quinta-feira, 8 de agosto de 2019

19º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C, homilias, subsídios homiléticos


19º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C 2019
(Mês vocacional)

SINOPSE:
Tema: “Onde está o vosso tesouro, estará vosso coração”:
Primeira leitura: só os valores de Deus geram vida e felicidade.
Evangelho: Quem está atento ao libertador, vai agir para que a felicidade aconteça.
A segunda leitura apresenta Abraão e Sara como modelos de fé para todas as épocas.

PRIMEIRA LEITURA (Sb 18,6-9):  Leitura do Livro da Sabedoria.
A noite da libertação fora predita a nossos pais, para que, sabendo a que juramento tinham dado crédito, se conservassem intrépidos. Ela foi esperada por teu povo, como salvação para os justos e como perdição para os inimigos. Com efeito, aquilo com que puniste nossos adversários, serviu também para glorificar-nos, chamando-nos a ti. Os piedosos filhos dos bons ofereceram sacrifícios secretamente; de comum acordo, fizeram este pacto divino: que os santos participariam solidariamente dos mesmos bens e dos mesmos perigos. Isso, enquanto entoavam antecipadamente os cânticos de seus pais.

O “Livro da Sabedoria” é do séc. I a.C. - Elogio da “sabedoria” israelita aos os valores da fé; reflexão entre o que aconteceu aos egípcios e ao Povo de Deus:

-As pragas de animais aos egípcios      = mas as codornizes para os israelitas;
-As moscas e gafanhotos aos egípcios = a serpente de bronze salvou o Povo;
-As chuvas destruíram as culturas egípcias = o maná alimentou o Povo de Deus;
-As trevas aos egípcios = coluna de fogo ilumina a caminhada do Povo de Deus;
-Morte aos primogênitos dos egípcios  = Deus salvou a vida do seu Povo…

MENSAGEM - O texto refere-se à noite do êxodo como a “resposta de Deus” ao faraó que ordenava a matança e escravidão. Para os egípcios, foi uma noite trágica, de morte e de luto; para os judeus, foi uma noite de salvação, de glória e de louvor do Deus libertador. Deus, através de Moisés, fez saber com antecedência aos hebreus os acontecimentos da noite pascal. A fé provoca uma reação em agradecimento:
1-   Os sacrifícios (cordeiro pascal),
2-   A solidariedade (participação na partilha igual dos despojos).
3-   O cântico de hinos (cantados todos os anos durante a ceia pascal).
4-   Os egípcios que corriam atrás dos deuses falsos – esquemas de opressão e de injustiça -  receberam o justo castigo.
5-   Os israelitas, fiéis a Jahwéh e à Lei, viram Deus atuar e encontraram a liberdade e a paz.

ATUALIZAÇÃO Há diferença entre o viver de acordo com os valores da fé e o viver de acordo com propostas enganosas de felicidade e de bem-estar… Só a fidelidade aos caminhos de Deus gera vida e libertação; e que os deuses do egoísmo e da injustiça geram sofrimento e morte.
 “vigilância”; trata-se de eu saber o que quero, de ter ideias claras quanto ao sentido da minha vida e de, em cada instante, atuar em conformidade.
A resposta do Povo à ação libertadora de Deus; 1- celebração, 2- solidariedade, 3- louvor e ação de graças.
* Rever o passado encoraja a comunidade a não parar, a olhar para frente, a ter esperança no futuro.
   Só a fidelidade aos caminhos de Deus gera vida e libertação.

SALMO RESPONSORIAL - 32(33)
Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
• Ó justos, alegrai-vos no Senhor! /Aos retos fica bem glorificá-lo. / Feliz o povo cujo Deus é o Senhor / e a nação que escolheu por sua herança!
• Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem / e que confiam esperando em seu amor, / para da morte libertar as suas vidas / e alimentá-los quando é tempo de penúria.
• No Senhor nós esperamos confiantes, / porque ele é nosso auxílio e proteção! / Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, / da mesma forma que em vós nós esperamos!

 EVANGELHO (Lc 12,32-48)
...Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino. ...Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; .... Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento. ...Mas ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, Pedro disse: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?” E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel que o senhor vai colocar à frente do pessoal? Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! Porém, se aquele empregado ...começar a espancar os criados, o senhor chegará num dia inesperado; ele o partirá ao meio... Aquele que, conhecendo a vontade do senhor, não agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. Porém, o empregado que não conhecia essa vontade, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!”

AMBIENTE - Jesus dirige-Se ao grupo dos discípulos (como “pequeno rebanho”), mostra o que fazer para que o “Reino” seja uma realidade e quais os “tesouros” são a prioridade.

MENSAGEM - O “verdadeiro tesouro” não está nos bens deste mundo: Estar atentos, trata-se do “Reino” e dos seus valores.
1- A primeira parábola convida a ter os rins cingidos e as lâmpadas acesas, como homens que esperam o senhor que volta da sua festa de casamento; estarem preparados para acolher a libertação.
2 - A segunda, incerteza da hora; A imagem do ladrão:
3 - A terceira, a pergunta de Pedro aos responsáveis da comunidade; fiéis às suas tarefas: quem usa as funções em benefício próprio, será castigado: os que desobedeceram intencionalmente serão mais castigados; os que desobedeceram não intencionalmente serão menos castigados. A última afirmação (“a quem muito foi dado, muito será exigido) é dirigida a todos os que receberam dons materiais ou espirituais. - E conclui, respondendo à pergunta de Pedro: "Quem deve vigiar?". TODOS: sobretudo os Animadores da Comunidade cristã, que devem permanecer fiéis às suas tarefas de animação e de serviço.
- Muitas vezes temos a tentação do desânimo. A Palavra de Deus nos anima: "Não tenhais MEDO”...
"A fidelidade de Deus no PASSADO é garantia de sua presença no PRESENTE.
Uma luz sempre se acende, diante de quem tem fé e esperança.

ATUALIZAÇÃO A vida dos discípulos de Jesus tem de ser uma espera vigilante e atenta.
Ser cristão não é um trabalho de fim de semana; mas é um compromisso a tempo inteiro.
Desempenhar bem as funções que lhe foram confiadas. A quem foi confiado a autoridade, que ajam como servos e com humildade.

SEGUNDA LEITURA (Hebreus 11,1-2.8-19) A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera,... Foi a fé que valeu aos antepassados um bom testemunho. Foi pela fé que Abraão obedeceu..., e partiu. Foi pela fé que ele residiu como estrangeiro na terra prometida, Pois esperava a cidade que tem Deus por construtor. Foi pela fé que Sara, ...se tornou capaz de ter filhos.... Todos estes morreram na fé. Não receberam a realização da promessa, mas a puderam ver e saudar de longe e se declararam estrangeiros e migrantes nesta terra. Mas agora, eles desejam uma pátria melhor, isto é, a pátria celeste. ...Foi pela fé que Abraão ofereceu Isaac; ele, o depositário da promessa. Ele estava convencido de que Deus tem poder e assim recuperou o filho o que é também um símbolo.

AMBIENTE - Carta aos Hebreus anos 70. Destina-se a comunidades cristãs desanimadas, por causa das perseguições. O autor apresenta um estímulo à vocação cristã, até à identificação total com Cristo. Cristo, o sacerdote por excelência – através de quem os homens são inseridos nesse Povo sacerdotal que é a comunidade cristã e devem fazer da sua vida um contínuo sacrifício de louvor, de entrega e de amor. O autor insiste na fé e na constância ou perseverança. Pela fé, percorrer o caminho dos “antigos”; pela constância, aceitar com paciência os sofrimentos que a vida comporta, pois esses sofrimentos fazem parte da pedagógica para chegar à perfeição.

MENSAGEM: A “fé” é posta em relação com a esperança; ela dirige-se ao futuro e ao invisível. A fé é, sobretudo, a adesão a Jesus. Pela fé, Abraão acolheu o chamamento de Deus, deixou a sua casa e partiu ao encontro do desconhecido; pela fé, Sara pôde conceber e dar à luz Isaac; pela fé, Abraão não duvidou quando Deus o mandou sacrificar o filho Isaac. Abraão não viu concretizar-se a promessa da posse da terra, nem a promessa de um povo numeroso; mas, pela fé, ele contemplou antecipadamente a realização das promessas de Deus, “saudando-as de longe”. Assim, Abraão assumiu a sua condição de peregrino e estrangeiro, ansiando pela cidade futura, e caminhando ao encontro do céu, a sua pátria definitiva. A carta quer propor a esses cristãos perseguidos e desanimados: vivam na fé, esperando a concretização dos dons futuros que Deus vos reserva e caminhem pela vida como peregrinos, sem desanimar, de olhos postos na pátria definitiva.

ATUALIZAÇÃO O autor convida a confiar na possessão dos bens futuros, anunciados por Deus. A nossa caminhada nesta terra está marcada pela finitude, pelas nossas limitações, pelo nosso pecado; mas isso não pode fazer-nos desanimar e desistir: viver na fé é, apesar disso, apontar à vida plena que Deus nos prometeu e caminhar ao seu encontro.
o cristão deve ser o homem da serenidade e da paz; ele sabe que a sua existência está para além dos êxitos ou dos fracassos que o dia a dia traz. Guiado pela fé, ele tem sempre diante dos olhos essas realidades últimas, que dão sentido pleno àquilo que aqui acontece.
Se Jesus declara felizes os servidores que esperam para servir, porque depois em lugar de servir, vão ser servidos, e logo pelo seu Mestre. O fato de esperar muda totalmente a situação.
No evangelho: “Estejam cingidos os vossos rins e as lâmpadas acesas. Ter as roupas cingidas é uma imagem utilizada para indicar que alguém se preparava para realizar um trabalho, ou uma viagem. Ter lâmpadas acesas indica a atitude daquele que está de vigia ou espera de alguém. Quando o Senhor vier no final da nossa vida, deve encontrar-nos assim: em estado de vigília; servindo por amor e preparados para a viagem.
Disse Jesus: “onde está o vosso tesouro, aí estará o vosso coração”: “quer comais ou bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Cor. 10,31).
Crer não é acreditar em algumas coisas, dar assentimento a uma demonstração clara e evidente de idéias, ou a um projeto sem dúvidas e conflitos. Crer é confiar em Alguém, é seguir o chamamento do Desconhecido que convida, (como Abraão) confiar a própria vida nas mãos de um Outro, para que Ele seja o único, o verdadeiro Senhor. «Crer» significa «cor dare», dar o coração, confiá-lo incondicionalmente nas mãos de um Outro: (como Sara) crê todo aquele que se deixa fazer prisioneiro do Deus invisível, todo aquele que aceita ser possuído por Ele, na escuta obediente e na docilidade do coração. Fé significa «rendição, entrega, abandono», e não «possessão, garantia e segurança».
3. Crer, portanto, não é ser poupado à luta, fugir do risco e caminhar tranquilo; a fé não é um seguro de garantia, um passaporte para um mundo cor-de-rosa.
Aquele que crê, caminha na noite, como um peregrino, ao encontro da Luz. Sabe que a noite é apenas uma parte do dia. As trevas, levarão o peregrino a invocar a presença protetora e a confiar nela. E essa confiança chama-se «fé». A fé é, por isso, «um raio», uma luz que não elimina o escuro, mas ilumina a noite! «Crer significa estar à beira do abismo obscuro, e ouvir uma Voz que brada: «Lança-te, Eu te tomarei nos Meus braços!» (S. Kierkegaard). E atirar-se, apoiado apenas na palavra invisível que nos chama! Creio em Vós, Senhor, mas aumentai a minha fé»

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Fé Vigilante

Muitas vezes temos a tentação de nos deixar levar pelo desânimo.
A Palavra de Deus nos anima: "Não tenhais MEDO..."
A fidelidade de Deus no PASSADO é garantia de sua presença no PRESENTE.

Na 1ª leitura, encontramos a experiência de ISRAEL, que gostava de recordar a presença amorosa e libertadora de Deus no passado,  para mostrar que era possível superar as dificuldades presentes. (Sb 18,6-9)

A leitura recorda a experiência do êxodo, da "noite" da libertação.
+ Noite trágica de luto e extermínio para os egípcios que, tendo repelido a palavra de Deus transmitida por Moisés, viram perecer seus primogênitos.
+ Noite de alegria e liberdade para os hebreus, que, tendo crido nas promessas divinas, foram poupados e iniciaram a marcha libertadora para o deserto onde Deus os aguardava para estabelecer Aliança com eles.

* Rever o passado encoraja a comunidade a não parar, a olhar para frente, a ter esperança no futuro.
   Só a fidelidade aos caminhos de Deus gera vida e libertação.

Na 2ª Leitura, fala a experiência de ABRAÃO. (Hb 11,1-2.8-19)

Um exemplo de fé no PASSADO, para a Comunidade continuar firme, apesar das dificuldades do PRESENTE...
    - Pela fé, obedece a Deus, deixa a pátria e parte para o desconhecido...
    - Pela fé, acredita ter um filho, apesar da idade avançada...
    - Pela fé, aceita a ordem divina de sacrificar Isaac.
    - pela fé, caminhou pela vida como peregrino, sem desanimar, de olhos postos na pátria definitiva...

* As dificuldades continuam ainda hoje, no mundo, na pátria, nas famílias e nas comunidades.
São momentos em que não devemos desanimar...
Uma luz sempre se acende, diante de quem tem fé e esperança.

No Evangelho, temos a Experiência dos APÓSTOLOS. (Lc 12,32-48)

- Os apóstolos estavam com medo... eram poucos e fracos, num mundo hostil.
- Jesus lhes garante: "Não temais, pequeno Rebanho, porque é do agrado do Pai dar a vós o Reino".
- E os convida a uma VIGILÂNCIA permanente (na "noite"): "Vigiai... o Senhor pode chegar quando menos esperamos."
- Exemplifica essa verdade com 3 PARÁBOLAS:
. Os Servos que esperam o Senhor voltar do casamento
. O Ladrão que chega de surpresa
. O Administrador fiel...
- E conclui, respondendo à pergunta de Pedro: "Quem deve vigiar?".
  TODOS: sobretudo os Animadores da Comunidade cristã, que devem permanecer fiéis às suas tarefas de animação e de serviço.

A Comunidade cristã é pequena e frágil... Por isso, os cristãos devem viver em permanente vigilância dando primazia aos valores do Reino e aguardar a chegada do Senhor.

- Talvez também vocês, PAIS, estão preocupados com o mundo, que os seus filhos estão enfrentando...
  Jesus lhes garante: "Não tenhais medo... tende uma fé vigilante..."
    > em DEUS... e nos FILHOS... mesmo nas falhas e limitações...
    > VIGILANTE: Sendo uma presença certa na hora exata...

Ser Pai não significa apenas gerar a vida, mas acompanhar, vigiar, amparar, proteger a vida gerada.
É dividir com Deus a missão de criar, de gerar, pois o Pai criador gerou a vida no mundo e quis compartilhar essa tarefa com vocês...

E, Vocês, FILHOS, também estão preocupados com seus pais?
- "Não tenhais medo".
Todo pai é um lutador, que vence barreiras, que suporta e vence os obstáculos. Se os desafios existem, maiores são as forças para enfrentá-los.

Aos pais que desta vida já partiram, obrigado pelo exemplo de amor que deixaram, como símbolo de sua existência neste mundo.

Que o Criador, nosso Pai, proteja todos os nossos pais. Sem a sua presença, a vida seria mais triste, o mundo não seria o mesmo.                             

Pe. Antônio Geraldo

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Homilia do Pe. Pedrinho

Meus irmãos e irmãs, hoje, o Evangelho nos fala de muitas coisas importantíssimas. Para imitar o Papa Francisco, eu vou pegar três pontos: já perceberam, que toda pregação dele, parte de três pontos? Primeiro ponto é este: não tenhais medo, pequenino rebanho. São palavras carinhosas. Jesus transmite um carinho, que podemos já perceber pelas palavras, pelas expressões, que Ele utiliza: “Não tenhais medo, pequenino rebanho”. Às vezes, nos dá a impressão, que só nós estamos nesta caminhada para o Reino de Deus. Você olha para um lado, as pessoas não estão preocupadas com o evangelho, olha para o outro lado e as pessoas não estão preocupadas com o próximo, olha pro outro e é só corrupção, olha para este, é só ladroagem, e, agente fica assim: será que a fé está acabando, então, vem Jesus com estas palavras: “Não tenhais medo, pequeno rebanho, porque foi da vontade do Pai, lhe conceder o Reino”. Às Vezes, achamos de o Reino vir a ser assim: de uma hora para outra, todo mundo vai virar cristão, vão ser bonzinhos. Não é assim que funciona. O Reino de Deus é vivenciado por pequeninos rebanhos. Às vezes, por famílias, que procuram viver o Evangelho, ás vezes, por núcleo, por comunidade, ás vezes por um grupo de cinquenta, setenta pessoas. Então, temos a impressão de que eles não existem, porque fica difícil localizá-los vivendo o Evangelho. Entretanto, se formos somar, dá um grande povo de Deus no mundo todo. É assim, a Igreja. A Igreja são estas pessoas, que pela fé se dispuseram a caminhar  em busca de construir o
Reino de Deus e buscam fazer isto na perseverança, que muitas vezes com muita dificuldade, mas vão vivendo e procurando seguir este Evangelho. Esta é A Igreja. É a igreja que se reúne em uma casa, num edifício, num templo, para se alimentarem da Palavra e da Eucaristia, para louvar a Deus, para reforçar a disposição de fazer o bem e para ajudar o próximo. Esta é a finalidade da Igreja. Se nós deixarmos de ajudar o irmão, deixamos de ser o sinal do serviço de Jesus Cristo. Se deixarmos de louvar a Deus, deixamos de reconhecer o nosso Deus e Senhor. Se deixarmos de nos alimentar da Palavra e da Eucaristia, nos perdemos no mundo, que também tem tanta palavra e tanta coisa que oferece, mas não com tanta perenidade, firmeza,  pois a palavra que ouvimos na Igreja é de vida eterna e não ilusões e enganações. Então, “não tenhas medo de viver a fé”. Na realidade, é isto que Jesus diz para nós. Somos pequenino rebanho, mas somos rebanho e sabemos quem é o nosso Pastor. O nosso Pastor é o Nosso Senhor Jesus Cristo.
Para alguns, tem um pedido a mais: segundo ponto: como será feliz o Senhor, quando Ele vier e ver os seus discípulos dando de comer às pessoas. Isto também é algo importante. Aí não diz dando de comer a quem pertence ao rebanho, mas “dando de comer às pessoas”. Claro, que dar de comer é tanto um prato de comida, quanto dar a Palavra de Deus; “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. Dar de comer não se trata apenas do pão material, mas também  o alimento de uma companhia, de uma palavra, de um carinho, de um bom conselho, de um alimento que ajude o outro a ser melhor, de fato, servir o irmão. Servir também aquele que não conhecemos. É evidente, que aí temos uma exigência maior, porque nem sempre sabemos se estamos servindo mesmo ou colaborando para sua destruição. Aí vem o tema da vigilância. Estarmos vigilantes, “fazer o bem, sem saber a quem”. Fazer o bem, tendo a certeza de que se trata realmente de um bem mesmo. Por isso, que cada vez mais, vemos entidades, associações, que procuram servir o próximo, o assim chamado “trabalho voluntário”, onde temos desde o atendimento a crianças de pouca idade, até as pessoas de bastante idade. Assim mesmo, sempre somos chamados a estarmos vigilantes, para ver se falta, em alguma ocasião, um atendimento a alguém.
O terceiro ponto, isto, que Jesus fala é para nós ou para todos?
São Pedro representa a nossa palavra e é muito curioso observar, que nós sempre queremos observar se isto é para os outros ou também será para nós? Muitas vezes dizemos: fulano tinha que ouvir isto, sicrano tinha que ouvir aquilo. É sempre para os outros. No entanto, Jesus diz: não, é para todos. É para cada um de nós e para todos, porque a palavra Dele é para toda a humanidade. Que cada um veja o que é bom para ser ouvido e acolhido. Se você acha que esta palavra não é para você, louvado seja Deus, mas não caia no risco de achar que esta palavra é para o outro; é sempre para nós em primeiro lugar, porque julgar o outro é sempre mais fácil do que julgar a nós mesmos.
Que sejamos vigilantes, que sejamos os que louvam a Deus e sejamos os que se alimentam da Palavra e da Eucaristia, que possamos vivenciar a nossa fé.
Eu creio que dispensa comentário a segunda leitura, onde a Carta aos Hebreus mostra, que nem sempre nós vamos morrer tendo visto tudo quanto nós acreditamos ter sido concluído. Certamente é de São Paulo ou de um discípulo seu a Carta aos Hebreus. A Carta diz: entretanto, nós não vamos ser os privilegiados de não ter visto tudo ser realizado. Isto, desde Abraão, que foi assim. Abraão, Isaac, Jacó, pela fé, viveram tudo que viveram. No entanto, não conseguiram experimentar, sequer, um décimo daquilo que nós cristãos experimentamos. Não porque eles eram menos crentes ou tivessem menos direito do que nós. Não. É porque cada um a seu tempo, experimenta uma parte, daquilo que é o conjunto, que Deus tem reservado para todos. Entretanto, diz a leitura, eles compreenderam que Deus construía uma pátria celeste, onde Ele era o Arquiteto. Por conta disso, deixaram de lado tudo quanto é passageiro, para investir no eterno. Isto é sabedoria, diz a primeira leitura, porque aquilo que foi esperado pelo povo como salvação, se tornou, de fato, um grande sinal e uma grande esperança para todos.
Irmãs e irmãos, não tenhamos medo de continuar firmes na fé, semeando sempre as sementes do reino de Deus.
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Pe. Pedrinho – Diocese de Santo André – SP.

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Homilia de D. Henrique Soares da Costa

Quando o Evangelho não nos é exigente? Quando a Palavra de Deus não nos questiona? A Escritura diz que “a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do qualquer espada de dois gumes; penetra até dividir alma e espírito, junturas e medulas. Ele julga as disposições e intenções do coração” (Hb 4,12). A cada Domingo, fazemos experiência dessa exigência viva e eficaz da Palavra do Senhor em nossa vida. É o caso também deste hoje.

Comecemos com a advertência consoladora e carinhosa do Senhor Jesus: "Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar-vos o Reino”. Tão atual e necessária esta palavra! A fé cristã e a Igreja são tão combatidas atualmente, tão incompreendidas! Cada vez mais nossa sociedade se paganiza, cada vez mais rejeita o cristianismo, cada vez mais fortemente apostata da fé na qual foi plasmada e cada vez menos compreende o Evangelho e suas exigências. Com quanta força se contesta a moral cristã; com quanta ênfase se ressalta e propaga a fraqueza desse ou daquele membro da Igreja, sobretudo do clero... O interesse é um só: desmoralizar a Igreja como porta-voz do Evangelho. Desmoraliza-se a Igreja para calar-se e desmoralizar-se a moral cristã e suas exigências. Olhem o Crucificado, pensem nas suas exigências e recordem o que o mundo pensa e diz: “Não queremos que ele reine sobre nós!” Pois a nós, pequeno rebanho - rebanho cada vez menor -, o Senhor exorta: “Não tenhais medo, pequenino rebanho!” Não temais o mundo pagão, não temais os escândalos, não temais vossas próprias infidelidades e fraquezas, não temais os sábios da sabedoria deste mundo, que não podem compreender as coisas de Deus (cf. 1Cor 1,21) e crucificaram e crucificam ainda o Senhor da Glória (cf. 1Cor 2,8). Não temais ante as dificuldades da vida!
Mas, como é possível resistir? É tão grande o combate; é tão dramática a batalha! As leituras da Missa de hoje dão-nos uma resposta emocionante. O Livro da Sabedoria nos recorda a noite da saída do Egito. Israel era um povinho, um bando de escravos, menos que nada, menos que ninguém... Como suportou o sofrimento? Como se conservou fiel a Deus? Como resistiu? Como não se dispersou? Resistiu porque colocou somente em Deu sua esperança: “A noite da libertação fora predita a nossos pais, para que, sabendo a que juramento tinham dado crédito, se conservassem intrépidos”. O povo de Deus, escravo no Egito, não duvidou da promessa que Deus fizera a Abraão; o povo esperou contra toda esperança e esperou no julgamento de Deus: “Os piedosos filhos dos bons fizeram este pacto divino: que os santos participariam solidariamente dos mesmos bens e dos mesmos perigos”. Um povo unido pela esperança e pela fé na Palavra de Deus.
A segunda leitura, da Carta aos Hebreus, também nos responde: a fé, mãe da esperança, foi a forçados amigos de Deus. “A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se vêem”. Na fé, já possuímos; na fé, já tocamos com as mãos aquilo que o Senhor nos prometeu e nos preparou. Foi pela fé que nossos antepassados partiram, deixaram tudo; pela fé tiveram a coragem de viver errantes, morando em tendas, daqui para ali... Pela fé, viveram como estrangeiros nesse mundo, colocando toda esperança em Deus, que nos prepara uma Pátria melhor no céu; pela fé, Abraão, nosso pai, foi capaz de sacrificar seu filho único... Pela fé deles "Deus não se envergonha deles, ao ser chamado o seu Deus”.
Vejam, irmãos: o caminho que o Senhor nos propõe nunca foi fácil... Somente aqueles que tiveram a coragem de se deixar, de se abandonar, de se entregar, perseveraram até o fim. É o que o Senhor nosso, Jesus Cristo, nos propõe hoje: “Vendei vossos bens e dai esmola... Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu... Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas, como homens esperando seu senhor voltar. Ficai preparados!” Todas essas palavras nos convidam ao desapego, à vigilância, à atitude de disponibilidade, de entrega e esperança diante de Deus. E como tudo isso é difícil, num mundo que propõe como ideal de vida o conforto, a fartura de bens, o individualismo, a confiança somente no que se vê, a dispersão interior e exterior! Digam: como as crianças podem ter amor a Deus passando horas e horas diante dos filmes e desenhos animados pagãos? Como os adultos podem prender o coração às coisas de Deus, empanturrando-se de dispersão, de novelas e de futilidades mundanas? Como rezar bem se nos apegamos ao conforto desmesurado? Como manteremos nosso fervor dispersos em mil bobagens? Como seremos realmente fortes na fé sem combater nossos vícios? Como estaremos prontos para levar cruz na doença, nas dificuldades da vida conjugal, no desafio da educação dos filhos, na luta do combate aos vícios, na busca sincera de sermos retos, decentes e honestos por amor de Cristo? Como viver tudo isso sem a vigilância? Como permanecer firmes na fé católica sem a oração e a procura das coisas de Deus? O Senhor virá na noite desse mundo: “E caso chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão” se nos encontrar vigilantes! Vigiemos, portanto!
Caríssimos, esta advertência é para todos, e de modo especial, para nós, pastores do rebanho, a quem o Senhor constituiu “administrador fiel e prudente”. Que não caiamos na ilusão de pensar: “Meu patrão está demorando” e nos entreguemos à infidelidade! Não temamos; vigiemos, sejamos fiéis até o fim! Não reneguemos o Evangelho! – Eis o apelo do Senhor hoje!
Esta palavra vale também para os pais, servos que o Senhor colocou à frente de sua família. Que sejam conscientes da missão que receberam e transmitam aos seus filhos o testemunho de uma fé robusta e dos verdadeiros valores humanos e cristãos. E possam receber a recompensa dos servos bons e fiéis, aqui e por toda a eternidade. Amém
D. Henrique Soares da Costa

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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (diáconos e ministros da Palavra):

LOUVOR: (QUANDO O PÃO Consagrado ESTIVER SOBRE O ALTAR)      
Pres.: O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
Pres.: COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO,  louvemos ao PAI:
T: Senhor, vinde sempre em nosso auxílio.
Pres.:  Pai, como é bom conhecermos a vossa Palavra; Sois bondade e amor. Outrora libertastes vossos filhos do cativeiro do Egito e os colocastes na terra prometida. Hoje, pela Páscoa de Jesus ressuscitado nos dais a fé e a esperança de chegarmos ao vosso Reino.
T: Senhor, vinde sempre em nosso auxílio.
Pres.:  Pai, nós vos bendizemos por Abraão e Sara que testemunharam a fé e a esperança em nossa história. Que o Espírito Santo nos conduza e nos inspire a crescer em nossa fé e em nossa esperança. Que sempre estejamos atentos a fazer a vossa vontade, pois nela está a nossa felicidade.
T: Senhor, vinde sempre em nosso auxílio.
Pres.:  Pai, vos bendizemos porque em Jesus nos inseristes em vosso Reino; Somos cidadãos do Céu; Este é o nosso tesouro. Nós vos agradecemos por nos enviar Jesus e nos mostrar vosso amor.
T: Senhor, vinde sempre em nosso auxílio.
Pres.:  Pai nosso...     Eis o Cordeiro...





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