sexta-feira, 10 de abril de 2015

2º DOMINGO DA PÁSCOA

2º DOMINGO DA PÁSCOA (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)

SINOPSE:
Tema: “Os fiéis eram um só coração e uma só alma!”
Na primeira leitura: A comunidade ideal vive a fé e manifesta o seu amor fraterno em gestos concretos, testemunhando Jesus ressuscitado.
No Evangelho: Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã. É na vida da comunidade que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
A segunda leitura: O verdadeiro crente adere a Jesus Cristo e à proposta de salvação que o Pai faz aos homens e vive no amor aos irmãos.

6. PRIMEIRA LEITURA (At 4,32-35) ...tudo entre eles era posto em comum. Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos. Entre eles ninguém passava necessidade, ...levavam o dinheiro e o colocavam aos pés dos apóstolos. Depois, era distribuído conforme a  necessidade de cada um.

AMBIENTE
- Quando Lucas escreve estes relatos (década de 80), o entusiasmo inicial dos cristãos diminuíra: no horizonte próximo estão as perseguições… Neste trecho, Lucas recorda o que a comunidade deve ser.
MENSAGEM - É uma comunidade unida, onde os crentes têm “um só coração e uma só alma”, formando uma família de irmãos que vivem no amor. É uma comunidade que partilha os bens e dá testemunho. Os gestos realizados pelos apóstolos testemunhavam a certeza da presença do Ressuscitado e os torna capazes de superar o egoísmo, o orgulho e a autossuficiência e de viver no amor, na partilha, no dom. Viver os valores de Jesus é a melhor forma de anunciar e de testemunhar que Jesus está vivo.
ATUALIZAÇÃO • A comunidade é uma família unida, onde todos têm “um só coração e alma”.
• No centro está o Cristo do amor, da partilha, do serviço, do dom da vida… Uma comunidade onde alguns esbanjam os bens e onde outros não têm o suficiente para viver dignamente, não é uma comunidade que vive o amor.

10. EVANGELHO (Jo 20,19-31) Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, ...Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. Depois..., mostrou-lhes as mãos e o lado. ...Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E depois..., soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados;...”. Tomé, ..., não estava com eles.... Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. Oito dias depois, ...novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.

AMBIENTE
No “primeiro dia da semana”; tempo da nova criação.  João apresenta uma catequese sobre a presença de Jesus, vivo e ressuscitado, no meio dos discípulos. Cristo continua vivo e presente, acompanhando a sua Igreja.
MENSAGEM - Ao aparecer “no meio deles”, Jesus assume-Se como ponto de referência. Jesus transmite a paz. (shalom é a paz com Deus, paz com os outros e paz consigo) Ele venceu aquilo que os assustava (a morte, a opressão do mundo.
Com o “sopro” Jesus transmite a vida nova que fará deles homens novos. É este Espírito que constitui e anima a comunidade de Jesus. Como o Pai enviou o Filho? Na potência do Espírito Santo. É no nesta potência do Espírito que nasce, é batizado, vai para o deserto, e se doa na morte de cruz e ressuscita dentre os mortos. Sopra sobre eles: como no princípio da criação Deus soprara sobre o homem para fazê-lo viver, agora Cristo sopra fazendo-os viver uma vida nova, a vida SOS ressuscitado sem Cristo.  Na segunda parte, João nos diz que podemos fazer a experiência da fé em Cristo na comunidade onde se manifesta o amor de Jesus. Tomé (está fora) não percebe os sinais de vida nova que nela se manifestam. Tomé acaba por fazer a experiência de Cristo vivo no interior da comunidade. É no encontro com o amor fraterno, com o perdão dos irmãos, (sem o perdão não há o shalom) com a Palavra proclamada, com o pão de Jesus partilhado, que se descobre Jesus ressuscitado. Todos os cristãos podem fazer esta mesma experiência. Oito dias depois, Jesus veio e pôs-se no meio deles; é neste encontro que Jesus nos fala, nos instrui e nos fortalece. Tomé, põe teu dedo na ferida: felizes os que não viram e creram
Jesus fez muito mais do que está escrito: isto foi escrito para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. Os evangelhos não são uma crônica nem uma biografia de Jesus, mas um ensinamento para que acreditemos em Jesus.
ATUALIZAÇÃO • Cristo está no meio da sua comunidade que partilha e ama.
• É esse Espírito que Jesus oferece que faz deles testemunhas do amor e lhes dá a coragem e a generosidade para continuarem no mundo a obra de Jesus.
• É na comunidade que encontramos Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, partilha, serviço, e fraternidade, que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo.
• É no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida.

8. SEGUNDA LEITURA (1Jo 5,1-6) ...todo o que crê que Jesus é o Cristo nasceu de Deus; e quem ama aquele que gerou alguém amará também aquele que dele nasceu. Podemos saber que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Pois isto é amar a Deus: observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé. Quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Não veio somente com a água, mas com a água e com o sangue.) E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade.

AMBIENTE
- O autor da carta é alguém que conhece bem a teologia de João. A difusão de falsas doutrinas ameaçam a pureza da fé. Os heréticos pretendiam “conhecer Deus” e, não obstante, apresentavam uma doutrina em flagrante contradição com a revelação cristã. Recusavam-se a ver em Jesus o Messias e o Filho de Deus. Para estes hereges, o Cristo celeste tinha-Se apropriado do homem Jesus de Nazaré na altura do Batismo, tinha-o utilizado para levar a cabo a revelação e tinha-o abandonado antes da paixão, porque o Cristo celeste não podia padecer: pretendiam não ter pecados e não guardavam os mandamentos. Tudo indica que estejamos diante de um desses movimentos pré gnósticos que irá desembocar, mais tarde, nos grandes movimentos gnósticos do séc. II. Na confusão causada pelas doutrinas heréticas, o autor da Carta quer oferecer uma certeza: são eles e não esses profetas da mentira que vivem em comunhão com Deus e que possuem a vida divina.
MENSAGEM - Os verdadeiros crentes são aqueles que amam a Deus e que amam, também, Jesus Cristo, o Filho que nasceu de Deus. Jesus de Nazaré é Filho de Deus desde a encarnação e durante toda a sua existência terrena.  No entanto, amar a Deus significa cumprir os seus mandamentos. E o mandamento de Deus é que amemos os nossos irmãos. Amar Deus, amar Jesus e amar os irmãos significa construir a própria vida numa dinâmica de amor; e significa, portanto, derrotar o egoísmo, o ódio, a injustiça que caracterizam a dinâmica do mundo. Quando o homem responde positivamente (Batismo), oferece a sua vida como um dom de amor para os irmãos (a exemplo de Cristo) e cumpre os mandamentos de Deus, vence o mundo, torna-se filho de Deus e membro da família de Deus.
ATUALIZAÇÃO • O projeto de salvação que passa por Jesus, que com a sua morte mostrou aos homens o amor do Pai e que nos ensinou a amar até ao extremo do dom total da vida.
• Quem não ama os irmãos, não cumpre os mandamentos de Deus e não segue Jesus. O amor se revela nos gestos simples de serviço, de perdão, de solidariedade, de doação.
• O amor a Deus e a adesão a Cristo “vencem o mundo”. O amor é um dinamismo que vence tudo aquilo que oprime o homem e que o impede de chegar à vida verdadeira e à felicidade total.

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Quem crê em Jesus, diz ele, vence o mundo, vence o pecado, vence uma vida sem sentido, distraída apenas com eventos, futilidades e copas do mundo. "Quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?" "Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. Não veio somente com a água, mas com a água e o sangue. E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade". Se nossos irmãos protestantes as compreendessem pediam a comunhão com a Igreja de Cristo! Aqui o Autor está falando do Batismo e da Eucaristia. Vence o mundo quem crê que Jesus que está vivo, vem ao nosso encontro, habita em nosso íntimo pelos sacramentos! É nos sacramentos que recebemos o Espírito Santo, é nos sacramentos que o Senhor entra em comunhão conosco e nós com ele. Ele vem continuamente, vivo e vivificador pela água do Batismo e o Sangue da Eucaristia! Nos santos sacramentos, nós experimentamos Jesus, recebemos a vida de Jesus e podemos testemunhar ao mundo que Jesus está vivo e atuante!         
         



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HOMILIA DO PE. PEDRINHO

Meus irmãos e irmãs, celebrando o segundo domingo da Páscoa, também chamado de domingo da misericórdia, chamado assim pelo papa João Paulo II, por que ele se deu conta de que as leituras falavam da misericórdia de Deus.  A partir daí, ele que sempre divulgou a cultura da misericórdia, propôs que nesse dia celebrássemos a misericórdia de Deus. A Misericórdia de Deus consiste nisso: Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho único, para que todo o que nele crê, tenha a vida eterna. A misericórdia de Deus penetra toda a realidade humana. É evidente, que nessa realidade humana, não são poucos os obstáculos e desafios. Por isso, Deus quer sempre estar ao lado, como aquele que ama os seus filhos e quer ajuda-los a caminhar.
Sempre que experimentamos a morte, de um amigo, um parente, é sempre muito duro para nós. E não adianta querermos ser diferentes, porque sempre lamentamos a sua convivência, poder abraçar, estar próximo, daqueles que nós amamos. Mas, desculpe o que vou dizer, não existe tempo melhor para celebrar os nossos entes falecidos do que o tempo da Páscoa. Porque é o tempo, que de maneira solene, celebramos a vitória de Jesus Cristo sobre o pecado e sobre a morte. As leituras falam claramente sobre a ressurreição. Aquilo que nos foi proposto, desde o primeiro domingo da quaresma, se mantém presente. É preciso olharmos o Cristo transfigurado, ir além da imagem que temos. Se formos no velório e vermos a pessoa ali, somos convidados, em nome da fé e com os olhos da fé, enxergar além daquilo que estamos vendo naquele caixão. Ali não é o final, tão somente um estágio superado, para que se possa contemplar Deus face a face e experimentar o Ressuscitado. Isto é algo que é oferecido para todos. Quem vai nos ajudar a compreender a ressurreição, será a comunidade. Olhe o caso de Tomé. Tomé é alguém que está muito próximo de Jesus. Ele é um dos doze. Não vamos dizer que ele não tem fé. Não é verdade. Aliás, eu já fiz esta observação para o autor da música “Creio em ti ressuscitado, mais que São Tomé”. Isto é muita pretensão de nossa parte. Porque ele já é santo e nós ainda não. Eu lhe disse; cuidado com esta música. Eu posso crer em ti, tanto quanto São Tomé, mais do ele, já é complicado. São Tomé tem fé, ouviu a pregação de Jesus, participou da vida de Jesus de maneira intensa, mas na hora de aceitar o ressuscitado, teve dificuldade. Ele disse: eu preciso de algumas referências, algo palpável para isto. Eu preciso tocar o lugar da lança, tocar onde foi colocado os pregos. Quem escreveu o Evangelho vai dizer: Tomé não estava com eles, quando Jesus apareceu. Oito dias depois, Tomé estava com eles e finalmente conseguiu experimentar o Cristo Ressuscitado. Aí vai dizer, que era no primeiro dia da semana. Então, é a comunidade que me ajuda a experimentar o Cristo Ressuscitado. Se por um lado, a realidade da vida me deixa triste, pela perda de alguém, de outro lado, a presença da comunidade me deixa feliz, porque é ali que percebo que a morte não é a ultima palavra. Por isso, se quisermos superar  a dor da perda de alguém, é participando da vida da comunidade. Porque é ali que eu celebro, a cada encontro e experimento Cristo ressuscitado. Ele que me fala, através das leituras,  da Eucaristia que Cristo vive. Quando Tomé perde para ver os sinais, é na celebração, ouvindo a palavra, comungando o Cristo, na comunidade reunida, que vou perceber que Cristo está vivo e permanece entre nós. Na primeira leitura João nos diz que somos amados por Deus e quando amamos os irmãos e seguimos os seus mandamentos, amamos a Deus. É na comunidade que aprendemos quais são os mandamentos do Senhor, é na comunidade que aprendo como viver a fé. A primeira leitura nos mostra que os discípulos se tornaram sinal para o povo de seu tempo, de modo que o que mais era admirado neles, era a unidade na oração, na pertença e participação na vida comunitária. Eles vão ser um sinal de Cristo ressuscitado no seu tempo e vão celebrar a cada semana, mostrando que Cristo ressuscitou. O anúncio do Cristo ressuscitado, não só compõe os mandamentos de Deus, que devem serem animados para que vivam os mandamentos, que é o Cristo misericordioso ressuscitado que perdoa os pecados. Uma vez que me sinto perdoado por Deus, uma vez que eu me reintegro na comunidade, eu já experimento de maneira antecipada a ressurreição do Senhor. Por isso, neste tempo da Páscoa, somos chamados a renovar a nossa fé na ressurreição e assim poder experimentar o Cristo vivo, a cada encontro nosso.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO


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Homilia de D. Henrique Soares

Jo 20,19-31
          Há oito dias atrás, no primeiro dia após o Sábado dos judeus, ao anoitecer, Jesus ressuscitado entrou onde estavam os discípulos e lhes disse: "A paz esteja convosco!" Há oito dias, no Dia da Ressurreição, o nosso Jesus, vencedor da morte, enviado pelo Pai no Espírito Santo,
 soprou esse mesmo Espírito sobre seus discípulos, sua Igreja, e disse: "Como o Pai me enviou, também eu vos envio. Recebei o Espírito Santo!" Há oito dias atrás, Tomé, teimoso e incrédulo, afirmou peremptoriamente: "Se eu não vir as marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei!" Todas essas coisas que ouvimos no Evangelho deste hoje, ocorreram no Domingo de Páscoa, no Dia da Ressurreição, há precisamente uma semana.

          Hoje é a Oitava da Festa pascal, o Domingo seguinte. E como no Domingo passado, também hoje, neste Domingo, o Senhor vem ao encontro dos seus discípulos e coloca-se no meio deles. Será sempre assim: a cada oito dias os cristãos reunidos experimentarão na Palavra proclamada e no Sacrifício eucarístico celebrado, a presença real, viva e atuante Daquele que ressuscitou e caminha conosco, ou melhor, caminha à nossa frente. E como Tomé, nós, a cada Domingo, admirados, exclamamos: "Meu Senhor e meu Deus!" E queremos, emocionados, ouvi-lo novamente dizer a nossa respeito: "Acreditaste porque me viste, Tomé. Bem-aventurados os que creram sem terem visto!" Bem-aventurados nós, caríssimos meus em Cristo aqui presentes! Bem-aventurados nós que firmemente cremos no Senhor e participamos do seu Sacrifício eucarístico, ainda que não tenhamos visto o Senhor com os olhos da carne!
          Eis precisamente aqui a mensagem deste Domingo da Oitava: fazer-nos conscientes do nosso encontro, da nossa comunhão real, íntima, transformante, com o Senhor ressuscitado. Este encontro que ocorre de modo mais intenso a cada Domingo na Eucaristia – e, por isso mesmo, faltar à Missa dominical é excluir-se da Comunidade dos discípulos, é "ex-comungar-se", é colocar-se fora da Comunhão com o Ressuscitado e aqueles aos quais ele chama de "meus irmãos"... Este encontro que ocorre de modo mais intenso a cada Domingo nesta Eucaristia, não começou aqui; iniciou-se no nosso Batismo, quando recebemos, no símbolo da água, o Espírito Santo do Ressuscitado, passando a viver nele que, no seu Espírito, veio realmente viver em nós! Três misteriosas palavras da Missa de hoje exprimem este mistério. Ei-los: (1) A palavra da segunda leitura: o Autor sagrado afirma que quem crê em Jesus nasceu de Deus e vive uma vida de amor aos irmãos. Quem crê em Jesus, diz ele, vence o mundo, vence o pecado, vence a tragédia de uma vida sem sentido, distraída apenas com eventos, futilidades e copas do mundo. Eis as suas palavras: "Quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?" E, então, acrescenta de modo belo, forte, surpreendente e misterioso: "Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. Não veio somente com a água, mas com a água e o sangue. E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade". Caríssimos, que palavras impressionantes! Se nossos irmãos protestantes as compreendessem pediam imediatamente a comunhão com a Igreja de Cristo! Aqui o Autor sagrado está falando do Batismo e da Eucaristia. Vence o mundo quem crê em Jesus; não num Jesus do passado, mas num Jesus que está vivo e na força do Espírito Santo, o Espírito da Verdade, que ele derramou sobre nós, vem ao nosso encontro, habita em nosso íntimo. Como? Pelos sacramentos! É nos sacramentos que recebemos o Espírito Santo, é nos sacramentos que o Senhor entra em comunhão conosco e nós com ele. Ele vem continuamente, vivo e vivificador pela água do Batismo e o Sangue da Eucaristia! Nos santos sacramentos, nós experimentamos Jesus, recebemos a vida de Jesus e podemos testemunhar ao mundo que Jesus está vivo e atuante! Que realidade tão misteriosa; que graça tão grande: Jesus é o que vem sempre à sua Igreja na água e no sangue; e ambos nos dão o Espírito Santo de Jesus! (2) A segunda palavra desta liturgia é da oração inicial. Ali a Igreja nos ensinou a pedir ao Pai que compreendêssemos melhor "o Batismo que nos lavou, o Espírito que nos deu nova vida e o sangue que nos redimiu". Mais uma vez o Batismo e a Eucaristia que, dando-nos o Espírito de Jesus, nos colocam em comunhão íntima com ele. (3) Finalmente, as palavras da Entrada da Missa de hoje, como aparecem no Missal, tiradas da Primeira Epístola de são Pedro: "Como crianças recém-nascidas, desejai o puro leite espiritual para crescerdes na salvação! (2,2). A Igreja pensa nos que foram batizados na Vigília Pascal, nossos irmãozinhos em Cristo, criancinhas no Senhor. Que recebendo a cada Domingo a Eucaristia, puro alimento espiritual, possam – eles e nós – crescer na salvação.
          Ora, caríssimos, se vivemos mergulhados nesse mistério tão grande, que é a real e íntima comunhão com o Senhor ressuscitado, se experimentamos sua força e sua graça nos sacramentos, se nele, Vencedor da morte, somos criaturas nova, então vivamos de modo novo. E não somente de modo individual, mas como Comunidade dos salvos e redimidos por Cristo. Vede, irmãos meus, o exemplo descrito na Primeira leitura, a Igreja católica de Jerusalém, logo após a Ressurreição e o Dom do Espírito: nós éramos "um só coração e uma só alma", sabíamos repartir amor e bens, colocando a vida em comum, e toda a nossa vida comunitária era uma clara proclamação da novidade, da alegria e da esperança de quem sabia e vivia a Ressurreição do Senhor. Dois mil anos após, não damos mais a impressão de um bando de discípulos sonolentos e cansados? Não parecemos mais uns conformados e desanimados, mornos pelo peso do tempo? Nossa vida, será que não exprime mais comodismo e falta de fé, que aquela feliz exultação de quem tem sempre Jesus diante dos olhos? Sabem o motivo disso, meus caros? Falta de comunhão viva com o Senhor na sua Palavra, na oração e, sobretudo, nos sacramentos! Muitos de nós temos uma fé fria, formal, burocrática, teórica. Não é a idéia, mas o amor que dá sentido e gosto à vida!
          Caros meus, aprendamos a nos reaproximar de Jesus! Ele está vivo aqui, na Palavra, na Eucaristia, nos irmãos, na vida. Se aprendermos a vê-lo, mais uma vez, cheios de pasmos, exclamaremos como o duro Tomé:"Meu Senhor e meu Deus!" Que ele no-lo conceda por sua graça. Amém.

D. Henrique Soares

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A Comunidade

A liturgia de hoje apresenta a Comunidade Nova,
que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a IGREJA,
e nos convida a viver a fé em Cristo ressuscitado
em nossas Comunidades.

A 1a Leitura mostra que a PÁSCOA acontece na vida da Comunidade. (At 4, 32-35)

Lucas descreve a comunidade cristã de Jerusalém,
como comunidade ideal, modelo à Igreja e às igrejas de todas as épocas:
- É uma Comunidade formada por pessoas diversas,
mas que vivem a mesma fé "num só coração e numa só alma".
Da adesão a Jesus resulta, obrigatoriamente, a comunhão e
a união de todos os "irmãos" da comunidade.
- É uma Comunidade que partilha os bens.
Da comunhão com Cristo e dos cristãos entre si, resultam implicações práticas:
a renúncia a qualquer tipo de egoísmo, de auto-suficiência
e uma abertura de coração para a partilha, para o dom, para o amor.
"Tudo entre eles era posto em comum, entre eles ninguém passava necessidade".
- Uma comunidade que testemunha o Senhor Ressuscitado.
Viver de acordo com os valores de Jesus é a melhor forma
de anunciar e de testemunhar que Jesus está vivo.

Resultado: - "O fiéis eram estimados por todos… e crescia cada dia"
* Será que daria para dizer o mesmo de nossas comunidades?

A 2ª Leitura afirma que a PÁSCOA acontece quando amamos a Deus
e pomos em prática os seus mandamentos. (1Jo 5, 1-6)

O Evangelho mostra que a PÁSCOA continua acontecendo,
quando todos enfrentam os seus medos, partilhando na Comunidade
a fé e as experiências da vida. (Jo 20,19-31)

São DOIS ENCONTROS da nova Comunidade
com o Cristo Ressuscitado: uma sem Tomé e a outra com Tomé.
É uma catequese sobre a presença de Jesus,
que continua vivo e ressuscitado, acompanhando a sua Igreja:

+ Os Apóstolos estão reunidos, mas "trancados" e
   dominados pela incredulidade, pela tristeza e pelo medo.

* Hoje muitos vivem de "portas trancadas". Dominados pelo medo e
   pela insegurança, aguardam por melhores dias de justiça e de paz.
   O Ressuscitado derruba as trancas e restaura a PAZ e a alegria:
   "A PAZ esteja com vocês" (3x).

+ Inicia uma nova Criação:
   "Jesus soprou sobre eles", como Deus na criação do homem (Gen 2,7)
    e acrescentou: "Recebei o Espírito Santo".
   Com o dom do Espírito Santo, o Senhor ressuscitado inicia um mundo novo
   e com o envio dos discípulos se inaugura um novo Israel,
   que crê em Cristo e testemunha a verdade da Ressurreição.

+ Institui a Penitência: "Aqueles a quem perdoardes os pecados,
   serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos".
   * Uma vez perdoados... são enviados a perdoar em nome de Deus.
   É um Sacramento tipicamente Pascal: nascido num clima de alegria
   e de vitória. 

+ Confia a Missão: "Como o Pai me enviou, assim eu vos envio…"
   Continua acreditando neles… conta com eles… apesar de tudo...
   * Na MISSÃO, Ele conta também conosco, apesar de tudo...

+ No 1º Dia da Semana (ou de um novo tempo), após a Morte e Ressurreição.
   Com esse primeiro dia, começa o "Dia do Senhor", o DOMINGO
   * O que significa para você o Domingo? É de fato o "Dia do Senhor"?

+ Jesus está no "Centro" da Comunidade,
   onde todos vão beber essa vida que lhes permite vencer o "medo"
   e a hostilidade do mundo. É a videira ao redor da qual se enxertam os ramos...
 
 + TOMÉ incrédulo na promessa de Cristo e na palavra dos colegas.
   É protótipo dos que não valorizam o testemunho comunitário
   e exemplo dos que querem ser cristão sem Igreja.

+ Como se chega à fé em Cristo Ressuscitado?
A Comunidade é o lugar natural onde se manifesta e irradia o amor de Jesus.  
Longe da comunidade, Tomé não acreditou na palavra de Jesus, nem dos colegas.
Sua fé se reacendeu, quando no "Dia do Senhor" voltou à Comunidade
e fez um belo ato de fé: "Meu Deus e meu Senhor".
- E Cristo acrescentou: "Felizes os que acreditam sem ter visto…"

* Tomé representa aqueles que vivem afastados da Comunidade,
   sem perceber os sinais de vida que nela se manifestam.

- Esse episódio é uma alusão clara ao Domingo...
Lembra as celebrações dominicais da comunidade primitiva e
a nossa experiência pascal que se renova cada domingo...
A Comunidade renovada na Páscoa do Senhor
torna-se "um só coração e uma só alma".
Nas mesas da fraternidade, da Palavra e da Eucaristia,
nos tornamos com Ele um só corpo e uma só alma.

* O que significa para você a Eucaristia Dominical?

A DIVINA MISERICÓRDIA, que hoje celebramos
é garantia e força para o desempenho de nossa missão.

                                      Pe. Antônio Geraldo

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LOUVOR (QUANDO O PÃO SAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR) - Jo 20,19-31
à COM JESUS, por jesus e em Jesus NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, MEU SENHOR E MEU DEUS, ALELUIA!
à Deus da Vida, nós Vos bendizemos pela ressurreição do Vosso Filho Jesus, e pela vida nova que concedeis a todos que o seguem. Nós Vos pedimos por todas as comunidades cristãs.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, MEU SENHOR E MEU DEUS, ALELUIA!
à Bendito sejais, Deus e Pai de Jesus Cristo nosso Senhor, a Vós louvor, honra e glória, porque nos fizestes renascer pela ressurreição de Jesus Cristo. Nós Vos pedimos por todos os nossos irmãos e irmãs que passam provações. Inspirai-nos as palavras que possam suscitar neles coragem e esperança.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, MEU SENHOR E MEU DEUS, ALELUIA!
à Nós Vos damos graças pelo Sopro do Vosso Espírito Santo, que renova as nossas comunidades na Eucaristia. Que a Vossa paz esteja sempre conosco. Que o Vosso Espírito guie a nossa fé e que possamos confessar-Vos: Meu Senhor e meu Deus.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, MEU SENHOR E MEU DEUS, ALELUIA!

à PAI NOSSO... A paz de cristo... eis o cordeiro...



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