6º Domingo do Tempo Comum ano 2014 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael Pereira da Silva)
Tema:
As nossas atitudes diante do projeto de Deus.
Primeira leitura: O homem é livre de escolher entre a proposta de Deus e a autossuficiência
do próprio homem. Para ajudar, Deus propõe “mandamentos”: são “sinais” que indicam o caminho da salvação.
Evangelho: completa a reflexão
balizada pelos “mandamentos”: não apenas de cumprir regras externas; mas de
assumir uma adesão a Deus e às suas propostas em todos os passos da vida.
Segunda leitura: Paulo apresenta o
projeto de Deus ( “sabedoria de Deus” ou “o mistério”). É um projeto que Jesus
Cristo revelou com palavras, gestos e, sobretudo, com a sua morte na cruz.
6.
PRIMEIRA LEITURA (Eclo 15,16-21) Leitura do Livro do
Eclesiástico.
Se quiseres observar os mandamentos, eles te guardarão; se
confias em Deus, tu também viverás. Diante de ti, Ele colocou o
fogo e a água; para o que quiseres, tu podes estender a
mão. Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo
que preferir. A sabedoria do Senhor é imensa, ele é forte e poderoso e tudo vê
continuamente. Os olhos do Senhor estão voltados para os que o temem. Ele
conhece todas as obras do homem. Não mandou a ninguém agir como ímpio e a
ninguém deu licença de pecar.
AMBIENTE
- O Livro de Ben Sira
(“Eclesiástico”) é um livro “sapiencial” – apresenta indicações de carácter
prático, deduzidas da reflexão e da experiência, sobre a arte de viver bem, de
ter êxito, de ser feliz. O seu autor está convencido que a Tora (a Lei) dada
por Deus é a súmula da sabedoria. Estamos no séc. II a.C.; a cultura grega
(instalada na Palestina desde 333 a.C., quando Alexandre da Macedónia venceu
Dario III e se apossou da Palestina e do Egito) minava a cultura, a fé, os
valores tradicionais de Israel. Os mais jovens abandonavam a fé dos pais,
seduzidos pela cultura helênica…
Jesus Ben Sira
apresenta, na sua obra, uma síntese da religião tradicional e da sabedoria de
Israel, mostrando que a cultura judaica não fica a dever nada à cultura grega.
MENSAGEM
- Opção entre dois caminhos – o caminho da vida e da felicidade e o caminho
da morte e da desgraça. Essa é a grande questão que condiciona o sentido da
vida do homem: se o homem escolhe caminhos de orgulho e de autossuficiência, à
margem de Deus, prepara um futuro de morte e de desgraça; mas se o homem
escolhe viver no “temor” de Deus e no respeito pelas propostas de Jahwéh
(mandamentos), ele constrói para si e para o seu Povo um futuro de felicidade,
de bem estar, de abundância, de paz. As grandes catástrofes nacionais
(nomeadamente o exílio na Babilónia) resultaram de opções por caminhos à margem
de Deus e dos seus mandamentos. Um pormenor é que Deus respeita a liberdade do
homem. O homem é um ser livre, que faz
as suas escolhas e tem nas suas mãos o próprio destino. Deus indica ao homem os
caminhos para chegar à vida e à felicidade; mas, respeita as opções que o homem
faz. Resta ao homem fazer as suas escolhas e construir o seu destino: ou com Deus,
ou contra Deus; ou um destino de vida e felicidade, ou morte e de desgraça.
ATUALIZAÇÃO
• Existem caminhos diversos que dia a
dia nos desafiam. Em cada momento assumimos o desafio de escolher o nosso
destino. Sentimos essa responsabilidade de encolher, ou apenas seguimos a
corrente, ao sabor das modas, aceitando que sejam os outros a impor-nos os seus
valores, a sua visão das coisas?
• Uma proposta
leva à vida e à felicidade. Quem quiser ir por aí, tem de seguir os “sinais”
(mandamentos) com que Deus delimita o caminho que leva à vida. Percorrer esse
caminho implica escuta de Deus, numa descoberta contínua das suas propostas.
• A outra
proposta leva à morte. É o caminho do egoísmo, da autossuficiência, do orgulho.
Ao ignorar as propostas de Deus, o homem acaba por escolher os seus interesses
e por manipular o mundo e os outros homens, introduzindo desequilíbrios que
geram injustiça, miséria, exploração, sofrimento, morte.
• Deus nos criou
livres e fazemos nossas opções. Ele coloca-nos diante das diferentes opções,
diz-nos onde elas nos levam, aponta o caminho da verdadeira felicidade e da
realização plena e… deixa-nos escolher.
• Atenção: a
morte e a desgraça nunca são um castigo de Deus por termos escolhido caminhos
errados; mas é o resultado de escolhas egoístas, que geram desequilíbrios e que
destroem a paz, a harmonia do mundo, da família e de mim próprio.
7. SALMO RESPONSORIAL / 118(119)
Feliz o homem
sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo!
• Feliz o homem sem
pecado em seu caminho, / que na lei do Senhor Deus vai progredindo! /
Feliz o homem que observa seus preceitos / e
de todo o coração procura a Deus!
• Os vossos
mandamentos vós nos destes, / para serem fielmente observados. /
Oxalá seja bem
firme a minha vida / em cumprir vossa vontade e vossa lei!
• Sede bom com
vosso servo, e viverei / e guardarei vossa palavra, ó Senhor. /
Abri meus olhos, e
então contemplarei / as maravilhas que encerra a vossa lei!
• Ensinai-me a
viver vossos preceitos; / quero guardá-los fielmente até o fim! /
Dai-me o saber, e
cumprirei a vossa lei / e de todo o coração a guardarei.
10. EVANGELHO (Mt 5,17-37) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Não penseis
que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para
dar-lhes pleno cumprimento. Em verdade, eu vos digo: antes
que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão
tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. Portanto, quem desobedecer a um só
destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo,
será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar
será considerado grande no Reino dos Céus. Porque eu vos digo: Se a vossa
justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não
entrareis no Reino dos Céus. Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não
matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, vos digo: todo
aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu
irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’
será condenado ao fogo do inferno. Portanto, quando tu estiveres levando a tua
oferta para o altar e ali te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra
ti, deixa a tua oferta ali diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o
teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. Procura reconciliar-te com teu
adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te
entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado
na prisão. Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o
último centavo. Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém,
vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já
cometeu adultério com ela no seu coração. Se o teu olho direito é para ti
ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor
perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno. Se a
tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti!
De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o
inferno. Foi dito também: ‘Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão
de divórcio’. Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se divorcia de sua mulher, a
não ser por motivo de união irregular, faz com que ela se torne adúltera; e
quem se casa com a mulher divorciada comete adultério. Vós ouvistes também o
que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso’, mas ‘cumprirás os teus
juramentos feitos ao Senhor’. Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum:
nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o suporte onde
apóia os seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do Grande Rei. Não
jures tão pouco pela tua cabeça, porque tu não podes tornar branco ou preto um
só fio de cabelo. Seja o vosso ‘sim’, ‘Sim’, e o vosso ‘não’, ‘Não’. Tudo o que
for além disso vem do Maligno.”
AMBIENTE - Recordamos aquilo que dissemos nos domingos anteriores: o discurso de Jesus “no alto de um monte” transporta-nos à montanha da Lei (Sinai), onde Deus Se revelou e deu ao seu Povo a Lei; agora, é Jesus que, numa montanha, oferece ao novo Povo de Deus essa nova Lei que deve guiar todos os que estão interessados em aderir ao “Reino”. O evangelista agrupa um conjunto de “ditos” de Jesus e oferece à comunidade cristã um novo código ético, a nova Lei, que deve guiar os discípulos de Jesus na sua marcha pela história.
As questões que
a comunidade põe, na década de oitenta (quando este Evangelho aparece), são:
continuamos obrigados a cumprir a Lei de Moisés? Jesus não aboliu a Lei antiga?
O que é que há de verdadeiramente novo na mensagem de Jesus?
MENSAGEM - Mateus sustenta que
Cristo não veio abolir essa Lei que Deus ofereceu ao seu Povo no Sinai. A Lei
de Deus conserva toda a validade e é eterna; no entanto, é preciso encará-la,
não como um conjunto de prescrições legais e externas, que obrigam o homem a
proceder desta ou daquela forma rígida, no contexto desta ou daquela situação
particular, mas como a expressão concreta de uma adesão total a Deus (adesão
que implica a totalidade do homem, e que está para além desta ou daquela
situação concreta). Dito de outra forma: os fariseus tinham caído na casuística
da Lei e achavam que a salvação passava pelo cumprimento de certas normas
concretas; mas Mateus achava que a proposta libertadora de Jesus ia mais além e
passava por assumir uma atitude interior de compromisso total com Deus e com as
suas propostas.
Na segunda
parte, Mateus refere quatro exemplos concretos desta nova forma de entender a
Lei.
O primeiro, a
Lei de Moisés exige, simplesmente, o não
matar; mas, na perspectiva de Jesus (que exige uma nova atitude interior),
o não matar implica o evitar causar qualquer tipo de dano ao irmão… Há muitas
formas de destruir o irmão, de o eliminar, de lhe roubar a vida: as palavras
que ofendem, as calúnias que destroem, os gestos de desprezo que excluem, os
confrontos que põem fim à relação. Os discípulos do “Reino” não podem
limitar-se a cumprir a letra da Lei; têm que assumir uma nova atitude, mais
abrangente, que os leve a um respeito absoluto pela vida e pela dignidade do
irmão. Mateus aproveita para apresentar uma catequese sobre a urgência da reconciliação
(o cortar relações com o irmão, marginalizá-lo, não é uma forma de matar?). Na
perspectiva de Mateus, a reconciliação com o irmão deve sobrepor-se ao próprio
culto, pois é uma mentira a relação com Deus de alguém que não ama os irmãos.
O segundo refere-se
ao adultério. A Lei de Moisés exige
o não cometer adultério; mas, na perspectiva de Jesus, é preciso ir mais além
do que a letra da Lei e atacar a raiz do problema – ou seja, o próprio coração
do homem… É no coração do homem que nascem os desejos de apropriação indevida
daquilo que não lhe pertence; portanto, é a esse nível que é preciso realizar
uma “conversão”. A referência a arrancar o olho que é ocasião de pecado (o olho
é, nesta cultura, o órgão que dá entrada aos desejos) ou a cortar a mão que é
ocasião de pecado (a mão é, nesta cultura, o órgão da ação, através do qual se
concretizam os desejos que nascem no coração) são expressões fortes (bem ao
gosto da cultura semita) para dizer que é preciso atuar lá onde as ações más do
homem têm origem e eliminar, na fonte, as raízes do mal.
O terceiro
refere-se ao divórcio. A Lei de
Moisés permite ao homem repudiar a sua mulher; mas, na perspectiva de Jesus, a
Lei tem de ser corrigida: o divórcio não estava no plano original de Deus,
quando criou o homem e a mulher e os chamou a amarem-se e a partilharem a vida.
O quarto
refere-se à questão do julgamento. A
Lei de Moisés pede, apenas, a fidelidade aos compromissos selados com um
juramento; mas, na perspectiva de Jesus, a necessidade de jurar implica a existência
de um clima de desconfiança que é incompatível com o “Reino”. Para os que estão
inseridos na dinâmica do “Reino”, deve haver sinceridade e confiança que os
simples “sim” e “não” bastam. Qualquer fórmula de juramento é supérflua e sinal
de corrupção da dinâmica do “Reino”.
A questão
essencial é, portanto, esta: é preciso uma atitude interior inteiramente nova,
um compromisso verdadeiro com Deus que envolva o homem todo e lhe transforme o
coração.
ATUALIZAÇÃO
• Cumprir regras externas não
assegura, automaticamente, a salvação, nem garante o acesso à vida eterna; mas,
o acesso à vida em plenitude passa por uma adesão total (mente, coração, vida)
às propostas de Deus. Os nossos comportamentos externos têm de resultar, não do
medo, mas de uma verdadeira atitude interior de adesão a Deus e às suas
propostas. Os “mandamentos” são, para mim, princípios sagrados que me ajudam na
relação com Deus e a não me desviar do caminho que conduz à vida? O cumprimento
das leis (de Deus ou da Igreja) é, para mim, o resultado lógico da opção que eu
fiz por Deus e pelo “Reino”?
• “Não matar”,
é, segundo Jesus, evitar tudo aquilo que cause dano ao meu irmão. Tenho
consciência que ignorar o sofrimento de alguém, ficar indiferente a quem
necessita de um gesto de bondade, de misericórdia, de reconciliação, é
assassinar a vida?
• As leis, os
“mandamentos”, devem ser apenas “sinais” indicadores desse caminho que conduz à
vida plena; mas o importante, é o homem que caminha na história, com os seus
defeitos e fracassos, em direção à felicidade e à vida definitiva.
8.
SEGUNDA LEITURA (1Cor 2,6-10) Leitura da Primeira Carta
de São Paulo aos Coríntios.
Irmãos, entre os perfeitos nós falamos de sabedoria, não
da sabedoria deste mundo nem da sabedoria dos poderosos deste mundo, que, afinal,
estão votados à destruição. Falamos, sim, da misteriosa sabedoria de Deus,
sabedoria escondida, que, desde a eternidade, Deus destinou para nossa glória.
Nenhum dos poderosos deste mundo conheceu essa sabedoria. Pois, se a tivessem
conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória. Mas, como está escrito,
“o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os
ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu”. A nós Deus revelou esse
mistério através do Espírito. Pois o Espírito esquadrinha tudo, mesmo as
profundezas de Deus.
AMBIENTE
- Recordemos que o ponto
de partida para a reflexão de Paulo é a pretensão dos coríntios em equiparar a
fé cristã a um caminho filosófico, que devia ser percorrido sob a orientação de
mestres humanos (para uns, Paulo, para outros Pedro, para outros Apolo), à
maneira do que se fazia nas escolas filosóficas gregas. Os coríntios corriam,
dessa forma, o risco de fazer da fé uma ideologia, mais ou menos brilhante
conforme as qualidades pessoais do discurso dos mestres que defendiam as teses.
Paulo está consciente que o único mestre é Cristo e que a verdadeira sabedoria
não é a que resulta do brilho e da elegância das palavras ou da coerência dos
sistemas filosóficos, mas é a que resulta da cruz.
MENSAGEM
- Para Paulo, falar da
“sabedoria de Deus” é falar do projeto de salvação que Deus preparou para a
humanidade. Trata-se de um plano “que Deus preparou para aqueles que o amam”,
no sentido de os levar à salvação, à vida plena. Esse plano resulta do amor de
Deus pelos seus filhos. É um plano que o próprio Deus só revelou através do seu
Filho, Jesus Cristo (antes da revelação feita através das palavras, dos gestos,
da pessoa de Cristo, dificilmente os homens estariam preparados para
compreender o alcance e a profundidade do plano divino, da “sabedoria de
Deus”).
A fim de
chegarmos à vida eterna, à felicidade total, veio ao nosso encontro, fez
aliança conosco, indicou-nos os caminhos da vida e da felicidade; e, na
plenitude dos tempos, enviou ao nosso encontro o seu próprio Filho, que nos
libertou do pecado, que nos inseriu numa dinâmica de amor e de doação da vida e
que nos convocou à comunhão com Deus e com os irmãos. Na cruz de Jesus, está
bem expressa esta história de amor que vai até ao ponto de o próprio Filho dar
a vida por nós… Esse plano de salvação continua, agora, a acontecer na vida dos
crentes pela ação do Espírito: é o Espírito que nos anima no sentido de
nascermos, dia a dia, como homens novos, até nos identificarmos totalmente com
Cristo.
ATUALIZAÇÃO
• O projeto de salvação que Deus tem
para os homens, e que resulta do seu imenso amor por nós, é um projeto que nos
garante a vida definitiva, a realização plena, a chegada ao patamar do Homem
Novo, a identificação final com Cristo. Os crentes são pessoas que olham a vida
com os olhos cheios de confiança, que sabem enfrentar sem medo nem dramas as
crises, os problemas que o dia-a-dia lhes apresenta, e que caminham cumprindo a
sua missão no mundo, em direção à meta final que Deus tem reservada para
aqueles que O amam.
• No entanto,
Deus não força ninguém: a opção pelo caminho que conduz à vida plena, ao Homem
Novo, é uma escolha livre. O que Deus faz é dar “sinais” (mandamentos) que
indicam como chegar a essa meta final de vida definitiva.
- Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
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Jesus não aboliu as Leis do
Antigo Testamento. Tudo está em
vigor. O que Jesus fez foi obedecer e ensinar-nos a
obedecer-lhes corretamente.
Obedecer corretamente a uma lei
é procurar descobrir e praticar a intenção do autor, aquilo que ele quis ao
promulgá-la.
Há duas maneiras de interpretar uma lei: A literal (jurídica) e a espiritual, que é seguir o espírito da lei.
No caso da Bíblia, as leis do Antigo e do Novo Testamento vieram do mesmo autor, que é Deus, nosso Pai amoroso. Suas palavras são as de um Pai que só quer o bem dos filhos e filhas.
Há duas maneiras de interpretar uma lei: A literal (jurídica) e a espiritual, que é seguir o espírito da lei.
No caso da Bíblia, as leis do Antigo e do Novo Testamento vieram do mesmo autor, que é Deus, nosso Pai amoroso. Suas palavras são as de um Pai que só quer o bem dos filhos e filhas.
Através do mandamento “não
matar”, Deus está dizendo que não quer que façamos o mal ao próximo, e sim o
bem. Isso começa com pequenos gestos.
“Não cometer adultério”, no
fundo é respeitar o matrimônio, e não ir além nem com um olhar.
“Não jurar falso” é ser
verdadeiro, falar sempre a verdade e nunca enganar ninguém.
“Olho por olho, dente por
dente” significa não se deixar levar pela raiva ou pela ganância. Se alguém nos
tomar a capa, vamos entregar-lhe também a túnica.
“Amar o próximo e odiar o
inimigo.” Deus Pai cortou 90% do ódio, ao dizer que é só ao inimigo. No fundo o
que ele queria é que amássemos a todos, até os vossos inimigos.
E Jesus termina o discurso com
uma frase chave que resume tudo: “Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é
perfeito” (Mt 5,48). No fundo, o que Deus quer é que sejamos parecidos com ele,
pois os filhos se parecem com os pais.
“Isto eu peço a Deus: Que o vosso amor cresça ainda, e cada vez mais, em conhecimento e em toda percepção, para discernirdes o que é melhor. Assim estareis puros e sem nenhuma culpa para o dia de Cristo...” (Fl 1,9-10).
Ser santo consiste em amar a Deus e ao próximo, e o amor vem de dentro, o amor tudo transforma. Ele brota da nossa liberdade, não de leis externas. Jesus nos libertou da lei. Mas é uma liberdade que nos leva a viver para os outros. “Ame, e faça o que você quiser... Se a verdade nos faz livres, o amor nos faz escravos” (Santo Agostinho).
Não vim abolir a Lei e os Profetas, mas dar-lhes pleno cumprimento.
“Isto eu peço a Deus: Que o vosso amor cresça ainda, e cada vez mais, em conhecimento e em toda percepção, para discernirdes o que é melhor. Assim estareis puros e sem nenhuma culpa para o dia de Cristo...” (Fl 1,9-10).
Ser santo consiste em amar a Deus e ao próximo, e o amor vem de dentro, o amor tudo transforma. Ele brota da nossa liberdade, não de leis externas. Jesus nos libertou da lei. Mas é uma liberdade que nos leva a viver para os outros. “Ame, e faça o que você quiser... Se a verdade nos faz livres, o amor nos faz escravos” (Santo Agostinho).
Não vim abolir a Lei e os Profetas, mas dar-lhes pleno cumprimento.
Padre Queiróz
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6º Domingo do TC O Cristão e a Lei
A LEI DE DEUS: Para muitos, é um tabu, uma série de proibições.
- Será esse o verdadeiro sentido
dos Mandamentos?
A 1a Leitura nos
apresenta Deus propondo os Mandamentos ao Povo de Israel, num clima de
aliança... E o povo acolhe unânime. (Eclo
5,16-21)
* Para o povo de Israel, o amor e
a fidelidade à Lei constituem toda a justiça e a santidade... apesar de muitas
infidelidades...
Mas, com o passar do tempo,
reduziu a Lei a uma observância puramente externa, sem uma convicção interior
mais profunda...
No Evangelho,
CRISTO censura tal atitude: "Se a vossa justiça não for maior que a
justiça dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus!"
* Não é suficiente uma fidelidade
material e externa da Lei... É preciso
uma fidelidade mais profunda, interior...
E Jesus apresenta 6 exemplos
concretos.
São Antíteses: "Ouvistes o que foi dito... EU, porém,
vos digo..."
mediante as quais ele proclama o
sentido da nova Lei.
Hoje são lidas as primeiras
quatro, referentes aos temas:
Homicídio, Adultério, Divórcio e Perjúrio.
As última duas: Perdão no lugar de vingança (Lei do talião) e
e o Amor ao inimigo, em invés de ódio, fica para o próximo domingo.
1) HOMICÍDIO: "Ouvistes:
Não matarás... aquele
que matar terá de responder em Juízo..."
EU: "Todo aquele que se
encolerizar contra seu irmão, terá que
responder em juízo..."
CONDENA: todo tipo de morte: calúnia... mentira... fraude...
ofensa...
Matar lideranças, não
dando espaço na comunidade... E o ABORTO?
(Se houvesse um Raio X capaz de
mostrar o cemitério que criamos dentro de nosso coração, nós nos
assustaríamos... Quantas pessoas estão mortas, para nós!
2) ADULTÉRIO: "Ouvistes:
não cometerás adultério..." (eram bem mais severos para as mulheres).
EU: "Quem olhar para uma
mulher com desejo desonesto... já pecou em seu coração".
CONDENA: Não só o ato consumado de adultério, mas também o
desejo... o adultério de coração.... certas amizades já são adultério... Não
basta manter escondido da esposa ou do esposo as infidelidades.
"Se teu olho for ocasião de queda... corta-o"... Não
devemos tomar ao pé da letra, mas significa radicalidade.
3) DIVÓRCIO: "Ouvistes:
Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe um certificado de repúdio".
A lei de Moisés
"tolerava" o divórcio em certos casos (união ilícita), para preservar
a mulher nesses casos: direito de igualdade.
EU: "Todo aquele que
repudia sua mulher, faz com que ela adultere:
E quem se casa com ela, comete adultério".
CONDENA: O Divórcio anula a tolerância da Lei mosaica... e afirma a
indissolubilidade do vínculo matrimonial...
* Qual nossa Atitude
Pastoral, hoje, para os separados, e os de 2ª União?
4) PERJÚRIO: "Ouviste: Não
jurarás falso...”
EU: "Não jureis de modo
algum... Vosso SIM seja SIM, vosso NÃO, NÃO.
Tudo que for, além
disso, vem do Maligno..."
CONDENA: A falsidade... - E por que precisa jurar? Não basta uma
prática apenas externa da lei... temos que obedecer, viver o espírito da Lei.
O Sermão da Montanha nesse trecho
nos ensina que a vida espiritual não está num catálogo de normas perfeitas que
proíbem as más ações, mas limpeza da fonte de todas as ações: o coração. Pois
dele procedem assassínios, adultérios, prostituições, falsos testemunhos e
difamações.
O Salmo afirma: "Feliz quem tem vida pura e segue a Lei
do Senhor".
Na 2ª Leitura, Paulo fala da
"Sabedoria de Deus", tão diferente da dos homens. (1Cor
2,6-10)
E NÓS, como observamos os Mandamentos?
- Com o espírito do Antigo
Testamento? (fazer isto ou aquilo porque é lei, porque é "obrigado" ?
- Por que vou à Missa? Porque é um preceito?
"Se a justiça de vocês não for maior que a dos escribas e fariseus... vocês não entrarão no Reino dos céus".
"Quem me AMA, guarda os meus mandamentos..."
Seja a nossa observância uma expressão sincera
e profunda do nosso amor para com
Deus.
Pe.
Antônio Geraldo
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Homilia do Pe. Françoá Costa - A segurança do cristão
“Ouvistes o que foi dito aos
antigos… Mas eu vos digo” (Mt 5,21-22). Somente se Jesus é Deus pode fazer
algumas alterações nas tradições dadas por Deus no Antigo Testamento. E Jesus é
Deus!
É incrível como algumas
comunidades ainda hoje insistem em alguns preceitos antigos, mas que foram
totalmente abolidos pela realidade autenticamente cristã: observar sábados, não
comer carne de porco, não realizar transfusões de sangue, estabelecer a saia ou
o vestido como indumentárias únicas para as mulheres etc. Essas coisas
caducaram: “ninguém, pois, vos critique por causa de comida ou bebida, ou
espécies de festas ou de luas novas ou de sábados. Tudo isto não é mais que
sombra do que devia vir. A realidade é Cristo” (Cl 2,16-17). Enquanto se
insistem nessas “sombras da realidade”, é possível que coisas mais importantes
sejam descuradas como aquelas que o Senhor nos diz no Evangelho de hoje: viver
a caridade para com todos, guardar o coração puro e casto, viver na verdade em
todo momento.
A coerência é, sem dúvida, uma
dessas realidades que não podem ser negligenciada por um cristão. Não é
coerente, por exemplo, criticar as riquezas do Vaticano, que são patrimônio da
humanidade, e, ao mesmo tempo, ter o coração fechado para os demais. Prefiro
aqueles ricos que vão ao Vaticano admirar essas mesmas riquezas, mas são
capazes de abrir o coração e ajudar os mais necessitados. O Santo Padre, que
mora no Vaticano, é um dos que mais ajuda os pobres.
É muito mais fácil andar por aí
defendendo a liberdade das mulheres no uso do seu próprio corpo e, ao mesmo
tempo, proibir outros seres humanos de nascerem. Esses defensores da liberdade
só conhecem um lado da liberdade. No entanto, é preferível a defesa da
dignidade das mulheres com a defesa simultânea da defesa da dignidade dos
outros seres humanos não nascidos. Defender uma verdade é algo louvável,
defender duas é duas vezes louvável! Somente as pessoas inteligentes podem
conjugar duas verdades aparentemente contraditórias. No entanto, uma verdade
não pode contradizer outra verdade. A dificuldade que a inteligência encontra
está no raciocínio equivocado, não nas realidades. Caso eu, delirando, veja
dois postes onde há somente um, o problema não está no poste que de repente
teria se multiplicado (?!), o problema será a minha loucura ou enfermidade.
Os exemplos poder-se-iam
multiplicar, mas não é o caso. O importante é que estejamos atentos ao “EU” de
Jesus, à autoridade de Jesus. O importante é que não substituamos a verdade de
Deus pelas supostas “verdades” que pululam nos grandes meios de comunicação. O
importante é que sejamos cristãos de verdade e entremos, cada um, com liberdade
e responsabilidade pessoais, nos meios de comunicação e anunciemos a Verdade
que liberta, Jesus Cristo.
Ouvistes o que foi dito aos
antigos, ouvistes o que se disse aos novos, ouvistes o que se diz na televisão,
na rádio e em tantos outros lugares. É bom informar-se! Jesus, porém, nos
recorda: “Eu, porém, vos digo”. O Senhor diz a todos nós que o Evangelho é
sempre moderno, que nós não precisamos ter medo de dialogar com a cultura
contemporânea. Com outras palavras, a evolução das espécies não pode diminuir a
nossa fé, o heliocentrismo (ou outra teoria que surja) tampouco a aumenta ou
diminui; as riquezas do Vaticano e a pedofilia já provada de alguns presbíteros
não deveriam abalar os cimentos do nosso amor a Deus e à sua Igreja Católica; a
corrupção dos costumes, em lugar de implicar um retrocesso na nossa caminhada
cristã, deveria ser um desafio para a nossa inteligência e a nossa vontade
iluminadas pela fé. Enfim, qual é o fundamento da minha fé? Jesus Cristo, Deus
verdadeiro e Homem verdadeiro. Nele se pode confiar sempre!
O EU de Jesus é a segurança de
que podemos continuar sob a sua autoridade a nossa tarefa evangelizadora. Ele
nos envia. O principal interessado em salvar esse “bando de macacos
recém-descidos da árvore”, como dizia um venerável professor, é de Jesus. Peço
desculpas por rasgar o verbo, mas vou seguir nessa linha – sem faltar o
respeito devido ao meu Senhor – para afirmar claramente que o problema é dele,
de Jesus. Não obstante, ele pede a nossa colaboração inteligente, perspicaz e
cheia de garra. Sentimo-nos fortalecidos, cheios de garra, com a força que vem
da fé, da esperança e do amor de Deus? Se a resposta não for positiva, sugiro
que se tome três remédios: oração, penitência e ação.
Pe.
Françoá Costa
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Homilia do Mons. José Maria Pereira - Cristão:
Lei Nova e Antiga
O Senhor diz no Evangelho (Mt 5,
17-37) que Ele não veio destruir a antiga Lei, mas dar-lhe a sua plenitude;
restaura, aperfeiçoa, e eleva a uma ordem superior os preceitos do Antigo
Testamento. Somos convidados a refletir sobre qual deve ser a atitude do
cristão diante da Lei de Deus e as implicações que a mesma tem nas nossas
opções de vida.
Só em Deus poderemos conseguir a
luz e a força, para alcançarmos o procedimento ideal que nos conduzirá à
verdadeira liberdade e à plena felicidade.
Jesus não veio abolir a lei, mas
levá-la à perfeição. Depois de ter anunciado os grandes princípios da nova lei,
nas bem-aventuranças, Jesus as desenvolve, aprofundando o espírito dos
mandamentos dados ao povo de Deus por Moisés. Trata-se de cumprir não apenas
materialmente os mandamentos, mas de dar-lhes o verdadeiro espírito de justiça
e de amor. Daí as palavras de Jesus: “Ouvistes o que foi dito aos antigos; Eu,
porém, vos digo” (Mt 5, 17-37). Isso em relação à vida, à felicidade ao amor
conjugal e à verdade. Não basta, por exemplo, não matar; é preciso também
evitar palavras de desamor, de ressentimento ou de desprezo para com o próximo.
Não basta privar-se dos atos materiais contra a lei; é preciso eliminar também
os maus pensamentos e os maus desejos, porque quem os consente, já pecou no
“seu coração” (Mt 5, 28): já assassinou o seu irmão ou cometeu adultério.
É preciso superar a lei antiga,
aperfeiçoá-la, isto é, tendo uma delicada atenção à pureza interior…
“Se vossa justiça não superar a
dos escribas e fariseus…” (Mt 5, 20). Não se trata da virtude da justiça que
leva a “dar a cada um aquilo que lhe pertence”. Aqui podia traduzir-se por
santidade; a dos escribas é meramente externa e ritualista. Entre eles, o
cumprimento exato, minucioso, mas externo, dos preceitos tinha-se convertido
numa garantia de salvação do homem diante de Deus: “se eu cumpri isto, sou
justo, sou santo e Deus tem que me salvar”. Com esse modo de conceber a
justificação, já não é Deus fundamentalmente quem salva, mas vem a ser o homem
quem se salva pelas suas obras externas. A justificação ou santificação é uma
graça de Deus, com a qual o homem só pode colaborar secundariamente pela sua
fidelidade a essa graça.
Quanto à verdade, diz Jesus:
“Seja o vosso sim sim, e o vosso não não” (Mt 5, 37). O cristão é chamado a ser
transparente, simples. O contrário seria cheio de dobras, complicado. Não é só
não jurar em falso, mas viver de tal modo a verdade, que não se precise jurar
de modo algum. Fazer tudo em nome do Senhor, no Senhor.
Jesus quer inculcar a sinceridade
sempre: “sim, sim; não, não!” Se partirmos do princípio da sinceridade, há
confiança mútua nas relações humanas e jurar torna-se coisa supérflua; jurar a
torto e a direito é um sintoma de falta de sinceridade entre as pessoas.
A necessidade de juramento é
sinal de que a mentira e a desconfiança pervertem as relações humanas. Deus Pai
apenas exige um relacionamento em que as pessoas sejam verdadeiras e
responsáveis.
E nós, como observamos os
Mandamentos? Com o espírito do Antigo Testamento? (fazer isto ou aquilo porque
é lei, porque é “obrigado”?)
Porque vou à Missa? Porque é um
preceito?
“Se a vossa justiça não for maior
que a justiça dos mestres da lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos
Céus” (Mt 5, 20).
“Quem me ama, guarda os meus
mandamentos”, disse Jesus.
Seja a nossa observância uma
expressão sincera e profunda do nosso amor para com Deus. Peçamos a Deus a
Graça de vivermos os seus mandamentos. “Se quiseres observar os mandamentos,
eles te guardarão; se confias em Deus, tu também viverás” (Eclo 15, 16). “A
vida e a morte, o bem e o mal, estão diante do homem; o que ele escolher, isso
será dado” (Eclo 15, 16-18). É como quem diz: o que seguir a lei divina, terá
como recompensa a vida e o que não a seguir, espera-o a morte. Tanto a vida
como a morte eterna são a conseqüência da sua opção. O homem é livre e, por
isso, responsável das suas ações…
Mons.
José Maria Pereira

LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO
ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à
O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS...
DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
à
COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA
FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T:
Senhor, sois o nosso Deus e salvador!
à Senhor, nosso
Deus, Vos louvamos e Vos agradecemos por nos amar e nos dar Jesus como a
palavra viva que nos orienta.
T:
Senhor, sois o nosso Deus e salvador!
à Senhor, nosso
Deus, grande é o vosso amor nos ensinando os caminhos que nos conduzem à
felicidade plena. Que sejamos atentos aos vossos ensinamentos.
T:
Senhor, sois o nosso Deus e salvador!
à Senhor, nosso
Deus, Sois cheio de bondade. Dai-nos o entendimento para que cumpramos os
vossos mandamentos e sejamos fiéis na construção de vosso Reino.
T:
Senhor, sois o nosso Deus e salvador!
à Senhor, nosso
Deus, que nosso coração seja renovado pelo vosso amor e possamos refletir ao
mundo o vosso amor.
T:
Senhor, sois o nosso Deus e salvador!
à Senhor, nosso
Deus, que vossas leis sejam luz para nossas ações e possamos viver como irmãos
em nossa comunidade.
T:
Senhor, sois o nosso Deus e salvador!
à PAI
NOSSO... A Paz de Cristo... CORDEIRO DE
DEUS.
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