus. Não interessa estar à procura de fatos históricos; interessa os ensinamentos sobre Jesus. A Galileia era considerada pelos judeus uma terra em permanente contato com as populações pagãs e onde se praticava uma religião heterodoxa, influenciada pelos costumes e pelas tradições pagãs. Daí a convicção dos mestres judeus de Jerusalém de que “da Galileia não pode vir nada de bom”. Quanto a Nazaré, era uma aldeia pobre e ignorada, completamente à margem dos caminhos de Deus e da salvação. Maria era “uma virgem desposada com um homem chamado José”. O casamento hebraico considerava o compromisso matrimonial em duas etapas: havia uma primeira fase, na qual os noivos se prometiam um ao outro (os “esponsais”); só numa segunda fase surgia o compromisso definitivo (as cerimônias do matrimônio propriamente dito)… Entre os “esponsais” e o rito do matrimônio, passava um tempo mais ou menos longo, durante o qual qualquer uma das partes podia voltar atrás, mas sofrendo uma penalidade. Durante os “esponsais”, os noivos não viviam em comum; mas o compromisso que os dois assumiam tinha já um caráter estável, de tal forma que, se surgia um filho, este era considerado filho legítimo de ambos. A Lei de Moisés considerava a infidelidade da “prometida” como uma ofensa semelhante à infidelidade da esposa. E a união entre os dois “prometidos” só podia dissolver se com a fórmula jurídica do divórcio. José e Maria estavam, portanto, na situação de “prometidos”: ainda não tinham celebrado o matrimônio, mas os “esponsais”.

MENSAGEM - O termo “ave” com que o anjo se dirige a Maria, é mais do que uma saudação: é o eco dos anúncios de salvação à “filha de Sião”. A expressão “cheia de graça” significa que Maria é objeto da predileção e do amor de Deus. A outra expressão “o Senhor está contigo” é uma expressão que aparece com frequência ligada aos relatos de vocação no Antigo Testamento (vocação de Moisés; de Gedeão; de Jeremias) e que serve para assegurar ao “chamado” a assistência de Deus na missão que lhe é pedida. A visita do anjo destina-se a apresentar à jovem de Nazaré uma proposta de Deus. Essa proposta vai exigir uma resposta clara de Maria. Deus propõe que aceite ser a mãe de um “filho” especial, que ele se chamará “Jesus”. O nome significa “Deus salva”. Além disso, esse “filho” é apresentado pelo anjo como o “Filho do Altíssimo”, que herdará “o trono de seu pai David” e cujo reinado “não terá fim”. As palavras do anjo levam-nos à promessa feita por Deus ao rei David através das palavras do profeta Nathan; o “messias” libertador. O que é proposto a Maria é, pois, que ela aceite ser a mãe desse “messias” que Israel esperava, o libertador enviado por Deus ao seu Povo para lhe oferecer a vida e a salvação definitivas. Como Maria responde? A resposta começa com uma objeção… A objeção faz sempre parte dos relatos de vocação do Antigo Testamento (cf. Ex 3,11; 6,30; Is 6,5; Jer 1,6). É uma reação natural de um “chamado”, assustado com a perspectiva do compromisso com algo que o ultrapassa; mas é, sobretudo, uma forma de mostrar a grandeza e o poder de Deus que, apesar da fragilidade e das limitações dos “chamados”, faz deles instrumentos da sua salvação no meio dos homens e do mundo. Diante da “objeção”, o anjo garante a Maria que o Espírito Santo virá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra. Este Espírito é o mesmo que foi derramado sobre os juízes; Gedeão; Jefté; Sansão, sobre os reis; David, sobre os profetas; os anciãos de Israel; Ezequiel, a fim de que eles pudessem ser uma presença eficaz da salvação de Deus no meio do mundo.
A “sombra” ou “nuvem” leva-nos, também, à “coluna de nuvem” que acompanhava a caminhada do Povo de Deus em marcha pelo deserto, indicando o caminho para a Terra Prometida da liberdade e da vida nova.
A questão é a seguinte: apesar da fragilidade de Maria, Deus vai, através dela, fazer-se presente no mundo para oferecer a salvação a todos os homens. O relato termina com a resposta final de Maria: “eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”. Afirmar-se como “serva” significa, mais do que humildade, reconhecer que se é um eleito de Deus e aceitar essa eleição, com tudo o que ela implica – pois, no Antigo Testamento, ser “servo do Senhor” é um título de glória, reservado àqueles que Deus escolheu, que ele reservou para o seu serviço e que ele enviou ao mundo com uma missão. Desta forma, Maria reconhece que Deus a escolheu, aceita com disponibilidade essa escolha e manifesta a sua disposição de cumprir, com fidelidade, o projeto de Deus.

ATUALIZAÇÃO
Deus ama os homens e tem um projeto de vida plena para lhes oferecer. A história de Maria responde, de forma clara, a esta questão: é através de homens e mulheres atentos aos projetos de Deus que Deus atua no mundo, que Ele manifesta aos homens o seu amor, que Ele convida cada pessoa a percorrer os caminhos da felicidade e da realização plena. É através dos nossos gestos de amor, de partilha e de serviço que Deus transforma o mundo.
Os instrumentos de que Deus: Maria era uma jovem de uma aldeia dessa “Galileia dos pagãos” de onde não podia “vir nada de bom”. Apesar disso, foi escolhida por Deus para desempenhar um papel primordial na etapa mais significativa na história da salvação. A história de Maria deixa claro que, na perspectiva de Deus, não são o poder, a riqueza, a importância ou a visibilidade social que determinam a capacidade para levar a cabo uma missão. Deus age através de homens e mulheres, independentemente das suas qualidades humanas. O que é decisivo é a disponibilidade e o amor com que se acolhem e testemunham as propostas de Deus.
Confrontada com os planos de Deus, Maria responde com um “sim” total e incondicional. Naturalmente, ela tinha o seu programa de vida e os seus projetos pessoais; mas, diante do apelo de Deus, esses projetos pessoais passaram naturalmente e sem dramas a um plano secundário. Na atitude de Maria não há qualquer sinal de egoísmo, de comodismo, de orgulho, mas há uma entrega total nas mãos de Deus e um acolhimento radical dos caminhos de Deus.
É possível alguém entregar-se tão cegamente a Deus, sem reservas, sem medir os prós e os contras? Naturalmente, não se chega a esta confiança cega em Deus e nos seus planos sem uma vida de diálogo, de comunhão, de intimidade com Deus. Maria de Nazaré foi, certamente, uma mulher para quem Deus ocupava o primeiro lugar e era a prioridade fundamental. Maria de Nazaré foi, certamente, uma pessoa de oração e de fé, que fez a experiência do encontro com Deus e aprendeu a confiar totalmente n’Ele.

SEGUNDA LEITURA (Ef 1,3-6.11-12) Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios
Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu. Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob seu olhar, no amor. Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão de sua vontade, para o louvor de sua glória e da graça com que ele nos cumulou no seu Bem-amado. Nele também nós recebemos a nossa parte. Segundo o projeto daquele que conduz tudo conforme a decisão de sua vontade, nós fomos predestinados a sermos, para o louvor de sua glória, os que de antemão colocaram a sua esperança em Cristo.

AMBIENTE - Estamos por volta dos anos 58/60. Alguns vêem nesta carta uma espécie de síntese da teologia paulina, numa altura em que a missão do apóstolo está praticamente terminada no oriente. O texto que nos é hoje proposto aparece no início da carta. É parte de um hino litúrgico que deve ter circulado nas comunidades cristãs antes de ser enxertado aqui por Paulo. Este hino dá graças pela ação do Pai (cf. Ef 1,3-6), do Filho (cf. Ef 1,7-12) e do Espírito Santo (cf. Ef 1,13-14) no sentido de oferecer aos homens a salvação.

MENSAGEM - A ação de graças dirige-se a Deus, pois Ele é a fonte última de todas as graças concedidas aos homens. Essas graças atingiram os homens através do Filho, Jesus Cristo.
O Pai, no seu amor, elegeu-nos desde sempre “para sermos santos e irrepreensíveis “Santo” indica alguém que foi separado e consagrado a Deus, para o serviço de Deus; a palavra “irrepreensível” era usada para falar das vítimas oferecidas em sacrifício a Deus, que deviam ser imaculadas e sem defeito… Significa, pois, uma santidade (isto é, uma consagração a Deus) verdadeira e radical. Além de nos eleger, o Pai predestinou-nos “para sermos seus filhos adotivos”. Através de Cristo, o Pai ofereceu-nos a sua vida e integrou-nos na sua família na qualidade de filhos. O fim desta ação de Deus é o louvor da sua glória. “Eleição” e “adoção como filhos” resultam do imenso amor de Deus pelos homens – um amor que é gratuito, incondicional e radical. A morte de Jesus na cruz é o sinal evidente do amor de Deus pelos homens; e dessa forma, Deus ensinou-nos a viver no amor, no amor total e radical. Através de Cristo, Deus derramou sobre nós a sua graça, tornando-nos pessoas novas e diferentes, capazes de viver no amor. Assim, Deus manifestou-nos o seu projeto de salvação e que consiste em levar-nos a uma identificação plena com Jesus (na sua ilimitada capacidade de amar e de dar vida), a uma unidade e harmonia totais com Jesus. Identificando-nos com Cristo e ensinando-nos a viver no amor total e radical, Deus reconciliou-nos consigo, com todos os outros e com a própria natureza. Da ação redentora de Cristo nasceu, pois, um Homem Novo, capaz de um novo tipo de relacionamento (não marcado pelo egoísmo, pelo orgulho, pela autossuficiência, mas marcado pelo amor e pelo dom da vida) com Deus, com os outros homens e mulheres e com toda a criação. Dessa forma (e voltamos agora a retomar o texto que a liturgia deste dia nos propõe), em Cristo fomos constituídos filhos de Deus e herdeiros da salvação, conforme o projeto de Deus preparado desde toda a eternidade em nosso favor (vers. 11-12).

ATUALIZAÇÃO
Deus tem um projeto de vida plena e total para os homens, um projeto que desde sempre esteve na mente de Deus. É muito importante termos isto em conta: não somos um acidente de percurso na evolução inexorável do cosmos, mas somos atores principais de uma história de amor que o nosso Deus sempre sonhou e que Ele quis escrever e viver conosco.  No meio dos nossos sofrimentos, da nossa finitude, não esqueçamos que somos filhos amados de Deus, a quem Ele oferece a vida definitiva, a verdadeira felicidade.
O nosso texto afirma, ainda, a centralidade de Cristo nesta história de amor. Jesus veio ao nosso encontro, cumprindo com radicalidade a vontade do Pai e oferecendo-se até à morte para nos ensinar a viver no amor.

Pe. Joaquim - Pe. Barbosa - Pe. Carvalho

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Solenidade da Imaculada Conceição

Homilia de D. Henrique Soares:
 O tempo do Advento tem, sem dúvida alguma, um sabor mariano. É com a Virgem que melhor aprendemos como esperar o Sol que nasce da Aurora, o Cristo, nosso Deus! Por isso, é muito conveniente celebrar hoje a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, a Virgem.
O que a Igreja crê e celebra neste mistério? A Escritura Santa nos ensina que a humanidade fora criada por Deus para a comunhão com ele, para ser feliz convivendo com ele, com ele construindo a vida e o mundo. Mas, infelizmente, desde o início da história humana e até hoje, nossa raça foi dizendo “não” ao sonho de Deus: quisemos e queremos ainda ser como deuses, conhecedores do bem e do mal (cf. Gn 3,4s); queremos viver a vida de modo autônomo, como se a existência fosse nossa e não um dom recebido de Deus. Se não dizemos, pensamos muitas vezes: a vida é minha; faço como eu quero! O resultado dessa atitude tem sido trágico: tornamo-nos uma humanidade ferida, esfacelada, num mundo também ferido e esfacelado. Somos todos presa de um enorme fechamento para Deus, uma desconfiança nele, uma tendência de não percebê-lo… por isso, somos profundamente desequilibrados no nosso modo de nos ver, de ver a vida, de nos relacionar com os outros e com o mundo. Somos um poço de contradições, de paixões, de anseios desencontrados e sentimentos muitas vezes destrutivos… Somos, pois, profundamente feridos; feridos de morte, feridos até a morte! É esta situação miserável que a Igreja denomina “pecado original”, pecado que já nos marca desde o primeiro momento de nossa existência: “Minha mãe já concebeu-me pecador” (Sl 50,7). É desta situação miserável, sem saída, que Cristo nos arranca com a sua encarnação, sua vida, sua morte e ressurreição, com o dom do seu Espírito: “Todos pecaram e estão privados da glória de Deus e são justificados gratuitamente em virtude da redenção realizada por Jesus Cristo” (Rm 3,23s).
Pois bem, a Igreja crê firmemente que a Toda Santa Virgem Maria, desde o primeiro momento em que foi concebida no seio de sua mãe, foi preservada por Deus desta solidariedade com esta situação de pecado. Nós, já nascemos marcados de morte; ela, desta marca de pecado foi preservada; nós, precisamos ser arrancados da lama do pecado graças à cruz do Cristo; ela, pela cruz do Cristo foi liberta desde a origem e sequer foi tocada por esta lama maldita; nós fomos redimidos porque lavados desta lama, ela, foi ainda mais perfeitamente redimida porque, pelos méritos da Paixão do Senhor, sequer experimentou esta situação de pecaminosidade. Desde o ventre materno, desde o primeiro instante de sua concepção, o Senhor a libertou, graças aos méritos de Cristo. Ela, a Virgem, pode ser chamada Toda Santa, isto é, Toda Santificada, ela pode cantar as palavras da profecia de Isaías: “Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me vestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas jóias!”
A Igreja crê nesta Concepção Imaculada da Mãe de Jesus e com ela se alegra. E crê fundamentada na Escritura Sagrada. Não á a Palavra de Deus que afirma que o Senhor colocou uma inimizade de morte entre a Serpente e a Mulher, entre a descendência de Serpente e a da Mulher? Quem é esta Mulher? Não é aquela a quem Jesus chama Mulher em Caná e ao pé da cruz? Não é aquela de quem São Paulo diz: “Quando chegou a plenitude dos tempos, enviou Deus o seu Filho nascido de Mulher? Como, pois, poderia estar sob o domínio do pecado, fruto da serpente, a Mulher de quem nasceria o Cordeiro sem mancha, que tira o pecado do mundo? Estejamos atentos ainda no modo como Gabriel saudou a Virgem, no Evangelho: ele lhe muda o nome! Não diz”: alegra-te, Maria!”, mas “Alegra-te, Cheia de Graça!” Cheia de graça, kecharitomene, do verbo charitô, agraciar. Alegra-te, ó Toda Cumulada Pela Graça, Alegra-te, ó Mar de Graça, ó possuída totalmente pela graça! Em ti, Virgem Maria, não há o mínimo lugar, a mínima brecha para a “des-graça” do pecado! – É isto que significam as palavras de Gabriel! Podem crer: Deus juntou toda água um dia e chamou de mar; Deus juntou toda graça outro dia… e chamou Maria!
A Virgem não é dona da graça; ela a recebeu totalmente. A Virgem não é imaculada por seus próprios méritos, mas pelos méritos daquele que, nascido de suas entranhas benditas, venceu a antiga Serpente e destruiu o antigo Inimigo. Observemos que esta idéia aparece na segunda leitura da Missa desta solenidade. O que diz o Apóstolo? O Pai “nos escolheu em Cristo, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor. Ele nos predestinou… por intermédio de Jesus Cristo (Ef 1,4s). Se todos somos fruto de um sonho eterno de Deus, se todos somos predestinados em Cristo desde antes da fundação do mundo, se o Senhor conheceu nossos dias antes mesmo que um só deles existisse, pois bem: em Cristo, Deus, o Pai, preservou a Mãe do seu Filho do pecado, graças ao seu Filho! Que nossos irmãos protestantes se alegrem conosco pela Imaculada Conceição de Maria: ela é bíblica, ela exalta enormemente a grandeza abundante da graça de Cristo, único Salvador! São Paulo diz que “todos pecaram e estão privados da glória de Deus”; assim estaria a Virgem sem a graça de Cristo; mas, disso foi libertada no primeiro momento de sua existência, graças a Cristo!
Esta é a beleza desta festa: o triunfo da graça, celebrar a graça de Cristo que age antes mesmo do nascimento histórico de Cristo! Que graça tão grande, que Salvador tão potente, que Deus tão previdente! E para nós, que alegria contemplar o mistério, vislumbrar o mistério, mergulhar no mistério! Hoje, a Virgem foi concebida livre do pecado; hoje, começou a raiar a Aurora do Dia sem fim; hoje surgiu a puríssima Estrela d’Alva que anuncia o Sol, que é o Cristo, nosso Deus! A Igreja, exultante de alegria, tem palavras lindas na celebração litúrgica deste hoje. No Ofício Divino, ela assim se dirige à Virgem Toda Santa: “Com a vossa Imaculada Conceição, Virgem Maria, um anúncio de alegria percorreu o mundo inteiro” e, mais adiante, no Ofício, continua, admirada: “Toda bela sois, Virgem Maria, sem mancha original! Sois a glória de Sião, a alegria de Israel e a flor da humanidade”. E, imaginando a resposta da Virgem, coloca nos seus lábios estas palavras que ela dirige ao Senhor: “Foi nisto que eu vi, porque vós me escolhestes! Porque não triunfou sobre mim o inimigo, porque vós me escolhestes!” Isso mesmo: mais que ninguém, a Virgem é devedora a Cristo: ele a escolheu, ele a preservou, ele a sustentou, ele teve por ela uma predileção inigualável!
Alegremo-nos nós também! Em Cristo, o pecado pode ser vencido! A Conceição Imaculada de Maria é sinal belíssimo desta vitória! Alegremo-nos, porque a Imaculada Conceição de Nossa Senhora é o feliz princípio e o primeiro albor da salvação que o Senhor Jesus nos traz! Bendita seja a cruz de Jesus, que antes de ser fincada no Calvário, já libertou com seus raios a Virgem de todo pecado! A Jesus, fruto bendito, do bendito ventre da bendita Virgem Maria, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
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Cheia de Graça  

Nesse tempo de Advento, a caminho do Natal de Jesus, somos convidados a olhar para Maria, a IMACULADA, e reconhecer nela o modelo de como acolher Jesus, que está chegando.

As leituras nos falam de duas Mulheres: Eva e Maria e do Plano de Deus, no qual Maria foi inserida:

A 1a Leitura nos apresenta o episódio do Pecado Original: A vitória da Mulher e de sua descendência contra a serpente (Gn 3, 9-15)

Esse texto não devemos tomá-lo ao pé da letra. Com ele o autor sagrado quer explicar a origem do mal no mundo.  Ele vê ao redor de si a opressão, as injustiças e violências.
Será que foi esse o mundo criado por Deus?

A resposta é dada por imagens que devem ser interpretadas:
- Foi comido um fruto proibido: 
O homem não aceitou sua condição de criatura e tomou o lugar de Deus.
- Essa autossuficiência  é comparada a uma serpente que nos dá uma idéia falsa de Deus e nos leva a escolher o mal.
- A "nudez" (a condição de criatura) maravilhosa no corpo e na mente, depois do pecado, começa a causar vergonha.
- O homem não está no seu lugar: não considera mais Deus um amigo com o qual passeia no jardim e passa a vê-
lo como adversário e o evita (se esconde).
- O pecado rompe a confiança entre as pessoas: Adão acusa Eva; Eva culpa a serpente...
- A Luta entre a "serpente" e o homem continuará até o fim do mundo,  mas a descendência da mulher prevalecerá e esmagará a cabeça da serpente.

A 2ª Leitura é um Hino de louvor a Deus pelas maravilhas por ele realizadas em favor dos homens. (Ef 1,3-6;11-12)

No Evangelho, a saudação do anjo a Maria nos faz entender quem é o Filho de Maria (Lc 1,26-38)

O texto não um relato histórico, mas uma CATEQUESE, destinada a proclamar certas realidades salvíficas:
- O Anúncio do nascimento de um menino é freqüente na Bíblia e revela que ele é um dom de Deus...
- O Messias é pobre entre os pobres: Num povoado desconhecido da Galiléia...
A uma mulher virgem (para uma mulher judia não ter filhos era uma vergonha)
- O Diálogo do anjo a Maria:
   > "Ave Cheia de Graça": A Voz dos profetas na boca do anjo: Realizam-se todas as promessas: "Uma Virgem conceberá..."
   > Troca o nome: "Cheia de Graça":  Quando Deus troca o nome, destina a uma missão.
   > Anúncio do nascimento confirma a profecia feita a Davi: Jesus é o Messias esperado, cujo reino será eterno.
   > Sobre Maria pousou a "sombra" do Altíssimo: O próprio Deus se tornou presente nela.
      É uma profissão de fé na divindade do filho de Maria.
   > "Eis aqui a serva...": Maria reconhece que Deus a escolheu, aceita com disponibilidade essa escolha e manifesta sua disposição de cumprir, com fidelidade o Plano de Deus;.

+ O que esta festa nos diz?

- Deus ama os homens e tem um projeto de vida plena para lhes oferecer.

- Como Deus intervém na história e concretiza essa oferta de salvação?
  A história de Maria responde:
  Através de pessoas atentas aos seus projetos e de coração disponível para o serviço dos irmãos,
  Deus atua no mundo, manifesta aos homens o seu amor e convida cada pessoa a percorrer   os caminhos da felicidade e da realização plena. 

  - Os instrumentos de Deus na realização de seus planos?
  Deus age através de pessoas, independentemente de suas qualidades humanas.
  O que é decisivo é a disponibilidade e o amor com que acolhem e testemunham as propostas de Deus.

- Como responder aos apelos de Deus?
  Confrontada com os planos de Deus, Maria responde com um "Sim" total e incondicional, renunciando seu programa de vida e os seus projetos pessoais.

- Como Maria chegou a esta confiança incondicional em Deus?
. Com uma vida de diálogo, de comunhão, de intimidade com Deus.
. Deus ocupava o primeiro lugar e era a sua prioridade fundamental.
. Era uma pessoa de oração e de fé, que fez a experiência do encontro com Deus e aprendeu a confiar totalmente nele.

* No meio da agitação de todos os dias, encontro tempo e disponibilidade para ouvir Deus, para viver em
comunhão com ele, para tentar perceber os seus sinais nas indicações que ele me dá dia a dia?

Como você está se preparando para o Natal? Imitar Maria na sua fidelidade à Vontade de Deus, é o melhor caminho para um Natal mais cristão...         Pe. Antônio Geraldo.
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Uma Morada

Nesse advento, a Liturgia apresenta vários personagens que prepararam os homens para a 1a vinda de Cristo. 
MARIA vai ser hoje a grande companheira na caminhada. Ela é modelo de fé e de esperança aos que aguardam a manifestação da Salvação.

Jesus veio ao mundo para torná-lo a sua nova casa, habitando em cada ser humano que o acolhe como Maria ao dar o seu SIM ao anjo e se tornar o primeiro templo vivo do Salvador...

Na 1ª Leitura, Davi prepara uma MORADA para Deus. (2Sm 7,1-5.8b-12.14ª.16)

Davi, já idoso, mostra-se insatisfeito em morar numa casa luxuosa e a Arca da Aliança, sinal da presença de Deus no meio do Povo, estar numa simples tenda, debaixo de uma lona...
Por isso, deseja construir um templo. O Profeta Natã lhe diz: "Vai e faz tudo o que tens no coração, porque o Senhor está contigo..."

Deus lhe PROMETE uma casa, uma dinastia perene... Essa promessa se realiza plenamente em Jesus.

A 2ª Leitura é um Hino de louvor a Deus, pelo plano de salvação por Ele preparado e que se manifestou em Jesus a todos os povos. (Rm 16,25-27)

O Evangelho mostra a realização da promessa de Deus: MARIA, com o seu SIM, torna-se a MORADA de Jesus, preparada pelo próprio Deus. (Lc 1,26-38)

- Israel esperava o Messias: um grande rei, forte, rico e poderoso... Por isso olhava para Belém, a cidade natal de Davi.
- Mas o olhar de Deus não se voltou para as cidades famosas da Judéia,  mas para um povoado pobre e insignificante da Galiléia (Nazaré)...

+ A Saudação do Anjo: "Alegra-te, ó amada de Deus, o Senhor está contigo."

   A alegria de Maria não nasce por se tornar a futura mãe de Jesus, mas sobretudo porque o "Senhor está com ela...", antes mesmo de conceber...

   A alegria de Natal só pode ser plena, se o Senhor estiver conosco.

+ A Proposta de Deus: "Conceberás um Filho..".
   Deus a convida para ser a Mãe do Messias, que Israel tanto esperava.
   Diante da dificuldade apresentada, de ainda não viver com um homem, o Anjo lhe garante: "O Espírito Santo descerá sobre ti...  e conceberás e darás à luz um Filho..."
   E como garantia, o Anjo lhe afirma que até sua prima Isabel conceberá um filho na velhice... "porque nada é impossível para Deus..."

+ A Resposta de Maria: Diante disso, Maria dá o seu SIM:
   "Eis aqui a "Serva" do Senhor,  'FAÇA-SE' (Fiat) em mim segundo a tua palavra."

 * O "Faça-se" de Deus criou do nada todas as coisas...
    O "Faça-se" de Maria tornou possível a Redenção...

    O "Faça-se" de Maria foi a sua resposta livre e corajosa ao convite de Deus, que esperava a colaboração dela para realizar o projeto de amor e salvação.
    Maria torna-se o templo da Nova Aliança, muito mais precioso que o templo desejado por Davi:     um templo vivo que encerra não a Arca sagrada, mas o Filho de Deus.

A História de Maria o que tem a nos dizer?

1. Deus ama os homens e tem um projeto de vida plena para lhes oferecer, através de Jesus Cristo.

2. Maria mostra como fazer Jesus nascer no mundo:Através de um Sim aos projetos de Deus.
* Ele espera também o nosso Sim para continuar vindo ao mundo  e oferecer aos irmãos a Salvação e a Vida de Deus.

3. Maria torna-se instrumento de Deus
    Uma jovem "mulher" de uma desconhecida aldeia, mas disponível  em acolher e testemunhar com amor as propostas de Deus.

4. Qual a nossa resposta aos apelos de Deus?
    Maria respondeu com um "sim"... A exemplo dela, também devemos dar o nosso "Sim" generoso,     numa atitude de entrega total a Deus

5. Como é possível essa entrega total a Deus?
    Através de uma vida de diálogo, de comunhão, de intimidade com Deus.
    Maria de Nazaré foi uma pessoa de oração e de fé, que fez a experiência do encontro com Deus e      aprendeu a confiar totalmente n’Ele. O caminho é o mesmo ainda hoje... para todos nós...

* No meio da agitação de todos os dias, encontramos tempo e disponibilidade para ouvir Deus, para viver em comunhão com Ele, para tentar perceber os seus sinais?

A exemplo de Maria, digamos um SIM ao Senhor. E o nosso coração e a nossa família serão uma MORADA para o Salvador.  Só assim o "Senhor estará também conosco..." e a nossa alegria nesse Natal será completa...

                                           Pe. Antônio
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Homilia do PE. PEDRINHO 4º Domingo do Advento 2011

Hoje, Temos vários temas: aliança, fidelidade, amor. Temas que brotam das leituras de hoje. Incluir estes três sem esgotar; Mistério. Mistério não é algo que não posso compreender, mas algo que não posso compreender totalmente. Mistério é tudo que vem de Deus e é muito grande para que compreendamos. Não por má vontade nossa, mas porque somos humanos. Aí começa o mistério. Deus não é humano.  Se não é humano, Como podemos celebrar o seu nascimento, como pode nascer de uma mulher? Ou como pode Deus nascer? Então, este é um grande mistério que aos  poucos vamos compreendendo cada vez mais, a medida que contemplamos sua fidelidade,  sem nunca esgotar o seu conteúdo.
...   ...  ...
Deus, na sua fidelidade não mede esforços para que sua presença seja experimentada e vivida na vida das pessoas. Ele quer ser solidário. Ele quer ser o ponto de apoio para podermos viver, caminhar. Primeiro ele faz a experiência de ser criança. A criança tem muitas etapas para serem vencidas. Tem muitos problemas a serem vencidos, é incompreendida e tem que aprender tudo. Ela não é levada a sério. Como pode Deus criar alguém nesta condição? É injusto.
Então Deus diz; eu vou mostrar que ser criança é a maneira abásica para aprender a confiar no pai, o que é confiar no amor da mãe. E aí ele se submete a esta condição, mostrando que ele vai não somente confiar no seu Pai que está no céu, mas confiar no pai que lhe é dado aqui na terra que o acolheu como filho.
Depois vem a faze de adolescente, que sofre demais. Ele quer ser tratado como adulto e  lhe dizem que não tem responsabilidade. Quer ser ainda criança, mas lhe dizem: você é adulto.
É a situação que vemos Jesus com 12 anos de idade. Jesus é o Deus que experimenta a realidade do adolescente. Aonde sua mãe vem e diz; você não deveria fazer isto conosco. Ele poderia dizer: eu sou Deus e faço o que eu quiser. Mas ele lhes foi submisso. Crescia em tamanho e sabedoria diante de Deus e dos homens. Depois, se torna o jovem aventureiro; deixa a casa, sai pelo mundo com um bando de gente pobre e sem dinheiro. Qual é a mãe que deixaria o filho sair pelo mundo? Ainda com gente pobre e ignorante; “não foi para isso que eu te criei, eu esperava tanto de você”...
Aí vem Jesus mostrando esta realidade; aí vem o pior; entre os amigos, experimenta um traidor. Como é que Deus pode fazer isto comigo, ou como que Deus faz isto comigo, depositei tanta confiança nos meus amigos... 
Deus mostra que estas limitações faz parte da vida e no final ele doa a sua vida por todos.
Se nós observarmos, Deus se mostra sempre muito solidário conosco. Em qualquer situação de nossa vida, Nosso Deus não é distante, é próximo, mas também não o coloco debaixo dos braços. Qual é a situação de nossa vida que não foi experimentada por Jesus? Então necessitamos é de pedir a sua ajuda, pois ele também experimentou minha situação.
... ... ...
Deus se mostra como humano, ele também se mostra poderoso e pleno, onde ele é o Senhor do Universo.  Aqui está o grande mistério que nós entramos hoje celebrando. Não dá para explicar como um Deus pode nascer e como o humano pode se tornar divino; é mistério. A não ser quando contemplamos o rosto de amor de Deus. Ora o amor de Deus não é um sentimento, mas uma escolha. Não é algo de momento, mas é para sempre. Por isso o amor de Deus se revela em tudo que é feito. Na criação que cada dia ganha novo vigor, tudo o que é feito para o próximo, a maneira como Deus trata cada um de nós.  Se quisermos ser a imagem e semelhança de Deus, somos chamados a ser fiel e amarmos, estabelecendo uma aliança com Deus, cumprindo a nossa missão. Irmãos, Que possamos estabelecer a presença de Deus no meio de nós.

PE. PEDRINHO

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PE. PEDRINHO Advento 2012

23/12/2012

Estamos nos aproximando do Natal. Aproximando do aniversário de Jesus. Não é um aniversário comum, mas cheio de significado. Ao celebrar o natal, celebramos a graça de Deus que habita entre nós. Para compreendermos melhor, é bom lembrarmos o que o antigo testamento nos apresenta; Deus está nas alturas.  E de fato, o próprio pai nosso nos fala que Deus está no céu.  O creio nos diz que desceu do céu e pelo Espírito Santo se encarnou no seio da virgem Maria e fez carne. Então, na realidade o humano precisava se dirigir aos céus para entrar em contato com Deus. Deus é o inatingível. Por mais que eu queira não posso tocar. Então havia um distanciamento entre Deus e o humano.
Ora, o salmista vai pedir a Deus que tome a iniciativa de vir ao encontro do ser humano; voltai para nós ó Deus do universo.
O que é a graça de Deus? É o voltar o olhar de Deus para nós.  Aliás, no A.T. Este movimento de Deus é relatado; “Eu vi, ouvi e  desci para salvar o meu povo” (livro do Êxodo).  Então, o que é a graça de Deus? É Deus que gratuitamente volta o seu olhar para a humanidade.
O profeta Miqueias diz; “virá o momento que isto virá acontecer; ele governará todas as nações. Ele virá de Belém”. Belém significa casa do pão. Ora, não é atoa que Jesus vai tomar o pão e dizer; “isto é o meu corpo”. Jesus vai realizar a profecia de Miquéias, trazendo para nós a Eucaristia. Então, veja como é interessante. Na sua graça infinita, vai se tornar um de nós pelo natal e vai permanecer conosco para sempre. Ao mesmo tempo que celebramos sua volta para o céu, celebramos jesus que fica para sempre conosco em cada Celebração eucarística. A graça de Deus chega ao ápice, quando o Filho, que é Deus, se esvaziando de si mesmo e se fazendo homem,  Já que o homem não consegue se tornar deus. Esta é a graça de Deus.
Na carta aos hebreus nós vamos lembrar de algo que Jesus realizou e se assim se tornou para sempre o Deus conosco. No antigo testamento era necessário oferecer um animal para que a fumaça subisse ao céu para levar a nossa oração. Agora Jesus nos diz que não é mais necessário o sacrifício. Eu vim fazer a vontade de Deus que é permanecer no meio do povo. Alguém poderia dizer; por que se usa o incenso?  É para indicar uma solenidade, mas não é o incenso que leva as nossas orações, mas o encontro com o irmão. E aí que vamos ver o encontro de Maria com Isabel. Olha que maravilha; o Senhor vai ao encontro das pessoas através de Maria. Por isso, Isabel  vai dizer; “como é possível que a mãe do meu Senhor venha me visitar?. Quando você chegou, o menino estremeceu no meu ventre”. Deus agora, feito homem, passa a visitar as pessoas através de nós. Este é o sentido maior do Natal. É o encontro de pessoas por causa de Jesus. É por isso que a Igreja incentiva o encontro de pessoas para celebrar, fazer festa em comemoração, mas sempre com simplicidade. Vejam Maria e Isabel; duas pessoas simples, duas comadres que se encontram. Duas pessoas que se querem bem. Portanto, não é necessário, como diz o jornal de ser necessário a quantia de 5 a 10 salários mínimos para se fazer um ceia. Nada disso. Não é nem sequer necessário comida, mas o encontro é que é fundamental. O povo unido é a graça de Deus. Agora, somos chamados a seguir o exemplo de Maria; levar Jesus a outras pessoas. De que maneira? Na Eucaristia, na palavra, no carinho, no amor, na caridade, na boa conduta, no bom exemplo. Que Maria nos ajude a Celebrar o Natal de Jesus com todo o seu significado.

PE. PEDRINHO
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Aproxima-se a justiça de Deus

Escreveu um teólogo do século XX que “a justiça e o reino são a mesma coisa. Trata-se da ordem das coisas na qual o plano de Deus triunfa. (…) A justiça de Deus não se define em referência ao homem, mas ao próprio Deus: ela é a fidelidade do amor de Deus a si mesmo. Dessa maneira, vemos porque a ordem que Deus institui é a melhor. Crer que Deus é justo é crer que é ele que finalmente terá razão, apesar das aparências contrárias” (Jean Daniélou).
Hoje, no Evangelho, nós lemos o anúncio da justiça de Deus que chegará no Natal, que é Cristo, pois Cristo é o Reino. A humanidade santíssima de Cristo é o lugar onde Deus reina plenamente. Jesus mesmo é rei e a um rei compete exercer principalmente a justiça. “Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc 1,32-33).
A justiça na Sagrada Escritura se apresenta como prolongamento da verdade e exige dos seres humanos uma conversão, isto é, a descentralização de si mesmos e o voltar-se para Cristo. No fundo, essa conversão é a vivência constante daquelas palavras de Nossa Senhora: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Quem se coloca como servo de Jesus Cristo, servo do reino, vai se convertendo cada dia mais até chegar à plenitude dos desígnios de Deus para a sua vida.
A justiça que olha a miséria do pecador e vai ao seu encontro para salvá-lo, para convertê-lo, para atrai-lo ao Reino, só pode ser coisa de um Deus bondoso e misericordioso. Daí que a nossa justiça, sendo autêntica justiça, não pode ser justiça estrita no sentido de “cumprimento estrito da estrita lei”… isso seria odioso!
Para exemplificar um pouquinho sirva aquilo que aconteceu com S. Tomás Moro. A sua esposa recebera de presente um cãozinho, que uma pessoa amiga tinha encontrado na rua. Um dia apresentou-se em sua casa um mendigo, que dizia ser o dono do animal. Disposto a fazer justiça, sir Thomas More colocou sua esposa num dos lados do salão e o mendigo no outro, levando o cãozinho para o centro. Dando então sinal para que Lady Moore e o reclamante chamassem o cachorrinho ao mesmo tempo, sem nenhuma indecisão o animalzinho atendeu à chamada do mendigo: identificara, portanto, a voz do dono. A sentença foi minorada ante a tristeza de Lady More. O mendigo levou consigo, não o bicho, mas uma moeda de ouro a título de indenização. Assim ambas as partes ficaram satisfeitas com o estranho processo de descobrir a verdade.
“Fazer justiça” será para um cristão, a exemplo de Cristo, “andar segundo a vontade de Deus”, que é a mesma coisa que andar segundo a verdade que Deus revelou para a nossa salvação e felicidade. É dizer aquelas palavras de Nossa Senhora deixando que elas ecoem durante toda a nossa existência: “faça-se em mim segundo a tua palavra”, que não são senão outra versão daquelas que nós rezamos todos os dias no Pai-nosso: “Seja feita a vossa vontade”.
Aproxima-se o Natal. Vamos preparar-nos bem através de uma boa confissão, se ainda não a realizamos. Outra coisa que é preciso ter em conta é que devemos “fazer justiça”, isto é, ir ao encontro das misérias dos nossos semelhantes, perdoando-os e ajudando-os. Não se pode celebrar um feliz Natal com falta de perdão, com intrigas, com remorsos.
Vamos permitir que Deus reine em nós; dessa maneira se estará cumprindo a justiça. Durante essa semana, ao preparar os presentes, a ceia de Natal e o “amigo oculto”, vamos procurar dar um presente ao aniversariante Jesus (não nos esqueçamos dele!), vamos participar o mais dignamente possível da sua Ceia (Missa e Comunhão) e faremos de tudo para que ele seja o nosso amigo oculto e manifesto.
A descrição a seguir é do grande literata russo, F. Dostoievski. Acho que poderá animar-nos a fazer um propósito bem concreto, refiro-me à importância de “fazer justiça”, deixar que o reino de Deus aconteça entre nós através da generosidade, uma das grandes manifestações dos servidores do reino. Uma das obras do escritor russo, “Noites brancas”, começa assim: “Era uma noite maravilhosa, uma dessas noites que apenas são possíveis quando somos jovens, amigo leitor. O céu estava tão cheio de estrelas, tão luminoso, que quem erguesse os olhos para ele se veria forçado a perguntar a si mesmo: será possível que sob um céu assim possam viver homens irritados e caprichosos?”
Pe. Françoá Costa
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:

LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS,NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Alegres aguardamos o renascer de Vosso Filho em nossos corações.
- Senhor, nosso Deus e Pai, nós vos louvamos pela vossa bondade. Desde o começo do mundo vos revelastes Deus de amor e por meio dos profetas alimentastes nossa esperança de nos enviar o Salvador. Hoje celebramos a imaculada conceição de Maria, A Nova Eva, a Mãe da nova Criação. Pai, que o renascer de vosso Filho entre nós, nos transforme.
T: Alegres aguardamos o renascer de Vosso Filho em nossos corações.
-  Senhor, nosso Deus, bendito seja o Vosso nome sobre em todo o universo. Grande é vosso amor nos enviando vosso Filho para nos guiar ao Vosso Reino. Pai, agradecemos pela nossa vida, pelo nosso batismo e pela esperança da vida eterna.
T: Alegres aguardamos o renascer de Vosso Filho em nossos corações.
-  Senhor, nosso Deus e Pai, enviai o Espírito Santo sobre nós, para que nos transformemos e tenhamos força e coragem de levar vosso nome a todos os nossos irmãos que não vos conhecem ou que vos abandonaram. Que o Cristo que renasce seja luz de justiça, de paz, de amor  para todos os povos.
T: Alegres aguardamos o renascer de Vosso Filho em nossos corações.
- PAI NOSSO... Paz... Cordeiro de Deus...


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