10º
DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C ( adaptado pelo Diácono Ismael)
Sinopse:
Tema: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” A Liturgia de hoje mostra que Deus é SENHOR DA VIDA. Ele VISITA seu povo e o liberta do pecado e do sofrimento.
Tema: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” A Liturgia de hoje mostra que Deus é SENHOR DA VIDA. Ele VISITA seu povo e o liberta do pecado e do sofrimento.
Primeira leitura: a mulher de Sarepta, que significa a perda da esperança e a
figura do profeta Elias, que acredita no Deus da vida ressuscitando o filho da
viúva.
Evangelho: Deus expressa compaixão em Jesus no milagre da revivicação do
filho da viúva.
Segunda leitura: Paulo, para quem o Evangelho é uma força vital e criadora,
produz o que anuncia; a sua força é Deus. É uma força vital, uma dinâmica
profética que ele recebeu de Deus.
PRIMEIRA
LEITURA (1Rs 17,17-24) Leitura do
Primeiro Livro dos Reis.
Naqueles dias,
sucedeu que o filho da dona de casa caiu doente, e o seu mal era tão grave que
ele já não respirava. Então a mulher disse a Elias: “O que há entre mim e ti,
homem de Deus? Porventura vieste à minha casa para me lembrares os meus pecados
e matares o meu filho?” Elias respondeu-lhe: “Dá-me o teu filho!” Tomando o
menino do seu regaço, levou-o ao aposento de cima, onde ele dormia, e o pôs em
cima do seu leito. Depois, clamou ao Senhor, dizendo: “Senhor, meu Deus, até a
viúva, em cuja casa habito como hóspede, queres afligir, matando-lhe seu
filho?” Depois, por três vezes, ele estendeu-se sobre o menino e suplicou ao
Senhor: “Senhor, meu Deus, faze, te rogo, que a alma deste menino volte às suas
entranhas”. O Senhor ouviu a voz de Elias: a alma do menino voltou a ele e ele
recuperou a vida. Elias tomou o menino, desceu com ele do aposento superior
para o interior da casa e entregou-o à sua mãe, dizendo: “Eis aqui o teu filho
vivo”. A mulher exclamou: “Agora vejo que és um homem de Deus e que a palavra
do Senhor é verdadeira em tua boca”.
COMENTÁRIO - A revivicação do filho da viúva de Sarepta é um dos milagres
atribuídos a Elias e enquadra-se na polêmica contra a religião Cananéia do deus
Baal. Este era considerado o senhor da fertilidade dos campos, dos animais, das
famílias. Enfim, era o deus da fecundidade e da vida. Portanto, em Canaã,
celebrava-se todos os anos a festa da morte e da ressurreição da natureza na
figura de Baal. O milagre de Elias significa que Yahveh é a única fonte da
vida e da fertilidade. A vida vem de Deus. Elias significa “Yahveh é o meu
Deus”. A viúva de Sarepta confessa a fé em Elias como “homem de Deus”. Jesus
fará referência à viúva de Sarepta e ao sírio Naamã como representantes dos
gentios que entram na Igreja, após receber o Evangelho (Lc 4,25- 27). A figura
da mulher significa o sentimento de derrota e de procurar um culpado. O profeta
Elias é a figura que acredita no Deus da vida.
- Diante
da morte, Elias e a mulher têm atitudes diferentes:
Ela
perde a esperança, sente-se derrotada e procura um culpado.
O profeta,
ao invés, acredita no Deus da vida, que não abandona o homem ao poder da morte.
* Diante
de uma morte inexplicável, ou de uma desgraça, ainda hoje, muitos falam de
"castigos de Deus" e acham que Deus manda doenças para punir os
pecados.
Outros
recorrem a adivinhos para descobrir o culpado.
Quem se
comporta assim não tem fé no Deus da Vida.
Deus é
bom e quer a vida e a felicidade de todos.
SALMO
RESPONSORIAL / 29 (30)
Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes
e preservastes minha vida da morte!
• Eu vos
exalto, ó Senhor, pois me livrastes/ e não deixastes rir de mim meus inimigos!
/ Vós tirastes minha alma dos abismos / e me salvastes, quando estava já
morrendo!
• Cantai
salmos ao Senhor, povo fiel, / dai-lhe graças e invocai seu santo nome! / Pois
sua ira dura apenas um momento, / mas sua bondade permanece a vida inteira; /
se à tarde vem o pranto visitar-nos, / de manhã vem saudar-nos a alegria.
• Escutai-me,
Senhor Deus, tende piedade! / Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! /
Transformastes o meu pranto em uma festa, / Senhor meu Deus, eternamente hei de
louvar-vos!
EVANGELHO (Lc 7,11-17) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo
segundo Lucas.
Naquele tempo, Jesus dirigiu-se a uma cidade chamada Naim.
Com Ele iam seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da
cidade, eis que levavam um defunto, filho único; e sua mãe era viúva. Grande
multidão da cidade a acompanhava. Ao vê-la, o Senhor sentiu compaixão para com
ela e lhe disse: “Não chore!” Aproximou-se, tocou o caixão, e os
que o carregavam pararam. Então, Jesus disse: “Jovem, eu te ordeno,
levanta te!” O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o
entregou à sua mãe. Todos ficaram com muito medo e glorificavam a Deus,
dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu
povo”. E a notícia do fato espalhou-se pela Judeia inteira e por toda a
redondeza
COMENTÁRIO - Há um paralelo entre a primeira leitura e o evangelho. O milagre
responde à pergunta de João de Baptista: “és Tu que hás-de vir ou devemos
esperar outro?” Jesus oferece a salvação (cf. Lc 7,1-10) e mostra o verdadeiro
triunfo da vida (cf. Lc 7,11-17). Não é o relato em si que é o mais importante,
mas o sentido que nos transmite. Temos aqui uma revelação de Deus.
Diante da compaixão de Jesus vemos a exclamação do povo: “Deus visitou o seu
povo”. Jesus é “um grande profeta”, sobretudo porque veio realizar o reino
pela ressurreição, oferecendo a sua vida. Jesus veio oferecer ao homem a
alegria de uma vida com todo o sentido. A ressurreição do filho da viúva
testemunha Jesus que há-de vir, cuja vida triunfa plenamente sobre a morte.
Significa que, seguindo Jesus, podemos também suscitar vida, ter piedade dos
que sofrem, oferecer a nossa ajuda. Das duas, uma: ou fazemos da nossa vida um
cortejo de morte, dos sem esperança, que acompanham o cadáver, em atitude de
choro; ou fazemos do nosso peregrinar um caminho de esperança, de ressurreição
- Um é precedido por Jesus, o ressuscitado,
o vencedor da morte.
O outro é precedido por um cadáver.
- Um representa a comunidade cristã radiante
de alegria junto ao seu "Senhor", que a conduz à vida.
O outro é símbolo da humanidade que ainda
não encontrou Cristo: está a caminho do campo santo e vê a morte como uma
derrota irreversível.
Como ser profeta? - é no espaço concreto, na escola, no local de trabalho, na comunidade, na Igreja… que a profecia deve ser anunciada. Com coragem, com desassombro.-. Ser coerente entre a palavra anunciada e as opções pessoais.-
-. Denunciar as
estruturas de pecado, promover novas estruturas de virtudes e valores.
A fidelidade ao Deus vivo exige a defesa dos
direitos do pobre. Sem esperança não há profecia.
- Deixar os
isolamentos, os nossos planos egoístas; procurar a vontade de Deus na vontade
da comunidade
: “Um grande profeta
apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo”.
Finalmente,
Jesus é aclamado como «um grande profeta». Jesus como profeta no sentido mais
integral do termo: não só traz a Palavra de Deus, mas também se coloca ao lado
dos homens.
Duas
atitudes de Jesus: a sua compaixão e o milagre que realiza. Mas a compaixão de
Jesus é algo de muito maior e mais importante: Revela-nos o Coração do Senhor,
capaz de sentir os nossos sofrimentos, de sofrer conosco, Jesus é um grande
profeta, como Elias, como Eliseu. Mas revelar-se-á muito mais do que profeta! A
vitória sobre a morte começa a manifestar Jesus como Senhor, Senhor da vida e
da morte.
SEGUNDA LEITURA (Gl 1,11-19) Leitura da Carta de São Paulo aos
Gálatas.
Asseguro-vos,
irmãos, que o Evangelho pregado por mim não é conforme a critérios humanos.
Com efeito, não o recebi nem aprendi de homem algum, mas por revelação de Jesus
Cristo. Certamente ouvistes falar como foi outrora a minha conduta no judaísmo,
com que excessos perseguia e devastava a Igreja de Deus e como progredia no
judaísmo mais do que muitos judeus de minha idade, mostrando me extremamente
zeloso das tradições paternas. Quando, porém, Aquele que me separou desde o
ventre materno e me chamou por sua graça se dignou revelar-me seu Filho, para
que eu o pregasse entre os pagãos, não consultei carne nem sangue nem subi,
logo, a Jerusalém para estar com os que eram apóstolos antes de mim. Pelo
contrário, parti para a Arábia e, depois, voltei ainda para Damasco. Três anos
mais tarde, fui a Jerusalém para conhecer Cefas e fiquei com ele quinze dias. E
não estive com nenhum outro apóstolo, a não ser Tiago, o irmão do Senhor.
COMENTÁRIO - Para Paulo, o Evangelho é uma força vital e criadora, que produz
o que anuncia; a sua força é Deus. Para Paulo, a sua conversão é obra de Deus.
Somos convidados a estarmos sempre abertos à revelação de Deus, à autêntica
conversão, ao acolhimento do Evangelho vivo de Deus.
====---------===
Nota:
O
filho da Viúva (da viúva de Serepta e da viúva de Naim)
– (Elias revive o filho da viúva) = (o milagre de Jesus é
cópia).
Em
Lucas: Temos duas procissões; Procissão da vida e procissão da morte.
Se Elias, para os judeus, é o maior dos profetas, agora
Lucas quer mostrar que Jesus é ainda maior.
- Quem é a
viúva? – quem perde o marido (o templo).
- Quem é o
marido? – é Deus. Se o marido é Deus,
ele morre quando se troca de Deus.
- Quem é o
filho único? – o povo de Israel (que era
de Deus; Israel se acha o único povo de Deus.).
- Voltar á vida é ressuscitar, é retornar ao amor
primeiro. O amor primeiro é Deus. Ressuscitar é voltar para Deus.
LÁZARO é grego
e Eliazar é hebraico: Significa; Aquele
que Deus ajudou.
- Deus ajudou e ele morreu, trocou de deus: povo de
Israel, Igreja.
- Abandonar a Deus é morrer. Morrer não é ir para o
cemitério (cemitério é passagem). Morrer é não prestar mais, não ser mais. -
Quando Lucas fala da viúva, ela nada pede; templo não pede. Quem pede é o povo.
Jesus
atua pela sua compaixão. Compaixão é amor a quem está sofrendo,
que nos leva a fazer alguma coisa.
O próprio fato de se unir com quem sofre já alivia a dor, pois já não é um só sofrendo, mas dois; não só sofrendo, mas lutando juntos para vencer o problema. Quando a dor é superada, os dois ficam duplamente felizes: um por ajudar e o outro por ser ajudado. O amor de compaixão tira-nos da acomodação e nos leva a lutar pelo próximo. E leva-nos a partilhar os nossos bens com os necessitados.
A sociedade nos ensina, a não ter compaixão; pelo contrário, a ser cruel e matar. O mundo pecador ensina a ganhar e a vencer, a qualquer custo.
O próprio fato de se unir com quem sofre já alivia a dor, pois já não é um só sofrendo, mas dois; não só sofrendo, mas lutando juntos para vencer o problema. Quando a dor é superada, os dois ficam duplamente felizes: um por ajudar e o outro por ser ajudado. O amor de compaixão tira-nos da acomodação e nos leva a lutar pelo próximo. E leva-nos a partilhar os nossos bens com os necessitados.
A sociedade nos ensina, a não ter compaixão; pelo contrário, a ser cruel e matar. O mundo pecador ensina a ganhar e a vencer, a qualquer custo.
O
que ele faz é sinal da presença de Deus:
O pranto
torna-se um canto de alegria, os dois grupos se unem num único brado de
entusiasmo, todos glorificam o Senhor, exclamando: "Um grande profeta surgiu entre nós e Deus VISITOU o seu
povo".
* A
grande novidade não foi adiar a morte por alguns anos, mas o que o fato
encerra: a morte foi vencida...
Jesus é
o SENHOR DA VIDA. Ele não abandona o homem nas garras da morte, mas o ressuscita
para que viva.
- Há
grandes cortejos cheios de mortos, - dos desempregados, dos drogados, dos
analfabetos, dos sem-teto, dos terroristas, dos enfermos, dos inválidos... Cortejo que passa todos os dias ao nosso lado
e não nos damos conta.
- Ao encontro
dele pode e deve ir outro cortejo, formado
de pessoas cheias de vida que acompanham Cristo...
comprometidas em responder à morte com a
vida.
- Em que
cortejo estamos? Jesus não ficou indiferente diante do sofrimento humano. Fez
algo para aliviar.
Se não
podemos eliminar o sofrimento, podemos ao menos ser solidários.
A
presença é sempre uma forma de ajudar quem passa por dificuldades... Jesus o
fez voltar à vida p; ajudar
O texto de hoje, chama a nossa atenção para a
importância de sermos solidários com as pessoas que sofrem. Como filhos
do mesmo Pai temos a responsabilidade de cuidar do outro, de ser apoio nos
momentos difíceis, como nas perdas de entes queridos. Tão importante
quanto a nossa presença no sepultamento daquele que se vai, é cuidar daqueles
que ficam, principalmente quando se trata de órfãos e viúvas.
O que deve chamar mais a nossa atenção neste episódio, não
é o milagre em si, e sim, o que moveu Jesus a realizar aquele
milagre, que foi a sua sensibilidade diante daquele que sofre.
============----------------============
Senhor
da Vida
A
Liturgia de hoje mostra que Deus é SENHOR
DA VIDA. Ele VISITA seu povo e o liberta do pecado e do sofrimento.
As
Leituras bíblicas ilustram essa verdade: DUAS VIÚVAS, que perderam seus filhos,
foram consoladas por Deus,
através
da obra salvadora de seus enviados.
Na 1ª
Leitura, temos a Viúva de Sarepta: (1Rs 17,17-24)
O
Profeta Elias em Sarepta recebe hospedagem na casa de uma viúva. O filho dessa
mulher adoece gravemente e morre. Ela se sente duplamente angustiada: pela
perda do filho e por se considerar culpada da morte.
- Elias
toma o menino nos braços, leva-o para o andar superior, onde implora a Deus e
lhe comunica novamente a vida. Em seguida, desce e o restitui com vida à mãe. É
a primeira ressurreição encontrada na Bíblia.
- Diante
da morte, Elias e a mulher têm atitudes diferentes: Ela perde a esperança,
sente-se derrotada e procura um culpado. O profeta, ao invés, acredita no Deus
da vida, que não abandona o homem ao poder da morte.
* Diante
de uma morte inexplicável, ou de uma desgraça, ainda hoje, muitos falam de
"castigos de Deus" e acham que Deus manda doenças para punir os
pecados. Outros recorrem a adivinhos para descobrir o culpado. Quem se comporta
assim não tem fé no Deus da Vida. Deus é bom e quer a vida e a felicidade de
todos.
Na 2ª
Leitura, Paulo se defende de acusações recebidas.
O
Evangelho, que ele está anunciando, não o aprendeu dos homens, mas o recebeu
por revelação do próprio Cristo. (Gl
1,11-19)
No Evangelho,
temos a Viúva de Naim. (Lc 7,11-17)
Lucas
descreve um grande acontecimento humano: o encontro da Morte e da Vida.
+ Dois
cortejos se aproximam pelos caminhos de Naim.
- Um é formado por Jesus e seus discípulos.
O outro formado por uma mãe viúva e seus
amigos, que levam um féretro para a sepultura.
- Um é precedido por Jesus, o ressuscitado,
o vencedor da morte.
O outro é precedido por um cadáver.
- Um representa a comunidade cristã radiante
de alegria junto ao seu "Senhor", que a conduz à vida.
O outro é símbolo da humanidade que ainda
não encontrou Cristo: está a caminho do campo santo e vê a morte como uma
derrota irreversível.
+ Os dois cortejos se encontram:
- O "Senhor" SE COMPADECE da dor e
das lágrimas da mãe viúva (que representa
toda a humanidade abatida e desesperada), interrompe a caminhada para a morte e diz:
- para a Mãe: "não chores mais".
- para o Filho: "Levanta-te."
O
que ele faz é sinal da presença de Deus:
O pranto
torna-se um canto de alegria, os dois grupos se unem num único brado de
entusiasmo, todos glorificam o Senhor, exclamando: "Um grande profeta surgiu entre nós e Deus VISITOU o seu
povo".
* A
grande novidade não foi adiar a morte por alguns anos, mas o que o fato
encerra: a morte foi vencida...
Jesus é
o SENHOR DA VIDA. Ele não abandona o homem nas garras da morte, mas o
ressuscita para que viva para sempre.
+ Esta
cena se repete todos os dias:
- Há
grandes cortejos cheios de mortos, de mortos que andam e se movem, mas não
têm vida:
- É o
grande cortejo dos desempregados, dos drogados, dos analfabetos, dos sem-teto,
dos terroristas, dos enfermos, dos inválidos... Cortejo que passa todos os dias ao nosso lado
e não nos damos conta.
- Ao encontro
dele pode e deve ir outro cortejo, formado
de pessoas cheias de vida que acompanham Cristo...
comprometidas em responder à morte com a
vida.
- Em que
cortejo estamos?
- Que
resposta damos aos que caminham no cortejo da morte?
Jesus
não ficou indiferente diante do sofrimento humano.
Fez algo
para aliviar.
Como
seguidores de Cristo, devemos ir ao encontro dos que sofrem.
Se não
podemos eliminar o sofrimento, podemos ao menos ser solidários.
A
presença é sempre uma forma de ajudar quem passa por dificuldades...
Diante
do milagre, o POVO exclamou: "Um
grande profeta surgiu em nosso meio e Deus visitou o seu povo".
Será que
poderá contar conosco?
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia do Pe. Pedrinho
Meus irmãos e imãs,
estamos do décimo domingo do tempo comum e o que é próprio do tempo comum, cada
domingo, contemplamos uma passagem na
vida de Jesus, que se torna, para nós, significativa e importante para nossa
fé. Na realidade, são Lucas quando escreve o seu Evangelho, ele deixa claro,
que ele quer mostrar, para Teófilo, a consistência da catequese, que ele
transmitiu a ele, para esta pessoa. Então, ele apresenta, de maneira
organizada, os pontos que ele julga importantes, para aquele que crê em Jesus
Cristo, possa se apoiar. Jesus é alguém que vai sendo conhecido aos poucos. Se
até hoje tem gente que atem dificuldade de crer em Jesus, depois de dois mil
anos de reflexão, de debate, de experiências pessoais, que as pessoas fazem e
fizeram de Jesus, imagine no tempo em que Ele esteve aqui como um de nós e que,
aparentemente, trazia consigo todas as limitações que um ser humano tem, muito
maior a dificuldade de crer em Jesus. Para o povo na época de Jesus, a pessoa
mais importante que já ouvira falar, era Elias. O profeta Elias, de fato, é o
maior de todos os profetas do antigo testamento, porque ele conseguiu
transmitir a vontade de Deus para todo o povo: todo o povo do reino do norte e
todo povo do reino do sul. Significa para toda palestina. Ao mesmo tempo, conseguia
transmitir todo os anseios do povo para Deus. Eles achavam Elias tão
importante, que, quando vão relatar a morte dele, vão dizer que ele não morreu,
mas subiu ao céu num carro de fogo, tamanho era o cuidado ao falar do profeta
Elias. Também acreditavam, que antes de terminar os tempos, Elias iria voltar.
Voltar para por ordem na casa. Aí é que está. Então, apresentar Jesus não era
tão fácil. O que é que acontece? Acontece, que Elias já estava em Sarepta há
três anos e meio e ali não tinha água, não chovia há três anos e meio e Ele
pediu um pão para esta mulher. Ela disse: “a única coisa que tenho é um punhado
de farinha e eu e meu filho vamos comer estes pães e depois vamos nos entregar
à morte”. É importante este detalhe, para chegarmos a leitura de hoje. Elias
disse: “Não, faça o seguinte: me faça este pão e vocês não passarão penúria”. E
diz o texto, que relata a vida de Elias, que por três anos e meio eles comeram
daquela farinha. É como se aquela farinha tivesse se multiplicado. É muito
importante nós guardarmos esta informação, porque a viúva vai dizer: “de fato, o
Senhor é nosso Deus”, e vai professar a fé. Só que depois vai faltar o
azeite e vai acontecer a mesma coisa e aí ela vai dizer: o Senhor é nosso
Deus. Cada vez que era beneficiada, ela louvava a Deus. Cada vez que
se sentia prejudicada, ela amaldiçoava Elias. Não sei, mas isto pode nos
ajudar a pensar um pouco a nossa vida, porque quando está tudo bem, nós
louvamos e bendizemos a Deus. Quando acontece algo que não estamos esperando,
que está fora de nosso controle, aí dizemos: que Deus é este que me faz isto! A
mesma coisa dessa viúva.
Aí, que chegamos na
leitura de hoje. Ora, ela já estava pronta para ver o filho morrer, desde o
começo da história, mas na hora que ele vai morrer, aí ela diz: escuta aqui,
Elias. Você vaio aqui para me arruinar? Ele já tinha ajudado a ela três
anos e meio e agora vai arruiná-la? Ora, Elias diz: vamos ver o que o Senhor
faz. Na realidade, esta viúva representa cada um do povo de Deus, que
facilmente perde a fé. O que Elias faz? Por três vezes vai em cima do filho
desta viúva e recupera a sua saúde.
São Lucas não deixa por
menos. Ele precisa mostrar para o Teófilo, e Teófilo significa o amigo de Deus,
portanto, se eu sou amigo de Deus eu sou Teófilo, se eu quero a amizade de
Deus, eu sou Teófilo, ele precisa
mostrar, que Jesus é mais que Elias, muito mais do que Elias. Se Elias precisou
se debruçar por três vezes em cima do filho da viúva e pedir a Deus, Jesus com
uma simples palavra, faz o morto voltar à vida. “Eu te ordeno: levanta-te”. Então,
comparando Elias e Jesus, Jesus é muito mais poderoso. É isto que o evangelista
Lucas quer mostrar.
Nós vamos ter, também, a
passagem onde Elias providencia farinha, mas vai precisar amassar esta farinha
e cozer para transformar em pão. Jesus já vai multiplicar o pão direto, pra
dizer: Eu sou mais poderoso que Elias.
Este recurso utilizado por
são Lucas é para nos ajudar a compreender, que Jesus, de fato, é o grande esperado
e que se Elias devia vir, ele já veio na figura de João Batista. É isto que o
próprio Jesus fala. Ele diz: “Elias já veio e está aqui alguém que é maior que
Elias”. Ele provou isto através de suas atitudes.
Qual é a importância de
concluirmos que Jesus é maior do que Elias? Não se trata de maior, no sentido
de mais importante, mas de alguém que pode nos oferecer algo, que nenhum outro
oferece. O que Ele nos oferece, que ninguém mais pode oferecer? O seu corpo e o
seu sangue. Aqui vem o ponto principal. O Elias, por mais que fez, ele não pôde
deixar o seu corpo e o seu sangue como alimento e nem era missão dele isto. A missão
de Elias era ajudar o seu povo a encontrar Deus. A missão de Jesus é conduzir
o povo até Deus e garantir VIDA ETERNA. “Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue, não morrerá para sempre”. “Eu o ressuscitarei no último dia”. Então, a
vida eterna é algo que ninguém pôde oferecer; Somente Jesus e por uma razão
muito simples: também Elias cometeu pecado. Na hora em que ele é chamado para
servir a Deus, ele se esconde numa caverna, dizendo: “Aqui Deus não vai me
encontrar”, subestimando Deus, achando que pode enganar a Deus. Também nós
fazemos isto de vez em quando, achando que sabemos mais que Deus. Se não fosse
assim, não ficaríamos dizendo a Deus o que Ele deve fazer. Nós simplesmente
aceitaríamos o que Ele faz e pronto.
Ora, então, Elias ficou
escondido um tempo. Jesus não. Na hora em que João Batista foi preso, Jesus
disse: “Agora começa a minha missão” e se apresenta ao mundo. Aliás, o próprio
Lucas vai dizer, que Ele vai à sinagoga e diz: “O Espírito do Senhor está sobre
mim, Ele me ungiu para levar a boa nova aos pobres, assim, assim”... Ele se
apresenta ao mundo, Ele não se esconde.
De fato, Jesus não pecou e
por isso, pode nos garantir vida eterna, porque Ele e o Pai se tornam um único;
Ele é Deus. Elias não.
Eu estou insistindo nestes detalhes, porque
é possível que alguém, que já tenha recorrido a Deus, pedindo em favor de alguém
pedindo que ela não morresse e acabou morrendo. E, vai dizer: por que Jesus
ressuscitou o filho da viúva de Naim e não o meu filho? Ou então, não o meu
Pai? ou então, não a minha mãe? Ou o amigo que eu quero muito bem? Porque o
Evangelho não está contando uma atitude de Jesus, que muda a natureza das
coisas. A morte é um bem criado por Deus, para nos ajudar a viver bem. Todos que
nasceram, morre. Este fato, que está aqui relatado, é para nos ajudar a
entender algo mais importante. O que é mais importante? Não se trata do filho
da viúva de Naim ter voltado à vida biológica, mas se trata da ressurreição:
alguém, que Jesus ajuda a levantar-se. O verbo levantar, no grego, é o mesmo de ressuscitar. Jesus tomando a sogra
de Pedro e colocando-a pé, Jesus está em pé na cruz, Jesus, de fato, se
apresenta em pé aos discípulos. Ele é o Cordeiro imolado que permanece em pé. O
filho da viúva de Naim agora se levanta e está em pé. “Talita cume, eu te
ordeno: levante-se” e a menina vai se por em pé: esta é a posição de quem
ressuscitou. De fato, nós já ganhamos a ressurreição no Batismo. Por isso,
ouvimos o Evangelho em pé, para dizer: somos os ressuscitados. Quando dizemos: “Eis
o mistério da fé”, todos devem estar em pé, porque é a Eucaristia que me
garante a ressurreição. Quando, de fato, é apresentado o Cordeiro, estamos em pé
também. (durante
toda a Celebração Eucarística não existe momento de estar ajoelhados, porque
estamos diante do Cordeiro, com o Cordeiro presente em nosso meio. Por isso,
quando se diz: o Senhor esteja convosco, sempre respondemos: Ele está no meio
de nós).
Então, veja, não se trata de que nossa oração é mais fraca, mas que precisamos
buscar o sentido da Palavra de Deus que estão nas Escrituras. Nem sempre aquilo
que está relatado é a forma como somos convidados a compreender. De onde eu
tiro isto? Eu tiro da carta de São Paulo ao Gálatas. Aqui São Paulo diz
claramente: “Eu, quando fui separado no ventre materno para servir o Senhor, de
fato, servir o Senhor como judeu e como gente da minha idade, eu servi muito
melhor do que eles, mas depois eu me dei conta de que Jesus Cristo é o Senhor”.
Ora, ele pensava servir ao Senhor, perseguindo a Igreja. Quando, na realidade,
se deu conta, de que perseguia o próprio Deus que ele defendia tanto. São Paulo,
então, será aquele que tem visão aberta e vai buscar nas Escrituras, aquilo que
defende a vida e a ressurreição. É importante nos lembrarmos disto, que, de
fato, nós que cremos no Cristo ressuscitado, não morremos. Simplesmente caminhamos
até encontrar com o Senhor, que nos coloca em pé e aí podemos contemplá-lo
eternamente. É isto que o Evangelho nos apresenta: esta caminhada, que vai até
a morte, para que o Senhor possa nos tomar pela mão e nos conduzir
ressuscitados eternamente.
Que Deus nos mantenha firmes na fé na
ressurreição e que possamos compreender os mistérios de Deus a partir da fé que
nós professamos.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pe. Pedrinho – Diocese de Santo André -
===========----------------=========
LOUVOR: Quando o Pão consagrado estiver sobre o altar.
à O Senhor esteja com todos vocês...Demos Graças ao Senhor...
à Por Jesus, Com Jesus e em Jesus, na força do Espírito Santo,
louvemos ao Pai:
T: Bendito sejais, Senhor nosso
Deus!
à Ó Deus, nosso
Pai, abençoado seja o vosso Nome, sois eterno e único. Sois poderoso e repleto
de amor. Sois nosso Deus e somos vosso povo. Vosso Reino é glorioso para sempre.
T: Bendito sejais, Senhor nosso
Deus!
à Senhor, seja
louvado e santificado o Vosso nome, pois sois o Senhor no mundo criado segundo
Vossa vontade. Pai, fazei que acolhamos nossos compromissos do batismo e
vivamos como cidadãos do alto na construção de Vosso Reino.
T:
Bendito sejais, Senhor nosso Deus!
à Senhor, Que
vosso nome Seja bendito, louvado, honrado, engrandecido e glorificado. Bendito
sejais, ó Eterno, ó Deus santo!
T: Bendito sejais, Senhor nosso
Deus!
à Senhor, seja
estabelecido vosso reino na nossa vida e na vida de todas as comunidades.
Sois
o Deus da vida, o Pai misericordioso, o Deus que ajuda, liberta e defende. Vinde sempre em nosso auxílio.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus!
// PAI NOSSO...
Paz... Eis o Cordeiro... //
===========--------------=============
BÊNÇÃO E DESPEDIDA - TC, IV
S. O Senhor esteja convosco.
T. Ele está no meio de nós.
S. Que o Deus de toda consolação
disponha na sua paz os vossos dias e vos conceda as suas bênçãos.
T. Amém!
S. Sempre vos liberte de todos os
perigos e confirme os vossos corações em seu amor.
T. Amém!
S. E assim, ricos em esperança, fé e
caridade, possais viver praticando o bem e chegar felizes à vida eterna.
T. Amém!
S. Abençoe-vos Deus todo-poderoso. Pai e
Filho + e Espírito Santo.
T. Amém!
S. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe!
T. Graças a Deus!
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