quinta-feira, 29 de novembro de 2018

1º DOMINGO DO TEMPO DO ADVENTO ANO C, Homilias, Subsídios homiléticos


1º DOMINGO DO TEMPO DO ADVENTO ANO C 2018 -  (Adaptado pelo Diácono Ismael)

Celebrações  com a Coroa de Advento
1º Domingo = A vela do Profeta: a esperança. (vela roxa)
II Domingo do Advento – A vela de Belém: a salvação para todos. (vela vermelha)
lII Domingo do Advento - A vela dos pastores: a alegria. (vela rosa)
IV Domingo do Advento - A vela dos anjos: o amor. (vela branca)
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1º Domingo
Segue-se tudo normal até a saudação inicial feita pelo presidente da
celebração: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo...... Antes do Ato penitencial segue-se o rito para acender a primeira vela:

Comentário: Hoje vamos acender a primeira vela da Coroa do Advento, a vela do Profeta, a vela da esperança, para recordar que Jesus Cristo é a nossa única esperança. Vamos agradecer a Deus pelas promessas que fez à humanidade e a esperança que despertou e continua a despertar em cada um de nós.

(Alguém entra com a vela roxa acesa e a coloca na Coroa do Advento. Nesse momento pode-se cantar um canto que fale de esperança ou apenas dedilhar o violão ou o teclado.

Oração
Pres. Ó Deus da esperança, quando os seres humanos se separaram da vossa
amizade, do vosso amor, nunca os abandonastes. Já aos primeiros pais Adão e Eva prometestes um salvador, um filho de sua descendência, que haveria de vencer o inimigo e restabelecer a comunhão de amor e de vida convosco.
Renovaste a promessa através de Abraão, do Rei Davi e do Profeta Isaías. Nós vos agradecemos porque finalmente nos enviastes o Salvador nascido da Virgem Maria. Assim como a humanidade soube esperar o Salvador, concede i também a nós, nos prepararmos para acolher o Salvador que vem novamente na comemoração do seu Natal. Aumentai nossa esperança. Nós vos pedimos que Cristo nasça em nossos corações neste Santo Natal. Isso vos pedimos, por Cristo, nosso Senhor.
T. Amém.

SINOPSE:
Tema: “Vinde Senhor Jesus!”
O ADVENTO é Tempo de ESPERA e ESPERANÇA, em que celebramos:
+ Um fato passado: A Vinda histórica de Cristo, prometida a Abraão, lembrada pelos profetas, esperada pelo povo, realizada em Belém…
+ Um fato presente: Vinda de Jesus presente na sua Igreja: Cristo continua a vir: na Palavra, na Eucaristia, nos irmãos..
+ Um fato futuro: É a segunda vinda… no fim do mundo
Na primeira leitura: Deus anuncia que vai enviar ao seu Povo um descendente da família de David, com a missão de concretizar a justiça e a paz.
Evangelho: Jesus anuncia: “alegrai-vos, vai nascer um mundo novo, onde conhecereis a liberdade e a vida em plenitude”.
A segunda leitura convida-nos a esperar numa atitude ativa na vivência do amor.

PRIMEIRA LEITURA (Jr 33,14-16) Profeta Jeremias. –
“Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei cumprir a promessa de bens futuros para a casa de Israel e para a casa de Judá. Naqueles dias, naquele tempo, farei brotar de Davi a semente da justiça, que fará valer a lei e a justiça na terra. Naqueles dias, Judá será salvo e Jerusalém terá uma população confiante; este é o nome que servirá para designá-la: ‘O Senhor é a nossa justiça’”.

AMBIENTE - Estamos no reinado de Sedecias (587 a.C.). O exército de Nabucodonosor cerca Jerusalém e Jeremias está no cárcere. O profeta vai proclamar a chegada de um tempo novo, no qual Deus vai “pensar as feridas” do seu povo e curá-las, proporcionar “abundância de paz e segurança”.

MENSAGEM - Nesse momento limite em que tudo parece comprometido, Jeremias anuncia a fidelidade de Jahwéh às promessas feitas a David: no futuro, Deus irá fazer surgir um descendente de David, que assegurará a paz e a salvação a todo o povo. Diz-se que o descendente de David vai assegurar a “justiça” e o “direito”. A dupla “justiça/direito” possibilitará uma ordem social, fundamento da paz e da prosperidade. Sedecias nem garantiu a “justiça”, nem assegurou a paz; por isso, a catástrofe está iminente… Mas o rei futuro anunciado pelo profeta, da descendência de David, será o “ungido” de Deus. Terá por missão restaurar a “justiça” e transmitir a abundância de vida e de salvação ao Povo de Deus. Por isso, chamar-se-á “o Senhor é a nossa justiça”: por ele, Deus garante ao seu Povo um futuro fecundo, de justiça, de bem-estar, de salvação.

ATUALIZAÇÃO • O ambiente em que estamos mergulhados potencia o medo, a frustração, a insegurança, o pessimismo… É possível acreditar no Deus da “justiça” e continuar a olhar para o mundo nessa perspectiva negativa, como se Deus tivesse abandonado os homens e já não presidisse à nossa história?
• Sentimo-nos, verdadeiramente, membros do povo messiânico, construtores desse mundo de justiça, de paz, de felicidade para todos? Qual é a atitude que define o nosso empenho: o compromisso sério com a justiça e a paz, ou o comodismo de quem prefere omitir-se das suas responsabilidades?

SALMO RESPONSORIAL / SI 24 (25)
Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma!
• Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos / e fazei me conhecer a vossa estrada! / Vossa verdade me oriente e me conduza, / porque sois o Deus da minha salvação!
• O Senhor é piedade e retidão / e reconduz ao bom caminho os pecadores. / Ele dirige os humildes na justiça / e aos pobres ele ensina o seu caminho.
• Verdade e amor são os caminhos do Senhor / para quem guarda sua Aliança e seus preceitos. / O Senhor se torna íntimo aos que o temem / e lhes dá a conhecer sua Aliança.

EVANGELHO (Lc 21,25-28.34-36) Evangelho segundo Lucas.
Disse Jesus a seus discípulos: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem”.

AMBIENTE - últimos dias da vida terrena de Jesus, após a sua entrada triunfal em Jerusalém. Jesus anuncia-lhes tempos difíceis de perseguição e de martírio. Avisa-os, também, de que a própria cidade de Jerusalém será, proximamente, sitiada e destruída (cf. Lc 21,20-24).

MENSAGEM - O centro do Evangelho está na referência à vinda do Filho do Homem “com grande poder e glória” e no convite a a levantar a cabeça porque “a libertação está próxima”. O projeto de salvação/libertação da humanidade, concretizado nas palavras e nos gestos de Jesus, é apresentado como o “resgate” de uma humanidade prisioneira do egoísmo, do pecado e da morte. Trata-se, portanto, da libertação de tudo o que escraviza os homens e os impede de viver na dignidade de filhos de Deus.
A mensagem é clara: espera-vos um caminho de sofrimento e perseguição; no entanto, não vos deixeis afundar no desespero porque Jesus vem. Com a sua vinda gloriosa, cessará a escravidão que impede a vida em plenitude e nascerá um mundo novo, de alegria e de felicidade plenas.
Os “sinais” catastróficos não são um quadro do “fim do mundo”; são imagens utilizadas pelos profetas para falar do “dia do Senhor”, isto é, o dia em que Jahwéh vai intervir na história para libertar o seu Povo da escravidão, inaugurando uma era de vida, de fecundidade e de paz sem. O quadro destina-se, portanto, não a amedrontar, mas a dar esperança: quando Jesus vier com a sua autoridade soberana, o mundo velho do egoísmo e da escravidão cairá e surgirá o dia novo da salvação/libertação sem fim. Há, ainda, um convite à vigilância: é necessário uma atenção constante, a fim de que as preocupações terrenas não nos impeçam de reconhecer e de acolher o Senhor que vem.

ATUALIZAÇÃO - • A realidade humana está marcada pelo egoísmo, pela guerra e pelo ódio, pela prepotência dos senhores do mundo… Quantos milhões estão na miséria e sofrimentos que os torna escravos, roubando-lhes a vida e a dignidade… A Palavra de Deus abre a porta à esperança: “alegrai-vos, pois a vossa libertação está próxima. Com a vinda próxima de Jesus, o projeto de salvação/libertação de Deus vai tornar-se uma realidade viva; o mundo velho vai converter-se numa nova realidade, de vida e de felicidade para todos”.
• No entanto, a salvação/libertação não é uma realidade que deva ser esperada de braços cruzados. É preciso “estar atento” a essa salvação que nos é oferecida como dom, e aceitá-la. Jesus vem; mas é necessário reconhecê-lo nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação. É preciso acolher o dom de Jesus, deixar que Ele nos transforme o coração e Se faça vida nos nossos gestos e palavras.
• É preciso, ainda, ter presente, que este mundo novo nunca será um realidade plena nesta terra, mas sim uma realidade escatológica, cuja plenitude só acontecerá depois de Cristo, o Senhor, haver destruído definitivamente o mal que nos torna escravos.

SEGUNDA LEITURA (1Tes 3,12 – 4,2) Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses.
O Senhor vos conceda que o amor entre vós aumente sempre mais, a exemplo do amor que temos por vós. Que assim ele confirme os vossos corações numa santidade sem defeito aos olhos de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos. Enfim, meus irmãos, eis o que vos pedimos e exortamos no Senhor Jesus: Aprendestes de nós como deveis viver para agradar a Deus, e já estais vivendo assim. Fazei progressos ainda maiores! Conheceis, de fato, as instruções que temos dado em nome do Senhor Jesus.

AMBIENTE - A comunidade cristã de Tessalônica foi fundada por Paulo, Silvano e Timóteo. No entanto, a obra de Paulo foi brutalmente interrompida pela reação da colónia judaica… Paulo teve de fugir.

MENSAGEM - Apesar de tudo o que Deus já edificou no coração dos crentes de Tessalônica, a caminhada cristã destes não está concluída. Há que “progredir sempre”, sobretudo no amor para com todos. Só nesta atitude de não conformação será possível esperar a “vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.

ATUALIZAÇÃO • A caminhada cristã nunca é um processo acabado, mas recomeça em cada novo instante da vida. O cristão não é aquele que é perfeito; mas é aquele que, em cada dia, sente que há um caminho novo a fazer e não se instala na mediocridade.
• Uma dimensão fundamental da nossa experiência cristã é a caridade: só aprofundando-a cada vez mais podemos sentir-nos identificados com Aquele que partilhou a vida com todos nós, até à morte na cruz; só praticando-a, podemos fazer uma verdadeira experiência de Igreja e construir uma comunidade de irmãos; só vivendo-a, podemos ser, para os homens o rosto do Deus que ama.
# Paulo lembra à comunidade de Tessalônica que a melhor maneira de esperar a vinda do Senhor Jesus é crescer no amor recíproco. Sem esse amor, torna-se vazio o Advento e o próprio Natal.

+ O verdadeiro Natal é vivido num Clima de...

   - De Esperança: uma espera pela vinda de Deus. "De cabeça erguida..." apesar dos problemas que nos cercam...

   - De Vigilância: para perceber os sinais de Deus entre nós…  ler a realidade com o olhar voltado à eternidade.
     Jesus adverte a um Perigo:  "Não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida

 - De Oração: - na Comunidade: com a liturgia do Advento... - nas famílias: com a Novena do Natal em família...

+ De Conversão: Acolher: preparar o nosso presépio, o coração…   Caso contrário, a sua vinda será inútil.

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Tempo de Esperança

Nesse domingo iniciamos mais um ano Litúrgico (Ciclo C), durante o qual iremos refletir e celebrar os principais
mistérios de nossa fé e da História da Salvação.

O companheiro principal na caminhada será o Evangelho de LUCAS.
                   
- O ANO LITÚRGICO está centralizado em duas grandes festas:
  Natal e Páscoa. E cada uma delas, com 3 momentos:
  - de preparação: Advento e Quaresma...
  - de celebração: do Natal à Epifania; da Páscoa ao Pentecostes...
  - de prolongamento: os domingos do tempo comum...

- Hoje iniciamos as quatro semanas do ADVENTO.

O ADVENTO é Tempo de ESPERA e ESPERANÇA, em que celebramos:

+ Um fato passado: A Vinda histórica de Cristo, prometida a Abraão,
   lembrada pelos profetas, esperada pelo povo, realizada em Belém…
+ Um fato presente: Vinda de Jesus presente na sua Igreja:
   Cristo continua a vir: na Palavra, na Eucaristia, nos irmãos..
+ Um fato futuro: É a segunda vinda… no fim do mundo…

As leituras acenam para um novo tempo, marcado pela esperança e pela alegria:

Na 1a Leitura, damos um olhar para o PASSADO. (Jr 33,14-16)

Após um longo exílio, o Povo, cansado e abatido, retorna para a sua terra, mas encontra tudo destruído, precisa recomeçar tudo de novo.
O profeta Jeremias proclama a chegada de dias melhores.
Surgirá um descendente de Davi, que assegurará a paz e a salvação.
Recordando as promessas de Deus, o profeta elimina a saudade do passado, elimina o medo do presente e instaura o clima da ESPERANÇA.

Esse rebento esperando pelos israelitas é Jesus de Nazaré.
Com ele teve início o Reino de Paz e Justiça.
Contudo percebemos que a construção desse mundo novo não foi concluída com o nascimento de Cristo.
Exige ainda muito tempo e e de nosso empenho e colaboração.

Na 2a Leitura, damos um olhar para o PRESENTE. (1 Ts 3,12-4,2)

Paulo lembra à comunidade de Tessalônica que a melhor maneira de esperar a vinda do Senhor Jesus é crescer no amor recíproco. Sem esse amor, torna-se vazio o Advento e o próprio Natal.


No Evangelho, damos um olhar para o FUTURO. (Lc 21,25-28.34-36)

Estamos nos últimos dias da vida terrena de Jesus.
Ele anuncia tempos difíceis de sofrimento e perseguição.
O texto, numa linguagem apocalíptica, fala da segunda vinda de Cristo.
Os "sinais" catastróficos apresentados, não são um quadro do "fim do mundo"; são imagens utilizadas pelos profetas para falar do "dia do Senhor", quando Ele vai intervir na história para libertar o seu Povo.
O quadro visa reavivar a ESPERANÇA pelo novo dia que surgirá e e motivar a VIGILÂNCIA para reconhecer e acolher o Senhor que vem.

+ "Fiquem de pé e levantem a cabeça, pois a vossa libertação está próxima".
   O Evangelho ensina a não esperar passivamente a vinda do Filho do Homem.
- É preciso "estar atento" a essa salvação que nos é oferecida e aceitá-la.
- É necessário reconhecer Jesus que vem nos sinais da história,    no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação.
- É preciso ter a vontade e a liberdade de acolher o dom de Jesus, deixar que  ele nos transforme o coração e se faça vida em nossos gestos e palavras.
- É preciso ter presente, que este mundo novo está permanentemente a fazer-se  e depende do nosso testemunho.

+ Como você pretende preparar o NATAL desse ano?
   - Um Natal apenas de presentes... de enfeites e músicas…  de festas, comes e bebes...
   - ou um Natal cristão?

+ O verdadeiro Natal é vivido num Clima de...

   - De Esperança: Advento é participar de uma espera profunda de todos os homens pela vinda de Deus.
     "De cabeça erguida..." apesar dos problemas que nos cercam...

   - De Vigilância para perceber os sinais da presença de Deus entre nós…
     Vigilância significa por Deus em primeiro lugar na vida.
     Quer dizer ler a realidade com o olhar voltado à eternidade.
     Significa crer que o Reino de Deus já está presente entre nós.
     Jesus adverte a um Perigo:  "Não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida..."

 - De Oração: - na Comunidade: com a liturgia do Advento...  - nas famílias: com a Novena do Natal em família...

+ De Conversão: Acolher: preparar o nosso presépio, o coração…
   O Natal será realmente cristão, se Cristo tiver lugar em nosso coração.
   Caso contrário, a sua vinda será inútil.
   - Vamos remover de nossa vida toda bagagem inútil que possa impedir os nossos passos para Cristo.

Como há dois mil anos em Belém, Ele ainda hoje continua buscando um lugar…

Será que Ele encontrará esse lugar em nossa casa, em nosso coração?
                                       
                         Pe. Antônio Geraldo
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO

Meus irmãos e irmãs, começamos hoje falando sobre o Batismo. Na carta de S. Paulo aos Tessalonicenses nos fala: “fazei progressos ainda maiores! Conheceis, de fato, as instruções que temos dado em nome do Senhor Jesus”. Claro que não é só para o pai e a mãe, padrinho e madrinha destas crianças, que estou falando. Estou falando para todos nós. Não é suficiente batizar. É preciso fazer progresso. Progresso significa estarmos sempre atentos para conhecermos, cada vez mais, a vontade de Deus e podermos trilhar este caminho. Se nós batizarmos e pararmos aí, a criança será como uma semente, que foi plantada e não foi cultivada. A criança foi plantada na comunidade, mas não estará cultivada para a caminhada com Deus. Agora, eu quero perguntar para vocês que estão na catequese: - por que eu estou com a casula roxa? (“é o ano litúrgico”). – está certinho, mas eu quero uma explicação mais fácil. Está certo. Não está errado. (“por causa do advento; tem as cores roxa, branca, vermelha e aí vem a cor roxa de novo”.) – Está correto. Olha aí. Ele está nos dizendo, que no ano litúrgico temos várias cores e no advento se usa a cor roxa.
Uma vez eu perguntei porque estava de verde e me responderam que era porque o Palmeiras tinha ganhado. Fiquei muito chateado. (“roxo porque é penitência”). – associamos o roxo a penitência. Não está errado. Eu não quero que alguém associe penitência a sacrifício. Não. Penitência é: eu sou convidado, neste tempo, para aprofundar o tema que estamos celebrando. O Tempo Comum, que é o verde, cada domingo é um tema diferente. No Advento e também na quaresma, o tema é sempre o mesmo. No advento temos quatro finais de semana, onde vamos meditar o mesmo tema, que é a vinda de Jesus. É celebrar o nascimento de Jesus, seu aniversário e Celebrar a segunda vinda. Os dois primeiros finais de semana, que é hoje e domingo que vem, nós vamos ouvir o Evangelho falando do fim dos tempos. É um assunto que parece estranho. Por que? Porque Celebramos também a segunda vinda de Jesus. Aí, o terceiro e o quarto final de semana, nós vamos refletir sobre a primeira vinda. Vamos ver contar desde antes do nascimento, vão contar que Eles vão para Belém, e assim por diante. É assim, que a liturgia nos convida a pensar neste assunto. Agora, o que é que tem de bom no Tempo do Advento, que vai nos ajudar e nos preparar para o nascimento de Jesus? A cada domingo vamos meditar algo que é importantíssimo e que nós conhecemos com a vinda de Jesus. Hoje, por exemplo, estamos falando da Justiça. A primeira leitura fala da justiça, o Salmo fala da Justiça. Por que? Porque não pode haver Paz, não existe Paz, sem a justiça. A Bíblia vai dizer, Deus sabe o que diz: Justiça e Paz se abraçarão. Muita gente pede mais polícia para obter a paz. Outros declaram guerra em nome da paz. Outros dizem: se eu tivesse como me armar, eu teria paz. A Bíblia vai dizer: Não. Aquele que se utiliza da arma, acaba morrendo por ela. O que é que garante a Paz? É a Justiça. Aqui poderíamos ficar duas a três horas falando sobre isto.  A JUSTIÇA é algo complicado, porque vivemos num mundo injusto. Nós não temos plena noção do que é justiça. Temos apenas vagas idéias do que é justiça, mas não temos a noção plena. Aí a razão pela qual nós somos chamados a não nos distanciar de Deus. Porque só Deus é Justo. Na medida em que eu me aproximar, estiver próximo de Deus, eu vou compreendendo melhor o que é a justiça. Por isso, é bom participarmos da Celebração Eucarística, pelo menos, aos domingos. Aí eu ouço o que Deus fala, aí eu me aproximo de Deus, porque Ele me dá conselhos justos e aí então, eu posso construir a Paz.
Como vai a paz na minha casa? Se não tivermos paz em casa, é porque não está havendo justiça. Como vai a paz no meu trabalho? Se não há paz no meu trabalho é porque não está havendo justiça. Como está a paz no estádio de futebol? Se não há paz é porque ali não há justiça. Assim, em todos os ambientes. Então, nós somos chamados a construir a Paz e a Justiça em todos os ambientes. Como vai a paz na comunidade? Se não houver paz, é porque não está havendo justiça. É claro, que aí, um precisa ajudar o outro. Como nós não temos plena consciência da justiça, nem sempre somos justos. Não porque somos maus. É isto que as pessoas confundem. O ser humano não é mau. O ser humano é IGNORANTE em se tratando da Justiça. Então, ele tem a melhor das intenções, mas não é justo. Não por maldade, mas por limitação.  É aí que é importante nós ouvirmos a Palavra de Deus.
Tem outro aspecto que eu queria falar, aproveitando as leituras de hoje. Por que, quando a gente ouve o Evangelho, a gente fica em pé? Quem vai dar uma opinião? (“é a palavra de Deus”). A primeira leitura também é Palavra de Deus e estamos sentados. A segunda leitura, que é também do Novo Testamento, também é Palavra de Deus e estamos sentados. É só na proclamação do Evangelho que ficamos em pé. Diga aqui: (“por causa do respeito a Palavra de Deus.”) – Mas a primeira e segunda leitura também são Palavra de Deus e estamos sentados. Eu sei que muita gente tem dificuldade para saber o porque ficar em pé. Olha o que diz a leitura de hoje: “Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, afim de terdes forças para escapar de tudo que deve acontecer e para ficar em pé diante do Filho do Homem”. O que que é isto? Nós cremos, que quem faz a leitura, somente empresta a voz. É Deus quem fala. Por isso, a gente sendo convidado para fazer uma leitura, aceitar, porque só estamos ampliando a voz de Deus. Muitas vezes, não fazemos uma boa leitura, mas o importante é que Deus se comunica. Agora, no Evangelho é o Filho do Homem quem fala. É Jesus falando. Então, aqui fala que é para encontrarmos com o Filho do Homem em Pé. O respeito vale para as três Leituras, mas quando é Jesus que fala, ficamos em pé. Porque no Batismo, nós cremos, que morremos e ressuscitamos. Jesus é o cordeiro imolado, ressuscitado. Diante do Cordeiro todos ficam de pé. Agora está fácil a resposta da pergunta que vou fazer: por que durante a consagração todos ficam em pé? Sei que alguns, por devoção ficam de joelhos e só ficam em pé quando o presidente da celebração diz “eis o mistério da fé” voltam a ficar em pé. É por devoção e isto nós respeitamos. Por que ficamos em pé quando o pão e o vinho são consagrados? Sabemos que Jesus se torna presente no Pão e no Vinho consagrados. Por que ficamos em pé? Porque na consagração é o mesmo Filho do Homem que nos está sendo apresentado. Se diante do Filho do Homem todos devem se apresentar em pé, então, se Ele se faz presente na forma de Pão e de Vinho, devemos estar em pé. Quem gosta de ficar ajoelhado por devoção, sem problema, mas o pedido do Evangelho é que diante do Filho do Homem, nós nos apresentemos de pé. Veja que, na nossa liturgia, tem gestos, todos eles, baseados na Palavra de Deus. Está bom por hoje. Vamos pedir a Deus que nos ajude a caminhar no advento. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO – Diocese de Santo André - SP

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Homilia de D. Henrique Soares
                                                         
 “Confio em vós, que eu não seja envergonhado!” : atitude de quem se reconhece necessitado de um Salvador; de quem se sabe pequeno e incapaz de caminhar sozinho!: precisamos que Deus venha e nos estenda a mão, que ele nos eleve e nos salve! 
            O Advento nos prepara para o Natal e É um tempo de vigilância, de esperança no Senhor que vem: veio em Belém, vem no Natal, vem a cada dia e, virá no final dos tempos.
Somente numa atitude de oração e vigilância é que poderemos reconhecê-lo e acolhê-lo. Jesus nos diz: “Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai a cabeça, porque a vossa libertação se aproxima”; ficai atentos para terdes força de escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem! ”Os sinais que o Senhor nos dá, acontecem sempre, em cada geração, como um convite insistente à vigilância. Tomemos consciência de que nosso caminho neste mundo passa, é apenas um caminho!
           
 “Vigiai, não sabeis em que dia o Senhor virá”. Não se trata apenas da “parusia”, mas também da vinda do Senhor para cada homem no fim da sua vida, quando se encontrar face a face com o seu Salvador; e será esse o dia mais belo, o princípio da vida eterna! Toda a existência do homem é uma constante preparação para ver o Senhor, que cada vez está mais perto; mas no Advento a Igreja ajuda-nos a pedir de um modo especial: “Senhor, mostrai-me os vossos caminhos e ensinai-me as vossas veredas. Dirigi-me na vossa verdade, porque sois o meu Salvador” (Sl 24).
Procuremos afastar os motivos que impedem a acolhida do Senhor:
– os prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica alienada… No domingo, dorme… passeia… pratica esportes… mas não sobra tempo para a Missa.
trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde…
Escutemos São Paulo: “Fazei progressos ainda maiores! “ (1Ts 4, 1).
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Celebração da Palavra (Diáconos ou Ministros da Palavra):


LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Vinde, Senhor, sois a nossa força e a nossa esperança.
- “Ó Deus fiel, bendito sois pela obra que realizastes ao longo dos séculos, sobre as promessas dos profetas, nos enviando o vosso Filho. Nós Vos confiamos os bairros das nossas cidades e os habitantes que vivem no temor”.
T: Vinde, Senhor, sois a nossa força e a nossa esperança.
- “Pai, nós Vos damos graças pelas instruções recebidas de Jesus e pelos progressos que nos deixais realizar. Nós Vos pedimos: dai-nos um amor cada vez mais intenso até ao dia em que Jesus Cristo vier sobre as nuvens”.
T: Vinde, Senhor, sois a nossa força e a nossa esperança.
- “Ó Deus fiel, bendito sois pela esperança que nos destes em Jesus, mesmo nos momentos difíceis. Nós Vos pedimos: que o vosso Espírito nos mantenha vigilantes para que possamos estar firmes na presença de Jesus, vosso Filho, quando Ele vier com grande poder e glória”.
T: Vinde, Senhor, sois a nossa força e a nossa esperança.
- O sofrimento, as preocupações, o medo do futuro por vezes esmagam-nos e acabamos desanimados e com medo.  Hoje Jesus nos garante a sua vinda para um futuro melhor. Pai,  fazei-nos atentos aos sinais que manifestais, para que nossa esperança esteja sempre viva, pois sois a nossa esperança, pois tudo nesta terra se acabará.
T: Vinde, Senhor, sois a nossa força e a nossa esperança.
- Pai nosso... Saudai-vos na Paz... Eis o Cordeiro de Deus...





quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Cristo Rei do Universo, homilias, subsídios homiléticos


Jo 18,33b-37  XXXIV Domingo Comum Ano B 2018 Cristo, Rei do Universo

SINOPSE:
TEMA: “O meu reino não é deste mundo!” O último domingo do ano litúrgico convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus; não é à maneira dos reis deste mundo: é uma com a lógica de Deus.
Primeira leitura: Deus vai intervir no mundo eliminando a ambição, a violência, a opressão. Os cristãos verão nesse “filho de homem” vitorioso um anúncio da realeza de Jesus.
Evangelho: Jesus a assume a sua condição de rei diante de Pilatos. A realeza de Jesus não está na ambição, poder, autoridade e violência, mas no amor, no serviço, no perdão, na partilha, no dom da vida.
Segunda leitura: o Apocalipse apresenta Jesus como o Senhor do Tempo e da História, o princípio e o fim de todas as coisas, Aquele que há-de vir para instaurar o reino de felicidade, de vida e de paz. 

PRIMEIRA LEITURA (Dn 7,13-14) Leitura da Profecia de Daniel.
“Continuei insistindo na visão noturna, e eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho do homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua presença. Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá”.

AMBIENTE - O Livro de Daniel aparece na primeira metade do século II a.C., numa época em que o rei selêucida Antíoco IV Epifanes procurava impor a cultura grega ao Povo de Deus (época de Judas Macabeu e dos seus seguidores). O autor do Livro de Daniel pede aos concidadãos que não se deixem vencer pela perseguição e que se mantenham fiéis aos valores dos seus pais. Neste Livro, o autor garante-lhes que Deus está do lado do seu Povo e que recompensará a sua fidelidade à Lei e aos mandamentos.

MENSAGEM - A “visão” com o aparecimento de um “filho de homem” “sobre as nuvens do céu” tem uma origem transcendente. Ele vem de Deus e recebe de Deus um reino e um poder que não é limitado pelo tempo. Deus vai intervir no mundo, a fim de eliminar a violência que oprime os homens. A sua intervenção irá pôr fim à perseguição dos justos. Jesus aplicará esta imagem do “filho de homem que vem sobre as nuvens” à sua própria pessoa. Ao ser interrogado pelo sumo-sacerdote Caifás, Jesus assumirá claramente que é “o Messias, o Filho de Deus bendito”, o “Filho do Homem sentado à direita do Poder”, que virá “sobre as nuvens do céu” (Mc 14,61-62). Para os cristãos, Cristo é, esse “filho de homem” anunciado em Dan 7, que irá libertar os santos das garras do poder opressor e instaurar o reino definitivo da felicidade e da paz.
 ATUALIZAÇÃO ♦ Os reinos construídos pelos homens baseiam-se num poder arrogante, e são geradores de exploração, de miséria, de violência. O “profeta” acredita que o reino do mal não será eterno e que Deus intervém na história para destruir essas forças de morte que impedem os homens de alcançar a liberdade, a paz, a vida plena. Deus não abandona o seu Povo e intervirá para a realização plena do homem.
♦ Jesus é o enviado ao encontro dos homens para lhes propor uma nova ordem, em que os pobres, os débeis, os fracos, os marginalizados não mais serão humilhados e espezinhados. Jesus introduziu a lógica do amor, do serviço e da doação. O reino de Jesus já está presente na vida do mundo, como uma semente a crescer ou como o fermento a levedar a massa. Compete a nós, discípulos de Jesus, fazer com que esse reino seja, cada dia mais, uma realidade bem viva, presente e atuante no mundo.
EVANGELHO (Jo 18,33b-37) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, Pilatos chamou Jesus e perguntou-lhe: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te disseram isto de mim?” Pilatos falou: “Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?” Jesus respondeu: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”. Pilatos disse a Jesus: “Então tu és rei?” Jesus respondeu: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.

AMBIENTE - Pilatos, o governador romano da Judeia, é apresentado por Flávio Josefo como um governante duro e violento. O autor do Quarto Evangelho descreve Pilatos como um homem fraco, indeciso e volúvel, uma espécie de marionete habilmente manobrada pelos líderes judaicos. Na época em que o autor do Quarto Evangelho escreve (por volta do ano 100), não era conveniente para os cristãos acusar Roma, afirmando a sua responsabilidade no processo que levou Jesus à morte. Assim, os escritores cristãos da época preferiram amenizar o papel do poder imperial e, por outro lado, fazer recair sobre as autoridades judaicas toda a culpa pela condenação de Jesus.

 MENSAGEM  - «Tu és o Rei dos judeus?» revela qual era a acusação apresentada pelas autoridades judaicas contra Jesus: Ele tinha pretensões messiânicas; pretendia restaurar o reino ideal de David e libertar Israel dos opressores. Esta linha de acusação vê em Jesus um agitador político empenhado em mudar o mundo. A resposta de Jesus situa as coisas na perspectiva correta. Ele assume-se como o messias que Israel esperava e confirma, claramente, a sua qualidade de rei; no entanto, descarta qualquer semelhança com esses reis que Pilatos conhece. Os reis apoiam-se na força e impõem o seu domínio e a sua autoridade; a sua realeza baseia-se na prepotência e na ambição e gera opressão, injustiça e sofrimento… Jesus, em contrapartida, é um prisioneiro indefeso; não cultiva os próprios interesses, mas quer amar os homens até ao dom da própria vida… A sua realeza em vez de produzir opressão e morte, produz vida e liberdade. Jesus vai apenas propor aos homens um mundo novo, numa lógica de amor, de doação, de entrega, de serviço. A declaração de Jesus causa estranheza a Pilatos. Ele não consegue entender que um rei renuncie ao poder e à força e fundamente a sua realeza no amor e na doação da própria vida. Na sequência, Jesus confirma a sua realeza e define o sentido e o conteúdo do seu reinado. A realeza de que Jesus Se considera investido por Deus consiste em «dar testemunho da verdade». Para o autor do Quarto Evangelho, a “verdade” é a realidade de Deus. Essa “verdade” manifesta-se nos gestos de Jesus, nas suas palavras, nas suas atitudes e, de forma especial, no seu amor vivido até ao extremo do dom da vida. A “verdade” é o amor incondicional e sem medida que Deus derrama sobre o homem, a fim de o fazer chegar à vida verdadeira e definitiva. Essa “verdade” opõe-se à “mentira”, que é o egoísmo, o pecado, a opressão, a injustiça, tudo aquilo que o impede de alcançar a vida plena. A “realeza” de Jesus alcança-se através do amor, da partilha, do serviço simples e humilde em favor dos irmãos. A proposta de Jesus provoca uma resposta livre do homem. Quem escuta a voz de Jesus adere ao seu projeto e se compromete a segui-lo, renuncia ao egoísmo e ao pecado e faz da sua vida um dom de amor a Deus e aos irmãos. Essa é a comunidade do “Reino de Deus”.

ATUALIZAÇÃO ♦Jesus diz que, Ele é “rei” e recebeu de Deus, como diz a primeira leitura, “o poder, a honra e a realeza” sobre todos os povos da terra. Os grandes líderes das nações são homens com uma visão muito limitada do mundo, que não se preocupam com o bem da humanidade e que conduzem as suas políticas de acordo com lógicas de ambição pessoal ou de interesses particulares. Cristo é o nosso rei, que Ele preside à história e continua a caminhar conosco e a apontar-nos os caminhos da salvação e da vida.
♦ Diante dos homens, Ele apresenta-se com a força do amor e da verdade. Não impõe nada; só propõe aos homens que acolham no seu coração uma lógica de amor, de serviço, de obediência a Deus e aos seus projetos, de dom da vida, de solidariedade com os pobres e marginalizados, de perdão e tolerância. É com estas “armas” que Ele vai combater o egoísmo, a autossuficiência, a injustiça, a exploração, tudo o que gera sofrimento e morte. O mundo novo, de vida e de felicidade plena para todos os homens nascerá de uma lógica de amor, de serviço e de dom da vida.
♦ Nós, os que aderimos a Jesus e optamos por integrar a comunidade do Reino de Deus, temos de dar testemunho da lógica de Jesus. Como Jesus, também nós temos a missão de lutar – não com a força do ódio e das armas, mas com a força do amor – contra todas as formas de exploração, de injustiça, de alienação e de morte…
♦ A comunidade de Jesus (a Igreja) não pode estruturar-se com os mesmos critérios dos reinos da terra… Deve interessar-se mais por dar um testemunho de amor e de solidariedade para com os pobres e marginalizados; deve preocupar-se mais com o serviço simples e humilde aos homens, do que com os títulos, as honras e os privilégios.

SEGUNDA LEITURA (Ap 1,5-8) Leitura do Livro do Apocalipse.
Jesus Cristo é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra. A Jesus, que nos ama, que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados e que fez de nós um reino, sacerdotes para seu
Deus e Pai, a ele a glória e o poder, em eternidade. Amém. Olhai! Ele vem com as nuvens, e todos os olhos o verão, também aqueles que o traspassaram. Todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele. Sim. Amém! “Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “aquele que é, que era e que vem, o Todo-poderoso”. 

AMBIENTE - “Apocalipse” significa “manifestação de algo que está oculto”. É antes de tudo um livro que traz a esperança. João, exilado na ilha de Patmos (uma pequena ilha do Mar Egeu) por causa da sua fé, tem por missão comunicar aos seus irmãos a fé e a esperança. Estamos na fase final do reinado do imperador Domiciano (à volta do ano 95). As comunidades cristãs da Ásia Menor vivem numa grave crise interna, resultante das heresias, da falta de entusiasmo de dar testemunha da própria fé. Há também violenta perseguição que o imperador ordenou contra os cristãos: muitos seguidores de Jesus eram condenados e assassinados. Cheios de medo, abandonavam o Evangelho. É neste contexto de perseguição, medo e martírio que vai ser escrito o Apocalipse. O objetivo do autor é levar os crentes a revitalizarem o seu compromisso com Jesus e a não perderem a esperança. A comunidade é convidada a aceitar Cristo como o centro da história humana.
MENSAGEM - Três títulos cristológicos deviam fazer parte da catequese joanina: “testemunha fiel”, “primogênito dos mortos”, “príncipe dos reis da terra”.
Jesus é a “testemunha fiel” porque, com a sua vida, palavras, gestos de serviço, de amor e de doação, com a sua entrega até à morte, testemunhou, de forma perfeita, o que Deus queria revelar aos homens e mostrou aos homens o rosto do Deus-amor.
Jesus é o “primogênito dos mortos”, porque foi o primeiro a vencer a morte e demonstrou-nos, que quem vive nos caminhos de Deus não será vencido pela morte.
Jesus é o “príncipe dos reis da terra”, porque inaugurou um reino novo, de vida e de felicidade sem fim.
 A comunidade louva o seu Senhor: “àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amem”. A entrega na cruz de Jesus é expressão do amor sem medida com que Ele ama todos os homens. Porque ama, Jesus convidou os homens a integrar um reino novo, de amor e de paz; Jesus associou os homens à sua missão, tornando-os sacerdotes que oferecem a Deus o culto das suas próprias vidas. Jesus inseriu os homens numa dinâmica de vida nova, aproximou-os de Deus, convidou-os a integrar a família de Deus. Jesus há-de vir ao encontro dos seus, cheio de poder e majestade, a fim de inaugurar uma nova era de vida e de paz sem fim (“entre as nuvens” – A imagem é tirada do Livro de Daniel Dan 7,13 – o “filho de homem” que aparece sobre as nuvens está associado à vitória de Deus sobre os reinos e os poderes do mundo). Recorda-se, assim que a última palavra é de Deus. Por outro lado, todos poderão ver o coração transpassado de Cristo e tomarão consciência de quanto Ele ama os homens. A vitória de Cristo concretizar-se-á através do seu amor, feito dom a todos os homens. Conclui a sua apresentação de Jesus, definindo-O como o princípio e o fim de todas as coisas (o “alfa” e o “ómega”.), Aquele que era e que há-de vir. Os cristãos são convidados a fazer de Jesus o centro das suas vidas.
ATUALIZAÇÃO ♦ Jesus é a figura do Senhor do Tempo e da História, princípio e fim de todas as coisas; é a figura do “príncipe dos reis da terra”, que há-de vir “por entre as nuvens” cheio de poder, de glória e de majestade para instaurar um reino definitivo de felicidade, de vida e de paz: sejam quais forem as dificuldades da história humana, será um caminho que desembocará nesse reino novo de vida e de paz sem fim que Jesus veio anunciar.
♦ A ação de Jesus como Senhor da História não se concretizará numa lógica de poder, de autoridade, de força, mas no amor de Jesus, manifestado no dom da vida para libertar os homens do egoísmo e do pecado, para os inserir numa dinâmica de vida nova, para os integrar na família de Deus. Jesus, o nosso rei, é um rei que ama os seus com um amor sem limites e que, por amor, ofereceu a sua vida em favor da liberdade e da realização plena do homem. Neste dia em que celebramos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, somos convidados a agradecer pelo amor de Jesus que nos libertou do egoísmo e da morte; e somos convidados, também, a ter a mesma atitude de Jesus; ser amor, doação e serviço aos homens.
Pe. Joaquim - Pe. Barbosa - Pe. Carvalho

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 Rei do Universo

Neste último Domingo do Ano Litúrgico, CRISTO, REI DO UNIVERSO.
Por que essa Festa?

As Leituras bíblicas nos falam dessa Realeza.

A 1ª Leitura anuncia um "Filho do Homem", vindo do céu ara instaurar um REINO sem fim. (Dn 7,13-14)

Os judeus eram oprimidos pela dominação dos  gregos. Antíoco IV queria impor a cultura e a religião grega à força…
Daniel, numa linguagem apocalíptica, anima as comunidades à resistência.
Esse Reino ainda hoje não se tornou uma realidade plena; contudo, o Reino proposto por Jesus já está presente na vida do mundo, como uma semente a crescer ou como o fermento a levedar a massa.
Compete a nós, discípulos de Jesus, fazer com que esse Reino seja uma realidade bem viva e atuante em nosso mundo.

A 2a Leitura lembra que Cristo é o "Príncipe dos reis da terra" que virá cheio de poder, de glória e majestade para instaurar um REINO definitivo de felicidade, de vida e de paz.  (Ap 1, 5-8)

No Evangelho, Jesus confirma a sua Realeza. (Jo 18, 33b-37)

  Várias vezes querem fazê-lo rei, mas ele sempre se esquiva.
- Próximo da sua Paixão… sozinho, abandonado até pelos amigos, sem exército que pudesse vir a defendê-lo,   no tribunal diante de Pilatos que lhe pergunta: "Tu és o Rei dos Judeus?"  Jesus confirma a sua Realeza e define o sentido do seu Reinado:  "Eu sou REI. Mas o meu Reino não é desse mundo...".  "Para isso nasci e para isso vim ao mundo.   Para dar testemunho da Verdade.    E todo aquele que é da Verdade, ouve a minha voz..."

* A Realeza de Cristo é diferente:
Um Rei que veio para servir e salvar.
Um soberano capaz de aceitar uma coroa de espinhos.
Um Rei cujo trono foi uma cruz no alto de um monte.
Cruz que se tornou símbolo de vitória para nós.
Esse Reino cresce onde se manifesta a atitude de serviço, a doação generosa em favor dos irmãos, onde cresce o respeito pelos outros, o diálogo, o perdão, a solidariedade... a justiça... o amor...


Hoje, CRISTO continua a nos repetir:
"Eu sou rei", não um rei de coisas, mas um rei de gente,
- sem o PODER que os homens tanto aspiram…
- sem a GLÓRIA que os homens tanto procuram…
- sem os BENS que os homens tão avidamente desejam…

+ Jesus nos convida a fazer parte desse Reino  e a trabalhar para que esse Reino aconteça na vida de todos.


- No Pai Nosso, Jesus nos convida a rezar: "Venha a nós o vosso Reino"

  Estamos aqui reunidos em oração, porque somos "cidadãos desse Reino".
  Façamos nossa a prece de Cristo: "Venha a nós o vosso Reino".

Reino de Verdade e de Vida; Reino de Santidade e de Graça; Reino de Justiça, de Amor e de Paz…
Que assim seja…

                              Pe. Antônio Geraldo

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HOMILIA DO PE. PEDRINHO

Meus irmãos e irmãs, hoje tenho uma pergunta aos catequizandos, que irão fazer a primeira comunhão, ou qualquer outro que queira responder: o que significa a palavra DOMINAR? ( – Tomar posse? – tomar conta? ) opa, já é diferente de tomar posse. Tomar posse é o que os portugueses fizeram no Brasil séculos atrás. Então, dominar é tomar posse ou tomar conta? É bem o tema de hoje. Temos duas posturas bem diferentes; as duas, infelizmente, estão corretas, dependendo de como agente enxerga as coisas. Se eu dominar, como estou acostumado a ver; um país entra dominando o outro, o rei entra dominando os subalternos, o político derruba o outro, toma o poder e depois ele quer dominar todo mundo, significa tomar posse. Agora, quando Deus disse: crescei, multiplicai e dominai a terra, (Gêneis 1 e 2) Deus não falou errado. Não é tomar posse, mas TOMAR CONTA, como se fosse o próprio Deus cuidando. Então, você é chamado a dominar a terra, ou seja; cuidar da terra como Senhor. Então, cada um de nós já temos um chamado; qual é? Se Deus lhe deu a vida, é para você cuidar da sua vida, como se fosse Deus cuidando. Só que tem pessoas que depende de outros para cuidar da vida. Aí que nós chamamos RESPONSÁVEIS POR. Por exemplo: normalmente numa casa, quem são os responsáveis? O pai e a mãe, mas pode inverter; em determinado tempo, o pai e a mãe já têm certa idade, aí é os filhos que devem cuidar, como se fosse o próprio Deus cuidando. Então, tanto o pai, a mãe cuidando dos filhos como se fosse o próprio Deus e os filhos cuidando dos pais como se fosse o próprio Deus. Assim, o Presbítero (padre) deve cuidar da comunidade como se fosse o próprio Deus. Assim, o chefe da empresa deve cuidar de seus funcionários, como se fosse o próprio Deus. Assim, também, o prefeito cuidar da cidade, o governador, o presidente, cuidar como se  fosse o próprio Deus. Nem preciso falar muito; desde as famílias, passando pelo presbítero e acabando nos presidentes, estamos longe de cuidar, como se fosse o próprio Deus cuidando. Uns, por limitação do próprio pecado. Outros, por ganância. Outros, ao invés de cuidar, querem ser cuidados. Em determinado momento, Deus disse: vou mandar determinadas pessoas para cuidar de meu povo. Alguém se lembra de algum nome de rei que aparece na Bíblia? – rei Davi – sim, e é o mais admirado de todos até hoje. Ele foi perfeito em tudo o que ele fez? Não. Ele cobrou tanto imposto do povo, que parecia os dias de hoje. Só que não devolvia para o povo. Foi contraindo, assim, muitas riquezas, quis até construir um santuário. Aí, Deus disse: agora chega. Quem decide onde eu moro sou eu. Teu filho vai construir um santuário. Você não. Assim que nós temos o rei Salomão, que vai construir o templo. Salomão foi perfeito? Não. Quando morreu o povo disse ao seu filho: teu pai nos assolava, impunha-nos dura escravidão. Deixa o povo, agora, ser um pouco mais livre. O filho dele falou: meu pai pesava em vocês com um dedo. Eu vou pesar com a mão inteira. Todos os reis falharam. Sabe por que? Tiveram a oportunidade, aí entra a tentação; o que é que eu faço: sirvo o povo ou me sirvo do povo? Então, entre tomar conta e tomar posse, a maioria preferiu tomar posse. Deus falou: bom, então vou eu pessoalmente dizer como é que eu gostaria que fosse. Aí, então, se torna homem, enquanto homem descobre não o caminho não do servo glorioso, mas do servo sofredor. É assim que temos Jesus. Jesus é rei? Nós cremos que sim. Qual é a coroa que Jesus traz consigo? Coroa de espinhos. Qual é o trono? A cruz. Que vestes ele usa? Ele é totalmente despido para ser crucificado. Então, é um tipo de rei, que nenhum rei quer ser. Pergunte se alguém topa ser crucificado para salvar o seu povo. Não. Normalmente eles põem o povo para salvar o rei. Eles não vão para a guerra. Mandam os outros. Então, veja; Jesus se torna um rei, que incomoda as pessoas. Talvez incomode até nós mesmos. Porque é difícil se colocar a serviço do povo cem por cento, mas Jesus fez isto. A segunda leitura diz que Ele é o servo fiel. Ele realizou todo que era de se esperar de um representante de Deus na terra. Tão perfeito e tão plena a sua realização, que Ele mostra a própria imagem de Deus. Ele não se torna representante, embaixador, mas é o próprio Deus feito homem. Aí é que está. Como Ele venceu o pecado, porque os outros não conseguiram vencer o pecado, mas foram vencidos por ele, o pecado, Jesus vencendo o pecado, destruiu a morte. Destruindo a morte nos deu vida eterna. Durante todo o ano celebramos mistérios da nossa fé. Aquilo que Jesus conquistou a nosso favor. Um dos mistérios é este: Nós cremos que Jesus vai voltar um dia. Não para ser crucificado novamente, mas para TOMAR POSSE do Reino que é dele. Porque Ele pode tomar posse. Olha, que agora estou falando de posse. Ele pode tomar posse, porque Ele ensinou, sempre, que quem quer ser o maior, seja o servo de todos. Então, ser subalterno a Jesus, é a maior liberdade que podemos ter, porque Ele não precisa de nada de nosso serviço. De nada. Muito bem. Nós cremos que Ele vai voltar. É isso que estamos celebrando hoje. Jesus, Senhor do mundo e do universo, tomará posse de toda obra do Criador. Hoje é o último dia do ano litúrgico. O ano litúrgico não segue o ano civil. O ano litúrgico termina no trigésimo domingo do tempo comum. Domingo que vem começamos o advento, que é a preparação para a vinda do Senhor. A Igreja caminha, assim, através do Concílio. Você tem o Advento, quatro domingos, em que nos preparamos para o Natal, depois vem o Natal, o tempo de Natal e depois vem o Tempo Comum. Primeiro, segundo, terceiro, quarto domingo comum, chega um ponto em que começamos a quaresma, que é a preparação para a Páscoa. Celebra-se a Páscoa, depois  o Tempo Pascal e depois volta nos domingos do Tempo comum, até o trigésimo quarto, que é hoje, onde Celebramos Jesus, o Rei do Universo. Quem nunca falta nas Celebrações dominicais, ao longo de três anos, lê a Bíblia inteira, porque tem o ano A, B e C. hoje termina o ano B, que é o Evangelho de Marcos, e semana que vem começa o ano C, que é o Evangelho de Lucas. Que beleza a nossa Igreja. Muitos dizem que celebramos sempre a mesma coisa e isto não é verdade. Cada dia do ano tem uma razão especial na nossa fé para ser Celebrada. É isso que vamos professar agora. Crer nesse Jesus, que é, que era e que há de vir.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO – Diocese de Santo André – SP

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HOMILIA DE D. HENRIQUE SOARES


                                                         Modelo I   
          “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele a glória e poder através dos séculos” (Ap 5,12; 1,6). Estas palavras são da Antífona de Entrada da Solenidade de hoje e dão o sentido profundo desta celebração de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.
            Uma pergunta que pode vir – deveria vir! – ao nosso coração é esta: Jesus é Rei? Como pode ser Rei, num mundo paganizado, num mundo pós-cristão, num mundo que esqueceu Deus, num mundo que ridiculariza a Igreja por pregar o Evangelho e suas exigências?... Pelo menos do Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo o mundo não quer saber... Como, então, Jesus pode ser Rei de um mundo que não aceita ser o seu reinado? E, no entanto, hoje, no último domingo deste ano litúrgico de 2003, ao final de um ciclo de tempo, voltamo-nos para o Cristo, e o proclamamos Rei: Rei de nossas vidas, Rei da história, Rei dos cosmo, Rei do universo. A Igreja canta, neste dia, na sua oração: “Cristo Rei, sois dos séculos Príncipe,/ Soberano e Senhor das nações!/ Ó Juiz, só a vós é devido/ julgar mentes, julgar corações”. O texto do Apocalipse citado no início desta meditação dá o sentido da realeza de Jesus: ele é o Cordeiro que foi imolado. É Rei não porque é prepotente, não porque manda em tudo, até suprimir nossa liberdade e nossa consciência. É Rei porque nos ama, Rei porque se fez um de nós, Rei porque por nós sofreu, morreu e ressuscitou, Rei porque nos dá a vida. Ele é aquele Filho do Homem da primeira leitura: “Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá”. Com efeito, o reinado de Cristo não tem as características dos reinados do mundo. 
(1) Ele é Rei não porque se distancia de nós, mas precisamente porque se fez “Filho do homem”, solidário conosco em tudo. Ele experimentou nossas pobrezas e limitações; ele caminhou pelas nossas estradas, derramou o nosso suor, angustiou-se com nossas angústias e experimentou tantos dos nossos medos. Ele morreu como nós, de morte humana, tão igual à nossa. Ele reina pela solidariedade. 
(2) Ele é Rei porque nos serviu“O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Serviu com toda a sua existência, serviu dando sempre e em tudo a vida por nós, por amor de nós. Ele reina pelo amor. 
(3) Ele é Rei porque tudo foi criado pelo Pai “através dele e para ele” (Cl 1,15); tudo caminha para ele e, nele, tudo aparecerá na sua verdade: “Quem é da verdade, ouve a minha voz”. É nele que o mundo será julgado. A televisão, os modismos, os sabichões de plantão podem dizer o que quiserem, ensinarem a verdade que lhes forem conveniente... mas, ao final, somente o que passar pelo teste de cruz do Senhor resistirá. O resto, é resto: não passa de palha. Ele reina pela verdade. 
(4) Ele é Rei porque é o único que pode garantir nossa vida; pode fazer-nos felizes agora e pode nos dar a vitória sobre a morte por toda a eternidade: “Jesus Cristo é a testemunha fiel e verdadeira, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra”. Ele reina pela vida. 
            Sim, Jesus é Rei: “Eu sou Rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo!” Mas seu Reino nada tem a ver com o triunfalismo dos reinos humanos – de direita ou de esquerda! Nunca nos esqueçamos que aquele que entrou em Jerusalém como Rei, veio num burrico, símbolo de mansidão e serviço. Como coroa teve os espinhos; como cetro, uma cana; como manto, um farrapo escarlate; como trono, a cruz. Se quisermos compreender a realeza de Cristo, é necessário não esquecer isso! A marca e o critério da realeza de Cristo é e será sempre, a cruz!
            Hoje, assistimos, impressionados, a paganização do mundo, e perguntamos: onde está a realeza do Cristo? – Onde sempre esteve: na cruz: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”. O Reino de Jesus não é segundo o modelo deste mundo, não se impõe por guardas, pela força, pelas armas: meu Reino não é daqui! É um Reino que vem do mundo do amor e da misericórdia de Deus, não das loucuras megalomaníacas dos seres humanos. E, no entanto, o Reino está no mundo: “Cumpriu-se o tempo; o Reino de Deus está próximo” (Mc 1,15); “Se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus já chegou para vós” (Lc 11,20). O Reino que Jesus trouxe deve expandir-se no mundo! Onde ele está? Onde estiverem o amor, a verdade, a piedade, a justiça, a solidariedade, a paz. O Reino do Cristo deve penetrar todos os âmbitos de nossa existência: a economia, as relações comerciais, os mercados financeiros, as relações entre pessoas e povos, nossa vida afetiva, nossa moral pessoal e comunitária.
            Celebrar Jesus Cristo Rei do Universo é proclamar diante do mundo que somente Cristo é o sentido último de tudo e de todos, que somente Cristo é definitivo e absoluto. Proclamá-lo Rei é dizer que não nos submetemos a nada nem a ninguém, a não ser ao Cristo; é afirmar que tudo o mais é relativo e menos importante quando confrontado com o único necessário, que é o Reino que Jesus veio trazer. Num mundo que deseja esvaziar o Evangelho, tornando Jesus alguém inofensivo e insípido, um deus de barro, vazio e sem utilidade, proclamar Jesus como Rei é rejeitar o projeto pagão do mundo atual e proclamar: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele a glória e poder através dos séculos”. Amém (Ap 5,12; 1,6).

Modelo II
            Caríssimos em Cristo, este é o último Domingo do Tempo Comum, e a Igreja contempla, adora e proclama o seu Senhor, Jesus Cristo, como Rei e Senhor do universo! Depois de termos percorrido todo o Ano Litúrgico, começando lá atrás, com o Advento que nos preparava para o Natal; depois de termos atravessado a penitência quaresmal e o júbilo pascal, depois das trinta e três semanas do longo Tempo Comum, eis-nos agora, ao final do ano da Igreja, proclamando que o Senhor do universo, o Rei do tempo e da eternidade é o Cristo nosso Deus!
            Rei do Universo! Título pomposo, esse! E pode nos levar à descrença e ao engano. À descrença, quando olhamos em torno a nós e constatamos que cada vez mais Cristo parece reinar menos! Como é Rei? Nossa sociedade é pós-cristã e neo-pagã, os traços do cristianismo e as marcas de respeito pelo Senhor Jesus vão se diluindo e desaparecendo rapidamente... Jesus não mais é rei nas famílias, Jesus não mais é rei nas nossas escolas, Jesus não mais é rei nos nossos ambientes de trabalho, não mais é rei nas nossas leis nem dos nossos legisladores e governantes... Hoje reina o paganismo, hoje reina o relativismo, hoje reina a banalização do que é sagrado... Não será, então, uma tremenda ilusão, uma alienação de quem não quer ver a verdade dos fatos, dizer que Cristo é Rei? Não estaria a Igreja tão tonta de ilusão, que pensa ainda como se fora dois ou três séculos atrás? O mundo nos grita aos ouvidos: "Não! Cristo não é mais Rei! Não queremos que esse aí reine sobre nós! Que reine a nossa ciência; que reine a nossa vontade, na terra como no céu; que reine nosso prazer; reinemos nós mesmos, como senhores do bem e do mal, do certo e do errado, da vida e da morte!" É assim, meus irmãos, que olhando a realidade atual, a festa de hoje pode nos levar à descrença, a uma tremenda tristeza, a um inapelável desânimo! Somos súditos de um Reino sem espaço e de um Rei sem trono nem poder... Parece que o Reino no qual apostamos não passa de um conto de fadas desmentido pela realidade tão dura, rude e poderosa...
            Mas, esta visão deprimida e descrente somente pode ser possível se entendermos de modo enganoso a festa deste hoje. E é fácil compreendê-la assim, de modo errado. Vejamos, então! Quando afirmamos que Cristo é Rei, de que Reino estamos falando? De que modo de reinar? De que tipo de Rei? No Evangelho de hoje, Pilatos perguntou a Jesus: “Tu és Rei?” E Jesus confirma, mas esclarece: “O meu Reino não é deste mundo. Meu Reino não é daqui!” Eis! Um Reino que não é como os reinos deste mundo; um Reino que não tem de modo algum os critérios dos reinos daqui... Um Reino que não se vê pela dimensão do território, não se conta pelo poder de suas tropas... “Meu Reino não é daqui!” Trata-se, como diz o Prefácio da Missa de hoje, de um “reino eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”. Jesus é Rei não porque manda em tudo e em todos; é Rei não porque o mundo o reconhece e o adora... Nada disso! É verdade que, ao fim da história humana, toda a criação e toda a humanidade serão por ele julgadas e nele transfiguradas. As palavras da primeira leitura desta Celebração não são uma brincadeira nem uma fábula: “Entre as nuvens do céu vinha um como Filho do Homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua presença. Foram-lhe dados poder, glória e realeza e todos os povos, nações e línguas o serviam. Seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá”... Certamente, a glória do Senhor se manifestará de modo claro, palpável e inapelável ante todos nós e toda a humanidade; certamente o Senhor haverá de nos julgar a todos e a cada um de nós; certamente, a nossa história e a história humana toda serão passadas a limpo no Cristo... Mas, Jesus será tudo isso porque ele é o Filho do Homem, isto é, aquele que se fez homem, se fez pequeno, tomando nossa pobre condição humana! Aqui está a chave para compreender o reinado de Jesus! Ele não é Rei porque é grande e mandão; ele é Rei porque é Servo, porque nos amou a ponto de dar a vida por nós e por toda a humanidade. Observem que toda vez que a liturgia de hoje fala da sua Realeza, proclama seu amor que fê-lo morrer por nós. Escutem: “Eis que vem sobre as nuvens e todos os olhos o verão, também aqueles que o traspassaram. Todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele!” Compreendem? Aquele que vem como Deus, sobre as nuvens, aquele que será contemplado, reconhecido um dia por todos, é o mesmo que foi traspassado na cruz! Toda a humanidade que o traspassou baterá no peito, arrependida, chorosa, admirada de tanto amor! Vejam outra passagem, o versículo do Apocalipse, que o Missal traz como antífona de entrada da Festa de hoje: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele a glória através dos séculos” (Ap 5,12; 1,6). É impressionante, caríssimos: aquele que é digno de receber todo louvor não é forte e altivo como um leão, mas doce e pacífico como um cordeiro; o Cordeiro que foi imolado, transpassado por nós! Ele é digno não porque nos amedronta com sua grandeza, mas porque nos conquista com seu amor e sua generosidade a ponto de se ter deixado imolar por nós! É o “Jesus que nos ama, que nos libertou com seu sangue; que fez de nós um Reino e sacerdotes para o seu Deus e Pai... A ele a glória e o poder...”
            Compreendem, caríssimos? O Reinado de Cristo não se impõe pela força, não se mede com a medida do mundo, não obedece aos nossos critérios! Cristo é Rei sim; é Senhor de todas as coisas, sim; haverá de nos julgar, sim: mas os seus modos, os seus tempos, os seus critérios não são os nossos! Por isso mesmo, a Festa de hoje não é um grito de triunfalismo tolo, mas sim uma firme e humilde proclamação do Senhorio de Cristo, na certeza de que o seu Reino já está presente no mundo. Este se manifesta nas coisas humildes e pequenas, a começar pela nossa vida. O Reino de Cristo deve aparecer sobretudo na vida da Igreja e na vida dos cristãos. Ali, onde o amor de Cristo é acolhido com doçura e bondade; ali, onde reina o amor e a caridade; ali onde o serviço e o perdão estão presentes; ali, onde se reza e se busca realmente levar a cruz com Cristo até a morte... É aí, nessas situações bem concretas, que o Reino de Cristo faz-se presente desde já... Cuidemos de ser atentos! Num mundo que adora tudo que é “mega” (mega-show, mega-evento, etc), tudo quanto é vistoso e pirotécnico, o Reino se apresenta com critérios totalmente opostos!
            Eis a grande lição da Festa deste hoje: o tempo, a história, o cosmo... tudo corre para Jesus: ele é o Alfa e o Ômega, o A e o Z, o Primeiro e o Último! É nele, no critério da sua cruz, que tudo será avaliado, tudo será julgado! Ao Reinado de Cristo, um Dia – no seu Dia - tudo estará plenamente submetido! Mas, nunca esqueçamos: aquele que é nosso Rei e Juiz é o nosso Salvador, o humilde Filho do Homem, que se manifestará revestido de glória porque morreu por nós: “Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogênito dentre os mortos, o Soberano dos reis da terra”. A ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
D. Henrique Soares


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O rei da mentira x A verdade do Rei

Por: Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ
A hodierna solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do universo, muito bem situada pela reforma litúrgica do Vaticano II no encerramento do ciclo dominical do ano litúrgico, evidencia ainda mais a fé que professamos a cada eucaristia: Cristo como centro e Senhor da história (1ª leitura). Nele toda a criação e a humanidade se encontram e encontram a sua razão de ser, pois Ele é o Alfa e o Ômega (2ª leitura). Apesar de não se identificar com nenhum reinado deste mundo, Ele é verdadeiro Rei, pois sua autoridade está fundamentada na verdade (evangelho Ano B) e não no poder garantido pela mentira e sustentado por ideologias falsificadoras da realidade. Verdade que não é simplesmente a coincidência entre ideias e realidades superficiais correspondentes. Mas a verdade é a sua Pessoa comprometida com a vida, pela qual aceita morrer, para viver e reinar eternamente. 
A perícope desta solenidade é uma das portas principais para compreender toda a narração joanina da paixão, morte e ressurreição de Jesus (Jo 18–20). Estamos diante de um dos maiores dramas da humanidade em toda a sua história: reconhecer a verdade e morrer por ela, para que a vida reine, ou abraçar a mentira e condenar à morte uma multidão de inocentes. Contudo, apesar de o império da mentira parecer vencedor, o reino da verdade já foi estabelecido. Não há o que duvidar, pois a dúvida engendra derrotados, enquanto que a fé na verdade dá à luz os vitoriosos.
Diante de Jesus, que é a Verdade (Jo 14,6), a mentira é desmascarada e anuncia-se, desta forma, a sua derrota: “Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz... Mas quem age segundo a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que as suas obras são feitas em Deus” (Jo 3,19-21).
Pilatos, ao interrogar Jesus sobre as acusações feitas contra Ele, torna-se o porta-voz de três mentiras denunciadas ao longo da narração. Mentiras não apenas de caráter pessoal, mas de abrangência universal. A história humana está marcada por uma constante ambiguidade, vive a tensão entre optar pela mentira que escraviza ou reconhecer e assumir a verdade que liberta. 

Primeira mentira: És o rei dos Judeus? Esta pergunta indica uma das grandes manobras ideológicas de todos os tempos para distorcer sutilmente a verdade, isto é, induzir o outro a assumir a mentira com suas próprias palavras e atitudes. A guerra semântica dos nossos dias é o terreno mais propício para promover a confusão e, consequentemente, fazer passar a mentira como verdade absoluta. Semelhante situação se deu quando a serpente no paraíso quis induzir Eva a afirmar ser Palavra de Deus, o que na verdade, era uma mentira sua. Para convencer a mulher, introduziu sua pergunta com as palavras: “Então Deus disse: Vós não podeis comer do fruto das árvores...” (Gn 3,1). Num primeiro momento, Eva reage e corrige a serpente esclarecendo o que, de fato, Deus lhes havia dito (Gn 2,17). Porém, não perseverou na verdade, apenas reconheceu-a. Na investida seguinte, deixou-se convencer pela mentira do mais astuto e caiu na armadilha. Jesus, ao ser tentado no deserto, também foi induzido pelo diabo a agir conforme a “verdade” do tentador, que afirmando ser Jesus “Filho de Deus”, exigia dele uma falsa prova disso, pois negaria a verdade da sua missão de Messias sofredor, transformando-se em messias triunfalista, sem cruz e sem morte. Diante da pergunta de Pilatos, Jesus não se deixa enganar e declara: “Tu dizes: eu sou rei”. Em outras palavras: “quem está dizendo ser rei aqui és tu” (o grego hoti pode ser traduzido por “dois pontos”, tornando assim uma declaração direta). As atitudes de Pilatos confirmam a verdade desta palavra de Jesus. É ele quem está assumindo as prerrogativas de rei (interrogar, julgar, anistiar, condenar), já que na qualidade de governador romano, era o representante do imperador. Por outro lado, o próprio povo o reconhece também como rei, pois exige que julgue e condene Jesus. E se não o fizer, declarar-se-á inimigo do Rei César (Jo 19,12). Consequentemente, respondendo ao pedido do povo, Pilatos assume ser ele mesmo o rei dos judeus. O povo, por sua vez, faz a grande declaração de sua apostasia: “Não temos outro rei senão César” (Jo 19,15). Portanto, não é Jesus quem reivindica para si o título de rei, pois já havia afirmado que não veio para julgar ou condenar o mundo, mas para salvá-lo (Jo 3,17).
Segunda mentira: “Sou por acaso Judeu?” A distorção falaciosa leva a assumir atitudes de negação diante das consequências do confronto com a verdade. Negar a cumplicidade é a maneira mais irresponsável de isentar-se da culpa. Manobra muito utilizada pelos pretensos reis dos nossos dias. No irromper da verdade, valem-se da estratégia da transferência de culpa para terceiros. Não viram nada, não sabem nada, apenas foram pegos de surpresa. A verdade de Jesus não é manipulada, não se deixa convencer por estratégias eficientes para livrar-se das consequências de sua missão. A identidade e a missão não se contradizem. Não há situação que justifique uma possível incoerência com o intuito de livrar a pele. Já no horto quando os soldados chegaram para prendê-lo, Ele não foge nem se deixa confundir com outro para escapar à prisão, mas pelo contrário, adianta-se e identifica-se por três vezes: “Sou eu” (Jo 18,5.6.8). Os covardes têm medo da verdade, por isso se camuflam e fogem, enquanto que a verdade dá coragem aos injustiçados tornando-os aptos para o enfrentamento.
Terceira mentira: “Nenhuma culpa encontro nele”. Declarar a verdade não significa apenas reconhecê-la teoricamente. Mesmo afirmando ser Jesus inocente, Pilatos não foi suficientemente corajoso para denunciar a mentira das acusações e assumir a verdade. Do ponto de vista oficial, formal, na nossa sociedade muitos dos seus seguimentos, organismos, instituições, estão todos de acordo em relação a grandes urgências e necessidades para o bem comum, mas acabada a reunião, cada um faz o que lhe interessa e convém, em detrimento da verdade proclamada pelos acordos assinados. Pilatos reconhece a verdade, mas não se compromete com ela. Tem medo de pagar o preço pela verdade que se impõe, prefere a mentira para ter garantido o seu lugar na elite dominante, ainda que por pouco tempo, pois o seu sistema apoiado em falsas ideologias não terá outro fim senão o desmoronamento. Dizer que é verdade a inocência de Jesus não era o suficiente para saber o que é verdade. Mas era preciso acolher a palavra libertadora de Jesus, tornando-se discípulo seu. Contudo, não foi capaz de crer naquilo que o Mestre ensinara: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,31-32). Diante da verdade do Cristo-Rei do Universo, os Pilatos de todos os tempos preferem continuar a ser reis da mentira.
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Para a Celebração da Palavra (Diáconos ou ministros da Palavra):

LOUVOR após a coleta: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR):
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR N/ DEUS...
- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Nós vos louvamos, ó Deus de Bondade.
1  Senhor, nosso Deus e Pai, grande é o vosso amor nos enviando vosso Filho para nos salvar!
T: Nós vos louvamos, ó Deus de Bondade.
2 Nós vos damos graças pelo nosso batismo e por nos acolher como filhos vossos!
T: Nós vos louvamos, ó Deus de Bondade.
3 Obrigado, Pai, pelo perdão de nossos pecados.
T: Nós vos louvamos, ó Deus de Bondade.
4 Enviai o Espírito Santo para que saibamos praticar o bem e fazer a Vossa vontade!
T: Nós vos louvamos, ó Deus de Bondade.
5 Pai, hoje aclamamos Jesus como nosso Rei e nosso Pastor. Guiai-nos, pai, para as águas vivas da vida eterna!
T: Nós vos louvamos, ó Deus de Bondade.
6 Ajudai-nos a ver nos irmãos e irmãs a vossa imagem e semelhança, para que saibamos perdoar e ser auxílio!
T: Nós vos louvamos, ó Deus de Bondade.
7 Pai, dai-nos a vossa graça para espelharmos vossa luz ao mundo como sinal de esperança.
T: Nós vos louvamos, ó Deus de Bondade.
- PAI NOSSO... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro...

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SINOPSE: ò Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo.
 TEMA: “O meu reino não é deste mundo!” O último domingo do ano litúrgico convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus; não é à maneira dos reis deste mundo: é uma com a lógica de Deus.
Primeira leitura: Deus vai intervir no mundo eliminando a ambição, a violência, a opressão. Os cristãos  verão nesse “filho de homem” vitorioso um anúncio da realeza de Jesus.
Evangelho: Jesus a assume a sua condição de rei diante de Pilatos. A realeza de Jesus não está na ambição, poder, autoridade e violência, mas no amor, no serviço, no perdão, na partilha, no dom da vida.
Segunda leitura: o Apocalipse apresenta Jesus como o Senhor do Tempo e da História, o princípio e o fim de todas as coisas, Aquele que há-de vir para instaurar o reino de felicidade, de vida e de paz. 

LEITURA I – Dan 7,13-14 ...sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um filho do homem. ...Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza, e todos os povos e nações O serviram. O seu poder é eterno.
AMBIENTE - Daniel século II a.C., Antíoco IV.
MENSAGEM - ...“filho de homem” “sobre as nuvens” tem uma origem transcendente. Deus vai intervir no mundo e Jesus assumirá que é “o Messias, o Filho de Deus bendito”.
ATUALIZAÇÃO - ♦ Jesus é o enviado e introduziu a lógica do amor, do serviço e da doação. O reino de Jesus já está presente.

EVANGELHO – Jo 18,33b-37: «Tu és o Rei dos judeus?» «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».
MENSAGEM -
1 Rei tem poder arrogante e prepotente à Tem poder, mas ama e dá a vida por nós.
2  O Rei  age na força e opressão; injustiças à tem humildade, amor e
                                                                      compaixão; vida
3 O Rei Se distancia para ser servido      à se aproxima, encarna, vive nossas
                                                               limitações
4 O Rei é o servido por todos                  à Jesus é o servidor, Ensina, cura e
                                                                  liberta.
5 O Rei se apossa dos bens                 à Tudo foi criado por ele e para ele. Ele
                                                             é a verdade.
6 O rei salva sua pele                          à Jesus se doa por nós, é o caminho
                                                            que salva.
7 O rei lógica da ambição                   à Jesus lógica da partilha, da dignidade
                                                           de filhos de D
      “Eu sou Rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo!” Mas entrou em Jerusalém como Rei num burrico, símbolo de mansidão e serviço. A marca da realeza de Cristo é a cruz!

LEITURA II – Ap 1,5-8 Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogênito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra. e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai. Ei-Lo que vem entre as nuvens, e todos os olhos O verão. «Eu sou o Alfa e o Ômega», diz, o Senhor do Universo».
AMBIENTE - “Apocalipse” significa “manifestação de algo que está oculto”, revelação. É esperança. João, exilado na ilha de Patmos, imperador Domiciano (ano 95). As comunidades grave crise interna, heresias, falta de entusiasmo e fé. Há também violenta perseguição:
MENSAGEM - Jesus é a “testemunha fiel” até à morte, testemunhou o que Deus queria revelar e mostrou aos homens o rosto do Deus-amor.
Jesus é o “primogênito dos mortos”, porque foi o primeiro a vencer a morte.
Jesus é o “príncipe dos reis da terra”, porque inaugurou um reino novo, de vida e de felicidade sem fim e  fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a glória.
A cruz é expressão do amor.
Jesus é princípio e o fim (o “alfa” e o “ómega”.), Aquele que era e que há-de vir.
ATUALIZAÇÃO - ♦ Jesus é o Senhor do Tempo e da História, princípio e fim de todas as coisas;
♦ A lógica de Jesus não é a autoridade, a força, mas o amor manifestado na cruz para, para os integrar na família de Deus.




LOUVOR após a coleta: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR):
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR N/ DEUS...
- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Nós vos louvamos e vos agradecemos, ó Deus de Bondade.
1  Senhor, nosso Deus e Pai, grande é o vosso amor nos enviando vosso Filho para nos salvar! Nós vos damos graças pelo nosso batismo e por nos acolher como filhos vossos!
T: Nós vos louvamos e vos agradecemos, ó Deus de Bondade.
2 Obrigado, Pai, pela vossa misericórdia em perdoar nossos erros. Enviai o Espírito Santo para que saibamos praticar o bem e fazer a Vossa vontade!
T: Nós vos louvamos e vos agradecemos, ó Deus de Bondade.
3 Pai, hoje aclamamos Jesus como nosso Rei e nosso Pastor. Guiai-nos, pai, para as águas da vida eterna!
Ajudai-nos a ver nos irmãos e irmãs a vossa imagem e semelhança, para que saibamos perdoar e ser auxílio!
T: Nós vos louvamos e vos agradecemos, ó Deus de Bondade.
4 Pai, dai-nos a vossa graça para que sejamos luz aos nossos irmãos e irmãs e sejamos mais fraternos na construção de vosso Reino!
T: Nós vos louvamos e vos agradecemos, ó Deus de Bondade.
- PAI NOSSO... - Paz de Cristo.. – Eis o Cordeiro...