quarta-feira, 16 de abril de 2014

Domingo de Páscoa ano 2014

Domingo de Páscoa 2014
(Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)

(Sinopse):
Tema:  “Deus o ressuscitou no terceiro dia!” A Ressurreição nos garante a vida em plenitude. Cristo é o exemplo concreto.
Primeira leitura: Pedro diz: Cristo “passou pelo mundo fazendo o bem” e Deus ressuscitou-O; sigamos seus passos.
Evangelho: Os discípulos vêem os sinais; encontram o sepulcro vazio e os panos.
Segunda leitura: Paulo diz; somos cidadãos ao alto. Valorizemos os ensinamentos de Deus e continuemos a caminhada até à transformação plena, após a morte.

6. PRIMEIRA LEITURA (At 10,34a.37-43) Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: “Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele. E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos. Todos os profetas dão testemunho dele: ‘Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados’”.
AMBIENTE
Os Atos dos Apóstolos aparece nos anos 80, começam a surgir “mestres”, com propostas estranhas. As comunidades necessitam de critérios claros para discernir a verdadeira doutrina de Jesus. Lucas apresenta a Palavra de Jesus, transmitida pelos apóstolos sob o impulso do Espírito Santo e propõe-nos o testemunho e a catequese de Pedro
MENSAGEM
Pedro anuncia Jesus como “o ungido”, que tem o poder de Deus, que “passou fazendo o bem, dá testemunho da morte na cruz e da ressurreição; finalmente, tira as suas conclusões: “quem acredita n’Ele recebe a remissão dos pecados”. Repare-se como a ressurreição de Jesus não é apresentada como um fato isolado, mas como o culminar de uma vida vivida de um determinado jeito. Depois de Jesus ter passado pelo mundo “fazendo o bem e libertando todos os que eram oprimidos”; depois de Ele ter morrido na cruz como consequência desse “caminho”, Deus ressuscitou-O. A transformação da realidade terrestre de Jesus, vivida na entrega e no dom, é uma proposta transformadora que, uma vez acolhida, liberta da escravidão do egoísmo e do pecado. É necessário que esta proposta de ressurreição, de vida plena, chegue a todos os homens.
ATUALIZAÇÃO
A ressurreição de Jesus é a consequência de uma vida gasta em “fazer o bem e a libertar os oprimidos”. Isso significa que, sempre que alguém se esforça por vencer o egoísmo, a mentira, a injustiça e por fazer triunfar o amor, está  ressuscitando.
A ressurreição de Jesus significa, também, que o medo, a morte, o sofrimento, a injustiça deixam de ter poder sobre o homem que ama, que se dá, que partilha a vida. Ele tem assegurado a vida plena, essa vida que os poderes deste mundo não podem atingir nem restringir. Ele pode, assim, enfrentar o mundo com a serenidade que lhe vem da fé.
♦ Aos discípulos pede-se que sejam as testemunhas da ressurreição. Temos de testemunhar essa realidade vivendo o amor.

11. EVANGELHO (Jo 20,1-9)   Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou. De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.
AMBIENTE – João apresenta o resultado da ação de Jesus: a comunidade de Homens Novos. Muitos se converteram e aderiram a Jesus e são convidados a manifestar a sua fé n’Ele.
MENSAGEM
 “No primeiro dia da semana”. Significa que começou um novo ciclo – o da nova criação, o da Páscoa definitiva. Aqui começa um novo tempo, o tempo do homem novo, que nasce a partir da doação de Jesus. Maria Madalena representa a nova comunidade que nasceu da ação criadora e vivificadora do Messias; essa nova comunidade, testemunha da cruz, acredita, inicialmente, que a morte triunfou e procura Jesus no sepulcro: é uma comunidade desorientada, desamparada, que ainda não conseguiu descobrir que a morte não venceu; mas, diante do sepulcro vazio, o verdadeiro discípulo descobre que Jesus está vivo. Para ilustrar esta dupla realidade, são-nos apresentadas duas figuras de discípulo que correm ao túmulo, mostrando a sua adesão a Jesus e o seu interesse pela notícia do túmulo vazio: Simão Pedro e um “outro discípulo”, que parece poder identificar-se com esse “discípulo amado” apresentado no Quarto Evangelho. João coloca estas duas figuras lado a lado em várias circunstâncias (na última ceia, é o discípulo amado que percebe quem está do lado de Jesus e quem O vai trair; na paixão, é ele que consegue estar perto de Jesus no pátio do sumo sacerdote, enquanto Pedro o trai; é ele que está junto da cruz quando Jesus morre; é ele quem reconhece Jesus ressuscitado nesse vulto que aparece aos discípulos no lago de Tiberíades. Nas outras vezes, o “discípulo amado” levou vantagem sobre Pedro. Aqui, isso irá acontecer outra vez: o “outro discípulo” correu mais e chegou ao túmulo primeiro que Pedro (o fato de se dizer que ele não entrou logo, pode querer significar a sua deferência e o seu amor, que resultam da sua sintonia com Jesus); e, depois de ver, “acreditou” (o mesmo não se diz de Pedro). Provavelmente, o autor do Quarto Evangelho quis descrever, através destas figuras, o impacto produzido nos discípulos pela morte de Jesus e as diferentes disposições existentes entre os membros da comunidade cristã. Em geral, Pedro representa, nos evangelhos, o discípulo obstinado, para quem a morte significa fracasso e que se recusa a aceitar que a vida nova passe pela humilhação da cruz (Jo 13,6-8.36-38; 18,16.17.18.25-27; cf. Mc 8,32-33; Mt 16,22-23); ao contrário, o “outro discípulo” é o discípulo amado”, que está sempre próximo de Jesus, que faz a experiência do amor de Jesus; por isso, corre ao seu encontro de forma mais decidida e “percebe” – porque só quem ama muito percebe certas coisas que passam despercebidas aos outros – que a morte não pôs fim à vida. Esse “outro discípulo” é, portanto, a imagem do discípulo ideal, que está em sintonia total com Jesus, que corre ao seu encontro com um total empenho, que compreende os sinais e que descobre (porque o amor leva à descoberta) que Jesus está vivo. Ele é o paradigma do “homem novo”, do homem recriado por Jesus. [Lázaro = Eleazar = o amado por Deus]
ATUALIZAÇÃO
♦A lógica humana vai na linha da figura representada por Pedro: o amor partilhado até à morte, o serviço simples e sem pretensões, a entrega da vida só conduzem ao fracasso e não são um caminho sólido e consistente para chegar ao êxito, ao triunfo, à glória; da cruz, do amor radical, da doação de si, não pode resultar vida plena.
♦A ressurreição de Jesus prova que a vida plena, a libertação plena, a transfiguração total da nossa realidade passa pelo amor que se dá  com radicalidade
♦Pela fé, esperança e no seguimento de Cristo, somos revestidos de Cristo, somos nova criatura: estamos a ressuscitar, até atingirmos a plenitude, a vida total. Aqui começa, pois, a nova humanidade.

8. SEGUNDA LEITURA (Cl 3,1-4) Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses.
Irmãos, se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.
AMBIENTE
Quando escreveu aos Colossenses, Paulo estava na prisão. Alguns doutores locais ensinavam doutrinas estranhas, práticas ascéticas, práticas legalistas, prescrições sobre os alimentos e observância de determinadas festas: tudo isso deveria (na opinião desses “mestres”) completar a fé em Cristo, e possibilitar uma vida religiosa mais autêntica. Contra este sincretismo religioso, Paulo afirma a absoluta suficiência de Cristo. Depois de apresentar a centralidade de Cristo no projeto salvador de Deus para os homens, Paulo assinala como fundamento da vida cristã a ressurreição e a união com Cristo.
MENSAGEM
Paulo apresenta como ponto de partida e base da vida cristã a união com Cristo ressuscitado, na qual o cristão é introduzido pelo Batismo. Ao ser batizado, o cristão morreu para o pecado e renasceu para uma vida nova, que terá a sua manifestação gloriosa quando ultrapassarmos, pela morte, as fronteiras da nossa finitude. Enquanto caminhamos ao encontro desse objetivo último, a nossa vida tem que tender para Cristo. Em concreto, isso implica despojarmo-nos do “homem velho” por uma conversão nunca acabada e revestirmo-nos cada dia mais profundamente da imagem de Cristo, de forma que nos identifiquemos com Ele pelo amor e pela entrega. No texto de Paulo, está bem presente a ideia de que temos que viver com os pés na terra, mas com a mente e o coração no céu: é lá que estão os bens eternos e a nossa meta definitiva (“afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra”).
ATUALIZAÇÃO
♦O Batismo introduz-nos numa dinâmica de comunhão com Cristo ressuscitado.
♦A minha vida tem sido na sequência de vida nova? Esforço-me realmente por me despojar do “homem velho”, egoísta e escravo do pecado, e por me revestir do “homem novo”, que se identifica com Cristo e que vive no amor, no serviço e na doação?

BILHETE DE EVANGELHO.
Jesus sabia que os homens têm necessidade de sinais para crer. Ele fez muitas vezes sinais curando os doentes, multiplicando os pães e ressuscitando os mortos! Aliás, é através de um sinal que Ele inicia a sua vida pública, em Caná da Galileia onde, o evangelista João diz: “manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele”. Ele deixa dois sinais às mulheres e aos discípulos que vieram prestar-lhe uma última homenagem: o túmulo vazio e o lençol. Diante de um sinal, somos livres de interpretar o significado. Face a uma prova, não somos livres, estamos diante de uma evidência. O ato de fé exprime-se em presença de sinais e não de provas. Assim, João vê estes sinais e acredita neles. Sem dúvida porque se recorda das palavras do Mestre anunciando a sua morte e a sua ressurreição. Os seus olhos viram, os seus olhos da fé acreditaram. Então, como os discípulos em Emaús, ele não tem mais necessidade de ver Jesus de Nazaré com quem ele comeu e bebeu: ele reconhecia o Ressuscitado através dos sinais.
À ESCUTA DA PALAVRA.
a Ressurreição é a pedra angular da nossa fé porque, como o discípulo que Jesus amava, somos convidados a entrar no túmulo, a fazer primeiro a experiência do vazio, para podermos ir mais longe e, como Ele, “ver e crer”. Podemos apoiar-nos no testemunho das mulheres e dos discípulos. Eles não inventaram uma bela história. Podemos ter confiança neles. Mas eles também tiveram que acreditar! É na sua fé que enraizamos a nossa fé. Páscoa torna-se, então, nossa alegria!
Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho.

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Homilia de D. Henrique Soares

Hoje é o dia mais solene do ano: é a Páscoa!

Aquele que vimos envolto em sangue, tomado pelas dores da morte na Sexta-feira, Aquele que velamos respeitosamente no silêncio da morte no Sábado, agora proclamamo-lo Ressuscitado, Vivo, Vitorioso!
Hoje pela manhã, “quando ainda estava escuro”, nossas irmãs foram ao túmulo e encontraram-no aberto e vazio! Elas correram apavoradas: foram contar ao nosso líder, Simão Pedro. Ele foi também ao túmulo com o outro discípulo, aquele que Jesus amava: viram as faixas de linho no chão… O túmulo estava vazio… O que acontecera? Roubaram o corpo? Os judeus levaram-no? Que houve? Que ocorrera?

Na tarde de hoje, dois outros irmãos nossos estavam voltando para Emaús, sem esperança nenhuma: voltavam para sua vida de cada dia… estavam deixando a Comunidade dos discípulos, a Igreja que ia nascer: Jesus morrera, tudo acabara, a esperança fora embora… Mas, um Desconhecido começou a caminhar com eles, e lhes falava sobre tudo quanto a Escritura havia predito a respeito do Messias: sua pregação, suas dores, sua derrota, sua morte, sua vitória final… E o coração daqueles dois começou a encher-se de nova esperança, a arder de alegria! Eles, agora, começavam a compreender: tudo quanto havia acontecido com Jesus não fora simplesmente um cego absurdo, uma loucura, um sinal de maldição! Tudo fazia parte de um incrível projeto de amor do Pai: “Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” E, o que é mais impressionante: ao sentarem-se à mesa, o Desconhecido tomou a iniciativa, não esperou o dono da casa: pegou o pão e deu graças, partiu-o…. Coisa impressionante, irmãos: os olhos daqueles dois se abriram, e eles o reconheceram: era Jesus! Jesus vivo! Jesus reconhecido nas Escrituras e no partir o pão! Como mais uma vez, acontecerá agora, nesta Missa! Os dois voltaram, imediatamente a Jerusalém e, lá, a alegria foi maior ainda: os apóstolos confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão Pedro!”

Irmãos, por esta fé nós vivemos, por esta fé somos cristãos, por esta fé empenhamos a vida toda! Neste Dia santíssimo, Jesus entrou na glória do Pai. Nós continuamos aqui; ele já não mais está preso a dia algum, a tempo algum, a limitação alguma: ele entrou na eternidade de Deus, na plenitude do seu Deus e Pai! Irmãos, escutai: a Morte, hoje, foi vencida! Jesus abriu o caminho, Jesus atravessou o tenebroso e doloroso mar da Morte, Jesus entrou no Pai! Jesus “passou”, fez sua Páscoa!
Mas, não só: ele fez isso por nós, por cada um de nós: “Vou preparar-vos um lugar… a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também” (Jo 14,2-3). Ele, que morrera da nossa Morte, tem agora o poder de nos dar a sua vitória. Para isso, irmãos, ele nos deu, no Batismo, o seu Espírito de ressurreição, o mesmo no qual o Pai o ressuscitou na madrugada de hoje!
Irmãos, eis a Páscoa de Cristo e nossa! Na certeza desta vida nova, renovemos nossa própria vida! “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos para alcançar as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus!” Vivamos uma vida nova em Cristo! Crer na sua ressurreição, viver sua vida de ressuscitado é, já agora, viver numa perspectiva nova, viver com o olhar a partir da Eternidade. São Paulo nos diz, para a Festa de hoje:“Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Celebremos a Festa, não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade ou da perversidade, mas com os pães sem fermento de pureza e de verdade”. É o pão sem fermento, pão ázimo, da Eucaristia que vamos comer daqui a pouco; pão que é o próprio Cordeiro imolado, Cordeiro pascal, Cordeiro que tira o pecado do mundo! Nós vamos entrar em comunhão com ele, vivo e vencedor!

Irmãos, Irmãs!
Pelo dia de hoje, não mais tenhamos medo do pecado, da maldade e da morte!
Pela festa deste hoje bendito, abramos nosso coração a Deus e aos irmãos!
Pela Páscoa que estamos celebrando, perdoemo-nos, acolhamo-nos e demo-nos a paz!

Terminemos com as comoventes palavras da Liturgia Bizantina:
Dia da Ressurreição,
resplandeçamos, ó povos!
Páscoa do Senhor! Páscoa!
Cristo Deus nos fez passar da morte à vida, da terra ao céu, entoando o hino de sua vitória! Purifiquemos os sentidos e veremos a Luz inacessível da Ressurreição a Cristo resplandecente que diz: Alegrai-vos!
Exultem os céus e a terra. Exulte o universo inteiro, visível e invisível: Cristo ressuscitou. Alegria eterna!
Exultem os céus e exulte a terra, faça festa todo o universo visível e invisível. Alegria eterna,
porque Cristo ressuscitou!
Dia da Ressurreição, resplandeçamos, ó povos: Cristo ressuscitou dentre os mortos, ferindo com sua morte a  rópria morte e dando a vida aos mortos em seus túmulos. Ressurgindo do túmulo, como havia predito Jesus nos deu a vida eterna e a grande misericórdia!
Este é o Dia que o Senhor fez: seja ele nossa alegria e nosso gozo! Páscoa dulcíssima, Páscoa do Senhor, Páscoa!
Uma Páscoa santíssima nos amanheceu.
Páscoa! Plenos de gozo, abracemo-nos todos! Ó Páscoa, que dissipas toda tristeza! É o Dia da Ressurreição!
Irradiemos alegria por tal Festa, abracemo-nos mutuamente e chamemos de irmãos até àqueles que nos odeiam;
perdoemos-lhes tudo por causa da Ressurreição, e gritemos sem cessar dizendo: Cristo ressuscitou dentre os mortos, ferindo a morte com a sua morte e dando a vida aos mortos em seus túmulos!
Amados Irmãos, queridas Irmãs, Surrexit Dominus vere! O Senhor ressuscitou verdadeiramente! Aleluia! Feliz Páscoa!   -  D. Henrique Soares da Costa
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A Vida venceu a Morte

A Aurora radiante do domingo de Páscoa é a imagem de Cristo Triunfante que, ao sair do sepulcro, ilumina uma nova e eterna criação. Jesus não permaneceu no sepulcro.Ele ressuscitou dos mortos e está vivo no meio de nós.
Não devemos procurar entre os mortos Aquele que está vivo. 

Hoje a VIDA se manifesta na sua plenitude, vitoriosa sobre a morte, para que todos tenham vida e muita vida.

As primeiras leituras apresentam o testemunho do Cristo Ressuscitado realizado por Pedro e Paulo, duas colunas da Igreja, sobre as quais se funda a fé da Igreja de todos os tempos.

Na 1ª leitura temos o Testemunho de Pedro. (At 10,30a.37-43)
Convocado pelo Espírito, Pedro entra em casa de Cornélio, em Cesaréia, expõe-lhe o essencial da fé e batiza-o, bem como a toda a sua família.

O episódio é importante por dois motivos:
- Cornélio é o primeiro pagão admitido ao cristianismo por um dos Doze.   Significa que a vida nova que nasce de Jesus é para todos os homens.
- O texto é uma composição do "kerigma" primitivo:

Kerigma : É o anúncio essencial da fé, o resumo da mensagem cristã, que leva a aceitação do Cristo e da sua mensagem, através do Batismo:
* Pedro começa por anunciar Jesus como "o ungido", que tem o poder de Deus;
* depois, descreve a atividade de Jesus, que "passou fazendo o bem e curando  todos os que eram oprimidos";
* em seguida, dá testemunho da morte de Jesus na cruz e da sua ressurreição;
* finalmente, Pedro tira as conclusões acerca da dimensão salvífica de tudo isto: "quem acredita nele, recebe, pelo seu nome, a remissão dos pecados".

A verdade da Ressurreição é o núcleo central e fundamental da pregação apostólica sobre a obra redentora de Jesus. E os discípulos devem se identificar Jesus e ser testemunhas de tudo isto, para que essa proposta possa atingir todos os povos. 

A 2ª leitura dá o Testemunho de São Paulo: (Cl 3,1-4)
O Batismo nos põe em comunhão com Cristo ressuscitado. Disso resulta um conjunto de exigências práticas, que ele enumera a seguir. A Vitória da vida se manifesta em nós através das obras.

O Evangelho descreve a atitude da Comunidade cristã diante da Ressurreição, "no primeiro dia da semana". (Jo 20,1-9)

1) MARIA MADALENA é a primeira a dirigir-se ao túmulo de Jesus. Apesar de já ser madrugada, ainda é "escuro". As trevas da dor, da separação  e da saudade ofuscam os olhos da esperança no alvorecer de um novo dia.
Mas a pedra está retirada, o túmulo vazio... Confusa retorna correndo para relatar o fato a Pedro e João.

Ela representa a nova comunidade que acredita, inicialmente, que a morte triunfou e vai procurar Jesus morto no sepulcro: é uma comunidade perdida, desorientada, insegura, desamparada, que ainda não assimilou a morte de Jesus.
Mas, diante do sepulcro vazio, descobre que a morte não venceu e que Jesus continua vivo.


2) PEDRO representa, nos Evangelhos, "o Discípulo obstinado" , para quem a morte significa fracasso e que se recusa a aceitar que a vida nova passa pela humilhação da Cruz.

3) JOÃO representa "o Discípulo ideal": que está em sintonia total com Jesus, que corre ao seu encontro de forma mais decidida, que compreende os sinais: "Entrou, viu e creu". Ele é o modelo do Homem Novo, do homem recriado por Jesus.

* Os dois discípulos correm ao túmulo de Jesus na manhã de Páscoa. Nota-se o impacto produzido nos discípulos pela morte de Jesus e as diferentes disposições existentes entre os membros da comunidade cristã.

+ A Páscoa é uma PASSAGEM da Morte para a Vida.
   E quantos "Sinais de Morte" nós vemos ainda hoje no mundo: - Abortos, drogas, bebidas, tentativas de suicídios... - Violência... Fome... doença... analfabetismo... desemprego..
- Quantos galhos secos, sem folhas e sem frutos:
     - secos espiritualmente: em pecado... separados de Cristo...
     - secos comunitariamente: acomodados, não atuantes...     
à Quais são os nossos sinais de Morte ?
     Aquilo que deve morrer dentro de nós... para ressuscitar  uma vida nova com mais alegria e mais esperança ?

+ Deus quer a Vitória da Vida...
   A festa da Ressurreição renova a fé em Cristo vencedor da morte.
   A vida recebe na ressurreição de Jesus a semente da eternidade.
   Ser Cristão é ser protagonista da Ressurreição  nos pequenos gestos de cada dia.
   Todo aquele que defende a vida e ama os irmãos  trabalha para a construção de um mundo melhor...

+ Cada missa, um reviver da Páscoa...  motivando-nos para abandonar os caminhos de morte e
    "escolher" os caminhos da vida...

                                         Pe. Antônio Geraldo

  
PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:


LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
à COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Bendito sejais ó Deus da vida!
à Pai, nós Vos damos graças pelo grande mistério da Páscoa. Nós Vos louvamos e Vos bendizemos pelo vosso Filho Jesus, que os homens levaram à morte, mas que Vós ressuscitastes ao terceiro dia. Pai, que todos os batizados testemunhem que Jesus está vivo.
T: Bendito sejais ó Deus da vida!
à Ressuscitados com Cristo, nós Vos louvamos, Pai, pelo Cordeiro pascal, vosso Filho, que renova a nossa vida e a torna cheia de luz e  esperança.
T: Bendito sejais ó Deus da vida!
à Deus nosso Pai, nós Vos damos graças pela Ressurreição: a força do teu Espírito abriu o túmulo, o vosso Filho levantou-se na luz deste dia eterno de Páscoa. Nós Te pedimos: abri os olhos do nosso coração, como fizeste ao discípulo que viu e acreditou, abri os nossos espíritos à compreensão das Escrituras.
T: Bendito sejais ó Deus da vida!
à Pai nosso...  A Paz...   Eis o Cordeiro...


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