NOSSA
SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA 12/10/2016 (Adaptado pelo
Diácono Ismael)
(no final,
a benção das crianças, Consagração a N.S. Aparecida e a Benção de despedida)
“Fazei o que ele vos
disser!”
Celebrar a festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida,
padroeira do Brasil, significa contemplar aquela que soube orientar sua vida na
fidelidade ao projeto de Deus, defendendo e promovendo a vida do povo sofredor.
O seu protagonismo está explicitado nas três leituras da
liturgia de hoje.
A primeira leitura
apresenta Ester. Atenta à difícil situação na qual se encontrava o povo, com
sua originalidade e ousadia, ela se propõe ser mediadora eficaz para salvá-lo
da opressão e da morte. .
O Evangelho de João
revela que o primeiro sinal público de Jesus foi realizado com a mediação de
Maria, atenta às necessidades dos convidados de uma festa de casamento.
O livro do Apocalipse
apresenta a mulher como geradora de vida nova num contexto de perseguição
violenta. A mulher, nos textos de hoje, retrata a comunidade de fé que se
mobiliza a favor do povo em situação de necessidade, proporcionando-lhe
condições de vida com paz e alegria. Tudo a ver com a celebração de Nossa
Senhora Aparecida, a nossa Mãe negra, que apareceu a pobres pescadores em 1717
num contexto de escravidão dos negros. A solidariedade de Maria com as pessoas
necessitadas e excluídas é importante indicativo para todos os que desejam
caminhar na vida como discípulos e missionários de Jesus.
PRIMEIRA
LEITURA (Est 5,1b-2; 7,2b-3) Leitura do Livro de Ester.
Ester revestiu-se com vestes de rainha e foi colocar-se no vestíbulo
interno do palácio real, frente à residência do rei. O rei estava sentado no
trono real, na sala do trono, frente à entrada. Ao ver a rainha Ester parada no
vestíbulo, olhou para ela com agrado e estendeu-lhe o cetro de ouro que tinha
na mão, e Ester aproximou-se para tocar a ponta do cetro. Então, o rei disse:
“O que pedes, Ester; o que queres que eu faça? Ainda que me pedisses a metade
do meu reino, ela te seria concedida”. Ester respondeu-lhe: “Se ganhei as tuas
boas graças, ó rei, e se for do teu agrado, concede-me a vida - eis o meu
pedido! - e a vida do meu povo - eis o meu desejo!”.
Contexto: A história de Ester atualiza a proposta do Êxodo.
O povo oprimido pode mudar a história. Existem caminhos de libertação que
precisam ser abertos com inteligência e organização. Deus age por meio das
pessoas aparentemente fracas. Ester é uma das mulheres que, ao longo da
história de Israel, foram protagonistas de movimentos populares capazes de
transformação social: as parteiras do Egito, Míriam, Débora, Judite… Leve-se em
conta que, na época da redação do livro de Ester, as mulheres eram oficialmente
excluídas de qualquer estância decisória. Pertenciam à categoria das pessoas
impuras, conforme estabelecia o sistema sacerdotal de pureza. No entanto, por
essas pessoas, Deus suscita projetos de vida e salvação para o povo.
Ester, fazendo uso de seus atributos femininos, com
sabedoria e coragem, toma a iniciativa de enfrentar o poder que mata. O que a
move não são interesses pessoais, mas a libertação do povo. Sua estratégia
demonstra maturidade e consciência. Mesmo após conquistar a simpatia e a
confiança do rei, a ponto de tornar-se rainha, não se deixa arrastar pelas
tentativas de cooptação da parte de quem domina. Não aceita a oferta de
riquezas; pelo contrário, usa agora de seu poder para garantir a vida de seu
povo. Ester encarna a liderança que não trai o seu povo. Doa-se por inteiro e
arrisca a vida para salvá-lo.
O
livro de Ester, conta como uma jovem judia
que estava entre os deportados, tornou-se a imperatriz da Pérsia, ao se casar
com o imperador Assuero (geralmente identificado com Xerxes), e como seu primo
e tutor Mordekai (ou Mardoqueu) que
descobriu um complô contra a vida do rei; como o Grão-vizir Haman (Amã) procurou liquidar os judeus;
como Ester interveio, arriscando a própria vida; como Haman foi enforcado e os
judeus autorizados a fazer uma contraofensiva destrutiva, cujo aniversário
celebram com a festa dos Purim.
Os acontecimentos descritos no livro de Ester aconteceram quando o povo
de Israel era cativo na Babilônia. O local da história é Susã, a cidade onde o
Rei da Pérsia e Média, o Rei Assuero, vivia. Este Rei após mandar embora sua
primeira esposa, a rainha Vasti, ele estava buscando uma nova esposa para se
tornar rainha. Nesse intuito organizaram uma competição onde mulheres de todo o
reino foram convidadas a vir até Susã com o propósito de que uma delas preenchesse
o lugar vazio da rainha. No meio dessas mulheres estava também Ester, uma jovem
hebreia que foi criada por Mardoqueu, um dos cativos que foram trazidos de
Jerusalém por Nabucodonosor. Finalmente esta jovem após obter a graça, primeiro
de “Hegai, guarda das mulheres", segundo a graça mais importante do
próprio Rei, ganhou a competição. Então Ester se tornou a nova rainha. Contudo,
ela não revelou a ninguém que era judia, conforme a ordem dada por Mardoqueu.
Então ninguém, nem mesmo o Rei sabia qual a nacionalidade de Ester.
ATUALIZANDO: A Rainha Ester, judia, que conseguiu a proteção de seu povo dominado,
graças às suas qualidades reais e à presença de Deus na sua vida. Ester é um
símbolo do amor que Deus dedica a qualquer nação que expressa a sua confiança
nele reconhecendo a sua obra em Maria, a “rainha”, mas também acolhendo a sua
vontade e justiça como rumo de seu caminho.
Veneramos a Virgem Maria, que nos trouxe a salvação, quando todos somos
chamados a amar a Virgem com o coração de filhos, tendo em vista que em Jesus,
tornamo-nos todos irmãos pelo batismo.
A Virgem Aparecida nos traz recordações importantes na vida cristã: como
a ternura maternal da Virgem, sua dedicação a Jesus como mulher de fé, seu
serviço prestado a toda a humanidade. Em Maria temos o mais perfeito exemplo do
discípulo e da discípula de Jesus, que sabe cumprir os mandamentos e fazer
realizar a única vontade do Pai, que se concretiza na salvação do povo de Deus.
Relembramos assim, a visita do Conde de Assumar, em 1717, em Guaratinguetá, quando os pescadores Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso foram escalados para pescar peixes para a refeição da visita ilustre, sendo este dia uma sexta-feira, dia de abstinência de carne. Os homens simples do Vale do Paraíba nada pescaram. Quando já estavam quase desanimando jogaram a rede e retiram uma imagem pequena de Nossa Senhora da Conceição, um pouco enegreada pela água, sem a cabeça. Outro arremesso. Veio a cabeça da imagem. Assim prosseguiu mais um arremesso e veio a pesca abundante. Deus abençoava, naquele momento, os três pescadores.
A imagem da Virgem da Conceição, feita de barro cozido, enegrecida pelas águas e pelo tempo, medindo 36 cm, foi levada para o culto divino. Em 1745 foi construída uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros. Nascia, assim, a devoção a Virgem Aparecida, Mãe do Povo Brasileiro. Em 1888 foi substituída a primitiva capela por uma Igreja.
Desde 1953, a festa de Nossa Senhora Aparecida, tem como dia de celebração o dia 12 de outubro. Desde 1930 Nossa Senhora Aparecida abençoa o povo brasileiro como sua Padroeira Nacional. Em 4 de Julho de 1980 o Sumo Pontífice João Paulo II, de venerável memória, consagrou o novo Santuário Nacional. Em 13 de maio de 2007, o Sumo Pontífice, Papa Bento XVI, abriu a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e caribenho nos fazendo o doce convite para “sermos discípulos e missionários de Jesus Cristo para que todos tenham vida e vida plenamente”.
Atualizando: Enquanto
os poderosos se embriagam e se alienam em banquetes para sustentar o próprio
poder, os oprimidos se conscientizam e se preparam para agir, através da oração
e do jejum. Noutras palavras, sua necessidade e clamor chegam ao limite e os
impelem a tomar posição. As situações estão prestes a se inverter: através da
fraqueza os oprimidos (Ester), Deus começa a agir para quebrar a força dos
poderosos e derrotar o poder do inimigo. Enquanto isso, os oprimidos, mesmo
ameaçados, não se dobram diante do opressor. É a resistência dos oprimidos
desmascarando a "verdade" do opressor e acelerando os acontecimentos.
O pedido e o desejo de Ester são os mesmos de todo o povo: a vida. No entanto,
para que todos tenham vida é preciso denunciar a perversidade do sistema
opressor, que vende o povo para ser exterminado, morto e aniquilado. Além do
mais, o que se ganha, destruindo o povo? A atitude de Ester é exemplo ousado
para qualquer autoridade: ela arrisca a própria vida para salvar a vida do povo
e a ele servir.
SALMO RESPONSORIAL / 44 (45)
Escutai, minha
filha, olhai, ouvi isto: Que o Rei se encante com a vossa beleza!
•
Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: / “Esquecei vosso povo e a casa paterna! /
Que o
Rei se encante com a vossa beleza! /
Prestai-lhe homenagem: é o vosso Senhor!
• O
povo de Tiro vos traz seus presentes, / os grandes do povo vos pedem favores. /
Majestosa, a princesa real vem chegando, /
vestida de ricos brocados de ouro.
• Em
vestes vistosas ao Rei se dirige, / e as virgens amigas lhe formam cortejo; /
Entre
cantos de Festa e com grande alegria, / ingressam, então, no palácio real.
ACLAMAÇÃO
AO EVANGELHO
Como é
bela é graciosa / a esposa do Senhor! Aleluia!
Maria,
tu foste preservada / da mancha do pecado original,
/ por
isso és Imaculada / e tens uma beleza divinal.
EVANGELHO (Jo
2,1-11) Proclamação do Evangelho
de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus
estava presente. Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o
casamento. Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm
mais vinho”. Jesus respondeu-lhe: “Mulher, porque dizes isto a mim? Minha hora
ainda não chegou”. Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos
disser”. Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os
judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. Jesus
disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a
boca. Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. O
mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não
sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que
tinham tirado a água. O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo
mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados estão embriagados,
serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” Este foi o
início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a
sua glória, e seus discípulos creram nele.
Atualização: O evangelho de hoje, o das Bodas de Caná, tem como ambiente uma família.
Nossa Senhora deve ser lembrada como a padroeira das famílias. Assim a nossa
família, toda ela Mariana, deve buscar em Maria a protetora para as suas necessidades
e a sua intercessora privilegiada junto de Deus, porque o que se pede a Mãe o
Filho atende. Maria intercede junto a Jesus. Da mesma maneira ela haverá de
interceder pelo povo brasileiro em suas múltiplas necessidades. Maria, nossa
Mãe, mãe da misericórdia, cuja ternura toca o nosso coração, recebe e atende
nossos pedidos, dos mais simples aos mais complexos e difíceis.
Maria deposita toda a sua confiança em Jesus, no seu poder salvador, na
sua misericórdia e na largueza de seu imenso coração misericordioso. Faltava o
vinho e Maria intercede pedindo aos funcionários que eles “fizessem tudo o que Ele dissesse”. Houve abundância do vinho que
era água. A riqueza desta graça que Maria distribui, também
ela com abundância, aos filhos que a ela recorrem. Dela podemos dizer o
mesmo que a carta aos Hebreus aconselhava a respeito do Sumo Sacerdócio de
Jesus: “Aproximemo-nos
confiantemente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia” (cf. Hb 4,
16).
Maria
e Jesus, com os seus discípulos, participam nestas bodas, em Caná. E falta o
vinho. O fato é verosímil, se tivermos em conta que a festa de bodas, nesses
tempos, durava oito dias. A família ficou naturalmente embaraçada. É então que
Maria intervém. A resposta de Jesus é desconcertante, quase escandalosa. Esta
resposta só se compreende se pensarmos que, ao iniciar a vida pública, muda a
relação Maria/Jesus. A partir daí, Jesus quer atuar unicamente determinado pela
vontade do Pai, não admitindo ingerências, nem sequer da parte da Mãe.
Maria/Mãe reaparecerá apenas junto da cruz. A nova relação clarifica-se
exatamente em Caná, no começo da missão de Jesus. Maria pede ajuda a Jesus, com
plena confiança e esperança. Por isso recomenda aos servos que façam o que
Jesus disser. E Jesus acaba por dar o primeiro sinal da sua glória. O episódio
de Caná é cristológico. Só em segundo lugar é Mariológico. Se, quando ainda não
chegara a sua hora, Jesus faz um milagre a pedido de Maria, quanto mais eficaz
será o seu poder de intervenção quando essa hora chegar!
O concílio
Vaticano II explicou amplamente o papel de Maria no mistério de Cristo e da
Igreja. Expôs também cuidadosamente o sentido e a força da “mediação” da
Bem-aventurada Virgem Maria: “A função materna de Maria em relação aos homens
em nada obscura ou diminui a única mediação de Cristo, mas revela a sua
eficácia. Porque toda a influência da Bem-aventurada Virgem em favor dos homens
não nasce de verdadeira necessidade, mas do beneplácito de Deus, e brota da
superabundância dos méritos de Cristo, fundamenta-se sobre a sua mediação,
depende absolutamente dela e nela atinge toda a sua eficácia; não impede
minimamente a união imediata dos crentes com Cristo, mas facilita-a” (LG 60).
Em
1971, a Sagrada Congregação para o Culto divino aprovou a missa com o título de
“Bem-aventurada Virgem Maria Mãe e medianeira de graça”. A Liturgia celebra, em
primeiro lugar, a Cristo “verdadeiro Deus e verdadeiro homem, único mediador…
sempre vivo a interceder por nós”. Mas também honra a Bem-aventurada Virgem
Maria, mãe e mediadora de graça, porque o Pai, “segundo o admirável desígnio do
seu amor”, a constituiu mãe e colaboradora do Redentor. A Virgem Maria é mãe de
graça, porque trouxe no seu “seio puríssimo” Cristo verdadeiro Deus e
verdadeiro homem, e nos deu o próprio “Autor da graça”. A Virgem Maria é
medianeira de graça, pois foi associada a Cristo para nos dar a graça maior, a
redenção, isto é, a salvação, a vida divina e a glória eterna. A sua “mediação”
é “providência de amor”, “de intercessão e de perdão, de proteção e de graça,
de reconciliação e de paz”. (cf. Missal Romano,
Missas da Bem-aventurada Virgem Maria).
“Maria,
Mãe de Jesus, está intimamente associada à vida e obra redentora de seu Filho.
Mãe da Igreja, por sua intercessão maternal, está presente junto daqueles que
trabalham para a regeneração dos homens” (cf. LG 65).
Foi o
próprio Jesus quem nos deu Maria por Mãe. Ela tem por missão conduzir-nos ao
seu Coração, ao seu amor. A ternura que ela tem por nós ultrapassa a das mães
mais amorosas. Acolhe sempre com bondade aqueles que vão ter com ela. Ela
apresenta incessantemente ao seu Filho as almas e os corações dos seus fiéis
servidores. Jesus ama aqueles que ela ama. Como Ele é o mediador entre o seu
Pai e os homens, Maria é a mediadora entre os homens e Ele. Para isso, deu-lhe
todo o poder sobre o seu Coração. Dispõe dele como uma mãe pode dispor do
coração do melhor dos filhos. Dirijamo-nos, portanto, à Virgem Imaculada,
peçamos-lhe a devoção ao Sagrado Coração e havemos de obtê-la. Jesus é a
verdade e a vida, mas comunica-nos a vida espiritual pelo Espírito de verdade e
de amor. Maria é a esposa do Espírito Santo. Ela coopera a este duplo título de
Mãe do Sagrado Coração e de Esposa do Espírito Santo nas operações da graça.
Ela é a porta do céu, porque é a distribuidora das graças, que a Ele conduzem.
A mulher da nova
aliança
O relato das bodas de Caná constitui uma releitura da
aliança que Deus realizou com o povo de Israel. O compromisso de amor mútuo foi
rompido por sucessivas infidelidades por parte de Israel, desde a opção pela
monarquia até a organização do sistema sacerdotal de pureza. Não é por acaso
que, logo após as bodas de Caná, Jesus se dirige ao Templo, onde,
profeticamente, denuncia a exploração ali instalada e anuncia um novo Templo,
que é ele próprio.
Na festa de casamento, Jesus é apresentado como o esposo da
nova humanidade. O sistema judaico, organizado segundo os interesses de uma
elite religiosa, esvaziou o sentido da antiga aliança; já não responde ao amor
de Deus. A imposição de um legalismo excludente criou imenso vazio no coração
do povo. Os seis potes vazios representam as festas judaicas (o Evangelho de
João apresenta seis delas), que deveriam ser expressão de plena alegria pela
presença amorosa e salvadora de Deus. No entanto, estão vazias, perderam o
verdadeiro conteúdo que saciaria a sede que o povo tem de Deus.
A comunidade de João manifesta sua fé em Jesus como
Deus-esposo que vem resgatar (Caná significa “adquirir”) sua esposa e
oferecer-lhe o vinho do amor e da alegria. Essa festa de casamento, portanto, é
a celebração da nova aliança. A esposa é o novo povo de Deus, formado pelas
comunidades cristãs. A esposa é representada pela mãe de Jesus. Por isso Jesus
se dirige a ela chamando-a de “mulher”. Ela executa um papel muito especial:
percebe que naquela festa falta o essencial. Dirige-se a Jesus, pois sabe que
dele vem a solução: “Eles não têm mais vinho”. Jesus lhe responde que sua hora
ainda não chegou. O texto supõe que aquela mãe-mulher-comunidade entendeu
perfeitamente e, por isso, confia em Jesus: “Fazei tudo o que ele disser”. Na
cena seguinte, vemos Jesus-esposo dizendo de modo imperativo aos que serviam:
“Enchei os potes de água”, e depois: “Tirai e levai ao mestre-sala”. Este
provou sem saber de onde viera o melhor vinho. Porém, “os que serviam estavam
sabendo”. O vinho em abundância simboliza o dom do amor de Deus para a
humanidade. É a volta da plena alegria oferecida por Deus, que celebra com seu
povo a aliança definitiva.
João faz questão de dizer que “esse foi o princípio dos
sinais… e os discípulos acreditaram nele”. Até a “hora de Jesus” – o momento de
sua morte e glorificação –, vários outros sinais serão por ele realizados. O
tema da aliança contemplado no primeiro sinal serve como chave de interpretação
para todos os demais. No final do evangelho, João vai dizer: “Esses sinais
foram escritos para que vocês acreditem que Jesus é o Messias, o Filho de Deus.
E para que, acreditando, vocês tenham a vida em seu nome” (20,31). Nesse mesmo
evangelho, Jesus declarou: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em
abundância” (10,10).
A mãe de Jesus, que aparece nas bodas de Caná como
representante do novo povo de Deus, indica como podemos ser fiéis à aliança com
Deus: permanecendo atentos às necessidades do povo, contando com a graça de
Jesus presente no meio de nós e pondo-nos a serviço do seu projeto de vida em
abundância para todos.
3. II leitura (Ap 12,1.5.13a.15-16a): A mulher geradora de
vida nova
Atualizando: Segundo
João, a primeira semana de Jesus termina com a festa de casamento em Cana. João
relata este episódio por causa do seu aspecto simbólico: o casamento é o
símbolo da união de Deus com a humanidade, realizada de maneira definitiva na
pessoa de Jesus, Deus-e-Homem. Sem Jesus, a humanidade vive uma festa de casamento
sem vinho. Maria, aliviando a situação constrangedora, simboliza a comunidade
que nasce da fé em Jesus, e as últimas palavras que ela diz neste evangelho são
um convite: “Façam o que Jesus mandar”. Jesus diz que a sua hora ainda não
chegou, pois só acontecerá na sua morte e ressurreição, quando ele nos
reconcilia com Deus. Jesus utilizou a água que os judeus usavam para as
purificações. Os judeus estavam cegos pela preocupação de não se mancharem, e
sua religião multiplicava os ritos de purificação. Mas Jesus transformou a água
em vinho! É que a religião verdadeira não se baseia no medo do pecado. O
importante é receber de Jesus o Espírito. Este, como vinho generoso, faz a
gente romper com as normas que aprisionam e com a mesquinhez da nossa própria sabedoria.
O episódio de Cana é uma espécie de resumo daquilo que vai acontecer através de
toda a atividade de Jesus: com sua palavra e ação, Jesus transforma as relações
dos homens com Deus e dos homens entre si. Maria, como mãe de Jesus, o Filho de
Deus, é revestida de imensa glória. Sua proximidade do Filho permite que seja
um apoio para nossa fé. Maria nos conduz a Jesus. Pois é a si próprio que Jesus
chama a todos para segui-lo como discípulos. O evangelista João fala sempre em
"a mãe de Jesus", sem dizer seu nome. "Mãe", com seu
sentido de origem do ser, representa a maternidade universal e divina de Maria,
gerando para a vida eterna. A nossa piedade vê, neste evangelho, o importante
papel de Nossa Senhora no projeto salvífico de Deus. Ela é sensível às nossas
necessidades, e intercede por nós junto a seu Filho. E Jesus atende aos apelos
de sua mãe.
Em Ester (primeira leitura) a tradição encontrou uma
similitude com Maria: ela intercede junto ao rei por seu povo. No Apocalipse, a
mulher celestial que dá à luz um filho homem (segunda leitura), também
encontramos uma alusão à Maria. Aqui podemos, ainda, ver uma referência à
Igreja, na terra, perseguida pela Serpente. No evangelho de João temos uma
simbologia abrangente. Jesus está inaugurando seu ministério. Nele encontramos
algo extraordinariamente novo, que extrapola as expectativas e observâncias do
judaísmo. Na tradição profética, a Aliança de Deus com seu povo é apresentada
como uma núpcias. Nesta narrativa de João, a festa de núpcias não oferece vinho
suficiente. Havia seis talhas de pedra, vazias, destinadas às purificações
rituais dos judeus, que foram preenchidas com água. A água de purificação não é
solução. É preciso transformá-la. A atual prática do judaísmo deixa a desejar.
A mãe de Jesus percebe o problema. Com seu simbolismo, João não pretende
realçar a relação amorosa, mãe-filho, mas sim a relação de maternidade entre
Maria e a humanidade. Jesus afirma que não é a "sua hora", a hora de
sua glorificação na cruz, que consagra uma vida toda dedicada à renovação do
mundo pelo amor, até o fim, sem temer a morte. Contudo Jesus resolve sinalizar
sua "hora", e associa a água, fonte da vida, ao vinho, fonte de
alegria! O amor de Jesus liberta da Lei e gera vida e alegria.
SEGUNDA
LEITURA (Ap 12,1.5.13a. 15-16a) Leitura do Apocalipse de São João.
Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua
debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. E ela deu à luz um
filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro.
Mas o filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. Quando viu que
tinha sido expulso para a terra, o dragão começou a perseguir a mulher que
tinha dado à luz o menino. A serpente, então, vomitou, como um rio de água
atrás da mulher, a fim de a submergir. A terra, porém, veio em socorro da
mulher.
Na leitura do
Apocalipse, temos a descrição do povo de Deus, por meio de uma simbologia
bíblica tradicional: a mulher adornada com todo o seu esplendor - o sol, a lua
e as doze estrelas. O dragão, Satanás, é descrito com os símbolos do domínio. O
menino, Messias, é o início do novo povo de Deus. Desde os primeiros tempos da
Igreja, esse texto foi aplicado a Maria. Mais do que ser fiel aos mandamentos
de Deus para alcançar a salvação, ela gera para o mundo a salvação, dizendo sim
ao Senhor. De sua humanidade, podemos conhecer o nosso Deus, que se revela
mediante seu Filho, imagem visível do Deus invisível.
A segunda
Leitura nos remete a liturgia da Assunção. Maria que protege a humanidade e a
Igreja – exerce a missão de Mãe e Mestra. Maria gerou e levou o Salvador ao
mundo, e presenciou a sua vitória, eis o que une Maria e a Igreja, que tem a
missão de levar o Salvador ao Mundo e presenciar a Vitória de Cristo sobre o
mundo, como Rei da Humanidade. Que fazem de Maria e da Igreja uníssonas na obra
da salvação.
Assim neste
dia santo para nós católicos queremos reafirmar a nossa sã doutrina que o
aprovado culto Mariano está sempre em relação ao seu Filho Jesus. A salvação do
homem consiste na comunhão com o Deus trino, comunhão que lhe é concedida
através do encontro existencial com Jesus Cristo: quem o vê, vê também o
Pai(cf. Jo 14,9). Por isso, a salvação é sempre a salvação em Cristo: ela tem
um lugar quando alguém se insere nele, cabeça do corpo, videira para os
sacramentos. Nossa Senhora Aparecida constituiu importante ponto de referência neste
empreendimento. Esta Maria unida a Jesus de maneira única não só no plano
biológico, mas também – e sobretudo – no plano espiritual, religioso e
existencial. Aquele que em seu espírito, em sua espiritualidade e conduta
prática se aproxima o mais possível de Maria, também se encontra numa estreita
relação com Cristo e se coloca realmente na sua caminhada, que conduz ao Deus
uno e trino, nossa vida. Maria não é a meta da existência cristã, mas o seu
perfeito modelo e, neste sentido é insubstituível.
Como bem
asseverou o Servo de Deus João Paulo II: “Ajudem, pois, os fiéis a viverem sua
devoção mariana como um claro e corajoso testemunho de amor a Cristo, que
manifeste a identidade pessoal e comunitária dos católicos, contra o perigo do
secularismo e do consumismo, e ao mesmo tempo favoreça nas famílias a prática
das virtudes cristãs. De igual modo, esta devoção ajudará a consolidar os
vínculos de comunhão com os Pastores da Igreja de Cristo, enfrentando a
desagregação da fé, fomentada tantas vezes pelo proselitismo das seitas.
A história
ensina que Maria é a verdadeira salvaguarda da fé; em cada crise, a Igreja
reúne-se à volta d'Ela. Só assim os discípulos do Senhor poderão ser para os
outros sal da terra a luz do mundo (cf. Mt 5, 13.14). “Feliz do povo, cujo
Senhor é Deus, cuja Rainha é a Mãe de Deus!” Assim proclamava o Papa Pio XII. A
missão essencial da Igreja consiste precisamente em fazer nascer Cristo no
coração dos fiéis (cf.Lumen gentium, 65) pela ação do mesmo Espírito
Santo, através da evangelização.
Salvos das
águas pela fé e pelo Batismo, os cristãos podem atingir algo daquilo que
contemplam na Virgem Aparecida, a Imaculada, se seguirem o seu conselho: “Fazei tudo o que Ele
vos disser!”.
Amém!
O capítulo 12 do Apocalipse apresenta a situação de
sofrimento pela qual passam as comunidades cristãs no final do século I, sob a
opressão do imperador Domiciano. A mulher e o dragão representam dois projetos
antagônicos: o de Jesus com as comunidades cristãs e o do império romano.
Percebe-se aqui uma evocação do texto de Gênesis: “Porei hostilidade entre ti e
a mulher, entre tua descendência e a descendência dela. Ela te esmagará a
cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (3,15).
A mulher é descrita como “um grandioso sinal no céu, vestida
com o sol, tendo a lua sob os seus pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze
estrelas”. São símbolos com profundo significado. A mulher aparece no céu,
irradiando a gloriosa luz divina, revestida de grande poder cósmico. A coroa de
doze estrelas tem relação com as tribos de Israel e o novo povo de Deus nascido
da fé em Jesus Cristo. A mulher também representa Maria, a mãe de Jesus, o
verdadeiro rei de toda a humanidade que subiu ao céu e está junto do trono de
Deus.
O dragão é a antiga serpente, isto é, aquele que introduz o
mal e a morte no mundo. Persegue a mulher e procura matá-la. O vômito do dragão
atrás da mulher, tentando afogá-la, é o império romano, que, com força e poder,
faz submergir todo o povo com sua ideologia. Não admite outros projetos. Por
isso persegue especialmente os seguidores de Jesus. A terra, porém, engole o
vômito do dragão, salvando a mulher. É a própria história que “engole” os
impérios. Eles não são eternos; não são absolutos. Dentro de si carregam o
germe da própria destruição.
A mulher, portanto, representa os pequeninos e fracos pelos
quais Deus se manifesta ao mundo, oferecendo vida e salvação. Maria de Nazaré
gerou o Filho de Deus, nosso salvador. As comunidades cristãs, seguidoras de
Jesus, têm a missão de gerar vida e dignidade no mundo. Essa missão
contrapõe-se aos projetos de morte impostos pelos poderosos. A mulher que, na
fé e confiança em Deus, vence o dragão é símbolo de todas as pessoas empenhadas
na defesa e promoção da vida contra todo tipo de opressão e exclusão.
Atualizando: A
Mulher é um símbolo cheio de significados: é Eva, a mãe da humanidade (cf. Gn
3,15-20); também o povo de Israel (doze estrelas = doze tribos) assim como
Sião, o resto do povo de Deus que espera o Messias (Is 66,7). É também Maria
enquanto mãe de Jesus e mãe dos discípulos de Jesus (Jo 19,25-27), e o povo de
Deus da nova Aliança (doze estrelas = doze apóstolos). O dragão personifica o
mal, inimigo de Deus. Trata-se do egoísmo, orgulho e autossuficiência que deformam
os indivíduos e os grupos sociais. Ele é sanguinário (vermelho), tem pleno
poder sobre os impérios do mundo (sete cabeças e sete diademas), mas sua força
é relativa e imperfeita (dez chifres). Ele tem a pretensão de lutar contra Deus
(estrelas do céu). Quer devorar o Filho da Mulher, o Messias que veio para
destruí-lo. O Filho é Jesus, que nasce (ressurreição) para a glória e para
dominar as nações, destruindo o poder do dragão. O mal foi derrotado. Agora a
situação do povo de Deus é como a dos hebreus no deserto, libertados da
escravidão: viverá no deserto até o fim da história, em meio a perseguições e
na intimidade com Deus. O mal não conseguiu vencer Jesus; por isso agora
persegue os cristãos seguidores de Jesus. Mas estes são continuamente protegidos
por Deus, até o final da história. É tempo de perseguição (rio) mas, como no
Êxodo, o povo de Deus não sucumbe.
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PARA
A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à COM
JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Pai, que a Mãe de Vosso
Filho interceda por nós.
- Senhor,
nós vos louvamos, pois sois bondoso e fiel. Desde o começo do mundo vos
revelastes como Deus de amor e por meio dos profetas alimentastes nossa
esperança de nos enviar o Salvador. Senhor, obrigado por nos dar Maria como
nossa mãe e nossa intercessora.
T: Pai, que a Mãe de Vosso
Filho interceda por nós.
- Senhor,
nosso Deus e Pai, bendito seja o Vosso nome sobre em todo o universo. Grande é
vosso amor nos enviando vosso Filho para nos guiar ao Vosso Reino. Pai,
agradecemos pela nossa vida, pelo nosso batismo e pela esperança da vida
eterna.
T: Pai, que a Mãe de Vosso
Filho interceda por nós.
-
Pai, enviai o Espírito
Santo sobre nós, para que nos transformemos e tenhamos coragem de levar vosso
nome a todos os nossos irmãos que não vos conhecem ou que vos abandonaram. Que
a Virgem Maria, nossa mãe, seja a nossa força na obediência aos vosso projetos
e seja a nossa defensora em nossas dificuldades.
T: Pai, que a Mãe de Vosso
Filho interceda por nós.
- PAI NOSSO... A Paz de Cristo... Eis o
Cordeiro...
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
S. Oremos: ...
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Avisos ...
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COM
TODAS AS CRIANÇAS PERTO DA IMAGEM:
Coroação de Maria... (Canto:
... te coroamos, ó Mãe...)
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As crianças
coroam Maria
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Canto: DAI-NOS A
BENÇÃO, Ó MÃE QUERIDA, NOSSA SENHORA APARECIDA. (bis)
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BÊNÇÃO DAS
CRIANÇAS
Presid.: Senhor, nosso Deus, que da boca das crianças preparastes um louvor do
vosso nome, olhai para estas crianças que a fé da Igreja recomenda à vossa piedade;
e, assim como o vosso Filho, nascido da virgem, recebia com amor as crianças,
abraçando-as e abençoando-as e propôs o exemplo delas à imitação de todos,
assim, Ó Pai, derramai sobre elas a vossa bênção e dai a vossa proteção, a fim
de que, quando crescerem através de uma boa convivência com as pessoas e com a
cooperação da força do Espírito Santo, se tornem testemunhas de Cristo no mundo
e saibam espalhar e defender a fé. Por Cristo, Nosso Senhor.
Todos: Amém.
CONSAGRAÇÃO A
NOSSA SENHORA
“Ó Maria Santíssima, pelos
méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em vossa querida imagem de Aparecida,
espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil. Eu, embora indigno de
pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de
participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés,
consagro-vos o meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis;
consagro-vos a minha língua para que sempre vos louve e propague a vossa
devoção; consagro-vos o meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre
todas as coisas.
Recebei-me, ó
Rainha incomparável, vós que o Cristo crucificado deu-nos por Mãe,
no ditoso número de vossos filhos e filhas; acolhei-me debaixo de vossa
proteção; socorrei-me em todas as minhas necessidades, espirituais e temporais,
sobretudo na hora de minha morte.
Abençoai-me, ó
celestial cooperadora, e com vossa poderosa intercessão, fortalecei-me
em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa
louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda eternidade. Assim seja!”
Amém.
VIVA A SENHORA
APARECIDA! (3x)
23. BÊNÇÃO
FINAL
Pres- O Deus de
bondade, que pelo Filho da Virgem Maria quis salvar a todos, vos enriqueça com
sua bênção. AMÉM.
- Seja-vos dado sentir sempre e por
toda parte a proteção da Virgem Maria, por quem recebestes o autor da vida.
AMÉM.
- E vós, que vos reunistes hoje para
celebrar sua solenidade, possais colher a alegria espiritual e o prêmio eterno.
AMÉM.
- Abençoe-vos Deus todo-poderoso: PAI
E FILHO E ESPÍRITO SANTO. AMÉM.
- Ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
GRAÇAS A DEUS.
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