32º DOMINGO do TC SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS
ano 2016
SINOPSE: (Diácono Ismael)
TEMA: Todos os Santos; Dia de contemplar os
nossos heróis na fé. “Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do
Cordeiro.” Todos os Santos é a festa de todos aqueles que procuram, em cada
dia, amar a Deus e os seus irmãos.
Primeira leitura: João recorre a uma visão para
descrever nossos heróis na fé.
Evangelho: Jesus nos fala das bem-aventuranças no
Reino.
Segunda leitura: João nos diz que pelo batismo somos
filhos de Deus e nós nem podemos imaginar a felicidade que nos aguarda.
PRIMEIRA LEITURA (Ap 7,2-4.9-14) Leitura do
Livro do Apocalipse de São João.
Eu, João, vi um outro anjo, que
subia do lado onde nasce o sol. Ele trazia a marca do Deus vivo e gritava, em
alta
voz, aos quatro anjos que tinham
recebido o poder de danificar a terra e o mar, dizendo-lhes: “Não façais mal à
terra, nem ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos
do nosso Deus”. Ouvi então o número dos que tinham sido marcados: eram cento e
quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. Depois disso,
vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e
que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam
vestes brancas e traziam palmas na mão. Todos proclamavam com voz forte: “A
salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro”.
Todos os anjos estavam de pé, em volta do trono e dos Anciãos e dos quatro
seres vivos e prostravam- se, com o rosto por terra, diante do trono. E
adoravam a Deus, dizendo: “Amém. O louvor, a glória e a sabedoria,
a ação de graças, a honra, o
poder e a força pertencem ao nosso Deus para sempre. Amém!” E um dos Anciãos
falou comigo e perguntou: “Quem são esses vestidos com roupas brancas? De onde
vieram?” Eu respondi: “Tu é que sabes, meu senhor”. E então ele me disse:
“Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas
roupas no sangue do Cordeiro”.
Breve comentário – Em meio às perseguições o profeta traz
esperança. É uma linguagem codificada, que evoca Roma (Babilônia). Proclama a
vitória do Cordeiro que transformou o caminho de morte em caminho de vida para
todos aqueles que O seguem, e eles são numerosos; participam do seu triunfo,
numa festa eterna.
1- «O selo (o sinete de marcar); nesta marca, em forma de
cruz, o caráter batismal.
2- «Cento e quarenta e quatro mil» é simbólico; 12 x 12 x
1000 e são a mesma «multidão imensa que ninguém podia contar» (v. 9).
3 «Os (24) Anciãos».12 as tribos de Israel e 12 todas as
tribos do mundo.
4- «Os 4 Viventes», os quatro pontos cardeais, ou os quatro
elementos do mundo (terra, fogo, água e ar), isto é, a totalidade do Universo;
única adoração e louvor a Deus.
6- «A grande tribulação»; perseguição violenta no curso da
história da Igreja.
7- «Lavaram as suas túnicas no sangue do Cordeiro». Todos
alcançaram a purificação através do sangue do crucificado, pois aceitaram Jesus
e sua vida foi um esforço contínuo de conversão na imitação do Mestre Divino.
As primeiras
perseguições tinham feito destruições cruéis nas comunidades cristãs, ainda tão
jovens. Iriam estas comunidades, acabadas de fundar, desaparecer? As visões do
profeta cristão trazem uma mensagem de esperança nesta provação. É uma
linguagem codificada, que evoca Roma, perseguidora dos cristãos, sem a nomear
diretamente, aplicando-lhe o qualificativo de Babilônia.
A revelação
proclamada é a da vitória do Cordeiro. Que paradoxo! O próprio Cordeiro foi
imolado. Mas é o Cordeiro da Páscoa definitiva, o Ressuscitado. Ele transformou
o caminho de morte em caminho de vida para todos aqueles que o seguem, em
particular pelo martírio, e eles são numerosos; participam doravante ao seu
triunfo, numa festa eterna.
SALMO RESPONSORIAL / 23 (24)
É assim a geração dos que procuram o Senhor.
• Ao Senhor pertence a terra e o
que ela encerra, / o
mundo inteiro com os seres que o
povoam, / porque
ele a tornou firme sobre os
mares; / sobre as águas a
mantém inabalável.
• “Quem subirá até o monte do
Senhor, / quem ficará
em sua santa habitação?” / “Quem
tem mãos puras e
inocente coração, / quem não
dirige sua mente para
o crime.
• Sobre este desce a bênção do
Senhor / e a recompensa
de seu Deus e Salvador”. / “É
assim a geração dos que
o procuram / e do Deus de Israel
buscam a face”.
EVANGELHO (Mt 5,1-12a) Proclamação do
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, vendo Jesus as
multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e Jesus
começou a ensiná-los: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o
Reino dos Céus. Bem- aventurados os aflitos, porque serão consolados. Bem-
aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem- aventurados os que têm
fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os
misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de
coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque
serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa
da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois vós, quando
vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós
por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos
céus”.
AMBIENTE - Mateus nos lembra a montanha da Lei (Sinai), onde Deus Se revelou
e deu ao seu Povo a antiga Lei. Agora é Jesus, que, numa montanha, oferece ao
novo Povo a nova Lei que deve guiar a todos.
MENSAGEM
Jesus proclama “bem-aventurados”
os que estão de espírito aberto para acolher a proposta que Deus lhes oferece
em Jesus; não colocam sua confiança na riqueza, no poder, no êxitos, mas sua
esperança em Deus.
1- «Os pobres em
espírito». Quem se apresenta diante de Deus com uma atitude humilde,
sem méritos pessoais, pecador, necessitado do perdão divino, da misericórdia de
Deus. Daí que: pobre não é o sem bens, mas o que não se apega a ele; tudo é de
Deus. Se colocou nas mãos de Deus, para servir os irmãos e partilhar tudo com
eles; partilha; não explora, não mente e sente compaixão
dos necessitados.
***• Jesus diz: “felizes os pobres em espírito”; o
mundo diz: “felizes os que tem dinheiro, comodidade, poder, segurança,
bem-estar, pois é o dinheiro que faz andar o mundo e nos torna mais poderosos,
mais livres e mais felizes”.
2 «Os humildes».
Os “mansos” não são os fracos, os que suportam passivamente as
injustiças, mas os que não aceitam as injustiças dos poderosos, mas agem com
amor, sem violência, para a construção da paz; Sabe
compreender, perdoar.
***• Jesus diz: “felizes os mansos”; o mundo diz: “felizes
os que sabem responder com força ainda maior a uma violência e a
injustiça.
3 «Os que choram»,
os que têm o coração cheio de mágoa por terem ofendido a Deus e que vivem na
aflição, no sofrimento provocados pela injustiça, pela miséria, pelo egoísmo; O cristão não se conforma diante do sofrimento dos outros. Ele
se aflige, mas nem por isso perde a alegria, a esperança e a felicidade. O
egoísta fala: “Senhor, obrigado por eu ter comida na mesa, quando há tantos que
não tem”. O cristão fala o contrário: “Senhor, eu lhe agradeço este alimento,
mas me preocupo com os que não tem. Senhor, Abra o nosso coração à partilha!”
***• Jesus diz: “felizes os que choram”; o mundo diz: Feliz quem faz da vida uma festa chic, alta sociedade, amigos poderosos, uma boa conta bancária e um bom emprego arranjado pelo amigo político”.
***• Jesus diz: “felizes os que choram”; o mundo diz: Feliz quem faz da vida uma festa chic, alta sociedade, amigos poderosos, uma boa conta bancária e um bom emprego arranjado pelo amigo político”.
4 «Fome e sede de
justiça». Os que anseiam o projeto de Deus. A idéia de justiça é uma idéia
de natureza religiosa: justo é aquele que cumpre a vontade de Deus. Ele anseia por uma sociedade nova e luta por ela, para que
todos tenham o que lhe é necessário.
***• Jesus diz: “felizes os que têm sede de justiça”; o
mundo diz: feliz quem não está bitolado por uma religião. Religião já era.
Felizes os que não dependem de preconceitos ultrapassados e não acreditam num
deus que diz o que deveis e não deveis fazer; Sois livres.
5 Os “misericordiosos”
são aqueles que têm um coração capaz de compadecer-se, que se deixam tocar
pelos sofrimentos e alegrias dos outros; sentem como suas as alegrias e as
tristezas dos irmãos e Deus também terá misericórdia dele.
***• Jesus diz: “felizes os que têm misericórdia”; o mundo
diz: “felizes os que ficam longe dos miseráveis e sofredores, pois quem se
comove e tem misericórdia dos outros nesse mundo competitivo nunca será grande”.
6 «Os puros de
coração» são aqueles que agem com honestidade e não enganando. Não é falso nem engana ninguém, mas é verdadeiro
e transparente. Estes verão a Deus porque Deus é assim.
***• Jesus diz: “felizes os sinceros de coração”; o mundo
diz: A lei é dos espertos. “A verdade e a sinceridade destroem muitas carreiras
e esperanças de sucesso”.
7 «Os que promovem a
paz» (pacíficos): Os que procuram ser instrumentos de reconciliação. Se
recusam a aceitar que a violência e a lei do mais forte rejam as relações
humanas; Na família, nos vizinhos, na Comunidade, no
País, no mundo. Ele une os separados e integra os excluídos.
***• Jesus diz: “felizes os que constroem a paz”; o mundo
diz: o que vale é a força e o poder. Cada um por si. “Quem pode mais chora
menos, pois só assim podereis ser homens e mulheres de sucesso”.
8- Os “que são perseguidos
por causa da justiça” são os que sofrem a injustiça dos homens. São os que
lutam pela instauração do “Reino” e são desautorizados, humilhados, agredidos,
por aqueles que praticam a injustiça.
***• Jesus diz: “felizes os que são perseguidos por
cumprirem a vontade de Deus”; o mundo diz: Feliz é quem faz o jogo dos
poderosos, pois sobe na carreira e tem êxito na vida.
As
“bem-aventuranças” deixam uma mensagem de esperança para os pobres e débeis.
Anunciam que Deus os ama e que está do lado deles; a libertação está chegando.
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“Bem-aventurados
vós, os pobres de coração, porque vosso é o Reino de Deus!”.
Jesus
Fala da pobreza que permite crer,
esperar e amar (fé, esperança e caridade).
O
pobre é aquele que “tem fé” em Deus.
Pobre é
o que reconhece a sua limitação, faz a leitura de toda realidade criada e de
sua própria existência, e vê a sua limitação, pois tudo foi criado e ele
próprio é um ser criado, não por sua vontade, mas por outro projeto que não foi
o seu. Ele vê que existe alguém mais poderoso, mais capaz e deparando com sua
fragilidade de criatura, acredita na bondade desse Criador. Acreditando, parte
e grita em direção a este Deus no meio de seu sofrimento ou da sua confusão. É
aquele que confia sempre em Deus, pois se sente pequeno.
O
pobre é também aquele que espera.
O rico
não pode esperar, está plenamente satisfeito. O pobre, esse, está sempre virado
para um futuro que espera que seja melhor; depois, ele procura, porque pensa
nunca ter totalmente encontrado. A sua vida é uma procura e todos os sinais que
ele encontra enchem-no de alegria e fazem-no avançar. O pobre é aquele que
aceita ser criticado pela Palavra de Deus, sabe de sua pequenez e espera pela
misericórdia desse Deus que o criou, pois só nele e com ele terá a plenitude da
felicidade.
O
pobre é aquele que ama.
Por não
estar plenamente satisfeito consigo mesmo, crendo no Deus Criador de tudo e de
todos, vê no próximo o irmão. Sabendo de sua limitação, pois tudo que tem lhe
foi dado, imita o criador na bondade e serve ao irmão com o que lhe foi dado.
Não centra em si o interesse, mas abre os olhos e vê aqueles que esperam os
seus gestos de amor; ouve os gritos dos seus irmãos e abre as suas mãos do
pouco que tem para àquele que tem necessidade. Quem é pobre Crê, confia, espera
e ama seu Criador e seu irmão.
As
bem-aventuranças nos diz que: “Sois do mundo, e ao mesmo tempo não sois do
mundo… Vós não sois do mundo do cada um para si, do consumo, da violência, da
vingança, do comprometimento… E face a este mundo deveis dizer: não estou de
acordo! É certo que sereis perseguidos ou, pelo menos, rir-se-ão de vós, ou
procurarão fazer-vos calar. Sereis felizes, porque fareis ver onde está a
verdadeira felicidade. Chamar-vos-ão santos”. Queremos experimentar ser
já felizes? Basta-nos ter um coração de pobre.
SEGUNDA LEITURA (1Jo 3,1-3) Leitura da
Primeira Carta de São João.
Caríssimos,
vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de
Deus! E nós o somos! Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai.
Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que
seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele,
porque o veremos tal como ele é. Todo o que espera nele, purifica-se a si
mesmo, como também ele é puro.
Breve comentário - Deus, no seu imenso amor, faz de nós seus filhos.
1 «E o somos de fato».
S. João não se contenta com dizer que somos chamados filhos de Deus, pois para
ele ser chamado (por Deus) equivalia a ser.
3 «Purifica-se a si
mesmo». A certeza da filiação divina conduz-nos à purificação e à imitação
de Cristo, o Filho de Deus por natureza: «como Ele é puro»; efetivamente, os
puros de coração hão-de ver a Deus (cf. Evangelho de hoje: Mt 5, 8).
Pelo batismo fomos identificados com Cristo, filho de Deus. Logo também,
nós o somos de direito e de fato. A nossa preocupação na terra há-de ser a de
imitarmos Jesus Cristo. É uma luta todos os dias porque ainda se não nos
manifestou o que havemos de ser pois que só no céu o conseguiremos. A multidão
incontável de que nos fala S. João, são os nossos irmãos que venceram o que
temos a vencer, lutaram como temos que lutar. Em Jesus Cristo fomos
chamados por Deus à filiação divina, chamados a ser herdeiros no Céu. O
mistério da nossa salvação é uma realidade a construir. É um trabalho árduo
que, depende da nossa fé, do nosso querer. Deus quer contar com a nossa
colaboração, com o nosso querer. A única dificuldade está na nossa liberdade
que Deus respeita. Deus não nos falta com a Sua ajuda e por isso teremos o
prêmio, seremos bem-aventurados.
“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram nem o homem pode imaginar o
que Deus preparou para aqueles que o ama" (1 Cor2,9). "Agora vemos como num espelho, mas depois veremos face a
face" (13,12).
A santidade tem duas dimensões:
A Santidade não é fruto do
esforço humano. É ação de Deus
Espírito Santo e resposta do cristão.
A nossa fé
nos ensina que somente Deus é Santo. Na Bíblia, “santo” significa, “separado”.
São João: “Quando Cristo se manifestar, seremos semelhantes a ele,
porque o veremos tal como ele é”.
Nesta perspectiva Eis quem são os santos: aqueles
que atravessaram as lutas desta vida, unidos a Cristo; são os que venceram em
Cristo –;se caíram, se erraram, foram lavando e alvejando suas vestes no sangue
de Cristo: só em Cristo somos santificados, pois somente Cristo derrama sobre
nós o Espírito de santidade. O nosso único trabalho é lutar para acolher esse
Espírito, deixando-nos guiar por ele e por ele sermos transfigurados em Cristo!
Realmente, o que faz feliz o coração humano não
são as coisas desse mundo, mas o sentido na vivencia e na utilização dessas
coisas. A mulher que vai ao salão de beleza e espera durante algumas horas para
que a deixem bem bonita, é feliz; ela se submete a esse pequeno sacrifício por
um bem maior.
Há coisas que levam à autêntica felicidade e
outras que levam a uma aparente felicidade
Existe também uma “educação para a felicidade”.
Há fases árduas, “chatas” que nos fazem felizes, como tomar um remédio amargo
ou ir à escola. No momento não se percebe que é assim, mas com o passar do
tempo estamos felizes e agradecidos por estar sadios e por não sermos burros.
Nossos heróis e modelos venceram e correram para
o Cristo! Que eles roguem por nós, pois o que eles foram, nós somos e o que
eles são, todos nós somos chamados a ser. Todos os Santos e Santas de Deus,
rogai por nós!
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Todos os Santos
A Solenidade de TODOS OS SANTOS é a festa da Vida e
celebra a plenitude da Vida cristã e a Santidade de Deus manifestada em seus
filhos, os santos da Igreja.
Celebramos, como uma
antecipação e em comunhão com a liturgia celeste,
a vitória daqueles irmãos
nossos que superaram "a grande tribulação",
e estão marcados com o selo
do Deus vivo.
Recordamos aqueles que vivem
para sempre diante de Deus,
entre os quais, se encontram
nossos entes queridos que já faleceram.
Nossa fé é culto à Vida,
porque o nosso Deus é um Deus dos vivos e
pelo Espírito nos dá a Vida
em Cristo Jesus ressuscitado dentre os mortos.
Por isso a festa de hoje é um
convite total à alegria esperançosa,
que nasce das profundezas da
Vida, da aspiração da felicidade sem ocaso.
A Fonte da santidade cristã é Deus:
A santidade tem seu início,
seu crescimento e consumação
na graça de Deus, no amor
gratuito do Senhor, que derrama seu Espírito
em nossos corações para que
possamos chamá-lo "Pai",
pois nos faz seus filhos em
seu Filho Jesus Cristo (LG 14,2).
Portanto, a santidade não é
mero produto de nosso esforço somente,
nem tão pouco resultado
automático da graça, mas efeito da ação de Deus.
A santidade tem duas dimensões:
A Santidade não é fruto do
esforço humano,
que procura alcançar Deus com
suas forças.
É ação de Deus em nós
pelo dom do Espírito Santo e
resposta do cristão a esse dom e presença de Deus.
A Santidade cristã
manifesta-se como uma participação na vida de Deus,
que se realiza com os meios
que a Igreja nos oferece,
especialmente com os
Sacramentos.
A Morada dos Santos será o CÉU, que não é um lugar, mas um estado de felicidade
na presença e companhia de
Deus, dos anjos e dos santos.
Em que consiste, supera a
nossa imaginação e entendimento:
"Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram nem o homem
pode imaginar
o que Deus preparou para aqueles que o ama" (1 Cor2,9).
"Agora vemos como num espelho, mas depois veremos
face a face" (13,12).
E a ETERNIDADE não um
"eterno descanso", mas vida ativa e intensa com Deus.
Quem é santo?
SANTO significa
que não tem nada de imperfeito, de fraco, de precário.
Neste sentido, só Deus é
santo. No entanto, por graça de Deus,
participamos da sua Santidade
e nos unimos a todos os irmãos.
Essa doutrina era tão viva
nos primeiros séculos,
que os membros da Igreja não
hesitavam em chamar-se: "Santos"
e a própria Igreja era
chamada de "Comunhão dos
Santos".
O que é a Comunhão dos Santos?
- "Essa expressão indica em primeiro lugar a comum participação
de todos os
membros da Igreja nas COISAS SANTAS: a fé, os Sacramentos, os Carismas e outros
dons espirituais". (CCIC 194)
- "Designa também a comunhão entre as PESSOAS SANTAS,
ou seja, entre as que pela graça estão unidas a Cristo morto e
ressuscitado.
Alguns são peregrinos na terra; outros, tendo deixado essa vida,
estão se purificando ajudados também pelas nossas orações;
outros enfim já gozam da glória de Deus e intercedem por nós.
Todos juntos formamos em Cristo uma só família, a Igreja,
para a glória da Trindade." (CCIC 195)
Quem são os santos?
- Não são apenas aqueles que
estão nos altares, declarados santos pela Igreja.
Não são apenas pessoas privilegiadas do
passado, que já nasceram santas...
- São todas aquelas pessoas
que vivem unidas a Deus, construindo o bem.
São pessoas normais, que no passado e no
presente dão testemunho de fidelidade a Cristo.
As Leituras de hoje revelam o
projeto de Deus a respeito do homem: quer torná-lo participante da sua
Santidade.
A 1ª Leitura afirma
que uma grande multidão de pessoas, de todos os povos,
são os santos que participam
da glória celeste, junto de Deus. (Ap
7,2-4.9-14)
O texto fala de 144 mil
eleitos. O Número é simbólico e indica a totalidade da comunidade cristã.
(12x12x mil:12 tribos do AT + 12 apóstolos do NT + mil)
A 2ª leitura recorda
que a Vida divina, que se manifestará no final da vida,
já está presente em nós desde
agora. (1Jo 3,1-3)
No Evangelho, Jesus
apresenta uma proposta de Santidade,
resumida nas BEM-AVENTURANÇAS: (Mt 5,1-12)
* O melhor CAMINHO para a
Santidade é a vivência das Bem aventuranças.
+ A Festa de hoje pretende
homenagear todos os santos, conhecidos ou não,
e apresentar o ideal da
santidade como possível hoje e desejado por Deus.
"Todos os fiéis são chamados à Santidade cristã.
Ela é a plenitude da vida cristã e perfeição da
caridade, realiza-se na união íntima ao Cristo e, nele, com a Santíssima
Trindade". (CCIC 428)
Portanto, SANTOS podemos e
devemos ser também nós...
Acolhamos o apelo de Deus à Santidade...
e que os Santos sejam modelos
e intercessores nossos, nessa caminhada...
Pe. Antônio
Geraldo
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HOMILIA DO
PE. PEDRINHO
O dia de todos os santos é um
dia importante, uma solenidade importante, porque nos ajuda a cada um de nós a
lembrarmos, que nós somos santos.
Segunda leitura chama a
atenção para uma questão muito simples: “Vede que grande presente de amor o Pai
nos deu: de sermos chamados Filhos de Deus”. Deus acolhe toda a humanidade como
sendo seus filhos e filhas. Na medida em que eu respondo, aceito, esta adoção
por parte de Deus, eu me torno santo. Por quê? Porque procuro viver o batismo.
É o primeiro gesto, no rito do Batismo, que nos marca. Aqui é interessante a
primeira leitura: o ancião, que é João, pergunta: “quem são estes que trazem as
vestes brancas”? o Senhor lhe diz: Estes são os que foram marcados com o selo; cento e quarenta e quatro mil e além
deste, uma multidão que não se pode contar, de todas as raças, línguas e povos.
Ora, que sinal é este? É o
sinal da cruz que fazemos, quando vamos batizar alguém. Fazemos este sinal na
testa do batizando, dizendo: receba a cruz de Cristo, o Cristo salvador. Este
sinal é para que nos lembremos de que Jesus nos salvou pela cruz e pela
ressurreição.
Filhos de Deus são todos. Os
marcados com o selo, são os que foram Batizados. Aí, então, vamos nos
perguntar: quando é que vai chegar o fim dos tempos? Quando tiver sido marcada
a última pessoa. O que significa, que se não pudermos contar quantos são os
marcados, muito menos quando será o último a ser Batizado. Até lá, somos
chamados a anunciar Jesus Cristo e a convidar as pessoas para o Batismo.
Iniciamos a nossa reflexão
dizendo que somos santos. Por quê? Porque fomos batizados. O que acontece, é
que às vezes não honramos o Batismo que recebemos e acabamos cometendo pecado.
Na medida em que eu me dou conta da santidade, eu percebo que no Batismo tenho
o início de uma caminhada que vai me levar até Deus. O último passo dessa
caminhada é quando eu encontro Deus face a face; é quando eu morro, é no
momento de minha morte. Por isso, celebramos os fiéis defuntos e celebramos
também todos os santos. Os que buscaram caminhar, procuraram a Deus e agora
vivem junto de Deus eternamente glorificando-o junto com todos os anjos. Um dia
louvaremos a Deus face a face com hinos de alegria e agradecimento.
Aqui é o ponto: como fazer
para me tornar cada vez mais santo? Jesus apresenta as Bem-aventuranças. As
bem-aventuranças nos lembra Moisés, que subiu a montanha e trouxe as tábuas da
Lei para o povo. Agora é Jesus, que não recebe as Tábuas da Lei, porque Ele é
Deus, mas Ele nos dá o ensinamento, transmite a nova Lei para que o povo possa
conhecer a Deus com mais facilidade. Ao transmitir, elimina qualquer
intermediário. Se no Antigo Testamento Moises foi o intermediário entre Deus e
o povo, Jesus, que é Deus, é a grande ponte para o Reino e não existe outro
intermediário.
Se é assim, qual é a função
dos Santos? Porque aprendemos que devemos pedir aos santos e anjos que
intercedam por nós junto a Deus. Os Santos são INTERCESSORES e não
intermediários. Qual é a diferença? Eu me relaciono diretamente com Deus e os
Santos intercedem por isso, torcem, tentam facilitar para que também eu chegue
até onde eles estão. Se quiser imitar um santo, serei eternamente frustrado,
porque ninguém consegue imitar outra pessoa. Cada um de nós Deus criou como
único. Cada um de nós vai descobrir o caminho da santidade a partir de nós
mesmos. O que os santos nos fazem é ajudar a perceber que é possível, mesmo
sendo limitado, tendo fraquezas, cometendo pecado, é possível atingir a
santidade. Cada um descobre o seu modo. Se eu for imitar São Francisco, Santa
Terezinha, Santa Rita, eu vou ficar a vida inteira me lamentando, porque quando
eu estava para ser igual a ele, eu não consegui mais. Não. O caminho é próprio
de cada um. Agora, Deus nos ajuda, porque Jesus, quando apresenta as
Bem-aventuranças, Ele nos traz como ponto central a MISERICÓRDIA. O que é a
misericórdia? A misericórdia é a prática do amor. Deus é misericordioso. Na
medida em que eu procuro semear, difundir o amor, por meio de gestos concretos,
eu apresento a misericórdia de Deus. É por misericórdia de Deus que somos quem
somos. Veja que a primeira leitura nos lembra que tudo é de Deus e no entanto,
Ele entregou tudo para o ser humano. Também somos lembrados em cada Celebração
Eucarística, que Deus entregou o seu Filho e por meio do seu sangue, o sangue
derramado na Cruz, que todos nós fomos resgatados da morte. É a partir daí, que
o Batismo se torna o segundo nascimento. Por isso, somos convidados a comemorar
duas datas; aquela que nascemos, de registro, de certidão de nascimento e
aquela que fomos Batizados. No Batismo nós morremos para o mundo e começamos
uma nova caminhada em direção a Deus. Quanto mais eu me aproximo de Deus, mais
santo eu me torno. Por isso, alguém só é declarado santo, depois da sua morte,
porque é o momento em que a pessoa se encontra com Deus. Não precisamos ter
medo da morte. A morte é tão somente este passo para aquilo que almejamos
tanto.
Outra ajuda de Deus é a sua
Palavra. A Palavra de Deus nos orienta e nos ajuda a não desviar do caminho.
A terceira é a Eucaristia,
porque na medida em que comungo o Pão
consagrado, eu estabeleço a comunhão com Deus. Para que esta experiência seja
viva, sou chamado à oração. A oração onde eu apresento a Deus as minhas
dificuldades e ao mesmo tempo agradeço, celebrando com Ele as minhas vitórias.
Que Deus nos ajude a viver
cada dia em busca da santidade e que esta caminhada nos leve a encontra-lo,
porque a segunda leitura nos diz, que quando encontrarmos o Cristo, seremos
como Ele. Porque o veremos face-a-face no Céu.
Louvado seja Nosso Senhor
Jesus Cristo.
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Homilia do D. Henrique
Soares da Costa
Hoje, a Igreja volta seu olhar e seu
coração para o céu e enche-se de alegria ao contemplar uma multidão que
participa da glória e da plenitude do Deus Santo.
A nossa fé nos ensina que somente
Deus é Santo. Na Bíblia, “santo” significa, literalmente, “separado”. Deus é
aquele que é separado, absolutamente diferente de tudo quanto exista no céu e
na terra: Ele é único, Ele é absoluto, Ele sozinho se basta, sozinho é pleno,
sozinho é infinitamente feliz. Ele é Deus! Por isso, Santo, em sentido
absoluto, é somente o Deus uno e trino, Pai, Filho e Espírito Santo. A Jesus, o
Filho eterno feito homem, nós proclamamos em cada missa: “Só vós sois o Santo”;
ao Pai nós dizemos: “Na verdade, ó Pai, vós sois Santo e fonte de toda
santidade”; ao Espírito nós chamamos de Santo.
Mas, a nossa fé também nos ensina que este Deus
santo e pleno, dobra-se carinhosamente sobre a humanidade – sobre cada um de
nós – para nos dar a sua própria vida, para nos fazer participantes de sua
própria plenitude, sua própria santidade. Foi assim que o Pai, cheio de imenso
amor, enviou-nos seu Filho único até nós, e este, morto e ressuscitado,
infundiu no mais íntimo de nós e de toda a Igreja o seu Espírito de santidade.
Eis, quanta misericórdia: Deus, o único Santo, nos santifica pelo Filho no
Espírito: “Vede que grande presente de amor o Pai nos
deu: sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos!” É isto a
santidade para nós: participar da vida do próprio Deus, sermos separados,
consagrados por ele e para ele desde o nosso Batismo, para vivermos sua própria
vida, vida de filhos no Filho Jesus! É assim que todo cristão é um santificado,
um separado para Deus. Mas, esta santidade que já possuímos deve, contudo,
aparecer no nosso modo de viver, nas nossas ações e atitudes. E o modelo de
toda santidade é Jesus, o Bem-aventurado. Ele, o Filho, foi totalmente aberto
para o Pai no Espírito Santo e, por isso, foi totalmente pobre, totalmente manso,
totalmente puro e abandonado a Deus no pranto, na fome de justiça e na
misericórdia. Então, ser santo, é ser como Jesus, deixando-se guiar e
transformar pelo seu Espírito em direção ao Pai. Esta santidade é um processo
que dura a vida toda e somente será pleno na glória. São João nos fala disso na
segunda leitura de hoje: “Quando Cristo se manifestar,
seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é”.
Nesta perspectiva, podemos contemplar a estupenda
leitura do Apocalipse que escutamos como primeira leitura. O que se vê aí? Uma
multidão. Primeiro, cento e quarenta e quatro mil de todas as tribos de Israel.
Isto simboliza todo o Israel. Recordemos: 12 é o número do Povo do Antigo
Testamento. Pois bem, cento e quarenta e quatro mil equivale a 12 x 12 x 1000,
isto é, à totalidade de Israel. Deus não se cansou de chamar o povo da antiga
aliança: Israel haverá de ser salvo pelo sangue de Cristo. Mas, há ainda
mais: “Depois disso, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações,
tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do
trono e do Cordeiro”. Essa multidão são todos os povos da
terra, chamados por Cristo, na Igreja, para a salvação, para a santificação que
Deus nos oferece. Notemos bem: “uma multidão que ninguém podia
contar”.A salvação é para todos, a santidade não é para um grupinho
de eleitos, para uma elite espiritual. Todos são chamados a essa vida divina
que Deus quer partilhar conosco, todos são chamados à santidade! “Trajavam vestes brancas e traziam palmas nas mãos. São os que
vieram da grande tribulação e lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do
Cordeiro”. Eis quem são os santos: aqueles que atravessaram as
lutas desta vida, as tribulações desta nossa pobre existência, unidos a Cristo;
são os que venceram em Cristo – por isso trazem a palma da vitória; são os que
não tiveram medo de viver e, se caíram, se erraram, foram, humildemente,
lavando e alvejando suas vestes no sangue precioso de Cristo: são santos não
com sua própria santidade, mas com a santidade do Cristo-Deus. Nunca
esqueçamos: ninguém é santo com suas forças, ninguém é santo por sua própria
santidade: só em Cristo somos santificados, pois somente Cristo derrama sobre
nós o Espírito de santidade. O nosso único trabalho é lutar para acolher esse
Espírito, deixando-nos guiar por ele e por ele sermos transfigurados em Cristo!
Olhemos para o céu: lá estão Pedro e
Paulo, lá estão os Doze, lá estão os mártires de Cristo, os santos pastores e
doutores, lá estão as santas virgens e os santos homens, lá estão tantos e
tantos – uns, conhecidos e reconhecidos pela Igreja publicamente, outros, cujo
nome somente Deus conhece; lá está a Santíssima e Bem-aventurada sempre Virgem
Maria, Mãe e discípula perfeita do Cristo, toda plena do Espírito, toda
obediente ao Pai. Eles chegaram lá, eles intercedem por nós, eles são nossos
modelos, eles nos esperam.
Num mundo que vive estressado, que
corre sem saber para onde… num mundo que já não crê nos verdadeiros valores,
porque já não crê em Deus, contemplar hoje todos os santos é recordar para onde
vamos e qual é o sentido da nossa vida! Não tenhamos medo de ser de Deus, não
tenhamos medo de testemunhar o Evangelho, não tenhamos medo de alimentar nossa
visa com o Cristo, na sua Palavra e na sua Eucaristia para sermos inebriados da
vida do próprio Deus.
Infelizmente, muitos hoje têm como
heróis os atletas, os atores, os cantores e tantos outros que não têm muito e
até nada para ensinar. Quanto a nós, que nossos heróis e modelos sejam os
santos e santas de Cristo, que foram heróis porque se venceram e correram para
o Cristo! Que eles roguem por nós, pois o que eles foram, nós somos e o que
eles são, todos nós somos chamados a ser.
Todos os Santos e Santas de Deus, rogai por nós!
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos e Ministros extraordinários da
Palavra):
LOUVOR:
Quando o Pão consagrado estiver sobre o altar: Mt 5, 1-12a
- O senhor esteja com todos
vocês... demos graças ao senhor, nosso Deus: ...
- Com Jesus, por jesus e
em Jesus, na força do Espírito Santo, louvemos ao Pai:
T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
- Ó Pai, nós Vos bendizemos pela Vossa
paciência e pela Vossa bondade. Quando nos afastamos do caminho da justiça, Vós
nos recordais de vossos preceitos.
Senhor, purificai-nos da mentira, do egoísmo e fazei-nos mais justos e
humildes.
T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
- Deus de infinita sabedoria, nós Vos
damos graças, porque nos chamastes; escolheis aqueles que se reconhecem pobres,
para lhes dar a Vossa sabedoria. Senhor, Pomos em Vós a nossa confiança,
a nossa esperança e estendemos as mãos para o Vosso Filho: Ele é a nossa
justiça, a nossa santificação e a nossa redenção. Só em Cristo somos fortes.
T:
Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
- Bendito sejais, Vós que abris ao
Vosso povo o Reino dos céus, Vós que o saciais com a Vossa justiça, Vós que nos
chamais Vossos filhos. Fazei-nos corações puros, amáveis com os irmãos e
testemunhas do Vosso Reino.
T:
Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
-: PAI NOSSO... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro de Deus...
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