FESTA DA SAGRADA
FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ ANO A
Tema: A Sagrada Família como modelo.
Primeira leitura: Algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais.
Evangelho: O Evangelho nos mostra
uma família exemplar onde existe o verdadeiro amor e verdadeira solidariedade.
São os que ouvem e seguem os caminhos de Deus.
Segunda leitura: O amor deve se manifestar em cada
gesto no Homem Novo em atitudes de compreensão, de
bondade, de respeito, de partilha, de serviço.
PRIMEIRA LEITURA (Eclo 3,3-7.14-17a) Leitura
do Livro Eclesiástico.
Deus honra o pai nos
filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. Quem honra o seu pai,
alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração
quotidiana. Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. Quem
honra o seu pai, terá alegria com seus próprios filhos e, no dia em que orar,
será atendido. Quem respeita o seu pai, terá vida longa, e quem obedece ao pai
é o consolo da sua mãe. Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes
desgosto enquanto ele viver. Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura
ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida:
a caridade feita a teu pai não será esquecida, mas servirá para reparar os teus
pecados e, na justiça, será para tua edificação.
AMBIENTE - O livro de Ben-Sirac (também chamado “Eclesiástico”) pretende apresentar
uma reflexão de caráter prático sobre a arte de bem viver e de ser feliz.
Estamos no início do séc. II a.C., numa época em que o helenismo tinha começado
o seu trabalho pernicioso, no sentido de minar a cultura e os valores
tradicionais de Israel. Jesus Ben-Sira, o autor deste livro, avisa os
israelitas para não deixarem perder a identidade cultural e religiosa do seu
Povo. Procura, então, apresentar uma síntese da religião tradicional e da
sabedoria de Israel, sublinhando a grandeza dos valores judaicos e demonstrando
que a cultura judaica não fica a dever nada à brilhante cultura grega.
MENSAGEM - O texto apresenta uma série de indicações práticas que os filhos devem ter
em conta nas relações com os pais. Uma palavra sobressai: o verbo “honrar”. Ele
leva-nos ao decálogo do Sinai (cf. Ex 20,12), onde aparece no sentido de “dar
glória”. “Dar glória” a uma pessoa é dar-lhe toda a sua importância; “dar
glória aos pais”, honrar é, assim, reconhecer a sua importância como
instrumentos de Deus, fonte de vida. Ora, reconhecer que os pais são a fonte,
através da qual Deus nos dá a vida, deve conduzir à gratidão; e essa gratidão
tem consequências a nível prático. Implica ampará-los na sua velhice e não
os desprezar nem abandonar; implica assisti-los materialmente quando já não
podem trabalhar (cf. Mc 7,10-11); implica não fazer nada que os desgoste;
implica escutá-los, ter em conta as suas orientações e conselhos; implica ser
indulgente para com as limitações que a idade traz. Dado o contexto da época em
que Ben-Sira escreve, é natural que, por detrás destas indicações aos filhos,
esteja também a preocupação com o manter bem vivos os valores tradicionais,
esses valores que os mais antigos preservam e que passam aos jovens. Como
recompensa desta atitude de “honrar” os pais, Jesus Ben-Sira promete o perdão
dos pecados, a alegria, a vida longa e a atenção de Deus.
ATUALIZAÇÃO ♦ Apesar da preocupação moderna com os
direitos humanos e o respeito pela dignidade das pessoas, a nossa civilização
cria, com frequência, situações de abandono e de marginalização, cujas vítimas
são, muitas vezes, aqueles que já não têm uma vida considerada produtiva, ou
aqueles a quem a idade ou a doença trouxeram limitações. Que motivos justificam
o desprezo e abandono daqueles a quem devemos “honrar”?
♦ É verdade que a vida de hoje é muito
exigente a nível profissional e que nem sempre é possível a um filho estar
presente ao lado de um pai que precisa de cuidados ou de acompanhamento
especializado. No entanto, a situação é muito menos compreensível se o
afastamento de um pai do convívio familiar resulta do egoísmo do filho, que não
está para “aturar o velho”…
♦ O capital de maturidade e de sabedoria
de vida que os mais idosos possuem é considerado por nós uma riqueza ou um
estorvo à nossa modernidade?
SALMO RESPONSORIAL / 127 (128)
Felizes os que temem o Senhor e trilham seus
caminhos!
• Feliz és tu, se temes o Senhor / e trilhas seus
caminhos!/
Do trabalho de tuas mãos hás de viver, / serás
feliz, tudo irá bem!
• A tua esposa é uma videira bem fecunda / no
coração de tua casa; /
os teus
filhos são rebentos de oliveira / ao redor de tua mesa.
• Será assim abençoado todo homem / que teme o
Senhor.
/ O Senhor te abençoe de Sião / cada dia de tua
vida.
EVANGELHO (Mt 2,13-15.19-23) Proclamação
do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em
sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o
Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para
matá-lo”. José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe e partiu para o
Egito. Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia
dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu Filho”. Quando Herodes morreu, o Anjo
do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e lhe disse: “Levanta-te, pega o
menino e sua mãe e volta para a terra de Israel; pois aqueles que procuravam
matar o menino já estão mortos”. José levantou-se, pegou o menino e sua mãe e
entrou na terra de Israel. Mas, quando soube que Arquelau reinava na Judeia, no
lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Por isso, depois de receber
um aviso em sonho, José retirou-se para a região da Galileia e foi morar numa cidade
chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas:
“Ele será chamado Nazareno”
AMBIENTE - O interesse
fundamental dos primeiros cristãos não se centrou na infância de Jesus, mas na
sua mensagem e proposta; por isso, conservaram especialmente as recordações
sobre a vida pública e a paixão do Senhor. Só num estágio posterior houve uma
certa curiosidade acerca dos primeiros anos da vida de Jesus. Juntaram algumas
poucas informações sobre a infância de Jesus e criou-se esse material com reflexões e com a catequese
que a comunidade fazia acerca de Jesus. O chamado “Evangelho da Infância” parte
de algumas indicações históricas e desenvolve uma reflexão teológica para
explicar quem é Jesus. Mateus está muito mais interessado em dizer quem é
Jesus, do que em fazer uma reportagem histórica sobre a sua infância. Para
compor o “Evangelho da Infância”, Mateus serviu-se de recursos literários que
se utilizavam na literatura judia para contar a infância de heróis: misteriosos
relatos de anunciação, ameaças contra a sua vida, intervenção de Deus, sinais
extraordinários. A diferença entre Mateus e os escritores judaicos é que,
enquanto estes partiam de um texto da Escritura, o evangelista parte da figura
de Jesus. O nosso texto não deve, portanto, ser visto como uma informação
histórica, mas como uma construção artificiosa, destinada a responder à
questão: “quem é Jesus?”.
MENSAGEM - Mateus, escrevendo
para cristãos vindos do judaísmo, recorre às antigas profecias para explicar
quem é Jesus e qual a sua missão. Ao mesmo tempo, mostra como Jesus cumpriu
plenamente essas antigas profecias. Uma
parte significativa do nosso texto (Mt 2,13-15)
está construída sobre Oséias 11,1 (“do Egito chamei o meu filho”).
Mateus apresenta um conjunto de detalhes, a propósito deste episódio, que
recordam os inícios da vida de Moisés: o massacre das crianças de Belém pelo
rei Herodes (Mt 2,16-18) recorda a ordem do faraó de atirar ao Nilo os bebês
hebreus do sexo masculino; a fuga do menino Jesus através do deserto recorda a
fuga do jovem Moisés através do deserto para salvar a vida; o regresso de Jesus
do Egito quando já tinham morrido aqueles que queriam matá-lo recorda o
regresso de Moisés ao Egito quando já tinham morrido aqueles que queriam
matá-lo . Através destas referências, Jesus aparece como um novo Moisés,
que libertará o novo Povo de Deus e que dará a nova Lei a esse Povo. Por outro
lado, Mateus põe também em paralelo o caminho de Jesus e o caminho do Povo de
Israel. A fuga de José com Maria e o menino recorda a ida para o Egito da
família de Jacó, que emigrou para o Egito por desígnio de Deus; como aconteceu
com Israel, também Jesus sairá daí, chamado por Deus, a fim de iniciar o novo e
definitivo êxodo. Finalmente, o regresso de Jesus à terra de Canaã repete o
caminho percorrido por Israel nos seus inícios. É uma forma de ensinar que, com
Jesus, tem início um novo Povo de Deus e que Jesus será o libertador (ou o novo
Moisés) que conduzirá esse Povo da terra da escravidão para a terra da
liberdade. Não é clara qual a citação profética que está na base da parte final
do nosso texto (“será chamado nazoraios”), embora ela possa fazer referência a
Jz 13,5 (“esse menino será nazireu de Deus desde o seio de sua mãe) e a Is 11,1
(“brotará um ramo do tronco de Jessé, um rebento – em hebraico: “neçer” –
brotará das suas raízes”). Embora nem a citação de Juízes nem a citação de Isaías
tenham nada a ver com Nazaré, Mateus usou-as pela semelhança fonética; o seu
objetivo era mostrar aos judeus que, ao instalar-se em Nazaré (apesar de ter
nascido em Belém), Jesus estava a cumprir as Escrituras e os desígnios de Deus.
Fica, portanto, aqui definida a catequese que revela quem é Jesus e qual a sua
missão… A presença constante de Deus conduzindo a história, enviando o seu
mensageiro, comunicando com José através dos sonhos, revela que este menino vem
de Deus e que tem uma missão de Deus. Qual é essa missão? É dar início a um
novo Povo de Deus e, como Moisés, conduzir esse Povo da terra da escravidão
para a terra da liberdade. Neste dia em que celebramos a Sagrada Família,
convém também determo-nos um pouco sobre esta família de Nazaré. É uma família
unida e solidária, que não hesita em afrontar os perigos do deserto e as
incomodidades do exílio numa terra estrangeira, quando um dos membros corre
riscos. Na família de Nazaré manifesta-se, desta forma, esse amor até ao
extremo que supera todos os egoísmos e que se faz dom ao outro. Por outro lado,
é uma família que escuta a Palavra de Deus, que está atenta aos sinais de Deus
e que procura cumprir à risca os projetos de Deus. José – que continua a ser o
protagonista desta história, o representante dessa dinastia davídica que leva a
cabo o projeto salvador de Deus. É o
homem permanentemente atento às indicações de Deus, que sabe discernir o que
Deus quer, que acata na obediência a vontade de Deus, que tudo arrisca e
sacrifica em defesa da vida daquele menino que Deus lhe confiou.
ATUALIZAÇÃO - Este episódio do “Evangelho da Infância” apresenta-nos a Sagrada
Família – que, como qualquer família, se defronta com crises, dificuldades e
contrariedades. No entanto, esta é uma família onde cada membro está solidário
com o outro e está disposto a partilhar os riscos que o outro corre;; esta
é uma família onde os problemas de um são os problemas de todos e onde todos
estão dispostos a arriscar, quando se trata de defender o outro… Por isso, é
uma família que se mantém unida e solidária.
- A Sagrada Família escuta a Palavra de Deus e aprende a ler os
sinais de Deus… É na escuta da Palavra que esta família consegue encontrar as
soluções para vencer as contrariedades e descobrir os caminhos a percorrer, a
fim de assegurar a cada um dos seus membros a vida e o futuro.
- A Sagrada Família obedece a Deus, não discute nem argumenta.
- Neste tempo de Natal convém não esquecermos o tema central: Jesus
é o Deus que vem ao nosso encontro, a fim de cumprir o projeto de salvação que
o Pai tem para os homens… A sua missão passa por constituir um novo Povo,
dar-lhe uma Lei e conduzi-lo para a terra da liberdade, para a vida definitiva.
SEGUNDA LEITURA (Cl 3,12-21) Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses.
Irmãos, vós sois amados por Deus, sois os seus santos
eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade,
mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente,
se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós
também. Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da
perfeição. Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à qual fostes chamados
como membros de um só corpo. E sede agradecidos. Que a palavra de Cristo, com
toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com
toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e
cânticos espirituais, em ação de graças. Tudo o que fizerdes, em palavras ou
obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio deles dai graças a
Deus, o Pai. Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no
Senhor. Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. Filhos,
obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. Pais,
não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem.
AMBIENTE - Paulo estava na prisão (possivelmente em Roma, anos 61/63) quando escreveu
aos colossenses. Algum tempo antes, Paulo havia recebido notícias pouco
animadoras sobre a comunidade de Colossos. Essas notícias falavam da perigosa
tendência de alguns doutores locais, que ensinavam doutrinas erróneas e
afastavam os colossenses da verdade do Evangelho. Essas doutrinas misturavam
práticas legalistas, práticas ascéticas, especulações sobre os anjos e
achavam que toda esta mistura confusa de elementos devia completar a fé em
Cristo e comunicar aos crentes um conhecimento superior dos mistérios cristãos
e uma vida religiosa mais autêntica.
Sem refutar essas
doutrinas de modo directo, Paulo afirma a absoluta suficiência de Cristo e
assinala o seu lugar proeminente na criação e na redenção dos homens.
O texto da
segunda leitura pertence à segunda parte da carta. Depois de constatar a
supremacia de Cristo na criação e na redenção (primeira parte), Paulo avisa os
colossenses de que a união com Cristo traz consequências a nível de vivência
prática (segunda parte): implica a renúncia ao “homem velho” do egoísmo e do
pecado, e o “revestir-se do homem novo”.
MENSAGEM - Em termos mais concretos, viver como “homem novo” implica cultivar
um conjunto de virtudes que resultam da união do cristão com Cristo: misericórdia,
bondade, humildade, paciência, mansidão. Lugar especial ocupa o perdão das
ofensas do próximo, a exemplo do que Cristo sempre fez. Estas virtudes são
exigências e manifestações da caridade, que é o mais fundamental dos
mandamentos cristãos: tais exigências resultam da íntima relação do cristão com
Cristo; viver “em Cristo” implica viver, como Ele, no amor total, no serviço,
na disponibilidade e no dom da vida. Às mulheres, recomenda o respeito para com
os maridos; aos maridos, convida a amar as esposas, evitando o domínio tirânico
sobre elas; aos filhos, recomenda a obediência aos pais; aos pais, com intuição
pedagógica, pede que não sejam excessivamente severos para com os filhos, pois
isso pode impedir o desenvolvimento normal das suas capacidades. É desta forma
que, no espaço familiar, se manifesta o Homem Novo, o homem que vive segundo
Cristo.
ATUALIZAÇÃO ♦ Viver “em Cristo” implica deixar que
ele se manifeste em gestos concretos de bondade, de perdão, de compreensão, de
respeito pelo outro, de partilha, de serviço. Esse amor traduz-se numa atenção
contínua àquele que está ao nosso lado, às suas necessidades e preocupações, às
suas alegrias e tristezas.
♦ As mulheres não gostam de ouvir Paulo
pedir-lhes a “submissão” aos maridos… No entanto, não devem ser demasiado
severas com Paulo: ele é um homem do seu tempo, e não podemos exigir dele a
mesma linguagem com que, nos nossos dias, falamos destas coisas. Apesar de
tudo, convém lembrar que Paulo não se esquece de pedir aos maridos que amem as
mulheres e não as tratem com aspereza: sugere, desta forma, que a mulher tem,
em relação ao marido, igual dignidade.
Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
==============---------------------==============
Com
Jesus, Maria e José
A
1ª
Leitura desenvolve e explica o 4o Mandamento.
Apresenta
indicações práticas dos filhos para com os pais.
Essa observância é desejada e abençoada por Deus. (Sr 5,2-6.12-14)
A
2ª
Leitura mostra o espírito que deve reinar numa família:
"Revesti-vos de sincera misericórdia,
bondade, mansidão e paciência,
suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente..."
(Cl
3,12-21) E
aplica isso às Esposas... aos Maridos... aos Filhos... e aos Pais...
O
Evangelho
nos apresenta a FAMÍLIA SAGRADA, em
três momentos da Infância de Jesus:
Belém...
Egito... Nazaré... (Mt 2,13-15.19-23)
Nessas
migrações, JESUS é conduzido por Deus e protegido por seus pais...
+ A FAMÍLIA DE NAZARÉ:
É uma família como
qualquer família de ontem, de hoje ou de amanhã,
que se defronta com
crises, dificuldades e contrariedade, no entanto...
- É uma família é unida e solidária.
Nela existe verdadeiro
Amor e solidariedade.
Não hesita enfrentar os perigos do deserto e o desconforto do exílio, quando um
de seus membros corre riscos.
Os problemas de um são problemas de todos.
- É uma família onde se escuta a Palavra de Deus
e onde se aprende a ler os sinais de Deus.
Nessa escuta,
consegue soluções para vencer as contrariedades e descobrir caminhos a
percorrer,
para assegurar a vida e o futuro a seus
membros.
José aparece como o homem "justo", atento às indicações de
Deus, que sabe discernir e acolher a vontade de Deus, que tudo sacrifica em
defesa da vida daquele menino, que Deus lhe confiou.
- É uma família que obedece a Deus…
Diante das indicações de Deus, não discute
nem argumenta.
No cumprimento obediente aos projetos de
Deus, esta família assegura um futuro de vida e de paz.
+ A Sagrada Família, modelo da família
cristã?
Costuma-se
dizer que a Sagrada Família é modelo da família cristã, não tanto em seu
contexto sociocultural e histórico, tão
distante do nosso, mas quanto em seus valores fundamentais, especialmente o
Amor, que lhe deram coesão, significado e missão de salvação nos planos de
Deus.
+ Quais os valores básicos e permanentes na
família?
-
Comunhão inter-pessoal de Amor e de Vida...
O Amor fiel, único, exclusivo, totalizante e
para sempre...
Os Filhos não são vistos como propriedade ou
bens adquiridos para o egoísmo possessivo de seus pais,
mas como vida e prolongamento vital de um
amor pessoal, que educa e orienta para a liberdade responsável.
"A
família é a fonte da vida e o berço da fé." (João Paulo II)
-
Comunidade aberta aos valores do mundo de hoje:
A solidariedade, a responsabilidade, a
fraternidade, e o compromisso com os
direitos humanos...
-
Igreja doméstica: Só assim a família cristã testemunhará a fé, a esperança e a caridade.
Uma igreja doméstica que contribui para a
santificação do mundo, a partir de dentro, à maneira de fermento.
E a Nossa família, como vai?
(À moda antiga ou atual?)
Pe. Antônio
Geraldo
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Homilia de D. Henrique Soares
“Maria com José, e o Menino”.
Como os pastores, é assim que também nós encontramos o Menino nascido para nós,
o filho que nos foi dado: deitadinho no presépio, com Maria e José. Neste
Domingo dentro da Oitava do Santo Natal, a Igreja contempla o mistério da
Sagrada Família de Nazaré. Mistério, sim! Vejamos senão: o Filho eterno, ao
assumir nossa condição humana, encarnou-se e nasceu, viveu e cresceu no seio de
uma família humana. Para a fé cristã, este fato reveste-se de uma significação
enorme: ao assumir a família, ao entrar nela e nela humanizar-se, aprendendo a
ser gente, o nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo, santificou a família humana.
Já no princípio, quando Deus, na sua sabedoria infinita, viu não ser bom que o
homem estivesse só e deu-lhe a mulher por companheira, determinando que os dois
fossem uma só carne, desde então, a família é sagrada. Isso mesmo: Deus pensou
no ser humano nascendo e sendo formado no seio de uma família. E compreendamos
bem família: um homem e uma mulher gerando e educando filhos no amor! Uma
família, do ponto de vista de Deus, é isso; nem mais nem menos! Pois bem: a
família, sonhada e instituída por Deus, foi definitivamente abençoada e levada
à plena sacralidade pelo Filho eterno quando, fazendo-se homem, santificou e
consagrou a vida familiar.
Eis por que, para os cristãos, a família é sagrada: nasce do sacramento do
Matrimônio, no qual o marido e a esposa recebem a graça de viverem como sinal
da aliança de amor entre o Cristo-Esposo e a Igreja-Esposa. Nascida do
matrimônio, a família vai crescendo pela fecundidade do amor humano, consagrado
nas águas do Batismo de cada novo membro que nasce; e vai alimentando-se não
somente da comida e da bebida da mesa de cada dia, mas, sobretudo, do pão e do
vinho, Corpo e Sangue do Senhor, dado e recebido na Eucaristia. Estejamos
atentos a este fato importantíssimo! A família não é uma realidade simplesmente
humana, sociológica! A família é sagrada: querida por Deus, amada por Deus,
criada por Deus, sustentada por Deus! Quem destrói a família peca gravemente
contra Deus! E mais ainda: a família como Deus a pensou, repitamos para que não
haja dúvida, é composta nuclearmente por um eposo, uma eposa e os filhos! Os
cristãos não poderão nunca pensar em outros modelos de convivência como sendo
uma família nos moldes desejados por Deus!
Esta família, se é cristã, é a primeira imagem da Igreja, é a primeira
comunidade de cristãos. Pensemos bem na sublimidade de tal mistério: o pai, a
mãe e os filhos, todos batizados em Cristo Jesus, são uma pequena Igreja, a
Igreja doméstica! A esta comunidade familiar, São Paulo dirige, na liturgia de
hoje, palavras comoventes, conselhos e exortações insuperáveis. Pensando na
nossa família, escutemos: “Vós sois amados de Deus, sois seus santos
eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade,
mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente,
se um tiver queixa contra o outro. Sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o
amor é o vínculo da perfeição. Que a paz de Cristo reine em vossos corações. E
sede agradecidos! Que a palavra de Cristo habite em vós! Tudo que fizerdes, em
palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Esposas, sede
solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor. Maridos, amai vossas
esposas e não sejais grosseiros com elas. Filhos, obedecei em tudo aos vossos
pais. Pais, não intimideis vossos filhos, para que eles não desanimem”. Vede,
irmãos, o que é uma família cristã: uma pequena comunidade de irmãos no Senhor,
um pequeno sinal do Reino de Deus, uma outra família de Nazaré! A família cristã
é o primeiro lugar de evangelização, de experiência de amor ao Senhor e aos
outros, é o primeiro lugar de oração comunitária e de santificação. A família é
santa, a família é sagrada, o lar é um santuário!
Mas, hoje, o mundo tem como propósito sério, sistemático, persistente,
inteligente e eficaz destruir a família. Os meios de comunicação invadiram
nossas casas, com idéias, imagens e palavras eivadas de paganismo e
anti-cristianismo. Querem nos fazer acreditar que a família é algo meramente humano,
que pode ser definido a nosso bel prazer! Querem que se chame família a uma
união civil de pessoas do mesmo sexo, querem que se aceite como normal o
divórcio, o adultério, a convivência sem o sacramento do matrimônio. Desejam
que os cristãos achem normal a existência de ex-maridos, ex-esposas, ex-noras,
ex-sogras, ex-genros, ex-sogros... Ex, ex, ex... Ex-cristão, é o que o mundo de
hoje é! Ex-família é o que esses ajuntamentos de desajuntados são!
Nós cristãos devemos respeitar os que pensam diferente de nós. É normal: o
mundo não conhece o Evangelho, não conhece a Deus nem a luz do seu Cristo.
Tantos e tantos vivem à luz de sua própria escuridão e enxergam a vida com sua
própria cegueira. Mas, nós, nós somos cristãos! Nós vimos a Luz que brilhou em
Belém, nós vimos o Menino com José e sua Mãe, nós conhecemos o plano de Deus
para o amor humano e para a família!
Caríssimos, lutemos por nossas famílias! Jovens, preparai-vos com
responsabilidade para uma vida de família! Que a família não nasça das
gravidezes precoces, das relações pecaminosas fora do casamento! Que a família
não seja enfraquecida pelo materialismo que enche a casa de bens e a esvazia de
amor, de convivência e de diálogo. Que os pais não deleguem a estranhos a educação
humana e religiosa de seus filhos! Pais cristãos, que vossos filhos aprendam
convosco a rezar e a viver! Estejamos bem conscientes: não há esperança para o
mundo quando se destrói a família; não há futuro para a Igreja se perde a noção
da sacralidade de nossos lares! É na família que se aprende a rezar, a amar, a
dialogar, perdoar e conviver. É com o leite materno e o abraço paterno que
devemos aprender a santa fé católica que o Senhor nos concedeu.
Voltemos nosso olhar e nosso coração para a família de Nazaré: pobrezinha,
sujeita a conflitos e crises, feita de lágrimas e alegrias, de convivência e
esperanças. Família de Nazaré, tão igual a nossa, tão diferente da nossa! Santo
Carpinteiro José, velai pelos esposos: que sejam fortes e suaves, que sejam
responsáveis e fiéis, que sejam piedosos e cheios de doçura paterna, que sejam
presentes ao lar e à educação de seus filhos. Santíssima Virgem Maria, olhai
para as mães: que sejam defensoras da vida, que nunca percam de vista a
dignidade imensa da maternidade! Que nem o trabalho nem o sucesso profissional
as façam perder de vista a prioridade e santidade de sua vocação materna e a
necessidade de aquecer o lar e os filhos com seu amor e sua presença. Senhor
Jesus, Menino nascido para ser nossa paz, velai pelos filhos, velai pelas
crianças e não permitais que a vida humana seja assassinada pelo aborto e pelas
experiências sacrílegas com embriões humanos! Que os filhos cresçam como tu
cresceste: no calor de um pai e de uma mãe, no aconchego de um lar, na piedade
da oração familiar e da simplicidade das lutas de cada dia! E que possamos
louvar-te eternamente, um dia, com José e Maria de Nazaré. Amém.
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É importante destacar um fato
particularmente significativo nesta moldura do exílio. Tanto a ordem de
refugiar-se no Egito como de retornar à pátria não foi transmitida a
Maria. E sim a José, o que evidencia o reconhecimento da sua autoridade ou jurisdição
paterna sobre Jesus. Neste acontecimento particular, José exerceu plenamente a
sua paternidade, a sua missão de chefe da Sagrada Família e esposo de Maria.
Nesse fato vemos a sua participação e colaboração clara e precisa no
mistério da redenção. A ele foi confiado o início da nossa redenção, conforme
rezamos na oração da coleta da missa do dia 19 de março. José foi ao
mesmo tempo guarda legítimo e natural, chefe e defensor da família divina,
ministério que exerceu durante toda a sua vida.
A Sagrada Família jamais esteve isenta de tribulações. Mas
nem por isso desviou-se do caminho da fé e obediência a Deus. Sua fidelidade
foi continuamente posta à prova. E, na provação, foi se consolidando. Desta
forma, tornou-se modelo de família cristã que, experimenta as dificuldades da
vida, sem se desviar dos caminhos de Deus.
PARA A CEÇEBRAÇÃO DA PALAVRA: (Diáconos ou Ministros extraordinário da Palavra).
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O Senhor esteja com todos vocês... Demos graças ao Senhor, nosso
Deus...
- Com Jesus, por Jesus e em Jesus, na força do Espírito Santo,
louvemos ao PAI:
T: Bendito seja Deus que nos enviou o
seu Filho!
1- Deus,
nosso Pai, nós vos bendizemos pelo vosso amor nos enviando Vosso Filho único
para nos guiar ao Vosso Reino. Somos o vosso povo e sois o nosso Deus.
T: Bendito seja Deus que nos enviou o
seu Filho!
2- Senhor,
obrigado pela minha vida, obrigado pela minha família, obrigado por ter uma
comunidade onde eu posso crescer no amor a Vós e aos irmãos. Pai, olhai pela
minha família e vinde sempre em nosso auxílio.
T: Bendito seja Deus que nos enviou o
seu Filho!
3- Senhor,
que possamos imitar o vosso filho e procurar fazer a vossa vontade. Muitas
vezes colocamos nossas necessidades na frente da vossa vontade, ou mesmo
esquecemos de vosso projeto e queremos fazer só os nossos. Pai, iluminai-nos
nos vossos caminhos.
T: Bendito seja Deus que nos enviou o
seu Filho!
PAI NOSSO... A PAZ DE
CRISTO... EIS O CORDEIRO...
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