quarta-feira, 14 de agosto de 2019

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA, homilias, subsídios homiléticos


20º Domingo ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA ANO C 2019

SINOPSE:
Tema:  “Bem-aventurada aquela que acreditou.” Jesus ressuscitado acolhe a sua mãe na glória do céu… Hoje, Jesus vivo, glorificado à direita do Pai, põe sobre a cabeça da sua mãe a coroa de doze estrelas…
Primeira leitura: Maria, imagem da Igreja. Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal.
Segunda leitura: Maria, nova Eva. O Novo Adão, Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os homens.
Evangelho: Maria, Mãe dos crentes. Cheia do Espírito Santo, Maria, encontra as palavras de fé e de esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada!

PRIMEIRA LEITURA (Apocalipse 11,19a; 12,1.3-6a.10ab) Abriu-se o Templo de Deus e apareceu a arca da Aliança. Então, apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Então, apareceu outro sinal no céu: um Dragão tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete coroas. Com a cauda, varria a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O Dragão parou diante da Mulher que estava para dar à luz, pronto para devorar o seu Filho, logo que nascesse. E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. A mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. Ouvi então uma voz forte no céu, proclamando: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo”.

COMENTÁRIO - O Apocalipse foi composto nas perseguições. É uma linguagem codificada, em que os animais designam os perseguidores. A Mulher representa a Igreja, novo Israel, as doze estrelas todos os povos. O Dragão é o perseguidor, para destruir este recém-nascido. Mas Deus protege o seu Filho. Na Assunção, reconhecemos que, no seguimento de Jesus e na pessoa de Maria, a nova humanidade já é acolhida junto de Deus.

Maria, imagem da Igreja. Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal. Essa "Mulher" representa a Comunidade de Israel, composta de 12 tribos. Mas se aplica também a Maria, de quem nasceu o Messias.

SALMO RESPONSORIAL / SI 44(45)
À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir.
• As filhas de reis vêm ao vosso encontro, / e à vossa direita se encontra a rainha / com veste esplendente de ouro de Ofir.
 • Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: / “Esquecei vosso povo e a casa paterna! / Que o Rei se encante com vossa beleza! / Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!
• Entre cantos de festa e com grande alegria, / ingressam, então, no palácio real”.

SEGUNDA LEITURA (1Coríntios 15, 20-27a): Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo. A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. O último inimigo a ser destruído é a morte. Com efeito, “Deus pôs tudo debaixo de seus pés.” 

BREVE COMENTÁRIO -  A Assunção é uma forma privilegiada de Ressurreição. Tem a sua origem na Páscoa de Jesus e manifesta uma nova humanidade, em que Cristo é a cabeça, como novo Adão.
O primeiro é Jesus, que é o princípio da nova humanidade. Eis porque um novo Adão, mas que se distingue do primeiro Adão; este tinha levado a humanidade à morte e o novo Adão conduz aqueles que o seguem para a vida. Na Assunção de Maria, reconhecemos o lugar eminente da Mãe de Deus no movimento da ressurreição.

 EVANGELHO (Lucas 1,39-56 Maria partiu apressadamente. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. 

COMENTÁRIO - Pela Visitação na Judeia, Maria levava Jesus pelos caminhos da terra. Pela Dormição e pela Assunção, é Jesus que leva a sua mãe pelos caminhos celestes. Nesta festa, com Maria, proclamamos a obra grandiosa de Deus, que chama a humanidade a se juntar a ele pela ressurreição. Em Maria, Ele já realizou a sua obra na totalidade; com ela, nós proclamamos: “dispersou os soberbos, exaltou os humildes”. Os humildes são aqueles que crêem nas palavras de Deus e se põem a caminho, aqueles que acolhem a Vida nova, Cristo, para o levar ao nosso mundo. Deus cumpre neles maravilhas.

O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor: elevou os humildes.
 “A Imaculada Mãe de Deus, assumida em corpo e alma na glória celeste”. ” Maria é consolo e esperança para o povo ainda em caminho”. “O último inimigo a ser destruído é a morte”.
Maria é exemplo E Garante-nos a sua ajuda e recorda-nos que o essencial consiste em buscar às "coisas do alto, e não às coisas da terra" (cf. Cl 3, 2).
O Papa João Paulo II dizia: "Maria Santíssima nos mostra o destino final dos que 'escutam a Palavra de Deus e a cumprem'. Nos estimula a elevar nosso olhar às alturas onde se encontra Cristo, sentado à direita do Pai". Graças à vitória pascal de Cristo sobre a morte, a Virgem de Nazaré compartilhou os seus efeitos salvíficos. Correspondeu com o seu «Sim» à vontade divina, participou na missão de Cristo e foi a primeira, depois d'Ele, a entrar na glória, em corpo e alma. ... Nossa Senhora, elevada à glória de Deus, é sinal seguro de esperança para a Igreja e para a humanidade inteira. A glória da Mãe é motivo de alegria para todos os seus filhos... Elevada ao céu, Maria indica a estrada do Céu. Mostra-a a todos de boa vontade”.
Bento XVI diz: “quando contemplamos o rosto de Maria, podemos ver a beleza de Deus, a sua bondade e a sua misericórdia. Podemos sentir a luz divina neste rosto. "Todas as gerações me chamarão bem-aventurada". Nós podemos louvar Maria, venerar Maria, porque é "bem-aventurada", é bendita para sempre. É bem-aventurada porque está unida a Deus, vive com Deus e em Deus”.
O Concílio Vaticano II: A Mãe de Jesus, tal como está nos céus já glorificada de corpo e alma, é a imagem da Igreja como deverá ser no tempo futuro.  Assim brilha aqui na terra como sinal da esperança para o povo peregrino, até que chegue o dia do Senhor. Portanto, o triunfo de Cristo sobre a morte é mais uma vez celebrado como conteúdo eclesial da fé e da promessa.
Frequentemente, ouvimos a expressão: “rezar à Virgem Maria”… Esta maneira de falar não é exata, porque a oração dirige-se a Deus: só Deus atende a oração.

Rezar por Maria. - Maria é a Serva do Senhor. Rezar por Maria é pedir que ela reze por nós: “Rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte!”. Ela é nossa “advogada” e diz-nos: “Fazei o que Ele vos disser!”
Rezar com Maria. - é ajoelhar-se ao seu lado em oração. Ela acompanha-nos e guia-nos para junto de Deus.
Rezar como Maria. - Aprendemos junto de Maria a oração. Ela que “guardava e meditava no seu coração” os acontecimentos do nascimento e da infância de Jesus. Nós meditamos o Evangelho e avançamos nos caminhos da verdade. A nossa oração torna-se ação de graças no eco ao Magnificat. Pomos os nossos passos nos passos de Maria para dizer com ela na confiança: “que tudo seja feito segundo a tua Palavra, Senhor!”

* Maria Nova Eva: O Novo Adão, Jesus, faz de Maria a nova Eva,  sinal de Esperança para todos os homens.

 * Levar o Senhor dentro de si não é um privilégio reservado a Maria. Cada um de nós é chamado a ser, como Maria, uma "Arca da Aliança",  com a tarefa de levar o Senhor aos homens.

+ Maria é bem-aventurada não porque viu, mas porque ACREDITOU na Palavra do Senhor.

Nesta festa, Maria nos ensina um tríplice segredo:
- O segredo da : "Eis aqui a serva do Senhor".
- O segredo da ESPERANÇA: "Nada é impossível para Deus".
- O segredo da CARIDADE: "Maria pôs-se a caminho..."

Esta é a maior da festa de Maria; é a sua Assunção; a festa da sua entrada na glória, da sua plenitude como criatura, como mulher, como mãe, como discípula de Cristo. Ela está na glória do Pai!
Ela é a “Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas”. Ela já está revestida da glória do Cristo, Sol de justiça – e esta glória é o próprio Espírito Santo que o Cristo Senhor nos dá. Ela já está coroada com doze estrelas, porque é a Filha de Sião, filha do antigo Israel e Mãe do novo Israel, que é a Igreja. Aquela que esteve unida ao Filho na cruz, agora está unida a ele na glória. A Virgem não permaneceu na morte, já experimenta agora e plenitude.
Em Maria aparece a vitória sobre a morte, que Jesus nos conquistou: em Maria, Cristo venceu a morte de Maria!
A festa é de cada um de nós, pois já vemos em Maria aquilo que, pela graça de Cristo, o Pai preparou para todos nós.
Maria canta: “A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor!" A ele a glória pelos séculos dos séculos. Nosso destino é a glória no coração de Deus: Foi isso que Deus nos preparou – bendito seja ele para sempre! Amém.

* João Paulo II insistiu na fórmula: “Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo” (Redemptoris Mater, 8).
 A carne de Jesus e a de Maria são a mesma carne. Portanto, a carne de Maria devia ter a mesma glória que teve a de seu Filho.
São João de Damasco, no ano 749, escreve: “Era necessário que aquela que, no parto, havia conservado ilesa sua virgindade, conservasse também sem corrupção alguma seu corpo depois da morte. Era preciso que aquela que havia trazido no seio o Criador feito menino habitasse nos tabernáculos divinos. Era necessário que aquela que tinha visto o Filho sobre a cruz, recebendo no coração aquela espada das dores das quais fora imune ao dá-Lo à luz, O contemplasse sentado à direita do Pai. Era necessário que a Mãe de Deus possuísse aquilo que pertence ao Filho e fosse honrada por todas as criaturas como Mãe de Deus”.
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                    Quem é essa Mulher?

Celebramos hoje a festa da ASSUNÇÃO de Nossa Senhora.
É uma verdade de fé definida pela Igreja em 1950 (Pio XII).
Mas esse fato já era aceito pelos primeiros cristãos.

Em Jerusalém, há duas igrejas de Nossa Senhora:
- da "Dormição", onde Maria teria morrido…
Na cripta, aparece sobre uma mesa a "Virgem adormecida".
- do "Túmulo" de Maria, no Getsêmani, onde Maria teria sido enterrada.
Ao lado do túmulo uma pintura da Assunção de Nossa Senhora…

Essa festa nos convida a erguer o olhar para o céu, onde Nossa Senhora é glorificada em corpo e alma, junto a Jesus ressuscitado, e onde também nós somos esperados.

A Igreja quer celebrar com essa festa o cumprimento do Mistério Pascal.
Sendo Maria a "cheia de graça", sem sombra de pecado,  o Pai a quis associar à ressurreição de Jesus.

As leituras bíblicas da missa se relacionam com a festa:

A 1a leitura fala de um grande SINAL:
Uma MULHER vestida como o sol, tendo nos braços um filho, que um dragão quer devorar... (Ap 11,19-12,1-6.10)

A "mulher" é a Igreja, o "dragão" significa o mal e o "menino" é Cristo. Todas as passagens das Escrituras referentes ao povo fiel a Deus podem ser aplicadas à nossa Mãe, Maria Santíssima.
Eis porque essa é apresentada à nossa reflexão nesta solenidade da Assunção de Nossa Senhora.

Na 2a leitura, Paulo afirma que um dia todos serão glorificados. (1 Cor 15,20-27)

Antes, Cristo ressuscitado como primícias dos que morreram...  Depois os que foram de Cristo... E entre os que foram de Cristo cabe em primeiro lugar, sem dúvida alguma, Nossa Senhora.
* A Assunção é prenúncio da ressurreição final.

O Evangelho apresenta essa MULHER agraciada por Deus, que vai visitar e servir sua prima Isabel para servir. (Lc 1,39-56)

- Isabel exulta de alegria pela presença da Mãe do Senhor e aclama: "Bem aventurada és tu porque acreditaste!"
Maria é bem aventurada porque confiou na Palavra de Deus.
A fé verdadeira não necessita de demonstrações, mas se concretiza pela adesão incondicional a ela.

- Maria proclama um Hino de louvor ao Senhor pelas maravilhas que Ele realizou nela e em favor dos pobres.

Ela proclama que Deus realizou uma tríplice transformação, para restaurar a humanidade na salvação, obra de Cristo.

- no campo religioso: Deus derruba as autossuficiências humanas, confunde os planos daqueles que nutrem pensamentos de soberba, se inclinam para Deus e oprimem os homens.

- no campo político: Deus derruba os injustificáveis desníveis humanos, "abate os poderosos de seus tronos e eleva os humildes".
Não quer aqueles que executam os povos, mas aqueles que estão a serviço dos povos para promover o bem das pessoas e da sociedade, sem discriminações raciais, culturais ou políticas.

- no campo social: Deus confunde a classe baseada no dinheiro e na riqueza.
"Cumulou de bens aos famintos e despediu os ricos de mãos vazias"…
Para instaurar uma verdadeira fraternidade na sociedade, porque todos são filhos de Deus.

* O Magnificat é um canto composto depois da ressurreição de Cristo, inspirado no canto da mãe de Samuel. Lucas o pôs nos lábios de Maria (1 Sm 2,1-11)

+ A festa da  Assunção é um sinal de ESPERANÇA para todos nós que estamos a caminho da glória.
Maria recebeu, por antecipação, o que Deus reservou a todos os que viverem a exemplo de Maria, com humildade, atentos às necessidades dos irmãos.

Por isso, a Assunção não é apenas uma verdade para se crer, mas sobretudo um mistério para penetrar.
É a meta final da minha humanidade, o desfecho inevitável da minha andança, da minha luta e do meu sofrer. É uma luminosa garantia de que também nós seremos o que ela já o é.

+ Maria é Mãe de Jesus e ... nossa:
A festa da Assunção de Maria nos mostra hoje a mãe que temos no céu, mas também o caminho que devemos seguir para chegar onde ela já está.
Nunca sozinhos, mas na comunidade dos discípulos e irmãos de Jesus, alimentados pela Eucaristia, e por ela conduzidos...

+ Maria Modelo de Pessoa consagrada a Deus;
Dentro do mês vocacional, hoje estamos lembrando a vocação religiosa...
O Religioso e a Religiosa veem em Maria um modelo a ser seguido:

Maria: uma mulher consagrada a Deus, um sinal de esperança para o homem...
Como Maria, os religiosos também fazem uma consagração especial
a Deus e aos irmãos e devem ser um SINAL de DEUS no meio do Povo...

Rezemos pelas vocações religiosas, para que as pessoas consagradas
continuem sendo ainda hoje no meio do povo: UM SINAL DE DEUS...

                                           Pe. Antônio Geraldo
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO

Meus irmãos e irmãs, celebrar a assunção de Nossa Senhora é celebrar antecipadamente a ressurreição de cada um de nós. É evidente, que cada Evangelho, cada liturgia, pode nos ajudar a celebrar os nossos mortos, mas hoje, de modo muito especial, a liturgia é totalmente voltada para esta grandeza. Qual grandeza? Cristo ressuscitou e esta é a nossa certeza. Ele venceu a morte. Não teria celebração mais adequada para lembrar de nossos falecidos.  Gostaria de começar lembrando do Adão. Adão é uma figura simbólica na bíblia. Adão significa todo ser humano. O texto de Gênesis, capítulo 3, vai nos dizer que quando Adão ouviu os passos de Deus, se escondeu. Daí, Deus pergunta: por que você se escondeu? Adão disse: eu ouvi os teus passos e tive medo. Por que você está com medo? Porque estou nu. Aí é que vem. Então, Deus disse: você cometeu pecado original. A morte passa a fazer parte da realidade do ser humano a partir de Adão. Este é o preço de nascermos. Quem nasce, pode ter certeza de uma coisa; morre. Por que Deus permite que o ser humano morra? Por misericórdia pelo ser humano. Porque teríamos muito medo de nos apresentarmos diante de Deus como somos. Alguns mais, outros menos, mas todos somos pecadores. Nós nos sentiríamos bastante humilhados trajando esta veste, que é o nosso corpo. Trajando uma veste com o sinal do pecado. Nós estaríamos publicando a nossa fraqueza aos outros. Então, no momento que nós morremos, São Paulo vai dizer nesta segunda leitura, capítulo 15:  nós sepultamos um corpo corruptível, um corpo que se corrompe, porque traz todas as fraquezas do ser humano e nasce um corpo incorruptível. Um corpo que não acaba. Um corpo para vivermos eternamente ao lado de Deus. E, nessa mudança de corpo, fica para trás toda marca de pecado do corpo corruptível, para todos, igualmente, louvar a Deus na mesma condição. Então, de fato, na ressurreição não há um melhor e outro pior; todos, todos de verdade, encontram-se em condições para louvar a Deus, sem medo, sem vergonha, sem nada que possa humilhar. Esta é a misericórdia de Deus para conosco.
No caso de Nossa Senhora, por que nós falamos que ela foi de corpo e tudo para o céu? Porque nós cremos que ela nunca pecou. Então, não há necessidade de trocar de corpo. Não há necessidade de trocar as vestes que ela traja. Ela já está pronta, desde o SIM, para gerar a Deus, ela está pronta para este encontro com Deus. Então, a morte não é um castigo da parte de Deus, mas um recurso utilizado para resgatar todo ser humano. Agora, é evidente, que nós sozinhos não nos salvamos, e sozinhos dificilmente vamos manter a aliança que Deus estabeleceu com o ser humano. A aliança é esta; “que ninguém se perca. Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”. Esta é a grande aliança. Agora, como fazer para nos manter nesta aliança? Aí é que vem a primeira leitura. A primeira leitura deixa claro que você tem duas realidades; você tem a realidade do bem e a realidade do mal. Como enfrentar estas realidades? Sozinhos não conseguimos. Mesmo porque, muitas vezes, somos iludidos por aquilo que nos é apresentado. O fato é este; nós temos um grande recurso nesta vida para nos manter nesta caminhada para Deus, que é a IGREJA. A Igreja, aí, simbolizada pala mulher que traz na sua roupa o sol. Imagina uma Igreja iluminada. Agora, o sol brilha o que nós vemos e imagina tendo na cabeça doze estrelas; são doze sois iluminando, ela é super-iluminada, porque é iluminada pelo Espírito Santo. Mesmo nos momentos de penumbra, ela tem a lua aos pés. Nós sabemos que a noite iluminada pela lua é muito mais clara, do que a noite sem lua.  Mesmo nas noites escuras, ela está iluminada com esta lua. A IGREJA é uma grande segurança para nós, na medida que queremos caminhar em direção a Deus. Do outro lado, você tem um dragão. Eu perguntei para uma criança o que era um dragão. Ela me disse que dragão era um dinossauro que joga fogo pela boca. Gostei desta resposta. É isso mesmo. Só que o dragão, que fala o apocalipse, é cor de fogo. Ele não tem fogo. Portanto, é um falso dragão. Ele parece, mas não é. Ele é mentira, ele é ilusão que nos leva, muitas vezes, a ilusão de vida. O dragão verdadeiro tem fogo. Este cospe o que? Nada. Ele tem cor de fogo e é facilmente eliminado. Por isso, ele não vence o filho que a Igreja gera. Quem é o Filho que a Igreja gera? Jesus Cristo. Cada vez que nos reunimos para celebrar a sua memória, nós comungamos do corpo e do sangue de Cristo. “quem come a minha carne e bebe do meu sangue, eu o ressuscitarei no último dia”. Aí temos esta figura maravilhosa; para que eu consiga caminhar para Deus eu possa contar com a ajuda da Igreja. É evidente, que se quisermos uma pessoa para representar a Igreja, será Nossa Senhora. Claro, foi ela que gerou Jesus Cristo para o mundo e depois, Cristo continua sendo gerado a partir da Eucaristia. Portanto, meus irmãos e irmãs, nossa fé se baseia nisto: Cristo ressuscitou e vamos ressuscitar também. Tem algo que é para nos manter animados: aqui diz que temos que seguir uma ordem. Primeiro, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo. A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. É muito interessante, a segunda leitura diz que um dia todos vão conhecer a Deus. Então, nós não sabemos o dia em que a morte será extinta, mas sabemos que, um dia, o ser humano não vai mais morrer. Ele vai para o céu de corpo e tudo. Por que? Porque ele não vai mais ter a proposta do pecado. O pecado terá sido totalmente eliminado. Ora, então, Jesus realizou a missão pela metade? Não. Ele já venceu a morte, porque venceu o pecado. Muitos de nós é que ainda não se convenceram de que o caminho cristão é o caminho verdadeiro e acabam aqui ou ali, acreditando no dragão, na ilusão do egoísmo, na ilusão do individualismo, na ilusão de que um tem que ser melhor do que o outro, na ilusão de que não podemos viver como irmãos. O dia em que esta ilusão for eliminada, aí, poderemos celebrar junto de Deus, não mais de forma simbólica a ressurreição, aí poderemos cantar junto com os anjos e santos.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

II HOMILIA DO PE. PEDRINHO

Meus irmãos e irmãs, a Ascenção de Nossa Senhora é Celebrada sempre dia 15 de agosto. No Brasil não é feriado, então, a Solenidade é transferida, se assim preferirem, para o domingo próximo, depois do dia quinze. O importante é contemplarmos este mistério, que estamos celebrando.
Primeiro, eu quero chamar a atenção para o livro do Apocalipse. É um dos livros mais simples de ser lido, entretanto é um dos livros que causa mais confusão na cabeça das pessoas, porque as pessoas acham que o Apocalipse fala do fim do mundo. Na realidade não é assim. O Apocalipse não fala do fim do mundo. Fala do fim de toda opressão, o fim de todo sofrimento, fala do final de toda perseguição. É isso que eu gostaria de mostrar, aproveitando o pessoal da catequese que está presente e fazer algumas perguntas. Vamos ver se vocês me ajudam. Se estiver errado, não tem problema. Se estiver certo, maravilha, vai ajudar a gente.
1) O que traz luz para o planeta terra? Quem sabe? O planeta terra é iluminado. O que ilumina o planeta terra? – O Sol? – sim, é o sol. Quem escreveu o apocalipse diz que ele viu uma mulher e na cabeça dela tinha uma coroa com doze estrelas.
2) O sol é uma estrela, ou não? – sim, é uma estrela. Muito bom. É considerado uma estrela de quinta grandeza. Tem estrelas maiores do que o sol. Um sol já ilumina bastante. Você já imaginou doze? Então, se esta mulher tem doze sois sobre a cabeça, ela é muito iluminada ou pouco iluminada? – bem iluminada. Esta mulher, diz São João, é a Igreja. Ela é bem iluminada. Ela tem doze sois na cabeça. Já deu para entender, que é simbólico. É para dizer que não existe ninguém mais lúcida do que a Igreja.
3) Quem é que ilumina a noite? – a lua.
4) O que é que ela tem nos pés? – a lua. Ela caminha pela noite iluminada pela lua.
Então, quando nós temos as noites escuras na nossa vida, podemos contar com a luz que Deus nos concede; a sabedoria.
Do outro lado, nós temos um dragão. Eu pergunto, todo ano, isto:
5) O que é um dragão? Alguém me explique. – é um tipo de lagartixa que bota fogo pela boca? Vamos dizer que é uma lagartixa grande... agora...,
6) Esta lagartixa grande, de que fala o apocalipse, solta fogo pela boca? O que é que está escrito aí? – é um dragão COR de fogo (parece dragão, mas não é). Ele só tem cor de fogo, mas não solta fogo. Ele tem com sete cabeças. Sete cabeças, é sinal de que é muito inteligente. Dez chifres. Não tem tanta força. Se tivesse doze seria muito forte. Ele não é um dragão verdadeiro; é uma propaganda enganosa. Ele só tem fachada. No fundo ele não vale nada: não tem fogo e não tem força.
7) Como é que ele faz para que todo mundo tenha medo do dragão? – pela aparência e pela esperteza. Ele tem sete cabeças. Ele é bastante inteligente.
8) O que ele consegue fazer contra a terra, no máximo, o que consegue fazer com sua calda? -  Com a cauda, varria a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. Ele varre apenas um terço; ele é fraco. Não consegue destruir nem a metade. Ele destrói um terço, mas ainda tem dois terços.
9) Tem que ter medo deste dragão? – não. Aí, pronto! Entendemos o apocalipse. Não tem que ter medo do dragão, porque já sabemos que ele “só tem panca”, só tem aparência, mas ele não tem o poder da mulher e o poder de Deus. Tanto é, que a mulher vai se esconder no deserto, por um tempo. Deus levou para junto de si o seu filho, garantindo, assim, a vitória. Isto, meus irmãos e irmãs, parece brincadeira de criança, mas veja como o apocalipse é simples. É um livro que nos traz ânimo e coragem diante das dificuldades. As nossas dificuldades, na maioria da vezes, é parecida com este dragão. É que agente só fica olhando para ele e não analisa o conjunto. No conjunto vamos ver que é bem menor do que parece.
Também nossos problemas são verdadeiros, mas também são bem menores do que parecem. Tudo depende do quanto eu utilizo da luz que é Deus, da sabedoria, que é Deus, para poder enfrentar os problemas. O livro do Apocalipse foi escrito para ajudar as pessoas a enfrentar os problemas.
Agora, vou dar um exemplo de um problema que foi enfrentado. Tem uma fulana, chamada Ester, uma grande rainha. Por que ela foi uma grande rainha? Porque ela soube usar da beleza dela para o bem. Tem mulher que utiliza da beleza para o mal, como tem homem que utiliza da beleza para o mal. Esta Ester utilizou da beleza para o bem.
10) O que é que a Rainha Ester fez? Ela era casada com o rei, que não gostava de seu povo, de jeito nenhum. Ele decretou, que todo judeu deveria morrer. O que é que Ester fez? Ela se vestiu com a roupa mais bonita, ela já era bonita, encantou o rei. O rei lhe disse: o que me pedir, eu vou fazer. Ela disse: Eu quero que você salve o meu povo. Como o rei não quis voltar atrás, o povo de Deus foi salvo por causa de Ester. Então, em homenagem a Ester, escreveram este salmo que nós cantamos. As filhas de reis vêm ao vosso encontro, / e à vossa direita se encontra a rainha / com veste esplendente de ouro de Ofir.  Ela deixou o povo e foi viver no palácio e Deus sabia bem, que podia contar com ela. Ela foi para lá exatamente para salvar o seu povo.
Bom, Ester é uma grande mulher; salvou um povo todo.
Por que a Igreja lembra de Ester? Porque tem uma mulher que não salvou só UM povo, mas salvou a humanidade Toda. Quem é esta mulher? – Nossa Senhora. Ela é o sinal vivo da Igreja Lúcida. Ela não somente trouxe Jesus ao mundo, como salvou toda a humanidade com o seu gesto. Mas não é Jesus o salvador? Claro! Jesus é o Salvador, mas quando ela disse o seu SIM, colaborou para a salvação da humanidade e adotou todos como sendo seus filhos. Se Ester já era uma mulher admirável, Maria se torna mulher que não tem outra a seu lado. Ela soube utilizar da sua condição de mulher, para colaborar com a humanidade toda. É por isso, que ela foi assumida no céu. O que é assumida? – Deus reconheceu e confirmou tudo o que Nossa Senhora fez  no mundo. Assumida, de onde vem Assunta. Da onde vem, que ela ocupa um lugar no céu e que não há outra mulher acima dela. Não é mágica. Ela conquistou isto com a sua disponibilidade e é evidente, que ela se torna a primeira mulher a ser assumida no céu, sem precisar experimentar a morte. É a segunda leitura.
Por que sem experimentar a morte? Porque nós, querendo ser pessoa de bem, sendo gente boa sim, não fazemos maldade por querer, mas aqui ou ali agente acaba pecando. Então, agente precisa passar pela morte, para que Deus nos conceda uma outra veste, um corpo incorruptível, vai dizer primeiro coríntio 15, para poder se apresentar diante de Deus sem nos sentirmos humilhados e sem nos envergonharmos ao lado dos outros. Mas, Maria, Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa mãe, como não pecou, não precisou trocar de roupa. Não precisou. Como também Jesus que não experimentou a corrupção da carne, Ele ressuscitou ao terceiro dia. Porque são as duas pessoas: o Homem Jesus e a mulher Maria que não conheceram o pecado. Por isso, ressuscitaram primeiro. Aí São Paulo vai dizer: cada um na sua ordem.
Que bom, que estamos incluídos nesse grupo de ressurretos, os que vão ser ressuscitados. Maria já é nossa esperança; se ela conseguiu, também nós. Talvez vai demorar um pouco mais. Por tudo que Nossa Senhora conseguiu para a humanidade, o próprio Evangelho vai dizer: As gerações me chamarão bem-aventurada. Então, quem não aceita Nossa Senhora, não aceita o Evangelho. Isto está no Evangelho. Não é escrito de Católico, não. Está escrito de todo que professa a fé Cristã. Então, é por isso que dedicamos um final de semana, para celebrar esta maravilha e também para agradecer a Nossa Senhora.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO. Diocese de Santo André – SP.

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Dom André Vital Félix da Silva, SCJ
Muitos de nós tivemos a graça de ouvir esta singela canção: “No céu, no céu, com minha mãe estarei”, quando éramos embalados no colo de nossa mãe ou avó, ainda crianças. Certamente não tínhamos capacidade de fazer elucubrações teológicas, nem muito menos criticar essa afirmação não tão compreensível do ponto de vista racional. Mas certamente, essa canção, com a sua tranquilizadora sonoridade unida ao aconchego acalentador dos braços de quem nos embalava, conduzia-nos a uma tão grande segurança e abandono que acabávamos mergulhando profundamente no sono necessário e restaurador.
A Solenidade da Assunção de Maria, antes mesmo de nos recordar uma afirmação dogmática proclamada oficialmente pela Igreja (Pio XII, 01.11.1950), proporciona-nos uma das mais belas capacidades do ser humano enquanto caminha na terra, isto é, poder olhar para o céu, reconhecer que a sua estrada não se dirige para um abismo desolador, mas é pista de decolagem para alçar o voo cujo destino é a plenitude da vida.
Crer que Maria foi elevada aos céus é uma consequência natural de crer que o seu Filho, morto e ressuscitado, encarnou-se verdadeiramente, assumiu a nossa condição humana para redimi-la, elevá-la. Jesus voltar para o céu sozinho era levar consigo um atestado de obra não concluída, missão frustrada. Maria elevada ao céu, depois do Filho, é prova de que, de fato, tudo está consumado.
A celebração de hoje nos ajuda a sintonizarmos com uma verdade que reafirma o poder do Altíssimo, que fez grandes coisas na sua pobre e humilde serva, chamando-a de Nazaré para um dia ser do céu. Entre essas grandes maravilhas que o Todo-poderoso realizou nela, resplandecem a sua eleição e vocação: “Achaste graça diante de Deus”, a sua Maternidade Divina: “De onde me vem a graça que a Mãe do meu Senhor venha me visitar”, e o dom da salvação a ela concedido, pois foi preservada de toda mancha de pecado, tornando-se a primeira morada no mundo da Palavra Encarnada: “O Espírito Santo descerá sobre ti”. Portanto, quem a quis como sua morada na Terra, certamente a levou para habitar na sua morada no céu.
Maria é a obra prima das mãos de Deus na nova criação. Ele a quis como Mãe do Vivente, do Primogênito dentre os mortos. Portanto, como poderia a Mãe Daquele que vive para sempre não ter parte na sua ressurreição, uma vez que participou da sua vida e da sua morte?! Como poderia jazer na sombra da morte, e ser aprisionada num túmulo, aquela que acolheu no seu seio o autor da vida e o vencedor da morte?! Como poderia permanecer no sono da morte, aquela que foi feita a aurora da Salvação, aquela que presenciou o raiar do novo dia e foi iluminada pela luz que não se apaga?!
A subida de Maria para os céus não se deu apenas no momento de sua morte, pois toda a sua vida foi um constante elevar-se para Deus. Indo à casa de Isabel para testemunhar o impossível do poder de Deus, que faz da estéril, mãe feliz em sua casa (cf. Sl 113,9), ela é proclamada também feliz por ter aceitado ser a casa de Deus, ao acolher no seu ventre o fruto bendito.
Ao receber Maria em sua casa, Isabel dá o grande testemunho de que está diante de alguém que se tornou o céu na terra, isto é, a morada do Altíssimo, a magnitude do grito da anciã (grego: anefovesen kraugê megalê: proferiu em grito grande) não está tanto no volume de sua voz, mas na grandeza daquilo que ela proclama, pois estava cheia do Espírito Santo ao exclamar: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” Alegria de Isabel e os pulos de exultação de seu filho, o maior profeta nascido de mulher (cf. Mt 11,11), indicam que a profecia de Isaías está se cumprindo: “Entoa alegre canto, ó estéril, que não deste à luz; ergue gritos de alegria, exulta, tu que não sentiste as dores de parto…” (Is 54,1). São Paulo vai atribuir essas palavras à Igreja, a quem chama a Jerusalém do Alto (Gl 4,27), o novo Povo de Deus.
Isabel reconhece em Maria esse novo povo, não mais formado por laços de sangue ou de membros de uma raça, mas um povo reunido pela mesma fé: Bem-aventurada aquela que acreditou” (note-se que não diz “tu”, mas “aquela”, modo de indicar que Maria passa de uma pessoa individual para uma personalidade corporativa, representativa de uma coletividade). Na tradição bíblica, tanto o povo de Israel quanto a Igreja são representados por uma mulher (esposa, noiva, a mulher da 1ª leitura).
Maria responde à proclamação de Isabel, com o Magnificat, cântico-memorial dos grandes feitos do Todo-Poderoso ao longo da história do seu povo e ao mesmo tempo reconhece sua pequenez, assumindo o compromisso de continuar sendo a serva do Senhor, ainda que tenha sido elevada à dignidade de mãe do Rei; e mesmo sentada à sua direita, por direito, “com veste esplendente de ouro de Ofir”, continua junto ao seu povo anunciando aos humildes e famintos, que o Todo-Poderoso realiza o que promete, pois é fiel à sua aliança.
O Documento de Puebla (297) afirma que o Magnificat é o “Espelho da alma de Maria, o cume da espiritualidade dos pobres de Javé e do profetismo da Antiga Aliança e o prelúdio do Sermão da Montanha”. Assim como no Antigo Testamento, o Magnificat assemelha-se a um salmo de louvor, composto de três partes, isto é, um convite ao louvor de Deus: “A minha alma engrandece o Senhor”. É Maria quem toma a iniciativa e não apenas sugere que outros louvem a Deus. Muitas vezes nossas liturgias são deformadas porque há quem está à frente convida a assembleia a louvar, a rezar, mas ele mesmo não reza. Em seguida, Maria enumera os motivos pelos quais a sua alma prorrompe no louvor, ou seja, não faz afirmações genéricas e repetitivas, mas elenca as ações salvadoras de Deus em favor do seu povo, pois o Senhor é poderoso, sábio e misericordioso. Por fim, Maria conclui o seu louvor afirmando que tudo aquilo que o Senhor realiza é cumprimento de suas promessas, das quais Ele não se esquece, pois mantém-se fiel. Cantar o Magnificat é reconhecer a ação de Deus que atinge tanto a pessoa quanto a humanidade, passando pelo testemunho de um povo concreto. Cantar o Magnificat é crer que tornar-se serva do Senhor, abaixar-se para o serviço, é o caminho mais seguro para chegar ao mais alto dos céus, é estar ao lado do Senhor que se tornou servo de todos.

Para a Celebração da Palavra (Diáconos e Ministros da Palavra):


LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
O Senhor esteja com todos vocês... Irmãos e irmãs, demos graças ao Senhor, Nosso...
- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos agradecemos.
- Pai, pela assunção de Maria podemos proclamar: Eis agora a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o poder de Cristo. É grande a nossa esperança, pois Maria é nossa mãe e está junto de Vós. Pai, ajudai-nos para que não nos desviemos de vossos caminhos.
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos agradecemos.
- Pai, rei do universo e Senhor da vida, nós Vos damos graças pela ressurreição que manifestastes pelo Vosso Filho Jesus, o novo Adão, e pela assunção de Maria. Bendito sejais para sempre.
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos agradecemos.
- “Nós Vos bendizemos, Deus do universo, porque pelo Vosso Filho visitastes o Vosso povo. Guiai as nossas comunidades e iluminai-as pelo Vosso Espírito Santo”.
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos agradecemos.
- Nós vos agradecemos, Deus amor, porque em Cristo nos transformastes em novas criaturas. Dai-nos a graça de um dia cantarmos com Maria a vossa glória no céu.
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos agradecemos.
           = pai nosso... a paz...   eis o cordeiro...


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BÊNÇÃO SOLENE
— O Senhor esteja convosco! — Ele está no meio de nós.
— O Deus de bondade, que pelo Filho da Virgem Maria quis salvar a todos, vos enriqueça com sua bênção. — Amém.
Seja-vos dado sentir sempre e por toda parte a proteção da Virgem, por quem recebestes o autor da vida. Amém.
— E vós, que vos reunistes hoje para celebrar sua solenidade, possais colher a alegria espiritual e o prêmio eterno. — Amém.
+ Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo. -Amém.
— A alegria do Senhor seja a vossa força; ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
 _ Graças a Deus!

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