1º DOMINGO DO ADVENTO ANO A 2016
Sinopse:
Tema: VIGILANCIA “Na hora em que menos pensais, o Filho do
Homem virá!” O cristão caminha, sempre atento,
preparado para acolher o Senhor que vem.
Primeira leitura: Todos são convidados a dirigirem-se à
montanha onde reside o Senhor… É do encontro com a sua Palavra que resultará um
mundo de harmonia, de paz sem fim.
Evangelho: Apela à vigilância. O crente ideal vive atento e vigilante,
acolhendo o Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu
papel na construção do “Reino”.
Segunda leitura: Recomenda aos
crentes que despertem da letargia que os mantém presos ao mundo das trevas (o
mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira, do pecado), que se vistam da luz (a
vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e que caminhem, com alegria e
esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da salvação.
PRIMEIRA LEITURA (Is 2,1-5) Leitura do
Livro do Profeta Isaías.
Visão de
Isaías, filho de Amós, sobre Judá e Jerusalém. Acontecerá, nos últimos tempos,
que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto
das montanhas e dominará as colinas. A ele acorrerão todas as nações, para lá
irão numerosos povos e dirão: “Vamos subir ao monte do Senhor, à casa do Deus
de Jacó, para que ele nos mostre seus caminhos e nos ensine a cumprir seus
preceitos”; porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a palavra do Senhor.
Ele há de julgar as nações e arguir numerosos povos; estes transformarão suas
espadas em arados e suas lanças em foices: não pegarão em armas uns contra os
outros e não mais travarão combate. Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos
guiar pela luz do Senhor.
AMBIENTE - Na fantasia do poeta, ele vê, num futuro sem data definida, uma multidão de povos de todas as raças e nações que, atraídas por Jahwéh, se dirigem ao encontro da salvação de Deus. Estamos diante de um dos oráculos mais bonitos de todo o Antigo Testamento.
MENSAGEM - O nosso oráculo é o poema da paz universal e da
convergência de todos os povos à volta de Deus. Na visão do profeta, o “monte
do Senhor” transforma se no centro do mundo, por ser a morada de Jahwéh. Todos
os povos avançam ao encontro do Senhor: eles vêm atraídos pela força da Palavra
de Deus; querem ser instruídos nos caminhos de Jahwéh. Primeiro, eles
aceitam a arbitragem justa e pacífica de Deus; depois, compreendem que não são
necessárias armas: as máquinas de guerra transformam-se em instrumentos
pacíficos de trabalho e de vida. Do
encontro com Deus e com a sua Palavra, resulta a harmonia, o progresso, o
entendimento entre os povos, a vida em abundância, a paz universal. Este quadro
é o reverso de Babel… Na história da torre de Babel o orgulho e a autossuficiência
conduziram à divisão, ao conflito, à confusão. Agora, os homens escolheram
escutar Deus; o resultado é a reunião de todos os povos, o entendimento, a
harmonia, o progresso, a paz universal. Quando se realizará esta profecia?
ATUALIZAÇÃO
♦ O sonho do profeta começa a realizar-se em Jesus. Ele é a Palavra
viva de Deus, que Se fez carne e que veio habitar no meio de nós, a fim de
trazer a “paz aos homens” amados por Deus; da escuta dessa Palavra, nasce a
comunidade universal da salvação, aberta a todos os povos da terra (cf. At 2,5-
11). Estamos começando o tempo de preparação para acolher Jesus (Advento) e a
proposta de salvação que, através d’Ele, o Pai quer fazer aos homens.
♦ Estamos muito longe dessa terra ideal de justiça e de paz, construída
à volta de Deus e da sua Palavra. Que posso eu fazer para que o sonho de Isaías
se concretize?
SALMO RESPONSORIAL 121 (122)
Que alegria, quando me disseram: “Vamos à casa do
Senhor!”
• Que alegria, quando
me disseram: / “Vamos à casa do Senhor!” /
E agora nossos pés já
se detêm, / Jerusalém, em tuas portas.
• Para lá sobem as
tribos de Israel, / as tribos do Senhor.
/ Para louvar, segundo
a lei de Israel, / o nome do Senhor. /
A sede da justiça lá
está / e o trono de Davi.
• Rogai que viva em
paz Jerusalém, / e em segurança os que te amam! /
Que a paz habite dentro de teus muros, /
tranquilidade em teus palácios!
• Por amor a meus
irmãos e meus amigos, / peço: “A paz esteja em ti!” /
Pelo amor que tenho à casa do Senhor, / eu te
desejo todo bem!
EVANGELHO (Mt 24,37-44)S. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele
tempo, Jesus disse aos seus discípulos: “A vinda do Filho do Homem será como
nos tempos de Noé. Pois nos
dias
antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento,
até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam até que veio o
dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem.
Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado.
Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada.
Portanto, ficai atentos! Porque não sabeis em que dia virá o Senhor.
Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão,
certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso,
também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do
Homem virá”.
AMBIENTE - Os capítulos 24 e 25 do Evangelho de Mateus apresentam o último
grande discurso de Jesus antes da sua paixão e morte. No discurso transmitido
por Marcos a questão principal é a dos sinais que precederão a destruição de
Jerusalém e do Templo. No discurso reelaborado por Mateus a questão central é a
da vinda do Filho do homem e das atitudes com que os discípulos devem preparar
esta vinda. Esta mudança de perspectiva pode explicar-se a partir da situação
em que vivia a comunidade de Mateus e com as suas necessidades. Estamos na
década de 80. Passaram dez anos a destruição de Jerusalém e ainda não aconteceu
a segunda vinda de Jesus. Os crentes estão desanimados e desiludidos… O
evangelista contempla com preocupação os sinais de abandono, de desleixo, de
esfriamento que começam a aparecer na comunidade e sente que é preciso renovar
a esperança e levar os crentes a comprometer-se na história, construindo o
“Reino”. Nesta situação, Mateus descobre que as palavras de Jesus encerram um
profundo ensinamento e compõe com elas uma exortação dirigida aos cristãos.
Esta exortação fundamenta-se numa convicção: a vinda do “Filho do homem” é um
fato certo, ainda que não aconteça em breve; enquanto não chega o momento, é
preciso preparar este grande acontecimento, vivendo de acordo com os
ensinamentos de Jesus. A linguagem destes capítulos é estranha e enigmática…
Trata-se, no entanto, de um gênero usado com alguma frequência por alguns
grupos judeus e cristãos da época de Jesus. É a linguagem “apocalíptica”,
porque o seu objetivo é “revelar algo escondido” (“apocaliptô). Em muitas
ocasiões, esta revelação é dirigida a comunidades que vivem numa situação de
sofrimento, de perseguição; o objetivo é animá-las, dar-lhes esperança,
mostrar-lhes que a vitória final será de Deus e dos que lhe forem fiéis.
MENSAGEM - Para Mateus, a vinda do Senhor é certa, embora ninguém saiba o dia
nem a hora; resta estar vigilantes, preparados e ativos… Mateus usa três
quadros:
O primeiro é o quadro da humanidade na época de Noé: os homens viviam
preocupados apenas em gozar a sua “vidinha” descomprometida; quando o dilúvio
chegou, apanhou-os de surpresa.
O segundo coloca-nos diante de duas situações da vida quotidiana: o
trabalho agrícola e a moagem do trigo… Os compromissos e trabalhos necessários
à subsistência do homem também não podem ocupá-lo de tal forma que o levem a
negligenciar o essencial: a preparação da vinda do Senhor.
O terceiro coloca-nos frente ao exemplo do dono de uma casa que adormece e
deixa que a sua casa seja saqueada pelo ladrão… Os crentes não podem, nunca,
deixar-se adormecer, pois o seu adormecimento pode levá-los a perder a oportunidade
de encontrar o Senhor que vem. A questão fundamental é: o crente ideal é aquele
que está sempre vigilante, atento, preparado, para acolher o Senhor que vem.
Não perde oportunidades, porque não se deixa distrair com os bens deste mundo,
não vive obcecado com eles e não faz deles a sua prioridade fundamental… Mas,
dia a dia, cumpre o papel que Deus lhe confiou, com empenho e com sentido de
responsabilidade.
ATUALIZAÇÃO
♦ O que é que significa para nós “estar vigilantes”, “estar
atentos”, para acolher o Senhor? Significa acolher todas as oportunidades de
salvação que Deus nos oferece continuamente… Se Ele vem ao meu encontro, me
desafia a cumprir uma determinada missão e eu prefiro continuar a viver a minha
“vidinha” fácil e sem compromisso, estou a perder uma oportunidade de dar
sentido à minha vida; se Ele vem ao meu encontro, me convida a partilhar algo
com os meus irmãos mais pobres e eu escolho a avareza e o egoísmo, estou a
perder uma oportunidade de abrir o meu coração ao amor, à alegria, à felicidade…
♦ O Evangelho apresenta alguns dos
motivos que impedem o homem de “acolher o Senhor que vem”… Fala da opção por
“gozar a vida”, sem ter tempo para compromissos sérios (quanta gente, ao
domingo, tem todo o tempo do mundo para dormir até ao meio dia, mas não para
celebrar a fé com a sua comunidade cristã); fala do viver obcecado com o
trabalho, esquecendo tudo o mais (quanta gente trabalha quinze horas por dia e
esquece que tem uma família e que os filhos precisam de amor); fala do
adormecer, não prestando atenção às realidades essenciais (quanta gente encolhe
os ombros diante do sofrimento dos irmãos e diz que não tem nada com isso: é o
governo ou o Papa que têm que resolver a situação)… E eu: o que é que na minha
vida me distrai do essencial e me impede, tantas vezes, de estar atento ao
Senhor que vem?
♦ Neste tempo de preparação para a celebração do nascimento de
Jesus, sou convidado a centrar a minha vida no essencial, a redescobrir aquilo
que é importante, a acordar para os compromissos que assumi para com Deus e
para com os irmãos, a empenhar-me na construção do “Reino”. É essa a melhor
forma – ou melhor, a única forma – de preparar a vinda do Senhor.
SEGUNDA LEITURA (Rm 13,11-14a) Leitura
da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos:
Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar. Com efeito, agora
a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noite já vai
adiantada, o dia vem chegando: despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as
armas da luz. Procedamos honestamente, como em pleno dia: nada de glutonerias e
bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades.
Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.
AMBIENTE - Estamos no ano 57 ou 58. O perigo da divisão ameaça a Igreja: de
um lado estão as comunidades de origem judeu-cristã e de outro as comunidades
pagão-cristãs; uns e outros têm algumas dificuldades de entendimento e há um
perigo real de cisão. Paulo escreve, então, sublinhando a unidade da fé e
chamando a atenção para a igualdade fundamental de todos no processo da
salvação. A primeira parte da Carta aos Romanos (cf. Rom 1,18-11,36) é de
caráter dogmático e procura mostrar que o Evangelho é a força que congrega e
que salva todo o crente; a segunda parte (cf. Rom 12,1-15,13) é de caráter
prático e exorta a todos a viver no amor. O texto que hoje nos é proposto
pertence à segunda parte da carta. Depois de exortar os cristãos que pertencem
à comunidade de Roma ao amor mútuo, Paulo pede-lhes que estejam vigilantes e
preparados, a fim de acolher o Senhor que vem.
MENSAGEM – Referindo-se à “hora” que os cristãos estão a viver, Paulo
pede-lhes que se levantem “do sono, porque a salvação está mais perto”. Ao
dizer que a salvação está perto, o que é que Paulo está a sugerir? Paulo
pensava, certamente, na vinda mais ou menos iminente de Jesus Cristo, a fim de
concluir a história da salvação; no entanto, a ausência de especulações
apocalípticas mostra claramente que o interesse de Paulo não é no “quando” e no
“como”, mas no significado e nas consequências dessa vinda. O fato que aqui
interessa é, portanto, que os cristãos estão a viver os “últimos tempos” (que
começaram quando Jesus deixou o mundo e encarregou os discípulos de serem
testemunhas da salvação diante dos homens) antes da vinda de Jesus… Quais as
consequências disso? Antes de serem batizados, os cristãos viviam nas trevas e
a sua vida estava pontuada pelo egoísmo (excessos de comida e de bebida,
devassidões, libertinagens, discórdias e ciúmes); mas, com o batismo, eles
nasceram para uma nova realidade… É para essa realidade de uma vida nova,
liberta do egoísmo e do pecado, que eles devem acordar definitivamente,
enquanto esperam o Senhor que vem: quando o Senhor chegar, deve encontrá-los
despidos do velho mundo das trevas; e deve encontrá-los atentos e preparados,
revestidos dessa vida nova que Cristo lhes ofereceu, vivendo na fé, no amor, no
serviço. Fundamentalmente, há aqui um convite a que os crentes vivam este
“tempo” como um tempo último e definitivo, que tem de ser um tempo de caminhada
ao encontro de Jesus Cristo e ao encontro da salvação.
ATUALIZAÇÃO
♦ A questão é a da conversão: os
crentes são convidados a deixar a vida das trevas e embarcar na vida da luz… As
“trevas” caracterizam essa realidade negativa que produz mentira, injustiça,
opressão, medo, materialismo; a “luz” é a transformação das estruturas e dos
corações…
♦ Quase todos nós somos pessoas razoáveis e sérias e não andamos
todos os dias em libertinagens e discórdias; mas, apesar da nossa bondade e
seriedade, é possível que o cansaço, a monotonia, a preguiça nos adormeçam, que
caiamos na indiferença, na inércia, na passividade, no comodismo; é possível
que deixemos correr as coisas e que esqueçamos os compromissos que um dia
assumimos com Jesus e com o “Reino”… É para nós que Paulo grita: “acordai!;
renovai o vosso entusiasmo pelos valores do Evangelho; é preciso estar
preparado para acolher o Senhor que vem”.
♦ Há também, neste texto, um convite à esperança: “o Senhor vem! A
noite vai adiantada e o dia está próximo”. Deus não nos abandona; Ele continua
a vir ao nosso encontro e a construir conosco esse mundo novo de justiça e de
paz… Por muito que nos assustem as trevas que envolvem o mundo, a presença de
Deus garante-nos que a injustiça, a exploração, a morte não são o final
inevitável: a última palavra que a história vai ouvir é a Palavra libertadora e
salvadora de Deus.
Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
=========-----------------============
"Vigiai!"
Nesse domingo, inicia mais um Ano Litúrgico, no qual
relembramos e revivemos os Mistérios da História da Salvação.
NATAL e PÁSCOA centralizam as celebrações, que
são vividas em três momentos: antes, durante e depois...
Nesse Ano A, o
Evangelho de Mateus terá uma atenção
especial.
Com o Advento, entramos no tempo que nos prepara para o
Natal do Senhor
A palavra ADVENTO
significa "Vinda", chegada: nos faz relembrar e reviver as primeiras
etapas da História da Salvação, quando os homens se prepararam para a vinda do
Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda
de Cristo por ocasião do Natal.
Nas duas primeiras semanas do Advento, vigilantes e alertas,
esperamos a vinda definitiva e gloriosa do Cristo Salvador, e nas duas últimas
semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, preparamos mais
especialmente o seu nascimento em Belém.
A Liturgia de hoje é
um veemente apelo à VIGILÂNCIA, para
acolher os Sinais de Deus.
Na 1a Leitura, ISAÍAS profetiza a vinda de um
descendente de Davi, que trará justiça e paz para o seu povo. (Is 2,1-5) É um dos oráculos mais
bonitos de todo do Antigo Testamento.
Encarna a espera do Antigo Testamento de um futuro
maravilhoso: fala de uma era messiânica, na qual todos os povos acorrerão a
Jerusalém para adorar o único Deus.
As armas se transformarão em instrumentos pacíficos de
trabalho e de vida.
* O sonho do profeta começa a realizar-se em
Jesus, mas estamos ainda muito longe dessa terra de justiça e de paz...
- O que
podemos fazer para que o sonho de Isaías se concretize?
Na 2a Leitura,
Paulo nos convida a "acordar" para descobrir os sinais do novo dia que
já raiou e caminhar ao encontro da Salvação, deixando as obras das trevas e
vestindo as armas da LUZ. (Rm 13,11-14)
O Evangelho é um apelo a uma VIGILÂNCIA permanente, para reconhecer
o Senhor na sua chegada.
Para transmitir essa mensagem, Jesus usa três quadros:
- O 1º Quadro
é da humanidade na época de Noé: Os homens viviam, então, numa alegre
inconsciência, preocupados apenas em
gozar a sua "vidinha" descomprometida.
Quando o dilúvio
chegou, os apanhou de surpresa e despreparados.
- O 2º Quadro
fala dos trabalhos da vida cotidiana: podem nos levar a negligenciar a preparação
da Vinda do Senhor.
- O 3º Quadro
coloca o exemplo do dono de uma casa, que adormece e deixa a sua casa
ser roubada pelo ladrão.
+ O que significa "estar vigilante"?
- Será apenas estar sem pecado... para não ir para o
inferno?
- Ou acolher as oportunidades de salvação, que Deus nos
oferece?
Jesus continua vindo, para nos salvar e nos trazer a
felicidade. E nós temos que estar sempre atentos para perceber cada vinda sua.
Ele está presente nas palavras de quem nos orienta para o bem, nos gestos de amor dos irmãos, no esforço de
quem se sacrifica
para construir um mundo mais justo e fraterno.
Hoje, devido ao medo provocado pelo desemprego, fome e
violência, assistimos ao fenômeno da busca de refúgio no sagrado. Mas o excesso
de alegria de certas práticas religiosas sem compromisso pode nos tirar a
possibilidade de perceber a chegada do Senhor.
- As celebrações festivas nos fazem mais vigilantes, mais
acordados para a realidade que temos a obrigação de transformar ou funcionam
como sonífero, que nos impedem de ver a chegada daquele que vem sem aviso
prévio?
+ Motivos que impedem a acolhida do Senhor que vem:
- Prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres
fica alienada...
No domingo, dorme...
passeia... pratica esportes... mas não sobra tempo para celebrar a sua fé na
Comunidade...
- Trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho
esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde...
- Desatenção: o Distraído não vê o Cristo, presente
na pessoa sofredora...
Acha que não é
problema seu... é do governo... da Igreja...
+ Em minha vida, o que mais me
distrai do essencial e me impede tantas vezes de estar atento ao Senhor que
vem?
+ Como desejo me preparar para o Natal desse ano?
- Apenas programando
festas, presentes, enfeites, músicas?
- Ou numa atitude
humilde e vigilante, a esse Cristo que vem?
- Participo da Novena
do Natal em Família?
- Que PAZ desejo
construir?
Pe. Antônio
Geraldo
==========---------=======
Homilia do Pe.
Pedrinho (Adaptada
pelo Diácono Ismael)
Meus irmãos e irmãs, gostaria de
perguntar às crianças que estão na catequese: Por que estou de casula roxa?
(porque é o ano litúrgico). Ano litúrgico. Está certíssimo, mas eu quero uma
explicação mais fácil. Está certo, não está errado. Por que estou de roxo?
(porque é advento e no advento usamos o roxo). Olha aí. No advento usamos a cor
roxa. Uma vez, eu perguntei por que estava de verde e me disseram que era
porque o Palmeiras tinha ganhado. Fiquei muito chateado... (porque é
penitência). Olha, agente associa o roxo com penitência. Não está errado, mas
eu não quero que alguém pense que penitência é sacrifício. Não. Penitência é:
eu sou convidado, neste tempo, para aprofundar o tema que estamos celebrando. O
Tempo Comum, que é o verde, cada domingo é um tema diferente. No advento e
também na quaresma o tema é sempre o mesmo. Agora, no advento, vamos ter quatro
semanas onde vamos meditar o mesmo tema, que é a vinda de Jesus. É celebrar a
vinda de Jesus; portanto, é celebrar o aniversário de Jesus e celebrar a
segunda vinda. Os dois primeiros finais de semana, hoje e domingo que vem, nós
vamos ver o Evangelho falando do fim dos tempos. É um assunto que parece
estranho. Por que? Porque Celebramos a segunda vinda de Jesus. O terceiro e o
quarto final de semana iremos refletir sobre a primeira vinda de Jesus. Vai
contar o que aconteceu, conta que o anjo
anunciou, conta que foram para Belém e assim por diante.
É assim que a liturgia nos convida a
pensar sobre o assunto. O que é que tem de bom do tempo do Advento, que vai nos
ajudar e nos preparar para o nascimento de Jesus? A cada domingo vamos meditar
algo que é importantíssimo, que conhecemos com a vinda de Jesus. ... ... ... ... Para termos a Paz, somos
convidados a não nos afastarmos de Deus. Por que só Deus é Justo e é a nossa
Paz. Na medida em que eu estiver mais próximo de Deus, eu compreendê-lo melhor
o que é a justiça, o que é a verdadeira Paz. Por isso, é bom participarmos da
Celebração Eucarística (missa) pelo menos aos domingos, porque é aí que Deus
fala e eu me aproximo de Deus, porque Ele me dá conselhos justos e então eu
posso construir a paz.
Como vai a Paz em minha casa? Se não
tivermos paz em casa, é porque não está havendo justiça. Como vai a paz no meu
trabalho? Se não há paz no meu trabalho é porque não está havendo justiça. Como
vai a paz no estádio de futebol? Se não tiver paz, é porque ali não está
havendo justiça . nós poderíamos falar do ambiente do lazer, no ambiente de
escola, em todos os ambientes. Então,
somos chamados a construir a paz e a justiça em todos os ambientes.
Quando na comunidade não está havendo paz, é porque não está havendo justiça. É
claro, que aí, um precisa estar ajudando o outro. Como nós não temos plena
consciência da justiça, nem sempre somos justos. Não porque somos maus. É isto
que as pessoas confundem. O ser humano não é mau, mas ignorante, em se tratando
da justiça. Às vezes tem a melhor das
intenções, mas não é juto. Não por maldade, mas com limitação. É aí que é
importante nós ouvirmos a Palavra de Deus.
Tem ainda outro aspecto. Por que quando
agente ouve o Evangelho, ficamos em pé? Quem vai dar uma opinião? É só para não
cansar de ficar sentado? Aliás, tem alguns que tem uma preguiça de se levantar
na hora do Evangelho! Por que agente fica em pé? – (porque é a Palavra de
Deus). E, que isto tem a ver com o ficar em pé? A Primeira Leitura, geralmente
é do Antigo Testamento é Palavra de Deus também e nós ficamos sentados. A
segunda Leitura, que é do Novo Testamento, também é Palavra de Deus e agente
fica sentado. É só no Evangelho que agente fica em pé. Por que? (por causa do
respeito). Respeito a que? (a Deus). Mas, a Primeira e a Segunda Leitura também
é palavra de Deus e agente fica sentado. Eu estou aproveitando para explicar,
porque tenho noção de que pouca gente sabe. “uma multidão está em pé diante do
Cordeiro – do Filho do Homem”, diz São João. O que é que é isto? Nós cremos que
quem faz a leitura somente empresta a voz. É Deus quem fala. Por isso, agente quando
é convidado para ler, aceitar. Você só está sendo amplificador para a voz de
Deus. Na hora do Evangelho é o Filho do Homem, o Cordeiro, é Jesus quem fala. Porque
João fala que é para encontrar com o Filho do Homem em pé. É por isso. O respeito vale para as três Leituras. Só que
diante de Jesus que fala, ficamos em pé. por que? Porque, pelo Batismo cremos
que morremos e ressuscitamos e como diante do Cordeiro imolado todos ficam em
pé, eu me levanto porque o próprio Cordeiro que nos fala. Todo ressuscitado,
diante de Jesus, fica em pé.
Agora está fácil a resposta da pergunta que eu vou
fazer. Por que durante a consagração todos ficam em pé? Sei que
alguns, por devoção ficam de joelhos e só ficam em pé quando o presidente da
celebração diz “eis o mistério da fé” voltam a ficar em pé. É por devoção e
isto nós respeitamos. Por que ficamos em pé quando o pão e o vinho são
consagrados? Sabemos que Jesus se torna presente no Pão e no Vinho consagrados.
Por que ficamos em pé? Porque na consagração é o mesmo Filho do Homem que nos
está sendo apresentado. Se diante do Filho do Homem todos devem se apresentar
em pé, então, se Ele se faz presente na forma de Pão e de Vinho, devemos estar
em pé. Quem gosta de ficar ajoelhado por devoção, sem problema, mas o pedido do
Evangelho é que diante do Filho do Homem, nós nos apresentemos de pé. Veja que,
na nossa liturgia, tem gestos, todos eles, baseados na Palavra de Deus. Está
bom por hoje. Vamos pedir a Deus que nos ajude a caminhar no advento. Louvado
seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO
– Diocese de Santo André - SP
==========-----------========
Homilia do Padre Françoá Costa – I Domingo
do Advento (Ano A)
Noé do século XXI
Não faz muito tempo, um amigo enviou-me uns conselhos interessantíssimos
para recristianizar a sociedade. São verdadeiramente divertidos! Vamos
aproveitá-los no dia de hoje de uma maneira bastante prática. Por outro lado,
falando em recristianizar o nosso mundo, o nosso Brasil, vêm à mente as
alegrias e as dificuldades que essa missão leva consigo.Escutamos a comparação entre os tempos de Noé e os tempos da segunda vinda de Cristo: assim como, nos tempos de Noé, as pessoas, além de viver bem ordinariamente, estavam bastante distraídas, “assim será também na volta do Filho do homem” (Mt 24,39). Assim como os seres humanos que precederam o dilúvio universal, “comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento” (Mt 24,38), assim também estará a humanidade que precederá o juízo universal. Além da exortação que o Senhor faz para que estejamos vigilantes porque ele pode voltar a qualquer momento, não surpreende o fato de que nós frequentemente vivemos distraídos para essas coisas de dilúvios e de juízos. É normal, pois nos parece de grande proveito comer, beber e divertir-nos. E é verdade! Mas é preciso que unamos essas coisas ordinárias com as realidades sobrenaturais fazendo com que sejam uma só coisa na nossa vida: “quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Cor 10,31).
O critério está bem claro: se fizermos todas as coisas ordinárias tendo presente a glória de Deus não seremos surpreendidos no dia do juízo, estaremos sempre preparados para esse acontecimento. Mas, como ter sempre presente a glória de Deus? Como não andar frequentemente distraídos?
É nesse contexto que eu acho que se encaixa como uma luva à mão os conselhos do meu amigo para recristianizar a sociedade. São também bastante práticos para que tenhamos sempre presente a glória de Deus e não andarmos tão distraídos. Dos vinte e cinco conselhos formulados pelo meu amigo, vou mencionar somente alguns:
- Reze antes das refeições, também
ao comer em restaurantes ou em qualquer outro lugar. Ser cristão não é ter
AIDS!
- Escreva aquilo que você
sabe, mas com sentido cristão. Não se preocupe! Aqueles que escrevem sem
sentido cristão tampouco são escritores.
- Se for comer num
restaurante numa sexta-feira, pregunte ao garçom pelos menus de
abstinência. Caso ele fique um pouco admirado, é simples, explique o
porquê.
- Se você é religioso,
lembre-se que o hábito é um grande testemunho e é fera demais! Retire a
poeira dele e use-o desde a manhã até a noite. Não se preocupe: os jovens
também chamam a atenção com as roupas que eles utilizam.
- Não tenha vergonha de
apresentar aos amigos os seus oito filhos.
- Se você é sacerdote passe
cinco horas diárias no confessionário. Se não é, passe cinco minutos semanais
pelo confessionário.
- Seja pós-moderno e
atreva-se a elogiar diante dos seus amigos a santa pureza, a mortificação
corporal, a virgindade e a obediência ao Papa; não se preocupe: aqueles
que têm complexos irão ao psiquiatra.
- No tempo de calor, não se
comporte como índio antes da colonização. Um pouco de decência, né!?
- Pela rua, vá de mãos dadas
com a sua namorada; e se ela tiver frio, é só dar-lhe de presente um
cachecol.
- Com idêntica soltura com
que você cita a Maomé, Gandhi o Martin Luther King, faça o mesmo com a
Epístola aos Filipenses, o Evangelho segundo São Mateus ou São Cirilo de
Jerusalém. Experimente!
- Sorria. Um Brasil mais
cristão é um Brasil mais alegre.
- Não se queixe. Faça alguma
coisa.
Já que com esse primeiro domingo do Advento a Igreja inicia mais um Ano Novo Litúrgico, aproveito para felicita-lo também: felicidades neste Ano Novo e que seja de abundantes graças do Senhor.
Pe. Françoá Costa
===----------------------------===
Homilia do Mons. José Maria – I Domingo do Advento (Ano A)
Nesse domingo, inicia mais um Ano Litúrgico, no qual relembramos e revivemos
os Mistérios da História da Salvação. A Igreja nos põe de sobreaviso com quatro
semanas de antecedência a fim de que nos preparemos para celebrar de novo o
Natal e, ao mesmo tempo, para que, com a lembrança da primeira vinda de Deus
feito homem ao mundo, estejamos atentos a essas outras vindas do Senhor: no fim
da vida de cada um e no fim dos tempos. Por isso o Advento é o tempo de
preparação e de esperança.A palavra ADVENTO significa “Vinda”, chegada: nos faz relembrar e reviver as primeiras etapas da História da Salvação, quando os homens se preparam para a vinda do Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda de Cristo por ocasião do Natal.
Isaías fala com ênfase da era messiânica, quando todos os povos se hão de reunir em Jerusalém para adorarem o único Deus. Jerusalém é figura da Igreja, constituída por Deus “sacramento universal de salvação” (LG 48), que abre os seus braços a todos os homens para os conduzir a Cristo e para que, seguindo os seus ensinamentos, vivam como irmãos na concórdia e na paz. Cada cristão deve ser uma voz a chamar os homens, com a veemência de Isaías, à fé verdadeira e ao amor fraterno. Convida Isaías: “Vinde, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor” (Is 2, 5).
O Evangelho (Mt 24, 37 – 44) convoca os cristãos à vigilância: “Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24, 42). São Paulo (Rm 13, 11 – 14) lembra que a salvação já está próxima. Chegou a hora de acordar, pois o dia se aproxima É preciso deixar as trevas e ser iluminados pela luz do dia, pela luz de Cristo. Trata-se da conversão: deixar as obras das trevas e fazer o bem revestindo-se do Senhor Jesus Cristo.
Preparemos o caminho para o Senhor que chegará em breve; e se notarmos que a nossa visão está embaçada e não distinguimos com clareza essa luz que procede de Belém, é o momento de afastar os obstáculos. É tempo de fazer com especial delicadeza o exame de consciência e de melhorar a nossa pureza interior para receber a Deus. É o momento de discernir as coisas que nos separam do Senhor e de lançá-las para longe de nós. Um bom exame de consciência deve ir até as raízes dos nossos atos, até os motivos que inspiram as nossas ações. E logo buscar o remédio no Sacramento da Penitência (Confissão)!
“Vigiai, não sabeis em que dia o Senhor virá”. Não se trata apenas da “parusia”, mas também da vinda do Senhor para cada homem no fim da sua vida, quando se encontrar face a face com o seu Salvador; e será esse o dia mais belo, o princípio da vida eterna! “Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24, 44). Toda a existência do homem é uma constante preparação para ver o Senhor, que cada vez está mais perto; mas no Advento a Igreja ajuda-nos a pedir de um modo especial: “Senhor, mostrai-me os vossos caminhos e ensinai-me as vossas veredas. Dirigi-me na vossa verdade, porque sois o meu Salvador” (Sl 24).
Para manter este estado de vigília, é necessário lutar, porque a tendência de todo homem é viver de olhos cravados nas coisas da terra.
Fiquemos alertas! Assim será se cuidarmos com atenção da oração pessoal, que evita a tibieza e, com ela, a morte dos desejos de santidade; estaremos vigilantes se não abandonarmos os pequenos sacrifícios, que nos mantêm despertos para as coisas de Deus. Diz-nos São Bernardo: “Irmãos, a vós, como às crianças, Deus revela o que ocultou aos sábios e entendidos: os autênticos caminhos da salvação. Aprofundai no sentido deste Advento. E, sobretudo, observai quem é Aquele que vem, de onde vem e para onde vem; para quê, quando e por onde vem. É uma curiosidade boa. A Igreja não celebraria com tanta devoção este Advento se não contivesse algum grande mistério”
Procuremos afastar os motivos que impedem a acolhida do Senhor:
– os prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica alienada… No domingo, dorme… passeia… pratica esportes… mas não sobra tempo para a Missa.
– trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde…
Como desejo me preparar para o Natal desse ano?
Apenas programando festas, presentes, enfeites, músicas?
Preparemos numa atitude de humildade e vigilância a chegada de Cristo que vem.
Mons. José Maria Pereira
===========---------------==============
Homilia de Dom Henrique Soares da Costa – I Domingo do Advento (Ano A)
Com esta santa Eucaristia, estamos iniciando o novo ano litúrgico. É este o
primeiro Domingo do Advento, o tempo de quatro semanas que nos prepara para o
Natal do Senhor. Tudo, na Liturgia nos ajudará nessa santa preparação, na santa
espera, cheia de esperança: o roxo significa a vigilância de quem aguarda, a
moderação das flores ajuda-nos a concentrar nossa atenção naquele que vem, o
“Glória” não cantado prepara-nos para cantá-lo como novidade na Noite Santa do
Natal. Os sentimentos do nosso coração devem ser a vigilância, a piedade
humilde de Maria Virgem, de José, dos pastores, de Simeão, Zacarias e Isabel, o
espírito de conversão anunciado por João Batista, o sonho de um mundo “cheio
da sabedoria do Senhor como as águas enchem o mar” (Is 11,9), como Isaías
profetizou… Aproveitemos essas quatro semanas tão doces, que recordam a espera
de Israel e da humanidade pelo Messias!Nos textos bíblicos que a Igreja hoje nos propõe, o Senhor sonda as angústias e saudades do coração humano e nos fala precisamente da esperança: ele é o Deus que vem ao encontro dos nossos anseios mais profundos… Mas também nos exorta a vigiar, a nos preparar para acolher o Dom esperado. Aliás, é esta a miséria do mundo atual: busca a paz, procura a vida, mas não busca naquele que é a saciedade do nosso coração e a salvação da nossa existência. O homem tem sede e Deus, misericordiosamente envia-lhe a água, que é o Messias… e o nosso mundo não o reconhece; antes, renega-o! Vejamos se não é assim; recordemos a palavra do Profeta: “Acontecerá nos últimos tempos que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas. A ele acorrerão todas as nações, para lá irão povos numerosos.. porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a Palavra do Senhor”. Vejamos bem: de Israel, Deus prepara uma salvação, uma luz, uma direção para toda a humanidade. O homem sozinho não encontra o caminho, por mais que teime em se julgar grande e autossuficiente. À nossa pobreza, o Senhor vem com uma promessa tão grande. E, se o coração da humanidade acolher a salvação que vem, a luz que brilha, então, encontrará a paz: “Ele há de julgar as nações e argüir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices: não pegaram em armas uns contra os outros em não mais travarão combate”. Eis a promessa de Deus: dá-nos a salvação; eis o sonho do Senhor: encontrar uma humanidade que acolha o Salvador, dele bebendo a paz!
No nosso mundo, ferido, cansado, incerto… mundo que já não mais crê de verdade em nada, a promessa do Senhor é como um alento. Acreditemos, irmãos! Quão triste o mundo se os cristãos viverem sem esperança, sem certeza, sem ânimo, como os pagãos… Este Tempo do sagrado Advento quer levantar nosso ânimo: o Senhor, cujo Natal celebraremos dentro de quatro semanas, é o mesmo que virá um dia, na sua manifestação gloriosa! Nossa vida tem rumo e sentido. Vigiemos: “Vós sabeis em que tempo estamos! Já é hora de despertas. Agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noitedeste mundo já vai adiantada, o Dia vem chegando” – o Dia é Cristo, Salvação que Deus nos prometeu e nos preparou! Então: “Despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz. Procedamos honestamente, como em pleno dia” – como quem vive já agora, durante a noite deste mundo, no Dia, que é Cristo-Deus: “nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário: revesti-vos do Senhor Jesus”. Eis o modo de vigiar na noite deste mundo, eis o modo de testemunhar que esperamos, na vigilância, o Salvador que nos foi prometido e virá. É oportuno recordar que este texto da Carta aos Romanos, foi o que provocou a conversão de Santo Agostinho, lá no distante século V. A Palavra de Deus é sempre um apelo gritante e forte para nós! Que ela nos converta também agora!
A grande tentação para os discípulos de Cristo, hoje, é conformar-se com o marasmo do pecado do mundo, é viver burguesamente, uma vida cômoda e sem uma fé verdadeira e operante, sem aquela atitude de alegre expectativa por aquilo que o Senhor nos prometeu. Vamos nos ocupando e distraindo com uma vida fútil, dispersa em mil bobagens, esquecendo daquilo que realmente importa! Vale para nós a advertência seríssima do Senhor Jesus: “A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé”: Naquele então, todos vivam tranquilamente: “comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até que Noé entrou na arca e eles nada perceberam…” Como agora: vive-se na farra do paganismo, do consumismo, do relaxamento moral, de tantos absurdos contrários ao Evangelho… e não percebemos que haverá um juízo decisivo de Deus para nós e para o mundo, um juízo no qual o bem e o mal, o santo e o pecador, serão separados: “um será levado e o outro será deixado”… Triste de quem for deixado, triste de quem perder a companhia do Senhor, nossa paz! Pois bem: logo neste iniciozinho de Advento, a advertência do Senhor é dramática: “Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor! Na hora em que menos pensais, o Filho do homem virá!”
Então, enquanto o mundo dorme no seu pecado, na sua auto-satisfação, elevemos, humildemente nosso olhar e nosso coração para Aquele que vem: “A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meu inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera!” – Marana thá! Vem, Senhor Jesus!
Dom Henrique Soares da Costa
=========-----------------================
Para a Celebração da Palavra: (Diáconos ou Ministros extraordinários da Palavra):
Louvor: (Quando o Pão consagrado
estiver sobre o altar) :
I
dom. advento
- O Senhor esteja com todos vocês... demos graças ao Senhor, nosso Deus...
- Com Jesus, por Jesus e em Jesus, na
força do Espírito Santo, louvemos ao Pai:
T: Louvor e glória a vós, ó Pai de bondade.
- Bendito sejais, Deus nosso Pai! Vós,
instruindo o vosso povo, revelastes o caminho da Paz através de vosso Filho.
Que todas as Igrejas do universo irradiem vossa luz indicando o caminho do
Reino.
T: Louvor e glória a vós, ó Pai de bondade.
- Nós vos bendizemos pelo anúncio de um
novo dia, pois a cada ano vosso filho renasce em nossos corações, nos trazendo
a esperança de salvação. Atentos e vigilantes aguardamos o nosso Salvador.
T: Louvor e glória a vós, ó Pai de bondade.
- Pai, nós vos damos graças porque
sempre estais conosco. Sempre nos acompanhais nas alegrias e dificuldades.
Ajudai-nos a estarmos atentos ao serviço do reino, construindo a paz, a justiça
e a solidariedade.
T: Louvor e glória a vós, ó Pai de bondade.
PAI NOSSO... A
PAZ... EIS O CORDEIRO...
========---------------==============
Celebrações com a Coroa de Advento
I
Domingo do Advento - A vela do Profeta: a
esperança. (vela roxa)
Segue-se tudo normal até a saudação inicial
feita pelo presidente da
celebração: A graça de Nosso Senhor Jesus
Cristo...... Antes do Ato penitencial segue-se o rito para acender a primeira
vela:
Comentário: Hoje vamos acender a primeira vela da Coroa do Advento, a vela
do Profeta, a vela da esperança, para recordar que Jesus Cristo é a nossa única
esperança. Vamos agradecer a Deus pelas promessas que fez à humanidade e a
esperança que despertou e continua a despertar em cada um de nós.
(Alguém
entra com a vela roxa acesa e a coloca na Coroa do Advento. Nesse momento
pode-se cantar um canto que fale de esperança ou apenas dedilhar o violão ou o
teclado.
Oração
Pres. Ó Deus da esperança, quando os seres humanos se separaram da
vossa
amizade, do vosso amor, nunca os abandonastes. Já aos primeiros
pais Adão e Eva prometestes um salvador, um filho de sua descendência, que
haveria de vencer o inimigo e restabelecer a comunhão de amor e de vida
convosco.
Renovaste a promessa através de Abraão, do Rei Davi e do Profeta
Isaías. Nós vos agradecemos porque finalmente nos enviastes o Salvador nascido
da Virgem Maria. Assim como a humanidade soube esperar o Salvador, concede i
também a nós, nos prepararmos para acolher o Salvador que vem novamente na
comemoração do seu Natal. Aumentai nossa esperança. Nós vos pedimos que Cristo
nasça em nossos corações neste Santo Natal. Isso vos pedimos, por Cristo, nosso
Senhor.
T. Amém
Nenhum comentário:
Postar um comentário