3º DOMINGO DA PÁSCOA ano B 2015
(Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)
SINOPSE:
Tema: “Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas.”
O
Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e é
o centro da comunidade. É no encontro comunitário, na escuta da Palavra, nos
gestos de fraternidade e de serviço - que os discípulos podem fazer a
experiência do encontro com Jesus ressuscitado.
A primeira
leitura: Pedro e João convidam a
todos a acolherem a proposta que Jesus lhes faz.
A segunda
leitura: Nos
lembra que depois de encontrar Jesus, temos de viver de forma coerente com o
compromisso assumido.
EVANGELHO – Lc 24,35-48
Naquele tempo, os dois discípulos
contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao
partir o pão. Ainda estavam falando quando o próprio Jesus apareceu no meio
deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” Eles ficaram assustados e cheios
de medo pensando que estavam vendo um fantasma. Mas Jesus disse: “Por que
estais preocupados e por que tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus
pés: sou eu mesmo. Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos,
como estais vendo que eu tenho”. E, dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e
os pés. Mas eles ainda não podiam acreditar porque estavam muito alegres e
surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” Deram-lhe
um pedaço de peixe assado. Ele o tomou e comeu diante deles. Depois disse-lhes:
“São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso
que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos
Profetas e nos Salmos”. Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para
entenderem as Escrituras e lhes disse: “Assim está escrito: ‘O Cristo sofrerá e
ressuscitará dos mortos ao terceiro dia e no seu nome serão anunciados a
conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém’.
Vós sereis testemunhas de tudo isso”.
AMBIENTE
- Os onze discípulos estão reunidos e já conhecem uma
aparição de Jesus a Pedro, bem como o relato do encontro de Jesus ressuscitado
com os discípulos de Emaús. Apesar de tudo, o ambiente é de medo, de
perturbação e de dúvida. A comunidade sente-se insegura. O medo e a insegurança
vêm do fato de não terem, ainda, feito a experiência de encontro com Cristo
ressuscitado.
Lucas
mostra como os discípulos descobrem, progressivamente, que Jesus vivo e
ressuscitado continua vivo e os discípulos, em comunidade, podem fazer uma
experiência de encontro com Jesus.
MENSAGEM
- Lucas deixa claro que a ressurreição de Jesus foi um fato
real, que os discípulos descobriram e experimentaram só após um longo caminho
de dúvidas. Essa dificuldade significa que a ressurreição de Jesus não foi um
acontecimento cientificamente comprovado, material, Mas só reconhecem O
ressuscitado depois de um longo caminho na fé.
No final desse caminho eles experimentaram que Jesus estava vivo, que caminhava com eles e que continuava a
oferecer-lhes a vida de Deus. É essa certeza que os relatos da ressurreição
procuram transmitir-nos. Na catequese de Lucas há elementos que importa pôr em
relevo:
1.
Na
caminhada de fé descobriram
a presença de Jesus no meio da sua comunidade e que Jesus derrama sobre a
comunidade a paz (o “shalom”).
2.
Esse
Jesus é o filho de Deus que reentrou na esfera divina.
3.
Na
catequese de Lucas, “tocar”, comer, são uma forma de ensinar que foi uma
experiência muito forte e quase palpável. Jesus não está ausente, mas continua
a sentar-Se à mesa com os discípulos, a partilhar os seus sonhos, as suas
lutas, as suas esperanças, as suas dificuldades, os seus sofrimentos.
4.
A
comunidade que caminha deve reunir-se à volta de Jesus para escutar a Palavra
que alimenta e que dá sentido à sua caminhada histórica.
5.
Os
discípulos, alimentados por essa Palavra, recebem a missão de testemunhar
diante de “todas as nações”, pregando o arrependimento e o perdão dos pecados,
propondo-lhes a opção pela vida nova de Deus, pela salvação, pela vida eterna.
ATUALIZAÇÃO
• Chega-se ao encontro com o ressuscitado inserindo-nos no
encontro comunitário, na escuta da Palavra de Deus, no amor partilhado em
gestos de fraternidade e de serviço…
•
Cristo continua presente quando a comunidade se reúne para escutar a Palavra.
•
Jesus ressuscitado reentrou no mundo de Deus; mas não desapareceu da nossa
vida.
•
O testemunho que Cristo nos pede passa pelos nossos gestos de acolhimento, de
partilha, de serviço, de amor. São esses gestos que testemunham, diante dos
nossos irmãos, que Cristo está vivo e que Ele continua a sua obra de libertação
dos homens e do mundo.
•
Jesus confia aos discípulos a missão de anunciar “em seu nome o arrependimento
e o perdão dos pecados a todos os povos e propor aos homens uma dinâmica de
vida nova.
LEITURA I – At 3,13-15.17-19
Naqueles dias, Pedro se dirigiu
ao povo, dizendo: “O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos
antepassados glorificou o seu servo Jesus. Vós o entregastes e o rejeitastes diante
de Pilatos, que estava decidido a soltá-lo. Vós rejeitastes o Santo e o Justo e
pedistes a libertação para um assassino. Vós matastes o autor da vida, mas Deus
o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas. E agora, meus irmãos,
eu sei que vós agistes por ignorância, assim como vossos chefes. Deus, porém,
cumpriu desse modo o que havia anunciado pela boca de todos os profetas: que o
seu Cristo haveria de sofrer. Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para
que vossos pecados sejam perdoados”.
AMBIENTE - Pedro
e João
tinham subido ao Templo. Um homem, coxo de nascença pediu-lhes esmola. Pedro
curou-o. “Cheia de assombro”, a multidão reuniu-se para ouvir de Pedro a
explicação do fato. Lucas está convencido de as palavras e os gestos das
“testemunhas” de Jesus mostram como o mundo muda quando a salvação chega e como
o homem escravo passa a ser um homem livre. O “testemunho” irá provocar a oposição
daqueles que recusam os desafios de Deus. Por isso, os discípulos de Jesus irão
conhecer a perseguição.
MENSAGEM
- Pedro dá-lhes a entender que o gesto libertador que
beneficiou o homem coxo foi realizado em nome de Jesus. Ele mostra que o projeto
de Jesus continua a realizar-se e demonstra que Jesus está vivo. Se essa
salvação continua a derramar-se sobre os homens doentes e privados de vida e de
liberdade, é porque Jesus continua presente, oferecendo aos homens a vida nova
e definitiva. Os discípulos são os agentes através dos quais Jesus continua a
sua obra libertadora e salvadora no mundo. Pedro “sabe” que o Povo agiu por
ignorância. Deus, na sua bondade, continua a oferecer ao seu Povo a
possibilidade de corrigir as suas opções erradas e de escolher a vida, aderindo
a Jesus e ao projeto por Ele apresentado. Para isso é necessário
“arrepender-se” e “converter-se”, de forma que Deus passe a estar no centro da
vida do homem e o homem passe a “dar ouvidos” às propostas de Deus e a viver de
acordo com os projetos de Deus. Ora, “arrepender-se” e “converter-se” significa
aderir à pessoa de Cristo, crer n’Ele, acolher o projeto que Ele traz, entrar
no Reino que Ele anuncia e propõe.
ATUALIZAÇÃO
• Jesus continua vivo, oferecendo aos homens uma proposta de
vida plena e eterna. É pelo testemunho dos discípulos que homens descobrem que
Cristo está vivo. Jesus está vivo nos gestos de amor, de partilha, de
solidariedade, de perdão, de acolhimento; Jesus está vivo quando os cristãos se
comprometem na luta pela paz, pela justiça, pela liberdade.
•
Aquilo que parece ser fracasso e frustração é, afinal, o verdadeiro caminho
para a vida. Jesus veio apresentar uma proposta geradora de vida, apesar de
passar pelo aparente fracasso da cruz. É de vida vivida na doação, na entrega,
no amor a Deus e aos irmãos que brota a vida eterna.
LEITURA II – 1 Jo 2,1-5ª
LEITURA II – 1 Jo 2,1-5ª
Meus filhinhos, escrevo isto para
que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um defensor:
Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não
só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro. Para saber que o
conhecemos, vejamos se guardamos os seus mandamentos. Quem diz: “Eu conheço a
Deus”, mas não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está
nele. Naquele, porém, que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente
realizado.
AMBIENTE
- Este escrito procura combater doutrinas heréticas
pré-gnósticas e apresentar aos cristãos o caminho da autêntica vida cristã.
Os
adeptos das heresias recusavam a encarnação do Filho de Deus. Para estes, o
Cristo tinha-se apropriado do homem Jesus de Nazaré na altura do batismo e
tinha-O abandonado antes da paixão, porque o Cristo celeste não podia padecer.
Os gnósticos pretendiam não ter pecados e não guardavam os mandamentos. Quem
diz que não comete pecados, é mentiroso, pois somos limitados e muitas vezes
erramos.
MENSAGEM
- o autor critica quem considerava não ter pecados. O cristão
reconhece a sua fragilidade, mas sabe que Deus lhe oferece a salvação e que
Jesus Cristo é o “advogado” (“defensor”). Ora, quem disser que mantém uma
relação de proximidade e de comunhão pessoal com Deus, mas não quer saber das
suas propostas, está mentindo. Não se pode amar e não considerar as propostas
da pessoa que se ama. O “conhecer Deus” exige atitudes concretas que
passam pelo escutar, acolher e viver as propostas de salvação que Deus faz,
através de Jesus.
ATUALIZAÇÃO
• O cristão aceitou o convite de Deus e tem de viver de forma
coerente com o compromisso que assumiu… Não pode comprometer-se com Deus e
conduzir a vida por caminhos de orgulho, de autossuficiência, de indiferença
face a Deus e às suas propostas.
•
O pecado é um “não” a Deus e às suas propostas.
•
A coerência deve manifestar-se na identificação entre a fé e a vida.
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A raiz da Missão é o Encontro com o Ressuscitado e
a compreensão das Escrituras.
Viver e anunciar essa novidade é a nossa missão!
Cristo continua precisando ainda hoje de
testemunhas… E nós somos chamados a ser testemunhas da presença do
Ressuscitado, através de nossas palavras e ações.
O
povo que esperou o Messias, não acolheu o Messias! Foi um desastre: “Vós
matastes o Autor da vida.” Não culpemos os judeus. A própria Palavra do Senhor
afirma: “Eu sei que agistes por ignorância, assim como vosso chefes: na
rejeição o plano de Deus estava sendo cumprido!
A cruz fazia
parte do plano de Deus porque nela se manifesta o que o pecado fez com o homem
e do que o homem pecador se tornou capaz: de matar Deus e se desgraçar. A
humanidade pecadora que vemos hoje de tal modo se fechou para Deus que o está
matando renegando-o, desobedecendo-o, colocando-o em último lugar… Mas, quando
fazemos isso, nos destruímos. São Pedro na primeira leitura de hoje: “Vós
matastes o Autor da Vida!” – Eis! Com o nosso pecado, matamos aquele que é a
Vida e nos matamos a nós!
Mas, a cruz
revela até onde Deus é capaz de ir por nós: No seu Filho o Pai nos entrega tudo
de precioso que ele tem! No Filho feito homem podemos compreender o quanto
somos amados por Deus!
Finalmente O
Filho, entregue ao Pai com toda a confiança, agora é glorificado pelo Pai e
colocado no mais alto da glória. Deus jamais abandona os que a ele se confiam.
O Pai é Fidelidade, o Pai é Amor! “Se alguém pecar, temos junto do Pai um
Defensor: Jesus Cristo!
Que
temos de fazer? A) crer em Jesus, o Enviado do Pai, que por nós morreu e
ressuscitou:
B):
viver na Palavra do Senhor os mandamentos!
C)
testemunhar Jesus morto e ressuscitado: nós somos testemunhas!” Tenhamos, então
a coragem de nele crer, viver e dele dar testemunho onde quer que estejamos.
Jesus está vivo!
O
Antigo Testamento ganha todo o seu esplendor somente quando interpretado EM Cristo. Na verdade,
toda a Bíblia só tem sentido como revelação divina em Cristo e na Igreja, de fé
e eclesial.
A
Bíblia é fruto da Tradição: Jesus pregou, os apóstolos pregaram; somente depois
foi colocado por escrito a pregação de Jesus e dos Apóstolos.
As
pessoas que fazem livres interpretações da Bíblia, só que à margem da
interpretação autêntica da Igreja Católica, acabam, de uma maneira ou outra,
criando o seu próprio universo bíblico, que não é o de Cristo. Daí que há
tantos cristãos com a mesma Bíblia e ao mesmo tempo há tantas denominações
cristãs, as quais, frequentemente, brigam entre si. A divisão entre os cristãos
é um escândalo que provoca a incredulidade. Mas, porque há tantas
interpretações da Bíblia e, simultaneamente, tantas “igrejas”? Cada um quer
manter a sua opinião, o seu parecer. A idade da Igreja? Somente 2000 anos. A
sua experiência é vastíssima: 2000 anos de experiência e que só nos ensina o
caminho do bem, da verdade e do amor.
Jesus é Senhor! E que a sua paz, a sua
vitória e o seu perdão estejam sempre conosco. Amém.’
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HOMILIA
DO PE. PEDRINHO
Irmãos e irmãs, a Palavra de Deus hoje
é muito clara e objetiva. Quem diz que crê em Deus e não conhece os seus mandamentos
é um mentiroso. Volta a história que nós já estamos repetindo a quinze dias. As pessoas dizem: eu tenho fé
em Deus, mas ao meu modo. Isto não existe. No domingo de páscoa Pedro confirmou
a fé que João externou: João viu e creu, acredito. E Pedro confirmou. Depois,
vimos na semana passada, que Tomé tinha uma fé, assim, um pouco reservado, não
conseguiu ver o ressuscitado. Só depois, quando está em comunidade, que pode
experimentar o Cristo Ressuscitado. Hoje, a mesma questão, ela volta, de
maneira mais clara, dizendo: se você não conhece os mandamentos, se eu não
conheço os mandamentos, não posso dizer que creio em Deus. O batismo é a entrada,
a inserção da pessoa que vai ser batizada, na comunidade. Este é o ponto
fundamental. Na comunidade ela vai se encontrar com o Cristo Ressuscitado, mas é
preciso que ajude. De que maneira? Apresentando os mandamentos de Deus. Nós sabemos
que os mandamentos de Deus não é para escravizar, muito pelo contrário, é
para libertar as pessoas. Ora, na medida
que eu conheço os mandamentos de Deus e procuro viver, nessa maneira eu vou
sendo íntimo de Deus. É evidente que quando eu encontro com Jesus Cristo, eu
tenho maior facilidade de reconhecê-lo. Às vezes, você conhece quem está
chegando em casa pela maneira que abre o portão. Nós, quando convivemos com as
pessoas, temos facilidade de reconhece-la só pelos sinais que ela transmite. Às
vezes, nem estou vendo a pessoa, mas ouço o andar, a tosse, ouço a música e
digo: fulano de tal chegou. É assim, que os discípulos de Emaús reconheceram
Jesus, ao partir do Pão. Eles tinham uma convivência tão próxima, que a maneira
que Jesus partiu o Pão, é que fez com eles dissessem: é o Senhor. Porque é o jeito
dele partir o Pão. É a sua maneira de partir o Pão. Eles fazem esta experiência,
mas não retém para si. Voltam correndo para contar para a comunidade. E a
comunidade não somente vai confirmar esta experiência deles, como também farão
uma experiência mais profunda. Jesus se apresenta no meio deles, dizendo: a Paz
esteja convosco. Percebam que só depois da ressurreição Jesus saúda os seus
desta maneira. Também na Celebração Eucarística fazemos isto: “A Paz de cristo
esteja convosco. – O amor de Cristo que nos uniu” e “O Senhor esteja convosco – Ele está no meio
de nós”. Isto é sempre que nós estamos reunidos. Só que como compreender este
Cristo Ressuscitado? Não é de um dia para o outro que agente compreende. É fazendo
a experiência comunitária.
Então, no primeiro domingo da Páscoa, vimos o túmulo
vazio. No segundo, temos São Tomé nos ajudando a fazer a experiência do
Ressuscitado. Hoje, Jesus se apresenta dizendo: Eu não sou um fantasma. Para muitas
pessoas, ressuscitar significa sair do caixão e sair andando. Isto não seria ressurreição,
seria reencarnação. Não é isto que nós
pregamos. Por que reencarnação? Porque o espírito que saiu, agora volta,
reanima o corpo e o corpo sai andando. Isto seria reencarnação. Jesus não volta
no mesmo corpo. Como é que eu sei disso? O Evangelho de hoje; eles olham e não
reconhecem Jesus. Eles que conviveram três anos, ouviram Jesus, comeram com
Jesus, viram os seus sinais, não teriam dificuldade de reconhece-lo, se ele
tivesse o mesmo corpo. Mas Ele disse:
Olhe aqui as minhas mãos e os meus pés. É assim que vão reconhecê-lo. Que corpo
Jesus tem, no dia em que chegarmos lá, na ressurreição, vamos contemplá-lo
face-a-face e aí vamos ver. De qualquer maneira, eles vão reconhecer Jesus
pelos sinais; então, você tem o sinal do Pão partido, você tem as marcas dos
pregos nas mãos e nos pés. É interessante, porque o corpo ressuscitado traz as
marcas da crucifixão. Aí confirma o que o Papa Bento XVI disse no domingo da Páscoa:
“não existe ressurreição, se não passarmos pela cruz”. É muito interessante. Ele
traz esta realidade no seu corpo. Mesmo assim, ele diz: para ver que eu não sou
um fantasma, toca em mim. O fantasma não tem carne e osso. Eu tenho. Quer saber
de mais uma, tem alguma coisa para eu comer? Porque fantasma também não come, o
espírito não come. Ele come. O que? Peixe assado. Ou poderia ser qualquer outro
alimento. Mas por que o peixe? Vamos lembrar um pouco. O peixe é o primeiro
sinal, o símbolo dos cristãos. Um cristão para ver se o outro era cristão,
fazia o sinal do peixe. Assim, a pessoa que era cristã, devolvia o sinal do
peixe. Estava identificado; somos cristãos. Peixe é o símbolo que eles
escolheram. Em grego ECTÓS; das iniciais para Jesus Cristo homem santo e
salvador. Então, ele é o nosso sinal, Ele é o santo. Ora, um peixe assado
significa o cristão que passou pela prova de fogo. Passou pela prova de fogo. Todo
cristão, aqui ou ali, é convocado para testemunhar a sua fé. E na medida que a
pessoa passa pela prova de fogo, ela se torna ouro mais puro. Lembra da
passagem que diz que Deus nos prova como o ouro no cadinho? Exatamente isso. Ora,
então, Jesus celebra agora com a comunidade, aqueles que estão passando pela
prova de fogo; são os cristãos que enfrentaram a prisão, enfrentaram perseguição.
Paulo vai ser um exemplo disso, Pedro também. Até hoje pessoas morrem porque
professam sua fé no Cristo. Então, meus irmãos e irmãs, este Evangelho é todo
completo para nos falar; na comunidade eu encontro Cristo, na comunidade eu
enfrento a prova de fogo, na comunidade eu tenho ânimo, fé e força para viver a
minha caminhada e continuamos com muitos sinais; temos a Palavra que Deus nos
dirige, é o próprio Jesus falando, temos a Eucaristia que nos alimenta e nos
conforta e temos a presença dos irmãos. Eu vejo que não sou só eu que creio no
Cristo. Eu olho pro lado e vejo que Outros creem também, porque é Ele que nos
reúne. Então, temos todos recursos
necessários para caminhar e Na caminhada encontrar o Cristo ressuscitado. Se alguém
ainda tem dificuldade, não fique preocupado. Olhe os discípulos. Eles ainda não
acreditavam no que estavam vendo. E Jesus diz; um caminho é você ler as
escrituras. Ler a Palavra de Deus nos ajuda muito. Ler as leis, Moisés, os
profetas e os salmos. É uma caminhada. Uns
conseguem ir mais rápidos e outros mais devagar. O importante é caminharmos
cada dia e ir anunciando aos outros, a experiência que Deus vai realizando em
nossa vida.
Para concluir: as vezes nos dá a
impressão que caiu o mundo. Aconteceu uma coisa inesperada e eu perdi o chão. Bom,
é um momento. Se olharmos a nossa vida, vamos ver que em outros momentos também
tivemos dificuldades. Como pudemos superar, nem sabemos responder. É olhando o
conjunto todo que vemos Deus agindo em nossa vida. Se ele é fiel num momento,
ele é fiel sempre. Quando eu penso nisso, o salmo se torna fantástico para nós:
“Posso dormir tranquilo, porque é você que cuida de mim”. É assim que termina o
verso do salmo hoje. Que possamos sempre depositar nossa esperança no Senhor e
que possamos continuar a nossa caminhada, descobrindo a cada dia sinais da
ressurreição.
Louvado seja nosso Senhor Jesus
Cristo.
PE. PEDRINHO.
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"Testemunhas"
Nesse tempo de Páscoa, a liturgia nos apresenta as primeiras
aparições de Cristo ressuscitado aos apóstolos, que tinham a missão de
continuar a sua obra salvadora iniciada por Cristo.
- Eles continuam tendo muitas dúvidas.
- Cristo vai ao encontro deles, para fortalecer a fé deles
profundamente abalada.
No Evangelho o Ressuscitado
aparece à Comunidade e a convoca para ser sua Testemunha. (Lc 24,35-48)
Cristo está vivo e continua a ser o CENTRO da Comunidade.
- Jesus toma a iniciativa: aparece aos apóstolos,
desejando-lhes a "Paz":
"A Paz esteja convosco"
- A Reação dos apóstolos: ficam apavorados pensando ser "um fantasma"
- Jesus apresenta PROVAS
de sua identidade:
- Físicas: mostra os pés e as mãos… come
com eles…
- Bíblicas: Abre as inteligências para
compreenderem as Escrituras:
Jesus devia padecer e
ressuscitar…
- Aponta a MISSÃO: "Vós sereis minhas testemunhas"
Ser testemunha é conhecer, viver e anunciar a
mensagem de amor, que Cristo trouxe. Cristo continuará vivo na Igreja, através deles.
Assim na 1a Leitura, vemos São Pedro, cumprindo essa Missão:
- ANUNCIANDO com
coragem o Cristo Ressuscitado diante do povo:
"O Cristo, que vós matastes, Deus o
ressuscitou dos mortos.
E disso nós somos testemunhas..."
- E AGINDO:
provando com sinais... que Jesus ainda estava vivo.
Cura o coxo na porta
do Templo em nome de Jesus. (At
3,13-15.17-19)
* Pedro testemunha
Jesus com palavras e gestos e faz um apelo ao arrependimento e à
conversão, para o perdão dos pecados.
E na 2a Leitura, João nos lembra que devemos
testemunhar,
- VIVENDO o
que se conhece e se anuncia:
"Quem diz conhecer o Senhor e não vive a
sua mensagem é mentiroso e a verdade não está nele...” (1Jo
2,1-5)
* É um forte apelo à
coerência entre Fé e Vida..
É com a vida que demonstramos
"conhecer" Deus.
Se pecarmos, Jesus é o nosso intercessor
junto do Pai...
+ No Evangelho, a Ressurreição
de Jesus aparece como um FATO REAL, mas assim mesmo os apóstolos não conseguiam
acreditar facilmente.
O caminho foi longo,
difícil, penoso, carregado de dúvidas e incertezas.
* O caminho
espiritual para chegar à fé continua o mesmo.
Como os apóstolos, também nós podemos "ver" Cristo
ressuscitado, no meio de muitas dúvidas, incertezas e medos.
Quando nos reunimos em comunidade, ele está sempre entre
nós.
Aos poucos os nossos olhos vão se abrindo e nós vamos
descobrindo que, quem morre com ele, com ele entra na plenitude da vida de
Deus.
+ ELEMENTOS IMPORTANTES, que o
texto nos apresenta:
1. Os discípulos descobriram a presença de Jesus, vivo e ressuscitado, no
meio da sua COMUNIDADE.
Cristo continua a ser o centro, onde a comunidade se constrói e se
articula.
2. Esse Jesus ressuscitado é o filho de Deus, que reentrou no mundo de
Deus, mas NÃO DESAPARECEU da nossa vida, nem da vida da Comunidade.
3. AS DÚVIDAS dos discípulos mostram a dificuldade que eles
sentiram em percorrer o caminho da fé, até o encontro pessoal com o Senhor
ressuscitado.
Foi uma longa caminhada de amadurecimento da própria fé.
4. O gesto de TOCAR E COMER nos ensina que o encontro dos discípulos com Jesus ressuscitado foi um FATO REAL e palpável.
5. O Ressuscitado revela o sentido profundo das ESCRITURAS.
A comunidade deve reunir-se com Jesus ressuscitado para escutar a
Palavra, que sempre ilumina a nossa vida e nos ajuda a descobrir os caminhos de
Deus na história..
6. Os discípulos recebem a MISSÃO de serem testemunhas de tudo isso...
* A raiz da Missão é o Encontro com o Ressuscitado e a compreensão das
Escrituras.
Viver e anunciar essa novidade é
a missão da comunidade eclesial, que vive do amor e da presença do Senhor em
seu meio.
+ Cristo continua precisando ainda hoje de
testemunhas…
E nós somos chamados a ser testemunhas da presença do
Ressuscitado, através de nossas Palavras e Ações.
* Até que ponto, somos TESTEMUNHAS de Cristo:
conhecendo…
vivendo… e anunciando… essa mensagem?
Não adianta proclamar que Jesus ressuscitou e não viver o
projeto do Reino que ele anunciou e viveu.
Cristo ainda hoje continua nos lembrando:
"Vocês também
devem ser minhas testemunhas..."
O que pretendemos testemunhar nesta semana?
Pe.
Antônio Geraldo
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Homilia de D. Henrique Soares
A Palavra de Deus deste Domingo do Tempo
Pascal recorda-nos um fato histórico tremendo, ao mesmo tempo misterioso e
doloroso: os judeus, povo que esperou o Messias, não acolheu o Messias! E tudo
terminou num desastre: “Vós rejeitastes o Santo e o Justo. Vós matastes o Autor
da vida. Vós o entregastes e o rejeitastes diante de Pilatos”. Eis, caríssimos:
misteriosamente o Povo de Deus do Antigo Testamento não foi capaz de reconhecer
o Messias que lhe fora enviado e o entregou a Pilatos, que o mandou crucificar.
Não culpemos os judeus. A própria Palavra do Senhor afirma: “Eu sei que agistes
por ignorância, assim como vosso chefes. Deus, porém, cumpriu desse modo o que
havia anunciado pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo haveria de
sofrer”. Que mistério, amados irmãos: na rejeição dos judeus, que terminou
levando Cristo à cruz, o plano de Deus estava sendo cumprido! O próprio Senhor
ressuscitado afirma a mesma coisa no Evangelho de hoje: “Assim está escrito: ‘O
Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome serão
anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações”.
Mas, por que deveria ser assim? Por que o
plano de Deus deveu passar pela cruz, tão feia, tão humilhante, dolorosa e
sofrida? Com piedade e unção, procuremos contemplar um pouquinho tão grande e
santo mistério. A cruz fazia parte do plano de Deus, caríssimos, primeiramente
porque nela se manifesta o que o pecado fez com o homem e do que o homem
pecador se tornou capaz: de matar Deus e se desgraçar. A humanidade pecadora –
esta, que vemos hoje – de tal modo se fechou para Deus que o está matando
(recordem a mais recente punhalada: uma obra de arte blasfema numa exposição no
Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio de Janeiro. Lá apresentaram dois
terços da Virgem Maria em forma de órgão genital masculino. Os católicos
protestaram. E o ministro da cultura do Governo Lula, o Gilberto Gil ficou
indignado com os católicos; e muitos artistas foram à rua protestar contra
esses católicos reacionários. É a lógica do mundo atual: massacrar Deus,
ridicularizá-lo, matá-lo no coração dos homens e do mundo). Desde o início da
história temos matado Deus, renegando-o, desobedecendo-o, colocando-o em último
lugar… Mas, quando fazemos isso, nos destruímos, nos desfiguramos, edificamos a
nossa vida pessoal e social sobre a areia. Na cruz de Jesus, Deus nos mostra
isso: a gravidade do nosso pecado, o desastre que é fechar-se para o Senhor.
Num mundo que brinca com o pecado e já não leva a sério a gravidade de pecar,
olhemos a cruz e veremos o que nosso pecado provoca! Não deixará nunca de
impressionar a frase de São Pedro na primeira leitura de hoje: “Vós matastes o
Autor da Vida!” – Eis! Com o nosso pecado, matamos aquele que é a Vida e nos
matamos a nós!
Mas, a cruz revela também, com toda a
força, até onde Deus é capaz de ir por nós: ele é capaz de se entregar, de dar
sua vida por nós! No seu Filho o Pai nos entrega toudo de precioso que ele tem!
No Filho feito homem de dores, humilhado e derrotado, nós podemos compreender o
quanto somos amados por Deus, o quanto ele nos leva a sério, o quanto é capaz
de descer para nos procurar! Contemplemos a cruz e sejamos gratos a Deus que se
entrega assim!
Finalmente, a cruz revela a estupenda,
desconcertante, fidelidade de Deus: nela descobrimos o verdadeiro nome do nosso
Deus. E o seu nome é Fidelidade, o seu nome é Amor. Primeiramente fidelidade e
amor do Pai em relação ao Filho. Ao Filho amado que se entregou ao Pai por nós,
Deus-Pai o ressuscitou e deu-lhe toda glória. É o que anuncia a primeira
leitura de hoje: “O Deus de nossos Pais glorificou o seu servo Jesus. Vós
matastes o Autor da Vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos!” Que mistério,
meus irmãos! O Filho, entregue ao Pai com toda a confiança e todo o abandono, o
Filho, feito homem de dores, agora é glorificado pelo Pai e colocado no mais
alto da glória. Deus jamais abandona os que a ele se confiam. Podemos imaginar
o Senhor Jesus dizendo as palavras do Salmo de hoje: “Eu tranqüilo vou
deitar-me e na paz logo adormeço, pois só vós, ó Senhor Deus, dais segurança à
minha vida!” O nosso Salvador adormeceu no sono da morte certo que o Pai o
despertaria para a vida da glória! Sim, o Pai é Fidelidade, o Pai é Amor! Mas,
é também fidelidade e amor para conosco. Efetivamente, tudo quanto aconteceu
com o Filho na cruz foi por nós, para nossa salvação, para que o nosso pecado,
a nossa situação de miséria, encontrasse expiação. Eis como a Palavra de Deus
deste hoje insiste nisso: “Se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor:
Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não
só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro”. E o próprio Jesus afirma
no Evangelho que “no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos
pecados a todas as nações”. Meus caros em Cristo, na cruz e ressurreição do
Senhor, Deus, amorosamente nos concedeu o perdão dos pecados!
Então, que temos de fazer para corresponder
a tanto amor, a tão grande graça? Três coisas: primeira: crer em Jesus, o
Enviado do Pai, que por nós morreu e ressuscitou: “Convertei-vos para que os
vossos pecados sejam perdoados!” Quem crer em Jesus, quem diante dele
reconhecer-se pecador e o acolher como o Salvador e nele colocar a vida, nele
encontrará o perdão que vem pela cruz e a ressurreição. Segunda coisa: viver na
Palavra do Senhor: “Para saber se o conhecemos, vejamos se guardamos os seus
mandamentos. Naquele que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente
realizado”. A fé, caríssimos, não é um sentimento nem uma teoria. Nossa fé em
Jesus morto e ressuscitado deve levar a um compromisso sério e radical com o
Senhor na nossa vida concreta. Quem não guarda os mandamentos, não crê! Quem
não crê, fecha-se para a salvação! Terceira coisa: testemunhar Jesus morto e
ressuscitado: “Vós matastes o Autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos.
Disso nós somos testemunhas!” E Jesus diz: “Vós sereis testemunhas de tudo
isso!” Caros meus, nós não conhecemos Jesus de um modo teórico. Nós o
experimentamos na força da sua Palavra e na graça dos seus sacramentos, sobretudo
na participação na Eucaristia. Jesus, para nós, não é um fantasma! “Por que
estais preocupados tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou
eu mesmo!” Sim, meus caros, quantas vezes tocamos Jesus, sentimo-lo vivo,
caminhando conosco! Tenhamos, então a coragem de nele crer, de nele viver e
dele dar testemunho onde quer que estejamos e onde quer que vivamos. Jesus não
é um fantasma! Jesus está vivo! Jesus é Senhor! E que a sua paz, a sua vitória
e o seu perdão estejam sempre conosco. Amém.’
D. Henrique Soares
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos e Ministros extraordinários da
Palavra):
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à COM JESUS, NA FORÇA DO
ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Jesus ressuscitou e está
no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
à Senhor, nosso Deus e Pai, Bendito
e louvado sejais pelo vosso imenso amor nos enviando Vosso Filho para nos dar a
dignidade de Filhos Vossos. Pai, acolhei o nosso louvor e santificai-nos para
que possamos testemunhar o vosso amor. - T: Jesus ressuscitou e está
no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
à Senhor, nosso Deus e Pai, vos
louvamos e agradecemos pela nossa existência. Sois o nosso Deus e somos o vosso
povo. Pai, vinde sempre em nosso auxílio, pois somos limitados e necessitamos
de vossa força para nossa caminhada.
T: Jesus ressuscitou e está
no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
à Senhor, nosso Deus e Pai,
enviai-nos a força do Espírito Santo para que sempre nos convertamos aos vossos
projetos. Dai-nos força e coragem para seguirmos os passos e os ensinamentos de
Vosso Filho.
T: Jesus ressuscitou e está
no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
à Senhor, nosso Deus e Pai, em nossa
fé acreditamos que Jesus está no meio de nós nos fortalecendo e nos
transformando. Pai, que saibamos espelhar este amor no meio de nossa comunidade
para que sintamos o Cristo ressuscitado em nossa vida.
T: Jesus ressuscitou e está
no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
- - - Pai nosso... Paz..... Cordeiro de Deus...
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