4º DOMINGO DO ADVENTO ANO A 2016
Tema: “Ele será chamado de Emanuel.” Jesus é o “Deus conosco”, que veio oferecer uma vida nova.
Na
primeira leitura, o profeta Isaías anuncia que Deus
que não abandona o seu Povo, mas caminha com ele na história.
Evangelho: Jesus é “Deus conosco”, que vem ao
nosso encontro apresentar uma proposta de salvação.
Segunda leitura: Do encontro com Jesus, deve resultar o testemunho a todos e em todos os
tempos.
PRIMEIRA
LEITURA (Is 7,10-14) Leitura do Livro do Profeta Isaías.
Naqueles dias, o Senhor falou com Acaz, dizendo: “Pede ao
Senhor teu Deus que te faça ver um sinal, que provenha da profundeza da terra,
que venha das alturas do céu”. Mas Acaz respondeu: “Não pedirei nem tentarei o
Senhor”. Disse o profeta: “Ouvi então, vós, casa de Davi; será que achais pouco
incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus? Pois bem, o próprio
Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e
lhe porá o nome de Emanuel”.
AMBIENTE - Em 734 A.C., Acaz sobe ao trono de Judá (o Povo de Deus está dividido: ao
norte, há um reino formado por dez tribos, com o nome de Israel; ao sul, há
outro reino, formado por duas tribos, com o nome de Judá. Por esta época, Judá
goza de alguma prosperidade econômica e de relativa tranquilidade política… No
entanto, Pecah, rei de Israel, e Rezin, da Síria, lançam as suas tropas contra
Judá. Acaz, assustado, decide pedir a ajuda dos assírios para resistir aos
invasores. O profeta Isaías, no entanto, não concorda: para ele, a única
esperança com que Judá deve contar é Jahwéh, o seu Deus; No entanto, Acaz
insiste em pedir a ajuda da Assíria… É então que o profeta Isaías se dirige ao
rei e lhe pede que, se não acredita nas suas recomendações, peça a Deus um
“sinal” para decidir o que Deus quer e o que é melhor para o Povo. Acaz tem a
decisão tomada e recusa pedir a Deus um “sinal”… Mas Isaías quer, mesmo assim,
deixar ao rei um “sinal” de Deus…
MENSAGEM - O “sinal” de Deus é este: “a jovem conceberá e dará à luz um filho, e o
seu nome será Deus conosco”. O profeta refere-se Certamente ao fato histórico
da gravidez da jovem esposa do rei (Abia, filha de Zacarias) e posterior
nascimento do filho Ezequias, que veio a ocupar o trono de Judá quando Acaz
morreu. O nascimento desse bebê será a
garantia de que a descendência de David continuará e de que, apesar do ataque
dos inimigos (Pecah de Israel e Rezin de Damasco), Judá terá um futuro. Este
bebê é, portanto, um sinal de que “Deus está conosco” e que continua a cuidar
do seu Povo e a oferecer-lhe um futuro de esperança. Ao abordar este texto, a
versão grega dos “Setenta” utilizou o vocábulo “parthénos” (“virgem”) para
traduzir o hebraico “‘almah” (“jovem”). Por isso, desde o séc. II a.C. (ou até
antes), uma parte da tradição judaica viu neste nascimento excepcional uma
referência ao Messias, que haveria de nascer de uma “virgem”. A tradição
cristã, naturalmente, aplicou este oráculo a Jesus; e Maria, a mãe de Jesus,
passou a ser essa “virgem” nomeada no texto grego de Is 7,14.
ATUALIZAÇÃO
♦ Deus não abandona o seu Povo e será
sempre o “Deus conosco”, que continua a vir ao nosso encontro…
♦ Acaz confiava mais na segurança dos
exércitos estrangeiros do que em Jahwéh… Em que é que o homem de hoje coloca a
sua confiança e a sua esperança? Para evitar um holocausto nuclear, é no
equilíbrio das armas que podemos confiar? Para termos uma sociedade mais justa
e mais fraterna, é nos políticos que podemos confiar? Para nos sentirmos
seguros e confortáveis, é no dinheiro que podemos confiar? Para iludirmos a
doença ou a morte, é nos novos medicamentos ou nos progressos da medicina que
podemos confiar? Onde está a nossa “rocha segura” que não falha: em Deus ou nas
estruturas humanas?
SALMO
RESPONSORIAL 23(24)
O rei da glória é o
Senhor onipotente; abri as portas para que ele possa entrar!
• Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, / o mundo inteiro com
os seres que o povoam; /
porque ele a tornou firme sobre
os mares, / e sobre as águas a mantém inabalável.
• “Quem subirá até o monte do Senhor, / quem ficará em sua santa
habitação?” /
“Quem tem mãos puras e inocente coração, / quem não dirige sua mente
para o crime”.
• Sobre este desce a bênção do Senhor / e a recompensa de seu Deus e
Salvador”. /
“É assim a geração dos que o procuram
/ e do Deus de Israel buscam a face”.
EVANGELHO
(Mt 1,18-24) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava
prometida em casamento a José e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida
pela ação do Espírito Santo. José, seu marido, era justo e, não querendo
denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. Enquanto José pensava nisso,
eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de
Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu
pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de
Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Tudo isso aconteceu
para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Eis que a virgem
conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que
significa: Deus está conosco”. Quando acordou, José fez conforme o anjo do
Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa.
AMBIENTE - Mateus centra o seu relato do nascimento de Jesus na figura de S. José (S. Lucas na de Maria), com uma clara intencionalidade teológica de apresentar Jesus como o Messias, anunciado como descendente de David.
O Evangelho que
acabamos de ouvir refere a concepção de Maria, Mãe de Jesus, aceitação por José
e o nascimento do Salvador. Desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a
Mãe do seu Filho uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré, Virgem que era
noiva de um homem da casa de David
Os textos do “Evangelho da Infância” pertencem a um gênero literário,
chamado homologese. Este gênero não pretende ser um relato jornalístico e histórico de
acontecimentos; mas é, sobretudo, uma catequese (que Jesus é o Messias, que Ele
vem de Deus, que Ele é o “Deus conosco”). A homologese utiliza e mistura tipologias (fatos e pessoas do
Antigo Testamento, encontram a sua correspondência em fatos e pessoas do Novo
Testamento) e aparições apocalípticas (anjos, aparições, sonhos) para
fazer avançar a narração e para explicitar determinada catequese sobre Jesus. O
Evangelho de hoje deve ser entendido a esta luz: não interessa, pois, estar
aqui à procura de fatos históricos. Há ainda outra questão que importa: a
situação de Maria e José. O casamento hebraico considerava o compromisso
matrimonial em duas etapas: havia uma primeira fase, na qual os noivos se
prometiam um ao outro (os “esponsais”); só numa segunda fase surgia o
compromisso definitivo (as cerimônias do matrimônio propriamente dito)… Entre
os “esponsais” e o rito do matrimônio, passava um tempo mais ou menos longo,
durante o qual qualquer uma das partes podia voltar atrás, ainda que sofrendo
uma penalidade. Durante os “esponsais”, os noivos não viviam em comum; mas o
compromisso que os dois assumiam tinha já um caráter estável, de tal forma que,
se surgia um filho, este era considerado filho legítimo de ambos. A Lei de
Moisés considerava a infidelidade da “prometida” como uma ofensa semelhante à
infidelidade da esposa (cf. Dt 22,23-27)… E a união entre os dois “prometidos”
só podia dissolver se com a fórmula jurídica do divórcio. Ora, segundo o texto
que nos é proposto, José e Maria estavam na situação de “prometidos”: ainda não
tinham celebrado o matrimônio, mas já tinham celebrado os “esponsais”.
A concepção virginal
antes de ser explicada e justificada pelo cumprimento das Escrituras (vv.
18-25), é logo anunciada na genealogia, que precede imediatamente a leitura de
hoje, pois para todos os seus elos se diz «gerou»,
quando para o último elo não se diz que «gerou», mas: «José, esposo de Maria, da qual
nasceu Jesus» (v. 16, à letra
«da qual foi gerado – entenda-se, por Deus – Jesus»).
O que devia ser para
José uma grande alegria tornou-se o mais cruel tormento. Em circunstâncias
idênticas, qualquer outro homem teria denunciando a noiva ao tribunal como
adúltera. Mas José era um santo, «justo»,
por isso, não condenava ninguém sem ter as provas evidentes da
culpa. E aqui não as tinha e, conhecendo a santidade singular de Maria, não
admite a mais leve suspeita, mas pressente que está perante o sobrenatural, já
sentido por Isabel… (ou não teria tido alguma iluminação divina acerca da
profecia de Isaías 7, 14). Então só lhe restava deixar Maria, para não se
intrometer num mistério em que julga não lhe competir ter parte alguma. É assim
que «resolveu
repudiá-la em segredo», evitando, assim, «difamá-la» (colocá-la
numa situação infamante) ou simplesmente «tornar público» («deigmatísai») o
mistério messiânico. Mas podemos perguntar: porque não interrogava antes Maria
para ser ela a esclarecer o assunto? É que pedir uma explicação já seria
mostrar dúvida, ofendendo Maria; a sua delicadeza extrema levá-lo-ia a não a
humilhar ou deixar embaraçada. E porque razão é que Maria não falou, se José
tinha direito de saber do sucedido? Mas como é que Maria podia falar de coisas
tão colossalmente extraordinárias e inauditas?! Como podia provar a José a
Anunciação do Anjo? Maria calava, sofria e punha nas mãos de Deus a sua honra e
as angústias por que José iria passar por sua causa; e Deus, que tinha revelado
já a Isabel o mistério da sua concepção, podia igualmente vir a revelá-lo a
José. De tudo isto fica para nós o exemplo de Maria e de José: não admitir
suspeitas temerárias e confiar sempre em Deus.
«Não temas receber Maria, tua esposa». O Anjo não diz: «não desconfies», mas: «não temas».
Segundo a explicação anterior, José deveria andar amedrontado com algo de
divino e misterioso que pressentia: julga-se indigno de Maria e decide não se
imiscuir num mistério que o transcende. Como explica S. Bernardo, S. José «foi
tomado dum assombro sagrado perante a novidade de tão grande milagre, perante a
proximidade de tão grande mistério, que a quis deixar ocultamente… José
tinha-se, por indigno…». Assim, o Anjo não só elucida José, como também lhe diz
que ele tem uma missão a cumprir no mistério da Incarnação, a missão e a
dignidade de pai do Salvador.
Eis, a propósito, o
maravilhoso comentário de S. João Crisóstomo, apresentando Deus a falar a José:
«Não penses que, por ser a concepção de Cristo obra do Espírito Santo, tu és
alheio ao serviço desta divina economia; porque, se é certo que não tens
nenhuma parte na geração e a Virgem permanece intacta, não obstante, tudo o que
pertence ao ofício de pai, sem atentar contra a dignidade da virgindade, tudo
to entrego a ti, o pôr o nome ao filho. (…) Tu lhe farás as vezes de pai, por
isso, começando pela imposição do nome, Eu te uno intimamente com Aquele que
vai nascer» (Homil.
in Mt, 4).
MENSAGEM
-
Segundo a narração de Mateus, José apercebeu que Maria
estava grávida, durante a fase dos esponsais… Como sabia não ser o pai do bebê
que estava para chegar, resolveu abandonar Maria, em segredo; mas um anjo
do Senhor apareceu-lhe em sonhos e esclareceu o mistério: “Aquele que
vai nascer é fruto do Espírito Santo”. O que é que temos aqui? Reportagem de
acontecimentos históricos? O anúncio do anjo a José segue o esquema dos relatos
do Antigo Testamento, em que se anuncia o nascimento de uma personagem importante
(Jz 13): a) o anúncio está rodeado de sinais divinos (o “anjo do Senhor”, o
sonho); b) que provocam medo e espanto; c) o mensageiro divino anuncia qual
será o nome e a missão da criança que vai nascer; d) dá-se um sinal que
confirma o anúncio (o cumprimento das Escrituras). A função destes anúncios é
vincular a personagem, desde o seu nascimento, com o projeto divino. Este mesmo
esquema estereotipado é, aliás, usado por Lucas para descrever o nascimento de
João Batista (cf. Lc 1,5- 25). Neste episódio temos, portanto, não uma
descrição de fatos históricos, mas uma catequese sobre Jesus (que é apresentada
recorrendo a esquemas literários, conhecidos dos escritores bíblicos). Então, o
que é que esta catequese procura ensinar? Fundamentalmente, procura-se mostrar
que Jesus vem de Deus, que a sua origem é divina (Maria encontra-se grávida por
virtude do Espírito Santo). Procura se, ainda, ensinar qual será a missão de
Jesus: o nome que Lhe é atribuído mostra que Ele vem de Deus com uma proposta
de salvação para os homens (“Jesus” significa “Jahwéh salva”). Também se diz,
de forma clara, que Ele é o Messias de Deus, da descendência de David, que os
profetas anunciaram (a referência ao seu nascimento de uma “virgem” não deve
ser vista como a afirmação do dogma da virgindade de Maria, mas como a
afirmação de que Jesus é o Messias anunciado pelos profetas – nomeadamente pelo
texto de Is 7,14 – enviado por Deus para restaurar o reino de David). De
qualquer forma, a figura de José desempenha aqui um papel muito interessante… O
anjo dirige-se
a ele como “filho de David” e pede-lhe que receba Maria e que ponha um nome à
criança. A imposição do nome é o rito através do
qual um pai recebe uma criança como filho. Assim, Jesus passa a fazer parte da
família de David e a ser, naturalmente, a esperança para a restauração desse
reino ideal de paz e de felicidade pelo qual todo o Povo ansiava. Pela
obediência de José, realizam-se os planos e as promessas de Deus ao seu Povo.
ATUALIZAÇÃO
♦ A festa do Natal deve ser o encontro
com este Deus; e só será possível se tivermos o coração disponível para O
acolher e para abraçar a proposta que Ele nos veio fazer.
♦ Maria é uma figura que está sempre
disponível para escutar os apelos de Deus e que lhes responde com um “sim” de
disponibilidade total… Estou na mesma atitude de disponibilidade aos desafios
de Deus?
♦ José é o homem a quem Deus envolve
nos seus planos, mas que tudo aceita, numa obediência total a Deus. Sou capaz
de acolher os projetos de Deus – mesmo quando eles desorganizam os meus
projetos pessoais – com a mesma disponibilidade de José, na obediência total
aos esquemas de Deus?
SEGUNDA
LEITURA (Rm 1,1-7) Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Eu, Paulo, servo
de Jesus Cristo, apóstolo por vocação, escolhido para o Evangelho de Deus, que
pelos profetas havia prometido, nas Sagradas Escrituras, e que diz respeito a
seu Filho, descendente de Davi segundo a carne, autenticado como Filho de Deus
com poder, pelo Espírito de Santidade que o ressuscitou dos mortos, Jesus
Cristo, Nosso Senhor. É por ele que recebemos a graça da vocação para o
apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé todos os povos pagãos,
para a glória de seu nome. Entre esses povos estais também vós, chamados a ser
discípulos de Jesus Cristo. A vós todos que morais em Roma, amados de Deus e
santos por vocação, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de Nosso Senhor,
Jesus Cristo.
AMBIENTE - Estamos no ano 57 ou
58. Paulo está preocupado com o futuro da Igreja, pois manifestam- se algumas
dificuldades de relacionamento entre judeu-cristãos e pagão-cristãos, fruto das
diferenças sociais, culturais e religiosas subjacentes aos dois grupos. Nesta
situação, Paulo escreve para sublinhar aquilo que a todos une – judeus e não
judeus – fazem parte do mesmo Povo de Deus e devem viver no amor e na
fraternidade.
MENSAGEM - Num começo solene,
Paulo define-se a si: ele é servo, apóstolo e eleito para anunciar o Evangelho.
Dizer que é “servo de Jesus Cristo” significa que ele pôs a sua vida, ao
serviço de Jesus Cristo. A designação “servo” deve ser entendida como entrega
amorosa a Cristo. Dizer que é “apóstolo por chamamento divino” equivale
a dizer que ele é uma testemunha fiel de Jesus e da sua mensagem. Dizer que é “escolhido
para o Evangelho” quer dizer que Paulo tem consciência de ser, desde sempre,
eleito por Deus para a tarefa de levar a Boa Nova da libertação aos homens de
toda a terra. Ele nasceu para anunciar o Evangelho e para ser testemunha do
projeto de salvação que Deus quer oferecer aos homens.
Na perspectiva de Paulo, o “Evangelho” é a proposta libertadora de Deus,
que se tornou viva e presente no mundo através da pessoa de Jesus Cristo, o
Messias, e que se destina à salvação de todos. Não se trata de uma coleção de
textos mortos; mas trata-se de uma proclamação viva, ativa, transformadora,
capaz de gerar vida nova e liberdade plena naqueles que a escutam e a acolhem.
Paulo sente que toda a sua vida está ao serviço desse projeto.
ATUALIZAÇÃO
♦ Jesus Cristo veio ao
mundo para apresentar um projeto de salvação; esse projeto é o caminho seguro
para deixarmos cair as cadeias que nos oprimem e para chegarmos à vida plena
que Deus nos quer oferecer.
♦Ser cristão é
testemunhar essa proposta de vida nova e de liberdade.
♦Para Paulo, o anúncio
do Evangelho é uma missão que Deus confia àqueles que elege e que deve ser
cumprida com amor e com espírito de serviço.
Fonte:
Dehonianos
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Maria
e José
Na 1aLeitura,
ISAÍAS anuncia uma Virgem, que conceberá o "Deus conosco". Is 7,10-14)
O Rei
Acaz confia mais no poder do exército dos assírios, do que na força e na
proteção de Deus e sofre um estrondoso fracasso.
Apesar
da infidelidade de Acaz, Isaías confirma a fidelidade de Deus e revela um sinal
de esperança: "Uma Virgem conceberá
e dará à luz um filho (Ezequias), e
lhe porá o nome de EMANUEL, que quer dizer Deus-Conosco".
- O
filho de Acaz, concebido de uma virgem, foi um bom rei, consolidou a dinastia
de Davi e se tornou sinal da presença de Deus no meio do povo. Mas criou-se a expectativa de um outro rei,
um filho de Davi, que cumprisse plenamente a profecia e fosse realmente
"Deus conosco".
-
Desde o início da era cristã, os cristãos viram na figura dessa "virgem"
a imagem de Maria, mãe de Jesus; e no
"Emanuel" o próprio Jesus,
o verdadeiro "Deus-conosco".
A 2ª
Leitura, Paulo lembra que Jesus é a boa-nova de Deus há tempos
anunciada pelos profetas, nas Sagradas Escrituras, um judeu de nascimento, da
família de Davi. (Rm 1,1-7)
No Evangelho,
vemos a plena realização da promessa:
Jesus é o "Deus-conosco" que vem ao encontro dos homens para lhes
apresentar uma proposta de Salvação.
Ele
nascerá de MARIA, esposa de um homem
bom, justo e honrado chamado JOSÉ,
descendente de Davi. (Mt 1,18-24)
A
narrativa da situação de Maria e José não deve ser vista como uma descrição de
fatos históricos, mas uma CATEQUESE sobre Jesus
- Jesus vem de Deus: sua
origem é divina. Maria encontra-se grávida por obra do Espírito Santo.
- Missão de Jesus:
o nome "Jesus"
significa "Javé salva". Ele mostra que vem de Deus com uma
proposta de salvação.
- O seu Nascimento
de uma "Virgem" afirma que Jesus é o Messias anunciado
pelos profetas, enviado por Deus para restaurar o reino de Davi.
- José desempenha
um papel importante: Pela sua obediência silenciosa, realizam-se os Planos de
Deus. Confiando na palavra de Deus, se incorpora, com plena disponibilidade, no
plano salvador de Deus.
- A Virgem Maria
nos convida a admirar o que o Senhor operou nela e a acreditar na vitória
da vida onde nós só enxergamos sinais de morte.
*
No Natal, Deus vem ao encontro
dos homens para oferecer a Salvação. Esse encontro só será possível se tivermos o
coração disponível para o acolher e para abraçar a sua proposta.
+ O Evangelho nos
apresenta DOIS MODELOS de disponibilidade:
- MARIA
está sempre atenta aos apelos de Deus e responde com um "sim"
generoso de total disponibilidade... Esse "sim" torna possível a
presença salvadora de Deus no mundo.
- JOSÉ é um
homem a quem Deus envolve nos seus planos misteriosos, mas que tudo aceita,
numa obediência total a Deus.
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia
do Pe. Pedrinho
Meus irmãos e irmãs, estamos nos
aproximando do aniversário de Jesus, o dia do Natal. É evidente, que não é um
aniversário igual a qualquer outro. Este aniversário, Natal, é carregado de
significado. Ao celebrarmos o Natal do Senhor, celebramos a graça de Deus, que
habita entre nós. Para compreendermos
melhor, é bom lembrar daquilo que o antigo Testamento nos apresenta. Ele diz
que Deus está nas alturas. E, de fato, o próprio Pai Nosso vai nos falar isto:
“Pai nosso que estais no Céu”. De fato também, nós vamos professar a nossa fé,
onde nosso creio vai dizer: “Desceu do Céu e se encarnou pelo Espírito Santo no
seio da Virgem Maria e se fez homem”. Na realidade, o ser humano no Antigo
Testamento precisava se dirigir aos Céus para entrar em comunicação com Deus.
Deus é o inatingível, aquele, que por mais que eu queira, não consigo tocar. De
maneira, que sempre havia um distanciamento entre o ser humano e Deus. Natal é
Deus que toma a iniciativa de vir ao ser humano. É graça de Deus. É Deus que
volta o seu olhar para o ser humano. O Antigo Testamento no livro do Êxodo vai
dizer: “Eu vi e eu ouvi e desci para salvar o meu povo”. É Deus que
gratuitamente volta o seu olhar para a humanidade. Isto é graça. O profeta
Miquéias vai dizer que isto acontecerá e Ele virá de Belém. Belém significa
casa do pão. Ora, não é atoa, que Jesus vai tomar um pão, partir e dizer:
“Tomai e comei. Isto é o meu corpo”. Jesus vai realizar esta profecia de
Miquéias, trazendo para nós a Eucaristia. Na sua graça Ele, Deus, vai se tornar
um de nós no Natal e vai permanecer conosco para sempre. Ao mesmo tempo que
Celebramos sua volta para o Céu, na ascensão, celebramos sua presença no meio
de nós. A graça de Deus chega ao máximo, no ápice, se esvaziando de si mesmo e
se tornando homem. É o grande mistério de Deus.
Mistério não é o que eu não posso
entender. Muita gente aprendeu assim e eu também na catequese: o que é
Mistério? “Mistério é o que eu não posso entender”. Não é verdade. Mistério é
aquilo que eu compreendo, mas não consigo compreender na sua totalidade. Toda
vez, que eu voltar e procurar me aprofundar, vou descobrir algo novo, algo que
eu nunca percebi. O mistério tem a ver com Deus. Tudo que vem de Deus, é muito
grande para nossa compreensão. Não cabe na nossa cabeça a totalidade do que
Deus nos transmite. Não por má vontade nossa, mas por limitação. Nós somos
seres humanos e Deus não é um ser humano. É aí que começa o mistério. Se Ele
não é ser humano, como é que vamos celebrar o seu nascimento? Ou então, algo
mais complicado: como é que DEUS pode nascer de uma mulher? Ou pior ainda: como
é que Deus pode Nascer, se Deus é eterno? Aí é que está. Então, este é um
GRANDE MISTÉRIO, que nós vamos compreendendo, na medida em que podemos
contemplar a fidelidade de Deus. Já o Antigo Testamento dizia: “Eu vi e eu ouvi e desci para salvar o meu
povo. Serei para ele um Pai e ele será para mim um filho”. Esta é a fidelidade
de Deus, a Aliança de Deus. Deus decide adotar a humanidade como seus filhos e
apresenta Davi como sendo SINAL de seus filhos. Nós sabemos, que Davi não
serviu, de forma alguma, como exemplo de filho de Deus, mas eu digo por mim. Eu
não tenho moral de criticar e julgar Davi. Talvez eu muito menos que Davi, sou
digno de ser chamado filho de Deus. Davi se torna sinal de toda a humanidade,
que Deus acolhe como sendo seus filhos, muito embora Deus não seja, muitas
vezes, reconhecido como Pai. Deus, na
sua fidelidade, não vai medir esforços para que sua presença seja percebida,
experimentada e vivida no dia a dia das pessoas. Deus quer ser, de fato,
solidário. Ele quer ser o nosso ponto de apoio, onde podemos nos ancorar, nos
amparar, para podermos ter coragem para podermos viver.
Como Ele faz para ser solidário?
Primeiro, faz a experiência de ser criança. Como nós gostamos de criança! As
crianças têm muitas etapas a serem conquistadas. As crianças têm muitos
problemas para serem vencidos. A criança é incompreendida! A criança não é
levada a sério! A criança tem de aprender tudo! Tudo! Alguém poderia dizer: é
injusto Deus criar uma pessoa nesta condição! Então, Ele diz: Vou mostrar que
ser criança é a maneira básica para poder CONFIAR NO PAI, o que é confiar no
amor da mãe. Aí, Ele se submete a esta situação, mostrando que Ele vai confiar
não somente no Pai que está no céu, mas também naquele que o acolheu como filho
e vai também confiar na sua mãe.
Depois vem a fase da adolescência. O
adolescente sofre demais! Ele quer ser tratado como adulto, mas lhe dizem: você
não tem responsabilidade! Ele quer ainda ser agradado como criança e as pessoas
dizem: você já é um adulto! É a situação onde vemos Jesus com doze anos de
idade. Jesus é o Deus que experimenta a realidade do adolescente, onde sua mãe
vem e lhe diz: você não deveria ter feito isto conosco! Ele poderia dizer: Eu
sou Deus! Eu faço o que eu quiser! Mas, diz o texto que Ele lhes foi submisso.
Crescia em Sabedoria e estatura diante
de Deus e dos homens. Vemos depois aquele jovem que se torna
aventureiro. Deixa a casa e vai andar pelo mundo! Qual mãe aceitaria que o filho deixando a casa e
saindo para o mundo? Ainda com um bando que gente pobre! Ignorantes e sem
dinheiro! “Não foi para isto que eu te criei!” “Eu espera tanto de você!” Aí
vem Jesus mostrando esta realidade. Agora, o que é pior de tudo; Entre aqueles
que escolheu como amigo, experimentar um traidor! Como é que Deus pode permitir
que alguém possa trair os meus ou como Deus faz isto comigo? Depositei tanta
confiança nos meus amigos! Ele mostra que estas limitações faz parte da vida.
Por fim, Ele decide entregar sua vida por todos.
Se formos observar, este é um Deus tão
solidário, que em qualquer situação de nossa vida, Ele se mostra fiel. Ele se
mostra presente, próximo. Claro, é força de expressão: me diga um momento da
vida de alguém, que Jesus não tivesse experimentado. Este é o grande mistério
de Celebrar o Deus conosco. O nosso Deus não é distante, mas também não é
alguém que coloco debaixo do braço. Ele está ali para eu pensar: Ele também
viveu isto. Também Ele experimentou, também Ele enfrentou esta situação. A
partir daí, poder pedir ajuda.
Podemos ver a atitude de Davi de duas
maneiras. Primeiro: como posso ter uma boa casa e Deus nenhuma. É um gesto
bonito da parte de Davi! Mas, ao mesmo tempo, podemos interpretar como alguém
que sugere, que dá a entender, que Deus está dependendo dele. Muitas vezes isto
acontece conosco também. Claro, que não vamos oferecer uma casa para Deus!
Primeiro tenho que pensar e dinheiro. No tempo de Davi isto não era problema. Muitas
vezes amamos a Deus, confiamos em Deus, mas eu é que tenho de dizer o que Ele
deve fazer. Ele depende de mim para acertar, naquilo que eu preciso. Então, eu
vou dizendo a Deus o que Ele precisa
fazer. É a mesma atitude de Davi. Entretanto, Deus responde de uma maneira
belíssima! Você vai fazer uma casa para mim? Olha, eu pensei que o universo
fosse meu. Ao mesmo tempo em que este Deus se apresenta como ser humano, Ele se
mostra totalmente poderoso e pleno, onde Ele é o Senhor do Universo. Aqui está
este mistério! Este é o grande mistério que nós agora entramos nesta semana
Celebrando. Não dá para explicar como um Deus eterno e todo poderoso pode
nascer, como não dá para explicar como o ser humano é deus, a não ser quando
contemplamos o rosto de amor de Deus. O amor de Deus não é um sentimento, mas o
amor de Deus é uma escolha. O amor de Deus não é algo de momento, mas é para
sempre. Por isso, o Amor de Deus se
revela em tudo que é feito. Na criação, que todo dia ganha novo vigor e tudo
aquilo que é feito para o próximo, a maneira como Deus trata a cada um de nós. Se quisermos ser imagem e semelhança de Deus,
somos chamados a amar, somos chamados a sermos fiéis a nossa missão, somos
chamados a estabelecer uma aliança com Deus e com quem está ao nosso redor. Que
possamos garantir a presença de Deus em nossa vida, sobretudo nestes dias que é
o Natal.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
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Homilia
do Padre Françoá Costa
Como
o Evangelho da Infância segundo São Mateus é escrito desde a perspectiva de
José – diferente de Lucas, escrito desde a perspectiva de Maria – vamos pensar
hoje, na presença de Deus e à luz do texto evangélico, na figura desse grande
homem, São José, no Tempo do Advento.
Uma das
primeiras coisas que chama a nossa atenção na vida de José é o grande
privilégio que ele teve: morar com Jesus e com Maria, cuidar deles,
sustentá-los e ensinar-lhes muitas coisas. De fato, o nome “José” significa
“Deus acrescentará”. E como acrescentou! Nós também pedimos a Deus que ele
acrescente em nossas vidas a companhia de Jesus e de Maria, e de José. Nunca
andemos sozinhos podendo estar tão bem acompanhados.
José é um
homem justo (cfr. Mt 1, 19): convencido da inocência de Maria, ele sabe que não
pode proceder ao rigoroso cumprimento da lei, que consistia em apedrejar os
culpados (cfr. Dt 22,20ss). Maria não era culpada. Por outro lado, como
proteger uma criança sob o próprio nome quando não se sabe quem é o pai? Se
José fosse um legalista, não pensaria duas vezes: cumprimento da lei tal qual. Mas S. José não ficou somente na
letra da Lei.
Desde a sua infância meditava a Lei de Deus e a tinha gravada no coração, tinha
atingido o espírito da Lei e procurava conhecer realmente a vontade de Deus em
cada circunstância concreta. A justiça de José não é “justiça de José”, mas de
Deus. Essa justiça está, ademais, banhada pela prudência, pela bondade e por um
grande desejo de conhecer e praticar a vontade de Deus, que é bom.
Grande
privilégio de S. José: é ele quem dá nome e sobrenome a Jesus. O anjo já tinha
dito a José que colocasse o nome de Jesus no menino que nasceria. Além do mais, José, fazendo tudo o que o anjo lhe
disse, assumiu Jesus como seu filho adotivo e lhe deu também o sobrenome real:
da casa de Davi. Por causa de José, Jesus pode ser chamado também “filho de
Davi” e dessa maneira se cumpriu a promessa de que viria um Messias da casa de
Davi.
Uma
das varias virtudes de S. José foi a disponibilidade. O Espírito Santo deixou
escrito que “despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado” (
Mt 1,24). Deus nos ajude a ser generosos, especialmente nesses últimos dias que
faltam para que contemplemos, através da liturgia da Igreja, o nascimento do
Senhor. Talvez, um dos aspectos que deveríamos pensar mais nesses dias que
faltam para o Natal seja a disponibilidade do nosso tempo para Deus e para os
demais. Quanto tempo nós dedicamos à oração? Jesus é uma pessoa. Daí a importância de marcar alguns horários para
estar com ele. Pensemos juntos: se tivéssemos que encontrar-nos com um
personagem importante – um homem de estado, por exemplo – estaríamos lá no
local combinado não só pontualmente, mas talvez até uns minutinhos antes para
não correr o perigo de perder o esperado encontro. Por que não usamos
semelhante critério para com Deus? É preciso que tenhamos os nossos horários
diários de oração e sejamos pontuais. Jesus está nos esperando! Não podemos ser
descorteses com o personagem mais importante da história da humanidade e da
nossa vida. Além desses horários fixos durante o dia para ler um pouco a
Sagrada Escritura, para conversar com Deus meditando os mistérios da vida de
Jesus Cristo, para rezar o terço, para participar da Santa Missa, para fazer
uma visita a Jesus-Eucaristia, tenhamos presente durante todo o dia ao Deus uno
e trino: basta o desejo de estar com o Senhor, uma pequena oração, uma elevação
da mente às coisas divinas, pensar em Deus ao passar diante duma igreja, rezar
mentalmente pelas pessoas que vamos encontrando pelas ruas, etc. Sejamos criativos
à hora de buscar e viver a presença de Deus!
Somos
generosos na nossa formação fazendo boas leituras e participando de palestras e
conferências que nos ajudam a adquirir cultura católica? Ajudamos os demais a
aproximarem-se Deus? Somos generosos no tempo que utilizamos para o apostolado,
para a evangelização? Fora todo egoísmo! Dar coisas pode ser importante, mas o
mais importante é que nos demos a nós mesmos num serviço alegre e generoso a
Deus e, por amor a Deus, aos outros.
Pe. Françoá Costa
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Homilia
do Mons. José Maria
No
Quarto Domingo do Advento entra em cena Maria. Seu Filho é o Deus conosco e já
se faz presente, ainda de modo velado, mas real, no seio da Virgem, que
concebeu por obra do Espírito Santo (cf. Mt 1, 18 – 24).
Ao
descrever a genealogia de Jesus, Mateus demonstra que é verdadeiro homem, filho
de Davi, filho de Abraão; ao narrar o Seu nascimento de Maria Virgem, que foi
mãe por virtude do Espírito Santo, afirma que é verdadeiro Deus; e, finalmente,
ao citar o profeta Isaias, declara que Ele é o Salvador prometido pelos
profetas, o Emanuel, o Deus conosco.
Nossa
Senhora fomenta na alma a alegria, porque, quando procuramos a sua intimidade,
leva-nos a Cristo. Ela é Mestra de esperança. Maria proclama que a chamarão
bem-aventurada todas as gerações (Lc. 1, 18).
Dentro
de poucos dias veremos Jesus reclinado numa manjedoura, o que é uma prova de
misericórdia e do amor de Deus. Poderemos dizer: “Nesta noite de Natal, tudo
para dentro de mim. Estar diante dele; não há nada mais do que Ele na branca
imensidão. Não diz nada, mas está aí… Ele é o Deus amando-me. E se Deus se faz
homem e me ama, como não procurá-Lo? Como perder a esperança de encontrá-Lo, se
é Ele que me procura? Afastemos todo o possível desalento; as dificuldades
exteriores e a nossa miséria pessoal não podem nada diante da alegria do Natal
que se aproxima.
Faltam
poucos dias para que vejamos no presépio Aquele que os profetas predisseram,
que a Virgem esperou com amor de mãe, que João anunciou estar próximo e depois
mostrou presente entre os homens.
Desde
o presépio de Belém até o momento da sua Ascensão aos céus, Jesus Cristo
proclama uma mensagem de esperança. Ele é a garantia plena de que alcançaremos
os bens prometidos. Olhamos para a gruta de Belém, em vigilante espera, e
compreendemos que somente com Ele poderemos aproximar-nos confiadamente de Deus
Pai.
Nas
festas que celebramos por ocasião do Natal, lutemos com todas as nossas forças,
agora e sempre, contra o desânimo na vida espiritual, o consumismo exagerado, e
a preocupação quase exclusiva pelos bens materiais. Na medida em que o mundo se
cansar da sua esperança cristã, a alternativa que lhe há de restar será o
materialismo, do tipo que já conhecemos; isso e nada mais. Por isso, nenhuma
nova palavra terá atrativo para nós se não nos devolver à gruta de Belém, para
que ali possamos humilhar o nosso orgulho, aumentar a nossa caridade e dilatar
o nosso sentimento de reverência com a visão de uma pureza deslumbrante.
O
Espírito do Advento consiste em boa parte em vivermos unidos à Virgem Maria
neste tempo em que Ela traz Jesus em seu seio.
A
devoção a Nossa Senhora é a maior garantia de que não nos faltarão os meios
necessários para alcançarmos a felicidade eterna a que fomos destinados. Maria
é verdadeiramente “porto dos que naufragam, consolo do mundo, resgate dos
cativos, alegria dos enfermos” (Santo Afonso M. de Ligório). Nestes dias que
precedem o Natal e sempre, peçamos-Lhe a graça de saber permanecer, cheios de
fé, à espera do seu Filho Jesus Cristo, o Messias anunciado pelos Profetas.
Mons. José Maria Pereira
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Homilia de Dom
Henrique Soares da Costa
Estamos
às portas do Santo Natal. Eis o que vamos contemplar nos ritos, palavras e
gestos da sagrada liturgia: o Verbo eterno do Pai, o Filho imenso, infinito,
existente antes dos séculos, fez-se homem, fez-se criatura, fez-se pequeno e
veio habitar entre nós. Sua vinda ao mundo salvou o mundo, elevou toda a
natureza, toda a criação. A sua bendita Encarnação lavou o pecado do mundo e
deu vida divina a todo o universo! Mas, atenção: este acontecimento imenso,
fundamental para a humanidade e para toda a criação, a Palavra de Deus hoje nos
diz que passou pela vida simples e humilde de um jovem carpinteiro e de uma
pobre menina moça prometida em casamento numa aldeia perdida das montanhas da
Galiléia. O Deus infinito dobrou-se, inclinou-se amorosamente sobre a pequena e
pobre realidade humana para aí fazer irromper o seu plano de amor. Acompanhemos
piedosamente o Evangelho deste Quarto Domingo do Advento.
São
Mateus diz que a Mãe de Jesus “estava
prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos ela ficou grávida
pela ação do Espírito Santo”. As palavras usadas pelo Evangelista
são simples, mas escondem uma realidade imensa, misteriosa, inaudita. Pensemos
em José e Maria, ainda jovens. Eles certamente se amavam; como todo casal
piedoso daquela época pensavam em ter filhos – os filhos eram considerados uma
bênção de Deus. Mas, eis que antes de viverem juntos, a Virgem se acha grávida
por obra do Espírito Santo! Deus entra silenciosamente na vida daquele
casalzinho. Nós sabemos, pelo Evangelho de São Lucas, que Maria disse “sim”,
que Maria acreditou, que Maria deixou que Deus fosse Deus em sua vida: “Eu sou a serva do Senhor!
Faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38) De repente, eis
que uma vida de família, que tinha tudo para ser pacata e serena, viu-se
agitada por uma tempestade. Por um lado, a Virgem diz “sim” a Deus e, sem saber
o que explicar ou como explicar ao noivo, cala-se, abandonando-se
confiantemente nas mãos do Senhor. Por outro lado, José sabe que o aquele filho
não é seu; não compreende como Maria poderia ter feito tal coisa com ele:
ter-lhe-ia sido infiel? E, no entanto, não ousa difamar a noiva. Resolve
deixá-la secretamente. Quanta dor, quanta dúvida, quanto silêncio: silêncio de
Maria, que não tem o que dizer nem como explicar; silêncio de José que, na dor,
não sabe o que perguntar à noiva; silêncio de Deus que, pacientemente, vai
tecendo a sua história de salvação na nossa pobre história humana. E, então,
como fizera antes com a Virgem, Deus agora dirige sua palavra a José: “José, filho de Davi, não
tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do
Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois
ele vai salvar o seu povo de seus pecados”. Atenção aos detalhes! O
Anjo chama José de “filho de Davi”. É pelo humilde carpinteiro que Jesus será
descendente de Davi. Se José dissesse “não”, Jesus não poderia ser o Messias,
Filho de Davi! Note-se que é José quem deve dar o nome ao Menino,
reconhecendo-o como seu filho. Note-se ainda o nome do Menino: Jesus, isto é,
“o Senhor salva”! Deus, humildemente, revela seu plano a José e, depois de
pedir o “sim” de Maria, suplica e espera o “sim” de José. E, como Maria, José
crê, José se abre para Deus em sua vida, José mostra-se disposto a abandonar
seus planos para abraçar os de Deus, José diz “sim”: “Quando acordou, José fez
conforme o Anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa!”
Eis!
Adeus, para aquele casal, o sonho de uma vida tranqüila! Adeus filhos nascidos
da união dos dois! Agora, iriam viver somente para aquele Presente que o Senhor
lhes havia dado, para a Missão que lhes tinha confiado… O plano de Deus passa
pela vida humilde daquele casal. Para que São Paulo pudesse dizer hoje na
Epístola aos Romanos que é “apóstolo
por vocação, escolhido para o Evangelho… que diz respeito ao Filho de Deus,
descendente de Davi segundo a carne”, foi necessária a coragem
generosa da Virgem Maria e o sim pobre e cheio de solicitude do jovem José.
Para que a profecia de Isaías, que ouvimos na primeira leitura, fosse
concretizada, foi necessário que aquele jovem casal enxergasse Deus e seu plano
de amor nas vicissitudes de sua vida humilde e pobre!
Também
conosco é assim! O Senhor está presente no mundo. Aquele que veio pela sua
bendita Encarnação, nunca mais nos deixou. Na potência do seu Espírito Santo,
ele se faz presente nos irmãos, nos acontecimentos, na sua Palavra e, sobretudo
nos sacramentos. Sabemos reconhecê-lo? Abrimo-nos aos seus apelos? E na nossa
vida? Essa vida miúda, como a de José e Maria, será que reconhecemos que ela é
cheia da presença e dos apelos do Senhor? No Advento, a Igreja não se cansa de
repetir o apelo de Isaías profeta: “Céus,
deixai cair o orvalho; nuvens, chovei o Justo; abra-se a terra e brote a
Salvador!” (Is 45,8). É interessante este apelo: a salvação choverá
do céu, vem de Deus, é dom, é graça… mas, por outro lado, ela brota da terra,
da terra deste mundo ferido e cansado, da terra da nossa vida.
Supliquemos
à Virgem Maria e a São José que intercedam por nós, para que sejamos atentos em
reconhecer o Senhor nas estradas de nossa existência e generosos em
corresponder aos seus apelos, como o sagrado Casal de Nazaré. Assim fazendo e
assim vivendo, experimentaremos aquilo que o Carpinteiro e sua santa Esposa
experimentaram: a presença terna e suave de Jesus no dia-a-dia humilde de nossa
vida.
Dom
Henrique Soares da Costa
LOUVOR PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos e Ministros
extraordinários da Palavra):
LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER
SOBRE O ALTAR):
Mt 1, 18-24
- O
SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
- COM
JESUS, POR JESUS E EM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T:
Alegres, aguardamos o renascer de vosso Filho em nossos corações.
- Pai,
nós vos louvamos por realizar a promessa de nos enviar o Salvador, que é o
Vosso Filho Jesus Cristo.
Nós Vos agradecemos pela vossa bondade.
T:
Alegres, aguardamos o renascer de vosso Filho em nossos corações.
- Pai,
damos graças pela esperança da ressurreição que nos é dada através de Vosso
Filho. Que o Vosso nome seja louvado e honrado por todos os povos.
T: Alegres, aguardamos o
renascer de vosso Filho em nossos corações.
-
Pai, hoje Paulo nos ensina que devemos ser testemunhas de vosso amor. Dai-nos
coragem para sermos exemplos de perdão, amor e misericórdia.
T:
Alegres, aguardamos o renascer de vosso Filho em nossos corações.
-
Pai, que sejamos amor na família e possamos dizer como Maria; “eis aqui a serva
do Senhor”. Que sejamos como José que aceita cumprir o seu papel de pai
acolhendo a todos como vossos filhos.
T:
Alegres, aguardamos o renascer de vosso Filho em nossos corações.
- Pai,
através de nosso batismo, somos vossos filhos. Que o Espírito Santo nos
transforme para que possamos espelhar tão grande amor.
T:
Alegres, aguardamos o renascer de vosso Filho em nossos corações.
- PAI NOSSO...
A PAZ DE CRISTO... EIS O CORDEIRO...
IV Domingo do
Advento - A vela dos anjos: o amor. (vela branca)
As três primeiras velas já devem estar
acesas na Coroa.
Segue-se tudo normal até a saudação inicial
feita pelo presidente da
celebração: A graça de Nosso Senhor Jesus
Cristo...... Antes do Ato
penitencial segue-se o rito para acender a
quarta vela
Animador: Hoje celebramos o quarto Domingo do Advento, preparação próxima
para o Santo Natal. Maria é figura central nesta preparação. Ela, grávida de
Deus, está para dar à luz o Amor que ela havia acolhido no seu seio por obra do
Espírito Santo no anúncio do anjo. Ela representa toda a humanidade chamada a
conceber e dar à luz Jesus Cristo, o Filho de Deus. Vamos acender a Quarta
vela, a vela dos anjos, que trouxeram a notícia de que Deus quer bem a todos os
seres humanos e vem a eles no seu imenso amor.
(Alguém
entra com uma vela acesa e acende a vela branca da Coroa do Advento. Nesse
momento pode-se cantar um canto que fale de esperança ou apenas dedilhar o
violão ou o teclado).
Oração
Pres. Ó Deus, vós sois o amor, fonte de vida e da felicidade.
Por amor enviastes o vosso Filho Jesus Cristo ao mundo.
Enviai a vossa luz aos nossos corações.
Fazei que preparemos os nossos corações para acolher o Menino
Deus que nasce, para que assim possamos estar preparados no grande dia da vossa
vinda. Nós vos pedimos que na caminhada de nossa vida possamos estar sempre
atentos para acolher as mensagens dos vossos anjos e tornar-nos mensageiros do
vosso amor. Ajudai-nos a transformar toda a nossa vida em amor a vós e a nossos
irmãos e irmãs. Também vos pedimos por todos os homens e mulheres que vivem
longe do vosso amor, pelas crianças, pelos enfermos, pelos infelizes, para que
no vosso amor encontrem força e conforto. Nós vo-lo pedimos pelo vosso Filho,
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Amor manifestado ao mundo, na força do
Espírito Santo.
T. Amém.
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