quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Mc 9, 38-40 VII Semana TC Anos Pares Quarta feira 2014

Mc 9, 38-40 VII Semana TC  Anos Pares  Quarta feira 2014
(Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)
Primeira leitura: Tiago 4, 13-17
Caríssimos: 13agora, escutai-me, vós dizeis: «Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, passaremos ali um ano, faremos negócios e ganharemos bom dinheiro.» 14Vós, que nem sequer sabeis o que será a vossa vida no dia de amanhã! O que é, afinal, a vossa vida? Sois fumo que aparece por um instante e logo a seguir se desfaz! 15Em vez disso, deveis dizer: «Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo.» 16Pelo contrário, gloriais-vos das vossas prosápias: toda a vaidade deste género é má. 17Quem sabe praticar o bem e não o faz comete pecado.

Estas palavras de Tiago dirigem-se aos ricos da comunidade, homens habituados a viajar e a fazer negócios que lhes trazem elevados lucros. Ávidos de dinheiro e de poder, julgam controlar o futuro. A sua presunção torna-os semelhantes ao fumo: tão depressa sobem como descem e se desfazem, porque são pessoas inconsistentes.
O apóstolo sublinha a importância de voltar os olhos e os pensamentos para o Senhor. Só assim poderemos tomar decisões sábias, mesmo no que se refere ao nosso dia a dia. «Se Deus quiser», diz o nosso povo cristão, quando se refere ao futuro. Parece que os cristãos, aos quais se dirigia Tiago, não usavam esse modo de falar e, programando o futuro, como se tudo dependesse unicamente deles, apenas projetavam o que convinha aos seus interesses. Para eles, enriquecer era uma vaidade, um modo de se afirmarem sobre os outros, uma tentativa de obter direitos e privilégios. O seu pecado consistia em que, conhecendo o bem, faziam o mal.

Evangelho: Marcos 9, 38-40
Naquele tempo, 9 38 João disse-lhe: "Mestre, vimos alguém, que não nos segue, expulsar demônios em teu nome, e lho proibimos". 
39 Jesus, porém, disse-lhe: "Não lho proibais, porque não há ninguém que faça um prodígio em meu nome e em seguida possa falar mal de mim. 
40 Pois quem não é contra nós, é a nosso favor”
Para apóstolos, Jesus é uma opção que trará poder e prestígio… Por isso, sentem ciúmes quando encontram algo que possa colocar em causa os seus interesses, a sua autoridade, os seus “privilégios”.

A comunidade deve ser aberta, tolerante, capaz de aceitar como sinais de Deus os gestos libertadores que acontecem no mundo. João queixa-se de alguém “expulsando demônios” em nome de Jesus, embora não fosse do grupo. A atitude mostra, arrogância, intolerância, ciúmes de monopolizar Jesus, presunção de serem os donos exclusivos da verdade… Mas, por detrás estão os projetos pessoais de prestígio e grandeza que eles alimentavam. Pouco antes, discutiam quem seria o maior no Reino; Quem luta pela justiça e faz obras em favor do homem, está do lado de Jesus, mesmo que não esteja dentro da estrutura eclesial. A comunidade de Jesus sabe acolher, apoiar e estimular todos aqueles que atuam em favor dos irmãos. 

A Igreja pertence a Cristo, mas Cristo não é propriedade da Igreja! Ele manifesta sua ação também fora da estrutura visível da Igreja católica. Pensemos nos nossos irmãos protestantes. Eles têm elementos da Igreja de Cristo: a Palavra de Deus, a confissão de Jesus como Senhor e Salvador, o amor a Jesus, a caridade fraterna. Tudo isso é causa de alegria. Ainda que falte-lhes elementos essenciais da Igreja de Cristo, eles não estão fora da salvação! Hoje, Jesus nos convida à tolerância e ao amor a esses irmãos.
Isto não significa que está tudo bem, que tanto faz ser católico como não ser, que o importante é a fé em Jesus e pronto. Não! É preciso recordar que a divisão na Igreja é um pecado grave e contraria o desejo de unidade que o Senhor deixou como testamento: “Pai, não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim: a fim de que sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,20s). É também falso afirmar que as questões de doutrina não são importantes. O Novo Testamento está repleto de advertências contra os que ensinam doutrinas erradas e contrárias à fé dos apóstolos e são Paulo mesmo exorta a separar da Comunidade quem pregar um evangelho diferente do dele (cf. Gl 1,6-9). A busca de recompor a unidade visível da Igreja em torno de Cristo, com os mesmos sacramentos e a mesma doutrina é dever de todos os cristãos! Mas, também é necessário deixar claro o dever que todos nós temos da tolerância respeitosa e amorosa para com os irmãos separados. Se nos entristece ouvi-los falar mal da Igreja –caluniando-a e mentindo contra ela -, deve alegrar-nos ouvi-los falar bem de Cristo e pregar o Evangelho. Ainda mais: até para com os não-cristãos, como os espíritas, muçulmanos, budistas, adeptos da seicho-no-iê… temos o dever do respeito e da tolerância para com os demais.

O Espírito Santo sopra onde quer. Deus não exclui ninguém. Os discípulos não têm monopólio sobre Jesus.
Os Apóstolos pertencem a Jesus, mas não têm monopólio sobre Ele, nem sobre a sua graça. Em vez de se irritarem por outros fazerem o bem em nome de Cristo, devem alegrar-se por Deus se dignar agir por meio dessas pessoas e em lugares que não pertencem ao rebanho do Senhor. Havemos de ter por amigos todos os que fazem o bem, ainda que em outras circunstâncias venham a falar mal de nós. Deus derrama a sua graça sobre bons e sobre maus! 

Quem não é contra nós é a nosso favor. Neste Evangelho, Jesus nos pede para termos boa convivência com as pessoas que estão em outras igrejas.

ATUALIZAÇÃO
Os discípulos ainda raciocinam com a lógica do mundo e têm dificuldade em libertar-se dos seus interesses egoístas, de grandeza e poder…
 a comunidade do Reino não pode ser arrogante, intolerante, fanática, que se arroga a posse exclusiva de Deus e das suas propostas. O verdadeiro discípulo não tem inveja do bem que outros fazem, não sente ciúmes se Deus atua através de outras pessoas, não pretende ter o monopólio da verdade nem ter o exclusivo de Jesus. O verdadeiro discípulo testemunha os valores do Reino e alegra-se com os sinais da presença de Deus em tantos irmãos com outros percursos religiosos, que lutam por um mundo mais justo.
Ao terminarmos a leitura do capítulo 9 de Marcos, podemos fazer um pequeno resumo de alguns temas: a fé dos discípulos é frágil, não é suficiente para expulsar demônios; os próprios discípulos têm a mania das grandezas, orgulhando-se diante daqueles que não pertencem ao grupo dos discípulos. Parece-lhes que só eles têm capacidade para realizar ações correspondentes aos ensinamentos de Jesus. Mas o Mestre mostra que a sua missão e os seus ensinamentos não podem ser encerrados atrás de portas ou muros. O Espírito Santo sopra onde quer. Fazer prodígios «em nome» de Jesus, é atuar com liberdade, acolhendo o amor, e em total dependência de Deus, que não exclui ninguém. Os discípulos não podem pretender um monopólio absoluto sobre Jesus. A Igreja deve estar aberta àqueles que não lhe pertencem expressamente, mas demonstram simpatia e benevolência em relação a ela. As exortações finais apresentam exatamente alguns princípios para a boa convivência comunitária.

É rico, não quem acumula muitos bens, mas quem é feliz, e quem sabe estar atento aos outros e às suas necessidades. Mas também é preciso estar atentos aos sentimentos com que damos algo aos irmãos carentes, às motivações com que o fazemos. Quando a nossa generosidade é movida pela caridade de Cristo, sentimo-nos impelidos a novas iniciativas e a ações que nunca antes pensamos poder fazer. E pode acontecer que também nos admiremos de ver outros capazes de gestos de amor ainda maiores que os nossos.
É então que nasce o verdadeiro sentido de comunidade, de encontro entre pessoas que, reunidas no amor oblativo, têm como dinamismo vital o Espírito Santo, que assim realiza a sua missão: «onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt 18, 29). 
O mesmo Espírito pode atuar por meio de pessoas que não pertencem à comunidade, ao nosso grupo. Jesus ensina-nos a sabedoria espiritual e a abertura do coração para enfrentarmos esses casos. João e os seus companheiros pensaram proibir a outros de fazerem o bem em nome do Senhor: «vimos alguém expulsar demónios em teu nome, alguém que não nos segue, e quisemos impedi-lo porque não nos segue» (v. 38). Também nós, cristãos do século XXI, podemos cair na tentação de não admitir que outros, que não são católicos como nós, façam o bem. Mas a Igreja assumiu, no Concílio Vaticano II, o ensinamento de Cristo, incitando-nos a alegrar-nos com todo o bem feito no mundo, ainda que não seja feito por nós (cf. GS). Não possuímos o monopólio do bem.
Não é fácil admitir que, pessoas que não estão de acordo conosco, possam fazer o bem. Mas Deus quer que o reconheçamos e nos alegremos com isso, porque «não há ninguém que faça um milagre em meu nome e vá logo dizer mal de mim», disse Jesus (Mt 9, 39). Uma boa ação leva a outra boa ação. Por isso, não a critiquemos, ainda que não estejamos de acordo com quem a faz.
Há que aprender a descobrir «os sinais da sua presença» (Cst. 28) também em homens que não são “dos nossos”. Pode até acontecer que os que nos parecem mais afastados sejam os mais próximos do Senhor. Assim aconteceu na vida de Jesus: Nicodemos e os judeus de Jerusalém são entusiastas dos sinais que Jesus realiza. Acreditam n´Ele e reconhecem-no como enviado de Deus. Mas não chegam à fé perfeita. E Jesus não Se fia neles, porque sabe o que há no coração do homem (cf. Jo 2, 23-25; 3, 1-10). Pelo contrário, chegam à fé os desprezados, os cismáticos samaritanos: «Este é, na verdade, o salvador do mundo» (Jo 4, 42) e mais ainda o pagão funcionário real, que acredita à palavra de Jesus: «Vai, o teu filho está salvo. Aquele homem acreditou na palavra de Jesus e pôs-se a caminho» (Jo 4, 50). O seu filho estava verdadeiramente curado: «Acreditou ele e toda a sua família» (Jo 4, 53).

Vigiemos para contentar Nosso Senhor, para alegrar o seu Coração, para nos lembrarmos d’ Ele que é nosso amigo, para o servirmos fiel e delicadamente. Vigiemos para salvarmos a nossa alma, à qual Nosso Senhor tanto quer. Vigiemos, se amamos Nosso Senhor, para conservarmos a sua presença na nossa alma e a nossa união com o seu divino Coração! A sua graça, a sua amizade, não são o mais precioso dos tesouros?
Não é estranho que os homens sejam tão zelosos e tão vigilantes pelos seus interesses temporais, para satisfazerem a sua avareza ou a sua ambição, e que o sejam tão pouco para adquirirem e para conservarem o mais precioso dos tesouros, a graça, a amizade de Nosso Senhor, a sua presença na sua alma.
Vigiai porque estais envolvidos de perigos: perigos do lado do demônio, perigos do lado das criaturas, perigos do lado das vossas paixões. Escutai S. Pedro, que tinha conhecido as graves consequências da falta de vigilância. «Meus irmãos, dizia, sede sóbrios e estai vigilantes, porque o vosso inimigo, o demônio, ronda como um leão para vos devorar. Resisti-lhe permanecendo firmes na fé (e na caridade)» (Pd 5) (Leão Dehon, OSP4, p. 496).
- Dehonianos
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Para a  Celebração da Palavra:
Ver abaixo

 LOUVOR - COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Senhor, nós vos louvamos e Vos bendizemos.
1- Senhor, nosso Deus, imensa é vossa sabedoria. Sabemos que soprais o vosso Espírito onde e quando queres. Muitas vezes vemos bons exemplos naqueles que não estão em nossa igreja, mas que sabem praticar a justiça e o amor, sendo exemplos para nós.
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.
2- Senhor, muitas vezes pensamos que só nós temos a verdade e com isso desprezamos os pequeninos em nossa comunidade. Pai, dai-nos mais humildade e sabedoria.
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.
3- Senhor, muitas vezes colocamos nossos interesses, acima dos vossos; nos apegamos com o ter, com a quantia de nossos bens, nos orgulhamos do nosso saber. Fazei-nos conscientes de que tudo o que temos sois vós que nos destes.
T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos.

4- Senhor, nosso Pai, muitas vezes não reconhecemos o valor do trabalho de nossos irmãos e só vemos o nosso esforço. Ajudai-nos a ver os valores no trabalho dos outros e tornai-nos agradecidos pelos dons que nos concedeis. T: Senhor, nós vos louvamos e vos bendizemos. 
à PAI NOSSO...  A Paz de Cristo...  CORDEIRO DE DEUS... 

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