quinta-feira, 13 de outubro de 2016

29º Domingo do Tempo Comum Ano C 2016, homilias, subsídios homiléticos

29º Domingo do Tempo Comum Ano C 2016

SINOPSE:

TEMA: - REZAR SEMPRE; A Palavra nos orienta e nos transforma; Ela é viva e eficaz.
Primeira leitura: Para ganhar as duras batalhas, necessitamos da ajuda e a força de Deus…
Evangelho: Quando oramos a Deus, ele age em nosso favor, pois nos ama e tem um projeto de salvação para todos.
Segunda leitura: Paulo nos diz da importância da Bíblia em nossa vida; ela nos orienta e nos instrui para que cheguemos ao Reino de Deus.

PRIMEIRA LEITURA (Ex 17, 8-13) Leitura do Livro do Êxodo.
...Moisés, Aarão e Ur subiram ao topo da colina. E, enquanto Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia; quando abaixava a mão, vencia Amalec.
AMBIENTE
Uma catequese sobre o Deus libertador, que salvou o seu Povo da opressão e da morte, … catequese sobre esse Deus a quem Israel é convidado a agradecer a sua vida e liberdade.
MENSAGEM
Josué combatia, Moisés rezava e implorava a ajuda de Deus… É uma catequese que ensina que a libertação se deve, mais do que aos esforços do Povo, à ação de Deus. Para vencer as batalhas Da vida precisamos ter a ajuda e a força de Deus; e essa ajuda brota no diálogo com Deus.
ATUALIZAÇÃO
 sempre que alguém luta para ser livre, Deus está com essa pessoa e age nela.
 Quem sonha com um mundo melhor e luta por ele, tem de viver num diálogo contínuo com Deus: é nesse diálogo que se percebe o projeto de Deus para o mundo e se recebe d’Ele a força para vencer tudo o que oprime e escraviza o homem.

SALMO RESPONSORIAL 120 (121)
Do Senhor é que me vem o meu socorro, do Senhor que fez o céu e fez a terra.
• Eu levanto os meus olhos para os montes: / de onde pode vir o meu socorro? / “Do Senhor é que me vem o meu socorro, / do Senhor que fez o céu e fez a terra!”
• Ele não deixa tropeçarem os meus pés, / e não dorme quem te guarda e te vigia. / Oh! Não! Ele não dorme nem cochila, / aquele que é o guarda de Israel!
• O Senhor é o teu guarda, o teu vigia, / é uma sombra protetora à tua direita. / Não vai ferir-te o sol durante o dia, / nem a lua através de toda a noite.
• O Senhor te guardará de todo o mal, / ele mesmo vai cuidar da tua vida! / Deus te guarda na partida e na chegada. / Ele te guarda desde agora e para sempre!

EVANGELHO (Lc 18, 1-8)  Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
...: “um juiz que não temia a Deus e não respeitava homem algum. uma viúva,...: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário! ’ Durante muito tempo, o juiz se recusou. ...por fim, Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me! ’” ... E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? ... Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”
AMBIENTE
Parábola similar à parábola do amigo inoportuno que vem pedir pão a meio da noite-Lc 11,5-8
MENSAGEM
A viúva, pobre (é o protótipo do sem defesa, vítima dos poderosos), exige justiça; mas o juiz, “que não temia Deus nem os homens”, não lhe atendia. O juiz faz justiça a fim de se livrar da insistência importuna. Aplicação teológica: Se um juiz prepotente e insensível é capaz de resolver o problema por causa da sua insistência, Deus (que ama) não iria escutar os “seus eleitos que por Ele clamam?” – Deus é rico em misericórdia defende sempre os débeis –Lucas deixa claro; Deus tem o seu projeto e o seu tempo próprio para intervir. Aos crentes resta impaciência e confiança. Lucas pede aos cristãos que, apesar do silêncio de Deus, não deixem de dialogar com Ele. É nesse diálogo que entendemos os projetos e Deus transforma os nossos corações; então, aprendemos a entregar-nos nas mãos de Deus e a confiar n’Ele.
ATUALIZAÇÃO
 Deus não é indiferente aos gritos de sofrimento dos pobres e que não desistiu de intervir no mundo, a fim de construir o novo céu e a nova terra de justiça, de paz e de felicidade para todos… Simplesmente, Deus tem projetos e planos que nós, na nossa ânsia e impaciência, não conseguimos perceber. Deus tem o seu ritmo – um ritmo que passa por não forçar as coisas, por respeitar a liberdade do homem… A nós resta nos respeitar a lógica de Deus, confiar n’Ele, entregarmo-nos nas suas mãos.
 Através da oração, percebemos quem Deus é, percebemos o seu amor e a sua misericórdia, descobrimos a sua bondade e a sua justiça… E, Ele não é indiferente à sorte dos pobres e tem um projeto de salvação para todos os homens. A oração é o caminho para encontrarmos o amor de Deus.
 Quem ama não corta a relação à primeira incompreensão ou à primeira ausência. Pelo contrário, a espera e a ausência provam o amor e intensificam a relação.
A oração não é fórmula mágica para levar Deus a fazer-nos as “vontadinhas”… Muitas vezes, Deus terá as suas razões para não dar muita importância àquilo que Lhe pedimos: às vezes pedimos a Deus coisas que nos compete a nós conseguir (por exemplo, passar nos exames); outras vezes, pedimos coisas que nos parecem boas, mas que a médio prazo podem roubar-nos a felicidade; outras vezes, ainda, pedimos coisas que são boas para nós, mas que implicam injustiça para outros… quando parece que Deus não nos ouve, perguntemos a nós próprios se os nossos pedidos farão sentido, à luz da lógica de Deus.

SEGUNDA LEITURA (2Tm 3,14–4,2) Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo.
Caríssimo, permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade; tu sabes de quem o aprendeste. ...as Sagradas Escrituras: elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra. Diante de Deus e Cristo Jesus, que há de vir a julgar os vivos e os mortos e, em virtude da sua manifestação gloriosa e do seu Reino, eu te peço com insistência: proclama a palavra, insiste oportuna ou inoportunamente, argumenta, repreende, aconselha, com toda a paciência e doutrina.
AMBIENTE
As comunidades nas perseguições e falsas doutrinas… O autor convida a redescobrir o entusiasmo pelo Evangelho recebida de Jesus, através dos apóstolos.
MENSAGEM
Nos é proposto permanecer fiel à verdadeira doutrina aprendida da Tradição e da Escritura. A posse da verdade está garantida quando aquele que ensina é um sucessor legítimo dos apóstolos, em conformidade com a Escritura. A Palavra na Escritura é “inspirada por Deus”; por isso, nela está “a sabedoria que leva à salvação”. A utilidade da Escritura é: “ensinar”, “persuadir”, “corrigir” e “formar”. O autor convida a proclamar a Palavra “a propósito e fora de propósito”, “com toda a paciência e doutrina” (isto é, com uma adequada pedagogia pastoral).
ATUALIZAÇÃO
 A Escritura deve assumir um lugar preponderante na nossa vida. Qual  tem mais valor: as práticas rituais, as devoções particulares ou a Palavra de Deus?
Aos que estão ao serviço da Palavra: eles devem anunciá-la em todas as circunstâncias, sem respeito humano, sem jogos de conveniências, sem atenuarem a radicalidade da Palavra; e devem, também, preparar-se convenientemente, a fim de que a Palavra se torne atraente e chegue ao coração dos que a escutam…
1-                 A oração nos abre para Deus; É na oração que percebemos Deus perto de nós. Se não rezarmos, Ele passa a ser só uma idéia distante e subjetiva. 
2-                 Orar em nome de Jesus, com os sentimentos e atitudes de Jesus - Se rezei, me coloquei nas mãos de Deus, haja o que houver,  eu confio no seu amor.
3-                 Foi assim a oração de Jesus: buscou em tudo a vontade do Pai e, por isso, o fracasso e a cruz não o destruíram. Ele mesmo dissera: “Pai, eu te dou graças porque me ouviste!” (Jo 11,41s) –: mesmo diante da cruz e da morte, o Filho permaneceu em paz, abandonado amorosamente nas mãos do Pai! A oração faz isso conosco: elimina nosso temor e nos joga nos braços de Deus.
4-                 A oração quebra nosso orgulho, nossa autossuficiência: sem ela, é impossível permanecer firmes na fé.
5-                 O problema é querer que ele aja como esperamos, nos tempos e nos modos nossos. E aí erramos! Não foi assim que Jesus procedeu e quem faz assim, faz diferente de Jesus e, portanto, não reza em nome de Jesus!
6-                 Reza em nome de Jesus quem reza como Jesus: “Não a minha vontade, mas a tua seja feita” (Lc 22,42). Por isso, ele hoje nos desafia e pergunta: “Quando o Filho do homem vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” Em outras palavras: Quando o Pai, através de mim, atende vossos pedidos, não como queríeis, mas como ele quer vos dar, encontra fé em vós para reconhecer o dom e ser agradecidos?
7-                 Estejamos atentos à nossa vida de oração. Paulo diz hoje:“Permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade!” Santa Teresa: “Que ninguém vos mostre outro caminho que não o da oração!”

=============-----------------============

Homilia de Dom Henrique Soares da Costa
Hoje, a Palavra de Deus nos fala sobre a oração. Mais ainda: manda-nos “rezar sempre, sem jamais desistir” .
o Senhor nos manda rezar! Vejamos o porquê. Primeiro, a oração nos abre para Deus; É na oração que percebemos vivamente que ele não é somente o Deus de longe, mas também o Deus de perto. Se não rezarmos, Deus irá deixando de ser Alguém para ser algo; vamos deixando de experimentá-lo como Pessoa para experimentá-lo simplesmente como uma idéia fria, estéril e distante.
Em segundo lugar, a oração feita em nome de Jesus – isto é, com os sentimentos de Jesus, as atitudes de Jesus -, nos faz enfrentar todos os desafios da vida com paz, liberdade e maturidade. Se rezei, se supliquei, se coloquei nas mãos de Deus, haja o que houver, sei que posso acolher confiando no seu amor. Foi assim a oração de Jesus: buscou simplesmente e em tudo a vontade do Pai e, por isso, a o fracasso e a cruz não o destruíram. Foi ouvido – ele sabia, ele mesmo dissera: “Pai, eu te dou graças porque me ouviste. Eu sabia que sempre me ouves!” (Jo 11,41s) – pois bem: mesmo diante da cruz e da morte, o Filho permaneceu em paz, abandonado amorosamente nas mãos do Pai! A oração faz isso conosco: elimina nosso temor e nos joga nos braços de Deus.
Em terceiro lugar, a oração quebra nosso orgulho, nossa auto-suficiência: sem ela, é impossível permanecer firmes na fé. O problema é que queremos que ele aja como esperamos, nos tempos e nos modos nossos. E aí erramos! Não foi assim que Jesus procedeu e quem faz assim, faz diferente de Jesus e, portanto, não reza em nome de Jesus! Compreendamos bem: reza em nome de Jesus quem reza como Jesus: “Não a minha vontade, mas a tua seja feita” (Lc 22,42). Por isso mesmo, ele hoje nos desafia e pergunta, com franqueza: “Quando o Filho do homem vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” Em outras palavras: Quando o Pai, através de mim, atende vossos pedidos, não como queríeis, mas como ele quer vos dar, encontra fé em vós para reconhecer o dom e ser agradecidos?
Estejamos atentos à nossa vida de oração. Foi isto que aprendemos nas Escrituras Sagradas, foi isto que os Apóstolos nos ensinaram e os santos santas de Deus vivenciaram. Pois bem, “Permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade!” Num tempo de tantos falsos mestres, de tantos que se desviam da verdade, sigamos o este conselho de São Paulo! Como dizia Santa Teresa: “Que ninguém vos mostre outro caminho que não o da oração!”
Lc 18,1-8

           Amados no Senhor, é claríssimo que um dos temas da Palavra de Deus que acabamos de escutar neste hoje é uma séria exortação à oração: “rezar sempre, e nunca desistir”, rezar perseverantemente, sem jamais desfalecer, diz o Evangelho! E aqui se trata, de modo especial, do mais escandaloso de todos os tipos de oração para o mundo atual, tão autossuficiente: a oração de súplica; aquela que somente
tem coragem de fazer quem é pobre e sabe que depende de Deus em tudo; somente tem coragem de fazê-la quem crê realmente que Deus se preocupa com Suas criaturas e, de verdade, age neste mundo, age, presente na nossa vida tão pequena... Eis: a oração de súplica é coisa de gente simples, de gente que tem coração de criança, que tem fé humilde e atitude de pobre diante de Deus; é coisa de quem não tem vergonha de pedir, de teimar, de insistir! Bem que Jesus disse que somente os simples, somente os que têm um coração de criança podem compreende os segredo Reino! Eu vos digo: a oração de súplica é tropeço para os sábios segundo a carne, para os inteligentes do mundo, para os não abrem sua razão ao infinito de Deus!

          Já ouvistes, caríssimos, aqueles que, cheios de si, dizem assim: “Na minha oração, eu nunca peço, só agradeço! Pois é! São soberbos, são autossuficientes, não se conhecem, não percebem a miséria, a limitação, a debilidade da humana natureza, que necessita continuamente do socorro do Senhor, Daquele que nos ordenou expressamente: “Pedi e vos será dado! Procurai e encontrareis! Batei e a porta vos será aberta! Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que Lhe pedirem!” (Mt 7,7.11) Sim, caros! É necessário pedir ao Senhor, e pedir com a insistência da viúva pobre e necessitada do Evangelho, com a persistência de Moisés, que passou todo o dia com as mãos erguidas, como Cristo na cruz, suplicando a vitória para Israel!

Mas, talvez, alguém de vós pergunte, curioso: “Por que pedir, se o Senhor já sabe do que temos necessidade? E por que ainda pedir com insistência se já suplicando uma vez, Ele decide o que fazer, Ele que tudo sabe eternamente, Ele que não muda? Pode o homem mudar a vontade de Deus, alterar o desígnio do Altíssimo?”

          Obedeçamos, irmãos caríssimos! O Senhor, no Seu insondável mistério, sabe por que nos manda pedir e insistir no pedido! No entanto, mesmo nós, na nossa pouca sabedoria, podemos perceber um pouco a necessidade absoluta de suplicar. Pensai um momento: Suplicando, reconhecemos que somos totalmente dependentes e tudo nos vem do Senhor, Daquele que dá a vitória e a derrota, que faz o rico e faz o pobre, que fere e cura a ferida, que faz morrer e faz viver! Suplicando, vamos aprendendo a confiar Nele, a Nele esperar e, assim, vamos experimentando a Sua presença real na nossa vida e vamos crescendo no nosso amor para com Ele. Suplicando com insistência, vamos desenvolvendo a certeza de que Ele nos escuta, de que nos envolve com Sua presença e nos socorrerá na nossa necessidade. 

          Ainda mais: de tanto suplicar e teimar na súplica, vamos nos abandonando aos Seus tempos misteriosos, à Sua vontade que nos ultrapassa, aos Seus modos que nos desconcertam e, então, vamos interiormente nos dispondo a acolher o que Ele quer, a aceitar a Sua santa vontade, ainda que não seja a nossa nem na medida das nossas expectativas humanas. Sim! Bom amigo de Deus não é o que só aceita o que pediu, mas aquele que, pedindo com perseverança e amor confiante, acolhe o que o Senhor concede, tendo a firme convicção – nascida da oração teimosa – de que o Senhor nos dá o que é melhor para nós, ainda que muitas vezes não o compreendamos bem! Por isso a misteriosa palavra do nosso Salvador no final da perícope de hoje: “Deus não fará justiça aos Seus escolhidos, que dia e noite gritam por Ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa!” Palavra espantosa! Jesus não somente afirma que Deus nos escuta e vem em nosso socorro, mas também que vem bem depressa! E nós pensamos: “Mas isto não acontece assim! Quanta oração fiz que não foi ouvida! Quanta oração demorada na resposta! Não é a própria Escritura Santa que nos diz: “Suporta as demoras de Deus, agarra-te a Ele e não O largues”? (Eclo 2,3) Ah, meus irmãos! O Senhor nos ouve sim, o Senhor vem logo em nosso socorro sim, o Senhor Se compadece do que a Ele suplica! Mas, os tempos de Deus não são os nossos, a pedagogia do Senhor nos ultrapassa, a ação do Senhor não pode ser totalmente alcançada por nós: Ele é Deus; nós, pó que o vento leva! Por isso mesmo, a misteriosíssima pergunta de Jesus: “Quando o Filho do Homem vier, encontrará fé sobre a terra?” Eis: O Senhor nos ouve, o Senhor Se compadece de nós – Ele nos deu tudo no Seu Filho por nós morto e ressuscitado! Como ainda nos seria possível duvidar Dele? Ele vem em nosso socorro, mas no Seu tempo, do Seu modo, segundo o Seu sábio e misterioso desígnio! Mas, encontrará fé em nós? Saberemos reconhecê-Lo? Sei eu, sabeis vós, sabemos nós reconhecer o Senhor nas Suas vindas? Ele vem na alegria e vem também na tristeza; no sorriso, ei-Lo aqui, mas também é Ele ainda no pranto; é Ele na vitória e ainda é Ele na derrota; é Ele presente no nosso nascer e no nosso morrer! E isto nos escapa, como o Salmista exclama, admirado e perplexo: “Como são profundos para mim Teus pensamentos, como é grande seu número, ó Deus! Se os conto, são mais que a areia, se acho que terminei, ainda estou Contigo!” (Sl 138/139,17s).

          Caríssimos, sejamos pobres diante do Senhor Deus! Sejamos humildes! Oremos sempre, oremos suplicando, oremos com um coração confiante, oremos sem desfalecer, oremos esperando contra toda esperança, oremos na certeza de que o Senhor nos ouve e no acode, do Seu modo, no Seu tempo, para o nosso bem, segundo o Seu misterioso desígnio!

          Para o homem soberbo tudo isto é tolice; para o autossuficiente e o racionalista tudo isto é loucura sem sentido! Cuidado, irmãos! Tomemos seriamente o conselho do santo Apóstolo a Timóteo, na Epístola de hoje: “Permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade! Conheces as Sagradas Escrituras: elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus!” Eis aqui! Esta é a diferença entre crer e não crer: o verdadeiro crente tem a coragem ousada de abrir-se à lógica de Deus, de por Ele deixar-se conduzir; o descrente, ao invés, deseja medir a ação de Deus e compreendê-la e abarcá-la na medida da sua lógica, na estreiteza de sua própria racionalidade!

          Creiamos, irmãos; rezemos, irmãos; com perseverança supliquemos, irmãos, com inteira confiança esperemos, elevando as mãos como Moisés e os olhos como o Salmista, certos de que “do Senhor é que nos vem o socorro, do Senhor que fez o céu e fez a terra, pois não dorme nem cochila o Guarda de Israel!” Seja Ele bendito na Igreja e no nosso coração, hoje, como no princípio, e por toda a eternidade, nos séculos dos séculos. Amém!

========----------------==========

Crer em Deus, crer no homem

Um filho de Deus teme a Deus e respeita a pessoa humana. Cada pessoa é imagem de Deus. É contraditório crer em Deus e ser a favor do aborto, por exemplo.

Deus veio à terra para que o homem subisse ao céu! 
- Deus continuou protegendo a Caim, mesmo depois de ter matado o seu irmão Abel.
=========        ========

De Mãos Erguidas

Manter com Deus  uma ORAÇÃO PERSEVERANTE.
Só assim será possível aceitar os projetos de Deus, compreender os seus silêncios, respeitar os seus ritmos e acreditar no seu amor.

Na 1a Leitura, MOISÉS não desiste de rezar. (Ex 17,9-13a)

O Povo de Deus está a caminho da Terra Prometida...
- Josué organiza seus homens para lutar contra os inimigos com as armas.
- Moisés, no alto da colina, de "mãos erguidas", faz uso da arma da Oração.
    A vitória foi alcançada muito mais pelo auxílio de Deus, do que pelo valor dos combatentes.

* Nas duras batalhas da vida, devemos contar com a ajuda e a força de Deus.
   Devemos manter, como Moisés, as "Mãos sempre erguidas" em oração.

Na 2a Leitura, PAULO indica uma fonte preciosa que alimenta a Oração: A Sagrada Escritura:  "Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar,    para corrigir, para educar na justiça... Por ela, o homem de Deus  se torna perfeito, preparado para toda a boa obra". (2Tm 3,14-4,2)


Evangelho - "Para mostrar a necessidade de REZAR SEMPRE, e nunca desistir":
Jesus contou aos discípulos uma PARÁBOLA:
- Uma viúva injustiçada pede justiça... mas o juiz não lhe dá ouvidos...    Ela tanto insiste, que o juiz acaba atendendo.
   - Se até um homem mau cede diante de um pedido incessante, quanto mais Deus, que é justo e santo, nos atenderá e salvará...
  A Oração deve ser um Diálogo insistente e contínuo...

* Deus está sempre atento aos nossos pedidos, mesmo quando "parece" insensível aos nossos apelos, aos nossos clamores por justiça. Geralmente temos pressa...
   Ele sabe a hora e o momento para cada coisa.
   A nós resta moderar a impaciência e confiar totalmente nele.

+ "REZAR SEMPRE" - Significa nunca interromper o DIÁLOGO com Deus, mesmo no aparente silêncio de Deus.
   - Nesse diálogo, Deus transforma os nossos corações e aprendemos a nos entregar nas mãos de Deus e confiar nele.
 
+ A Oração não é uma fórmula mágica para levar Deus a fazer nossa vontade ou até nossos caprichos. Não é um simples ato de piedade, ou expressão do sentimento; mas antes um ato de fé e de amor, que nos abre ao DIÁLOGO COM DEUS.

+ Rezar é CONVERSAR com Deus: Falar e Escutar... As Orações não precisam de palavras complicadas. Existem orações escritas que rezamos, mas também as orações  que são feitas quando queremos conversar com Deus do nosso jeito. Deus é o nosso melhor amigo e gosta de nos ouvir.

+ Rezar é fazer SILÊNCIO profundo  para ouvir Deus, acolher a sua Palavra  e assim nos dispor a fazer a sua vontade...

+ Rezar é uma RESPOSTA  que poderá assumir várias FORMAS: Ação de graças... Contemplação... Profissão de fé... Declaração de entrega... Pedido...


                                     Pe. Antônio  Geraldo

=======--------------=======
Diác. José da Cruz
Já vi escrito em muito para-choque de caminhão, que “O pobre vive de teimoso”, uma frase que embora irônica tem um fundo de verdade, pois teimosia nesse caso, é sinônimo de perseverança, paciência e esperança, virtudes que são na verdade o tempero da nossa fé, porque a fé que não persevera, que não é paciente e não traz no coração a esperança, é morta, pois segundo São Tiago, a Fé deve ser sempre vivenciada e transformada em obras. No olhar do pobre encontramos um brilho de esperança, basta ver as filas em busca de algum benefício nos bancos ou em repartições públicas, ou até mesmo em fila de liquidação nas grandes lojas, o pobre é capaz de varar o dia, a noite e a madrugada, para guardar um lugar, sempre esperançoso de alguma melhora ou benefício
Não se quer dizer que estas virtudes sejam exclusivas do pobre, mas é que o rico não tem muita paciência e perseverança e nem seria necessário, uma vez que o dinheiro compra tudo nesta vida, fazendo com que o rico coloque toda sua segurança em seu patrimônio e no dinheiro e portanto, essas virtudes sempre nascem e são cultivadas no coração do pobre por causa da sua necessidade, que o leva a pedir. É esse o caso dessa viúva que aparece no evangelho desse domingo, pois naquele tempo não havia leis que protegiam e davam garantias à mulher, no caso do falecimento do esposo e a viuvez, junto com a orfandade, era sinônimo de desamparo e abandono, já que o parente mais próximo do falecido, apossava-se de todos os seus bens sobrando para a viúva a triste sina de viver de esmola, pois a mulher não tinha direito de propriedade.
Na lógica humana a viúva não tinha outra alternativa se não a de resignar-se com a sua sorte, pois o juiz dificilmente iria lhe fazer justiça, já que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. Conformismo e resignação parecem fazer parte da índole do nosso povo, que deixa o destino da nação nas mãos de certos homens inescrupulosos, sem se importar com os rumos da política ou da economia, tornando-se uma perfeita “Vaquinha de presépio”, engolindo tudo que é sapo, ignorando a sua cidadania e seus direitos essenciais. Mas não é esse o caso da viúva, ela não se conformou com o abandono e a exploração da quais as viúvas eram vítimas e resolveu “virar a mesa” indo à luta por aquilo que considerava justo. Não se sabe quantas vezes ela bateu à porta desse juiz, mas a se julgar pelo temor do magistrado, não deve ter sido só duas ou três e nem foi tão pacífica assim. Claro que exercício de cidadania não deve ser confundido com arruaça e vandalismo
Os maus governantes sempre tremem na base, quando o povo toma consciência de seus direitos e vai à luta por eles, foi o que aconteceu com esse juiz, que não temia a Deus e nem respeitava homem algum, mas que diante da insistência e da teimosia da mulher, acabou cedendo e atendeu o seu desejo fazendo-lhe justiça contra seu adversário, que certamente queria ficar com seus bens. O evangelho nos mostra a qualidade da verdadeira oração, que não pode ser “imediatista” e onde se quer que Deus atenda o pedido “pra ontem”, as demoras de Deus requer do verdadeiro crente a paciência e confiança.
A oração também não deve ser uma forma de se forçar Deus a fazer a nossa vontade, realizando coisas, ou consertando certas situações que são de nossa única responsabilidade. A viúva soube unir oração e ação, com uma fé consciente e responsável, que crê, persevera, insiste, persiste, espera e vai à luta, para mudar o placar adverso
Deus é a força e a teimosia do pobre pois ouve sempre seu clamor e jamais deixará de atendê-lo. Aquela fé mágica e comodista, de quem só quer vento a favor e espera sempre um milagre de Deus, sem mover uma só palha, é uma fé que nada constrói e nem agrega nessa vida: QUEM SABE FAZ A HORA, NÃO ESPERA ACONTECER!


============----------------


Para a celebração da Palavra (Diáconos e Ministros da Palavra):


Louvor (quando o Pão Sagrado estiver sobre o altar)                                                                XXIX dom.
à O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
à COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE!!!
Senhor, nosso Deus e nosso Pai! Hoje nos ensinastes que sois vós que nos dais as vitórias sobre todas as nossas dificuldades. Pai, agradecemos a nossa existência, e todo o universo que criastes. Agradecemos por nos amar e enviar Vosso Filho para nos ensinar. Agradecemos a graça do batismo que nos tornou filhos prediletos vossos.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE!!!
- Pai, Vosso Filho hoje nos ensinou que devemos estar sempre unidos a vós. A oração é meio mais eficaz de nos unirmos a Vós. Vós conheceis todo o nosso ser e as nossas necessidades. Dai-nos humildade para que não nos separemos de Vós. Que saibamos sempre ser instrumentos úteis em vossas mãos. Que o desânimo não nos tire de vossa luz. Que saibamos orar em todos os momentos, quer nas alegrias, quer nos momentos de cruz. Protegei-nos e amparai-nos sempre.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE!!!
- Pai, que saibamos seguir o exemplo de Vosso Filho na oração e tenhamos coragem de fazer a Vossa vontade! Enviai-nos o Espírito Santo para que tenhamos força e coragem.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE!!!

- PAI NOSSO...  A PAZ... EIS O CORDEIRO...





Nenhum comentário:

Postar um comentário