quinta-feira, 16 de abril de 2015

3º DOMINGO DA PÁSCOA

3º DOMINGO DA PÁSCOA ano B 2015 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)

SINOPSE:
Tema: “Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas.”
O Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e é o centro da comunidade. É no encontro comunitário, na escuta da Palavra, nos gestos de fraternidade e de serviço - que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado.
A primeira leitura: Pedro e João convidam a todos a acolherem a proposta que Jesus lhes faz. 
A segunda leitura: Nos lembra que depois de encontrar Jesus, temos de viver de forma coerente com o compromisso assumido.

EVANGELHO – Lc 24,35-48
Naquele tempo, os dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. Ainda estavam falando quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” Eles ficaram assustados e cheios de medo pensando que estavam vendo um fantasma. Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados e por que tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo. Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. E, dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas eles ainda não podiam acreditar porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” Deram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele o tomou e comeu diante deles. Depois disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras e lhes disse: “Assim está escrito: ‘O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém’. Vós sereis testemunhas de tudo isso”.

AMBIENTE - Os onze discípulos estão reunidos e já conhecem uma aparição de Jesus a Pedro, bem como o relato do encontro de Jesus ressuscitado com os discípulos de Emaús. Apesar de tudo, o ambiente é de medo, de perturbação e de dúvida. A comunidade sente-se insegura. O medo e a insegurança vêm do fato de não terem, ainda, feito a experiência de encontro com Cristo ressuscitado.
Lucas mostra como os discípulos descobrem, progressivamente, que Jesus vivo e ressuscitado continua vivo e os discípulos, em comunidade, podem fazer uma experiência de encontro com Jesus.
MENSAGEM - Lucas deixa claro que a ressurreição de Jesus foi um fato real, que os discípulos descobriram e experimentaram só após um longo caminho de dúvidas. Essa dificuldade significa que a ressurreição de Jesus não foi um acontecimento cientificamente comprovado, material, Mas só reconhecem O ressuscitado depois de um longo caminho na fé.  No final desse caminho eles experimentaram que Jesus estava vivo,  que caminhava com eles e que continuava a oferecer-lhes a vida de Deus. É essa certeza que os relatos da ressurreição procuram transmitir-nos. Na catequese de Lucas há elementos que importa pôr em relevo:
1.                  Na caminhada de fé descobriram a presença de Jesus no meio da sua comunidade e que Jesus derrama sobre a comunidade a paz (o “shalom”).
2.                  Esse Jesus é o filho de Deus que reentrou na esfera divina.
3.                  Na catequese de Lucas, “tocar”, comer, são uma forma de ensinar que foi uma experiência muito forte e quase palpável. Jesus não está ausente, mas continua a sentar-Se à mesa com os discípulos, a partilhar os seus sonhos, as suas lutas, as suas esperanças, as suas dificuldades, os seus sofrimentos.
4.                  A comunidade que caminha deve reunir-se à volta de Jesus para escutar a Palavra que alimenta e que dá sentido à sua caminhada histórica. 
5.                  Os discípulos, alimentados por essa Palavra, recebem a missão de testemunhar diante de “todas as nações”, pregando o arrependimento e o perdão dos pecados, propondo-lhes a opção pela vida nova de Deus, pela salvação, pela vida eterna.

ATUALIZAÇÃO • Chega-se ao encontro com o ressuscitado inserindo-nos no encontro comunitário, na escuta da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço…
• Cristo continua presente quando a comunidade se reúne para escutar a Palavra.
• Jesus ressuscitado reentrou no mundo de Deus; mas não desapareceu da nossa vida.
• O testemunho que Cristo nos pede passa pelos nossos gestos de acolhimento, de partilha, de serviço, de amor. São esses gestos que testemunham, diante dos nossos irmãos, que Cristo está vivo e que Ele continua a sua obra de libertação dos homens e do mundo.
• Jesus confia aos discípulos a missão de anunciar “em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todos os povos e propor aos homens uma dinâmica de vida nova.

LEITURA I – At 3,13-15.17-19
Naqueles dias, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: “O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos antepassados glorificou o seu servo Jesus. Vós o entregastes e o rejeitastes diante de Pilatos, que estava decidido a soltá-lo. Vós rejeitastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação para um assassino. Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas. E agora, meus irmãos, eu sei que vós agistes por ignorância, assim como vossos chefes. Deus, porém, cumpriu desse modo o que havia anunciado pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo haveria de sofrer. Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados”.

AMBIENTE - Pedro e João tinham subido ao Templo. Um homem, coxo de nascença pediu-lhes esmola. Pedro curou-o. “Cheia de assombro”, a multidão reuniu-se para ouvir de Pedro a explicação do fato. Lucas está convencido de as palavras e os gestos das “testemunhas” de Jesus mostram como o mundo muda quando a salvação chega e como o homem escravo passa a ser um homem livre. O “testemunho” irá provocar a oposição daqueles que recusam os desafios de Deus. Por isso, os discípulos de Jesus irão conhecer a perseguição.

MENSAGEM - Pedro dá-lhes a entender que o gesto libertador que beneficiou o homem coxo foi realizado em nome de Jesus. Ele mostra que o projeto de Jesus continua a realizar-se e demonstra que Jesus está vivo. Se essa salvação continua a derramar-se sobre os homens doentes e privados de vida e de liberdade, é porque Jesus continua presente, oferecendo aos homens a vida nova e definitiva. Os discípulos são os agentes através dos quais Jesus continua a sua obra libertadora e salvadora no mundo. Pedro “sabe” que o Povo agiu por ignorância. Deus, na sua bondade, continua a oferecer ao seu Povo a possibilidade de corrigir as suas opções erradas e de escolher a vida, aderindo a Jesus e ao projeto por Ele apresentado. Para isso é necessário “arrepender-se” e “converter-se”, de forma que Deus passe a estar no centro da vida do homem e o homem passe a “dar ouvidos” às propostas de Deus e a viver de acordo com os projetos de Deus. Ora, “arrepender-se” e “converter-se” significa aderir à pessoa de Cristo, crer n’Ele, acolher o projeto que Ele traz, entrar no Reino que Ele anuncia e propõe.

ATUALIZAÇÃO • Jesus continua vivo, oferecendo aos homens uma proposta de vida plena e eterna. É pelo testemunho dos discípulos que homens descobrem que Cristo está vivo. Jesus está vivo nos gestos de amor, de partilha, de solidariedade, de perdão, de acolhimento; Jesus está vivo quando os cristãos se comprometem na luta pela paz, pela justiça, pela liberdade.
• Aquilo que parece ser fracasso e frustração é, afinal, o verdadeiro caminho para a vida. Jesus veio apresentar uma proposta geradora de vida, apesar de passar pelo aparente fracasso da cruz. É de vida vivida na doação, na entrega, no amor a Deus e aos irmãos que brota a vida eterna.

LEITURA II – 1 Jo 2,1-5ª
Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um defensor: Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro. Para saber que o conhecemos, vejamos se guardamos os seus mandamentos. Quem diz: “Eu conheço a Deus”, mas não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. Naquele, porém, que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado.

AMBIENTE - Este escrito procura combater doutrinas heréticas pré-gnósticas e apresentar aos cristãos o caminho da autêntica vida cristã.
Os adeptos das heresias recusavam a encarnação do Filho de Deus. Para estes, o Cristo tinha-se apropriado do homem Jesus de Nazaré na altura do batismo e tinha-O abandonado antes da paixão, porque o Cristo celeste não podia padecer. Os gnósticos pretendiam não ter pecados e não guardavam os mandamentos. Quem diz que não comete pecados, é mentiroso, pois somos limitados e muitas vezes erramos.
MENSAGEM - o autor critica quem considerava não ter pecados. O cristão reconhece a sua fragilidade, mas sabe que Deus lhe oferece a salvação e que Jesus Cristo é o “advogado” (“defensor”). Ora, quem disser que mantém uma relação de proximidade e de comunhão pessoal com Deus, mas não quer saber das suas propostas, está mentindo. Não se pode amar e não considerar as propostas da pessoa que se ama. O “conhecer Deus” exige atitudes concretas que passam pelo escutar, acolher e viver as propostas de salvação que Deus faz, através de Jesus.

ATUALIZAÇÃO • O cristão aceitou o convite de Deus e tem de viver de forma coerente com o compromisso que assumiu… Não pode comprometer-se com Deus e conduzir a vida por caminhos de orgulho, de autossuficiência, de indiferença face a Deus e às suas propostas.
• O pecado é um “não” a Deus e às suas propostas.
• A coerência deve manifestar-se na identificação entre a fé e a vida.

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A raiz da Missão é o Encontro com o Ressuscitado e a compreensão das Escrituras.
Viver e anunciar essa novidade é a nossa missão!
Cristo continua precisando ainda hoje de testemunhas… E nós somos chamados a ser testemunhas da presença do Ressuscitado, através de nossas palavras e ações.
 O povo que esperou o Messias, não acolheu o Messias! Foi um desastre: “Vós matastes o Autor da vida.” Não culpemos os judeus. A própria Palavra do Senhor afirma: “Eu sei que agistes por ignorância, assim como vosso chefes: na rejeição o plano de Deus estava sendo cumprido!
A cruz fazia parte do plano de Deus porque nela se manifesta o que o pecado fez com o homem e do que o homem pecador se tornou capaz: de matar Deus e se desgraçar. A humanidade pecadora que vemos hoje de tal modo se fechou para Deus que o está matando renegando-o, desobedecendo-o, colocando-o em último lugar… Mas, quando fazemos isso, nos destruímos. São Pedro na primeira leitura de hoje: “Vós matastes o Autor da Vida!” – Eis! Com o nosso pecado, matamos aquele que é a Vida e nos matamos a nós!
Mas, a cruz revela até onde Deus é capaz de ir por nós: No seu Filho o Pai nos entrega tudo de precioso que ele tem! No Filho feito homem podemos compreender o quanto somos amados por Deus!
Finalmente O Filho, entregue ao Pai com toda a confiança, agora é glorificado pelo Pai e colocado no mais alto da glória. Deus jamais abandona os que a ele se confiam. O Pai é Fidelidade, o Pai é Amor! “Se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo!
Que temos de fazer? A) crer em Jesus, o Enviado do Pai, que por nós morreu e ressuscitou:
B): viver na Palavra do Senhor os mandamentos!
C) testemunhar Jesus morto e ressuscitado: nós somos testemunhas!” Tenhamos, então a coragem de nele crer, viver e dele dar testemunho onde quer que estejamos. Jesus está vivo!

O Antigo Testamento ganha todo o seu esplendor somente quando interpretado EM Cristo. Na verdade, toda a Bíblia só tem sentido como revelação divina em Cristo e na Igreja, de fé e eclesial.
A Bíblia é fruto da Tradição: Jesus pregou, os apóstolos pregaram; somente depois foi colocado por escrito a pregação de Jesus e dos Apóstolos.
As pessoas que fazem livres interpretações da Bíblia, só que à margem da interpretação autêntica da Igreja Católica, acabam, de uma maneira ou outra, criando o seu próprio universo bíblico, que não é o de Cristo. Daí que há tantos cristãos com a mesma Bíblia e ao mesmo tempo há tantas denominações cristãs, as quais, frequentemente, brigam entre si. A divisão entre os cristãos é um escândalo que provoca a incredulidade. Mas, porque há tantas interpretações da Bíblia e, simultaneamente, tantas “igrejas”? Cada um quer manter a sua opinião, o seu parecer. A idade da Igreja? Somente 2000 anos. A sua experiência é vastíssima: 2000 anos de experiência e que só nos ensina o caminho do bem, da verdade e do amor.

Jesus é Senhor! E que a sua paz, a sua vitória e o seu perdão estejam sempre conosco. Amém.’

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HOMILIA DO PE. PEDRINHO

Irmãos e irmãs, a Palavra de Deus hoje é muito clara e objetiva. Quem diz que crê em Deus e não conhece os seus mandamentos é um mentiroso. Volta a história que nós já estamos repetindo  a quinze dias. As pessoas dizem: eu tenho fé em Deus, mas ao meu modo. Isto não existe. No domingo de páscoa Pedro confirmou a fé que João externou: João viu e creu, acredito. E Pedro confirmou. Depois, vimos na semana passada, que Tomé tinha uma fé, assim, um pouco reservado, não conseguiu ver o ressuscitado. Só depois, quando está em comunidade, que pode experimentar o Cristo Ressuscitado. Hoje, a mesma questão, ela volta, de maneira mais clara, dizendo: se você não conhece os mandamentos, se eu não conheço os mandamentos, não posso dizer que creio em Deus. O batismo é a entrada, a inserção da pessoa que vai ser batizada, na comunidade. Este é o ponto fundamental. Na comunidade ela vai se encontrar com o Cristo Ressuscitado, mas é preciso que ajude. De que maneira? Apresentando os mandamentos de Deus. Nós sabemos que os mandamentos de Deus não é para escravizar, muito pelo contrário, é para  libertar as pessoas. Ora, na medida que eu conheço os mandamentos de Deus e procuro viver, nessa maneira eu vou sendo íntimo de Deus. É evidente que quando eu encontro com Jesus Cristo, eu tenho maior facilidade de reconhecê-lo. Às vezes, você conhece quem está chegando em casa pela maneira que abre o portão. Nós, quando convivemos com as pessoas, temos facilidade de reconhece-la só pelos sinais que ela transmite. Às vezes, nem estou vendo a pessoa, mas ouço o andar, a tosse, ouço a música e digo: fulano de tal chegou. É assim, que os discípulos de Emaús reconheceram Jesus, ao partir do Pão. Eles tinham uma convivência tão próxima, que a maneira que Jesus partiu o Pão, é que fez com eles dissessem: é o Senhor. Porque é o jeito dele partir o Pão. É a sua maneira de partir o Pão. Eles fazem esta experiência, mas não retém para si. Voltam correndo para contar para a comunidade. E a comunidade não somente vai confirmar esta experiência deles, como também farão uma experiência mais profunda. Jesus se apresenta no meio deles, dizendo: a Paz esteja convosco. Percebam que só depois da ressurreição Jesus saúda os seus desta maneira. Também na Celebração Eucarística fazemos isto: “A Paz de cristo esteja convosco. – O amor de Cristo que nos uniu”  e “O Senhor esteja convosco – Ele está no meio de nós”. Isto é sempre que nós estamos reunidos. Só que como compreender este Cristo Ressuscitado? Não é de um dia para o outro que agente compreende. É fazendo a experiência comunitária.
Então, no  primeiro domingo da Páscoa, vimos o túmulo vazio. No segundo, temos São Tomé nos ajudando a fazer a experiência do Ressuscitado. Hoje, Jesus se apresenta dizendo: Eu não sou um fantasma. Para muitas pessoas, ressuscitar significa sair do caixão e sair andando. Isto não seria ressurreição,  seria reencarnação. Não é isto que nós pregamos. Por que reencarnação? Porque o espírito que saiu, agora volta, reanima o corpo e o corpo sai andando. Isto seria reencarnação. Jesus não volta no mesmo corpo. Como é que eu sei disso? O Evangelho de hoje; eles olham e não reconhecem Jesus. Eles que conviveram três anos, ouviram Jesus, comeram com Jesus, viram os seus sinais, não teriam dificuldade de reconhece-lo, se ele tivesse o mesmo corpo.  Mas Ele disse: Olhe aqui as minhas mãos e os meus pés. É assim que vão reconhecê-lo. Que corpo Jesus tem, no dia em que chegarmos lá, na ressurreição, vamos contemplá-lo face-a-face e aí vamos ver. De qualquer maneira, eles vão reconhecer Jesus pelos sinais; então, você tem o sinal do Pão partido, você tem as marcas dos pregos nas mãos e nos pés. É interessante, porque o corpo ressuscitado traz as marcas da crucifixão. Aí confirma o que o Papa Bento XVI disse no domingo da Páscoa: “não existe ressurreição, se não passarmos pela cruz”. É muito interessante. Ele traz esta realidade no seu corpo. Mesmo assim, ele diz: para ver que eu não sou um fantasma, toca em mim. O fantasma não tem carne e osso. Eu tenho. Quer saber de mais uma, tem alguma coisa para eu comer? Porque fantasma também não come, o espírito não come. Ele come. O que? Peixe assado. Ou poderia ser qualquer outro alimento. Mas por que o peixe? Vamos lembrar um pouco. O peixe é o primeiro sinal, o símbolo dos cristãos. Um cristão para ver se o outro era cristão, fazia o sinal do peixe. Assim, a pessoa que era cristã, devolvia o sinal do peixe. Estava identificado; somos cristãos. Peixe é o símbolo que eles escolheram. Em grego ECTÓS; das iniciais para Jesus Cristo homem santo e salvador. Então, ele é o nosso sinal, Ele é o santo. Ora, um peixe assado significa o cristão que passou pela prova de fogo. Passou pela prova de fogo. Todo cristão, aqui ou ali, é convocado para testemunhar a sua fé. E na medida que a pessoa passa pela prova de fogo, ela se torna ouro mais puro. Lembra da passagem que diz que Deus nos prova como o ouro no cadinho? Exatamente isso. Ora, então, Jesus celebra agora com a comunidade, aqueles que estão passando pela prova de fogo; são os cristãos que enfrentaram a prisão, enfrentaram perseguição. Paulo vai ser um exemplo disso, Pedro também. Até hoje pessoas morrem porque professam sua fé no Cristo. Então, meus irmãos e irmãs, este Evangelho é todo completo para nos falar; na comunidade eu encontro Cristo, na comunidade eu enfrento a prova de fogo, na comunidade eu tenho ânimo, fé e força para viver a minha caminhada e continuamos com muitos sinais; temos a Palavra que Deus nos dirige, é o próprio Jesus falando, temos a Eucaristia que nos alimenta e nos conforta e temos a presença dos irmãos. Eu vejo que não sou só eu que creio no Cristo. Eu olho pro lado e vejo que Outros creem também, porque é Ele que nos reúne.  Então, temos todos recursos necessários para caminhar e Na caminhada encontrar o Cristo ressuscitado. Se alguém ainda tem dificuldade, não fique preocupado. Olhe os discípulos. Eles ainda não acreditavam no que estavam vendo. E Jesus diz; um caminho é você ler as escrituras. Ler a Palavra de Deus nos ajuda muito. Ler as leis, Moisés, os profetas e os salmos.  É uma caminhada. Uns conseguem ir mais rápidos e outros mais devagar. O importante é caminharmos cada dia e ir anunciando aos outros, a experiência que Deus vai realizando em nossa vida.
Para concluir: as vezes nos dá a impressão que caiu o mundo. Aconteceu uma coisa inesperada e eu perdi o chão. Bom, é um momento. Se olharmos a nossa vida, vamos ver que em outros momentos também tivemos dificuldades. Como pudemos superar, nem sabemos responder. É olhando o conjunto todo que vemos Deus agindo em nossa vida. Se ele é fiel num momento, ele é fiel sempre. Quando eu penso nisso, o salmo se torna fantástico para nós: “Posso dormir tranquilo, porque é você que cuida de mim”. É assim que termina o verso do salmo hoje. Que possamos sempre depositar nossa esperança no Senhor e que possamos continuar a nossa caminhada, descobrindo a cada dia sinais da ressurreição.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO.

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"Testemunhas"

Nesse tempo de Páscoa, a liturgia nos apresenta as primeiras aparições de Cristo ressuscitado aos apóstolos, que tinham a missão de continuar a sua obra salvadora iniciada por Cristo.
- Eles continuam tendo muitas dúvidas.
- Cristo vai ao encontro deles, para fortalecer a fé deles profundamente abalada.

No Evangelho o Ressuscitado aparece à Comunidade e a convoca para ser sua Testemunha. (Lc 24,35-48)

Cristo está vivo e continua a ser o CENTRO da Comunidade.
- Jesus toma a iniciativa: aparece aos apóstolos, desejando-lhes a "Paz":
   "A Paz esteja convosco"
- A Reação dos apóstolos: ficam apavorados pensando ser "um fantasma"

- Jesus apresenta PROVAS de sua identidade:
            - Físicas: mostra os pés e as mãos… come com eles…
            - Bíblicas: Abre as inteligências para compreenderem as Escrituras:
                             Jesus devia padecer e ressuscitar…

- Aponta a MISSÃO: "Vós sereis minhas testemunhas"
  Ser testemunha é conhecer, viver e anunciar a mensagem de amor, que Cristo trouxe. Cristo continuará vivo na Igreja, através deles.

Assim na 1a Leitura, vemos São Pedro, cumprindo essa Missão:

- ANUNCIANDO com coragem o Cristo Ressuscitado diante do povo:
  "O Cristo, que vós matastes, Deus o ressuscitou dos mortos.
   E disso nós somos testemunhas..."

- E AGINDO: provando com sinais... que Jesus ainda estava vivo.
  Cura o coxo na porta do Templo em nome de Jesus. (At 3,13-15.17-19)

* Pedro testemunha Jesus com palavras e gestos e faz um apelo ao arrependimento e à conversão, para o perdão dos pecados.

E na 2a Leitura, João nos lembra que devemos testemunhar,

- VIVENDO o que se conhece e se anuncia:
  "Quem diz conhecer o Senhor e não vive a sua mensagem é mentiroso e a verdade não está nele...”  (1Jo 2,1-5)

* É um forte apelo à coerência entre Fé e Vida..
   É com a vida que demonstramos "conhecer" Deus.
   Se pecarmos, Jesus é o nosso intercessor junto do Pai...

+ No Evangelho, a Ressurreição de Jesus aparece como um FATO REAL, mas assim mesmo os apóstolos não conseguiam acreditar facilmente.
O caminho foi longo, difícil, penoso, carregado de dúvidas e incertezas.
* O caminho espiritual para chegar à fé continua o mesmo.
Como os apóstolos, também nós podemos "ver" Cristo ressuscitado, no meio de muitas dúvidas, incertezas e medos.
Quando nos reunimos em comunidade, ele está sempre entre nós.
Aos poucos os nossos olhos vão se abrindo e nós vamos descobrindo que, quem morre com ele, com ele entra na plenitude da vida de Deus.

+ ELEMENTOS IMPORTANTES, que o texto nos apresenta:

1. Os discípulos descobriram a presença de Jesus, vivo e ressuscitado, no meio da sua COMUNIDADE.
Cristo continua a ser o centro, onde a comunidade se constrói e se articula.

2. Esse Jesus ressuscitado é o filho de Deus, que reentrou no mundo de Deus, mas NÃO DESAPARECEU da nossa vida, nem da vida da Comunidade.

3. AS DÚVIDAS dos discípulos mostram a dificuldade que eles sentiram em percorrer o caminho da fé, até o encontro pessoal com o Senhor ressuscitado.
Foi uma longa caminhada de amadurecimento da própria fé.

4. O gesto de TOCAR E COMER nos ensina que o encontro dos discípulos com Jesus ressuscitado foi um FATO REAL e palpável.

5. O Ressuscitado revela o sentido profundo das ESCRITURAS.
A comunidade deve reunir-se com Jesus ressuscitado para escutar a Palavra, que sempre ilumina a nossa vida e nos ajuda a descobrir os caminhos de Deus na história..

6. Os discípulos recebem a MISSÃO de serem testemunhas de tudo isso...

* A raiz da Missão é o Encontro com o Ressuscitado e a compreensão das Escrituras.
   Viver e anunciar essa novidade é a missão da comunidade eclesial, que vive do amor e da presença do Senhor em seu meio.

+ Cristo continua precisando ainda hoje de testemunhas

E nós somos chamados a ser testemunhas da presença do Ressuscitado, através de nossas Palavras e Ações.

* Até que ponto, somos TESTEMUNHAS de Cristo:
   conhecendo… vivendo… e anunciando… essa mensagem?

Não adianta proclamar que Jesus ressuscitou e não viver o projeto do Reino que ele anunciou e viveu.

Cristo ainda hoje continua nos lembrando:
"Vocês também devem ser minhas testemunhas..."

O que pretendemos testemunhar nesta semana?  

                                        Pe. Antônio Geraldo

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Homilia de D. Henrique Soares

A Palavra de Deus deste Domingo do Tempo Pascal recorda-nos um fato histórico tremendo, ao mesmo tempo misterioso e doloroso: os judeus, povo que esperou o Messias, não acolheu o Messias! E tudo terminou num desastre: “Vós rejeitastes o Santo e o Justo. Vós matastes o Autor da vida. Vós o entregastes e o rejeitastes diante de Pilatos”. Eis, caríssimos: misteriosamente o Povo de Deus do Antigo Testamento não foi capaz de reconhecer o Messias que lhe fora enviado e o entregou a Pilatos, que o mandou crucificar. Não culpemos os judeus. A própria Palavra do Senhor afirma: “Eu sei que agistes por ignorância, assim como vosso chefes. Deus, porém, cumpriu desse modo o que havia anunciado pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo haveria de sofrer”. Que mistério, amados irmãos: na rejeição dos judeus, que terminou levando Cristo à cruz, o plano de Deus estava sendo cumprido! O próprio Senhor ressuscitado afirma a mesma coisa no Evangelho de hoje: “Assim está escrito: ‘O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações”.
Mas, por que deveria ser assim? Por que o plano de Deus deveu passar pela cruz, tão feia, tão humilhante, dolorosa e sofrida? Com piedade e unção, procuremos contemplar um pouquinho tão grande e santo mistério. A cruz fazia parte do plano de Deus, caríssimos, primeiramente porque nela se manifesta o que o pecado fez com o homem e do que o homem pecador se tornou capaz: de matar Deus e se desgraçar. A humanidade pecadora – esta, que vemos hoje – de tal modo se fechou para Deus que o está matando (recordem a mais recente punhalada: uma obra de arte blasfema numa exposição no Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio de Janeiro. Lá apresentaram dois terços da Virgem Maria em forma de órgão genital masculino. Os católicos protestaram. E o ministro da cultura do Governo Lula, o Gilberto Gil ficou indignado com os católicos; e muitos artistas foram à rua protestar contra esses católicos reacionários. É a lógica do mundo atual: massacrar Deus, ridicularizá-lo, matá-lo no coração dos homens e do mundo). Desde o início da história temos matado Deus, renegando-o, desobedecendo-o, colocando-o em último lugar… Mas, quando fazemos isso, nos destruímos, nos desfiguramos, edificamos a nossa vida pessoal e social sobre a areia. Na cruz de Jesus, Deus nos mostra isso: a gravidade do nosso pecado, o desastre que é fechar-se para o Senhor. Num mundo que brinca com o pecado e já não leva a sério a gravidade de pecar, olhemos a cruz e veremos o que nosso pecado provoca! Não deixará nunca de impressionar a frase de São Pedro na primeira leitura de hoje: “Vós matastes o Autor da Vida!” – Eis! Com o nosso pecado, matamos aquele que é a Vida e nos matamos a nós!
Mas, a cruz revela também, com toda a força, até onde Deus é capaz de ir por nós: ele é capaz de se entregar, de dar sua vida por nós! No seu Filho o Pai nos entrega toudo de precioso que ele tem! No Filho feito homem de dores, humilhado e derrotado, nós podemos compreender o quanto somos amados por Deus, o quanto ele nos leva a sério, o quanto é capaz de descer para nos procurar! Contemplemos a cruz e sejamos gratos a Deus que se entrega assim!
Finalmente, a cruz revela a estupenda, desconcertante, fidelidade de Deus: nela descobrimos o verdadeiro nome do nosso Deus. E o seu nome é Fidelidade, o seu nome é Amor. Primeiramente fidelidade e amor do Pai em relação ao Filho. Ao Filho amado que se entregou ao Pai por nós, Deus-Pai o ressuscitou e deu-lhe toda glória. É o que anuncia a primeira leitura de hoje: “O Deus de nossos Pais glorificou o seu servo Jesus. Vós matastes o Autor da Vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos!” Que mistério, meus irmãos! O Filho, entregue ao Pai com toda a confiança e todo o abandono, o Filho, feito homem de dores, agora é glorificado pelo Pai e colocado no mais alto da glória. Deus jamais abandona os que a ele se confiam. Podemos imaginar o Senhor Jesus dizendo as palavras do Salmo de hoje: “Eu tranqüilo vou deitar-me e na paz logo adormeço, pois só vós, ó Senhor Deus, dais segurança à minha vida!” O nosso Salvador adormeceu no sono da morte certo que o Pai o despertaria para a vida da glória! Sim, o Pai é Fidelidade, o Pai é Amor! Mas, é também fidelidade e amor para conosco. Efetivamente, tudo quanto aconteceu com o Filho na cruz foi por nós, para nossa salvação, para que o nosso pecado, a nossa situação de miséria, encontrasse expiação. Eis como a Palavra de Deus deste hoje insiste nisso: “Se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro”. E o próprio Jesus afirma no Evangelho que “no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações”. Meus caros em Cristo, na cruz e ressurreição do Senhor, Deus, amorosamente nos concedeu o perdão dos pecados!
Então, que temos de fazer para corresponder a tanto amor, a tão grande graça? Três coisas: primeira: crer em Jesus, o Enviado do Pai, que por nós morreu e ressuscitou: “Convertei-vos para que os vossos pecados sejam perdoados!” Quem crer em Jesus, quem diante dele reconhecer-se pecador e o acolher como o Salvador e nele colocar a vida, nele encontrará o perdão que vem pela cruz e a ressurreição. Segunda coisa: viver na Palavra do Senhor: “Para saber se o conhecemos, vejamos se guardamos os seus mandamentos. Naquele que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado”. A fé, caríssimos, não é um sentimento nem uma teoria. Nossa fé em Jesus morto e ressuscitado deve levar a um compromisso sério e radical com o Senhor na nossa vida concreta. Quem não guarda os mandamentos, não crê! Quem não crê, fecha-se para a salvação! Terceira coisa: testemunhar Jesus morto e ressuscitado: “Vós matastes o Autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos. Disso nós somos testemunhas!” E Jesus diz: “Vós sereis testemunhas de tudo isso!” Caros meus, nós não conhecemos Jesus de um modo teórico. Nós o experimentamos na força da sua Palavra e na graça dos seus sacramentos, sobretudo na participação na Eucaristia. Jesus, para nós, não é um fantasma! “Por que estais preocupados tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo!” Sim, meus caros, quantas vezes tocamos Jesus, sentimo-lo vivo, caminhando conosco! Tenhamos, então a coragem de nele crer, de nele viver e dele dar testemunho onde quer que estejamos e onde quer que vivamos. Jesus não é um fantasma! Jesus está vivo! Jesus é Senhor! E que a sua paz, a sua vitória e o seu perdão estejam sempre conosco. Amém.’

D. Henrique Soares


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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos e Ministros extraordinários da Palavra):




LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Jesus ressuscitou e está no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
à Senhor, nosso Deus e Pai, Bendito e louvado sejais pelo vosso imenso amor nos enviando Vosso Filho para nos dar a dignidade de Filhos Vossos. Pai, acolhei o nosso louvor e santificai-nos para que possamos testemunhar o vosso amor. - T: Jesus ressuscitou e está no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
à Senhor, nosso Deus e Pai, vos louvamos e agradecemos pela nossa existência. Sois o nosso Deus e somos o vosso povo. Pai, vinde sempre em nosso auxílio, pois somos limitados e necessitamos de vossa força para nossa caminhada.
T: Jesus ressuscitou e está no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
à Senhor, nosso Deus e Pai, enviai-nos a força do Espírito Santo para que sempre nos convertamos aos vossos projetos. Dai-nos força e coragem para seguirmos os passos e os ensinamentos de Vosso Filho.
T: Jesus ressuscitou e está no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
à Senhor, nosso Deus e Pai, em nossa fé acreditamos que Jesus está no meio de nós nos fortalecendo e nos transformando. Pai, que saibamos espelhar este amor no meio de nossa comunidade para que sintamos o Cristo ressuscitado em nossa vida.
T: Jesus ressuscitou e está no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
- - - Pai nosso...         Paz.....         Cordeiro de Deus...



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