15º DOMINGO DO TEMPO COMUM 2014
ANO A (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)
Tema: “O semeador saiu para semear!” :A importância da Palavra de Deus.
Primeira leitura: A Palavra de Deus é criadora de vida. Dá-nos esperança e caminhos.
Evangelho: A Palavra exorta-nos a ser uma “boa terra”, e que produzamos abundantes frutos.
Segunda leitura:
Há uma solidariedade, uma relação, entre o homem e o resto da criação.
6. PRIMEIRA LEITURA (Is 55,10-11) Leitura do Livro do Profeta Isaías.
Isto diz o Senhor: “Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá
não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra e fazê-la germinar e dar
semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair da minha
boca não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade
e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la”.
AMBIENTE - O
Deutero-Isaías, autor deste, exerce a sua missão entre os exilados da
Babilônia, mantendo a esperança. Hoje, o profeta relembra a eficácia da Palavra
de Deus.
MENSAGEM - A Palavra de Deus é eficaz, transformadora, geradora de vida. Ela nunca falha. O profeta utiliza o exemplo da chuva e da neve, que descem do céu fecundam a terra e multiplicam a vida nos campos, assim a Palavra de Deus cria vida plena para o Povo de Deus.
ATUALIZAÇÃO • Quando escutamos a Palavra de Deus, sentimos que o caminho que Deus nos indica é um caminho de felicidade e de vida plena… No dia a dia constatamos que os maus, os corruptos, os violentos, parecem triunfar, enquanto que os bons, os justos, os humildes, os pacíficos são vencidos, magoados, humilhados… Então perguntamos: podemos confiar nas promessas de Deus? Não estaremos a ser enganados? A Palavra de Deus hoje nos responde a estas dúvidas: a Palavra de Deus não falha; ela indica sempre caminhos de vida plena, de felicidade, de paz sem fim.
• A Palavra
dá-nos esperança e caminhos a percorrer e dá-nos o ânimo para intervirmos no
mundo. A Palavra revela-nos os projetos de Deus para o mundo e para os homens e
convida-nos ao compromisso com a transformação e a renovação do mundo.
7. SALMO RESPONSORIAL / 64 (65)
A semente caiu em terra
boa e deu fruto.
• Visitais a nossa terra
com as chuvas, / e transborda de fartura. /
Rios de Deus que vêm do céu derramam águas, / e preparais o nosso trigo.
• É assim que preparais
a nossa terra: / vós a regais e aplainais, /
os seus sulcos com a chuva amoleceis / e abençoais as sementeiras.
• O ano todo coroais com
vossos dons, / os vossos passos são fecundos; /
transborda a fartura onde passais, / brotam pastos no deserto.
• As colinas se enfeitam
de alegria / e os campos, de rebanhos; /
nossos vales se revestem de trigais: / tudo canta de alegria!
10. EVANGELHO (Mt 13,1-23) Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da
Galiléia. Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou
numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. E
disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. Enquanto
semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho e os pássaros vieram e as
comeram. Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita
terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. Mas, quando
o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz.
Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram
as plantas. Outras sementes, porém, caíram em terra boa e produziram à base de
cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. Quem tem ouvidos, ouça!” Os
discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que falas ao povo em
parábolas?” Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos
mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. Pois à pessoa que tem, será
dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem, será tirado
até o pouco que tem. É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando,
eles não vêem e, ouvindo, eles não escutam nem compreendem. Desse modo se
cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir, sem nada entender.
Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração deste povo se tornou
insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com
os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que
se convertam e eu os cure’. Felizes sois vós, porque vossos olhos vêem e vossos
ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o
que vedes e não viram, desejaram ouvir o que ouvis e não ouviram. Ouvi,
portanto, a parábola do semeador: Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não
a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o
que foi semeado à beira do caminho. A semente que caiu em terreno pedregoso é
aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; mas ele não tem raiz em
si mesmo, é de momento: quando chega o sofrimento ou a perseguição, por causa
da palavra, ele desiste logo. A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele
que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam
a palavra, e ele não dá fruto. A semente que caiu em boa terra é aquele que
ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e
outro trinta”.
AMBIENTE - A “parábola” é um método pedagógico, que ensina a refletir, a medir os prós e os contras, a encontrar soluções para a vida.
MENSAGEM - O quadro apresenta as técnicas agrícolas usadas na Palestina: primeiro, o agricultor lançava a semente à terra; depois, é que passava a arar o terreno. Assim que uma parte da semente pôde cair “à beira do caminho”, outra em “terrenos pedregosos” e outra “entre os espinhos”. As diferenças do terreno significam as diferentes formas como é acolhida a semente. O que aqui é significativo é a quantidade de frutos que a semente lançada na “boa terra” produz… na época, uma colheita de sete por um era considerada farta, os cem, sessenta e trinta por um era algo de surpreendente, de milagroso. Com esta parábola, Jesus diz aos desiludidos: “coragem! Não desanimeis, pois apesar do aparente fracasso, o ‘Reino’ é uma realidade impar; e o resultado final será algo de surpreendente”.
Na segunda parte
temos uma reflexão sobre a função das parábolas. Nos que rejeitam a proposta de
Jesus, cumpre-se a profecia de Isaías: o profeta fala de um povo de coração
endurecido, que quanto mais ouve a pregação profética, mais se irrita,
agravando mais a sua culpa. Os discípulos são aqueles que escutam a proposta do
“Reino” e estão dispostos a acolhê-la. Eles compreendem, portanto, as parábolas
e aceitam a realidade que elas propõem. Eles são “felizes”, porque abriram o
coração às propostas de Jesus, escutaram as suas palavras, viram e entenderam
os seus gestos e sinais; são “felizes” porque já integram o “Reino”.
Na terceira parte,
temos a explicação da parábola. Nessa explicação, a parábola é uma reflexão
sobre as diversas atitudes com que a comunidade acolhe a Palavra de Jesus.
O acolhimento do Evangelho não depende, nem da semente, nem de quem semeia; mas depende da qualidade da terra. Diante da Palavra de Jesus, há várias atitudes…
O acolhimento do Evangelho não depende, nem da semente, nem de quem semeia; mas depende da qualidade da terra. Diante da Palavra de Jesus, há várias atitudes…
-
Há aqueles que têm um coração duro como o chão dos caminhos: a Palavra de Jesus
não poderá penetrar nessa terra e dar fruto.
-
Há aqueles que têm um coração inconstante, se entusiasma, mas logo desanima
perante as primeiras dificuldades: a Palavra não cria raízes.
-
Há aqueles que têm um coração materialista, que dá prioridade à riqueza: a
Palavra de Jesus é sufocada por outros interesses.
- Há também aqueles
que têm um coração bom, aberto aos desafios de Deus: a Palavra de Jesus é aí
acolhida e dá muito fruto. Os verdadeiros discípulos (a “boa terra”)
identificam-se com aqueles que escutam as parábolas, as entendem e acolhem a
proposta do “Reino”.
Temos aqui,
portanto, uma exortação aos cristãos no sentido de acolherem a Palavra de
Jesus, sem deixarem que as dificuldades, os acidentes da vida, os outros
valores a afoguem e a tornem uma semente estéril, sem vida.
ATUALIZAÇÃO • A semente que caiu em terrenos duros, corações insensíveis, egoístas, orgulhosos, onde não há lugar para a Palavra e os valores do “Reino”. Preferem um caminho de independência e autossuficiência, à margem de Deus.
• A semente que
caiu em terras pedregosas, brota
nessa pequena camada de terra, mas morre por falta de raízes profundas, são os
incapazes de suportarem as dificuldades, os sofrimentos. Perdem a coragem
quando são confrontados com a radicalidade do Evangelho.
• A semente que
caiu entre os espinhos e que foi
sufocada, a proposta do “Reino” não é a prioridade. Fazem do dinheiro, do
poder, da fama, do êxito profissional ou social o verdadeiro Deus a que tudo
sacrificam.
• A semente que
caiu em boa terra e que deu fruto
abundante faz-nos pensar em corações bons, capazes de aderirem às propostas de
Jesus e encontraram um caminho de libertação e de vida plena e que, como Jesus,
aceitam fazer da sua vida uma entrega a Deus e um dom aos homens.
•
Com freqüência, ficamos desanimados com o materialismo, os falsos valores que
marcam a vida de muitos do nosso tempo. Perguntamo-nos se vale a pena anunciar
a proposta libertadora de Jesus … O Evangelho de hoje responde: “coragem! Não
desanimeis pois, apesar do aparente fracasso, o ‘Reino’ é uma realidade impar;
e o resultado final será algo de surpreendente, de maravilhoso, de
inimaginável”.
8. SEGUNDA LEITURA (Rm 8,18-23) Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos: Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente
nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. De fato,
toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos
de Deus. Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas
por sua dependência daquele que a sujeitou; também ela espera ser libertada da
escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos
filhos de Deus. Com efeito, sabemos que toda a criação, até ao tempo presente,
está gemendo como que em dores de parto. E não somente ela, mas nós também, que
temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo,
aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo.
AMBIENTE - A salvação é um
dom gratuito, que é fruto da bondade e do amor de Deus. Essa salvação chega-nos
através de Jesus Cristo. Seguir o exemplo de Cristo implica deixar a vida
“segundo a carne” (egoísmo, orgulho, autossuficiência) e aderir à vida “segundo
o Espírito” (escuta de Deus, de obediência a Deus, e doação aos homens).
MENSAGEM - Na perspectiva de Paulo, toda a criação está dependente das escolhas que o homem faz. Como resultado do pecado do homem, a criação inteira ficou submetida ao império do egoísmo e da desordem. Se o homem passar a viver “segundo o Espírito”, superará o destino de maldição e de morte em que o pecado o tinha lançado; então, também o resto da criação será libertado e nascerá o novo céu e a nova terra Portanto, toda a criação aguarda que o homem escolha a vida “segundo o Espírito”. A vida “segundo o Espírito” supõe a renúncia ao egoísmo, ao comodismo, ao orgulho e a opção por um caminho de entrega e de dom da própria vida a Deus e aos outros. Paulo utiliza até o exemplo das dores do parto, para iluminar a mensagem que pretende transmitir… Os “padecimentos”, as renúncias, as dificuldades, não são nada, em comparação com a felicidade sem fim que espera os crentes no final do caminho.
ATUALIZAÇÃO• Paulo exorta a uma vida “segundo o Espírito”. Essa opção afetará a relação do homem com os outros homens e com toda a criação. Uma com critérios de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de pecado, gera escravidão, injustiça, arbitrariedade, morte. Ao contrário, uma vida conduzida de acordo com os critérios de Deus gera respeito, amor, solidariedade, que se refletem na vida dos outros seres criados e criam harmonia, equilíbrio, bem-estar, felicidade.
• A criação não é para ser explorada, violentada, mas com critérios para sua exploração. A ideia da fraternidade deve unir o homem e as outras coisas criadas por Deus.
• Não caminhamos
para a destruição, mas para o “novo céu e a nova terra”, que já estão em gérmen
presentes na nossa história e que, cada dia, se manifestam um pouco mais.
Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
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+ Diante da Palavra de Deus, há 4 TIPOS DE OUVINTES:
- Há aqueles que têm um coração
duro como a terra pisada de uma estrada: não permitem que a semente
da Palavra de Deus penetre em seu coração. E Satanás elimina os grãos caídos.
- O coração
inconstante, que se entusiasma com facilidade, mas depois desanima
nas dificuldades.
A Palavra de Jesus não pode criar aí raízes profundas.
- O coração
materialista. São até "muito religiosos", mas dão
prioridade à riqueza.
Essas preocupações são como espinheiros que sufocam a
semente da Palavra.
- Há também os que têm um coração
aberto e disponível. Neles, a Palavra é acolhida e frutifica.
O Evangelho de hoje nos garante, que apesar do aparente
fracasso, o sucesso do "Reino" está garantido; e o resultado final
será algo de surpreendente e de maravilhoso.
Deus nos garante: "A palavra de Deus não voltará sem produzir o seu fruto"
Deus nos garante: "A palavra de Deus não voltará sem produzir o seu fruto"
Aí está a missão do cristão: preparar o
terreno, ser terra boa e fazer de tudo para que os outros terrenos recebam a
Palavra de Deus com generosidade. Daí
a importância do estudo, da formação contínua, das boas leituras. A nova evangelização dependerá muito dessa
capacidade de transmissão que tenhamos. Cada cristão deve ser evangelizador e por isso deve procurar, segundo a
sua capacidade, crescer no conhecimento da doutrina cristã,– com as coisas de Deus e com as coisas dos
homens, seus irmãos. A nova evangelização é tarefa de todos. Deus tem um campo, um terreno enorme, e ele
pede que muitos homens e mulheres realizem a sua vocação cristã no campo do
trabalho profissional, da família, das diversões, da amizade. Nestes campos
terão que lançar a semente, falar com simplicidade e de maneira compreensível.
O Padre Antônio Vieira, comentando esse
Evangelho afirmava que a Palavra pode não dá fruto, mas dará sempre efeito:
efeito de salvação ou efeito de condenação! É verdade: ninguém ficará neutro
diante da Palavra do Senhor que escutou: ou a acolhe, dá fruto nela e acolhe a
salvação, ou a rejeita, para ela se fecha e por causa dela se perde!
Ä
semente que caiu na terra é aquele que ouve a Palavra e a compreende. Esse produz
fruto: um dá cem, outro sessenta e outro, trinta”. Não nos iludamos: ao final, o Reino triunfará, ainda que pareça
inútil, ainda que muito da semente semeada pareça destinada ao fracasso e à
esterilidade… A semente dará fruto… Que frutifique, pois, em nós! Caríssimos, a
humanidade inteira e a criação toda esperam o testemunho dos cristãos, esperam
o nosso fruto no aqui e agora da existência, que antecipa e prepara a
manifestação final da glória, que é a plena manifestação do Reino dos Céus.
Caríssimos, a parábola de hoje nos
convida a preparar nossa existência para que o Reino possa brotar; convida-nos
também ao espírito de fé para ouvir, para ver, para compreender mesmo nas
coisas pequenas da vida; convida-nos à paciência e à fidelidade no dia a dia; convida-nos
à consciência de que é Deus quem age, fazendo a semente crescer, desde que não
impeçamos o dinamismo da semente. Eis! O Reino está em nós, está no meio de
nós! Abramo-nos a ele…
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Síntese do Pe. Antônio : A Semente
Síntese do Pe. Antônio : A Semente
A PALAVRA DE DEUS nos
exorta a ser uma "terra boa" e produzamos frutos abundantes.
Na 1ª Leitura,
o Profeta compara a Palavra de Deus à CHUVA.
"Não voltará, sem
ter cumprido a sua missão". (Is
55,10-11)
* Ao Povo no exílio, já cansado e desiludido de voltar à sua
terra, o profeta anuncia que Deus é sempre fiel às suas promessas. Deus não
esquece o seu povo, sua Palavra nunca falha.
Na 2ª Leitura, Paulo ensina que
o tempo da semeadura sempre é difícil, sofre-se com a dor e a espera, mas não
se trata de um grito de morte, e sim do início de uma nova vida que vem
chegando. (Rm 8,18-23)
No Evangelho,
com a Parábola da SEMENTE e do SEMEADOR, vemos que o fruto da Palavra de Deus
depende da qualidade da terra. (Mt
13,1-23)
Jesus estava encontrando dificuldade na aceitação de sua
Palavra.
- Havia gente que não acreditava...
- Havia gente que embora simpatizasse com Jesus, logo
desistia de segui-lo.
- Havia gente que via a mensagem de Jesus como uma ameaça: devia
mudar de vida, afastar-se do poder, largar as riquezas... Por isso, hostilizava
e tramava a morte do próprio Jesus.
- No fim estavam ficando com ele só alguns discípulos.
O Homem pode
fechar-se à Palavra de Deus, rejeitá-la, mas sempre haverá terreno onde
produzirá 30, 60, 100...
+ Diante da Palavra de Deus, há 4 TIPOS DE OUVINTES:
- Há aqueles que têm um coração
duro como a terra pisada de uma estrada: não permitem que a semente
da Palavra de Deus penetre em seu coração. E Satanás elimina os grãos caídos.
- O coração
inconstante, que se entusiasma com facilidade, mas depois desanima
nas dificuldades.
A Palavra de Jesus não pode criar aí raízes profundas.
- O coração
materialista. São até "muito religiosos", mas dão
prioridade à riqueza.
Essas preocupações são como espinheiros que sufocam a
semente da Palavra.
- Há também os que têm um coração
aberto e disponível. Neles, a Palavra é acolhida e frutifica.
+ A Parábola nos propõe TRÊS
PERGUNTAS:
1. Que terreno somos nós ?
Muitas vezes questionamos o PREGADOR ("Semeador") da Palavra de Deus:
Qual tal questionar também a nossa atitude de OUVINTES?
2. Que semeadores somos nós?
- Cuidamos do nosso terreno, retiramos as pedras e espinhos
que atrapalham?
Procuramos estudar, nos informar, nos atualizar? (Na
catequese, liturgia, canto, escola, família...)
3. Vale a Pena semear?
Jesus é o Semeador, e nós também o somos, junto com ele...
Ele semeia em todos os terrenos, mesmo nos inférteis.
E algumas sementes acabam germinando...
Semear o sorriso, nossas energias para enfrentar as batalhas
da vida, o nosso entusiasmo, a nossa fé, o nosso amor...
O Evangelho de hoje nos garante, que apesar do aparente
fracasso, o sucesso do "Reino" está garantido; e o resultado final
será algo de surpreendente e de maravilhoso.
Deus nos garante: "A palavra de Deus não voltará sem produzir o seu fruto"
Deus nos garante: "A palavra de Deus não voltará sem produzir o seu fruto"
Pe. Antônio
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Homilia de Pe. Françoá Costa: Parábolas do cotidianoVamos aproveitar as passagens bíblicas que a liturgia nos oferecerá nos próximos três domingos para refletir sobre a importância da formação. Neste domingo, procurando entender porque Jesus explicava as coisas em parábolas, tiraremos algumas consequências. No próximo, veremos que um cristão bem formado é condição de eficácia no meio do mundo. Finalmente, veremos a importância de um conhecimento que, ademais de ser fruto do estudo, é também fruto da instrução do Espírito Santo.
O que é uma parábola? É aquilo que chamávamos antes de “estória”, ou seja, uma historinha inventada da qual se podem deduzir diversas verdades importantes. Jesus contava muitas estórias. Era uma maneira pedagógica de explicar-se aos seus ouvintes. As parábolas de Jesus não são difíceis. No entanto, quando se lê que era concedido aos Apóstolos conhecer os mistérios do Reino, mas aos demais não ou quando se observa que Jesus se dirigia ao povo com parábolas, dá a impressão que ele não quer que as multidões entendam a sua mensagem. Até parece que a doutrina de Jesus é para um grupinho selecionado e formado por alguns privilegiados. E não é assim.
Ora, concedamos que, diante da dureza de coração do povo, Jesus, pedagogicamente, cite o profeta Isaias e se lamente de que ainda que fale em parábolas o povo parece encontrar-se tão torpe para as coisas do Espírito que não entende as realidades do Reino. E, no entanto, as parábolas eram altamente instrutivas, fáceis de captar e muito oportunas no contexto: “Tudo isso disse Jesus à multidão em forma de parábola. De outro modo não lhe falava, para que se cumprisse a profecia: Abrirei a boca para ensinar em parábolas; revelarei coisas ocultas desde a criação do mundo” (Mt 13, 34-35). Portanto, as parábolas são reveladoras de realidades arcanas, escondidas. Jesus as utiliza porque sabe que são muito importantes para levar o povo, paulatinamente, a adentrar nas realidades do Reino de Deus.
A parábola de hoje é maravilhosa: Jesus é o semeador que lança em terra a semente, isto é, a palavra de Deus. Ele a semeia por todas as partes, em todos os campos, porque a salvação é para todos. Todos devem ter acesso à felicidade eterna. No entanto, os terrenos são diversos. Alguns estão muito expostos, estão à beira do caminho; outros não têm profundidade, trata-se duma terra pedregosa na qual as raízes não podem estender-se. Mas nem tudo está perdido, também há terra boa. Isso não significa que as sementes que caíram à beira do caminho ou em solo pedregoso não possam produzir frutos. O terreno seria relativamente indiferente quando preparado para a plantação. O importante é trabalhar bem o terreno, mais ainda quando hoje em dia há técnicas agrônomas eficazmente comprovadas. Aí está a missão do cristão: preparar o terreno, ser terra boa e fazer de tudo para que os outros terrenos recebam a Palavra de Deus com generosidade.
Jesus fala com uma linguagem acessível aos seus ouvintes. Há algum tempo, procurando entrar na pedagogia do Divino Mestre, utilizo historinhas nas minhas pregações para facilitar que se capte a mensagem do Senhor. É preciso que falemos aos demais das coisas do Reino de uma maneira cada vez mais inteligível. Talvez não o façamos porque nem nós mesmos entendemos aquilo que gostaríamos de transmitir. Daí a importância do estudo, da formação contínua, das boas leituras. O cristão tem que ter muito cuidado para não ser um “bicho raro”: sabe muito sobre a ciência humana na qual trabalha (física, química, matemática, etc.), mas não sabe nada ou quase nada da ciência de Deus; sabe muito do mundo, mas não do Criador do mundo; pensa saber muito sobre a liberdade, mas sem entender verdadeiramente o que significa o respeito à liberdade dos seus irmãos.
A nova evangelização dependerá muito dessa capacidade de transmissão que tenhamos. Por outro lado, não se pode pensar que isso é simplesmente um dom que se tem ou não se tem. Cada cristão deve ser evangelizador e por isso deve procurar, segundo a sua capacidade, crescer no conhecimento da doutrina cristã, ter uma verdadeira empatia – uma capacidade de identificar-se – com as coisas de Deus e com as coisas dos homens, seus irmãos. Nesse contexto, a amizade é muito importante para que seja possível compreender os próprios amigos e ajudá-los falando “a mesma língua” que eles. Quando se conhece bem a uma pessoa através da amizade, se lhe poderá falar de Deus através daquelas realidades humanas nas quais se encontra mais inserida.
A nova evangelização é tarefa de todos. No entanto, hoje eu gostaria de destacar a função dos leigos. Deus tem um campo, um terreno enorme, e ele pede que muitos homens e mulheres realizem a sua vocação cristã no campo do trabalho profissional, da família, das diversões, da amizade. Nestes campos terão que lançar a semente, falar com simplicidade e de maneira compreensível, utilizar as diversas parábolas que tenham base no cotidiano dos demais. Deus lhes ajudará a colher abundantes frutos em todos os ambientes nos quais devem viver lado a lado com os demais, implicados em realizar a sociedade atual na qual também Deus tem direito a ter o seu lugar.
Pe. Françoá Costa
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Homilia de D. Henrique Soares da Costa Mt 13,1-23
Na proclamação da Palavra deste Domingo, iniciamos a escuta do capítulo 13 do Evangelho de São Mateus, que nos traz o encantador Discurso das Parábolas sobre o Reino dos Céus. Neste e nos próximos dois domingos, escutaremos essas sete sugestivas parábolas. Atenção, caríssimos, porque este capítulo 13 é o centro do Evangelho segundo Mateus! Para que possamos compreender bem o que nosso Senhor nos quer dizer, recordemo-nos que o Reino dos Céus é o núcleo, o tema, o objetivo da pregação de Jesus: ele veio para instaurar o Reino entre nós e nos fazer participar dele em plenitude após nosso caminho neste mundo. Quando Mateus diz “Reino dos Céus” é o mesmo que dizer “Reino de Deus”, pois o céu é Deus e fora de Deus não pode haver céu! O anúncio do Reino dos Céus é, portanto, o anúncio do reinado do Deus de Jesus, aquele mesmo Deus a quem ele chamava de Pai, Pai que é todo amor, todo ternura, todo compaixão e misericórdia! Por isso, o reinado de Deus é nossa vida e nossa felicidade!
Pois bem, caríssimos, com sete parábolas (sete significa perfeição, completude) o Senhor Jesus nos fala dos mistérios do Reino dos Céus. São parábolas para serem ouvidas com essas perguntas no coração: Que é o Reino? Por que não aparece claramente neste mundo? Por que parece tão frágil? Onde ele está? Como se pode descobri-lo? Escutemos, porque o Senhor nos vai falar. Coloquemo-nos ao lado dos seus ouvintes, na tão doce cena do Evangelho de hoje: “Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galiléia. Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. E disse-lhes muitas coisas em parábolas…” Sentemo-nos nós também com essa multidão e escutemos as parábolas desses três domingos!
Ó Mestre, porque falas em parábolas? – perguntaram a Jesus. As parábolas, caríssimos, têm, primeiramente, um sentido didático: Jesus falava do Reino com imagens e cenas da vida do povo… Era fácil compreender, era acessível aos simples… Mas também, exatamente por serem simples e cheias de figuras, as parábolas somente poderiam ser compreendidas por quem tivesse um coração simples e cheio de boa vontade. Os soberbos, os de má vontade, os autossuficientes jamais poderiam compreender, penetrar com o coração o mistério tão doce e suave que Jesus revela em suas parábolas. Por isso ele nos diz: “A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. Ao que tem será dado mais e terá em abundância; mas ao que não tem, será tirado até o pouco que tem… Porque eles, olhando, não vêem, ouvindo, eles não escutam nem compreendem… Deste modo, cumpre-se a palavra do profeta: ‘Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração…’” Também nós, sem um coração pobre, humilde e confiante, jamais compreenderemos a verdade do mistério que Jesus nos apresentará nessas sete estupendas parábolas…
Comecemos, pois, a escutá-lo nesta primeira das sete: a Parábola do Semeador. A semente é a Palavra de Deus, que é sempre fecunda “como a chuva e a neve que descem do céu e para lá não voltam, mas vêm irrigar e fecundar a terra”… A Palavra que Jesus, o Semeador, joga no terreno do nosso coração, nunca ficará sem efeito; é uma Palavra eficaz! O Padre Antônio Vieira, comentando esse Evangelho afirmava que a Palavra pode não dar fruto, mas dará sempre efeito: efeito de salvação ou efeito de condenação! É verdade: ninguém ficará neutro diante da Palavra do Senhor que escutou: ou a acolhe, dá fruto nela e acolhe a salvação, ou a rejeita, para ela se fecha e por causa dela se perde!
Se o semeador é Jesus e a semente é a Palavra, os diversos tipos de terrenos são os diversos tipos de coração. Sim, o terreno somos nós, caríssimos! E aqui está a nossa responsabilidade: tornar o nosso coração uma terra boa! Que não seja terra ruim, que não seja terra estéril. Não aconteça que sejamos daqueles que ouvindo, não escutam e vendo, não vêem! Por isso mesmo, essa Palavra deste hoje nos deve inquietar… Que tipo de terreno tenho sido? Que tipo de terreno tenho preparado no meu coração? Que fruto a Palavra está dando na minha vida? Recordemos, caríssimos em Cristo: se a Palavra não tiver fruto, ainda assim terá efeito!
Mas, há outro recado, outro ensinamento do Senhor nesta estória. Notem que a Palavra que anuncia o Reino é tão precária, a maior parte da semente parece ter um destino inglório, sem fruto! A Palavra onipotente aparece nesta parábola escandalosamente impotente – como na cruz! Mas, ao fim, ela triunfará, dará fruto: Ä semente que caiu na terra é aquele que ouve a Palavra e a compreende. Esse produz fruto: um dá cem, outro sessenta e outro, trinta”. Não nos iludamos: ao final, o Reino triunfará, ainda que pareça inútil, ainda que muito da semente semeada pareça destinada ao fracasso e à esterilidade… A semente dará fruto… Que frutifique, pois, em nós!
Para isso, cuidemos do aqui e do agora de nossa existência, porque são nas coisas pequenas que o Reino aparece, que o Reino se faz, que a semente germina: no irmão que acolhi, na dor que suportei, na presença de Deus que descobri mesmo no meio das trevas da vida… Só quem ouve, só quem compreende pode acolher esse Reino e dar fruto de vida.
Caríssimos, a humanidade inteira e a criação toda esperam o testemunho dos cristãos, esperam o nosso fruto no aqui e agora da existência, que antecipa e prepara a manifestação final da glória, que é a plena manifestação do Reino dos Céus. A criação geme, a humanidade geme, tateando nas trevas em busca da luz, faminta em busca do alimento, mortal em busca da vida. Quem pode apontar a luz, quem pode trazer o pão, quem pode testemunhar a vida? Os cristãos, nós, se deixarmos que a semente da Palavra faça o Reino germinar em nós para que o Reino seja presença no mundo. Eis, portanto, que mistério tão grande: o Reino passa por nós, pela nossa pequena vida! Os cristãos, a Igreja, são como a respiração do mundo; sem nós, o mundo morreria asfixiado…
Caríssimos, a parábola de hoje nos convida a preparar nossa existência para que o Reino possa brotar; convida-nos também ao espírito de fé para ouvir, para ver, para compreender mesmo nas coisas pequenas da vida; convida-nos à paciência e à fidelidade no dia a dia; convida-nos à consciência de que é Deus quem age, fazendo a semente crescer, desde que não impeçamos o dinamismo da semente. Eis! O Reino está em nós, está no meio de nós! Abramo-nos a ele…
D. Henrique Soares da Costa
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SINOPSE:
• terrenos duros, corações insensíveis, egoístas, orgulhosos, (não a levam a sério. “Entra por um
ouvido e sai pelo outro.”) onde
não há lugar para a Palavra e os valores do “Reino”.
• pedregosos, falta de raízes, corações inconstantes, incapazes de suportarem as dificuldades. Tantos que
perdem a coragem com a radicalidade do Evangelho.
• espinhos, corações materialistas, comodistas, para quem a proposta do “Reino” não é a prioridade. Fazem do dinheiro, do poder, da fama, do êxito o verdadeiro Deus a que tudo sacrificam.
• A semente que caiu em boa terra, corações sensíveis e bons, capazes de aderirem às propostas de Jesus. Encontram na proposta de Jesus um caminho de libertação e de vida plena, aceitam fazer da sua vida uma entrega a Deus e um dom aos homens.
• espinhos, corações materialistas, comodistas, para quem a proposta do “Reino” não é a prioridade. Fazem do dinheiro, do poder, da fama, do êxito o verdadeiro Deus a que tudo sacrificam.
• A semente que caiu em boa terra, corações sensíveis e bons, capazes de aderirem às propostas de Jesus. Encontram na proposta de Jesus um caminho de libertação e de vida plena, aceitam fazer da sua vida uma entrega a Deus e um dom aos homens.
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Para a Celebração da Palavra:
LOUVOR: (quando o Pão consagrado estiver sobre o altar) 15º D.T. COMUM Mt 13, 1-13
- O Senhor esteja com todos vocês...
demos graças ao Senhor...
à COM JESUS, POR
JESUS E EM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI
DE BONDADE!
à Ó Deus, nosso Pai, Nós Vos damos graças pela Vossa Palavra que nos
transforma e nos salva. Nós Vos pedimos: preparai o nosso coração como uma boa
terra para o acolhimento da Vossa Palavra, para que ela germine e dê bons
frutos.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE!
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE!
à Nós Vos damos graças, ó Pai, pelo imenso e admirável universo, que
nos ofereceis como um jardim para cultivar. Nós Vos pedimos por toda a criação,
mas sobretudo pela humanidade. Iluminai-nos com o Vosso Espírito criador, para
nos inspirar o respeito pela Vossa criação.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE!
à Nós Vos agradecemos pelo semeador que nos enviastes; Jesus Cristo,
Vosso Filho. Ele lançou generosamente o bom grão do Vosso amor e da Vossa vida
em todos os terrenos. Nós Vos pedimos pelas nossas comunidades: livrai-nos de
abafar o bom grão da Palavra, mas que o Vosso Espírito o faça frutificar em nós
e à nossa volta.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI
DE BONDADE!
à PAI NOSSO... A PAZ de Cristo... EIS O CORDEIRO...
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