terça-feira, 9 de dezembro de 2014

3º DOMINGO DO ADVENTO ANO B

Sinopse: 3º DOMINGO DO ADVENTO ANO B

Tema: “Aplainai o caminho do Senhor.” “Deus vem para a alegria dos pobres”
Na primeira leitura; “profeta”  anuncia um tempo novo, de vida plena e de felicidade sem fim, que Deus vai oferecer aos “pobres”.
O Evangelho: João Batista diz que Jesus é a luz do mundo e foi enviado pelo Pai.
Na segunda leitura: Na espera, que sejam comunidade “santa”, alegres, em atitude de louvor e de adoração, abertos aos dons do Espírito e aos desafios de Deus.

LEITURA I – Is 61,1-2a.10-11
...
me enviou a anunciar a boa nova aos pobres, a curar os corações atribulados, a proclamar a redenção aos cativos e a liberdade aos  prisioneiros, a promulgar o ano da graça do Senhor. ...
AMBIENTE - Trito-Isaías posterior ao Exílio. O Povo está desanimado e sem esperança. 
MENSAGEM -. O anúncio do “ano da graça” alude aos cinqüenta em cinqüenta anos –destinados a restaurar a situação original de justiça, a libertação dos escravos, o perdão das dívidas e a restituição dos bens e propriedades alienados.
Os pobres são os preferidos de Deus e o objeto de uma especial proteção e ternura de Deus. Maltratada e oprimida pelos poderosos, mas que se entrega com fé, humildade e confiança nas mãos de Deus e que Deus ama de forma especial.
ATUALIZAÇÃO • Deus ama cada “pobre” explorado e injustiçado e que dá aos pequenos a força para vencer a miséria, as forças da opressão e da morte.
• Como é que Deus atua no mundo? Cada crente é um profeta, chamado a ser testemunha de Deus e sinal vivo do seu amor, da sua justiça e da sua paz.

ààààà--<>--ààà
EVANGELHO - Jo 1,6-8.19-28
João; Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. «És o Profeta?». Ele respondeu: «Não»: «Eu sou a voz do que clama no deserto: ‘Endireitai o caminho do Senhor’ ».: «Eu batizo em água, mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias».
AMBIENTE - sobressai a figura de João Baptista, o “apresentador” oficial de Jesus. O Povo de Deus vivia na expectativa da chegada do Messias libertador, enviado por Deus para inaugurar uma nova era de liberdade, de alegria, de felicidade. Muitos falsos messias e vendedores de sonhos. A hierarquia religiosa judaica não gostava de ouvir falar na chegada do Messias. De fato, um dos objetivos do Messias,  deveria ser a reforma das instituições da hierarquia religiosa judaica, considerada indigna. Não admira, pois, que as autoridades se inquietassem diante da atividade de João.

MENSAGEM - João é “um homem” e foi “enviado por Deus”. O agente principal nesta história é, naturalmente, Deus: é Deus que escolhe esse homem e o envia ao mundo com uma missão concreta. É, habitualmente, esse o “método” de Deus: chama homens, confia-lhes uma missão e, através deles, intervém no mundo. A missão de João é “dar testemunho da luz”. A “luz”, no Quarto Evangelho, representa essa realidade que vem de Deus e com a qual Deus se propõe construir para os homens um mundo novo de vida definitiva e de felicidade total. João não atua por sua própria iniciativa, mas em resposta à escolha divina e para concretizar uma missão que Deus lhe confiou.
João é apenas “a testemunha” que vem preparar os homens para acolher esse que vai chegar e que será “a luz/vida”.: “quem és tu?”. João descarta a hipótese de ser o Messias. Também não aceita identificar-se com Elias, Tampouco aceita assumir o título de “o profeta”. Na verdade, João não aceita que lhe atribuam nenhuma função que possa centrar a atenção na sua própria pessoa. Ele não busca a sua glória ou a sua afirmação, nem vem em seu próprio nome; a sua missão é meramente dar testemunho da “luz”; “Eu sou uma voz”. … A “voz” não tem rosto, é anônima e passa despercebida; o importante é o conteúdo da mensagem. É isso que João é: uma “voz” através da qual Deus passa aos homens uma mensagem. É à mensagem e não à “voz” que os homens devem dar atenção.
a “voz” é: “endireitai o caminho do Senhor”. … Se João não reivindica nenhum dos títulos tradicionais – “Messias”, “Elias”, “o profeta” – a que título é que ele batiza?
O batismo ou imersão na água era um símbolo relativamente freqüente no judaísmo. Era usado como rito de purificação (por exemplo, para um enfermo curado da sua doença – cf. Lev 14,8) ou para significar a mudança de estado de vida (de escravidão a uma situação de liberdade; o abandono das práticas pagãs e a adesão ao judaísmo). O batismo de João significava a ruptura com a vida das trevas e o desejo de aderir a uma nova vida. um primeiro passo para acolher “a luz”. Ele prefere desvalorizar o seu batismo com água e apontar para “aquele” que vem e a quem João não é digno “de desatar as correias das sandálias”. Esse é que é “a luz” que vai libertar o homem da escuridão, da cegueira, da mentira, do egoísmo, do pecado. É como se João dissesse: “não vos preocupeis com o batismo com água que eu administro, pois ele é, apenas, um símbolo de transformação e de adesão a uma nova realidade; mas olhai antes para essa nova realidade que já está no meio de vós e que o Messias vos vai oferecer. É o batismo do Messias (o batismo no Espírito) que transformará totalmente os corações dos homens, os fará livres e lhes dará a vida definitiva. Esse que vem batizar no Espírito já está presente, a fim de iniciar a sua obra libertadora. Procurai conhecê-lo – isto é, escutá-lo e acolher a sua proposta de vida e de libertação”.

ATUALIZAÇÃO • A “voz”, através da qual Deus fala, convida-nos a endireitar “o caminho do Senhor”. Um convite a deixar “as trevas” e a nascer para “a luz”. Implica abandonar a mentira, o egoísmo, a injustiça, a violência, o comodismo, a autossuficiência, tudo o que nos torna escravos e nos impede de chegar à verdadeira felicidade.

• A “voz”, através da qual Deus fala, convida-nos a olhar para Jesus, pois só Ele é “a luz” e só Ele tem uma proposta de vida verdadeira para apresentar aos homens. À nossa volta abundam os “vendedores de sonhos”, com propostas de felicidade “absolutamente garantida”. Atraem-nos, seduzem-nos, manipulam-nos, escravizam-nos e, quase sempre, deixam-nos decepcionados e infelizes. João garante-nos: só Jesus é “a luz” que liberta os homens da escravidão e das trevas e lhes oferece a vida verdadeira e definitiva.

• João convida-nos a pensar sobre a forma de Deus atuar na história. Deus chama e a quem confia determinada missão, missão de dar testemunho da “luz” e de tornar presente a proposta libertadora de Jesus.
• João não busca a satisfação de interesses egoístas; ele é apenas uma “voz” anônima, de forma a que as pessoas não o vejam a ele mas às realidades importantes que ele propõe.
• A atitude dos fariseus instalados no seu comodismo e nos seus privilégios, impede-os de “conhecer” “a luz” que está a chegar: quando nos instalamos no nosso comodismo, no nosso bem-estar, na nossa autossuficiência, fechamos o coração à novidade e aos desafios que Deus nos faz… Dessa forma, não reconhecemos Jesus quando Ele vem ao nosso encontro e não O deixamos entrar na nossa vida.

LEITURA II – 1 Tes 5,16-24
Irmãos: Vivei sempre alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias. Avaliai tudo, conservando o que for bom. ...É fiel Aquele que vos chama e cumprirá as suas promessas.
AMBIENTE - um convite veemente a esperar, vigilantes, esse momento final.
MENSAGEM - vivam alegres e em oração de ação de graças. Horizonte de vida eterna que Deus lhe reserva. Uma comunidade louva o seu Senhor e está atenta para discernir e aceitar os dons do Espírito – é uma comunidade “santa” e irrepreensível.
ATUALIZAÇÃO • A existência cristã mergulhada na alegria e na tristeza, não pode perder de vista essa meta final. Na atenção e na vigilância, coerência aos compromissos assumidos no dia do Batismo e na fidelidade às propostas de Deus.
• O cristão é alegre. Nem os sofrimentos, nem as dificuldades, podem eliminar essa alegria serena de quem confia no encontro com o Senhor.
• O crente é alguém que “ora sem cessar” e “dá graças em todas as circunstâncias” pelos dons de Deus, pela sua presença amorosa, pela salvação que Deus não cessa de oferecer em cada passo da caminhada.






 =============--------------=============





lII Domingo do Advento - A vela dos pastores: a alegria. (vela rosa)

As duas primeiras velas já devem estar acesas na Coroa

Segue-se tudo normal até a saudação inicial feita pelo presidente da
celebração: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo......

Antes do Ato penitencial segue-se o rito para acender a terceira vela
Animador: Hoje é o terceiro Domingo do Advento, o Domingo do "Alegrai-vos",
o domingo da alegria pela próxima vinda do Salvador, na celebração de sua primeira vinda ao nascer em Belém. Vamos acender a vela dos pastores. Foram eles os primeiros a receberem a notícia do nascimento de Deus entre os homens, notícia que os encheu de alegria.

(Alguém entra com uma vela acesa e acende a vela rosa da Coroa do Advento. Nesse
momento pode-se cantar um canto que fale de esperança ou apenas dedilhar o violão).


Oração
Pres. Ó Deus da alegria, quisestes ser o Emanuel, o Deus conosco em vosso
Filho Jesus Cristo. O vosso anjo anunciou aos pastores: "Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor". Vigiando no campo e cuidando das ovelhas os pastores estavam atentos aos vossos sinais de Salvação. Tendo encontrado o Menino voltaram glorificando a vós pelas maravilhas que realizastes, enviando-nos vosso Filho. Fazei que, a exemplo dos pastores, ouçamos a boa-nova da manifestação da alegria e da felicidade que Jesus, o vosso Filho amado, nos trouxe. Que possamos todos ser causa de alegria e de felicidade para os que procuram a paz e a felicidade, ser luz e aconchego para os pobres e sofredores. Por Cristo, nosso Senhor.
T. Amém.



 ===========----------------------------=====
  

 3º DOMINGO DO ADVENTO ANO B

Tema: “Aplainai o caminho do Senhor.” “Deus vem para a alegria dos pobres.
Na primeira leitura: A missão deste “profeta” (trito-Isaías) é anunciar um tempo novo, de vida plena e de felicidade sem fim, que Deus vai oferecer aos “pobres”, humildes e pequeninos.
O Evangelho: O Profeta João Baptista, é a “voz” que prepara os homens para acolher Jesus, a “luz” do mundo, “aquele” que o Pai enviou com uma proposta de vida definitiva e de liberdade plena.
Na segunda leitura: Paulo explica aos cristãos a atitude que é preciso assumir enquanto se espera o Senhor que vem… Paulo pede-lhes que sejam uma comunidade “santa” e irrepreensível, isto é, que vivam alegres, em atitude de louvor e de adoração, abertos aos dons do Espírito e aos desafios de Deus.

5. PRIMEIRA LEITURA (Is 61,1-2a.10-11) Leitura do Livro do Profeta Isaías.
O espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos; para proclamar o tempo da graça do Senhor. Exulto de alegria no Senhor e minh’alma regozija-se em meu Deus; ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como um noivo com sua coroa ou uma noiva com suas jóias. Assim como a terra faz brotar a planta e o jardim faz germinar a semente, assim o Senhor Deus fará germinar a justiça e a sua glória diante de todas as nações.

AMBIENTE – É um texto do Trito-Isaías (capítulos 56-66). Os textos são da época posterior ao Exílio e numa Jerusalém em reconstrução. Para os retornados do Exílio, são tempos difíceis e incertos… A população da cidade é pouco numerosa, a reconstrução é lenta e modesta, os inimigos estão à espreita. Aos poucos, com a reorganização da vida na cidade, voltam as injustiças dos poderosos sobre os fracos e os pobres, bem como a corrupção, e a prepotência dos chefes. O Povo está desanimado e sem esperança.
Os profetas que desenvolvem a sua missão nesta fase vão tentar acordar a esperança num futuro de vida plena e de salvação definitiva. Nesse sentido, vão falar de uma época em que Deus vai voltar a residir em Jerusalém, oferecendo em cada dia ao seu Povo a vida e a salvação. Essa “salvação” implicará, não só a reconstrução de Jerusalém e a restauração das glórias passadas, mas também a libertação dos pobres, dos oprimidos, dos fracos, dos marginalizados.

MENSAGEM O profeta apresenta-se como o “ungido” do Senhor, sobre quem repousa o Espírito; e é o mesmo Espírito que o move e o impele para a missão – como acontecia com os juízes e os antigos profetas (cf. Nm 11,25-26; 24,2).
Em concreto, a missão do profeta consiste em anunciar uma “boa notícia” (“evangelho”), em curar os corações feridos, em proclamar a libertação aos prisioneiros, em promulgar “o ano da graça do Senhor”. O anúncio do “ano da graça” alude aos anos jubilares (celebrados de cinqüenta em cinqüenta anos – cf. Lev 25,10-17) e aos anos sabáticos (celebrados de sete em sete anos). De acordo com a Lei de Deus, eram anos destinados a restaurar a situação original de justiça e implicavam, por isso, a libertação dos escravos (cf. Ex 21,2; Dt 15,12), o perdão das dívidas (cf. Dt 15,1) e a restituição dos bens e propriedades alienados durante esse período.
Os destinatários dessa mensagem de esperança são os “pobres”. A categoria “pobres”, no contexto bíblico, é menos uma categoria sociológica e mais uma categoria espiritual… Os pobres são os carentes de bens, de dignidade, de liberdade e de direitos, mas que pela sua especial situação de miséria e de necessidade são considerados os preferidos de Deus e o objeto de uma especial proteção e ternura de Deus. Por isso, são olhados com simpatia, são retratados como pessoas pacíficas, humildes, simples, piedosas, cheias de “temor de Deus” (isto é, que se colocam diante de Jahwéh com serena confiança, em total obediência e entrega). Representam essa parte do Povo de Deus frequentemente maltratada e oprimida pelos poderosos, mas que se entrega com fé, humildade e confiança nas mãos de Deus e que Deus ama de forma especial.

ATUALIZAÇÃO • Neste trecho do Trito-Isaías afirma-se, de forma clara, a existência de um projeto de salvação que Deus tem para oferecer ao seu Povo, especialmente aos pobres – isto é, a todos aqueles que vivem numa situação intolerável de carência de bens, de dignidade, de liberdade, de justiça, de vida. O profeta garante-lhes que Deus os ama, que não os abandona à sua miséria e sofrimento e que tem um projeto de vida, de alegria, de felicidade para propor a cada homem ou a cada mulher que a vida magoou. Esta “boa notícia” deve encher de esperança todos aqueles que não têm acesso aos bens essenciais (educação, saúde, trabalho, justiça, amor), que não têm vez nem voz, que são injustiçados e explorados, que são mastigados e digeridos por um sistema econômico que gera exclusão, alienação e miséria. O Deus em quem acreditamos não é um Deus indiferente, que pactua com o racismo, a exclusão, a violência, a exploração, o terrorismo, o imperialismo, a prepotência; mas é um Deus que ama cada “pobre” explorado e injustiçado, que está ao lado dos que sofrem e que dá aos pequenos, aos marginalizados, aos excluídos a força para vencer o desânimo, a miséria, as forças da opressão e da morte.

• Como é que Deus atua no mundo? Cada crente é um profeta, chamado a ser testemunha de Deus e sinal vivo do seu amor, da sua justiça e da sua paz.

6. SALMO RESPONSORIAL / Ct de Lc 1
A minh’alma se alegra no meu Deus

• A minha alma engrandece o Senhor, / e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador, /
pois ele viu a pequenez de sua serva; / desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita.
• O Poderoso fez por mim maravilhas. / E Santo é o seu nome! /  
Seu amor, de geração em geração, / chega a todos os que o respeitam.
• De bens saciou os famintos / e despediu os ricos sem nada. /
Acolheu Israel, seu servidor, / fiel ao seu amor.

9. EVANGELHO (Jo 1,6-8.19-28) Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Este foi o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar: “Quem és tu?” João confessou e não negou. Confessou: “Eu não sou o Messias”. Eles perguntaram: “Quem és, então? És tu Elias?” João respondeu: “Não sou”. Eles perguntaram: “’És o Profeta?” Ele respondeu: “Não”. Perguntaram então: Quem és, afinal? Temos que levar uma resposta para aqueles que nos enviaram. O que dizes de ti mesmo?” João declarou: “Eu sou a voz que grita no deserto: “Aplainai o caminho do Senhor” - conforme disse o profeta Isaías. Ora, os que tinham sido enviados pertenciam aos fariseus e perguntaram: “Por que então andas batizando, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?” João respondeu: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias”. Isso aconteceu em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.

AMBIENTE - João Baptista é o “apresentador” oficial de Jesus. Hoje ele apresenta o primeiro testemunho sobre Jesus, diante dos enviados das autoridades judaicas.
Para percebermos o alcance do diálogo entre João e os líderes judaicos, é preciso ter em conta o ambiente político, social e religioso da Palestina do século I. Dominado pelos romanos, explorado por uma classe dirigente comodamente instalada nos seus privilégios, escravizado por um sistema religioso ritual e legalista, o Povo de Deus vivia na expectativa da chegada do Messias libertador, enviado por Deus para inaugurar uma nova era de liberdade, de alegria, de felicidade. Muitos israelitas estavam dispostos a aproveitar qualquer oportunidade de libertação e eram presa fácil dos falsos messias e dos vendedores de sonhos. A hierarquia religiosa judaica não gostava de ouvir falar na chegada do Messias. De fato, um dos objetivos do Messias,  deveria ser a reforma das instituições da hierarquia religiosa judaica, considerada indigna. Não admira, pois, que as autoridades se inquietassem diante da atividade de João.

MENSAGEM – De João se diz: é “um homem” e que foi “enviado por Deus”. O agente principal nesta história é, naturalmente, Deus: é Deus que escolhe esse homem e o envia ao mundo com uma missão concreta. É, habitualmente, esse o “método” de Deus: chama homens, confia-lhes uma missão e, através deles, intervém no mundo. A missão de João é “dar testemunho da luz”. A “luz”, no Quarto Evangelho, representa essa realidade que vem de Deus e com a qual Deus se propõe construir para os homens um mundo novo de vida definitiva e de felicidade total. João não atua por sua própria iniciativa, mas em resposta à escolha divina e para concretizar uma missão que Deus lhe confiou. Por outro lado, embora enviado por Deus, João não é “a luz” – isto é, ele não tem a capacidade de eliminar as trevas que escurecem a vida dos homens, porque não tem a capacidade de dar vida aos homens. João é apenas “a testemunha” que vem preparar os homens para acolher esse que vai chegar e que será “a luz/vida”.
Na segunda parte do nosso texto (vers. 19-28), temos o “testemunho” de João. A cena coloca-nos diante de uma comissão oficial, enviada de Jerusalém para investigar João e constituída por sacerdotes e levitas (encarregados, entre outras coisas, de vigiar a ortodoxia e a fidelidade à ordem religiosa judaica). A comissão investigadora começa por interrogar João com uma pergunta aparentemente inócua: “quem és tu?”. Os interrogadores não tomam posição. Limitam-se a esperar que o próprio João declare a sua posição e as suas intenções. João descarta totalmente a hipótese de ser o Messias. Também não aceita identificar-se com Elias (de acordo com Mal 3,22-23, Elias devia vir preparar o “dia de Jahwéh” – que, no século I era o dia da vinda do Messias libertador, enviado por Deus para construir um mundo novo). Tampouco aceita assumir o título de “o profeta” (este título parece aludir a Dt 18,15 e significava, na época de Jesus, um “segundo Moisés” que deveria aparecer nos últimos tempos). Na verdade, João não aceita que lhe atribuam nenhuma função que possa centrar a atenção na sua própria pessoa. As suas três respostas são rotundas negativas. Ele não busca a sua glória ou a sua afirmação, nem vem em seu próprio nome; a sua missão é meramente dar testemunho da “luz”.
Eu sou uma voz”. “Voz” é um termo relacional que supõe ouvintes a quem é comunicada uma mensagem… A “voz” não tem rosto, é anônima e passa despercebida; o importante é o conteúdo da mensagem. É isso que João é: uma “voz” através da qual Deus passa aos homens uma mensagem. É à mensagem e não à “voz” que os homens devem dar atenção.
A mensagem que a “voz” veicula é: “endireitai o caminho do Senhor”. A expressão é tomada de Is 40,3, numa versão livre. Em Isaías, a expressão é usada no contexto da intervenção salvadora de Deus para fazer regressar à Terra da Liberdade os judeus cativos na Babilônia. Pedia que o Povo instalado e acomodado, desanimado e frustrado fizesse um esforço para acolher os desafios de Deus e aceitasse pôr-se a caminho com Deus em direção a um futuro novo de vida e de esperança. É essa mesma realidade que João é chamado a acordar no coração do seu Povo.
As respostas negativas de João desconcertam a comissão… Se João não reivindica nenhum dos títulos tradicionais – “Messias”, “Elias”, “o profeta” – a que título é que ele batiza?
O batismo ou imersão na água era um símbolo relativamente freqüente no judaísmo. Era usado como rito de purificação (por exemplo, para um enfermo curado da sua doença – cf. Lev 14,8) ou para significar a mudança de estado de vida (podia significar, por exemplo, a passagem de uma situação de escravidão a uma situação de liberdade; para os prosélitos, significava o abandono das práticas e crenças pagãs e a adesão ao judaísmo). O batismo de João significava, provavelmente, a ruptura com a vida das trevas e o desejo de aderir a uma nova vida. Para João seria, apenas, um primeiro passo para acolher “a luz”.
João evita responder diretamente à objeção que os fariseus lhe colocam. Ele prefere desvalorizar o seu batismo com água e apontar para “aquele” que vem e a quem João não é digno “de desatar as correias das sandálias”. Esse é que é “a luz” que vai libertar o homem da escuridão, da cegueira, da mentira, do egoísmo, do pecado. É como se João dissesse: “não vos preocupeis com o batismo com água que eu administro, pois ele é, apenas, um símbolo de transformação e de adesão a uma nova realidade; mas olhai antes para essa nova realidade que já está no meio de vós e que o Messias vos vai oferecer. É o batismo do Messias (o batismo no Espírito) que transformará totalmente os corações dos homens, os fará livres e lhes dará a vida definitiva. Esse que vem batizar no Espírito já está presente, a fim de iniciar a sua obra libertadora. Procurai conhecê-lo – isto é, escutá-lo e acolher a sua proposta de vida e de libertação”.
A indicação de que os líderes não “conhecem” esse “alguém” que já chegou e do qual João apenas é “a voz” é, provavelmente, uma denúncia da situação em que se encontra a classe dirigente judaica, instalada nos seus privilégios, certezas e preconceitos e muito pouco aberta à novidade e aos desafios de Deus.

ATUALIZAÇÃO • A “voz”, através da qual Deus fala, convida-nos a endireitar “o caminho do Senhor”. É, na linguagem do Evangelho segundo João, um convite a deixar “as trevas” e a nascer para “a luz”. Implica abandonar a mentira, os comportamentos egoístas, as atitudes injustas, os gestos de violência, os preconceitos, a instalação, o comodismo, a auto-suficiência, tudo o que nos torna escravos e nos impede de chegar à verdadeira felicidade.

• A “voz”, através da qual Deus fala, convida-nos a olhar para Jesus, pois só Ele é “a luz” e só Ele tem uma proposta de vida verdadeira para apresentar aos homens. À nossa volta abundam os “vendedores de sonhos”, com propostas de felicidade “absolutamente garantida”. Atraem-nos, seduzem-nos, manipulam-nos, escravizam-nos e, quase sempre, deixam-nos decepcionados e infelizes. João garante-nos: só Jesus é “a luz” que liberta os homens da escravidão e das trevas e lhes oferece a vida verdadeira e definitiva.

• João convida-nos a pensar sobre a forma de Deus atuar na história. Deus chama e a quem confia determinada missão, missão de dar testemunho da “luz” e de tornar presente a proposta libertadora de Jesus.
• João não procura atrair sobre si as atenções, não usa a missão para a sua glória ou promoção pessoal, não busca a satisfação de interesses egoístas; ele é apenas uma “voz” anônima e discreta que recorda as realidades importantes. João é uma interpelação para todos aqueles a quem Deus chama e envia… Com ele, o profeta (isto é, todo aquele a quem Deus chama e a quem confia uma missão) deve aprender a ser discreto e simples, de forma a que as pessoas não o vejam a ele mas às realidades importantes que ele propõe.
• A atitude dos fariseus instalados no seu comodismo e nos seus privilégios, impede-os de “conhecer” “a luz” que está a chegar. Trata-se de um aviso, para nós: quando nos instalamos no nosso comodismo, no nosso bem-estar, na nossa auto-suficiência, fechamos o coração à novidade e aos desafios que Deus nos faz… Dessa forma, não reconhecemos Jesus quando Ele vem ao nosso encontro e não O deixamos entrar na nossa vida.

7. SEGUNDA LEITURA (1Ts 5,16-24) Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses.
Irmãos, estai sempre alegres! Rezai sem cessar. Dai graças em todas as circunstâncias, porque essa é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo. Não apagueis o espírito! Não desprezeis as profecias, mas examinai tudo e guardai o que for bom; afastai-vos de toda espécie de maldade! Que o próprio Deus da paz vos santifique totalmente e que tudo aquilo que sois - espírito, alma, corpo - seja conservado sem mancha alguma para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo! Aquele que vos chamou é fiel; ele mesmo realizará isso.

AMBIENTE - Tessalônica era, no século I da nossa era, a cidade mais importante da Macedônia. Porto marítimo e cidade de intenso comércio, era uma encruzilhada religiosa, na qual os cultos locais coexistiam lado a lado com todo o tipo de propostas religiosas vindas de todo o Mediterrâneo.
A cidade foi evangelizada por Paulo durante a sua segunda viagem missionária, anos 49-50. O tempo de evangelização foi curto – talvez uns três meses; mas foi o suficiente para fazer nascer uma comunidade cristã numerosa e entusiasta, constituída maioritariamente por pagãos convertidos. No entanto, a obra de Paulo foi brutalmente interrompida pela reação da colônia judaica… Os judeus acusaram Paulo de agir contra os decretos do imperador e levaram alguns cristãos diante dos magistrados da cidade (cf. Act 17,5-9). Paulo teve de deixar a cidade à pressa, de noite, indo para Beréia e, depois, para Atenas (cf. Act 17,10-15).
Entretanto, Paulo tinha a consciência de que a formação doutrinal da comunidade cristã de Tessalônica ainda deixava muito a desejar. Preocupado, Paulo enviou Timóteo a Tessalônica, a fim de saber notícias e encorajar os tessalonicenses na fé (cf. 1 Tes 3,2-5). Quando Timóteo voltou e apresentou o seu relatório, Paulo estava em Corinto. Confortado pelas informações dadas por Timóteo, o apóstolo decidiu escrever aos cristãos de Tessalônica, felicitando-os pela sua fidelidade ao Evangelho. Aproveitou também para esclarecer algumas dúvidas doutrinais que inquietavam os tessalonicenses e para corrigir alguns aspectos menos exemplares da vida da comunidade.
A Primeira Carta aos Tessalonicenses é, com toda a probabilidade, o primeiro escrito do Novo Testamento. Apareceu na Primavera-Verão do ano 50 ou 51.
O texto que hoje nos é proposto faz parte das exortações com que Paulo encerra a carta. Depois dos ensinamentos sobre a segunda vinda do Senhor (cf. 1 Tess 4,13-18) e de um convite veemente a esperar, vigilantes, esse momento final da história humana (cf. 1 Tess 5,1-11), Paulo apresenta alguns elementos concretos que os tessalonicenses devem ter sempre em conta e que devem marcar a existência cristã nesse tempo de espera (cf. 1 Tess 5,12-28).

MENSAGEM - Como é que os cristãos devem, então, viver esse tempo de espera do Senhor? - Paulo começa por pedir aos tessalonicenses que vivam alegres e que pautem a sua vida por uma intensa oração, sobretudo a oração de ação de graças. O cristão é sempre uma pessoa livre e feliz, consciente da presença salvadora e libertadora de Deus ao seu lado, que contempla permanentemente esse horizonte último de vida eterna e de felicidade definitiva que Deus lhe reserva e que, por isso, agradece e louva ao seu Senhor.
Depois, o apóstolo pede também aos tessalonicenses que abram o coração ao Espírito e que não desprezem os seus dons. Esta referência pode significar que as experiências carismáticas começavam a criar problemas na comunidade… Provavelmente, nem toda a gente entendia e estava aberta às interpelações que o Espírito fazia através de alguns membros da comunidade… Paulo recomenda aos cristãos de Tessalônica que saibam tudo analisar com cuidado e discernimento, sem preconceitos, de coração aberto à novidade de Deus, guardando “o que é bom” e afastando-se de “toda a espécie de mal”.
Uma comunidade construída de acordo com estes princípios – que vive a sua existência histórica com alegria e serenidade, que louva o seu Senhor e que está permanentemente atenta para discernir e aceitar os dons do Espírito – é uma comunidade “santa” e irrepreensível, preparada para acolher, em qualquer momento, o Senhor que vem.

ATUALIZAÇÃO • A existência cristã mergulhado na alegria e na tristeza, no sofrimento e na esperança, não pode perder de vista essa meta final que dá sentido a toda a caminhada. O caminho cristão deve ser percorrido na atenção e na vigilância, procurando viver com coerência os compromissos assumidos no dia do Batismo e na fidelidade às propostas de Deus.

• O cristão é alegre, porque sabe para onde caminha e está certo de que no final da caminhada encontra os braços amorosos de Deus que o acolhem e o conduzem para a felicidade plena, para a vida definitiva. Nem os sofrimentos, nem as dificuldades, nem as incompreensões, nem as perseguições podem eliminar essa alegria serena de quem confia no encontro com o Senhor.

• O crente é alguém que “ora sem cessar” e “dá graças em todas as circunstâncias” pelos dons de Deus, pela sua presença amorosa, pela salvação que Deus não cessa de oferecer em cada passo da caminhada.

Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho

=========-----------------================

Pe. Antônio     -    Alegrai-vos"

É o "DOMINGO DA ALEGRIA" (Gaudete)

A 1ª Leitura é uma declaração de ALEGRIA,  pela "boa notícia" de salvação, prometida por Deus. (Is 61,1-2ª.10-11)

- Os retornados do exílio estão desanimados e sem esperança,  pela frieza e hostilidade com que foram recebidos pelos habitantes de Jerusalém.
  O povo espera dias melhores para breve.
- E o Profeta anuncia ao povo oprimido a "boa notícia" da plena restauração da paz e da justiça e um ano de graça (jubilar) para restaurar a harmonia.
- O Povo reage agradecido numa atitude de louvor e alegria.

     * A descoberta do amor e da presença libertadora de Deus sempre conduz ao louvor, à adoração, à alegria.

Na 2ª Leitura, Paulo exorta à ALEGRIA: "Sede sempre alegres". (1Ts 5,16-24)

O texto ensina onde nasce a verdadeira alegria:
   - Da oração: "rezai sem cessar, dai graças";
   - Da abertura do coração aos apelos do Espírito:
   - Uma vida moral irrepreensível.

* O que é a alegria para você? Réveillon num restaurante cinco estrelas?
A alegria cristã não é uma atitude passageira de festas humanas, mas um estado permanente, de quem confia que a vida cristã é uma caminhada ao encontro do Senhor que vem.
A Alegria é um dos sinais da presença de Deus no coração de uma pessoa.

No Evangelho João Batista dá o grande motivo da ALEGRIA:
"Já está no meio de vós aquele que ainda não conheceis..." (Jo 1,6-8.19-28)

O texto apresenta João Batista, "enviado por Deus" com uma MISSÃO: "Dar testemunho da Luz".

- Essa "Luz" está no mundo, mas o mundo não a conhece.

Na segunda parte, temos o "Testemunho de João" sobre sua pessoa: Afirma não ser o Messias, nem Elias, nem o "Profeta"...É apenas a "VOZ" que clama no deserto, convidando os homens a prepararem o caminho do Senhor...
É a "voz" que aponta para a única luz que vale a pena seguir: a de Jesus Cristo.

Essa "Voz" nos convida a olhar para JESUS, pois só Ele é a "Luz" que ilumina o caminho...
Deus iniciou a Criação, criando a LUZ e dissipou as trevas.
Dela surgiu tudo o que existe. Ela é a vida dos homens.  


A Missão de João Batista é hoje a nossa missão: abrir caminhos para a chegada do Messias,
que é a luz das nações.
Ser uma "voz" que clama no deserto, anunciando o Cristo presente no meio de nós...
- A "Voz" não tem rosto, é anônima. Ela passa despercebida, transmite a mensagem e depois desaparece...
- Quais os desertos, nos quais devemos clamar?   (na família... na escola... no trabalho...)

DUAS ATITUDES OPOSTAS AO CRISTO QUE VEM:

A atitude humilde de João:
Ele não usa a missão para a sua promoção pessoal; ele é apenas uma "voz" discreta que recorda realidades importantes.


A atitude orgulhosa dos fariseus: Fechados em sua auto-suficiência, não reconheceram a "Luz".
Se fecharmos o coração à novidade e aos desafios que Deus nos faz, também nós não o reconheceremos. E ele continuará procurando lugar onde possa nascer...

A alegria que os anjos anunciaram em Belém aos homens de boa vontade é possível também para nós... desde que nos deixemos iluminar por essa Luz.

Assim a nossa alegria será um testemunho muito forte de que Cristo já está no meio de nós.

                                Pe. Antônio

============---------------------===================
Homilia de Dom Henrique Soares
A tradição litúrgica da Igreja chama este Terceiro Domingo do Advento de Gaudete, isto é “Alegrai-vos!” No Missal Romano, a antífona de entrada exclama: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto!” (Fl 4,4.5). Como expressão dessa alegria, pode-se usar no lugar do roxo, o cor-de-rosa, no tom conhecido como “rosa antigo”. É um roxo suavizado, que exprime a exultação pela aproximação do Santo Natal. Alegrai-vos! Alegremo-nos! O Senhor está perto! Está próximo o Natal; está próxima a Vinda do Senhor; está próximo de nós o Salvador nosso nos diversos momentos de nossa existência! Ele não é Deus de longe; é Deusde perto: seu nome será para sempre Emanuel, Deus-conosco!
Alegrai-vos! Há quem se alegre no pecado, há quem se alegre em futilidades, há quem, mesmo alegrando-se com coisas que valem a pena, esquece que toda alegria é passageira. Quanto a vós, caríssimos, alegrai-vos com tudo quanto é bom e louvável, mas colocai vossa maior e definitiva alegria no Senhor! Somente nele o coração repousa plenamente, somente nele encontra-se a paz que dura mesmo em meio à tribulação mais dura, somente nele o anseio mais profundo de nossa alma. Alegrai-vos! Mas seja o Senhor o fundamento da vossa alegria, a causa última da vossa exultação!
Mas, quem é esse Senhor em quem nos mandam que nos alegremos? O Batista, neste hoje, nos adverte: “No meio de vós está Aquele que vós não conheceis!” Quem é ele? Quem é este “Aquele”? João Batista, como bom mensageiro faz questão de desaparecer: “Não sou o Messias, não sou Elias (coitados dos espíritas!), não sou o Profeta anunciado por Moisés! Sou apenas a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor!’” Insistimos: quem é esse que está no nosso meio e que é preciso conhecer e reconhecer sempre de novo para ter a alegria verdadeira? Ele é o Messias, Jesus de Nazaré, o Ungido de Deus, o Enviado para trazer a salvação, a alegria e a paz para todos os pobres de todas as pobrezas do mundo. Ouçamo-lo, deixemos que ele se nos apresente: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a Boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção aos cativos e a liberdade para os que estão presos; para proclamar o tempo da graça do Senhor!” Eis, caríssimos, o Messias que esperamos, o Salvador que Deus nos concedeu. Ele, que veio em Belém, que virá no final dos tempos, ele mesmo vem a cada dia de nossa atribulada existência! – Vem, Senhor Jesus! Vem, santo Messias! Teu povo suspira por ti, tua Igreja sofrida e caminheira precisa de ti! Não nos abandones, não nos deixes sozinhos! Vem, Ungido de Deus, prometido aos nossos pais, anunciado pelos profetas, apontado pelo Batista, colocado sob a guarda do carpinteiro José, concebido e dado à luz pela Virgem Mãe! Vem, e a Mãe Igreja exclamará (e nosso coração exclamará  com ela):“Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se no meu Deus; ele me vestiu com vestes de salvação; adornou-me como um noivo com sua coroa ou uma noiva com suas jóias!”
Caríssimos, eis a causa da nossa alegria. Nós, os cristãos, temos direito de nos alegrar, mesmo diante das tristezas do mundo; temos o dever de manter a esperança, mesmo quando as possibilidades humanas fracassam; temos a oportunidade de continuar esperando ainda quando os nossos cálculos mostrem-se errados. Porque nossa esperança e certeza não se fundam em nós nem em nossas possibilidades, mas naquele que vem, naquele que o Pai do céu nos envia, naquele que nunca conseguiremos conhecer totalmente, o Santo Messias do Pai, Jesus, nosso Deus-Salvador!
Resta-nos, então, escutar com atenção o conselho do Apóstolo: estar sempre alegre em Cristo; com os olhos fixos nele; orar sem cessar, buscando realmente ser amigo íntimo do Senhor, dando graças em todas as circunstâncias, sabendo que ele está próximo de nós, nunca longe de nossas aflições e desafios. E mais: afastarmo-nos de toda maldade, procurando viver segundo Cristo e não segundo o mundo, santificando no Senhor nosso corpo, nossa alma e nosso espírito ou, em outras palavras, nossa dimensão física, nossa vida inteligente e nossa sede de Deus, nossa saudade de Infinito.
Caríssimos, num mundo que nos despreza porque somos cristãos, numa sociedade pagã, que nos ridiculariza e nos olha com indiferença, tenhamos esta certeza: “Quem vos chamou é fiel; ele mesmo realizará isso!” Ele nunca nos deixará!
Que a escuta da Palavra santa do Senhor e a participação no mistério do seu Corpo e do seu Sangue nos preparem não somente para as festas que se aproximam mas, sobretudo para o Dia da Vinda do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo! Amém.
D. Henrique Soares
================-----------------==============

PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:


 LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à COM JESUS PRESENTE ENTRE NÓS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Alegres aguardamos o renascer de Jesus em nosso corações.
à Senhor, nosso Deus e Pai, nós vos louvamos porque sois bondoso e fiel. Desde o começo do mundo vos revelastes como Deus de amor e por meio dos profetas alimentastes nossa esperança de nos enviar o Salvador. Vosso profeta João Batista nos indicou que Jesus era o nosso Messias, o nosso Salvador. Pai, que o renascer de vosso Filho entre nós, nos transforme.
T: Alegres aguardamos o renascer de Jesus em nosso corações.
à  Senhor, nosso Deus e Pai, bendito seja o Vosso nome sobre em todo o universo. Grande é vosso amor nos enviando vosso Filho para nos guiar ao Vosso Reino. Pai, agradecemos pela nossa vida, pelo nosso batismo e pela esperança da vida eterna.
T: Alegres aguardamos o renascer de Jesus em nosso corações.
à  Senhor, nosso Deus e Pai, enviai o Espírito Santo sobre nós, para que nos transformemos e tenhamos força e coragem de levar vosso nome sobre todos os nossos irmãos que não vos conhecem ou que vos abandonaram. Que o Cristo que renasce seja luz de justiça, de paz, de amor  para todos os povos.
T: Alegres aguardamos o renascer de Jesus em nosso corações.
à PAI NOSSO... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro...

João = Deus é misericordioso, teve compaixão
É “um homem
enviado por Deus”.
A missão de João é “dar testemunho da luz”.
Mundo novo de vida definitiva e de felicidade total.
João não é “a luz” – João descarta totalmente a hipótese de ser o Messias. Também não aceita identificar-se com Elias. Tampouco aceita assumir o título de “o profeta”

Ele não busca a sua glória  A “voz” não tem rosto, é anônima e passa despercebida; o importante é o conteúdo A mensagem que a “voz” veicula é: “endireitai o caminho do Senhor”.
Ele prefere desvalorizar o seu batismo com água e apontar para “aquele” que vem e a quem João não é digno “de desatar as correias das sandálias”.
É o batismo do Messias (o batismo no Espírito) que transformará totalmente os corações dos homens, os fará livres e lhes dará a vida definitiva.

Endireitar “o caminho do Senhor”. Um convite a deixar “as trevas” e a nascer para “a luz”. Implica abandonar a mentira, os comportamentos egoístas, as atitudes injustas, os gestos de violência, os preconceitos, a instalação, o comodismo, a autossuficiência, tudo o que nos torna escravos e nos impede de chegar à verdadeira felicidade.

À nossa volta abundam os “vendedores de sonhos”, com propostas de felicidade “absolutamente garantida”.

Deus chama e envia…
O comodismo e os seus privilégios, impede-nos de “conhecer” “a luz” que está a chegar.

O teólogo jesuíta Karl Rahner, hoje falecido, escreveu em uma ocasião: «Temos de escutar a voz do que nos chama no deserto, ainda que reconheça: não sou o Messias. Não podeis deixar de escutar esta voz ‘porque não é mais que a voz de um homem’. Do mesmo modo, vós tampouco podeis deixar de lado a mensagem da Igreja porque a Igreja ‘não é digna de desatar a correia das sandálias de seu Senhor, que a precede’. Nós nos encontramos, de fato, ainda no Advento».
Mateus 11:11  Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele.


Nenhum comentário:

Postar um comentário