Celebração do Natal Dia 25/12/2016 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)
Sinopse:
TEMA:
O
amor de Deus, manifestado na incarnação de Jesus; Ele é a Palavra que se fez
Pessoa no meio de nós, dando-nos dignidade de “filhos de Deus”;
Primeira
leitura: anuncia
a chegada do Deus libertador. O profeta convida a substituir a tristeza pela
alegria, o desalento pela esperança.
Evangelho:
apresenta
a “Palavra” viva de Deus, tornada pessoa em Jesus e criando condições para que
nasça o Homem Novo..
Segunda
leitura: apresenta
o plano de Deus que os homens devem escutar e acolher.
PRIMEIRA LEITURA (Is 52,7-10) Leitura do
Livro do Profeta Isaías.
Como são belos... os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem
anuncia o bem, prega a salvação e diz a Sião: “Reina teu Deus!” Ouve-se a voz
de teus vigias, eles levantam a voz, estão exultantes de alegria, sabem que verão com os
próprios olhos o Senhor voltar a Sião. Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo, ó
ruínas de Jerusalém, o Senhor consolou seu povo e resgatou Jerusalém. O Senhor
desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da
terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus.
AMBIENTE
Entre 586 e 539 a .C., o Povo no Exílio na
Babilônia. Sem perspectivas de futuro, Judá não vê saída. No final do Exílio,
as vitórias de Ciro, rei dos Persas, os exilados começam a ver uma pequena luz
ao fundo do túnel; É aí que aparece o Deutero-Isaías (cf. Is 40-55); diz que a
libertação está próxima e é obra de Jahwéh. É neste ambiente que podemos situar
a primeira leitura de hoje.
MENSAGEM
Para revitalizar a esperança ele
anuncia “a paz” (“shalom”: paz, bem-estar, harmonia, felicidade), proclama a
“salvação” e promete o “reinado de Deus”. A questão é esta: Deus assume se como
“rei” de Judá… Ele não reinará à maneira desses reis que conduziram o Povo por
caminhos de egoísmo e de morte até à catástrofe final do Exílio; mas Jahwéh
exercerá a realeza de forma a proporcionar a “salvação” ao seu Povo –
inaugurando uma era de paz, de bem-estar, de felicidade sem fim. Com Deus,
Jerusalém voltará a ser uma cidade bela e harmoniosa, cheia de alegria e de
festa.
ATUALIZAÇÃO
¨ A
alegria pela libertação do cativeiro anuncia essa outra libertação, plena e
total, que Deus vai oferecer ao seu Povo através de Jesus. É isso que
celebramos hoje: o nascimento de Jesus significa que chegou a paz definitiva,
que o “reinado de Deus” alcançou a nossa história.
¨ As
sentinelas identificam a chegada do Deus libertador, convidam-nos a ler, os
sinais de Deus no mundo e a anunciar a todos que Deus aí está, para reinar
sobre nós e dar a salvação e a paz.
EVANGELHO (Jo 1,1-18) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
No princípio era a Palavra e a Palavra estava com Deus; e a
Palavra era Deus. ...Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez.... Nela
estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as
trevas não conseguiram dominá la. ...João... veio como testemunha... da luz...
Ele não era a luz... A Palavra estava no mundo ...mas o mundo não quis
conhecê-la. ...Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tomarem
filhos de Deus... E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos
a sua glória, ...Dele, João dá testemunho...: “...O que vem depois de mim
passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”.... A Deus, ninguém
jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-la
deu a conhecer.
AMBIENTE
O hino expressa a fé da comunidade
joanina em Cristo, Palavra de Deus, eterna, divina, a sua influência no mundo e
na história, possibilitando aos homens tornar-se “filhos de Deus”.
MENSAGEM
A expressão “no princípio”: lembra
o relato da criação (Gn 1,1: em Jesus vai acontecer a intervenção de Deus para dar
vida ao homem … Jesus fará nascer um homem novo; a “Palavra” (“Lógos”) é
anterior ao céu e à terra. Esta “Palavra” não só estava junto de Deus, mas “era
Deus”. Essa “Palavra” é geradora de vida para o homem, concretizando
o projeto de Deus. Essa “Palavra” fez-se “carne” (pessoa). Essa
“Palavra” “montou a sua tenda no meio de nós”. A função dessa “Palavra”
está ligada ao binômio “vida/luz”, a luz que ilumina o caminho do homem
para a vida plena. Jesus Cristo vai deparar-se com a oposição à “vida/luz” que
Ele traz. Os dirigentes judeus que enfrentam Jesus e o condenam à morte são o
rosto visível dessa Lei. Recusar a “vida/luz” significa preferir caminhar nas
trevas (mentira, escravidão, opressão), independentemente de Deus; significa
recusar chegar a ser homem pleno, livre, criação acabada e elevada à sua máxima
potencialidade. Mas o acolhimento da “Palavra” implica a participação na vida
de Deus. Acolher a “Palavra” significa tornar-se “filho de Deus”: Deus dá vida
em plenitude ao homem. Isto é uma “nova criação”, um novo nascimento,
que não provém da carne e do sangue, mas sim de Deus. A incarnação de Jesus
significa, portanto, que Deus oferece à humanidade a vida em plenitude. Toda a
obra de Jesus consistirá em capacitar o homem para a vida nova, para a
vida plena, a fim de que Ele possa
realizar em si mesmo o projeto de Deus: a semelhança com o Pai.
ATUALIZAÇÃO
¨ A
transformação da “Palavra” em “carne” é o amor sem limite manifestado por nossa
salvação. ¨ Acolher a “Palavra” é deixar que Jesus nos transforme,
nos dê a vida plena como “filhos de
Deus”.
SEGUNDA LEITURA (Hb 1,1-6) Leitura da
Carta aos Hebreus.
Muitas vezes e de muitos modos falou Deus pelos profetas; nestes
dias... nos falou por meio do Filho... e pelo qual também ele criou o universo.
Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o
universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele
sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas. Ele foi colocado tanto
acima dos anjos quanto o nome que ele herdou supera o nome deles. De fato, a
qual dos anjos Deus disse alguma vez: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei?” Ou
ainda: “Eu serei para ele um Pai e ele será para mim um filho?” Mas, quando faz
entrar o Primogênito no mundo, Deus diz: “Todos os anjos devem adorá-lo!”
AMBIENTE
A Carta aos Hebreus é um escrito
anônimo. O objetivo é estimular a vivência do compromisso cristão e levar os
crentes a crescer na fé. Para isso, expõe o mistério de Cristo ( “o sacerdote”
da Nova Aliança) e recorda a fé tradicional da Igreja.
MENSAGEM
Deus é o protagonista dessa
história. Esse projeto manifestou-se, numa primeira fase, através dos
porta-vozes de Deus – os profetas; eles transmitiram aos homens a proposta
salvadora e libertadora de Deus. Veio, depois, uma segunda etapa da história da salvação: “nestes dias”, Deus manifestou-se através do próprio
“Filho” – Jesus Cristo, o “menino de Belém”, a Palavra plena, definitiva,
perfeita, através da qual Deus vem ao nosso encontro para nos “dizer” o caminho
da salvação e da vida nova. O nosso texto reflete sobre a relação de Jesus com
o Pai, com os homens e com os anjos (comunidade que dava importância excessiva
ao culto dos “anjos”). Para o autor, Jesus, o “Filho”, identifica-Se plenamente
com o Pai. Ele é o esplendor da glória do Pai, a imagem do ser do Pai, a
reprodução exata e perfeita da substância do Pai: desta forma, o autor da carta
afirma que Jesus procede do Pai e é igual ao Pai. N’Ele manifesta-se o Pai;
quem olha para Ele, encontra o Pai. Definida a relação de Jesus com Deus, o
autor reflete sobre a relação de Jesus com o mundo… O Filho está na origem do
universo (e, portanto, também do homem); por isso, Ele tem um senhorio pleno
sobre toda a criação. Essa soberania expressa-se, inclusive, na incarnação e
redenção: Ele veio ao encontro do homem e purificou-o do pecado: dessa forma,
Ele completou a obra começada pela Palavra criadora, no início. É como “o
Senhor” – que possui soberania sobre os homens e sobre o mundo, que cria e que
salva – que os homens o devem ver e acolher. A igualdade fundamental do “Filho”
com o Pai o faz muito superior aos anjos: os anjos não são “filhos”; mas Jesus
é “o Filho” e o próprio Deus proclamou essa relação de filiação plena, real,
perfeita. Não são os anjos que salvam, mas sim “o Filho”. Ele deve ser escutado
como o caminho mais seguro para a vida nova que o Pai propõe.
ATUALIZAÇÃO
¨ Celebrar
o nascimento de Jesus é contemplar o amor de um Deus que enviou o próprio Filho
para conduzir o homem ao encontro da vida definitiva, da salvação plena.
¨ Jesus
Cristo é a Palavra viva de Deus, que revela aos homens o verdadeiro caminho
para chegar à salvação. Celebrar o seu nascimento é acolher essa Palavra viva
de Deus… “Escutar” essa Palavra é fazer dele a nossa referência, o critério que
orienta as nossas atitudes e as nossas opções.
Vitória. Perdão. Vida. Tudo isso
nos é dado porque “o Verbo se fez carne e habitou entre nós, A vitória vem pela
Cruz! Mas o despojamento da Cruz já se prefigura em Belém. Mas, quem é este Menino? Quem é este Filho? Agora, com o sol já claro e alto, podemos enxergar melhor o Mistério: Ele não veio para julgar ninguém. Não nasceu para condenar. Por isso ele apareceu como criancinha e não como um rei; pode ser encontrado na manjedoura, não no trono.! São Jerônimo medita sobre este mistério: “O Cristo não encontra lugar no Santo dos Santos, onde o ouro, as pedras preciosas, a seda e a prata reluziam: não, ele não nasce entre o ouro e as riquezas, mas nasce num estábulo, na lama dos nossos pecados. Ele nasce num estábulo para reerguer os que jazem no meio do estrume: ‘Ele retira o pobre do estrume’. o paganismo merece prata e ouro. A fé cristã merece o estábulo de palha. salmista: “Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça. Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!”
“Como são belos, sobre os montes, os pés do mensageiro que anuncia a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação e diz a Sião: o teu Deus reina! O Senhor consolou o seu povo! O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão dever a salvação que vem do nosso Deus”. Sejamos mensageiros dessa paz, dessa boa nova, sejamos testemunhas do Menino, irradiemos a graça do Santo Natal! Amém.
Fonte: Dehonianos
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Deus
feito Palavra
Prezados amigos, é Natal mais uma vez!...
Uma alegria contagiante domina o coração de todos nós.
Cristo nasceu, ele está entre nós.
Montou sua casa entre os homens.
A liturgia deste dia nos convida a contemplar o amor de
Deus,
manifestado em Jesus, que se faz a "PALAVRA" (Verbo) de Deus,
e vem habitar no meio de nós, a fim de nos oferecer a vida
em plenitude
e nos elevar à dignidade de "filhos de Deus".
Na 1ª Leitura, ISAIAS anuncia a chegada do Deus libertador. (Is 52,7-10)
Para vitalizar a esperança dos exilados, o profeta imagina
um quadro
em que um mensageiro chega à Jerusalém destruída com uma
grande notícia:
Ele anuncia a "Paz", proclama a
"Salvação" e promete o "Reinado de Deus".
Em seguida, as sentinelas vêem o próprio Javé de volta para
Sião.
Seus gritos de alerta se transformam em gritos de alegria e
festa.
O profeta convida até as ruínas da cidade deserta
a cantar em alegre coro, porque a libertação chegou.
* Alegria provocada em Jerusalém pela volta dos exilados,
é imagem da alegria de todos os homens
que hoje celebram o começo de um mundo novo.
E nós devemos ser as SENTINELAS atentas
que descobrem os sinais do Senhor
e o anunciam a todos.
A 2ª Leitura apresenta, em resumo, o Plano salvador de Deus. (Hb 1,1-6)
Deus revelou-se aos homens de muitos modos...
Na plenitude dos tempos, enviou-nos o próprio Filho,
a sua imagem perfeita, a sua "Palavra", o seu
"Verbo".
* Jesus é a revelação mais perfeita do Pai, que devemos
escutar e acolher.
O Evangelho ressalta: "O Verbo que se fez carne e habitou entre nós".
A Encarnação do "Verbo" foi a maior das revelações
de Deus.
Na face de Cristo brilha em plenitude a glória do Pai. (Jo 1,1-18)
É um hino cristológico, pelo qual a comunidade cristã
expressava a sua fé em Cristo enquanto Palavra viva de Deus,
a sua origem divina, a sua influência no mundo e na
história,
possibilitando aos homens que o acolhem e escutam
tornarem-se
"filhos de Deus".
- "Verbo" significa Palavra:
é o meio através do qual
comunicamos o que guardamos na mente e no coração.
- O "Verbo" veio como "Luz" no meio das
trevas.
Numa humanidade
afundada no pecado, surgiu um homem novo.
É o
"Princípio" de uma nova Criação.
* E nós devemos
encarnar de tal modo em nós Cristo-Palavra do Pai,
que nos tornemos
sua Palavra para o mundo.
* A transformação da "Palavra" em
"carne" (na criança de Belém)
é a espantosa
aventura de um Deus que ama até ao inimaginável e
que, por amor,
aceita revestir-se da nossa fragilidade,
a fim de nos dar
vida em plenitude.
- Neste dia, somos
convidados a contemplar, numa atitude de serena adoração,
esse incrível
passo de Deus, expressão extrema de um amor sem limites.
* Acolher a "Palavra" é deixar que Jesus nos
transforme, nos dê a vida plena,
a fim de nos
tornarmos, verdadeiramente, "filhos de Deus".
- O Presépio que
hoje contemplamos é, apenas, um quadro bonito e terno,
ou um convite a
acolher a "Palavra", para nos tornar um homem novo?
NATAL...
É o Nascimento de Cristo... em Belém
que relembramos e revivemos hoje... Cristo nasceu... e está
entre nós.
- Algo de NOVO, nasceu dentro de nós?
É um convite à Alegria:
"Eu vos anuncio
uma grande alegria... porque nasceu um Salvador"...
- Qual é o motivo de nossa alegria?
É uma lição de Humildade e Pobreza:
Deus feito criança... numa gruta... num lugar perdido no
tempo...
- Deus se fez pequeno... E nós?
É um apelo de Amor e Paz:
- DEUS "tendo
amado os seus enviou-nos o seu próprio filho":
CRISTO: fruto do
amor de Deus para com os homens...
- ANJOS: "Glória
a Deus... e PAZ na terra..."
Podemos nos incluir
entre os de boa vontade que promovem a Paz?
+ Olhando para o PRESÉPIO,
sentimos emoções forte e nobres.
Uma criança sempre
toca o nosso coração...
- Que dirá de um Deus feito criança?
Desejo-lhes um FELIZ NATAL, com muita alegria, muito amor,
muita paz...
que é possível no humilde presépio de nossas casas,
que é possível na pobre manjedoura de nosso coração...
FELIZ
NATAL A TODOS !...
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia no dia do NATAL PE. PEDRINHO
Meus irmãos e
irmãs, estamos a mais de cinquenta anos do Concílio Vaticano II. Tem um
documento da Igreja é um documento dogmático, chamado Dei Verbum. Que traduzido
é A PALAVRA DE DEUS. A Dei Verbum quis ajudar a Igreja e ajuda-nos até hoje, a
compreendermos o que é a Revelação de Deus. A Palavra de João nos diz que a
Deus ninguém jamais viu, exceto aquele que veio de junto de Deus. Portanto,
Jesus viu o Pai. quando Felipe disse: mostra-nos o Pai e isto nos basta, Ele
vai dizer: Felipe, quem me viu, quem me vê, vê o Pai. Portanto, se eu quero ver
a Deus, sou chamado a ver Jesus. Jesus é a revelação plena do Pai. Diz o
Evangelho de João: Ele veio para os que eram seus, mas os seus não
acreditaram. Diante de Jesus eu sou
chamado a tomar posição; creio ou não creio. Ah, eu espero mais alguma coisa
que possa me ajudar e me convencer, de que vale a pena crer em Jesus. Aí, este
documento chamado Dei Verbum, vai começar com as palavras da segunda leitura de
hoje. Diz: muitas vezes e de muitos modos falou Deus. Outrora, pelos nossos
pais, os profetas. Nestes dias, que são os últimos, Ele nos falou por meio do Filho.
Portanto, a carta aos hebreus nos ajuda a compreender que não se pode, não se
deve, e ninguém vai perder tempo de esperar mais alguma novidade, porque a
plenitude de tudo o que o Pai tinha para revelar, se deu em Jesus. E, agora
estamos nos últimos dias. É muito interessante, que os mormos pegaram daí um
título, que é próprio dos cristãos: “testemunha dos últimos dias”. Por que
testemunhas dos últimos dias? Porque agora, só resta concluir o Reino de Deus.
Para que a nossa compreensão se abra plenamente – falei errado – que a nossa
inteligência se abra plenamente para compreendermos na totalidade quem é Jesus.
Alguns vão dizer: é complicado isso. Por que Jesus já não se apresentou na
glória Divina? E não como um recém-nascido numa manjedoura? Como entender Deus
em uma manjedoura? – porque Deus jamais impôs a sua vontade. Se nós olhássemos
para a manjedoura e víssemos Deus Pleno ali, seríamos obrigado a aceita-lo e
nos tornaríamos escravos, porque, quando eu sou obrigado a alguma coisa, eu
estou subjugado a esta coisa. Não! Quem quer crer em Jesus menino Deus, é
convidado a fazer o mesmo percurso deste menino: é crescer na fé, é caminhar a
partir de sua realidade histórica, é buscar servir os irmãos. Lá, é o Senhor de
todas as coisas. É assumir a morte como ato de confiança naquele em que
depositamos nossa esperança. É buscar a justiça, a paz, a solidariedade, o amor
e todos os valores apresentados por Jesus. Quem quiser, poderá ver Nele Deus.
Quem não quiser, Deus não vai perder nada com isto. É a pessoa que acabará
perdendo a possibilidade de felicidade Plena. Porque a felicidade plena inclui
nós superarmos a morte e termos vida eterna.
Então, aí, o
profeta Isaías já havia dito, São João Batista compreendeu Jesus quando ser
humano e nós somos chamados a compreender a mesma coisa. “Como são belos os pés
do mensageiro”. Vale a pena apostar a sua vida nesse Menino, porque Ele não vai
decepcionar ninguém.
A Carta aos
hebreus, o próprio nome já diz, é uma carta que foi escrita para quem tinha fé.
Mas, tinha fé num Deus distante. O que não está errado. Deus que está nas
alturas, já refletimos isto, e não é possível atingi-lo. Um Deus que conseguia
caminhar com seu povo através da lei. Um Deus que de muitos modos, através dos
profetas, através da libertação do povo e de tantas maneiras, quis mostrar o
seu amor pela humanidade. Ora, Deus, com sua paciência histórica, decide vir
pessoalmente se comunicar com a humanidade. É a partir daí, que vamos perceber
que agora não há mais necessidade da lei. Jeremias 31, 30... vai dizer: Eu vou
escrever a minha lei no seu coração. Ninguém vai precisar estudar a lei, porque
vai vive-la espontaneamente e Eu farei, com vocês, uma nova e eterna Aliança.
Veja, então, que Jesus é a realização das promessas do Pai.
São João
Evangelista, o que escreveu o Evangelho que acabamos de proclamar, ele procura,
nestes dezoito versículos, resumir toda a grandeza do nascimento de Jesus,
dizendo que Ele é eterno, dizendo que Ele, o Pai com o Espírito Santo, criaram
todas as coisas e dizendo algo que nós precisamos compreender direitinho: a
Palavra tem força. Quando nós dizemos isto, temos que tomar cuidado. Porque
para muitas pessoas você diz: por este caminho você não vai... “tá amarrado”.
Não. Não é assim. Não é que a palavra tem força e eu posso decidir o seu
destino rogando uma praga ou não. Não é neste sentido. Mas, que a Palavra tem
força para a Criação. A palavra é comunicação. A palavra é o que eu realizo. A
Palavra é o Verbo. A palavra é toda a ação que eu faço para construir. Deus
disse: “faça-se a luz”: Deus disse: “haja os arbustos”. Deus disse na sua
Palavra que Ele cria. Então, a Palavra tem força quando eu mostro qual é a
vontade de Deus. Ora, dizer que Jesus é a Palavra, estamos dizendo que Ele é a
força, porque é Ele que nos ajuda a entender o quanto Deus é próximo do homem.
Ele é o espelho no qual devo contemplar-me, para ver se estou próximo ou
distante de Jesus. E, por fim, Ele é aquele que veio para habitar entre nós.
Então, Celebrar o Natal é celebrar o ponto máximo que a humanidade pode chegar.
Qual é o ponto máximo que a humanidade chegou? Deus se fazer homem. Deus
poderia se fazer planta, fazer gato, Deus poderia se fazer passarinho. Ele
decidiu ser humano, para dizer: você é a obra da minha criação mais importante.
Ora, se Deus nos respeita assim, não é possível nós nos desrespeitarmos. Por
isso, Jesus é aquele que trás a paz, a harmonia, é aquele, que de fato, se
torna toda razão de ser do homem e da mulher.
Que Deus
continue nos ajudando a compreender todo este grande mistério.
Louvado seja
Nosso Senhor Jesus Cristo.
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Homilia II no dia do NATAL - PE. PEDRINHO -
Como são belos os pés dos
mensageiros que anunciam a paz. Esta é realmente a nossa missão, ainda que
andemos pelos caminhos, pelas fábricas, nos lares, visitando aos enfermos,
etc., este é um compromisso de todo cristão, anunciar a paz, para que todos se
sintam amados. Por que isso? A segunda leitura nos fala que de muitos modos e
de muitas maneiras nos falou o Senhor Deus a nossos pais. Nestes dias, que são
os últimos, nos falou através do Filho. Nós, por graça de Deus, fomos chamados
e acolhemos Deus na pessoa de Jesus e nos sentimos tão felizes por isso. Ele
nos dá tanta esperança e presença na vida, que seria um egoísmo não anunciar
aos outros. É evidente que eu não
preciso deixar tudo que faço para ir anunciar Jesus. Eu anuncio Jesus naquilo
que eu faço. Este, talvez, seja um detalhe que muitos acabem não compreendendo.
Eu não preciso deixar a minha vida para anunciar o evangelho, mas eu posso
anunciar o Evangelho através de minha vida. Através de tudo o que eu faço, de
tudo o que eu participo. É esta a grande maravilha. O Evangelho de hoje é um
dos trechos mais belos que existe. Muitos o acham difícil de ser compreendido.
Ele é chamado de prólogo de João. Ou seja, ele foi escrito como a conclusão de
todo o Evangelho. Para quem não sabe bem, o prólogo nos dá uma introdução de
tudo o que vai falar. É evidente que ele é escrito por último, porque ele
pretende percorrer de maneira bem resumida aquilo que todo o Evangelho vai
dizer. Temos aqui uma síntese de todo o Evangelho de São João.
É importante nós compreendermos
algo. O Evangelho de Marcos foi o primeiro a ser escrito. Capitulo 1, versículo
1 diz: princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Pra são Marcos
isto era o suficiente. Depois outros começaram a se perguntar; “quem era esse
Jesus, Filho de Deus?” então, Mateus foi responder isso. Aí, Temos Mateus,
capítulo um, versículo 1 a 17; “Jesus Cristo, Filho de Deus, Filho de Abraão.
Abraão gerou Isac, Isac gerou Jacó, Jacó gerou José... e aí traz toda uma
genealogia, pra dizer que Jesus pertence ao povo de Deus. Então os não eram
judeus disserem; “e nós? Ele é exclusivo do povo judeu? Nós não temos
participação?”
Então Lucas disse: Tem sim. No
capítulo 3, versículo 23... conforme se supunha, Jesus tinha 30 anos
quando começa seu ministério. Então
começa a sua genealogia. Ao contrário de Mateus, ele começa do fim para o começo;
Jesus, filho de José, filho de Jacó... e vai do fim para o começo, até que diz
filho de Adão, ou seja, se é filho de Adão, Jesus é filho de toda a humanidade,
Filho de Deus. Voltaram no ponto inicial de Marcos. Para João isto não é
suficiente. Jesus não é somente um Filho de Deus. Isto todos nós somos. É
evidente que se eu olhar para ele na manjedoura só como Filho de Deus, eu vou
reduzir, pois Ele é mais do que isso. E aí ele começa; Jesus é a Palavra de
Deus. No princípio era a Palavra, a Palavra estava em Deus, até que ele diz que
a Palavra era Deus. Então é João que nos
ajudou a compreender que Jesus é Deus feito homem. Então, ele olhando da terra
para o céu, Jesus é um homem que atinge a Divindade. Olhando do céu para a
terra, Deus é tão bom, que assume a humanidade. De tal maneira que daqui para
cima e de cima para baixo, Deus é o mesmo homem e Deus. O único ser com duas
naturezas. Esta é a beleza da nossa fé e já são dois mil anos que contemplamos
este mistério, e cada vez ele é mais rico e mais completo. Então, é João que nos ensina que Jesus é
Deus. Ora, mas então eu posso acreditar e quem não consegue acreditar, deve
pedir a ajuda de Deus. Quem de fato acredita, recebe uma grande graça.
Hoje é muito difícil crer na
palavra, porque as pessoas não honram muito a palavra. Estou generalizando,
evidentemente. No caso do Evangelho, esta é uma palavra que já foi colocada no
cadinho, colocada a prova por dois mil anos e permanece firme. Alguns
perguntaram; como é que Jesus pode ser Deus, se também Ele foi criado, se
também Ele nasceu. Então a Igreja responde já lá pelos anos trezentos, que
Jesus foi gerado e não criado. É o que nós vamos falar daqui a pouco. É o que
nós vamos professar daqui a pouco; gerado, não criado, consubstancial ao Pai,
da mesma natureza do Pai. Quando nós comtemplamos o Pai, vemos Jesus e quando
comtemplamos Jesus, vemos o Pai.
Por isso, não é suficiente celebrar
o natal, é necessário compreender o natal, porque quando celebro o natal,
celebro a generosidade de Deus, onde Jesus se apresenta como um irmão nosso.
PE. PEDRINHO.
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Homilia
de D. Henrique Soares“Um Menino nasceu para nós: um Filho nos foi dado! O poder repousa nos seus ombros. Ele será chamado ‘Mensageiro do Conselho de Deus’”. Estas palavras, lidas na leitura da Missa da Noite, dão bem o sentido da presente celebração. Nasceu para nós um Menino; foi-nos dado um Filho! Vamos encontrá-lo pobrezinho e frágil, deitado na manjedoura, alimentado por uma Virgem Mãe, guardado por um pobre carpinteiro. Mas, quem é este Menino? Quem é este Filho? Agora, com o sol já claro e alto, podemos enxergar melhor o Mistério: meditemos bem sobre o que celebramos na noite de ontem para hoje, no que professamos neste dia tão santo!
Este menininho, a Escritura nos diz que ele é a Palavra eterna do Pai: esta Palavra “no princípio estava com Deus… e a Palavra era Deus”. Esta Palavra, que dorme agora no presépio, depois de ter mamado, é aquela Palavra poderosa pela qual tudo que existe foi feito, “e sem ela nada se fez de tudo que foi feito”. Esta Palavra tão potente, feita tão frágil, esta Palavra que sempre existiu e que nasceu na madrugada de hoje, esta Palavra que é Deus, feita agora recém-nascido, é a própria Vida, e esta Vida é a nossa luz, é a luz de toda humanidade. Fora dela, só há treva confusa e densa! Sim, fora do Deus feito homem, do Emanuel, não há vida verdadeira! O Autor da Carta aos Hebreus, na segunda leitura, diz que, após ter falado aos nossos pais de tantos modos, Deus, agora, falou-nos pessoalmente no seu Filho, “a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo”; somente a ele, o Pai disse: “tu és o meu Filho, eu hoje te gerei!” Por isso, somente eles nos dá o dom da vida do próprio Deus!
Eis o mistério da festa de hoje: nesta criancinha nascida para nós, Deus visitou o seu povo, Deus entrou na humanidade. Que mistério tão profundo: ele, sem deixar de ser Deus, tornou-se homem verdadeiramente. Deus se humanizou! Veio desposar a nossa condição humana, veio caminhar pelos nossos caminhos, veio experimentar a dor e a alegria de viver humanamente: amou com um coração humano, sonhou sonhos humanos, chorou lágrimas humanas, sentiu a angústia humana… Ele, Filho eterno do Pai, tornou-se filho dos homens para salvar toda a humanidade, “tornou-se de tal modo um de nós, que nós nos tornamos eternos!”
Ó criatura humana, por que temes com a vinda do Senhor? Ele não veio para julgar ninguém. Não nasceu para condenar. Por isso ele apareceu como criancinha e não como um rei potente; pode ser encontrado na manjedoura, não no trono. Seu chorinho é doce, não afugenta ninguém. Sua mãe enfeixou seus bracinhos frágeis: por que ainda temes? Ele não veio armado para punir. Ele está aí franzino para ficar junto de nós e nos libertar! Celebra, pois, a chegada do teu maior Amigo! Canta Aquele que foi sempre, no sono e na vigília, esperado e ansiado, o guarda de Israel, o consolo da humanidade, o alento do nosso coração. Ele chegou, finalmente! Chegou para nunca mais nos deixar, porque desposou para sempre a nossa pobre humanidade! São Jerônimo, com palavras cheias de ternura, medita sobre este mistério: “O Cristo não encontra lugar no Santo dos Santos, onde o ouro, as pedras preciosas, a seda e a prata reluziam: não, ele não nasce entre o ouro e as riquezas, mas nasce num estábulo, na lama dos nossos pecados. Ele nasce num estábulo para reerguer os que jazem no meio do estrume: ‘Ele retira o pobre do estrume’. Que todos os pobres encontrem nisso consolo! Não havia outro lugar para o nascimento do Senhor, a não ser um estábulo; um estábulo onde se achavam amarrados bois e burros! Ah! Se me fosse dado ver este estábulo onde Deus repousou! Na realidade, pensamos honrar o Cristo retirando o presépio de palha e substituindo-o por um de prata… Para mim tem mais valor justamente o que foi retirado: o paganismo merece prata e ouro. A fé cristã merece o estábulo de palha. Pois bem! Ouvimos a criança choramingar no estábulo: adoremo-la, todos nós, no dia de hoje. Ergamo-la em nossos braços, adoremos o Filho de Deus. Um Deus poderoso, que por longo tempo, bradou alto dos céus e não salvou ninguém: agora choramingou e salvou. A elevação jamais salva; o que salva é a humildade! O Filho de Deus estava no céu, e não era adorado; desce à terra e passa a ser adorado. Mantinha sob seu domínio o sol, a lua, os anjos, e não era adorado; nasce na terra, homem, homem completo, integralmente homem, a fim de curar a terra inteira. Tudo o que não assumisse de humano, também não salvaria…”
É este o mistério do Santo Natal! Tenhamos o cuidado de não parar nas aparências, de não ficarmos somente na meiga cena do Menino, com a Virgem e são José! Este Menino é o Emanuel, o Deus-conosco! Este Menino veio como sinal de contradição, pois diante dele ninguém pode ser indiferente: ou se o acolhe, ou se o rejeita: “A Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não quis conhece-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. Mas, a todos os que a acolheram, deram a capacidade de se tornarem filhos de Deus…” Pois bem: acolhamo-la, a Palavra que se fez Menino, Filho que nos foi dado! Se o acolhermos de verdade, na pobreza do dia-a-dia, no esforço de uma vida santa, então poderemos cantar com o salmista: “Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça. Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!”
Vamos todos! Sejamos testemunhas da graça deste dia, da novidade desta festa. E cumpram-se em nós as palavras da Escritura na leitura da missa de hoje: “Como são belos, sobre os montes, os pés do mensageiro que anuncia a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação e diz a Sião: o teu Deus reina! O Senhor consolou o seu povo! O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão dever a salvação que vem do nosso Deus”. Sejamos mensageiros dessa paz, dessa boa nova, sejamos testemunhas do Menino, irradiemos a graça do Santo Natal! Amém.
Dom Henrique Soares da Costa
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Por:
Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ
A
tão familiar narração lucana do nascimento de Jesus na cidade de Belém,
proclamada na solene liturgia da noite de Natal, pode parecer-nos um belíssimo
quadro bucólico (do grego boukolikos: pastoril, rústico; o bucolismo é um
gênero literário poético em que os autores exaltam a vida no campo, a
simplicidade e ingenuidade dos costumes, a tranquilidade e riqueza do contato
com a natureza, e os hábitos peculiares dos pastores). Por conseguinte, o
presépio não seria nada mais do que uma paisagem romântica e fonte de muitas
inspirações líricas. Contudo, a deliberada e consciente introdução que o
próprio evangelista faz antes de pintar a sua (talvez) cena bucólica: “Naqueles
dias apareceu um edito (grego: dogma) de César Augusto ordenando o
recenseamento de todo o mundo habitado”; dá ao seu quadro uma série de
elementos que o transformam de aparente obra pitoresca em proclamação profética
e provocadora cujo alcance chega até nós hoje. É anúncio-convocação para a luta
contra aquela cultura de morte liderada por poderes políticos e econômicos de
todos os tempos e lugares, que ao longo da história da humanidade fazem seus
decretos, suas leis e emendas para permanecerem no poder ainda que seja preciso
tirar a vida, a liberdade e a dignidade de pessoas, povos e nações.
O
decreto do imperador confirmava o seu domínio político e econômico sobre todo
“o mundo habitado”, pois com o recenseamento fazia-se o controle de pessoas e
de seus respectivos bens. A exploração através de tributos e impostos sobre
tudo e todos provia o aparato de sustentação do poder dominante. Quanto mais
impostos, mais mordomias, mais possibilidades de corrupção e desmando do poder
público. Com efeito, o decreto imperial favorecia às autoridades, mas não
garantia o bem comum. Em confronto com essa ordem imperial, temos a palavra do
Anjo do Senhor aos pastores: “Não tenhais medo! Eis que eu vos anuncio” (grego:
euangelizomai: evangelizar); ao invés de um decreto autoritário que ordena,
faz-se a proclamação da chegada de um novo tempo: “hoje nasceu para vós um
Salvador”; marcando profundamente este novo início com uma alegria indizível
não apenas para um pequeno grupo, mas “para todo o povo”. Se o imperador
decretou que todo o mundo deveria estar sob o seu controle e domínio, agora a
boa-notícia, também ela de caráter universal, proclama quem verdadeiramente é
Senhor, isto é, o Salvador, que foi enviado (Cristo) de Deus e que não depende
de nenhuma investidura e reconhecimento do poder do imperador. Nascendo em
Belém, nas periferias do centro de poder religioso (Jerusalém) e distante do
poder político (Roma), este recém-nascido é, na verdade, o herdeiro do seu pai
Davi, o qual fora escolhido para ser rei por ser, antes de tudo, um pastor:
“Escolheu a Davi, seu servo, tirou-o do aprisco das ovelhas; da companhia das
ovelhas fê-lo vir para apascentar Jacó, seu povo, e Israel, sua herança” (Sl
78,70-71).
Se
o dogma do imperador tornava o povo apenas uma cifra numérica, fácil de
manipular e explorar, a proclamação da Palavra do Cristo-Senhor, a Boa-nova,
será dirigida a pessoas concretas, com suas caraterísticas, necessidades e
condições reais: “Porque Ele me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me
para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista,
libertar os oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4,18-19; Is
61,1-2). É Boa-nova que se contrapõe ao dogma imperial, pois denuncia a palavra
oficial do imperador que torna os pobres cada vez mais pobres, com altos
tributos e impostos, que reforça as cadeias dos presos, símbolo da
incompetência de quem governa sem se comprometer com a edificação da
fraternidade, mas apenas com os seus interesses espúrios, favorecendo somente
condições para a marginalização e a criminalidade.
Porém, é o recém-nascido que terá a Palavra misericordiosa capaz de libertar, no hoje de Deus, os presos de suas piores amarras, pois tem autoridade de afirmar: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43). O decreto autoritário de César Augusto não produz nenhuma realidade de bem verdadeiro (Shalom) para o povo, pois mantém os dominados sob um forte aparato policial a fim de impedir toda e qualquer manifestação contrária à sua ordem estabelecida (Pax Romanae). Mas é a Palavra do recém-nascido que indicará o caminho para a verdadeira paz, a qual se constrói com atitudes concretas de compromisso com o Reino de Deus, e não com discursos evasivos e estéreis.
Porém, é o recém-nascido que terá a Palavra misericordiosa capaz de libertar, no hoje de Deus, os presos de suas piores amarras, pois tem autoridade de afirmar: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43). O decreto autoritário de César Augusto não produz nenhuma realidade de bem verdadeiro (Shalom) para o povo, pois mantém os dominados sob um forte aparato policial a fim de impedir toda e qualquer manifestação contrária à sua ordem estabelecida (Pax Romanae). Mas é a Palavra do recém-nascido que indicará o caminho para a verdadeira paz, a qual se constrói com atitudes concretas de compromisso com o Reino de Deus, e não com discursos evasivos e estéreis.
A
paz trazida pelo recém-nascido reclinado na manjedoura não se confunde com a
paz da ideologia do império, pois não é sentimentalismo alienante, mas fogo
trazido à terra, resultado de um batismo que recebeu, a sua morte na cruz (Lc
12,49-50). Paz como resultado de um conflito assumido, enfrentado e, portanto,
vencido, mesmo que provoque divisão e separação: “Pois pensais que vim
estabelecer a paz sobre a terra? Não, eu vos digo, mas uma divisão (Lc 12,51).
Destarte, o louvor dos anjos na noite de Belém: “Glória a Deus nas alturas, e
paz na terra aos homens que ele ama”, não é expressão sentimental diante de uma
cena romântica, mas anúncio profético de que Deus realizará o seu projeto plenamente
quando o recém-nascido, envolto em faixas e reclinado na manjedoura, tiver sido
“envolto num lençol e colocado numa tumba talhada em pedra” (Lc 23,53) e,
vencendo a morte, Ele mesmo proclamará: “A paz esteja convosco” (Lc 24,36).
Anúncio que não é um dogma de poderosos mundanos, mas manifestação da Glória do
Onipotente das Alturas, que enviou o seu Filho, nascido entre nós, motivo e
razão de grande alegria e que nos faz vencer todo medo. ALEGRAI-VOS. NÃO
TEMAIS. É NATAL!!!
Para a Celebração da Palavra (Diáconos e Ministros
extraordinários da Palavra):
LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE
O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS
GRAÇAS AO SENHOR, O NOSSO...
- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO,
LOUVEMOS AO PAI:
T: Pai, grande é vosso amor, nos enviando o vosso
Filho.
- Deus Nosso Pai, pela
vinda do Vosso Filho Jesus ao nosso
mundo, fizestes-nos descobrir a Luz que dissipa as trevas, que ultrapassa o
ódio e a discórdia. Nós vos confiamos as nossas posses e a nossa vida. Que a
Boa Nova de Natal nos inspire acolher Jesus e nos transformarmos...
T: Pai, grande é vosso amor, nos enviando o vosso
Filho.
- Senhor, através no Vosso Filho encarnado no meio de nós,
manifestastes todo o vosso
amor pela humanidade.
Que saibamos acolher e seguir o vosso Filho
rumo ao Vosso Reino.
T: Pai, grande é vosso amor, nos enviando o vosso
Filho.
- Senhor, através de Vosso Filho reconciliastes toda a humanidade.
Ele é o nosso caminho e a
nossa salvação.
Dai-nos força para que nos
transformemos em novas pessoas.
T: Pai, grande é vosso amor, nos enviando o vosso
Filho.
- Senhor Deus, bendito sejais,
porque iluminastes a humanidade
com a presença de vosso Filho. Eis o nosso
Salvador, eis o menino de Belém. Que o Espírito Santo nos Santifique e nos
conduza.
T: Pai, grande é vosso amor, nos enviando o vosso
Filho.
- - PAI
NOSSO... A PAZ DE CRISTO... EIS O CORDEIRO...
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