terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

8º Domingo do Tempo Comum ANO A 2014

8º Domingo do Tempo Comum ANO 2014 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)

Tema: “Ninguém pode servir a dois senhores!”  Portanto, reflitamos qual é a nossa prioridade.
Primeira leitura: A mãe ama o filho, com gratuidade incondicional; Deus ama em grau infinito. Ele nunca abandonará a humanidade.
Evangelho: convida-nos a buscar o essencial (o “Reino”) e escolher o essencial não é negligenciar o resto: Deus é pai e todas as coisas nos serão dadas por acréscimo.
Segunda leitura: Paulo convida a fixar o olhar no essencial (a proposta de salvação).

6. PRIMEIRA LEITURA (Is 49,14-15) Leitura do Livro do Profeta Isaías.
Disse Sião: “O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu- se de mim!” Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti.

AMBIENTE - Trecho do Deutero-Isaías, o profeta da esperança. O profeta está entre os exilados na Babilônia (550/540 a.C.); a sua missão é consolar um povo decepcionado e desiludido. A aliança continua válida, ou Deus abandonou o seu Povo?

MENSAGEM - (o nome “Sião” é sinônimo de Jerusalém).
A idéia parece ser a seguinte: já que Israel abandonou Jahwéh, Deus repudiou o seu Povo e rompeu a aliança. Ao lamento de Sião, Deus responde de forma dramática: pode uma mãe abandonar a criança que amamenta e a quem ama ternamente? A pergunta é, portanto, retórica: é evidente que uma mãe que ama o filho não o pode esquecer… A conclusão é óbvia: Deus ama o seu Povo, ainda mais do que uma mãe ama o seu filho.

ATUALIZAÇÃO • A um Povo que vive numa frustração, o profeta diz: “não desanimeis: apesar da aparente ausência de Deus, pois Deus ama-vos mais do que uma mãe ama o filho”; por isso, somos convidados a descobrir o amor MATERNO de Deus, E sua presença protetora.

7. SALMO RESPONSORIAL / Sl 61(62)
Só em Deus a minha alma tem repouso, só Ele é meu rochedo e salvação.
• Só em Deus a minha alma tem repouso, / porque dele é que me vem a salvação! /
Só Ele é meu rochedo e salvação, / a fortaleza onde encontro segurança!
• Só em Deus a minha alma tem repouso, / porque dele é que me vem a salvação! /
Só Ele é meu rochedo e salvação, / a fortaleza onde encontro segurança.
• A minha glória e salvação estão em Deus; / o meu refúgio e rocha firme é o Senhor! /
Povo todo, esperai sempre no Senhor / e abri diante dele o coração.

10. EVANGELHO (Mt 6,24-34) Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Ninguém pode servir a dois senhores: pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Por isso eu vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com o vosso corpo, com o que havereis de vestir. Afinal, a vida não vale mais do que o alimento, e o corpo mais do que a roupa? Olhai os pássaros do céu: eles não semeiam, não colhem, nem ajuntam em armazéns. No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta. Vós não valeis mais do que os pássaros? Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida, só pelo fato de se preocupar com isso? E por que ficais preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Eu, porém, vos digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé? Portanto, não vos preocupeis, dizendo: O que vamos comer? O que vamos beber? Como vamos nos vestir? Os pagãos é que procuram essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso. Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas vos serão dadas por acréscimo. Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia bastam seus próprios problemas.”
AMBIENTE - Contexto do “sermão da montanha” (Mt 5-7). Jesus continua a apresentar a “nova Lei”.

MENSAGEM - Deus deve ser o centro à volta do qual o homem constrói a sua existência. 
O “ter” domina o coração, o dinheiro ocupa o lugar de Deus e passa a ser o ídolo a quem o homem tudo sacrifica.
Em segundo lugar, o amor ao dinheiro fecha o coração do homem num egoísmo e não deixa espaço para o amor aos irmãos; Resultado: injustiça, prepotência, corrupção, exploração e auto-suficiência…
Para os discípulos de Jesus, o “Reino” deve ser o valor mais importante (“o Reino e a justiça”).
Deus suprirá as necessidades materiais dos seus filhos (“por acréscimo”). Deus é esse Pai bondoso que preside à história humana, que cuida dos seus filhos, que vela por eles com amor, que conhece as suas necessidades: se Deus, cada dia, veste de cores os lírios do campo e alimenta as aves do céu, não fará o mesmo – ou até mais – pelos homens?
Viver na despreocupação, na passividade, na indiferença? Não. É um convite a pôr em primeiro lugar as coisas importantes (o “Reino”), a relativizar as coisas secundárias (materiais) e, acima de tudo, a confiar na bondade paternal de Deus. A dinâmica do “Reino” não é cruzar os braços à espera que Deus faça tudo; mas é viver comprometido no mundo novo da justiça, da verdade e da paz, para que o sonho de Deus se concretize.

ATUALIZAÇÃO • Dia a dia somos bombardeados com a chave da felicidade: o dinheiro, o êxito profissional, a progressão na carreira, a beleza física, os aplausos das multidões, o poder... No entanto, Jesus garante-nos que a vida plena não está aqui. Para Jesus, é no “Reino” – isto é, no acolhimento do seu projeto de salvação – que está o segredo da nossa realização.
• Jesus lembra-nos que Deus é um Pai cheio de solicitude e de amor, atento às necessidades dos filhos. Ele convida-nos a colocar a nossa confiança e a nossa esperança nesse Pai que nos ama e a enfrentar o dia a dia com essa serena confiança que nos vem da certeza de que Deus é nosso Pai, conhece as nossas dores e necessidades.
• O dinheiro é, hoje, o verdadeiro centro do poder no mundo. Ele compra consciências, poder, bem-estar, projeção social, reconhecimento e até compra amor. Por ele mata-se, renuncia-se à própria dignidade, envenena-se o ambiente (o buraco do ozônio, a poluição dos rios, o desaparecimento das florestas, se isso fizer mais ricos os donos do mundo…) E escravizam-se os irmãos. Quando a lógica do “ter mais” entra no coração do homem e o domina, o homem torna-se escravo e, por sua vez, leva a escravidão aos outros homens. Torna-se injusto, prepotente e explorador, deixa de ter tempo para gastar com aqueles que ama (o amor do dinheiro sobrepõe-se a todos os outros amores), relega Deus para a lista dos valores secundários.
·         Deus assume o nosso passado e o nosso futuro, e deixa para nós o momento presente.

8. SEGUNDA LEITURA (1Cor 4, 1-5) Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
Irmãos, que todo o mundo nos considere como servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. A este respeito, o que se exige dos administradores é que sejam fiéis. Quanto a mim, pouco me importa ser julgado por vós ou por algum tribunal humano. Nem eu me julgo a mim mesmo. É verdade que a minha consciência não me
acusa de nada. Mas não é por isso que eu posso ser considerado justo. Quem me julga é o Senhor. Portanto, não queirais julgar antes do tempo. Aguardai que o Senhor venha. Ele iluminará o que estiver escondido nas trevas e manifestará os projetos dos corações. Então, cada um receberá de Deus o louvor que tiver merecido.
AMBIENTE - Os coríntios estão nos esquemas das escolas filosóficas gregas, elegeram os seus mestres preferidos (pelo brilho do discurso). Um risco de apostar em pessoas, em filosofias, em lugar de uma proposta de salvação apresentada por Jesus.

MENSAGEM - Os mensageiros do Evangelho são apenas “servos de Cristo e administradores dos mistérios de Deus”. Eles são, apenas, os instrumentos de que Deus se serve. A missão não é atrair sobre si próprios a atenção das multidões; mas é levar os homens a acolher a proposta de salvação que Deus lhes faz. Os mensageiros da Palavra devem apenas preocupar-se em transmitir, com fidelidade, a proposta de Deus.   
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ATUALIZAÇÃO • Tomar consciência do que é essencial na fé: a salvação que Deus oferece..
• Portanto, não interessam muito os “invólucros”, se o padre, o diácono ou o catequista é simpático ou não, se o seu discurso é cativante ou não, se ele tem muitos defeitos ou muitas virtudes… O essencial é a mensagem; os mensageiros são apenas veículos dessa mensagem.  
• Os veículos da mensagem – sejam eles padres, diáconos ou leigos – devem apresentar a proposta salvadora de Deus com fidelidade.                                .
• Paulo está, apenas, dizendo que não lhe interessam os juízos dos homens; só lhe interessa ser fiel à missão que Deus lhe confiou.                                

Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho

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Confiantes no Pai

Prosseguimos hoje a Leitura do Sermão da Montanha, no qual Jesus proclama as atitudes básicas do discípulo para acolher o Reino de Deus.
A Liturgia nos dá a oportunidade de contemplar a verdadeira imagem de Deus:
É uma MÃE carinhosa e um PAI providente.

Na 1ª Leitura, Deus é comparado a uma MÃE CARINHOSA, que não esquece de seu filhinho:
"Poderá uma mãe esquecer de seu filhinho, e não amar o fruto do seu ventre?
Mesmo se houvesse alguma mulher capaz de esquecê-lo, eu não te esqueceria jamais".  (Is 49,14-15)

Na 2ª Leitura, Paulo não se preocupa com o que possam dizer ou pensar dele.
Ele põe toda a confiança em Deus.
"Cada um receberá de Deus o devido louvor". (1Cor 4,1-5)

No Evangelho, Deus é comparado a um PAI PROVIDENTE que cuida dos filhos, e provê as suas necessidades.
Por isso, "não vos preocupeis com o dia de amanhã". (Mt 6,24-34)

+ Jesus adverte a DOIS PERIGOS:

1) O Apego ao Dinheiro:
O cristão não deve amarrar o seu coração aos bens deste mundo.
O Dinheiro não pode se transformar em Senhor de sua vida.
Quem adora o dinheiro tem tudo, mas torna-se um escravo.
"Ninguém pode servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro".
O perigo de ele se transformar em senhor paira sobre todos, ricos e pobres.

2) As vãs Preocupações:
Não se afirma que não se deve trabalhar, mas não se deixar levar pela angústia.
O compromisso para resolver os problemas da vida não deve nos fazer perder a alegria da vida.
Por isso, propõe servir ao Senhor, abandonando-se à Providência amorosa do Pai.

- Duas belíssimas imagens da natureza ilustram essa idéia: Se os pássaros e os lírios do campo são objeto do cuidado de Deus, que provê gratuitamente sua subsistência espontânea, quanto mais o será o homem que vale muito mais que eles.

- Jesus conclui com um duplo convite:
1. "Não vos preocupeis com a vida, com o alimento, com as vestes, o Pai do céu já sabe que temos necessidade de tudo isso".
2. "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado em acréscimo".

- O Reino é a transparência de Deus em nossa vida;
- A sua Justiça é um ordenamento sob seu olhar de tudo o que somos e fazemos.
- O Senhor não diz "unicamente", mas buscai "primeiro" o Reino de Deus.
   Jesus não nega a importância do trabalho para a alimentação, a saúde e o vestuário, mas quer ressaltar a atenção    que devemos dar àquilo que constrói o Reino de Deus.

A Proposta do Mundo leva ao Culto do Dinheiro e ao Consumismo.
    E as conseqüências são terríveis:
- Degrada a dignidade humana, convertendo as pessoas em puras máquinas de produção e consumo de bens.
- Bloqueia a solidariedade, a partilha, a fraternidade e favorece o egoísmo e a exploração.
- Torna-nos escravo das coisas e dos bens.

A Proposta de Jesus: pede confiança e abandono nas mãos de Deus a quem servimos com amor, e por quem nos sentimos amados.
    Essa confiança em Deus não é alienante, não nos exime de nossa responsabilidade nas tarefas temporais,     nem nos permite fugir de nosso compromisso cristão no mundo.

+ A qual deus servimos?

Não podemos servir a Deus e ao dinheiro.
Devemos buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais nos será dado em acréscimo.

Deixemos de ser servos do dinheiro e escravos de nós mesmos, para servir ao Senhor com alegria e livres da angústia possessiva.

Quem se preocupa pela comida?
Quem tem pai e mãe, ou quem é órfão?
Pois bem, nós não somos órfãos, Deus é para nós Pai e Mãe!...

                                      Pe. Antônio Geraldo

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Homilia do Mons. José Maria Pereira:

Viver o Presente!


A Palavra de Deus em Is. 49, 14-15 tem a expressão mais profunda e eloqüente da ternura maternal de Deus e de seu amor ao povo eleito e ao homem. A mãe não ama seu filho porque ele é bom, mas porque é seu filho.
Deus é comparado a uma MÃE CARINHOSA, que não esquece de seu filhinho: “Poderá uma mãe esquecer de seu filhinho, e não amar o fruto do seu ventre? Mesmo se houvesse alguma mulher capaz de esquecê-lo, Eu não te esqueceria jamais” (Is 49, 14-15).
No Evangelho (Mt 6, 24-34) Jesus ensina as pessoas a buscarem o essencial, o que realmente conta.
O Senhor dá-nos este conselho: “Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia bastam seus próprios problemas” (Mt 6, 34). “E porque ficais preocupados com a roupa?” (Mt 6, 28). Jesus não diz que não nos ocupemos das coisas que se referem ao alimento e ao vestuário, mas que não nos preocupemos com desassossego e perturbação dessas coisas. É como se dissesse: “Não vos preocupeis excessivamente com os bens materiais, ainda que necessários à vida; não estais sobre a terra para aqui viverdes imersos em pensamentos de coisas materiais, sois filhos de Deus, bem superiores às flores do campo e às aves do céu. Deus pensará em vós, mais do que pensa nas outras criaturas e vos dará o necessário.”
“Tudo mais vos será dado por acréscimo”, segundo comenta Santo Agostinho: “não como um bem no qual devais fixar a vossa atenção, mas como um meio pelo qual possais chegar ao sumo e verdadeiro bem.”
Trata-se de uma atitude de fé viva na Providência divina e de confiança filial no Pai Celeste, que conduz à paz e serenidade de espírito.
“Para cada dia bastam seus próprios problemas.”
O ontem já passou; o amanhã não sabemos se chegará para cada um de nós, pois a ninguém foi entregue o seu porvir. Do dia de ontem, só ficaram muitos motivos de ação de graças pelos inúmeros benefícios e ajudas de Deus, bem como daqueles que convivem conosco. Com certeza pudemos aumentar, nem que fosse um pouco, o nosso tesouro no Céu. Podemos dizer do dia de ontem, com palavras do salmista: “O Senhor tornou-se o meu apoio, libertou-me da angústia e salvou-me porque me ama.” (Sl 17, 19-20).
O amanhã “ainda não é”, e, se chegar, será o dia mais belo que jamais pudemos sonhar, porque foi preparado pelo nosso Pai-Deus para que nos santifiquemos: “Vós sois o meu Deus, os meus dias estão nas vossas mãos” (Sl 31, 16). Não há razões objetivas para andarmos angustiados e preocupados pelo dia de amanhã: teremos as graças necessárias para enfrentá-lo e sair vitoriosos.
O que importa é o hoje. É o que temos para amar e para nos santificarmos, através de inúmeros pequenos acontecimentos que constituem a trama de um dia.
Aqui e agora é que eu tenho que amar a Deus com todo o meu coração… e com obras.
Boa parte da santidade e da eficácia consiste certamente em vivermos cada dia como se fosse o único da nossa vida. Dias para serem cumulados de amor de Deus e terminados com as mãos cheias de boas obras. O dia de hoje não se repetirá nunca, e o Senhor, espera que o impregnemos de Amor e de pequenos serviços aos nossos irmãos. As aflições procedem, pois, quase sempre, de não vivermos com intensidade o momento atual e de termos pouca fé na Previdência. Por isso desapareceriam se disséssemos sinceramente ao Senhor: “quero o que queres, quero porque o queres, quero como o que queres, quero enquanto o quiseres” (Oração de Clemente XI). Vêm então a alegria e a paz.
“Não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6, 24). “Os bens da terra, diz São Josemaria Escrivá, não são maus; pervertem-se, quando o homem os torna como ídolos e se prostra diante deles; mas tornam-se nobres, quando os converte em instrumentos para alcançar o bem, numa missão de justiça e de caridade. Não podemos correr atrás dos bens econômicos como quem procura um tesouro; o nosso tesouro é Cristo e nele se há de concentrar todo o nosso amor, porque onde está o nosso tesouro, aí está também o nosso coração (Mt 6, 21)” (Cristo que passa, nº 35).
Deixemos de ser servos do dinheiro e escravos de nós mesmos, para servir no Senhor com alegria e livres da angústia possessiva.
Aproveitemos bem o dia que estamos vivendo! Todos os dias da nossa vida estão presididos por Deus que tanto nos quer. E só temos capacidade para viver o presente!
Aqui e agora devemos ser generosos com Deus, fugindo da tibieza.
Mons. José Maria Pereira

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Homilia de D. HENRIQUE SOARES DA COSTA

“Olhai os pássaros dos céus; olhai os lírios dos campos! Não vos preocupeis com o dia de amanhã: vosso Pai sabe do que tendes necessidade”.
 Amados em Cristo, as Palavras que hoje o Senhor Jesus nos dirige no Evangelho, sem dúvida são belíssimas; palavras tantas vezes ouvidas e repetidas, palavras que nós romanceamos como algo bonito e doce... Mas, serão palavras reais, dignas de serem levadas a sério no concreto do mundo, na crueza da dura e inclemente realidade? A questão é importantíssima, caríssimos irmãos no Senhor, porque se as palavras do nosso Divino Mestre forem belas, mas irreais, poéticas, mas inúteis, então, o Evangelho não nos serve de luz, e caminho, de critério para a vida! Palavras belas que não tenham consistência real seriam palavras inúteis e mentirosas, como tantas que escutamos nos dias atuais, tão fartos de comunicação! Ora, longe do Senhor Nosso a mentira, longe do nosso Salvador e inutilidade do dizer! Pelo contrário, ele mesmo avisa: “Sereis julgados por cada palavra inútil que disserdes!” (Mt 12,36)

Sendo assim, o que Jesus nos quer dizer hoje, sobre a Montanha? Que significam suas palavras? Eis: o Senhor nos quer exortar, caríssimos, fazendo-nos compreender que o discípulo seu, o cristão, deve ter como opção fundamental da vida, como eixo da existência unicamente o Reinado de Deus: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo!” – é esta a frase central do Evangelho deste hoje! Procurai que o Pai do céu seja o vosso tudo, deixai que o Senhor Deus seja o alicerce, o eixo, o indicador do vosso caminho na vida! E aí, tudo o mais vai se tornando relativo, tudo o mais vai sendo encarado e vivenciado com liberdade, com serenidade, com sabedoria! O Senhor nos pede que deixemos Deus ser Deus na nossa vida e na vida do mundo; todo o resto deve ser avaliado e vivenciado a partir daí. É a partir desta realidade, deste modo de viver, que nossa vida se arruma, nossa coração se aquieta e tudo quanto nos acontece toma um novo sentido! Somente poderemos compreender a nossa realidade e as realidades do mundo, se estivermos firmes na verdadeira Realidade, que é Deus!
 Mas como é possível, concretamente, chegar a uma confiança tão verdadeira e real em Deus, a ponto de entregar-lhe de efetivamente a direção de nossa vida. – Sim, porque cantamos “toma tu a direção”, mas como é difícil entregar de verdade a direção a Deus! Caríssimos meus, o cristão somente confiará no Senhor e o amará a ponto de caminhar na sua estrada e entregar-lhe a sua vida concreta, se tiver intimidade com ele! Intimidade amorosa que experimente Deus como um amigo, como alguém que nos ama e nos é mais presente que uma mãe: “Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti! Quando tivermos tal intimidade com o Senhor, a ponto de irmos experimentando a verdade dessas palavras, então seremos verdadeiramente capazes de confiar nele! Somente confiamos num amigo íntimo; somente apostamos a vida em quem amamos de fato! Se formos amigos de Deus, se o amarmos realmente, então nele confiaremos, a ponto de colocar nossos pés nos seus passos! Este o exemplo que vemos São Paulo nos dar na segunda leitura de hoje: ele não quer ser outra coisa que um simples servidor de Cristo. Ora, porque ama o seu Senhor, porque deseja somente servi-lo, é livre em relação a si próprio e em relação aos outros: Quem me julga é o Senhor!” Quanta liberdade, quanta serenidade, quanta felicidade para quem vive assim!
 Meus caros, fomos feitos para viver na amizade com o Senhor e somente equilibraremos nosso vida e sossegaremos nosso coração vivendo nesta amizade! O mundo atual, este, que nos cerca, é tão complexo e estressante! Pensemos no que encontraremos nesta semana que hoje começa: os desafios no trabalho, os aperreios das finanças, as tensões na família, a competição na profissão, a busca da realização afetiva, a procura de um lugar na sociedade... Ninguém escapa de tais batalhas! Mas, como me coloco ante estas realidades? Qual o eixo que orienta tudo o mais? Em outras palavras, mais dramáticas: Quem é o Senhor da minha vida? Onde está o centro de minhas preocupações, o critério fundamental, o valor absoluto, que dirige, unifica e dá sentido a todas as minhas escolhas, às minhas ações, palavras e reações? Só se pode servir a um Senhor: “Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro!” Em outras palavras: não podeis ter a Deus como alicerce de vossa existência se tudo fazeis pensando simplesmente em dar-vos bem neste mundo! Quem é o teu Senhor? Quem é, realmente, o critério último e a absoluto da minha existência? A resposta não é tão simples, pois “onde está o vosso tesouro, aí estará o vosso coração” (Mt 6,21).
 Não podemos, caríssimos, fugir desta questão, pois um dia nossa vida será colocada diante do tribunal de Cristo; teremos de prestar contas da nossa existência! Um Dia – naquele Dia tremendo, Dia de Cristo -, os projetos do nosso coração serão colocados às claras na luz do nosso Salvador! “Então, cada um receberá de Deus o louvor que tiver merecido”. Aprendamos, pois, a confiar no Senhor, que jamais se esquece de nós! Deixemos que ele seja uma Presença na nossa vida! Que possamos dizer com toda a realidade as palavras do Salmista na Missa de hoje: “Só em Deus a minha alma tem repouso! Só ele é meu rochedo e salvação, a fortaleza onde encontro segurança! O meu refúgio e rocha firme é o Senhor!” Amados em Cristo, a vida é preciosa demais para ser empregada em futilidades, para não ser realmente levada a sério! Cuidado! Seja o Senhor o fundamento da nossa existência, seja ele o critério de nossas decisões, seja ele a luz e o alento de nossas lutas. Aí poderemos experimentar a verdade das palavras o Salmo 17: “O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-me da angústia e me salvou porque me ama!”

D. Henrique Soares.


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Para a Celebração da Palavra, veja abaixo:


louvor: (quando o pão sagrado estiver sobre o altar)
à O Senhor esteja com todos vocês... demos graças ao senhor...
à Com Jesus, por Jesus e em Jesus, na força do espírito santo, louvemos ao Pai:
Todos: louvor e glória a vós, ó pai de bondade!
àMeu Senhor e meu Deus. Hoje nos ensinastes que tendes um amor maternal por nós. E ainda mais, que o Vosso amor é maior que o amor de mãe. Obrigado por nos dar a dignidade de filhos.
Todos: louvor e glória a vós, ó pai de bondade!
àPai de amor, Vós nos dignificastes como FILHOS. Destes aos homens o vosso Reino. Ajudai-nos a  colocar os nossos dons e nossos bens a serviço de nossa comunidade para que juntos progridamos na dignidade de filhos vossos.
Todos: louvor e glória a vós, ó pai de bondade!
à Pai de amor, vendo as maravilhas da criação, conhecemos o vosso poder. Vendo a beleza da natureza, tomamos consciência do zelo com que tratais vossas criaturas. Sabemos que nos acompanhais em cada passo e cuidais para que nada nos falte. Nós vos pedimos, Pai, que saibamos colocar o nosso coração, em primeiro lugar, no vosso projeto do Reino. Dái-nos mais fé e confiança em Vosso amor.
Todos: louvor e glória a vós, ó pai de bondade.

à Pai nosso... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro...

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