SINOPSE I: FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA 28 dezembro
A Sagrada família exemplo de família
A Sagrada família exemplo de família
A primeira leitura: algumas atitudes que os filhos devem ter para com os
pais. O Evangelho: O projeto de Deus é prioridade; sigamos as leis.
A segunda leitura: quem aceita Jesus, aceita suas atitudes de amor,
compreensão, bondade e respeito.
LEITURA I – Eclo (Sir) 3,3-7.14-17a
...honrar os pais..., ampara a velhice do
teu pai ... sê indulgente para com ele e não o desprezes,
AMBIENTE - “Eclesiástico” (Jesus Ben-Sirac), é uma reflexão sobre a arte de bem viver e de ser feliz. séc. II a.C., o helenismo X tradição israelita.
MENSAGEM - “honrar “dar glória”; é reconhecer a importância dos instrumentos de Deus, através dos quais Deus nos dá a vida; gratidão; ampará-los na velhice e não os desprezar nem abandonar; escutá-los suas orientações e conselhos; ser indulgente para com as limitações que a idade traz.
Como recompensa desta atitude de “honrar” os pais, Jesus Ben-Sira promete o perdão dos pecados, a alegria, a vida longa e a atenção de Deus.
ATUALIZAÇÃO • sentir gratidão pelos pais. / nunca abandona-los / aproveitar a experiência e conhecimento.
AMBIENTE - “Eclesiástico” (Jesus Ben-Sirac), é uma reflexão sobre a arte de bem viver e de ser feliz. séc. II a.C., o helenismo X tradição israelita.
MENSAGEM - “honrar “dar glória”; é reconhecer a importância dos instrumentos de Deus, através dos quais Deus nos dá a vida; gratidão; ampará-los na velhice e não os desprezar nem abandonar; escutá-los suas orientações e conselhos; ser indulgente para com as limitações que a idade traz.
Como recompensa desta atitude de “honrar” os pais, Jesus Ben-Sira promete o perdão dos pecados, a alegria, a vida longa e a atenção de Deus.
ATUALIZAÇÃO • sentir gratidão pelos pais. / nunca abandona-los / aproveitar a experiência e conhecimento.
EVANGELHO – Lucas 2,22-40 –Maria e José apresentam o Menino Jesus no Templo.
AMBIENTE - O chamado “Evangelho da Infância” desenvolve uma reflexão teológica para explicar quem é Jesus. Segundo a Lei de Moisés, todos os primogênitos pertenciam a Jahwéh e deviam ser oferecidos a Jahwéh. Quarenta dias após o nascimento devia ser apresentada no Templo, onde a mãe oferecia um ritual de purificação. um cordeiro ou duas pombas ou duas rolas.
MENSAGEM - uma catequese: quem é Jesus e qual a sua missão no mundo. O autor sublinha a fidelidade da família de Jesus à Lei do Senhor, a família viveu na escrupulosa fidelidade aos mandamentos e aos projetos do Pai. A missão de Jesus no mundo passa por aí – pelo cumprimento rigoroso da vontade e do projeto do Pai. Simeão e Ana representam esse Israel fiel que espera a sua libertação e a restauração do reinado de Deus sobre o seu Povo.
Simeão apresenta-O ao mundo, definindo-O como “a salvação” que Deus quer oferecer “a todos os povos”. Jesus é reconhecido pelo Israel fiel como esse Messias libertador e salvador, a quem Deus enviou
As palavras que Simeão dirige a Maria
(“este menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel é
para ser sinal de contradição; e uma espada trespassará a tua alma”) refere-se
à divisão que a proposta de Jesus provocará em Israel e ao resultado dessa
divisão – o drama da cruz.
Ana é também uma figura do Israel pobre e sofredor (“viúva”).
Ana é também uma figura do Israel pobre e sofredor (“viúva”).
Jesus é apresentado por Lucas como o
Messias libertador, que vai conduzir o seu Povo do domínio da escravidão para o
domínio da liberdade. A apresentação no Templo de um primogênito celebrava
precisamente a libertação do Egito e a passagem da escravidão para a liberdade
(cf. Ex 13, 11-16).
O texto termina com uma referência ao resto da infância de Jesus e ao crescimento do menino em “sabedoria” e “graça”. Trata-se de atributos que lhe vêm do Pai e que atestam, portanto, a sua divindade.
Em conclusão: Jesus é o Deus que vem ao encontro dos homens com uma missão que lhe foi confiada pelo Pai. O objetivo de Jesus é cumprir integralmente o projeto do Pai… E esse projeto passa por levar os homens da escravidão para a liberdade e em apresentar a proposta de salvação de Deus a todos os povos da terra, mesmo àqueles que não pertencem tradicionalmente à comunidade do Povo de Deus.
ATUALIZAÇÃO • a Sagrada Família, o cumprimento da Lei de Moisés, da Lei do Senhor ou da Palavra do Senhor – o que sugere a importância que a Palavra de Deus assume na vida da família de Nazaré. Trata-se, na perspectiva de Lucas, de uma família que escuta a Palavra de Deus e que constrói a sua existência ao ritmo da Palavra de Deus e dos desafios de Deus. Maria e José perceberam que uma família que escuta a Palavra de Deus e procura responder aos desafios postos por essa Palavra é uma família feliz, encontra na Palavra indicações seguras acerca do caminho que deve percorrer e que se constrói sobre a rocha firme dos valores eternos. Encontramos tempo para reunir a família à volta da Palavra de Deus e para partilhar, em família, a Palavra de Deus?
• Simeão e Ana não são pessoas desiludidas da vida, que vivem voltadas para o passado sonhando com um tempo ideal que já não volta; mas são pessoas voltadas para o futuro, atentas ao Deus libertador que vem ao seu encontro, que sabem ler os sinais de Deus naquele menino que chega e que testemunham diante dos seus conterrâneos a presença salvadora e redentora de Deus no meio do seu Povo. Os idosos– quer pela sua maturidade, sabedoria e equilíbrio, – podem ser testemunhas privilegiadas dos valores de Deus, que obrigam o mundo a confrontar-se com os desafios de Deus. É preciso que não vivam voltados para o passado, refugiados numa realidade que aliena, mas vivam de olhos postos no futuro, pondo a sua sabedoria e experiência ao serviço da comunidade, ensinando os mais jovens a distinguir entre o que é eterno e importante e o que é passageiro e acessório.
O texto termina com uma referência ao resto da infância de Jesus e ao crescimento do menino em “sabedoria” e “graça”. Trata-se de atributos que lhe vêm do Pai e que atestam, portanto, a sua divindade.
Em conclusão: Jesus é o Deus que vem ao encontro dos homens com uma missão que lhe foi confiada pelo Pai. O objetivo de Jesus é cumprir integralmente o projeto do Pai… E esse projeto passa por levar os homens da escravidão para a liberdade e em apresentar a proposta de salvação de Deus a todos os povos da terra, mesmo àqueles que não pertencem tradicionalmente à comunidade do Povo de Deus.
ATUALIZAÇÃO • a Sagrada Família, o cumprimento da Lei de Moisés, da Lei do Senhor ou da Palavra do Senhor – o que sugere a importância que a Palavra de Deus assume na vida da família de Nazaré. Trata-se, na perspectiva de Lucas, de uma família que escuta a Palavra de Deus e que constrói a sua existência ao ritmo da Palavra de Deus e dos desafios de Deus. Maria e José perceberam que uma família que escuta a Palavra de Deus e procura responder aos desafios postos por essa Palavra é uma família feliz, encontra na Palavra indicações seguras acerca do caminho que deve percorrer e que se constrói sobre a rocha firme dos valores eternos. Encontramos tempo para reunir a família à volta da Palavra de Deus e para partilhar, em família, a Palavra de Deus?
• Simeão e Ana não são pessoas desiludidas da vida, que vivem voltadas para o passado sonhando com um tempo ideal que já não volta; mas são pessoas voltadas para o futuro, atentas ao Deus libertador que vem ao seu encontro, que sabem ler os sinais de Deus naquele menino que chega e que testemunham diante dos seus conterrâneos a presença salvadora e redentora de Deus no meio do seu Povo. Os idosos– quer pela sua maturidade, sabedoria e equilíbrio, – podem ser testemunhas privilegiadas dos valores de Deus, que obrigam o mundo a confrontar-se com os desafios de Deus. É preciso que não vivam voltados para o passado, refugiados numa realidade que aliena, mas vivam de olhos postos no futuro, pondo a sua sabedoria e experiência ao serviço da comunidade, ensinando os mais jovens a distinguir entre o que é eterno e importante e o que é passageiro e acessório.
LEITURA
II – Col 3,12-21 Irmãos: Como eleitos de
Deus, santos e prediletos, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de
bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e
perdoai-vos mutuamente,.... Esposas, maridos... Filhos. Pais, não
exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo.
AMBIENTE - Paulo na prisão recebe notícias sobre a comunidade de Colossos. Alguns doutores locais, que ensinavam doutrinas errôneas e afastavam os colossenses da verdade do Evangelho. Paulo avisa de que a união com Cristo traz conseqüências a nível de vivência prática: implica a renúncia ao “homem velho” do egoísmo e do pecado, e o “revestir-se do homem novo”.
MENSAGEM - viver como “homem novo” com Cristo: misericórdia, bondade, humildade, paciência, mansidão. Perdão das ofensas do próximo, a exemplo do que Cristo sempre fez; viver “em Cristo” implica viver, como Ele, no amor total, no serviço, na disponibilidade e no dom da vida.
AMBIENTE - Paulo na prisão recebe notícias sobre a comunidade de Colossos. Alguns doutores locais, que ensinavam doutrinas errôneas e afastavam os colossenses da verdade do Evangelho. Paulo avisa de que a união com Cristo traz conseqüências a nível de vivência prática: implica a renúncia ao “homem velho” do egoísmo e do pecado, e o “revestir-se do homem novo”.
MENSAGEM - viver como “homem novo” com Cristo: misericórdia, bondade, humildade, paciência, mansidão. Perdão das ofensas do próximo, a exemplo do que Cristo sempre fez; viver “em Cristo” implica viver, como Ele, no amor total, no serviço, na disponibilidade e no dom da vida.
Às mulheres, maridos; filhos. aos pais;
pede que não sejam excessivamente severos para com os filhos. no espaço
familiar, se manifesta o Homem Novo, o homem com Cristo.
ATUALIZAÇÃO • Viver “em Cristo” implica deixar que ele se manifeste em gestos concretos de bondade, de perdão, de compreensão, de respeito pelo outro, de partilha, de serviço.
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ATUALIZAÇÃO • Viver “em Cristo” implica deixar que ele se manifeste em gestos concretos de bondade, de perdão, de compreensão, de respeito pelo outro, de partilha, de serviço.
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Louvor, para a celebração da Palavra:
LOUVOR: (QUANDO O PÃO
CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- COM
JESUS, POR JESUS E EM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Pai,
Nós Vos louvamos e agradecemos por nos enviar o Salvador.
à Senhor, nosso
Deus e Pai! Bendito sejais por vosso imenso amor, nos enviando Vosso Filho para
nos salvar. Alegres recebemos o nosso salvador e vos damos graças. Pai, que
Vosso nome seja proclamado por toda a terra! Que vosso amor se espalhe entre
todos os povos.
T: Pai,
Nós Vos louvamos e agradecemos por nos enviar o Salvador.
à Senhor, nosso Deus e Pai! Sois
Deus de amor e bondade! Bendito seja o Vosso Nome sobre todo o Universo. Pai,
agradecemos pela vida, pelo nosso batismo, pela esperança de vida eterna.
T: Pai,
Nós Vos louvamos e agradecemos por nos enviar o Salvador.
à Senhor, nosso Deus! Com Jesus
caminhamos ao rumo ao Céu. Pai, dái-nos a Sabedoria para que possamos entender os vossos projetos
de vida e Dái-nos perseverança na caminhada rumo ao vosso Reino.
T: Pai,
Nós Vos louvamos e agradecemos por nos enviar o Salvador.
à Pai! Enviai-nos o Espírito
Santo para que sejamos transformados pelo Jesus que renasce em nossos corações.
Pai, que vossa luz, que é Jesus, nos guie rumo a plenitude de vida que nos
preparastes.
T: Pai,
Nós Vos louvamos e agradecemos por nos enviar o Salvador.
è PAI NOSSO, A PAZ DE CRISTO... EIS O CORDEIRO...
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SINOPSE II: EVANGELHO – Lucas 2,22-40
Segundo a Lei de Moisés, todos os primogênitos pertenciam a Jahwéh e deviam ser oferecidos a Jahwéh. Quarenta dias a mãe oferecia um cordeiro ou duas rolas.
MENSAGEM - uma catequese:, quem é Jesus e qual a sua missão no mundo.
a fidelidade da família de Jesus à Lei do Senhor. Jesus FAZ projeto do Pai.
Segundo a Lei de Moisés, todos os primogênitos pertenciam a Jahwéh e deviam ser oferecidos a Jahwéh. Quarenta dias a mãe oferecia um cordeiro ou duas rolas.
MENSAGEM - uma catequese:, quem é Jesus e qual a sua missão no mundo.
a fidelidade da família de Jesus à Lei do Senhor. Jesus FAZ projeto do Pai.
Simeão e Ana Israel fiel que espera a
sua libertação.
Simeão apresenta-O ao
mundo, como “a salvação” que Deus que oferecer a todos.
Jesus sinal de
contradição; ao resultado dessa divisão – o drama da cruz.
Ana é também uma figura do Israel pobre e sofredor (“viúva”).
Ana é também uma figura do Israel pobre e sofredor (“viúva”).
A apresentação no Templo
celebrava a libertação do Egito e a passagem da escravidão para a liberdade
(cf. Ex 13, 11-16).
Em conclusão: Jesus é o Deus que vem ao encontro dos homens com uma missão que lhe foi confiada pelo Pai. O objetivo de Jesus é cumprir o projeto do Pai… E esse projeto de libertação e salvação é para todos os povos de Deus.
ATUALIZAÇÃO
• uma família que escuta a Palavra de Deus e que constrói a sua existência ao ritmo da Palavra de Deus e dos desafios de Deus.
• Simeão e Ana não são pessoas desiludidas da vida, mas voltadas para o futuro, atentas ao Deus libertador que vem ao seu encontro. Os idosos podem ser testemunhas dos valores de Deus
Em conclusão: Jesus é o Deus que vem ao encontro dos homens com uma missão que lhe foi confiada pelo Pai. O objetivo de Jesus é cumprir o projeto do Pai… E esse projeto de libertação e salvação é para todos os povos de Deus.
ATUALIZAÇÃO
• uma família que escuta a Palavra de Deus e que constrói a sua existência ao ritmo da Palavra de Deus e dos desafios de Deus.
• Simeão e Ana não são pessoas desiludidas da vida, mas voltadas para o futuro, atentas ao Deus libertador que vem ao seu encontro. Os idosos podem ser testemunhas dos valores de Deus
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Homilia
de D. Henrique Soares
“Vieram apressados os pastores,
encontraram Maria com José, e o Menino deitado no presépio” (Lc 2,16).
Como os pastores, é assim que
também nós encontramos o Menino nascido para nós, o filho que nos foi dado:
deitadinho no presépio, com Maria e José. Neste Domingo dentro da Oitava do
Santo Natal, a Igreja contempla o mistério da Sagrada Família de Nazaré. Mistério,
sim! Vejamos senão: o Filho eterno, ao assumir nossa condição humana,
encarnou-se e nasceu, viveu e cresceu no seio de uma família humana. Para a fé
cristã, este fato reveste-se de uma significação enorme: ao assumir a família,
ao entrar nela e nela humanizar-se, aprendendo a ser gente, o nosso Deus e
Salvador, Jesus Cristo, santificou a família humana. Já no princípio, quando
Deus, na sua sabedoria infinita, viu não ser bom que o homem estivesse só e
deu-lhe a mulher por companheira, determinando que os dois fossem uma só carne,
desde então, a família é sagrada. Isso mesmo: Deus pensou no ser humano
nascendo e sendo formado no seio de uma família. E compreendamos bem família:
um homem e uma mulher gerando e educando filhos no amor! Uma família, do ponto
de vista de Deus, é isso; nem mais nem menos! Pois bem: a família, sonhada e
instituída por Deus, foi definitivamente abençoada e levada à plena sacralidade
pelo Filho eterno quando, fazendo-se homem, santificou e consagrou a vida
familiar.
Eis por que, para os cristãos,
a família é sagrada: nasce do sacramento do Matrimônio, no qual o marido e a
esposa recebem a graça de viverem como sinal da aliança de amor entre o
Cristo-Esposo e a Igreja-Esposa. Nascida do matrimônio, a família vai crescendo
pela fecundidade do amor humano, consagrado nas águas do Batismo de cada novo
membro que nasce; e vai alimentando-se não somente da comida e da bebida da
mesa de cada dia, mas, sobretudo, do pão e do vinho, Corpo e Sangue do Senhor,
dado e recebido na Eucaristia. Estejamos atentos a este fato importantíssimo! A
família não é uma realidade simplesmente humana, sociológica! A família é
sagrada: querida por Deus, amada por Deus, criada por Deus, sustentada por
Deus! Quem destrói a família peca gravemente contra Deus! E mais ainda: a
família como Deus a pensou, repitamos para que não haja dúvida, é composta
nuclearmente por um esposo, uma esposa e os filhos! Os cristãos não poderão
nunca pensar em outros modelos de convivência como sendo uma família nos moldes
desejados por Deus!
Esta família, se é cristã, é a
primeira imagem da Igreja, é a primeira comunidade de cristãos. Pensemos bem na
sublimidade de tal mistério: o pai, a mãe e os filhos, todos batizados em
Cristo Jesus, são uma pequena Igreja, a Igreja doméstica! A esta comunidade
familiar, São Paulo dirige, na liturgia de hoje, palavras comoventes, conselhos
e exortações insuperáveis. Pensando na nossa família, escutemos: “Vós
sois amados de Deus, sois seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera
misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos
outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro.
Sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. Que a
paz de Cristo reine em vossos corações. E sede agradecidos! Que a palavra de
Cristo habite em vós! Tudo que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em
nome do Senhor Jesus Cristo. Esposas, sede solícitas para com vossos maridos,
como convém, no Senhor. Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros
com elas. Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais. Pais, não intimideis vossos
filhos, para que eles não desanimem”. Vede, irmãos, o que é uma
família cristã: uma pequena comunidade de irmãos no Senhor, um pequeno sinal do
Reino de Deus, uma outra família de Nazaré! A família cristã é o primeiro lugar
de evangelização, de experiência de amor ao Senhor e aos outros, é o primeiro
lugar de oração comunitária e de santificação. A família é santa, a família é
sagrada, o lar é um santuário!
Mas, hoje, o mundo tem como
propósito sério, sistemático, persistente, inteligente e eficaz destruir a
família. Os meios de comunicação invadiram nossas casas, com idéias, imagens e
palavras eivadas de paganismo e anti-cristianismo. Querem nos fazer acreditar
que a família é algo meramente humano, que pode ser definido a nosso bel
prazer! Querem que se chame família a uma união civil de pessoas do mesmo sexo,
querem que se aceite como normal o divórcio, o adultério, a convivência sem o
sacramento do matrimônio. Desejam que os cristãos achem normal a existência de
ex-maridos, ex-esposas, ex-noras, ex-sogras, ex-genros, ex-sogros... Ex, ex,
ex... Ex-cristão, é o que o mundo de hoje é! Ex-família é o que esses
ajuntamentos de desajuntados são!
Os cristãos devemos respeitar
os que pensam diferente de nós. É normal: o mundo não conhece o Evangelho, não
conhece a Deus nem a luz do seu Cristo. Tantos e tantos vivem à luz de sua
própria escuridão e enxergam a vida com sua própria cegueira. Mas, nós, nós
somos cristãos! Nós vimos a Luz que brilhou em Belém, nós vimos o Menino com
José e sua Mãe, nós conhecemos o plano de Deus para o amor humano e para a
família!
Caríssimos, lutemos por nossas
famílias! Jovens, preparai-vos com responsabilidade para uma vida de família!
Que a família não nasça das gravidezes precoces, das relações pecaminosas fora
do casamento! Que a família não seja enfraquecida pelo materialismo que enche a
casa de bens e a esvazia de amor, de convivência e de diálogo. Que os pais não
deleguem a estranhos a educação humana e religiosa de seus filhos! Pais
cristãos, que vossos filhos aprendam convosco a rezar e a viver! Estejamos bem
conscientes: não há esperança para o mundo quando se destrói a família; não há
futuro para a Igreja se perde a noção da sacralidade de nossos lares! É na
família que se aprende a rezar, a amar, a dialogar, perdoar e conviver. É com o
leite materno e o abraço paterno que devemos aprender a santa fé católica que o
Senhor nos concedeu.
Voltemos nosso olhar e nosso coração para a família de Nazaré:
pobrezinha, sujeita a conflitos e crises, feita de lágrimas e alegrias, de
convivência e esperanças. Família de Nazaré, tão igual a nossa, tão diferente
da nossa! Santo Carpinteiro José, velai pelos esposos: que sejam fortes e suaves,
que sejam responsáveis e fiéis, que sejam piedosos e cheios de doçura paterna,
que sejam presentes ao lar e à educação de seus filhos. Santíssima Virgem
Maria, olhai para as mães: que sejam defensoras da vida, que nunca percam de
vista a dignidade imensa da maternidade! Que nem o trabalho nem o sucesso
profissional as façam perder de vista a prioridade e santidade de sua vocação
materna e a necessidade de aquecer o lar e os filhos com seu amor e sua
presença. Senhor Jesus, Menino nascido para ser nossa paz, velai pelos filhos,
velai pelas crianças e não permitais que a vida humana seja assassinada pelo
aborto e pelas experiências sacrílegas com embriões humanos! Que os filhos
cresçam como tu cresceste: no calor de um pai e de uma mãe, no aconchego de um
lar, na piedade da oração familiar e da simplicidade das lutas de cada dia! E
que possamos louvar-te eternamente, um dia, com José e Maria de Nazaré. Amém.
D. Henrique Soares
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Lucas
2, 22-40 FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA 28 dezembro
família cristã: o amor a Deus e o amor aos outros, sobretudo a esses que estão mais perto de nós – os pais e demais familiares.
família cristã: o amor a Deus e o amor aos outros, sobretudo a esses que estão mais perto de nós – os pais e demais familiares.
A primeira leitura: algumas atitudes que os filhos devem ter para com os
pais. É uma forma de concretizar esse amor.
O Evangelho: o projeto de Deus tem de ser a prioridade de qualquer cristão,. A família cristã constrói-se no respeito pelo projeto que Deus tem para cada pessoa.
A segunda leitura: O amor dos que vivem “em Cristo” e aceitaram ser Homem Novo, deve atingir todos os familiares em atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.
LEITURA I – Eclo (Sir) 3,3-7.14-17a
O Evangelho: o projeto de Deus tem de ser a prioridade de qualquer cristão,. A família cristã constrói-se no respeito pelo projeto que Deus tem para cada pessoa.
A segunda leitura: O amor dos que vivem “em Cristo” e aceitaram ser Homem Novo, deve atingir todos os familiares em atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.
LEITURA I – Eclo (Sir) 3,3-7.14-17a
Deus quis honrar os pais nos filhos e
firmou sobre eles a autoridade da mãe. Quem honra seu pai obtém o perdão dos
pecados e acumula um tesouro quem honra sua mãe. Quem honra o pai encontrará
alegria nos seus filhos e será atendido na sua oração. Quem honra seu pai terá
longa vida, e quem lhe obedece será o conforto de sua mãe. Filho, ampara a
velhice do teu pai e não o desgostes durante a sua vida.
Se a sua mente enfraquece, sê indulgente para com ele e não o desprezes, tu que estás no vigor da vida, porque a tua caridade para com teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados.
AMBIENTE - O livro de “Eclesiástico” (também chamado Ben-Sira), é um livro sapiencial e que, como todos os livros sapienciais, pretende apresentar uma reflexão de caráter prático sobre a arte de bem viver e de ser feliz. Estamos no início do séc. II a.C., numa época em que o helenismo tinha começado o seu trabalho pernicioso, no sentido de minar a cultura e os valores tradicionais de Israel. Jesus Ben-Sira, o autor deste livro, avisa os israelitas para não deixarem perder a identidade cultural e religiosa do seu Povo. Procura, então, apresentar uma síntese da religião tradicional e da sabedoria de Israel, sublinhando a grandeza dos valores judaicos e demonstrando que a cultura judaica não fica a dever nada à brilhante cultura grega.
MENSAGEM - indicações práticas que os filhos devem ter em conta nas relações com os pais. Uma palavra sobressai: o verbo “honrar”. Ele leva-nos ao decálogo do Sinai, onde aparece no sentido de “dar glória”. “Dar glória” a uma pessoa é dar-lhe toda a sua importância; “dar glória aos pais” é, assim, reconhecer a sua importância como instrumentos de Deus, fonte de vida.
Ora, reconhecer que os pais são a fonte, através da qual Deus nos dá a vida, deve conduzir à gratidão; e essa gratidão tem conseqüências a nível prático. Implica ampará-los na sua velhice e não os desprezar nem abandonar; implica assisti-los materialmente quando já não podem trabalhar (cf. Mc 7,10-11); implica não fazer nada que os desgoste, escutá-los, ter em conta as suas orientações e conselhos; implica ser indulgente para com as limitações que a idade traz.
Como recompensa desta atitude de “honrar” os pais, Jesus Ben-Sira promete o perdão dos pecados, a alegria, a vida longa e a atenção de Deus.
ATUALIZAÇÃO • Sentimo-nos gratos aos nossos pais porque eles aceitaram ser, em nosso favor, instrumentos de Deus criador? Lembramo-nos de lhes demonstrar essa gratidão?
• Apesar da preocupação moderna com os direitos humanos e o respeito pela dignidade das pessoas, a nossa civilização cria, com freqüência, situações de abandono e de marginalização, cujas vítimas são, muitas vezes, aqueles que já não têm uma vida considerada produtiva, ou aqueles a quem a idade ou a doença trouxeram limitações.
• É verdade que a vida de hoje é muito exigente a nível profissional e que nem sempre é possível a um filho estar presente ao lado de um pai que precisa de cuidados. No entanto, é pouco compreensível se o afastamento do convívio familiar resulta do egoísmo do filho, que não está para “aturar o velho”…
• O capital de maturidade e de sabedoria de vida que os mais idosos possuem é considerado por nós uma riqueza ou um estorvo à nossa modernidade?
EVANGELHO – Lucas 2,22-40
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém,
para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogênito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas,
como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito.
Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo».
O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel
e para ser sinal de contradição; - e uma espada trespassará a tua alma - assim se revelarão os pensamentos de todos os corações». Havia também uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino
a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor,
voltaram para a Galiléia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.
AMBIENTE - O interesse fundamental dos primeiros cristãos não se centrou na infância de Jesus, mas na sua mensagem e proposta; por isso, conservaram especialmente as recordações sobre a vida pública e a paixão do Senhor.
Só num estádio posterior houve uma certa curiosidade acerca dos primeiros anos da vida de Jesus. O chamado “Evangelho da Infância” parte de algumas indicações históricas e desenvolve uma reflexão teológica para explicar quem é Jesus.
Se a sua mente enfraquece, sê indulgente para com ele e não o desprezes, tu que estás no vigor da vida, porque a tua caridade para com teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados.
AMBIENTE - O livro de “Eclesiástico” (também chamado Ben-Sira), é um livro sapiencial e que, como todos os livros sapienciais, pretende apresentar uma reflexão de caráter prático sobre a arte de bem viver e de ser feliz. Estamos no início do séc. II a.C., numa época em que o helenismo tinha começado o seu trabalho pernicioso, no sentido de minar a cultura e os valores tradicionais de Israel. Jesus Ben-Sira, o autor deste livro, avisa os israelitas para não deixarem perder a identidade cultural e religiosa do seu Povo. Procura, então, apresentar uma síntese da religião tradicional e da sabedoria de Israel, sublinhando a grandeza dos valores judaicos e demonstrando que a cultura judaica não fica a dever nada à brilhante cultura grega.
MENSAGEM - indicações práticas que os filhos devem ter em conta nas relações com os pais. Uma palavra sobressai: o verbo “honrar”. Ele leva-nos ao decálogo do Sinai, onde aparece no sentido de “dar glória”. “Dar glória” a uma pessoa é dar-lhe toda a sua importância; “dar glória aos pais” é, assim, reconhecer a sua importância como instrumentos de Deus, fonte de vida.
Ora, reconhecer que os pais são a fonte, através da qual Deus nos dá a vida, deve conduzir à gratidão; e essa gratidão tem conseqüências a nível prático. Implica ampará-los na sua velhice e não os desprezar nem abandonar; implica assisti-los materialmente quando já não podem trabalhar (cf. Mc 7,10-11); implica não fazer nada que os desgoste, escutá-los, ter em conta as suas orientações e conselhos; implica ser indulgente para com as limitações que a idade traz.
Como recompensa desta atitude de “honrar” os pais, Jesus Ben-Sira promete o perdão dos pecados, a alegria, a vida longa e a atenção de Deus.
ATUALIZAÇÃO • Sentimo-nos gratos aos nossos pais porque eles aceitaram ser, em nosso favor, instrumentos de Deus criador? Lembramo-nos de lhes demonstrar essa gratidão?
• Apesar da preocupação moderna com os direitos humanos e o respeito pela dignidade das pessoas, a nossa civilização cria, com freqüência, situações de abandono e de marginalização, cujas vítimas são, muitas vezes, aqueles que já não têm uma vida considerada produtiva, ou aqueles a quem a idade ou a doença trouxeram limitações.
• É verdade que a vida de hoje é muito exigente a nível profissional e que nem sempre é possível a um filho estar presente ao lado de um pai que precisa de cuidados. No entanto, é pouco compreensível se o afastamento do convívio familiar resulta do egoísmo do filho, que não está para “aturar o velho”…
• O capital de maturidade e de sabedoria de vida que os mais idosos possuem é considerado por nós uma riqueza ou um estorvo à nossa modernidade?
EVANGELHO – Lucas 2,22-40
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém,
para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogênito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas,
como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito.
Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo».
O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel
e para ser sinal de contradição; - e uma espada trespassará a tua alma - assim se revelarão os pensamentos de todos os corações». Havia também uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino
a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor,
voltaram para a Galiléia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.
AMBIENTE - O interesse fundamental dos primeiros cristãos não se centrou na infância de Jesus, mas na sua mensagem e proposta; por isso, conservaram especialmente as recordações sobre a vida pública e a paixão do Senhor.
Só num estádio posterior houve uma certa curiosidade acerca dos primeiros anos da vida de Jesus. O chamado “Evangelho da Infância” parte de algumas indicações históricas e desenvolve uma reflexão teológica para explicar quem é Jesus.
Lucas está muito mais interessado em dizer
quem é Jesus, do que em fazer uma reportagem histórica sobre a sua infância.
Lucas propõe-nos, hoje, o quadro da apresentação de Jesus no Templo. Segundo a Lei de Moisés, todos os primogênitos (tanto dos homens como dos animais) pertenciam a Jahwéh e deviam ser oferecidos a Jahwéh (cf. Ex 13,1-2. 11-16). O costume de oferecer aos deuses os primogênitos é um costume cananeu que, no entanto, Israel transformou no que dizia respeito aos primogênitos dos homens… Estes não deviam ser oferecidos em sacrifício, mas resgatados por um animal, imolado ao Senhor.
De acordo com Lev 12,2-8, quarenta dias após o nascimento de uma criança, esta devia ser apresentada no Templo, onde a mãe oferecia um ritual de purificação. Nessa cerimônia, devia ser oferecido um cordeiro de um ano (para as famílias mais abastadas) ou então duas pombas ou duas rolas (para as famílias de menores recursos). É neste contexto que o Evangelho de hoje nos situa.
MENSAGEM - A cena da apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém apresenta uma catequese bem amadurecida e bem refletida, que procura dizer quem é Jesus e qual a sua missão no mundo.
Antes de mais, o autor sublinha repetidamente a fidelidade da família de Jesus à Lei do Senhor, como se quisesse deixar claro que Jesus, desde o início da sua caminhada entre os homens, viveu na escrupulosa fidelidade aos mandamentos e aos projetos do Pai. A missão de Jesus no mundo passa por aí – pelo cumprimento rigoroso da vontade e do projeto do Pai.
No Templo, duas personagens acolhem Jesus: Simeão e Ana. Eles representam esse Israel fiel que espera ansiosamente a sua libertação e a restauração do reinado de Deus sobre o seu Povo.
De Simeão diz-se que era um homem “justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel”. As palavras e os gestos de Simeão são particularmente sugestivos… Simeão toma Jesus nos braços e apresenta-O ao mundo, definindo-O como “a salvação” que Deus que oferecer “a todos os povos”, “luz para se revelar às nações e glória de Israel” (vers. 28-32). Jesus é, assim, reconhecido pelo Israel fiel como esse Messias libertador e salvador, a quem Deus enviou – não só ao seu povo, mas a todos os povos da terra. Aqui desponta um tema muito querido a Lucas: o da universalidade da salvação de Deus… Deus não tem já um Povo eleito, mas a sua salvação é para todos os povos, independentemente da sua raça, da sua cultura, das suas fronteiras, dos seus esquemas religiosos. As palavras que Simeão dirige a Maria (“este menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; e uma espada trespassará a tua alma”) refere-se, provavelmente, à divisão que a proposta de Jesus provocará em Israel e ao resultado dessa divisão – o drama da cruz.
Ana é também uma figura do Israel pobre e sofredor (“viúva”), que se manteve fiel a Jahwéh (não se voltou a casar, após a morte do marido), que espera a salvação de Deus. Depois de reconhecer em Jesus a salvação anunciada por Deus, ela “falava do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém”.
Lucas propõe-nos, hoje, o quadro da apresentação de Jesus no Templo. Segundo a Lei de Moisés, todos os primogênitos (tanto dos homens como dos animais) pertenciam a Jahwéh e deviam ser oferecidos a Jahwéh (cf. Ex 13,1-2. 11-16). O costume de oferecer aos deuses os primogênitos é um costume cananeu que, no entanto, Israel transformou no que dizia respeito aos primogênitos dos homens… Estes não deviam ser oferecidos em sacrifício, mas resgatados por um animal, imolado ao Senhor.
De acordo com Lev 12,2-8, quarenta dias após o nascimento de uma criança, esta devia ser apresentada no Templo, onde a mãe oferecia um ritual de purificação. Nessa cerimônia, devia ser oferecido um cordeiro de um ano (para as famílias mais abastadas) ou então duas pombas ou duas rolas (para as famílias de menores recursos). É neste contexto que o Evangelho de hoje nos situa.
MENSAGEM - A cena da apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém apresenta uma catequese bem amadurecida e bem refletida, que procura dizer quem é Jesus e qual a sua missão no mundo.
Antes de mais, o autor sublinha repetidamente a fidelidade da família de Jesus à Lei do Senhor, como se quisesse deixar claro que Jesus, desde o início da sua caminhada entre os homens, viveu na escrupulosa fidelidade aos mandamentos e aos projetos do Pai. A missão de Jesus no mundo passa por aí – pelo cumprimento rigoroso da vontade e do projeto do Pai.
No Templo, duas personagens acolhem Jesus: Simeão e Ana. Eles representam esse Israel fiel que espera ansiosamente a sua libertação e a restauração do reinado de Deus sobre o seu Povo.
De Simeão diz-se que era um homem “justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel”. As palavras e os gestos de Simeão são particularmente sugestivos… Simeão toma Jesus nos braços e apresenta-O ao mundo, definindo-O como “a salvação” que Deus que oferecer “a todos os povos”, “luz para se revelar às nações e glória de Israel” (vers. 28-32). Jesus é, assim, reconhecido pelo Israel fiel como esse Messias libertador e salvador, a quem Deus enviou – não só ao seu povo, mas a todos os povos da terra. Aqui desponta um tema muito querido a Lucas: o da universalidade da salvação de Deus… Deus não tem já um Povo eleito, mas a sua salvação é para todos os povos, independentemente da sua raça, da sua cultura, das suas fronteiras, dos seus esquemas religiosos. As palavras que Simeão dirige a Maria (“este menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; e uma espada trespassará a tua alma”) refere-se, provavelmente, à divisão que a proposta de Jesus provocará em Israel e ao resultado dessa divisão – o drama da cruz.
Ana é também uma figura do Israel pobre e sofredor (“viúva”), que se manteve fiel a Jahwéh (não se voltou a casar, após a morte do marido), que espera a salvação de Deus. Depois de reconhecer em Jesus a salvação anunciada por Deus, ela “falava do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém”.
Jesus é, assim, apresentado por Lucas como
o Messias libertador, que vai conduzir o seu Povo do domínio da escravidão para
o domínio da liberdade. A apresentação no Templo de um primogênito celebrava precisamente
a libertação do Egito e a passagem da escravidão para a liberdade (cf. Ex 13,
11-16).
O texto termina com uma referência ao resto da infância de Jesus e ao crescimento do menino em “sabedoria” e “graça”. Trata-se de atributos que lhe vêm do Pai e que atestam, portanto, a sua divindade.
Em conclusão: Jesus é o Deus que vem ao encontro dos homens com uma missão que lhe foi confiada pelo Pai. O objetivo de Jesus é cumprir integralmente o projeto do Pai… E esse projeto passa por levar os homens da escravidão para a liberdade e em apresentar a proposta de salvação de Deus a todos os povos da terra, mesmo àqueles que não pertencem tradicionalmente à comunidade do Povo de Deus.
ATUALIZAÇÃO
• Neste episódio do “Evangelho da Infância”, Lucas apresenta-nos uma família – a Sagrada Família – que vive atenta aos apelos de Deus e que se empenha em cumprir cuidadosamente os preceitos do Senhor. Por quatro vezes (vers. 22.23.24.27), Lucas refere, a propósito da família de Jesus, o cumprimento da Lei de Moisés, da Lei do Senhor ou da Palavra do Senhor – o que sugere a importância que a Palavra de Deus assume na vida da família de Nazaré. Trata-se, na perspectiva de Lucas, de uma família que escuta a Palavra de Deus e que constrói a sua existência ao ritmo da Palavra de Deus e dos desafios de Deus. Maria e José perceberam que uma família que escuta a Palavra de Deus e que procura responder aos desafios postos por essa Palavra é uma família feliz, que encontra na Palavra indicações seguras acerca do caminho que deve percorrer e que se constrói sobre a rocha firme dos valores eternos. Encontramos tempo para reunir a família à volta da Palavra de Deus e para partilhar, em família, a Palavra de Deus?
• Segundo a Lei judaica, todo o primogênito devia ser consagrado e dedicado ao Senhor. Também Jesus é apresentado no Templo e consagrado ao Senhor. Nas famílias cristãs há normalmente uma preocupação em proporcionar a cada criança condições de vida, de educação, de acesso à instrução e aos cuidados essenciais… Haverá sempre uma preocupação semelhante no que diz respeito à formação para a fé e em proporcionar aos filhos uma verdadeira educação para a vida cristã e para os valores de Jesus Cristo? Os pais cristãos preocupam-se em ser os primeiros catequistas dos próprios filhos, transmitindo-lhes os valores do Evangelho? Preocupam-se em acompanhar a formação catequética dos filhos, em inseri-los numa comunidade de fé, em integrá-los na família de Jesus, em consagrá-los ao serviço de Deus?
• Simeão e Ana não são pessoas desiludidas da vida, que vivem voltadas para o passado sonhando com um tempo ideal que já não volta; mas são pessoas voltadas para o futuro, atentas ao Deus libertador que vem ao seu encontro, que sabem ler os sinais de Deus naquele menino que chega e que testemunham diante dos seus conterrâneos a presença salvadora e redentora de Deus no meio do seu Povo. Os idosos– quer pela sua maturidade, sabedoria e equilíbrio, – podem ser testemunhas privilegiadas dos valores de Deus, que obrigam o mundo a confrontar-se com os desafios de Deus. É preciso que não vivam voltados para o passado, refugiados numa realidade que aliena, mas vivam de olhos postos no futuro, pondo a sua sabedoria e experiência ao serviço da comunidade, ensinando os mais jovens a distinguir entre o que é eterno e importante e o que é passageiro e acessório.
O texto termina com uma referência ao resto da infância de Jesus e ao crescimento do menino em “sabedoria” e “graça”. Trata-se de atributos que lhe vêm do Pai e que atestam, portanto, a sua divindade.
Em conclusão: Jesus é o Deus que vem ao encontro dos homens com uma missão que lhe foi confiada pelo Pai. O objetivo de Jesus é cumprir integralmente o projeto do Pai… E esse projeto passa por levar os homens da escravidão para a liberdade e em apresentar a proposta de salvação de Deus a todos os povos da terra, mesmo àqueles que não pertencem tradicionalmente à comunidade do Povo de Deus.
ATUALIZAÇÃO
• Neste episódio do “Evangelho da Infância”, Lucas apresenta-nos uma família – a Sagrada Família – que vive atenta aos apelos de Deus e que se empenha em cumprir cuidadosamente os preceitos do Senhor. Por quatro vezes (vers. 22.23.24.27), Lucas refere, a propósito da família de Jesus, o cumprimento da Lei de Moisés, da Lei do Senhor ou da Palavra do Senhor – o que sugere a importância que a Palavra de Deus assume na vida da família de Nazaré. Trata-se, na perspectiva de Lucas, de uma família que escuta a Palavra de Deus e que constrói a sua existência ao ritmo da Palavra de Deus e dos desafios de Deus. Maria e José perceberam que uma família que escuta a Palavra de Deus e que procura responder aos desafios postos por essa Palavra é uma família feliz, que encontra na Palavra indicações seguras acerca do caminho que deve percorrer e que se constrói sobre a rocha firme dos valores eternos. Encontramos tempo para reunir a família à volta da Palavra de Deus e para partilhar, em família, a Palavra de Deus?
• Segundo a Lei judaica, todo o primogênito devia ser consagrado e dedicado ao Senhor. Também Jesus é apresentado no Templo e consagrado ao Senhor. Nas famílias cristãs há normalmente uma preocupação em proporcionar a cada criança condições de vida, de educação, de acesso à instrução e aos cuidados essenciais… Haverá sempre uma preocupação semelhante no que diz respeito à formação para a fé e em proporcionar aos filhos uma verdadeira educação para a vida cristã e para os valores de Jesus Cristo? Os pais cristãos preocupam-se em ser os primeiros catequistas dos próprios filhos, transmitindo-lhes os valores do Evangelho? Preocupam-se em acompanhar a formação catequética dos filhos, em inseri-los numa comunidade de fé, em integrá-los na família de Jesus, em consagrá-los ao serviço de Deus?
• Simeão e Ana não são pessoas desiludidas da vida, que vivem voltadas para o passado sonhando com um tempo ideal que já não volta; mas são pessoas voltadas para o futuro, atentas ao Deus libertador que vem ao seu encontro, que sabem ler os sinais de Deus naquele menino que chega e que testemunham diante dos seus conterrâneos a presença salvadora e redentora de Deus no meio do seu Povo. Os idosos– quer pela sua maturidade, sabedoria e equilíbrio, – podem ser testemunhas privilegiadas dos valores de Deus, que obrigam o mundo a confrontar-se com os desafios de Deus. É preciso que não vivam voltados para o passado, refugiados numa realidade que aliena, mas vivam de olhos postos no futuro, pondo a sua sabedoria e experiência ao serviço da comunidade, ensinando os mais jovens a distinguir entre o que é eterno e importante e o que é passageiro e acessório.
- - quando
Maria só depois de três dias deu por falta do filho que ficara no templo, tem
um significado teológico
- - A
mensagem que o texto nos passa, é a de que a família de Jesus é da descendência
de Davi, e Jesus sendo desta descendência age sempre como um Judeu observante da Lei e dos costumes.
- - Na televisão passou uma
propaganda da cerveja Bhrama, onde o sol tomava uma cerveja. O sol existe, a
praia existe, a cerveja existe. É uma mensagem que querem passar. Não é assim,
mas existe uma mensagem. Não é um fato histórico, nem verdadeiro, mas uma
maneira de passar uma mensagem. Maria perde o filho, Jesus, quando foram ao
templo. Depois de três dias dão a falta do filho (Maria seria desnaturada, sem
atenção, tão distraída assim?). Não. Existe uma mensagem fundamental. Os
números, para os hebreus, eram cheios de
significados. Não apenas uma quantidade. Por exemplo, o n° 3 significa: era, é, há de vir. - - -
LEITURA
II – Col 3,12-21
Irmãos: Como eleitos de Deus, santos e prediletos, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente,
se algum tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados para formar um só corpo. E vivei em ação de graças.
Habite em vós com abundância a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes uns aos outros
com toda a sabedoria; e com salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai de todo o coração a Deus a vossa gratidão. E tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus,
dando graças, por Ele, a Deus Pai. Esposas, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai as vossas esposas e não as trateis com aspereza. Filhos, obedece em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, não exaspereis os vossos filhos,
para que não caiam em desânimo.
AMBIENTE - Paulo estava na prisão (possivelmente em Roma, anos 61/63) quando escreveu aos colossenses. Algum tempo antes, Paulo havia recebido notícias pouco animadoras sobre a comunidade de Colossos. Essas notícias falavam da perigosa tendência de alguns doutores locais, que ensinavam doutrinas errôneas e afastavam os colossenses da verdade do Evangelho. Essas doutrinas misturavam práticas legalistas, práticas ascéticas, especulações sobre os anjos e achavam que toda esta mistura confusa de elementos devia completar a fé em Cristo e comunicar aos crentes um conhecimento superior dos mistérios cristãos e uma vida religiosa mais autêntica.
Sem refutar essas doutrinas de modo direto, Paulo afirma a absoluta suficiência de Cristo e assinala o seu lugar proeminente na criação e na redenção dos homens.
O texto da segunda leitura pertence à segunda parte da carta. Depois de constatar a supremacia de Cristo na criação e na redenção (1ª parte), Paulo avisa os colossenses de que a união com Cristo traz conseqüências a nível de vivência prática (2ª parte): implica a renúncia ao “homem velho” do egoísmo e do pecado, e o “revestir-se do homem novo”.
MENSAGEM - viver como “homem novo” implica cultivar um conjunto de virtudes que resultam da união do cristão com Cristo: misericórdia, bondade, humildade, paciência, mansidão. Lugar especial ocupa o perdão das ofensas do próximo, a exemplo do que Cristo sempre fez. Estas virtudes são exigências e manifestações da caridade, que é o mais fundamental dos mandamentos cristãos: tais exigências resultam da íntima relação do cristão com Cristo; viver “em Cristo” implica viver, como Ele, no amor total, no serviço, na disponibilidade e no dom da vida.
Uma vez apresentado o ideal da vida cristã nas suas linhas gerais, Paulo aplica o que acabou de dizer à vida familiar. Às mulheres, recomenda o respeito para com os maridos; aos maridos, convida a amar as esposas, evitando o domínio tirânico sobre elas; aos filhos, recomenda a obediência aos pais; aos pais, com intuição pedagógica, pede que não sejam excessivamente severos para com os filhos, pois isso pode impedir o desenvolvimento normal das suas capacidades.
É desta forma que, no espaço familiar, se manifesta o Homem Novo, o homem que vive segundo Cristo.
ATUALIZAÇÃO • Viver “em Cristo” implica fazer do amor a nossa referência fundamental e deixar que ele se manifeste em gestos concretos de bondade, de perdão, de compreensão, de respeito pelo outro, de partilha, de serviço.
• Esse amor, que deve revestir-nos sempre, traduz-se numa atenção contínua àquele que está ao nosso lado, às suas necessidades e preocupações, às suas alegrias e tristezas? Traduz-se em gestos sentidos e partilhados de carinho e de ternura? Traduz-se num respeito absoluto pela liberdade e pelo espaço do outro, por um deixar o outro crescer sem o sufocar? Traduz-se na vontade de servir o outro, sem nos servirmos do outro?
• As mulheres não gostam de ouvir Paulo pedir-lhes a “submissão” aos maridos… No entanto, não devem ser demasiado severas com Paulo: ele é um homem do seu tempo, e não podemos exigir dele a mesma linguagem com que, nos nossos dias, falamos destas coisas. Apesar de tudo, convém lembrar que Paulo não se esquece de pedir aos maridos que amem as mulheres e não as tratem com aspereza: sugere, desta forma, que a mulher tem, em relação ao marido, igual dignidade.
Irmãos: Como eleitos de Deus, santos e prediletos, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente,
se algum tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados para formar um só corpo. E vivei em ação de graças.
Habite em vós com abundância a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes uns aos outros
com toda a sabedoria; e com salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai de todo o coração a Deus a vossa gratidão. E tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus,
dando graças, por Ele, a Deus Pai. Esposas, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai as vossas esposas e não as trateis com aspereza. Filhos, obedece em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, não exaspereis os vossos filhos,
para que não caiam em desânimo.
AMBIENTE - Paulo estava na prisão (possivelmente em Roma, anos 61/63) quando escreveu aos colossenses. Algum tempo antes, Paulo havia recebido notícias pouco animadoras sobre a comunidade de Colossos. Essas notícias falavam da perigosa tendência de alguns doutores locais, que ensinavam doutrinas errôneas e afastavam os colossenses da verdade do Evangelho. Essas doutrinas misturavam práticas legalistas, práticas ascéticas, especulações sobre os anjos e achavam que toda esta mistura confusa de elementos devia completar a fé em Cristo e comunicar aos crentes um conhecimento superior dos mistérios cristãos e uma vida religiosa mais autêntica.
Sem refutar essas doutrinas de modo direto, Paulo afirma a absoluta suficiência de Cristo e assinala o seu lugar proeminente na criação e na redenção dos homens.
O texto da segunda leitura pertence à segunda parte da carta. Depois de constatar a supremacia de Cristo na criação e na redenção (1ª parte), Paulo avisa os colossenses de que a união com Cristo traz conseqüências a nível de vivência prática (2ª parte): implica a renúncia ao “homem velho” do egoísmo e do pecado, e o “revestir-se do homem novo”.
MENSAGEM - viver como “homem novo” implica cultivar um conjunto de virtudes que resultam da união do cristão com Cristo: misericórdia, bondade, humildade, paciência, mansidão. Lugar especial ocupa o perdão das ofensas do próximo, a exemplo do que Cristo sempre fez. Estas virtudes são exigências e manifestações da caridade, que é o mais fundamental dos mandamentos cristãos: tais exigências resultam da íntima relação do cristão com Cristo; viver “em Cristo” implica viver, como Ele, no amor total, no serviço, na disponibilidade e no dom da vida.
Uma vez apresentado o ideal da vida cristã nas suas linhas gerais, Paulo aplica o que acabou de dizer à vida familiar. Às mulheres, recomenda o respeito para com os maridos; aos maridos, convida a amar as esposas, evitando o domínio tirânico sobre elas; aos filhos, recomenda a obediência aos pais; aos pais, com intuição pedagógica, pede que não sejam excessivamente severos para com os filhos, pois isso pode impedir o desenvolvimento normal das suas capacidades.
É desta forma que, no espaço familiar, se manifesta o Homem Novo, o homem que vive segundo Cristo.
ATUALIZAÇÃO • Viver “em Cristo” implica fazer do amor a nossa referência fundamental e deixar que ele se manifeste em gestos concretos de bondade, de perdão, de compreensão, de respeito pelo outro, de partilha, de serviço.
• Esse amor, que deve revestir-nos sempre, traduz-se numa atenção contínua àquele que está ao nosso lado, às suas necessidades e preocupações, às suas alegrias e tristezas? Traduz-se em gestos sentidos e partilhados de carinho e de ternura? Traduz-se num respeito absoluto pela liberdade e pelo espaço do outro, por um deixar o outro crescer sem o sufocar? Traduz-se na vontade de servir o outro, sem nos servirmos do outro?
• As mulheres não gostam de ouvir Paulo pedir-lhes a “submissão” aos maridos… No entanto, não devem ser demasiado severas com Paulo: ele é um homem do seu tempo, e não podemos exigir dele a mesma linguagem com que, nos nossos dias, falamos destas coisas. Apesar de tudo, convém lembrar que Paulo não se esquece de pedir aos maridos que amem as mulheres e não as tratem com aspereza: sugere, desta forma, que a mulher tem, em relação ao marido, igual dignidade.
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