33º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C 2016
TEMA: “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” Deus nos conduz a nova terra da felicidade plena e da vida definitiva. Somos cidadãos da Terra e também do Céu; sempre alegres, compreensivos com todos, trabalhadores e bons amigos.
Primeira leitura:, O
profeta anuncia que Deus não abandona seu Povo. O Deus libertador vai intervir
no mundo e vai fazer com que nasça esse “sol da justiça” que traz a salvação.
Evangelho: A Igreja tem um caminho
a percorrer, até à segunda vinda de Jesus. A missão é a transformação do mundo
para que nasça o Reino. Esse “caminho” será de dificuldades e perseguições; mas
os discípulos terão sempre a ajuda e a força de Deus.
Segunda leitura: enquanto
esperamos a vida definitiva, não temos o direito de nos instalarmos na preguiça
e no comodismo, alheando-nos das grandes questões do mundo e evitando dar o
nosso contributo na construção do Reino.
PRIMEIRA LEITURA (Ml 3,19-20a) Leitura da Profecia de Malaquias.
Eis que virá o dia,
abrasador como fornalha, em que todos os soberbos e ímpios serão como palha; e
esse dia vindouro haverá de queimá-los, diz o Senhor dos exércitos, tal que não
lhes deixará raiz nem ramo. Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da
justiça, trazendo salvação em suas asas.
AMBIENTE - “Malaquias” significa “o meu mensageiro”. É um
profeta pós-exílio. Metade do séc. V a.C. O Templo já havia sido reconstruído.
No entanto, o entusiasmo estava apagado; Duvidava do amor de Deus, da sua
justiça, do seu interesse por Judá. Este “mensageiro de Deus” reage contra a
situação. Exige a conversão do Povo e a reforma da vida cultual.
MENSAGEM - O nosso
texto refere-se ao “dia do julgamento”, - e não ao fim do mundo– Jahwéh vai
oferecer ao seu Povo a salvação definitiva… O profeta está – utilizando uma
linguagem e imagens proféticas para que não desanimem, pois Deus vai intervir
no mundo para fazer aparecer um mundo novo. Trata-se de um apelo à esperança:
“apesar da situação caótica em que estamos, não desanimemos, mantenhamo-nos
fiéis a Jahwéh, pois Deus vai fazer aparecer um mundo novo, de vida e de
felicidade para todos”. Para os cristãos, esta profecia compreende-se à luz da
intervenção libertadora de Jesus: Ele é o “sol de justiça” que brilha no mundo
e que insere os homens na dinâmica de um mundo novo – a dinâmica do “Reino”.
ATUALIZAÇÃO ♦ Muitas
vezes temos a sensação de que o nosso mundo caminha para o abismo e que nada o
pode deter. A questão é: a esperança ainda faz sentido? Este mundo tem saída?
Um profeta anônimo de há 2450 anos dá voz à esperança e garante-nos: Deus não
nos abandonou; Ele vai intervir – Ele está sempre a intervir – no mundo…
♦ É
preciso ter consciência de que a intervenção libertadora de Deus acontece a
cada instante; e nós devemos estar numa espera vigilante e ativa, a fim de
sabermos reconhecer e acolher de braços abertos a intervenção libertadora de
Deus na nossa história e na nossa vida.
♦ Muitas
vezes esta profecia e outras semelhantes são usadas para incutir medo: “quem
não ganhar juízo, irá sofrer castigos pavorosos e ser atirado para o inferno”…
Interpretar estes textos desta forma é distorcer a Palavra de Deus: eles não
pretendem amedrontar-nos, mas fortalecer a nossa esperança no Deus libertador e
dar-nos a coragem necessária para enfrentar os dramas da vida e da história.
SALMO RESPONSORIAL 97 (98)
O Senhor
virá julgar a terra inteira; / com justiça julgará.
• Cantai salmos ao
Senhor ao som da harpa / e da cítara
suave! / Aclamai, com
os clarins e as trombetas,/ ao
Senhor, o nosso Rei!
• Aplauda o mar com
todo ser que nele vive, / o mundo
inteiro e toda gente!
/ As montanhas e os rios batam
palmas / e exultem de
alegria.
• Exultem na presença
do Senhor, pois ele vem, / vem
julgar a terra
inteira. / Julgará o universo com justiça
/ e as nações com
equidade
EVANGELHO (Lc 21,5-19) Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, algumas
pessoas comentavam a respeito do Templo, que era enfeitado com belas pedras e
com ofertas votivas. Jesus disse: “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que
não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”.
Mas eles perguntaram:
“Mestre, quando acontecerá isso? E qual vai ser o sinal de que estas coisas
estão para acontecer?” Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados,
porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ e ainda: ‘O tempo está próximo’.
Não sigais essa gente! Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não
fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será
logo o fim”. E Jesus continuou: “Um povo se levantará contra outro povo, um
país atacará outro país. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos
lugares;
acontecerão coisas
pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu. Antes, porém, que estas coisas
aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos
na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome.
Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. Fazei o firme propósito
de não planejar com antecedência a própria defesa; porque eu vos darei palavras
tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. Sereis
entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles
matarão alguns de vós. Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não
perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis
ganhar a vida!”.
AMBIENTE - Lucas conclui a pregação de Jesus com um discurso escatológico onde se misturam referências à queda de Jerusalém e ao “fim dos tempos”.
MENSAGEM - No
discurso escatológico de Lucas aparecem três momentos da história
da salvação: a destruição de Jerusalém, o tempo da missão
da Igreja e a vinda do Filho do Homem (que porá fim ao “tempo da Igreja”
e trará a plenitude do “Reino de Deus”. Na perspectiva profética, Jerusalém é o
lugar onde deve irromper a salvação de Deus e para onde convergirão todos os
povos empenhados em ter acesso a essa salvação. No entanto, Jerusalém recusou a
oferta de salvação que Jesus veio trazer. A destruição da cidade e do Templo
significa que Jerusalém deixou de ser o lugar exclusivo e definitivo da
salvação. A Boa Nova de Jesus vai, portanto, deixar Jerusalém e partir ao
encontro de todos os povos.
Começa, assim, uma outra fase da história da
salvação: começa o “tempo da Igreja” – o
tempo em que a comunidade dos discípulos testemunhará a salvação a todos os
povos da terra. Vem, depois, uma reflexão sobre o “tempo da Igreja”, que
culminará com a segunda vinda de Jesus. Como será esse tempo? Em primeiro
lugar, Lucas sugere que, após a destruição de Jerusalém, surgirão falsos
messias e visionários que anunciarão o fim. Lucas avisa: “não sigais atrás
deles”; e esclarece: “não será logo o fim”. A destruição de Jerusalém no ano 70
pelas tropas de Tito deve ter parecido aos cristãos o prenúncio da segunda
vinda de Jesus e alguns pregadores populares deviam alimentar essas ilusões…
Mas Lucas (que escreve durante os anos 80) está apostado em eliminar essa febre
escatológica que crescia em certos setores cristãos: em lugar de viverem
obcecados com o fim, os cristãos devem preocupar-se em viver uma vida cristã
cada vez mais comprometida com a transformação “deste” mundo.
Em segundo lugar,
paulatinamente, irá surgindo um mundo novo. Para dizer isto, Lucas recorre a
imagens apocalípticas (“povo contra povo e reino contra reino”; “terremotos e,
fome e epidemias; grandes sinais no céu”), muito usadas para falar da queda do
mundo velho – o mundo do pecado, do egoísmo, da exploração – e do surgimento de
um mundo novo… A questão é esta: no tempo que medeia entre a queda de Jerusalém
e a segunda vinda de Jesus, o “Reino de Deus” ir-se-á manifestando; o mundo
velho desaparecerá e nascerá um mundo novo (recordemos que os discípulos devem
empenhar-se na sua construção). É claro que a libertação plena e definitiva só
acontecerá com a segunda vinda de Jesus.
Em terceiro lugar, Lucas
põe os cristãos de sobreaviso para as dificuldades e perseguições que marcarão
a caminhada, até à segunda vinda de Jesus. Lucas lembra-lhes que não estarão sós,
pois Deus estará sempre presente; será com a força de Deus que eles enfrentarão
os adversários e que resistirão à tortura, à prisão e à morte; O discurso
escatológico define, portanto, a missão da Igreja na história (até à segunda
vinda de Jesus): dar testemunho da Boa Nova e construir o Reino. Os discípulos
nada deverão temer: haverá dificuldades, mas eles terão sempre a ajuda e a
força de Deus.
ATUALIZAÇÃO ♦ O
fundamental não é o discurso sobre o “fim do mundo”, mas sim o discurso sobre o
percurso que devemos percorrer, até chegarmos à plenitude da história humana…
Trata-se de uma caminhada que não nos leva ao aniquilamento, à destruição
absoluta, mas à vida nova, à vida plena; por isso, deve ser uma caminhada que
devemos percorrer de cabeça levantada, cheios de alegria e de esperança.
♦ É uma
caminhada de dificuldades, de lutas, onde o bem e o mal se confrontarão sem
cessar; mas é um percurso onde o mundo novo irá surgindo e onde a semente do “Reino” irá germinando.
Aos crentes pede-se que reconheçam os “sinais” do “Reino”, que se alegrem
porque o “Reino” está presente e que se esforcem, todos os dias, por tornar
possível essa nova realidade. A nossa vida não pode ser um ficar de braços
cruzados a olhar para o céu, mas um compromisso sério, de forma que floresça o
mundo da justiça, do amor e da paz.
♦ Os crentes não estão sós, mas Deus vai com
eles… É essa presença de Deus que lhes permitirá enfrentar as forças da morte;
permitirá aos discípulos vencer o desânimo, a adversidade, o medo.
♦ Alguns
sinais são, apenas, sinais de que estamos a nascer para algo novo e melhor.
Todos sabemos que é impossível construir algo mais bonito, sem a destruição do
que é velho.
SEGUNDA LEITURA (2Ts 3,7-12) Leitura da 2ª Carta de São Paulo
aos Tessalonicenses
Irmãos, bem sabeis
como deveis seguir o nosso exemplo, pois não temos vivido entre vós na
ociosidade. De ninguém recebemos de graça o pão que comemos. Pelo contrário,
trabalhamos com esforço e cansaço, de dia e de noite, para não sermos pesados a
ninguém. Não que não tivéssemos o direito de fazê-lo, mas queríamos
apresentar-nos como exemplo a ser imitado. Com efeito, quando estávamos entre
vós, demos esta regra: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer”. Ora,
ouvimos dizer que entre vós há alguns que vivem à toa, muito ocupados em não
fazer nada. Em nome do Senhor Jesus Cristo, ordenamos e exortamos a estas
pessoas que, trabalhando, comam na tranquilidade o seu próprio pão.
AMBIENTE - Nesta
carta percebe-se, claramente, que alguns cristãos de Tessalônica, persuadidos
de que a vinda do Senhor estava muito próxima, viviam “nas nuvens”,
negligenciando os seus deveres de todos os dias.
MENSAGEM - O autor
da Carta rejeita a atitude daqueles que
vivem ocupados com futilidades e não fazem nada de útil. Dá como exemplo
o próprio Paulo: ele nunca escolheu a ociosidade, nem viveu à custa de quem
quer que fosse. Onde houver parasitas que vivem à custa dos demais, rapidamente
a comunidade chegará a uma situação insustentável: surgirão os conflitos, as
acusações, as divisões e a fraternidade será uma miragem. Viver em comunidade
exige a repartição equitativa dos recursos a que a comunidade tem acesso; mas
exige, também, a responsabilização de todos os membros, a fim de que todos
ponham ao serviço dos irmãos os próprios dons e contribuam para a construção,
para o equilíbrio e para a harmonia comunitárias.
ATUALIZAÇÃO ♦ O “Reino de Deus” é uma realidade que atingirá
o ponto culminante na vida futura; mas começa a construir-se aqui e agora e
exige o esforço e o empenho de todos.
♦ É preciso
cuidado para não nos tornarmos parasitas da sociedade: a nossa missão é
tornarmo-nos “sinais” que anunciam o mundo novo e trabalhar para que esse mundo
novo seja uma realidade.
Pe.
Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
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"Levantai a cabeça"
A meta final,
para onde Deus nos conduz, faz nascer em nós a esperança e a coragem
para enfrentar
as adversidades e lutar pelo Advento do Reino.
Na 1a
leitura: Malaquias descreve o "Dia do Senhor". (Mal 4,1-2)
- O Povo de
Israel tinha voltado do exílio com muitas promessas de um futuro maravilhoso,
um reino de paz, de bem estar e de justiça.
Mas, o que ele
vê é o contrário. Por isso, começa a manifestar a desilusão.
- Malaquias,
numa linguagem profética, dirige palavras de conforto e esperança.
Deus não
abandona o seu povo. Vai intervir na história, destruindo o mal e fazendo
triunfar o Bem, a Justiça e a Verdade.
* O texto não
pretende incutir medo, falando do "fim do mundo", mas fortalecer a
ESPERANÇA no Deus libertador para enfrentar os dramas da Vida e da História.
Esperança que
devemos ter ainda hoje, apesar do que vemos...
A 2a
Leitura fala da comunidade de Tessalônica, perturbada por fanáticos
que pregavam estar próximo o fim do mundo. Por isso, não valia mais a pena
continuar trabalhando.
Paulo
apresenta o exemplo de trabalho de sua vida e acrescenta:
"Quem não quer trabalhar, também não deve
comer..." (2Ts 3,7-12)
* O TRABALHO é o melhor jeito de se preparar
para a vinda do Senhor.
No Evangelho,
temos o Discurso Escatológico, em
que aparecem três momentos da História da Salvação:
A destruição
de Jerusalém, o tempo da Missão da Igreja e a Vinda do Filho do Homem. (Lc 21,5-19)
- Lucas
escreveu o evangelho uns 50 anos depois da morte de Cristo (pelos anos 80).
Durante esse tempo, aconteceram fatos
terríveis: guerras, revoluções, a
destruição do Templo de Jerusalém, a perseguição dos cristãos por parte dos
judeus e dos romanos.
- Para muitos
eram sinais do fim do mundo...
Lucas, com palavras do próprio Mestre, indica
duas atitudes:
.
Não se deixar enganar por falsos profetas.
.
Não perder a esperança, Deus está conosco.
- Os
Discípulos mostram a Jesus com orgulho a grandiosidade do TEMPLO...
- Jesus não se
entusiasma com essa estrutura, para ele já superada, e anuncia o fim desse
modelo de sociedade e o surgimento de outra:
"Dias
virão em que não ficará pedra sobre pedra... Tudo será destruído."
- Diante disso, curiosos, querem saber mais
informações:
"Quando acontecerá isso? Qual vai ser o sinal?"
- Jesus responde numa linguagem apocalíptica,
misturando referências à queda de Jerusalém e ao fim do mundo:
"Haverá
grandes terremotos... fome e peste...
aparecerão fenômenos espantosos no céu...
+ Jesus
alerta sobre os falsos profetas: Não se deixar enganar:
"Cuidado para não serdes enganados,
porque muitos virão em meu nome... Não sigais essa gente".
* Ainda hoje
muitas pessoas falam em nome de Jesus, dando respostas fantasiosas produzidas
por motivações pessoais. Não é prudente acreditar em tudo o que se diz em nome
de Jesus.
+ Jesus
exorta à esperança: Não ter medo...
Esses sinais de desagregação do mundo velho
não devem assustar, pelo contrário são anúncio de alegria e esperança, de que
um mundo novo está para surgir.
"Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se, ERGAM A
CABEÇA, porque a Libertação está próxima". (Lc21,28)
* Jerusalém deixa de ser o lugar exclusivo e
definitivo da salvação; começa o tempo da Igreja, em que a Comunidade dos
discípulos testemunharão a Salvação a todos os povos da terra.
+ As
catástrofes continuam ainda hoje...
Guerras, revoluções, terrorismo infernizam
por toda parte...
Muita gente morre de fome, o aquecimento
global é ameaçador; ciclones, terremotos e maremotos se multiplicam. Parece
mesmo o fim de tudo.
Os discípulos não devem temer: Haverá
dificuldades, mas eles terão sempre a ajuda e a força de Deus.
No Discurso escatológico, Jesus define a
missão da Igreja na História:
Dar testemunho da Boa nova e construir o
Reino.
à
Cristo nos garante: "Coragem, LEVANTAI A CABEÇA, porque
se aproxima a libertação".
Pe.
Antônio Geraldo
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Homilia
de Dom Henrique Soares da Costa –
Estamos no penúltimo domingo do ano
litúrgico. Domingo próximo celebraremos Cristo-Rei e, daqui a precisos quinze
dias estaremos entrando no santo tempo do Advento, que nos prepara para o Natal
do Senhor. Pois bem, o final de um período sempre nos faz recordar que o tempo
corre e a vida passa veloz. Isto deve fazer-nos pensar no fim de todas as
coisas e da nossa vida. “Fim” não somente como final, mas “fim” também como
finalidade… É diante desta realidade que a Palavra de Deus nos quer colocar
nestes últimos dias do ano litúrgico de 2004.
No Evangelho, Jesus nos recorda que
nossa existência é breve, tão fugaz. Àqueles que se encantavam com o aspecto
majestoso do Templo, o Senhor recordou
que tudo passa. Isso vale ainda hoje: para a nossa casa bonita, para o
nosso carro, para o nosso dinheiro, nossa profissão, as pessoas às quais
amamos, os projetos que temos, a nossa própria vida: “Vós admirais
estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído!”
Aqui, o Senhor não deseja ser um desmancha-prazer, não nos quer arrancar o
gosto de viver; deseja tão somente recordar
que nossa vida deve ser vivida na perspectiva da eternidade, daquilo que é
definitivo. Haverá um momento final, haverá um juízo do Senhor sobre a
história humana e sobre a história de cada um de nós, quando, então, ficará
claro o que serviu e o que não serviu, o que teve valor ante os olhos de Deus e
o que não passou de ilusão e falsidade. Nunca esqueçamos disso: nossa vida caminha
para esse momento final, o mais importante de todo nosso caminho existencial.
Haverá, sim, um juízo de Deus: “Eis que virá o dia, abrasador como
fornalha em que todos os soberbos e ímpios serão como palha; e esse dia
vindouro haverá de queimá-los… Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol
da justiça, trazendo salvação em suas asas”. Este juízo, portanto, será
discriminatório: pode significar vida ou morte, salvação ou condenação!
Ante esta realidade, os discípulos
perguntam a Jesus: “Mestre, quando acontecerá isso? Qual vai ser o
sinal de que estas coisas estão para acontecer?” A curiosidade de ontem é
a mesma de hoje… A resposta de Jesus contém dois significados. Primeiro:
observemos que o Senhor dá sinais que se referem à natureza (“Haverá
grandes terremotos… acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos
nos céus.”), sinais que se referem à história humana (“Um povo se
levantará contra outro povo, um país atacará outro país”) e sinais
referentes à própria vida dos discípulos – vale dizer, à nossa vida (“Cuidado
para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’
ou ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente”). Isto quer dizer
que a manifestação final do Senhor vai marcar tudo: a história, a criação e a
vida de cada um de nós; nada ficará fora do juízo de Deus que haverá de se
manifestar em Cristo! Tudo será confrontado com o amor manifestado na cruz do
Senhor. A história humana será passada a limpo e o que foi pecado, desamor,
maldade será destruído; a criação será transfigurada: passará a figura deste
mundo como é agora e, no Espírito do Cristo, haverá um novo céu e uma nova
terra; os discípulos serão examinados pelo Senhor de acordo com sua
perseverança na fé verdadeira, sem se deixarem levar pelas novidades
religiosas, pura falsificação, como as que estamos vendo hoje em dia…
Há ainda um segundo significado:
observemos que os sinais que Jesus dá, acontecem em todas as épocas: sempre houve e haverá convulsões na
natureza, guerras e revoluções na história humana, hereges e falsos profetas,
falsos pregadores e falsos pastores no caminho da Igreja. Tem sido assim
desde o início… Então, por que o Senhor apontou esses sinais? Para deixar claro
que cada geração deve estar vigilante, cada
geração deve recordar sempre que haverá de estar, um dia, diante do Senhor e,
portanto, deve levar a sério sua fé e sua adesão a Jesus. Sobretudo num
mundo como o atual, que nos quer fazer perder de vista o essencial e nos quer
fazer esquecer que caminhamos para o encontro com Cristo como um rio corre para
o mar. Vale-nos, então, o conselho de São Paulo, a que vivamos decentemente,
trabalhando pelo pão cotidiano, sem viver à toa, mas construindo a vida com a
dignidade de cristãos. O Senhor nos previne que não é fácil: o mundo não nos
amará, porque seus pensamentos não são os do Cristo – e isto mais que nunca é
claro hoje, numa sociedade consumista, paganizada, amante do conforto e da
imoralidade, onde cada um vive do seu modo, como se Deus não existisse… Ouçamos
a advertência tão sincera e franca de Cristo: “Sereis entregues até
mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de
vós. Todos vos odiarão (= vos amarão menos, não vos terão entre seus amigos)
por causa do meu nome… É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”
Eis aqui! Vivamos fielmente a nossa
vocação cristã, não tenhamos medo de ser fiéis e de dar o bom testemunho de
Cristo, para que possamos ser aprovados ante o tribunal de Cristo. Nossa vida neste mundo é semente de
eternidade; nossas escolhas e atitudes terão conseqüências eternas. Que o
Senhor nos conceda a graça da perseverança que nos fará ganhar a vida. Amém.
Dom Henrique Soares da Costa
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Homilia do Padre Françoá Costa –
O fim do mundo
Não é raro ver escrito por aí que o
mundo vai se acabar em 2012, isso segundo uma previsão do calendário maia. Mas
não é a primeira vez que se prevê o fim do mundo. Graças a Deus, até o momento
todas tem falhado! Nostradamus, astrólogo francês do século XVI, parece ter
previsto que a terceira guerra mundial eclodiria em 1999. Essa guerra poderia
ser semelhante a um fim de mundo devido ao arsenal bélico em mão de alguns
países. Não houve guerra! Ainda bem!
31 de dezembro de 1980 também foi
data do fim do mundo, segundo um presságio árabe. Naquela noite Júpiter e
Saturno ficaram a 9 graus, mas o mundo não se acabou, como é evidente. 1874,
1914 e 1975 foram as três datas previstas pelas Testemunhas de Jeová para o fim
do mundo. Falharam todas! Também o fundador da igreja Millerita, William
Miller, previu o fim do mundo: 1843 seria o fim. Não foi! Não obstante, e
apesar das falhas do “profeta”, o movimento dos milleritas está presente em
várias igrejas, entre elas a Adventista do Sétimo Dia. Emmanuel Swendenberg,
consultando a alguns anjos, disse que o mundo se acabaria em 1757. Falhou! João
de Toledo, à sua vez, disse que no dia 23 de setembro (ufa, dia do meu
aniversário!) de 1186 todos os planetas estariam alinhados em Libra e o mundo
se acabaria. Os planetas se alinharam, mas o mundo persistiu na sua existência.
Por último, para que não nos cansemos, Bernardo da Turingia em 960 afirmou que
o mundo se acabaria em 992. E já estamos em 2010!
É algo verdadeiramente humano e
nobre: ninguém quer morrer, ninguém quer ser enganado. E porque tantas pessoas
se empenharam tanto em saber a data do fim do mundo? A curiosidade também é
algo assaz humana. Viver e conhecer a verdade são dois grandes desejos que
estão no coração de cada ser humano. Nisso se pode ver que o céu será a
realização de tudo isso: viveremos para sempre conhecendo e amando a Verdade,
que é Deus. Quando? Para cada um, logo após a sua morte haverá um juízo na qual
já se decidirá a sua sorte eterna (cfr. Hb 9,27). Para todos, na consumação dos
tempos, haverá um juízo universal que reafirmará a sentença do juízo particular
tendo em conta as consequências das nossas ações (cfr. Mt 25,31-46). Ambos os
eventos são desconhecidos quanto à sua realização.
De todas as maneiras, e em contra de
qualquer teoria que pretenda saber mais que os desígnios do Altíssimo, no
Evangelho da Missa de hoje, Jesus nos deixa de sobreaviso: “vede que não sejais
enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e ainda: O tempo está
próximo. Não sigais após eles” (Lc 21,8). É verdade: Jesus voltará,
ressuscitaremos com os nossos corpos, seremos julgados, há prêmio (céu) e
castigo (inferno), haverá um novo céu e uma nova terra. Essas são verdades da
nossa fé. Mas, quando acontecerá? Em primeiro lugar, o Senhor nos diz que
tenhamos cuidado para não sermos enganados e depois nos diz que não sigamos os
falsificadores da verdade. Em outra passagem lemos: “vigiai, pois, porque não
sabeis a hora em virá o Senhor. (…) Por isso, estai também vós de preparados
porque o Filho do homem virá numa hora em que menos pensardes” (Mt 24,42-44). O
importante é vigiar e estar preparado sempre, isto é, em graça de Deus e
praticando as obras da fé.
Quanto aos “presságios” do Novo
Testamento sobre o fim – difusão do Evangelho, anticristo, conversão dos judeus
–, parece que é preciso entendê-los como sinais enigmáticos presentes na
história entre a primeira e a segunda vinda de Cristo que ajudam os cristãos a
manter-se em estado de vigilância continua e a desejar a vinda do Senhor. Há uma
presença permanente de Cristo na história que se culminará com a sua Parusia
gloriosa na consumação desses últimos tempos que estamos vivendo. Em efeito, já
estamos nos últimos tempos desde a Encarnação do Filho de Deus: “Quando veio
plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, que nasceu de uma mulher e
nasceu submetido a uma lei” (Gl 4,4).
Tampouco se pode afirmar que o fim do
mundo será uma aniquilação da criação material. Mas esse assunto ficará para
uma reflexão posterior.
Pe. Françoá Costa
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Homilia
do Mons. José Maria – XXXIII Domingo do Tempo Comum (Ano C)
O FIM do Mundo
Estamos no penúltimo domingo do Ano
Litúrgico. A Palavra de Deus convida-nos a meditar no fim último do homem, no
seu destino além da morte. A meta final, para onde Deus nos conduz, faz nascer
em nós a esperança e a coragem para enfrentar as adversidades e lutar pelo
Advento do Reino.
O Profeta Malaquias fala do juízo
final, com acentos fortes: “Eis que virá o dia, abrasador como fornalha…” (Ml
3, 19)
O texto não pretende incutir medo,
falando do “fim do mundo”, mas fortalecer a esperança em Deus para enfrentar os
dramas da vida e da história; esperança que devemos ter ainda hoje, apesar do
que vemos…
São Paulo (2Ts 3, 7-12) fala da
comunidade de Tessalônica, perturbada por fanáticos que pregavam estar próximo
o fim do mundo. Por isso não valia a pena continuar trabalhando. Paulo diz:
“Quem não quer trabalhar, também não deve comer…” (2Ts 3, 10).
A vida é realmente muito curta e o
encontro com Jesus está próximo. Isto ajuda-nos a despreender-nos dos bens que
temos de utilizar e aproveitar o tempo; mas não nos exime de maneira nenhuma de
dedicar-nos plenamente à nossa profissão no seio da sociedade. Mais ainda: é
com os nossos afazeres terrenos, ajudados pela graça, que temos de ganhar o
Céu.
Para imitar Cristo, que trabalhou
como artesão a maior parte de sua vida, longe de descuidar as tarefas
temporais, os cristãos “estão mais obrigados a cumpri-los, por causa da própria
fé, de acordo com a vocação a que cada um foi chamado (GS, 43)”.
O trabalho é o meio ordinário de
subsistência e o campo privilegiado para o desenvolvimento das virtudes
humanas: a rijeza, a constância, o otimismo por cima das dificuldades… A fé
cristã impele-nos além disso a comporta-nos como filhos de Deus com os filhos
de Deus, a viver um espírito de caridade, de convivência, de compreensão, a
tirar da vida o apego à nossa comodidade, a tentação do egoísmo, a tendência
para a exaltação pessoal, a mostrar a caridade de Cristo e os seus resultados
concretos de amizade, de compreensão, de afeto humano, de paz. Pelo contrário,
a preguiça, a ociosidade, o trabalho mal acabado trazem graves conseqüências.
“A ociosidade ensina muitas maldades” (Eclo 33, 29), pois impede a perfeição
humana e sobrenatural do homem, debilita-lhe o caráter e abre as portas à
concupiscência e a muitas tentações.
Durante séculos, muitos pensavam que,
para serem bons cristãos, bastava-lhes uma vida de piedade sem conexão alguma
com as suas ocupações profissionais no escritório, na fábrica, no campo, na
Universidade… Muitos tinham, além disso, a convicção de que os afazeres temporais,
os assuntos profanos em que o homem está imerso de uma forma ou de outra eram
um obstáculo para o encontro com Deus e para uma vida plenamente cristã. A vida
oculta de Jesus veio ensinar-nos o valor do trabalho, da unidade de vida, pois
com o seu trabalho diário o Senhor estava também redimindo o mundo.
O
fiel cristão não deve esquecer que, além de ser cidadão da Terra, também o é do
Céu, e por isso deve comportar-se entre os outros de uma maneira digna da
vocação a que foi chamado, sempre alegre, irrepreensível e simples,
compreensivo com todos, bom trabalhador e bom amigo, aberto a todas as
realidades autenticamente humanas (cf. Fl. 1, 27; 2, 3-4; 2, 15; 4,4).
Jesus (Lc, 21, 5-19) alerta sobre os
falsos profetas: “Cuidado para não serdes enganados…” (Lc 21, 8). Diante das
catástrofes Jesus exorta à esperança: não ter medo… Esses sinais de desagregação do mundo velho não devem assustar, pelo
contrário são anúncio de alegria e esperança, de que um mundo novo está por
surgir. “Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se, ergam a
cabeça, porque a libertação está próxima” (Lc 21, 28).
“É permanecendo firmes que ireis
ganhar a vida” (Lc 21, 19). Aproveitemos o tempo!… Diante das dificuldades não
nos deixemos levar pelo desânimo! Acreditemos na Vitória final do Reino de
Cristo.
Na nossa vida cotidiana, no exercício
da nossa profissão, encontraremos naturalmente, sem assumir ares de mestres,
inúmeras ocasiões de dar a conhecer a doutrina de Cristo: numa conversa
amigável, no comentário a uma notícia que está na boca de todos, ao escutarmos
a confidência de um problema pessoal ou familiar… O Anjo da Guarda, a quem
tantas vezes recorremos, porá na nossa boca a palavra certa que anime, que
ajude e facilite, talvez com o tempo, a aproximação mais direta de Cristo das
pessoas que trabalham conosco.
Cristo
nos garante: “Coragem, levantai a cabeça, porque se aproxima a libertação”.
Mons. José Maria Pereira
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Louvor (quando o Pão consagrado estiver
sobre o altar)
- O SENHOR
ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR NOSSO ...
- COM JESUS, NA FORÇA DO
ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI!
Todos:
LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE!!!
-
Pai, hoje aprendemos que nunca estamos sós. Vós sois o sol de justiça e nos
acompanhais em todos os momentos. Se passamos por dificuldades ou sofrimentos,
estais junto de nós. Obrigado, Pai!! Dai-nos fé e esperança para que nunca
desanimemos e sempre tenhamos esperança.
T:
LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE!!!
-
Pai querido, Paulo nos alerta que devemos trabalhar na construção do Reino.
Vosso Reino já está no meio de nós, e, como discípulos de Jesus, sabemos que
Ele está conosco e temos que fazê-lo manifestado, mas também sabemos que a
plenitude só virá depois que passarmos pela morte e ressuscitarmos com Cristo.
Pai, dai-nos coragem para o trabalho comunitário e que saibamos valorizar o
esforço de nossos irmãos de comunidade.
T:
LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE!!!
-
Pai, muitas vezes esquecemos das riquezas eternas. Muitos chegam a dizer que
não têm tempo para a vossa Igreja. Pai, abri nossos olhos para as verdades que
vosso Filho nos ensinou. Que saibamos valorizar os bens que duram para a
eternidade e que cada um se valorize
como templo de Vossa Glória, pois somos a vossa imagem e semelhança.
T:
LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE!!!
- PAI NOSSO... A
PAZ... EIS O CORDEIRO...
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