32º DT Comum (ADAPTADO PELO DIÁCONO ISMAEL)
SINOPSE:
Tema: “Todos deram a sobra, enquanto ela ofereceu o que
possuía para viver.”
Primeira leitura: uma mulher pobre de Sarepta garante-nos que
a partilha não empobrece, mas gera vida.
Evangelho: através do exemplo de outra mulher pobre,
aprendemos que Só os que têm o coração cheio de amor são capazes de oferecer a
Deus o culto verdadeiro.
Segunda leitura: Cristo, o sumo-sacerdote que entregou a sua
vida por todos, mostrou-nos que Deus quer de nós um serviço de amor nesse
projeto de salvação para o mundo.
LEITURA I – 1 Re 17,10-16 Naqueles dias,
Elias pôs-se a caminho e foi para Sarepta. Ao chegar à porta da cidade, viu uma
viúva apanhando lenha. Ele chamou-a e disse: “Por favor, traze-me um pouco de
água numa vasilha para eu beber”. Quando ela ia buscar água, Elias gritou-lhe:
“Por favor, traze-me também um pedaço de pão em tua mão”. Ela respondeu: “Pela
vida do Senhor, teu Deus, não tenho pão. Só tenho um punhado de farinha numa
vasilha e um pouco de azeite na jarra. Eu estava apanhando dois pedaços de
lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu filho, para comermos e
depois esperar a morte”. Elias replicou-lhe: “Não te preocupes! Vai e faze como
disseste. Mas, primeiro, prepara-me com isso um pãozinho e traze-o. Depois
farás o mesmo para ti e teu filho. Porque assim fala o Senhor, Deus de Israel:
‘A vasilha de farinha não acabará e a jarra de azeite não diminuirá, até o dia
em que o Senhor enviar a chuva sobre a face da terra’”. A mulher foi e fez como
Elias lhe tinha dito. E comeram, ele e ela e sua casa, durante muito tempo. A
farinha da vasilha não acabou nem diminuiu o óleo da jarra, conforme o que o
Senhor tinha dito por intermédio de Elias.
AMBIENTE - Elias
(“o meu Deus é o Senhor”) atua no Reino do Norte (Israel) durante o século IX
a.C.. Elias é o grande defensor da fidelidade a Jahwéh. O ciclo de Elias começa
com o anúncio, diante do rei Acab, de uma seca que irá atingir Israel. Essa
seca é apresentada como uma forma de mostrar que é Jahwéh o verdadeiro senhor
da vida (e não Baal, o deus cananeu das colheitas e da fertilidade, cujo culto
era favorecido por Jezabel, a esposa fenícia de Acab).
MENSAGEM
A mulher tem apenas um punhado de farinha e um pouco de
azeite.
1. Com ela, o autor sugere que o Deus de Israel é o
vencedor, pois é Ele que dá o trigo e o azeite de que o Povo se alimenta.
2. Uma viúva e um órfão: Jahwéh tem uma especial predileção
pelos fracos, pois necessitam da proteção e da misericórdia de Deus.
3. O pão e o azeite multiplicam-se: A generosidade, a
partilha e a solidariedade são geradoras de vida e de vida em abundância.
ATUALIZAÇÃO
♦ Deus opta pelos pobres porque eles vivem numa situação de
necessidade e precisam da ajuda de Deus; e, em segundo lugar, porque os pobres
estão sempre mais atentos e disponíveis para acolher os apelos, os desafios e
os dons de Deus. (pobre na bíblia é ser humilde, e se achar necessitado de
Deus, pois tudo é de Deus e só ele pode nos conceder algum bem e nós somos
apenas administradores de seus bens).
♦ Quando repartimos, não ficamos mais pobres; os bens
repartidos tornam se fonte de vida e de benção para nós e para todos aqueles
que deles beneficiam.
♦ A nossa história prova que só Jahwéh dá ao homem vida
em abundância. Só Deus
SALMO RESPONSORIAL (Sl 145[146])
Bendize, minha alma, bendize ao Senhor!
• O
Senhor é fiel para sempre, / faz justiça aos que são oprimidos; / Ele dá
alimento aos famintos, / é o Senhor que liberta os cativos.
• O
Senhor abre os olhos aos cegos, / o Senhor faz erguer-se o caído; / o Senhor
ama aquele que é justo. / É o Senhor quem protege o estrangeiro / quem ampara a
viúva e o órfão, / mas confunde os caminhos dos maus.
• O
Senhor reinará para sempre! / Ó Sião, o teu Deus reinará / para sempre e por
todos os séculos!
EVANGELHO – Mc 12,38-44 Naquele tempo,
Jesus dizia, no seu ensinamento a uma grande multidão: “Tomai cuidado com os
doutores da Lei! Eles gostam de andar com roupas vistosas, de ser
cumprimentados nas praças públicas; gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas
e dos melhores lugares nos banquetes. Eles devoram as casas das viúvas,
fingindo fazer longas orações. Por isso eles receberão a pior condenação”.
Jesus estava sentado no Templo diante do cofre das esmolas, e observava como a
multidão depositava as suas moedas no cofre. Muitos ricos depositavam grandes
quantias. Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não
valiam quase nada. Jesus chamou os discípulos e disse: “Em verdade vos digo,
esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. Todos
deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo
aquilo que possuía para viver”.
AMBIENTE - Os
líderes da comunidade judaica tinham transformado a religião de Moisés – com
proibições e obrigações, numa proposta vazia. O próprio Templo tinha se tornado
um lugar de exploração e de injustiça. Jesus repara na viúva que deposita a sua oferta.
MENSAGEM - Jesus
não se detém nas aparências, mas olha o coração. Os doutores da Lei são hipócritas: fazem as
coisas, não por convicção, mas para serem admirados; os primeiros lugares,
devoção de fachada, fazem dos ritos um espetáculo … A sua vida é uma mentira. E mais: aproveitam-se da sua posição
para explorar os mais pobres (os preferidos de Deus).
Na segunda
parte (vers. 41-44), Jesus convida os discípulos a perceber a
essência do verdadeiro culto; quando agimos com o coração. Jesus aponta uma
pobre viúva, que deposita duas simples moedas; era tudo o que a mulher possuía.
Apenas Jesus percebe seu total despojamento. O verdadeiro crente não é o que
impressiona as multidões; mas é o que faz com amor e humildade o seu
compromisso para com Deus.
ATUALIZAÇÃO
*** Deus valoriza os
gestos que saem do coração. O cristão não pensa só em si, mas sabe repartir o
pouco que tem e coloca tudo nas mãos de Deus.
♦ Os doutores da Lei estão dominados pelo egoísmo, pela
ambição e vaidade. Apostam tudo nos bens
materiais, mesmo que isso implique explorar e roubar as viúvas e os pobres… No
seu coração não há lugar para Deus e para os outros irmãos; só para os seus
interesses. Quem vive para si e é incapaz de viver para Deus e para os irmãos,
não pode integrar a família de Jesus, a comunidade do Reino.
♦ Jesus ensina-nos a não julgar as pessoas pelas
aparências. Muitas vezes o que consideramos insignificante, é importante e
significativo.
♦ Jesus critica aqueles que se servem da religião, para obter honras e privilégios.
LEITURA II – Heb 9,24-28 Cristo não
entrou num santuário feito por mão humana, imagem do verdadeiro, mas no próprio
céu, a fim de comparecer, agora, na presença de Deus, em nosso favor. E não foi
para se oferecer a si muitas vezes, como o sumo sacerdote que, cada ano, entra
no santuário com sangue alheio. Porque, se assim fosse, deveria ter sofrido
muitas vezes, desde a fundação do mundo. Mas foi agora, na plenitude dos
tempos, que, uma vez por todas, ele se manifestou para destruir o pecado pelo
sacrifício de si mesmo. O destino de todo homem é morrer uma só vez e depois
vem o julgamento. Do mesmo modo, também Cristo, oferecido uma vez por todas,
para tirar os pecados da multidão, aparecerá uma segunda vez, fora do pecado,
para salvar aqueles que o esperam.
AMBIENTE
No domingo passado, o autor da Carta aos Hebreus
apresentava Cristo como o sumo sacerdote por excelência. Hoje o autor apresenta
Cristo como o sacerdote perfeito.
Reflete sobre a imperfeição do culto antigo que era repetido e porque o
sacrifício oferecido por Cristo é perfeito; Ele é o mediador da Nova Aliança, é
o enviado do Pai. Dirigindo-se a
cristãos em dificuldade, que já perderam o entusiasmo inicial e que, diante das
dificuldades, correm o risco de renunciar ao compromisso assumido no dia do
Batismo, o autor da Carta procura animá-los e revitalizar a sua experiência de
fé.
MENSAGEM
Cristo, o sacerdote perfeito, entrou no verdadeiro
santuário que é o céu. Está em comunhão com o Pai e continua a interceder pelos
homens. Mais: Enquanto que o sumo-sacerdote da antiga Aliança tinha que entrar
no santuário todos os anos (Dia da Expiação – o “Yom Kippur” – o único dia do
ano em que o sumo-sacerdote entrava no “Santo dos Santos” do Templo de
Jerusalém, a fim de aspergir o “propiciatório” com o sangue de um animal
imolado e obter, assim, o perdão de Deus para os pecados do Povo), Cristo entrou uma só vez no santuário
perfeito, levando o seu próprio sangue, e obteve a redenção de toda
a humanidade. A humanidade, a partir desse instante, está salva.
ATUALIZAÇÃO
♦ Cristo veio libertar o homem das cadeias de egoísmo e
de pecado. Cristo pediu uma “metanóia”
(transformação radical) do coração, da mente, dos valores, das atitudes do
homem e propôs, com a sua palavra, com o seu exemplo, com a sua vida, que o
homem passasse a percorrer o caminho do amor, da partilha, do serviço, do
perdão, do dom da vida. A sua luta contra o pecado, levou-o a confrontar-Se com
as estruturas políticas, sociais ou religiosas geradoras de injustiça e de
opressão; a sua morte, arquitetada pelos detentores do poder (as autoridades
políticas e religiosas do país), foi, também, a consequência da sua luta contra
as estruturas que oprimiam o homem e que geravam egoísmo e morte. Ele ofereceu
a sua vida em sacrifício para nos libertar do pecado. Aderir a Jesus, ser
cristão, é fazer da própria vida um dom de amor aos irmãos; é, também, lutar
contra todas as estruturas que geram injustiça e pecado.
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Dar sem medida
A Liturgia desse domingo nos fala do espírito
com que devemos fazer as nossas OFERTAS.
São protagonistas nas leituras de hoje DUAS VIÚVAS, pessoas frágeis e
carentes, segundo a sociedade antiga, mas muito generosas em doar...
Na 1a Leitura, temos
o Exemplo da viúva de Sarepta. (1
Rs 17,10-16)
O povo vivia numa época difícil de seca e
fome.
O Profeta Elias chega à cidade de Sarepta,
morto de fome e sede...
Encontra uma viúva a quem lhe pede água e
pão.
- Ela dispunha apenas de um punhado de
farinha e um pouco de azeite...
Ela oferece tudo o que tem e Deus
abençoa a sua generosidade: proporciona alimento, para ela e para o filho,
durante todo o tempo da seca.
* Deus não abandona quem dá com alegria. A
generosidade, a partilha e a solidariedade não empobrecem,
pelo contrário, são geradoras de vida.
A 2ª Leitura nos apresenta o Exemplo
de Cristo, o Sumo Sacerdote, que se doa inteiramente pela salvação da
Humanidade. (He 9,24-28)
O Salmo convida a confiar no
Deus da vida, que ampara a viúva e o órfão e confunde o caminho dos opressores.
(Sl 146)
No Evangelho, vemos o Exemplo
de outra viúva. (Mc 12,38-44)
Jesus senta-se perto da
caixa de esmolas no templo e observa:
- De um lado, uma pobre
viúva, oferece discretamente duas moedinhas;
- Do outro, gente importante dá solenemente
grandes quantias...
Jesus censura o gesto dos fariseus e louva a
GENEROSIDADE da viúva.
A oferta da viúva era pequena, mas era tudo
o que ela tinha.
Deus não calcula a quantia que damos, mas o
amor com que damos.
Duas viúvas, simples e humildes, revelam a
grandiosidade dos pequenos gestos. Toda oferta que brota do coração tem valor
incalculável aos olhos de Deus.
A hospitalidade da primeira é compensada pelo
milagre de Elias e a humilde generosidade da segunda merece de Jesus um grande
elogio.
+ Se Jesus viesse hoje em nossa igreja, o
que ele enxergaria?
- A que grupo nós pertenceríamos?
- Quais as pessoas que mais oferecem na
comunidade?
O
Padre, os ministros, os animadores das pastorais? É difícil responder...
Mas
eu tenho a certeza, que muitas pessoas humildes, silenciosas, muito ocupadas,
oferecem à comunidade um serviço semelhante à oferta da viúva: oferecem com
sacrifício TUDO o que podem...
E
Deus não se deixa vencer em generosidade...
- E se Jesus olhasse as nossas OFERTAS, o que teria a dizer?
São ofertas generosas, dadas com alegria,
como gesto de amor e de fé, ou é um jeito para se livrar de uns trocadinhos?
Podemos dar uma esmola
material, podemos partilhar nosso tempo, nossos conhecimentos ou até nossa
alegria com um sorriso.
E se olhasse o nosso DÍZIMO?
É uma oferta para retribuir a Deus um pouco
do muito que recebemos e assim participar na manutenção da nossa religião? Ou
apenas nos lembramos quando precisamos de um serviço da comunidade, dando a
idéia que é uma taxa para comprar algum sacramento?
- Na Bíblia, encontramos com
freqüência uma verdade: Deus, embora criador de todo o universo, sempre quer e exige ofertas da parte dos
homens.
- Assim já nas primeiras páginas da Bíblia,
encontramos os homens oferecendo em sacrifício as primícias de seus
trabalhos, como homenagem de gratidão a
Deus.
- Encontramos: Abel e Caim oferecendo um
sacrifício a Deus. (Gn 4)
Deus
aceitou o de Abel e rejeitou o de Caim...
- No Antigo Testamento:
tinham taxas fixas: o DÍZIMO...
- Primeiros cristãos: punham
os bens em comum...
A Igreja retomou o Dízimo, como um dos PRECEITOS, que os
nossos católicos esquecem com muita facilidade.
O costume do dízimo foi introduzido
por Deus.
No Livro de Malaquias, Deus
se queixa de quem o "enganava", por não pagar "integralmente"... (Ml 3,6-10) - Será que ainda hoje há
gente, que continua enganando?
QUANTO se
deve dar?
Deus não nos dá uma taxa fixa. Deixa a
critério de nossa generosidade.
Entre os Antigos, dava-se o Dízimo (10%),
atualmente muitos cristãos dão o Centésimo (1%) da renda familiar, outros o
correspondente a um dia de trabalho por mês...
Deve ser uma verdadeira oferta, não apenas
uma esmola insignificante...
No Evangelho, vimos muitos ricos colocando
grandes quantidades,
e a única pessoa que impressionou a Cristo
foi a pobre viúva, que não pôs muito, mas deu tudo o que tinha, e com
alegria.
Dízimo não é doação apenas de dinheiro. Podemos dar também o nosso tempo, em favor
da comunidade... Tudo pode ser feito com gestos muito simples, como o da
viúva...
- Como partilhamos aquilo
que somos e temos?
A Escritura nos garante: "Deus ama a quem dá com alegria". (2Cor 9,7)
Pe. Antônio Geraldo
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HOMILIA DO PE.
PEDRINHO
Meus irmãos e irmãs, anos atrás, tivemos, na campanha da
fraternidade, o tema sobre a Amazônia e a questão ecológica. Na época e agora
pensamos assim: Amazônia é tão distante, é difícil a gente se sentir
comprometido com a Amazônia. Certamente, muitas pessoas não têm noção nem da
distância. Entretanto, a igreja está nos pedindo, o que podemos fazer a favor
da Amazônia? Fomos buscar na Bíblia e
encontramos este trecho, da leitura de hoje: “usará e não acabará”. Claro, que
todos pensam em mágica, mas quem quer seguir a mensagem de Deus, deixa a mágica
de lado. Pensamos o que poderíamos fazer: começamos a campanha do óleo usado na
cozinha. Recolhemos este óleo usado, vendemos e mandamos este dinheiro para
ajudar na Amazônia. Com isto, já fizemos
lá um barco hospital, fizemos uma casa missionária. Quanto custou para cada um
de nós? Nenhum centavo. Quem trás aquele óleo toda semana. Que pena que muita
gente só se lembra disso quando o padre fala e continua jogando óleo no ralo ou
jogando no lixo. Depois tem que pagar encanador para desentupir tudo ou
continua a poluir os lixões. Depois, vai dizer: que poluição! O governo não faz
nada. Não estou criticando, mas mostrando nossa visão frente a Bíblia. Agente
adora ouvir a bíblia, acha belíssimo as histórias, mas não se sente
comprometido com aquela palavra. Achamos que os outros é que devem se
converter, mudar de vida, agente nunca. Então, veja, ainda hoje, esta palavra
continua sendo realizada, sem nenhum tipo de mágica. Alguns preferem fazer
sabão com o óleo, outros preferem fazer não sei o que, outros jogam mesmo no
ralo e dizem que estão bem longe do rio ou dos lixões.
Tem um segundo aspecto nessa moedinha da viúva. Esta
moedinha é o que ela tinha para viver. Ela nos mostra, que quando temos fé, nós
conseguimos realizar as obras de Deus. Mais uma vez, estamos sendo solicitados
por Deus para darmos um sinal de fé. A nossa fé exige um ato concreto. Se não
tivermos um ato concreto, como vou revelar que tenho fé? Mas, como ter fé se
não tiver gesto concreto? As duas coisas caminham juntas. Creio que temos um
momento de apresentar um ato de fé. Olha quanto sangue está sendo derramado
pelas cidades. Nestes dias alguém comentava sobre Israel: não sei como vocês
tem coragem de viajar para Israel. Lá muitas pessoas são mortas devido ao
conflito entre judeus e palestinos e muitas vezes sobra para turistas. – só em São Paulo, em um mês, morreu o dobro
do que em um ano em Israel. Só este mês, aqui, aqui. Nós não temos medo de
ficar aqui? Temos. Volta de novo a história da moedinha, a história do homem.
Precisamos fazer alguma coisa. O que fazer? Primeiro, pedir a Deus que nos dê
luz, para decidirmos que caminho tomar. E, se fizermos isto, Ele vai nos falar.
Agora, se Ele falar e a gente não abraçar, Ele vai dizer: por que você me pediu
um conselho, para depois não segui-lo? Então, veja que estamos em momento de
crise: peço a Deus, mas tenho medo de ouvir a resposta? A segunda leitura nos
trás conforto, nos dizendo que Jesus voltará uma segunda vez para a glória e
para reunir aqueles que esperam nele. Então, tudo isto para dizer o seguinte:
está aqui um gesto bem concreto: não existe mágica na Bíblia, mas existe um
gesto concreto para mostrar que há sempre esperança. Quando nós paramos para
ouvir o que Deus nos fala, sempre vamos ouvi-lo. Agora uma historinha: não é
verdadeira, mas dá para pensar: um dia alguém pediu para Deus que lhe desse um
conselho. Deus lhe apareceu e falou. Ele disse: não estou te ouvindo. Deus
disse: chega mais perto. Ainda não estou te ouvindo. Chega mais perto. Chegando
perto da boca de Deus, ouviu o que Deus lhe dizia. Moral: só ouvimos a Deus se
estivermos perto dele. Talvez, precisamos nos aproximar mais de Deus para
ouvi-lo e por em prática o seu conselho. Por fim, é muito interessante, que em
qualquer situação, Jesus está sempre presente. Por isso, não vamos nos alarmar,
perder a esperança, nem o rumo, porque Jesus está com os homens e mulheres de
boa vontade. Jesus, com certeza, tem algo a nos dizer. Talvez, eu preciso parar
para ouvi-lo ou seguir o que Ele já tem falado. Que ninguém perca a esperança.
Alimentemo-nos da Eucaristia para termos ânimo em nossa caminhada e podermos
levar fé e esperança ao mundo.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO – Diocese de Santo André - SP
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HOMILIA DE D.
HENRIQUE SOARES
Duas cenas comoventes, de gente pobre, sem valor nem importância, histórias de
gentinha sem nome, ocupam hoje nossa atenção. Ah, meus irmãos, que Deus gosta
de se ocupar com quem não vale nada!
Primeiro, a Viúva de Sarepta. Qual o nome dela? Qual o enredo da sua vida? Qual
o nome do seu filho? Que idade tinha? Nada! Silêncio! A Escritura se cala. Vai
direto ao ponto: no tempo do profeta Elias uma seca mortal varreu a Terra Santa
e sua vizinhança. O Livro dos Reis explica que isso se deveu à idolatria de
Israel e à impiedade de Acab, seu rei. Até o profeta Elias, que anunciou o
castigo, teve que sofrer as consequências: primeiro ficou sendo alimentado por
um corvo na torrente de Carit; mas, depois, a torrente secou. Também os
profetas de Deus sofrem, também eles participam da sorte do seu povo... Deus
não super-protege seus amigos numa redoma... Também os amigos do Senhor devem
combater os combates da vida... Mas, secada a torrente de Carit, Elias deixou a
Terra Santa como flagelado de seca... Conhecemos essa história de tantos
nordestinos que fogem da sequidão, deixando para trás sua terra e indo para o
Sudeste do País. Pois bem: Elias, um dos maiores amigos de Deus, foi retirante,
como um coitado flagelado nordestino! E chega no estrangeiro, na fronteira de
Israel com o Líbano. Vê uma viúva Cananéia, pagã, portanto, apanhando uns
gravetos para fazer fogo. Pois bem, o homem pede-lhe um pouco d’água e também
um pedacinho de pão. Devia estar morto de fome, o Elias retirante, flagelado,
como os “severinos” da vida... E, ante o pedido do Homem de Deus, a resposta da
viúva pobre e sem nome, uma maria-ninguém, é de fazer chorar de dor: “Pela
vida do Senhor, teu Deus, não tenho pão. Só tenho um punhado de farinha e um
pouco de azeite. Eu estava apanhado dois pedaços de lenha, a fim de preparar
esse resto para mim e meu filho, para comermos e depois esperar a morte”. É
um fim da pouca comida na casa daquela coitada, daquela pobre. E observem que
ele não amaldiçoa Deus; pelo contrário: “Pela vida do Senhor, teu
Deus!” – ela diz, com respeito por Deus e por seu profeta, apesar de
ser uma pagã! E Elias manda que ela prepare o pão primeiro para ele; e
garante: “Assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘A vasilha de farinha
não acabará e a jarra de azeite não diminuirá, até ao dia em que o Senhor
enviar a chuva sobre a face da terra’”. A viúva fez assim, e aconteceu como
o profeta de Deus dissera...
Uma segunda cena. A de uma viúva também sem nome, sem importância, outra
maria-ninguém; Maria Nadinha de Nada – poderia ser esse o seu nome... Chega
junto ao cofre do tesouro do Templo. Ali joga duas moedinhas. Dinheiro de nada.
Não dá para comprar nem o azeite de um dia para manter o candelabro do Senhor
aceso! Mas, era “tudo aquilo que possuía para viver!” E o
Senhor viu, e comoveu-se com sua generosidade, pois conhecia seu coração e
sabia da sua penúria miserável! – Esta segunda história nós conhecemos bem das
nossas igrejas; a mão aberta, generosa, dos pobres para com a Casa de Deus e a
parcimônia mesquinha e desdenhosa dos que muito possuem... Pois bem: esta
viúva, indigente, quase esmoler, dá tudo ao Senhor, não reserva nada para si!
Talvez nós pensemos, do alto da nossa prudência: “Mulher imprudente, mulher
tola, mulher irresponsável...” Mas, o Senhor Jesus, que desmascara nossos
pensamentos miseráveis e mundanos, tem opinião diferente: Ama aquela viúva,
elogia aquela mulher, comove-se com ela.
Caríssimos, agora procuremos responder: Como essas duas mulheres tiveram
coragem de agir assim? Como foram capazes de tal desapego? Eis a resposta: As
duas acreditavam de verdade no Deus de Israel. Para elas, Deus não era uma
teoria, uma hipótese, uma idéia vaga, fria e distante! Para elas, Deus era
concreto, presente, atuante. Ainda hoje é assim para os pobres. Vão, meus caro!
Vão às nossas comunidades de periferia e vocês ficarão impressionados com a
generosidade e a fé da gente pobre! Para essas duas mulheres e para os pobres de
Deus, as palavras do salmo da Missa de hoje não são uma brincadeira, não são
palavras vazias: O Senhor é fiel para sempre,/ faz justiça aos que são
oprimidos;/ ele dá alimento aos famintos./ É o Senhor quem protege o
estrangeiro,/ quem ampara a viúva e o órfão./ O Senhor reinará para sempre!” Só
quem crê de verdade, de verdade se abandona, de verdade doa, de verdade não
procura segurança fora de Deus! Só quem crê de verdade faz como essas viúvas
sem juízo: dão tudo, porque dão para o Senhor! Caríssimos, aquelas mulheres
pobres acreditavam nisso, aquelas duas coitadas sabiam abandonar-se nas mãos
benditas do Deus de Israel: uma dá tudo quanto tinha para comer a um estranho
simplesmente porque ele era um homem de Deus; a outra, não hesita em jogar tudo
no tesouro da Casa do Senhor... Elas são como o Cristo Jesus, “que
sendo rico se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza” (2Cor 8,9).
Elas são tão diferentes de nós, apegados, desconfiados, iludidos com o
pensamento que podemos garantir nossa vida com nosso egoísmo e que somos
senhores dos nossos dias. – Senhor, dá-nos um coração de pobre! Senhor, fonte
de riqueza, dá-nos um coração confiante!
E agora, para terminar, agora olhemos Jesus. A segunda leitura de hoje no-lo
apresenta no céu, diante do Pai, em nosso favor. O Autor sagrado explica que
ele se fez homem uma só vez, entregando-se todo, a vida toda, por nós, até
morrer para apagar os pecados da multidão! Ele fez como aquelas viúvas: Ele não
se poupou, não poupou nada; tudo entregou ao Pai por nós. E agora, ele estará
para sempre diante do Pai, com o seu sacrifício, como Cordeiro glorioso e
imolado (cf. Ap 5,6), até que apareça nos final dos tempos “para salvar
aqueles que o esperam”. Eis caríssimos, o mistério: sem saberem, aquelas
duas mulheres participavam da entrega de Cristo, da generosidade de Cristo, dos
sentimentos de Cristo! Sem nem imaginarem, aquelas mulheres colocaram a
esperança em Cristo!
Por favor, voltemos agora o olhar do coração para o Céu, para junto do Pai! Lá
está o nosso Salvador, eternamente vitorioso e eternamente imolado de amor! Lá
está Jesus, com seu sacrifício eterno, único, perfeito irrepetível, totalmente
suficiente e eficaz! Ele nos deu tudo! Mais ainda: ele se deu todo... Todo a
nós, todo por nós! Agora, olhemos para este Altar, em torno do qual nos
reunimos. Daqui a pouco, esse sacrifício único e santíssimo, essa sacrifício
que está para sempre diante de Deus, estará aqui, sobre este Altar sagrado,
para ser nossa oferta e para que nós dele participemos! Daqui a pouco, a Hóstia
santa – isto é, a Vítima do Sacrifício – estará aqui, do céu para nós, do céu
entre nós, para ser nossa oferta e nosso alimento! É muito dom, é muito
mistério, é muito piedade, é muita misericórdia de Deus para conosco!
Caríssimos, não sejamos mesquinhos, não sejamos incrédulos, não sejamos duros
de coração: aprendamos a ver Deus agindo na nossa vida, aprendamos a confiar, e
coloquemos nossa vida e nossa pobreza nas mãos de Deus! Amém.
D. HENRIQUE SOARES
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos e
Ministros extraordinários da Palavra):
LOUVOR
- O Senhor esteja com todos vocês... Demos
graças ao Senhor, Nosso...
COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO
ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T:
Senhor, fazei-nos misericordiosos.
1- Ó
Deus, Nosso Pai, bendito e louvado sejais para sempre. Muito nos amais nos
enviando vosso Filho para nos ensinar os caminhos do Reino.
T: Senhor,
fazei-nos misericordiosos.
2- Senhor, nosso Deus, muitas vezes nos
apegamos às coisas que nos destes e nos fechamos às necessidades de nossos
irmãos e irmãs. A viúva de Serepta nos ensina uma grande lição; o pouco
repartido se torna sinal de vida e esperança, porque sois o nosso Deus e sabeis
suprir as nossas necessidades.
T: Senhor,
fazei-nos misericordiosos.
3-
Senhor, nosso Deus, muitas vezes queremos o nosso próprio louvor e
esquecemos a humildade. Vós que a tudo conheceis, sabeis também que somos
fracos e egoístas. Vinde sempre em nosso auxílio e transformai-nos.
T: Senhor,
fazei-nos misericordiosos.
4-
Pai, pelo Vosso Filho fomos salvos. Somos o vosso povo e sois o nosso
Deus. Enviai-nos o Espírito Santo para que sejamos transformados no nosso
coração e possamos ser mais amor e mais ajuda aos que necessitam de nós. Fazei
o nosso coração semelhante ao Vosso.
T: Senhor,
fazei-nos misericordiosos.
- Pai nosso... Abraço da Paz... Eis o
Cordeiro de Deus...
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